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CONCEITOS CONTABILÍSTICOS FUNDAMENTAIS

Equipa de Introdução à Contabilidade


(Licenciatura em Contabilidade;
Licenciatura em Solicitadoria)

LICENCIATURA EM SOLICITADORIA
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
CONCEITOS CONTABILÍSTICOS FUNDAMENTAIS
ESTRUTURA DO SNC

1. Bases para a apresentação das Demonstrações Financeiras (BADF);


2. Modelos de Demonstrações Financeiras (MDF);
Decreto Lei
98/2015 3. Código de Contas (CC);
4. Normas contabilísticas e de relato financeiro (NCRF);
Anexo
5. Norma contabilística e de relato financeiro para pequenas entidades (NCRF-PE);
6. Norma contabilística e de relato financeiro para entidades do setor não
lucrativo (NCRF-ESNL)
7. Norma Contabilística para Microentidades (NC-ME)
8. Normas interpretativas (NI).

A Estrutura Conceptual constitui um documento autónomo, enquadra todos aqueles


elementos do SNC. INTRODUÇAO À CONTABILIDADE - SOLICITADORIA 2
ESTRUTURA DO SNC
ESTRUTURA CONCEPTUAL

ESTRUTURA CONCEPTUAL (Aviso nº8254/2015, de 29/7)


 Estabelece conceitos que estão subjacentes à preparação e apresentação das demonstrações financeiras (§2).
 Não é uma norma, pelo que não define regras de mensuração e de divulgação (§3).

 Trata (§5 a 7):


 do objetivo das demonstrações financeiras;
 das características qualitativas que determinam a utilidade da informação contida nas demonstrações
financeiras;
 da definição, reconhecimento e mensuração dos elementos a partir dos quais se constroem as demonstrações
financeiras; e
 dos conceitos de capital e de manutenção de capital.

INTRODUÇAO À CONTABILIDADE - SOLICITADORIA 3


ESTRUTURA CONCEPTUAL
UTILIZADORES DA INFORMAÇÃO FINANCEIRA (§9 A 11)

 As demonstrações financeiras, preparadas, elaboradas e apresentadas pela contabilidade, devem atender às


necessidades dos utilizadores externos e internos à entidade § 9 a 11 - Estrutura Conceptual

Utilizadores externos Utilizadores internos


• Investidores atuais e potenciais • Gerência / Administração
• Instituições de crédito •Acionistas
• Clientes •Empregados e grupos representativos
• Fornecedores e outros credores comerciais
• Governo e seus departamentos Utilizadores internos – participam
• Público diretamente na gestão da empresa,
assim como em qualquer outra função
Utilizadores externos – não participam de controlo da mesma. Neste sentido,
diretamente na gestão da empresa, mas são usam a informação interna e externa
afectados pela situação económico-financeira da produzida pela contabilidade, com fins
mesma. de continuidade, controlo e decisão.
Necessitam de informação “normalizada” INTRODUÇAO À CONTABILIDADE - SOLICITADORIA 4
ESTRUTURA CONCEPTUAL
ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (§47 A 79)

BALANÇO
 ATIVO
Demonstração da  PASSIVO
Posição Financeira  CAPITAL PRÓPRIO

DEMONSTRAÇÃO DOS
RESULTADOS
 GASTOS
 RENDIMENTOS
Desempenho
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ESTRUTURA CONCEPTUAL
ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (§47 A 79)

ATIVO:
 Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de acontecimentos passados e do qual se
espera que fluam para a entidade benefícios económicos futuros. §49 a) - EC
NCRF 1:
 Exemplos:
 Edifícios
 Equipamentos de transporte (viaturas)
 Equipamentos fabris
 Computadores
 Licenças para utilizar determinado processo de fabrico ou software informático
 Dívidas a receber (de clientes e outros devedores)
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 Dinheiro em caixa, depósitos bancários, etc.
ESTRUTURA CONCEPTUAL
ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (§47 A 79)

PASSIVO:
 Passivo é uma obrigação presente da entidade proveniente de acontecimentos passados, da liquidação da qual
se espera que resulte um exfluxo de recursos da entidade incorporando benefícios económicos.§49 b) - EC
 Uma característica essencial de um passivo é a de que a entidade tenha uma obrigação presente. Uma
obrigação é um dever ou responsabilidade para agir ou executar de certa maneira. As obrigações podem ser
legalmente impostas como consequência de um contrato vinculativo ou de requisito estatutário - §59.
NCRF 1:

 Exemplos:
 Empréstimos bancários
 Dívidas ao Estado
 Dívidas a fornecedores e a outros credores, etc.
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ESTRUTURA CONCEPTUAL
ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (§47 A 79)

CAPITAL PRÓPRIO:
 Capital próprio é o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzir todos os seus
passivos. §49 c) - EC

 Exemplos:
 Capital social subscrito e realizado pelos sócios ou acionistas
 Reservas
 Resultado líquido do período (lucro ou prejuízo)

INTRODUÇAO À CONTABILIDADE - SOLICITADORIA 8


ESTRUTURA CONCEPTUAL
ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (§47 A 79)

 RENDIMENTOS são aumentos nos benefícios económicos durante o período contabilístico na forma de
influxos ou aumentos de ativos ou diminuições de passivos que resultem em aumentos no capital próprio,
que não sejam os relacionados com as contribuições dos participantes no capital próprio. §69 a) - EC

 A definição de rendimentos engloba - §72 a 75:


 Os RÉDITOS provêm do decurso das atividades correntes ou ordinárias de uma entidade.
Ex: Vendas, prestações de serviços, juros, dividendos, rendas.
 Os GANHOS podem, ou não, provir do decurso das atividades correntes. São aumentos do património da
entidade provenientes de atividades periféricas ou acidentais.
Ex: Mais-valias obtidas na alienação de ativos não correntes, indemnizações recebidas, etc.

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ESTRUTURA CONCEPTUAL
ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (§47 A 79)

 GASTOS são diminuições nos benefícios económicos durante o período contabilístico na forma de
exfluxos ou deperecimentos de ativos ou na incorrência de passivos que resultem em diminuições do
capital próprio, que não sejam as relacionadas com distribuições aos participantes no capital próprio.
§69 b) - EC

 A definição de gastos engloba - §76 a 78:


 GASTOS: provêm das atividades ordinárias (ou correntes) da entidade.
Ex: custo das vendas, salários, depreciações.
 PERDAS: podem, ou não, surgir no decurso das atividades ordinárias da entidade. São diminuições do
património da entidade provenientes de atividades periféricas ou acidentais
Ex.: alienações de ativos não correntes, indemnizações pagas, etc.
INTRODUÇAO À CONTABILIDADE - SOLICITADORIA 10
ESTRUTURA CONCEPTUAL
ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (§47 A 79)

 O RESULTADO, surge da diferença entre os rendimentos e os gastos

Resultado
Positivo Lucro
Rendimentos - Gastos Resultado
negativo
Prejuízo

Lucro Rendimentos > Gastos

Prejuízo Rendimentos < Gastos


INTRODUÇAO À CONTABILIDADE - SOLICITADORIA 11
ESTRUTURA CONCEPTUAL
RECONHECIMENTO DOS ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (§80 A 96)

 O RECONHECIMENTO é o processo de incorporar no balanço e na demonstração dos resultados um


item que satisfaça a definição de um elemento e satisfaça os critérios de reconhecimento.
 (Isso envolve a descrição do item por palavras e por uma quantia monetária e a inclusão dessa quantia
nos totais do balanço ou da demonstração dos resultados)

Satisfaz a definição de um elemento


Reconhecimento

É provável que qualquer beneficio económico futuro Critérios de


associado com o item flua para ou da entidade reconhecimento

O item tem um custo ou um valor que pode ser


mensurado com fiabilidade
INTRODUÇAO À CONTABILIDADE - SOLICITADORIA 12
ESTRUTURA CONCEPTUAL
MENSURAÇÃO DOS ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (§80 A 96)

 MENSURAÇÃO é o processo de determinar as quantias monetárias pelas quais os elementos das


demonstrações financeiras devam ser reconhecidos e inscritos no balanço e na demonstração dos
resultados. Isto envolve a seleção da base particular de mensuração.

Bases de
Mensuração

Valor realizável
Custo histórico Custo Corrente Valor presente Justo valor
(de liquidação)

A base de mensuração geralmente adotada pelas entidades ao preparar as suas demonstrações


financeiras é o custo histórico. Este é geralmente combinado com outras bases de mensuração.
INTRODUÇAO À CONTABILIDADE - SOLICITADORIA 13
MENSURAÇÃO DOS ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (§80 A 96)

Custo histórico
Os ativos são registados pela quantia de caixa, ou equivalentes de caixa paga ou pelo justo valor da retribuição dada para os
adquirir no momento da sua aquisição. Os passivos são registados pela quantia dos proventos recebidos em troca da obrigação,
ou em algumas circunstâncias (por exemplo, impostos sobre o rendimento), pelas quantias de caixa, ou de equivalentes de
caixa, que se espera que venham a ser pagas para satisfazer o passivo no decurso normal dos negócios.

Custo Corrente
Os ativos são registados pela quantia de caixa ou de equivalentes de caixa que teria de ser paga se o mesmo ou um ativo
Bases de Mensuração

equivalente fosse correntemente adquirido. Os passivos são registados pela quantia não descontada de caixa, ou de
equivalentes de caixa, que seria necessária para liquidar correntemente a obrigação.
Valor realizável (de liquidação)
Os ativos são registados pela quantia de caixa, ou equivalentes de caixa, que possa ser correntemente obtida ao vender o ativo
numa alienação ordenada. Os passivos são escriturados pelos seus valores de liquidação; isto é, as quantias não descontadas de
caixa ou equivalentes de caixa que se espera que sejam pagas para satisfazer os passivos no decurso normal dos negócios.
Valor presente
Os ativos são escriturados pelo valor presente descontado dos futuros influxos líquidos de caixa que se espera que o item gere
no decurso normal dos negócios. Os passivos são escriturados pelo valor presente descontado dos futuros exfluxos líquidos de
caixa que se espera que sejam necessários para liquidar os passivos no decurso normal dos negócios.
Justo valor
Quantia pela qual um ativo poderia ser trocado ou um passivo liquidado,
INTRODUÇAO Àentre partes -conhecedoras
CONTABILIDADE SOLICITADORIA e dispostas a isso, numa 14

transação em que não exista relacionamento entre elas.


ESTRUTURA CONCEPTUAL
PRESSUPOSTOS SUBJACENTES - §22 E 23

Regime de acréscimo (periodização económica)


Através deste regime, os efeitos das transações e de outros acontecimentos são reconhecidos quando eles
ocorram (e não quando caixa ou equivalentes de caixa sejam recebidos ou pagos).

Continuidade
• As demonstrações financeiras são normalmente preparadas no pressuposto de que uma entidade é uma
entidade em continuidade e de que continuará a operar no futuro previsível.
• É assumido que a entidade não tem nem a intenção nem a necessidade de liquidar ou de reduzir
drasticamente o nível das suas operações.
• Caso exista essa intenção ou necessidade, as demonstrações financeiras podem ter que ser preparadas
segundo um regime diferente e, se assim for, o regime usado deve ser divulgado.

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ESTRUTURA CONCEPTUAL
REGIME DO ACRÉSCIMO: ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOS

 Decorrem da aplicação do REGIME do ACRÉSCIMO:

 Os efeitos das transações e de outros acontecimentos são reconhecidos quando eles ocorram,
independentemente dos pagamentos ou recebimentos associados se verificaram em período anterior ou
posterior, sendo registados contabilisticamente e relatados nas demonstrações financeiras dos períodos
com os quais se relacionem (§ 22 EC) .
 As demonstrações financeiras preparadas de acordo com o regime de acréscimo informam os utentes não
somente das transações passadas envolvendo pagamentos e recebimentos, mas também das obrigações de
pagamento no futuro e de recursos a serem recebidos no futuro.
 Deste modo, proporciona -se informação acerca das transações passadas e outros acontecimentos que seja
mais útil aos utentes na tomada de decisões económicas.

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ESTRUTURA CONCEPTUAL
REGIME DO ACRÉSCIMO: ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOS

 Os Acréscimos representam rendimentos e/ou gastos a reconhecer no próprio exercício, cuja receita
e/ou despesa se verifica no exercício económico seguinte ou seguintes.

 Os Diferimentos representam receitas e/ou despesas que se verificam no exercício económico


presente, cujo rendimentos e/ou gastos , apenas se verifica no exercício económico seguinte ou
seguintes.

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ESTRUTURA CONCEPTUAL
REGIME DO ACRÉSCIMO: ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOS

 Estas rubricas podem surgir no Ativo ou no Passivo.

INTRODUÇAO À CONTABILIDADE - SOLICITADORIA 18


ESTRUTURA CONCEPTUAL
REGIME DO ACRÉSCIMO: ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOS

ATIVO:
ACRÉSCIMOS de RENDIMENTOS:
 Rendimentos a reconhecer no próprio exercício, uma vez que o serviço/ venda foi realizado, mas sem
documentação vinculativa.
 A contrapartida é sempre uma conta de rendimentos.
Ex: Serviços prestados e ainda não faturados.

DIFERIMENTOS DE GASTOS:
 Faturas recebidas relativa a serviços que só irão ser “consumidos” nos exercícios seguintes, pelo que não
podem ser reconhecidos como custos deste exercício.
Ex: Seguro anual pago em 1/out/n: 3/12 é custo de n, e 9/12 só é custo em n+1.
INTRODUÇAO À CONTABILIDADE - SOLICITADORIA 19
ESTRUTURA CONCEPTUAL
REGIME DO ACRÉSCIMO: ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOS

PASSIVO:
ACRÉSCIMOS de GASTOS:
 Gastos a reconhecer no próprio exercício, uma vez que o “consumo, utilização ou desgaste” foi realizado no
exercício, mas sem documentação vinculativa. A contrapartida é sempre uma conta de gastos.
Ex: FSE – eletricidade, água ou comunicações já consumidos mas antes da chegada da fatura do fornecedor;
Remunerações a liquidar: férias e subsídio de férias, vencidos num ano mas só pagos no ano seguinte.

DIFERIMENTOS DE RENDIMENTOS:
 Faturas emitidas e provável recebimento relativas a serviços que só irão ser prestados nos exercícios
seguintes, pelo que não podem ser reconhecidos como rendimento deste exercício.
Ex: Renda recebida em dezembro, referente a janeiro do ano seguinte.

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ESTRUTURA CONCEPTUAL
CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS - §24 A 46

 As características qualitativas são os atributos que tornam a informação proporcionada nas


demonstrações financeiras útil aos utentes.

 As quatro principais características qualitativas são (primárias):

COMPREENSIBILIDADE RELEVÂNCIA (§25 a 30)


(§25)

FIABILIDADE (§31 a 38) COMPARABILIDADE


(§39 a 42)
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ESTRUTURA CONCEPTUAL
CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS - §24 A 46

 Compreensibilidade: a informação deve ser compreendida por todos os utentes, o que requer que os
mesmos possuam conhecimento razoável das realidades económicas e empresariais e do seu reflexo
contabilístico.

 Relevância: a informação para os utentes, para ser útil, tem de ser relevante, isto é, deve ter o poder
de ajudar ou influenciar os agentes económicos a tomar decisões.

 Fiabilidade: as DF devem ser dignas de confiança, isto é, estarem isentas de erros materiais e,
preconceitos que afetem a correta informação aos utentes.

 Comparabilidade: a informação deve ser comparável no tempo, isto é, dentro da mesma entidade e
em diferentes períodos; e no espaço, ou seja, entre diferentes entidades.
INTRODUÇAO À CONTABILIDADE - SOLICITADORIA 22
ESTRUTURA CONCEPTUAL
CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS - §24 A 46

 As características qualitativas incluindo características secundárias são:

FIABILIDADE

Representação fidedigna
COMPREENSIBILIDADE
Substância sob a forma
Neutralidade
Prudência

RELEVÂNCIA Plenitude

Materialidade
COMPARABILIDADE
INTRODUÇAO À CONTABILIDADE - SOLICITADORIA 23
ESTRUTURA CONCEPTUAL
CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS - §24 A 46

 Os constrangimentos à informação relevante e fiável são:

Tempestividade (§43)

Balanceamento entre benefício e custo (§44)

Balanceamento entre características qualitativas (§45)

(§46)
INTRODUÇAO À CONTABILIDADE - SOLICITADORIA 24
ESTRUTURA DO SNC
BASES PARA A APRESENTAÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

 As «Bases para a apresentação de demonstrações financeiras», nas quais se enunciam as regras


sobre o que constitui e a que princípios essenciais deve obedecer um conjunto completo de
demonstrações financeiras.

 As BADF de finalidades gerais estabelecem os requisitos globais que permitem assegurar a


comparabilidade quer com as demonstrações financeiras de períodos anteriores da mesma entidade,
quer com as demonstrações financeiras de outras entidades.

INTRODUÇAO À CONTABILIDADE - SOLICITADORIA 25


ESTRUTURA DO SNC
BASES PARA A APRESENTAÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

 As Bases para a apresentação de demonstrações financeiras preconizam:

2.1 Âmbito, finalidade e componentes


2.2 Continuidade
2.3 Regime de acréscimo (periodização económica)
2.4 Consistência de apresentação

2.5 Materialidade e agregação

2.6 Compensação

2.7 Informação comparativa

2.8 Mensuração INTRODUÇAO À CONTABILIDADE - SOLICITADORIA 26


ESTRUTURA DO SNC
BASES PARA A APRESENTAÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

2.4 Consistência de apresentação


 2.4.1 A apresentação e classificação de itens nas demonstrações financeiras deve ser mantida de um
período para outro, a menos que:

a) (...) uma outra apresentação ou classificação seja mais apropriada, tendo em consideração os critérios para a
seleção e aplicação de políticas contabilísticas.
b) Uma NCRF estabeleça uma alteração na apresentação.

 2.4.2 Uma entidade altera a apresentação das suas demonstrações financeiras apenas se a
apresentação alterada proporcionar informação fiável e mais relevante para os utentes das
demonstrações financeiras e se for provável que a estrutura revista continue, de modo a que a
comparabilidade não seja prejudicada. INTRODUÇAO À CONTABILIDADE - SOLICITADORIA 27
ESTRUTURA DO SNC
BASES PARA A APRESENTAÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

2.5 Materialidade e agregação


 2.5.1 Cada conjunto material de itens semelhantes deve ser apresentada separadamente nas
demonstrações financeiras.
 Os itens de natureza ou função dissemelhante devem ser apresentados separadamente, a menos que
sejam imateriais.

 2.5.2 As DF resultam do processamento de grandes números de transações ou outros acontecimentos


que são agregados em classes de acordo com a sua natureza ou função.
 A fase final do processo de agregação e classificação é a apresentação de dados condensados e
classificados que formam linhas de itens no balanço, na demonstração dos resultados, na
demonstração de alterações no capital próprio e na demonstração de fluxos de caixa ou no anexo. Se
uma linha de item não for individualmente material, ela é agregada a outros itens seja na face dessas
demonstrações, seja nas notas do anexo. INTRODUÇAO À CONTABILIDADE - SOLICITADORIA 28
ESTRUTURA DO SNC
BASES PARA A APRESENTAÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

2.6 Compensação
 Os ativos e passivos, e os rendimentos e gastos não devem ser compensados (exceto quando for
exigido ou permitido).

 É importante que os ativos e passivos, e os rendimentos e gastos, sejam separadamente relatados.


Assim, os ativos e passivos, e os rendimentos e gastos, não devem ser compensados exceto quando
tal for exigido ou permitido por uma Norma Contabilística de Relato Financeiro (NCRF).

 A compensação prejudica a capacidade dos utentes em compreender as transações, exceto quando a mesma reflita
a substância da transação ou outro acontecimento,
 A mensuração de ativos líquidos de deduções de valorização, por exemplo, deduções de obsolescência nos
inventários e deduções de dívidas duvidosas nas contas a receber, não é compensação.
INTRODUÇAO À CONTABILIDADE - SOLICITADORIA 29
ESTRUTURA DO SNC
BASES PARA A APRESENTAÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

2.7 Informação comparativa


 2.7.1 — A menos que uma NCRF o permita ou exija de outra forma, deve ser divulgada informação
comparativa com respeito ao período anterior para todas as quantias relatadas nas demonstrações
financeiras.

 2.7.3 — Quando a apresentação e a classificação de itens nas demonstrações financeiras sejam


emendadas, as quantias comparativas devem ser reclassificadas, a menos que tal seja impraticável.

INTRODUÇAO À CONTABILIDADE - SOLICITADORIA 30


ESTRUTURA DO SNC
BASES PARA A APRESENTAÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

2.8 Mensuração
 2.8.1 — As rubricas reconhecidas nas demonstrações financeiras são mensuradas ao custo de
aquisição ou ao custo de produção, tal como explicitado nos pontos seguintes, exceto se uma NCRF
dispuser diferentemente.

 2.8.4 — Consideram -se ajustamentos de valor os ajustamentos destinados a ter em conta a alteração,
definitiva ou não, da quantia pela qual os elementos do ativo se encontrem mensurados à data do
balanço.

INTRODUÇAO À CONTABILIDADE - SOLICITADORIA 31


BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, Rui, DIAS, Ana I., ALBUQUERQUE, Fábio, CARVALHO, Fernando, PINHEIRO, Pedro, (2010) - “SNC
EXPLICADO – 2ª EDIÇÃO”, ATF Edições Técnicas, Lisboa.

BORGES, António, RODRIGUES, Azevedo e RODRIGUES, Rogério, (2010) “ELEMENTOS DE


CONTABILIDADE GERAL”, 25ª Edição, Áreas Editora, Lisboa.

SILVA, Eusébio Pires da, SILVA, José Luís Miguel da, JESUS, Tânia Alves de, SILVA, Ana Cristina Pires da,
(2011) “SNC -CONTABILIDADE FINANCEIRA – CASOS PRÁTICOS - TOMO I (Contabilidade das empresas
individuais)”, Rei dos Livros, Lisboa.

SILVA, Eusébio Pires da e SILVA, Ana Cristina Pires da, (2010) “SNC – MANUAL DE CONTABILIDADE”, Rei dos
Livros, Lisboa.

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