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Énio Geraldo Pimo

FUNCIONALISMO

Licenciatura em Gestão de Comércio

Universidade Pedagógica

Faculdade de Economia e Gestão

Maputo, 2020
Énio Geraldo Pimo

FUNCIONALISMO

Trabalho da cadeira de Antropologia


Cultural de Moçambique para fins
avaliativos do curso de Licenciatura em
Gestão de Comércio, II ano - laboral,
Faculdade de Economia e Gestão, sob
orientação de:

Docente: Rute Macave

Universidade Pedagógica

Faculdade de Economia e Gestão

Maputo, 2020
Índice
1.Introdução.......................................................................................................................1

Problema............................................................................................................................2

Objetivos............................................................................................................................2

Objetivo Geral...................................................................................................................2

Objetivos Específicos........................................................................................................2

Justificativa........................................................................................................................2

Metodologia.......................................................................................................................2

1-Funcionalismo................................................................................................................3

Definição:.......................................................................................................................3

2-O funcionalismo na antropologia...................................................................................3

3-Considerações Gerais do Funcionalismo.......................................................................3

4-Características do Funcionalismo..................................................................................4

5-Os precursores do Funcionalismo..................................................................................5

6-Contribuições do Funcionalismo....................................................................................5

7-O funcionalismo de Malinowski....................................................................................6

8-Pressupostos e Fundamentos da Teoria Malinowskiana................................................6

9-Importância e declínio do Funcionalismo......................................................................7

10-O Estudo das instituições.............................................................................................7

11-O Funcionalismo de Radcliffe-Brown.........................................................................8

12-Conclusão...................................................................................................................10

13-Referências bibliográficas..........................................................................................11
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1.Introdução
No presente trabalho irei abordar acerca do Funcionalismo, tendo-o como definição, o
funcionalismo na antropologia, suas considerações gerais, suas características, os
precursores do funcionalismo, contribuições do funcionalismo, o funcionalismo de
Malinowski, Pressupostos e fundamentos da Teoria Malinowskiana, Importância e
declínio do funcionalismo, o Estudo das instituições, o funcionalismo de Radcliffe-
Brown e os demais tópicos que irei abordar ao longo do trabalho.
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Problema
 Entender uma sociedade a partir das suas regras de funcionamento e das
diferentes funções nela desempenhadas?

Objetivos

Objetivo Geral
 Entender a evolução do funcionalismo

Objetivos Específicos
 Conhecer o conceito e as ferramentas do funcionalismo;
 Identificar os pressupostos e fundamentos de Malinowski para o funcionalismo;
 Mostrar a importância e o declínio do funcionalismo nas diversas áreas.

Justificativa
 Os estudos funcionalistas influenciaram diversas áreas, em especial a
Antropologia, além de inaugurar campos de estudo e inspirar muitos trabalhos.
Essa tese serviu ainda para refutar teorias como as do difusionismo e do
evolucionismo.

Metodologia
 Para realização deste trabalho baseamo-nos em pesquisa bibliográfica.
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1-Funcionalismo
Definição:
Funcionalismo é um paradigma científico que busca entender uma sociedade a partir
das suas regras de funcionamento e das diferentes funções nela desempenhadas.

De acordo com os teóricos funcionalistas, cada indivíduo em uma sociedade exerce uma
função, e o conjunto de todas as funções permite o funcionamento harmônico da
sociedade.

Os estudos funcionalistas dos grupos sociais buscam analisar suas instituições e suas
regras, como por exemplo, família, religião, crenças, modos de produção e educação.

2-O funcionalismo na antropologia


O funcionalismo teve sua origem na antropologia e na sociologia, mas também é
aplicado em outras áreas das ciências humanas, como na psicologia e na filosofia.

Não se pode falar de funcionalismo sem lembrar sua origem na antropologia, nos
trabalhos de Malinowski (1922) e Radcliffe Brown (1952), que, por sua, vez, foram
influenciados por Durkheim (1984). Tais autores iniciaram uma reação ao
evolucionismo, a conhecida teoria que Darwin propôs para a biologia e que, na primeira
década deste século, representava o paradigma predominante até mesmo para as
ciências humanas e sociais.

3-Considerações Gerais do Funcionalismo


O funcionalismo encontrou seu apogeu a partir de 1930, mas ele veio num crescendo
desde os anos de 1914, ano em que Bronislaw iniciara seus estudos nas ilhas Trobriand.
Tão festejado foi este autor na Inglaterra, que seus discípulos o consideraram como o
iniciador ou o “criador de uma disciplina acadêmica inteiramente nova”, a antropologia
social.

Um ponto marcante do funcionalismo foi haver imprimido ao estudo da antropologia


uma nova orientação. Até então, tanto o evolucionismo como os difusionismos
preocuparam-se com as origens, com os problemas das transformações sócio-culturais.
Malinowski e, depois Radcliffe-Brown, preocuparam-se em estudar e explicar o
funcionamento da cultura num momento dado. Ao funcionalismo não interessava mais
explicar o presente pelo passado. Talvez lhe interessasse mais explicar o passado pelo
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presente. Convém observar que tal orientação inovadora do funcionalismo não vinha
significar uma abjuração radical aos ditames do velho evolucionismo inglês tão
vigoroso e renitente. O próprio Malinowski, ao mesmo tempo em que acreditava que
sua escola tinha um caráter complementar com relação ao trabalho do evolucionismo,
sentia-se, no fundo, um evolucionista. É o que se infere do que ele escreveu:

“Minha indiferença pelo passado e sua reconstituição não é, portanto, uma questão de
pretérito, por assim dizer: o passado sempre será atraente para o antiquário, e todo
antropólogo é um antiquário... eu, pelo menos, certamente sou. A minha indiferença por
certos tipos de evolucionismo é uma questão de métodos. ”

Um outro ponto marcante desta escola é a visão sistémica utilizada na análise da


cultura. Quer dizer, esta orientação procurou explicar a maneira de ser de cada cultura
buscando as razões não mais nas origens (na natureza) nem na história (na difusão
cultural), mas na lógica do sistema assumido pela cultura em exame.

Um outro ponto a merecer realce nesta escola foi o facto de ela ter-se apoiado de modo
decisivo nas pesquisas de campo.

4-Características do Funcionalismo
Como já vimos, o funcionalismo surgiu inicialmente como uma resposta direta ao
estruturalismo, que era a tendência predominante na época no campo da psicologia. Foi
originalmente baseado na teoria evolutiva de Charles Darwin, além de ser fortemente
influenciado pelas ideias de William James.

O principal objetivo do funcionalismo a princípio era explicar os processos mentais dos


seres humanos de maneira sistemática e científica. Portanto, em vez de estudá-los
diretamente através da introspecção (o principal método do estruturalismo), os
funcionalistas procuraram entender o propósito da consciência, comportamento e
pensamento.

Por outro lado, o funcionalismo foi a primeira corrente da psicologia que revelou a
importância das diferenças individuais. A partir dessa tendência, surgiram algumas
ferramentas amplamente utilizadas até hoje, como testes de inteligência ou modelos de
personalidade.
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Além disso, os funcionalistas foram os primeiros psicólogos a tentar aplicar um método


estatístico e científico ao estudo da mente humana. Nesse sentido, suas ideias eram
precursoras daquelas que dominariam o campo da psicologia durante o século seguinte,
abrindo caminho para correntes como o behaviorismo ou o cognitivismo.

Apesar de o funcionalismo ter sido amplamente criticado ao longo da história dessa


disciplina, serviu de base para o que hoje entendemos como psicologia moderna e
contribuiu com muitas das primeiras descobertas importantes que foram feitas nesse
campo.

5-Os precursores do Funcionalismo


Charles Darwin

 A teoria da Evolução e a Psicologia

Francis Galton

 Associação de Ideias
 Diversidade da associação
 Tempo de reação

William James

 A teoria das emoções

6-Contribuições do Funcionalismo
 Incorporação da pesquisa do comportamento animal como área de estudo da
psicologia;
 Incorporação de estudos sobre bebês, crianças e adultos com problemas mentais;
 Uso de outras metodologias que complementavam os resultados (questionários,
pesquisas fisiológicas, testes mentais, descrições objetivas de comportamentos).
 Ênfase na aplicação dos métodos e das descobertas da Psicologia na solução de
problemas práticos.
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7-O funcionalismo de Malinowski


Malinowski foi muito explicito na sistematização de seu pensamento teórico do que
Radcliffe-Brown. Em linhas gerais, pode-se dizer que ele deu continuidade ao
pensamento antropológico inglês. Malinowski era polonês, natural de Cracóvia, nascido
em 1884, e filho de um distinto linguista, professor de filosofia estava na Universidade
Jageloniana.

Teve uma educação esmerada. Explica-se, até certo ponto, a vocação antropológica de
Malinowski: seu pai era uma espécie de folclorista e etnógrafo com trabalhos
publicados sobre a língua polonesa e seus dialetos populares.

8-Pressupostos e Fundamentos da Teoria Malinowskiana


Foi visto que o evolucionismo definiu a cultura como “como produto da natureza
humana”, isto é, reconhecia-se como filha da “unidade psíquica do homem”. Já o
difusionismo procurou mostrar a existência de um certo determinismo cultural. Embora
não negasse a autoria humana da cultura, era como se esta, uma vez criada, se lançasse
contra seu criador e passasse a dominá-lo nas pessoas dos seus descendentes,
Malinowski procurou resolver o problema, ainda hoje, presente na teoria antropológica
do binômio natureza e cultura.

Ele percebeu, claramente, o problema que afligiu a evolucionistas e difusionistas. Ele


não deu razão nem a uns nem a outros, acatou a ambos, até certo ponto. Este
procedimento, aparentemente ambíguo, levou-o, por um lado, a um certo psicologismo
subjacente à explicação evolucionista e, por outro, a um culturalismo ou sociologismo
inerente ao

Historicismo, contudo, afastou-se de ambos no que respeita à perspectiva cronológica;


sua visão era sincrônica.

9-Importância e declínio do Funcionalismo


Os estudos funcionalistas influenciaram diversas áreas, em especial a Antropologia,
além de inaugurar campos de estudo e inspirar muitos trabalhos. Essa tese serviu ainda
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para refutar teorias como as do difusionismo e do evolucionismo, que eram as mais


aceitas até então pelos antropólogos estadunidenses e britânicos.

Os teóricos funcionalistas priorizavam a descoberta dos fatos, a existência material e a


realidade dos eventos, que deveriam ser buscadas pelas manifestações no presente, o
que valorizou bastante o trabalho de campo e a observação participante.

Muito influente entre os anos 1960 e 1970, o funcionalismo passou a sofrer muitas
críticas de autores que afirmavam que a teoria não conseguia explicar toda a
complexidade que envolve a sociedade e seus membros. Entre os críticos estavam os
marxistas, que apontavam as análises funcionalistas como conservadoras, estáticas, que
não ajudavam na modificação do status quo, por exemplo.

10-O Estudo das instituições


Como já foi dito, Malinowski elegeu a instituição como unidade básica da sua análise
funcionalista. Queremos crer que tal escolha se deveu, acima de tudo, a um
procedimento metodológico, isto é, o autor necessitava criar um modelo concreto de
analise que permitisse servir como guia no trabalho de campo. Imaginou, portanto, uma
unidade básica, a instituição. Ele deve ter percebido claramente que seus antecessores se
perderam, no estudo concreto da cultura, por falta de objetividade e precisão na escolha
das categorias de análise.

Lista de tipos institucionais Universais apresentadas por Malinowski e se verá que ele
deixa uma série de dúvidas quanto a correção de sua apresentação. Segundo o autor para
a composição de tal lista faz-se necessária a utilização do princípio de integração, o
critério de classificação utilizado. Assim teremos:

 Princípio de integração - Tipos de instituição

1. Reprodução – A família, a organização da corte, o grupo doméstico extenso, o


clã, o sistema de clãs apresentados, etc.
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2. Territorial – O grupo de vizinhança, o município, aldeias, cidades, metrópoles,


o distrito, a província, a tribo.
3. Fisiológico (distinções devidas a sexo, idade e estigmas ou sintomas
corporais) – Grupos sexuais totêmicos primitivos; grupos de idade, divisão de
funções por sexo, etc.
4. Associações voluntarias – Sociedades secretas primitivas, clubes, equipes
recreativas, clubes de beneficência, etc.
5. Ocupacional ou profissional – Sacerdotes, mágicos, xamãs, oficinas,
corporações, escolas, igrejas, indústrias, lojas, etc.
6. Posição (rank) e status – Estados e ordens de nobreza, clero, burgueses,
camponeses, servos, estratificação por etnia, etc.
7. Totalizador – A tribo como unidade cultural corresponde à nacionalidade em
níveis mais altamente desenvolvidos, minorias estrangeiras, o gueto, os ciganos.
A unidade política.

11-O Funcionalismo de Radcliffe-Brown


O espaço aqui reservado para tratar do funcionalismo de Radcliffe-Brown vai restringir-
se bastante, pois há muitos pontos semelhantes entre ele e o funcionalismo de
Malinowski.

Aparentemente as diferenças entre eles seriam substanciais a julgar pelo tom polémico
entre os dois autores, contudo a maioria dessas diferenças é apenas aparente.

Em linhas gerais, se pode dizer que o funcionalismo de Radcliffe-Brown obedece mais a


uma linha de explicação sociológico, ao passo que o de Malinowski, sem desprezar este
aspecto, firma-se também em uma explicação psicológica (teoria das necessidades).
Como foi visto, no entanto a posição deste último é bastante eclética, enquanto a do
outro é quase que exclusivamente sociológica.

Em ambos, todavia, há uma afirmação tácita da teoria do equilíbrio social. Os dois


salientam o caráter totalizador e configuracionista da vida sócio-cultural.

Está fora de dúvida que os conceitos básicos da teoria de Radcliffe-Brown são


“estrutura” e “função”
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12-Conclusão
Depois de uma análise aprofundada sobre o funcionalismo, cheguei à conclusão de que
o funcionalismo é uma estrutura que visa construir uma teoria que considera a sociedade
como um sistema complexo cujas partes trabalham juntas para promover a solidariedade
e a estabilidade. Esta abordagem olha para a sociedade por meio de uma orientação de
nível macro, ou seja, um foco amplo sobre as estruturas sociais que moldam a sociedade
como um todo. O funcionalismo postula que a sociedade evolui como organismos. Essa
abordagem analisa tanto a estrutura social quanto as funções sociais. O funcionalismo
aborda a sociedade como um todo em termos da função de seus elementos constituintes;
ou seja, as normas, os costumes, as tradições e as instituições.
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13-Referências bibliográficas
Malinowski, Bronislaw, 1922 (1961). Argonauts of The Western Pacific, N. York: E. P.
Duton.

Beattie, John, 1977. Introdução à Antropologia Social, São Paulo: Companhia Editora
Nacional.

Bolinger, Dwight, 1968. Aspects of Language, Harcourt, Brace e Worlld, Inc.

Macionis, John (1944–2011). Sociology 7th ed. Toronto, Canada: Pearson Prentice


Hall.
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Urry, John (2000). «Metaphors». Sociology beyond societies: mobilities for the twenty-
first century. Routledge. p. 23. 

Parsons, Talcott, (1977). Social systems and the evolution of action theory. New York. 

 François. Bourricaud, (1981). The sociology of Talcott Parsons Pbk. ed. Chicago:


University of Chicago.

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