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Goiânia
2021
Matheus de Oliveira Santiago
Goiânia
2021
1. Metais tóxicos e seus efeitos sobre a reprodução dos
animais
Os metais tóxicos constituem um grupo que não possui funcionalidades fisiológicas benéficas
nem fundamentais para os organismos vivos. Posto isto, cabe salientar que muitos desses
metais apresentam um elevado nível de toxicidade, podendo desencadear efeitos adversos
no metabolismo dos seres vivos, ainda que em quantidades ínfimas. Dentre os metais tóxicos
estão: o mércúrio, o cádmio e o chumbo, todos com um elevado peso específico, sendo
enquadradados na terminologia genérica de metais pesados, bem como outros elementos
que têm o mesmo efeito desses metais.
Os metais podem acometer os animais com diversas doenças, seja pela ausência, presença
ou excedente dos mesmos. Perante essa perspectiva, os metais e os mineirais são
caracterizados como macroelementos essenciais (sódio, cálcio, potássio e cobre),
microelementos essenciais (cromo, zinco, ferro e cobalto) e microcontaminantes ambientais
não essenciais (chumbo, titânio, estanho e tungstênio).
Outro ponto relevante que convém ser frisado, é que o nível de toxicidade dos metais é
determinado pela dose, tempo de exposição e via de exposição. Desse modo, quando a
concentração desses metais se eleva no organismo, começam a surgir alterações clínicas no
organismo do indíviduo.
Os animais domésticos e de produção, por sua vez, costumam ser afetados pelos efeitos
tóxicos dessas substâncias, havendo reflexo nos sistemas reprodutivo, endócrino,
neurológico e enzimático. Em relação aos animais de produção, particularmente, a exposição
aos metais tóxicos tende a ser mais acentuada, tendo em vista que em determinados tipos de
sistemas da pecuária, os animais tendem a ficar diretamente expostos a muitos
contaminantes químicos, podendo estar presentes na água e (ou) em alimentos fornecidos ao
rebanho. Nesse sentido, muitos mananciais superficiais e pastagens costumam ser
prejudicados pela ação de contaminantes que, muitas das vezes, são oriundos de práticas
inapropriadas ligadas a mineiração de certas empresas desse setor.
Alterações reprodutivas em animais promovidas por metais tóxicos
Ainda nesse sentido, os metais tóxicos são conhecidos por apresentarem dificuldades no que
tange a eliminação por parte do organismo, podendo gerar modificações de
neurotransmissores do sistema nervoso central, que são essenciais para o processo
reprodutivo. Com base nisso, a seguir serão destacados alguns metais tóxicos e suas
respectivas interferências no tocante ao sistema reprodutivo dos animais:
- Mercúrio: caso haja bastante bioacumulação, pode afetar a glândula adrenal, provocando
o bloqueio de muitas enzimas fundamentais para o funcionamento adequado do organismo.
Em machos, é comum do hiperandrogenismo, e nas fêmeas, a síndrome do ovário policístico.
- Cádmio: provoca o aumento da peroxidação lipídica no tecido ovariano, bem como a inibição
significante na atividade da enzima delta aminolevulinato desidratase. Ademais, causa
patologias teciduais e ovarianadas, originando principalmente estresse oxidativo.
- Chumbo: altera o equilíbrio pró-oxidante/antioxidante e pode afetar os sistemas de defesa
antioxidante, reduzindo a integridade das membranas e do DNA espermático. Além disso,
caso o animal gestante seja exposto a altas concentrações, pode haver abortos,
malformações fetais, danos neurológicos, insuficiência placentária e nascimento prematuro e
baixo peso ao nascimento.
Influência dos MT na determinação sexual e reprodução dos animais
aquáticos
Diante dessa ótica, esses fatores são extremamentes relevantes no que concerne os
processos fisiológicos de muitas espécies de animais aquáticos, uma vez que a expressão ou
supressão de genes em um determinado organismo pode ser originada por atuação do meio
ambiente externo, assim como, o ambiente interno do organismo, neste caso, podemos
destacar fatores ligados ao metabolismo e a influência hormonal.
A determinação sexual está diretamente ligada ao genótipo, a diferenciação sexual, por outro
lado, arca com o desenvolvimento das gônadas, implicando nas características fenotípicas do
animal. No que tange algumas espécies peixes, as gônadas desenvolvem-se inicialmente em
estruturas semelhantes a ovários, contudo não diferenciadas. Dessa forma, geralmente
metade dos indivíduos dessas espécies podem se tornar machos ou fêmeas se ocorrerem
pressões do ambiente externo e interno de maneira randômica e natural.
Exemplificando, caso uma mineradora promova uma alta interferência no equilíbrio químico
de um dado ambiente aquático, consequentemente poderá haver o compromentimento da
fertildade em alguns grupos de peixes, haja visto que, em certas espécies aquáticas, quando
o macho reprodutor desaparece, a fêmea modifica fisiologicamente suas gônadas, a fim de
transformar seus ovários em testículos. Logo, se diversas alterações ambientais vierem a
impedir o processo de reversão sexual, a continuidade de muitas espécies aquáticas pode
ficar comprometida.
2. Doenças infecciosas que impactam a reprodução de bovinos
Na pecuária bovina de corte e leite, muitas conquistas foram alcançadas quanto aos aspectos
genéticos, sanitários, zootécnicos, nutricionais e reprodutivos. Todavia, infelizmente ainda há
muitos desafios no que concerne a saúde animal que, por seu turno, requer muita atenção
por parte dos profissionais que compõem o setor médico veterinário, tendo em vista a
relevância que algumas infeccções apresentam para a produção animal, e até mesmo a saúde
pública de modo geral.
Nesse sentido, é mister atentar-se para as enfermidades epidêmicas que, por sua vez, se
apresentam de forma aguda e com sinais clínicos evidentes. Em contrapartida, as infecções
endêmicas costumam apresentar cronicidade e manifestar sinais menos evidentes no
rebanho. Posto isto, convém salientar que infecções do trato reprodutivo são um impasse na
expansão da pecuária bovina mundial e, sendo assim, diversos parâmetros empregados para
avaliar a eficácia reprodutiva de bovinos acabam sendo afetados em virtude da ação
patogênica de um ou múltiplos micro-organismos.
Dentre os principais parâmetros utilizados, pode-se destacar: intervalo entre partos; taxa de
retorno ao cio; taxa de abortamento; taxas de gestação aos 30, 60 e 90 dias pós-cobertura ou
inseminação artificial; número de doses de sêmen por prenhez positiva, entre outros como
fundo de maternidade.
Sabe-se que as infecções que causam mortalidade do concepto são responsáveis por mais
de 50% dos problemas ligados a reprodução de bovinos ao redor de todo o globo terrestre.
Há múltiplas classses de micro-organismos que podem acometer os rebanhos de bovinos,
sendo elas bactérias, vírus e protozoários. Esses agentes etiológicos, por sua vez, afetam
especialmente a fêmea bovina e o feto, de modo que acarretam graves consequências e
prejuízos para toda a cadeia produtiva relacionada a espécie bovina.
Existem muitos patógenos que se adaptaram aos bovinos, de maneira que são considerados
de extrema importância para os rebanhos de corte e leite de todo o país. Com isso, foi
realizada uma relação com as principais infecções endêmicas para elucidar o agente
etiológico e o principal mecanismo utilizado para manutenção da endemicidade da infecção
no rebanho.
Em relação as principais enfermidades infecciosas, podemos frisar aquelas que têm algum de
relevância para os rebanhos brasileiros, sendo elas: brucelose, campilobacteriose,
tricomonose ou tricomoníase, neosporose, micoplasmose, ureaplasmose, histofilose e
tripanossomose. Contudo, levando em conta a frequência de ocorrência nas regiões
geográficas do país, não resta a menor dúvida, que a IBR, BVD e leptospirose são as mais
importantes tanto clínica quanto epidemiologicamente.
IBR/BVD/Leptospirose
Diarreia Viral Bovina: o agente etiológico da BVD (Bovine Viral Diarrhea) é o vírus da diarreia
viral bovina, tendo como principal peculiaridade a probabilidade de ocorrência do nascimento
de animais persistentemente infectados (PI) pelo vírus. Estes animais, por seu turno, fazem
parte do principal elo da cadeia epidemiológica da BVD, visto que eliminam o patógeno por
todas as vias de secreção e excreção.
Leptospirose Bovina: seu principal agente etiológico é a Leptospira hardjo, possui como
peculiaridade mais relevante o estabelecimento de infecções crônicas. Dessarte, o animal
elimina a leptospira através da urina, de maneira esporádica, durante longos períodos de
tempo, servindo como fonte de infecção para todo o rebanho.
Micotoxinas: podem afetar o trato reprodutivo da fêmea bovina por meio da ingestão de
zearalenona que pertence a espécies de fungos do gênero Fusarium spp., estando presentes
no milho. Ao consumirem silagem de milho com altas concentrações de zearalenona, vacas
em gestação têm sua dinâmica alterada em virtude do efeito estrogênico da mesma. No mais,
todas as micotoxinas, em algum grau, são naturalmente imunodepressoras.
Diagnóstico
Existem diversos métodos utilizados para se obter o diagnóstico de infecções, podendo ser
classificados em técnicas de diagnóstico direta ou indireta. No diagnóstico direto os micro-
organismos são identificados através de seu isolamento e/ou detecção de suas proteínas ou
do seu genoma. Por outro lado, o diagnóstico indireto é empregado para detectar evidências
de infecções passadas, recentes e presentes. Nesse cenário, objetiva-se a detecção de
anticorpos por intermédio de técnicas de sorologia.
Nas técnicas de sorologia têm-se duas variações, sendo denominadas como quantitativas e
qualitativas.
Qualitativas: nelas, o resultado é expresso como reagente ou não reagente, o que serve para
identificar a presença ou ausência de certos anticorpos contra um antígeno específico.
Quantitativos: nessa metodologia, é possível indentificar-se a ausência ou presença de um
anticorpo específico nas análises dos soros, de modo que ainda é viabilizada a definição do
título do anticorpo em questão. Em suma, em amostras positivas é possível constatar títulos
e classificá-los em títulos basais, intermediários ou altos títulos de anticorpos.
Por fim, ter consciência do perfil sorológica perante os principais agentes infecciosos do trato
reprodutivo da espécie bovina é imprescindível para o funcionamento apropriado do setor
pecuarista.
Controle e Profilaxia
A fim de que haja uma expansão quantitativa e qualitativa dos rebanhos bovinos é
fundamental que os objetivos e os índices dos principais parâmetros usados para mensurar a
eficiência reprodutiva sejam trabalhos da forma mais apropriada possível. Diante desse
quadro, destacam-se algumas medidas de controle e profilaxia para as doenças abordadas
anteriomente, dentre as quais podemos frisar:
- Vacinação semestral para controle de leptospirose, IBR e BVD em bovinos de corte e,
principalmente em leiteiros;
- Reprodução por inseminação artifical na bovinocultura de leite (prevenção de doenças
venéreas);
- Eliminação imediata de animais PI com o BVDV, principalmente no caso de rebanhos
leiteiros e de corte de elite;
3. Diagnóstico diferencial de doenças da reprodução em
bovinos
A etiologia das enfermidades que acometem o trato reprodutivo dos animais é composta de
muitos fatores, sendo que podem ser de origem infecciosa ou não infecciosa. Dentre os
agentes causadores de doenças estão: vírus, bactérias, parasitas. Estes agentes
patogênicos, por seu turno, provocam a mortalidade embrionária, fetal e natimortalidade em
muitos rebanhos de bovinos.
Diante desse cenário, há uma tarefa muito complexa no que tange o uso de conceitos médicos
de rebanho, pois o planejamento de saúde animal abrange a identificação de fatores de risco,
diagnóstico e boas práticas de manejo. Portanto, o técnico responsável precisa estar
totalmente consciente das metodologias estabelecidas para este fim, uma vez que saúde,
competitividade e sucesso financeiro da propriedade dependem de alguns critérios avaliados.
Deve-se levar em consideração que cada criatório do país pode apresentar uma situação
epidemiológica distinta, podendo haver a presença de um ou mais fatores de risco interligados
numa região específica. Posto isto, a fim de identificar melhor a situação de cada rebanho são
empregados alguns critérios estabelecidos por um modelo que, no que lhe concerne,
necessita conter:
3) histórico de vacinação;
Perante o que foi apresentado, após a avaliação conjunta dos dados zootécnicos e clínicos,
faz-se mister ter total suporte laboratorial, a fim de confirmar corretamente qual o diagnóstico
da doença reprodutiva do caso. Para tanto, é necessário a realização de pesquisas de
antígeno (exame direto) ou pesquisas de anticorpos (exame indireto). Além disso, a pesquisa
de anticorpos pode ser feita a partir do uso de soro sanguíneo, plasma, fluido tóraco-
abdominal, leite e sêmen. Para identificar a presença do agente infeccioso ou de seu antígeno,
deve-se empregar a utilização de sangue com anticoagulante, plasma, soro, liquor, secreção
cervico-vaginal e prepucial, sêmen, placenta, líquido amniótico, conteúdo de vesículas ou
epitélio e mucosa, órgãos e SNC, placenta, conteúdo abomasal, fezes, mecônio e urina.
Convém, também, salientar que é preciso ter conhecimento prévio do órgão em que há
suspeita de haver a presença do agente infecciooso, fator que auxiliará na escolha do tipo de
material clínico a ser coletado.
Necropsia Fetal
Esse processo, por sua vez, deve ser realizado da maneira mais agilizada possível, pois o
feto pode se encontrar em autólise. Fluídos e órgãos fetais geralmente são guardados e
enviados refrigerados ou congelados para isolamento bacteriano e viral, de modo que são
refrigerados, embalados em sacos plásticos e postos em caixas do tipo isotérmica.
Caso não seja possível realizar a necropsia realização de necropsia a campo, o feto deverá
ser inteiramente ou parcialmente esquartejado, de modo que sejam retirados seus membros
anteriores e posteriores para que sejam enviados ao laboratório.
- Isolamento;
- Sacrifício;
- vacinação;
- Aplicação de medicamentos;
- Interdição da propriedade;
Não menos relevante, o proprietário também deve estar atento quanto a adoção de medidas
isoladas perante a impasses de caráter multifatorial que, muitas das vezes, são a causa do
insucesso na resolução de problemas sanitários. Logo, é mister analisar com total afinco se o
caso em questão necessita ou não de intervenção sistêmica.
4. Doenças Infectocontagiosas Ligadas à Reprodução
As enfermidades infecciosas têm uma relevância exorbitante para o meio veterinário, uma vez
que costumam ser transmitidas interespécies, isto é, entre os animais e os seres humanos.
Nesse panorama, é primordial identificar os fatores de ricos relacionados aos agentes
infecciosos, sendo esta a etapa inicial para se prevenir enfermidades de natureza infecciosa.
Dessarte, a seguir foi elaborada uma análise sucinta em relação às principais peculiaridades
das doenças causadoras de infecções que podem corroborar para com a derrocada do
desempenho da fertilidade dos animais de companhia. Diante disso, alguns dos principais
pontos abordados são: o que é, causas, transmissão, sintomas, diagnóstico, tratamento,
profilaxia e efeitos ligados à reprodução animal.
Brucelose
Causas: pode ser provocada por até quatro tipos de de Brucella, sendo elas a Brucella canis,
Brucella abortus, Brucela melitensis e Brucella suis.
Transmissão: pode ser transmitida por meio das maneiras a seguir: contato com sêmem
contaminado na hora do coito, ingestão de agentes patogênicos presentes na placenta ou em
fetos abortados, através da via transplacentária e pela secreção vaginal de fêmeas infectadas.
Sintomas: não são muito evidentes, porém geralmente são: apatia, dores nas articulações,
letargia, linfomegalia e intolerância a exercícios físicos.
Diagnóstico: feito por intermédio da análise clínica do animal. Contudo, geralmente precisa
de confirmação laboratorial, portanto, é realizado o isolamento bacteriológico do micro-
organismo obtido de amostras de sangue do animal, coletado de tecidos, secreções e
linfonodos contaminados. Ademais, tendo em vista que o exame bacteriológico pode ser bem
demorado, o teste sorológico é o mais empregado, mas que podem apresentar resultados
positivos falsos e, nos casos de brucelose canina crônica, podem apontar falsos negativos.
Um dos exemplos mais conhecidos é perpetrado pelo teste de ensaio enzimático
imunoabsorvente (ELISA).
Campilobacteriose
Transmissão: pode ser transmitida pela ingestão de alimentos ou água contaminada com o
patógeno. Em casos bem raros, o contato entre animais e pessoas também pode transmitir
essa enfermidade.
Profilaxia: cuidados com a sanidade dos alimentos e água fornecidos aos animais, assim
como a higienização constante do ambiente em que estão inseridos. Ademias, caso haja a
detecção do patógeno em um animal, é mister haver o isolamento deste.
Salmonelose
Transmissão: pode ser transmitida por meio da ingestão de alimentos e água contaminada.
Todavia, também pode acontecer através das mucosas do trato respiratório superior e da
conjuntiva.
Sintomas: costuma ser subclínica, contudo formas graves da doença podem ocasionar
diarreia, vômito, febre, depressão e até a morte.
Diagnóstico: é perpetrado por meio de exames clínicos e laboratoriais que, por seu turno,
envolvem hemocultura e análise de bactérias provenientes da cultura de micro-organismos
de fezes ou de mucosa. Ademais, o diagnóstico para problemas reprodutivos provém da
análise da cultura de tecido fetal e/ou membranas.
Tratamento: muitas das vezes, é uma doença autolimitada, logo, o animal pode acabar
superando os sintomas. Porém, dependendo do resultado do teste de sensibilidade, pode-se
optar por administrar medicamentos antimicrobianos. Exemplos de antibióticos usados:
amoxilina e trimetropim.
Profilaxia: cautela com a higiene dos alimentos e água oferecidos aos animais, assim como
isolamentos de animais infectados de outros animais e limpeza adequada do ambiente com o
uso de determinados desinfetantes.
Escherichia Coli
O que é: é uma bactéria bacilar Gram-negativa, que faz parte da família Enterobacteriaceae.
Costuma acometer o trato intestinal, urinário e genital dos animais.
O que causa: é conhecida por provocar doenças infecciosas como infecções urinárias,
diarreia e a colite hemorrágica e síndrome hemolítico-urêmica. Ademais, em animais adultos,
pode ocasionar infecções envolvendo as glândulas mamárias e o útero.
Profilaxia: ter cuidado com a limpeza de ambientes como canis, de modo que sejam
empregados desinfetantes comuns (formol, produtos clorados e compostos fenólicos).
Efeitos ligados à reprodução animal: nas fêmeas, foram observados abortos, secreção
vaginal hemorrágica e anemia. Nos machos, por sua vez, a invasão da bactéria está
associada à prostatite.
Mycoplasma e Ureaplasma
O que é: são dois gêneros de bactérias livres, sendo que compõem a família
Mycoplasmataceae, e são capazes de acometer os tratos genital e intestinal dos animais. Por
possuírem o menor código genético, lhe faltam muitas vias metabólicas.
Profilaxia: higienização correta de canis e gatis, alternação de machos e fêmeas que estão
sendo acasalados, limitar animais por baia e isolar animais enfermos dos demais do local.
Efeitos ligados à reprodução animal: nas fêmeas, foram observados abortos, nascimentos
de neonatos fracos, morte neonatal e endometrite. Nos machos, por seu turno, o Mycoplasma
causa orquite, epidemite e prostatite.
Streptococcus spp.
O que causam: são responsáveis por inúmeras infecções supurativas, como mastite, metrite,
poliartrite e meningite.
Sintomas: diarreia, vômito, dores pelo corpo do indivíduo, perda de apetite e febre.
Diagnóstico: realizada por meio de uma análise laboratorial da cultura de urina, sangue ou
tecidos, estando ligada a testes sorológicos.
Toxoplasmose
O que é: é uma doença zoonótica que acomete com bastante prevalência os vertebrados de
sangue quente, sendo os mais comuns o cão e o gato. Seu agente etiológico possui três
formas infectantes: os esporozoítos, os taquizoítos e os bradizoítos.
Sintomas: anorexia, perda de peso, letargia, efusão abdominal, dor no momento da palpação,
vômito e dispneia.
Tratamento: acontece pelo uso de antibióticos. Exemplos: clidamicina (escolhida para tratar a
forma clínica da doença) e a pirimetamina.
Profilaxia: está ligada à diminuir a incidência da infecção em felinos, sendo estes os animais
mais afetados. Nesse sentido, deve-se atentar para limpezas rotineiras de caixas de areia,
assim como o descarte correto dessas fezes, higiene dos alimentos fornecidos ao animal e
restrição do acesso de crianças à caixa de areia, tendo em vista o pontecial zoonótico da
enfermidade.
Neosporose
O que é: é uma doença infecciosa que acomete animais domésticos e de produção. Seu
agente etiológico é intracelular obrigatório e possui duas formas infectantes: os taquizoítos e
bradizoítos.
Transmissão: é transplacentária.
Sintomas: são semelhantes aos descritos para a toxoplasmose, porém também apresenta
problemas neurológicos e musculares.
Profilaxia: evitar cruzar cadelas que pariram filhotes clinicamente acometidos e a realização
de OSH (ovariosalpingo-histerectomia).
Efeitos ligados à reprodução animal: abortos são mais incomuns, porém a morte neonatal
é muito mais recorrente.
Herpes canino
O que é: é uma doença infecciosa que atua nas vias oronasais e genitais de animais
domésticos. Diante desse panorama, essa infecção está distribuída mundialmente em cães
domésticos e também em canídeos selvagens. Seu agente etiológico é instável em pH abaixo
de 5 e maior do que 8, sendo sensível a solventes líquidos (detergentes) e a desinfetantes.
Causa: em cães, é causada pelo vírus herpesvírus canino, sendo um típico alfa-herpes-vírus.
Transmissão: se dá pelo coito, por contato com secreções oronasais e, em alguns casos,
pela via transplacentária.
Profilaxia: evitar o contato de fêmeas gestantes com outros animais e a eliminação do vírus
no ambiente por meia da limpeza com o uso de formol, produtos clorados, solventes lipídicos
e amônia quaternária.
Herpes-vírus felino
Efeitos ligados à reprodução animal: aborto de fetos vivos ou mortos, assim como morte
fetal dentro do útero da gata com a presença de maceração fetal e autólise.
O que é: são vírus da família Parvoviridae que acometem os canídeos. Nesse cenário, apenas
os cães possuem predisposição a esse agente agente patológico.
O que causa: em cães adultos seu efeito é quase imperceptível, porém em neonatos provoca
diversas lesões microscópicas e macroscópicas, podendo levar o filhote ao óbito.
Efeitos ligados à reprodução animal: causa reabsorção fetal e as cadelas podem parir os
neonatos bem debilitados ou mortos.
O que é: é um vírus que pertence ao gênero Gamaretrovirus. Este, por sua vez, também é
conhecido como FeLV e possui grande prevalência em locais com altas concentrações de
felinos, tais como gatis e abrigos.
O que causa: provoca doenças como a leucemia felina e infecções no trato respiratório e
genital do animal, levando, assim, ao agravo do estado de saúde do indivíduo.
Transmissão: se dá por contato com saliva contaminada, brigas entre os animais e por meio
da via transplacentária.
Diagnóstico: feito por exames laboratoriais a partir de material coletado de gatos, assim,
pode se fazer a detecção do antígeno viral p27.
O que é: se trata de um vírus que pertence ao gênero Lentivirus, sendo conhecido também
como FIV. Nesse contexto, etima-se que em todo o mundo a taxa de prevalência desse
patógeno em felinos é de 12%.
O que causa: compromete o sistema imune do animal, semelhante ao HIV, e pode afetar o
trato reprodutor de gatas no decorrer da gestação.