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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

Curso de Direito

A  RESPONSABILIDADE DAS EMPRESAS PELAS MORTES DOS


FUNCIONÁRIOS DEVIDO AO COVID19

JOANA MARQUES DA ROCHA LEITE

Natal/RN
2021.2
JOANA MARQUES DA ROCHA LEITE

A  RESPONSABILIDADE DAS EMPRESAS PELAS MORTES DOS


FUNCIONÁRIOS DEVIDO AO COVID19

Artigo Científico Jurídico apresentado à


Universidade Estácio de Sá, Curso de
Direito, como requisito parcial para
conclusão da disciplina Trabalho de
Conclusão de Curso.

Orientador(a): Prof. Claudia Abbass


Correa Dias

Natal/RN
2021.2
Resumo

Este artigo versa sobre a exame das enfermidades ocupacionais e sua


importância no atual momento em que vivemos sobre a pandemia causada
pelo novo Corona Vírus (vírus SARS-CoV-2). Tem como escopo considerar as
transformações nas relações formadas entre empregados e empregadores que
decorrem das adoções de Medidas Governamentais que ocasionaram a
relativização da norma trabalhista e verificar a perspectiva da caracterização da
COVID-19 como Doença Ocupacional. Buscou desenvolver um estudo
seguindo uma metodologia quantitativa, documental e bibliográfica na
legislação e doutrina ponderando as jurisprudências que tratem a temática. A
pesquisa aborda de forma sistemática uma análise e revisão sobre os variados
conceitos que englobam a saúde e o amparo ao empregado e empregador
diante do atual cenário pandêmico ao qual é vivenciado. Com o resultado do
presente artigo, é conclusivo que a exposição oferecida ao empregado sobre o
ambiente de trabalho em relação ao contágio é latente, ficando assim os
empregadores responsáveis organização, adaptação e fornecimento de meios
seguros para exercer o labor de acordo com as medidas e normas sanitárias,
que em caso de negativa ao acatamento, se faz necessário responsabilização.

Palavras-chave: Doenças Ocupacionais; Atos Governamentais;


Responsabilização.

Abstract

This article deals with the examination of occupational diseases and their
importance in the current moment we live in the pandemic caused by the new
Corona Virus (SARS-CoV-2) virus. Its scope is to consider the transformations
in the relationships formed between employees and employers that result from
the adoption of Government Measures that caused the relativization of the labor
standard and to verify the perspective of the characterization of COVID-19 as
an Occupational Disease. It sought to develop a study following a quantitative,
documentary and bibliographic methodology in legislation and doctrine,
considering the jurisprudence that deal with the subject. The research
systematically addresses an analysis and review of the various concepts that
encompass health and support for employees and employers in the face of the
current pandemic scenario in which they are experienced. With the result of this
article, it is conclusive that the exposure offered to the employee about the work
environment in relation to contagion is latent, thus the employers are
responsible for organizing, adapting and providing safe means to perform the
work in accordance with the measures and sanitary standards, that in case of
refusal to comply, accountability is necessary.

Keywords: Occupational disease; Governmental Measures; Accountability.


Sumário

1. INTRODUÇÃO. 2 DESENVOLVIMENTO. 2.1 A Covid-19 e as relações de


trabalho . 2.1.1 Doença Ocupacional: características e regulamentação . 2.1.2
A caracterização da Covid-19 como Doença Ocupacional . 2.2 A relação
causal ou concausual da Covid-19 e o ambiente de trabalho. 2.2.1
Responsabilidade do empregador objetiva e subjetiva. 2.3 Consequências do
enquadramento da Covid-19 como Doença Ocupacional 2.3.1 Impactos
Jurídicos, 2.3.2. Impactos Econômicos. 2.3.3 A Excludente de Ilicitude do
Empregador e a Covid-19. CONCLUÇÃO. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
INTRODUÇÃO

A pandemia que surgiu no mundo pela COVID-19, doença causada pelo


Novo Coronavírus SARS-CoV-2, provocou uma série de mudanças em
diversos setores relacionados à vida das pessoas, como, por exemplo, a
adoção de medidas destinadas à contenção do vírus as quais impactaram
diretamente no campo econômico e proporcionalmente nas relações
trabalhistas.

No campo jurídico, devido à drástica mudança no cotidiano dos


operadores, acarretou a obrigação de uma readaptação no ordenamento
jurídico pátrio ressignificando preceitos e posicionamentos firmados em
jurisprudências, os quais deixaram lacunas que necessitam ser sanadas para
garantir a segurança jurídica de todos.

No campo do Direito do Trabalho, responsável por regular as relações


funcionais, passou-se a constatar a circunstância do empregado e empregador
por meio da publicação de Medidas Provisórias outorgando aos empregadores
a permissão de gozar de seu Poder Diretivo aproveitando dos meios
necessários para conservação ou extinção do Contrato de Trabalho como:
reduções temporárias dos contratos firmados, alteração de direitos coletivos,
diminuição salarial, bancos de horas e concessão de férias.

Não obstante disso, há que se falar em um ponto de ampla repercussão


qual seja a probabilidade do enquadramento do vírus SARS-CoV-2 como uma
Doença Ocupacional, conferindo ao poder Executivo a empreitada de afastar o
nexo causal entre o trabalho bem como suas atividades laborais e a
contaminação do vírus.

Em implicação de diversas exigências feitas pela classe trabalhadora por


intercessão dos partidos políticos e representantes sindicais por meio da
propositura de Ações Diretas de Inconstitucionalidades – ADIns (6342, 6344,
6346, 6348, 6349, 6352 e 6354), fundamentadas no abuso de Direitos
garantidos na Carta Magna, à medida que abordava sobre a possibilidade do
Covid-19 como doença ocupacional foi submetida à análise do Superior
Tribunal Federal órgão guardião do Controle de Constitucionalidade.

Após a votação efetivada no plenário, definiu pela cessação da eficácia


dos artigos 29 e 31 da Medida Provisória 927/2020, abrindo uma lacuna quanto
à probabilidade de assinalar-se a patologia causada pelo Covid-19 como uma
enfermidade laboral e quais constituiriam os reflexos deste ajuste na seara
trabalhista e previdenciária.

Diante ao exposto, há que se discorrer na inconstitucionalidade da


disposição que suprime o Covid-19 do rol de doenças ocupacionais? Caso seja
o Covid-19 reconhecido como uma doença ocupacional, quais seriam os
reflexos ocasionados? Qual será a responsabilidade do empregador frente à
elevação do risco no exercício de seu negócio? Estas são dúvidas que ao
longo deste artigo serão sanadas possibilitando aperfeiçoar uma opinião sobre
o devido questionamento.

De tal modo que o presente trabalho tem como objeto avaliar os


aspectos jurídicos trabalhistas que englobam a pandemia provocada pelo Novo
Coronavírus e sua abrangência no rol de Doenças Ocupacionais, bem como,
as condições deste ajuste e seus efeitos jurídicos.
2 DESENVOLVIMENTO

2.1 A COVID-19 E AS RELAÇÕES DE TRABALHO

A pandemia do Novo Corona Vírus (Sars-Cov-2) tem se mostrado uma


das epidemias que mais causou impactos mundiais, provocando o Direito a
explorar meios para garantir a seguridade das afinidades jurídicas originando a
obrigação de inovação e adaptação de empregados e empregadores nos
múltiplos contratos de trabalho regularizados pela Legislação Trabalhista.

No Brasil, para regularização das relações de trabalho foram editadas


diferentes Medidas Provisórias de modo a decrescer o índice de desemprego
em implicação do cenário atual de pandemia, sobrepondo a saúde econômica
da empresa e a manutenção dos empregos por mais tempo.

Nesse caminhar, além da assiduidade das relações de trabalho, outro


ponto de grande relevância é a saúde de todos os empregados, devendo então
os empregadores trabalharem para reduzir os riscos ocasionados à atividade
laboral utilizando meios que definem prevenção, orientados por profissionais
das áreas da Medicina e Segurança do Trabalho, constantes na CLT
(Consolidação das Leis Trabalhistas).

No tocando às adaptações realizadas de forma organizada, respeitando


todas as Medidas Governamentais exigidas para o bom convívio e
enfrentamento a pandemia, estão o isolamento social, a utilização de
acessórios de segurança individual (máscaras, luvas e face-shields), o modelo
de trabalho em Home Office demonstrou ser eficaz como uma alternativa para
as empresas que necessitaram restringir suas atividades presenciais ou reduzir
o número de funcionários de forma simultânea no ambiente de trabalho.

Sob essa organização, além da nova forma de trabalho apelidada como


Teletrabalho, as Medidas Provisórias trataram sobre variados pontos como: a
diminuição da jornada de trabalho, antecipação das férias ou as férias
coletivas, a suspensão em alguns casos do contrato por tempo determinado, o
aproveitamento e a antecipação de feriados, tele entrega e outros.

Perante o conteúdo das Medidas Provisórias é importante lembrar que o


empregador formal, aquele que possui uma conexão empregatícia pela
presença dos devidos requisitos legais encontra-se respaldado, mas vale
lembrar também, sobre a carência de medidas para os empregadores
autônomos (informais) que ficam com necessidade de encontrar um meio de
subsistência.

É uma dificuldade que decorre de Medidas e propostas Governamentais


que impõe através do isolamento social, limitação para livre circulação de
pessoas, ao qual atinge diretamente o dia a dia negocial dos pequenos
empregadores e seus serviços prestados.

Embora, a atual situação é crítica em relação a oportunidades de


emprego e de ofertas de trabalho, notamos que o problema é amplo e
complexo, pois, temos a vertente que verifica a diminuição de maneira
exponencial a oferta de trabalhadores e a outra a contaminação decorrente do
exercício do trabalho, devido as condições insalubres.

As condições atuais de trabalho são um desafio para os empregadores,


medidas a se adaptar e cuidados a se tomar. Os empregados se assujeitam a
um risco eminente de contágio por conta de suas atividades laborais e em caso
de contaminação, torna-se inquestionável a situação do empregador.

2.1.1 DOENÇA OCUPACIONAL: CARACTERÍSTICAS E


REGULAMENTAÇÃO

A apreensão com a saúde do empregado ao cumprir suas atividades


laborais, recebeu cuidados a partir da Revolução Industrial com o surgimento
de regulamentações e leis de amparo ao empregado. Em seguida, como
reflexo da Segunda Guerra Mundial e das transformações tecnológicas, após
estudos e percepções dos empregadores sobre os elevados custos
relacionados a doenças causadas pelo labor, tem-se o aumento do conceito de
Medicina do Trabalho passando a se falar na Saúde Ocupacional dos
Trabalhadores.

A ação da Medicina do Trabalho passa a ser de importante esforço,


sendo esta qualificada como uma característica médica responsável por lidar
com a saúde do trabalhador e seu trabalho, discutindo as medidas a se
resguardar e preservar o físico, psíquico e a saúde como um todo do
empregado.

As doenças laborais começam a ser tratadas como aquelas que causam


transformações na saúde do empregado, sendo ocasionada por fatores
relacionados ao ambiente de trabalho e as atividades desenvolvidas adjunto
com as constantes da relação organizada pelo Ministério do Trabalho e a
Previdência Social.

Temos então doenças que são classificadas como próprias à função


trabalhadas pelo empregado, quais sejam as ocupacionais ou do trabalho que
estão regulamentadas no artigo 20 e seus incisos da Lei 8.213 de 1991, sendo
assim, definidas como enfermidades que são trazidas através de função
exercida no trabalho ou que possuam relação direta com o labor exercido,
vejamos:

Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo


anterior, as seguintes entidades mórbidas:

I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada


pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante
da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da
Previdência Social;

II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada


em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com
ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no
inciso.

Mediante o artigo ora mencionado, conseguimos distinguir com clareza


as doenças relacionadas ao trabalho da seguinte maneira: doenças advindas
do trabalho e doenças ocupacionais. As doenças ocupacionais como trazido
anteriormente são qualificadas como aquelas que decorrem do trabalho em
função da atividade exercida. No que lhe concerne, às doenças do trabalho são
entendidas como aquelas não estão atreladas diretamente a função do
emprego, mas ao local onde é realizado.
A distinção de doença ocupacional é marcada pela comprovação do
nexo de causalidade existente entre o empregado e a função exercida, porém,
é importante que este nexo deva ser exposto de forma inquestionável e a
doença ao qual se acometeu ter único e exclusivo motivo, o trabalho.

Segundo estes entendimentos, o legislador organizou no rol do artigo


20,§1º da Lei 8.213/1991, quais doenças não são apropriadas a serem
ocupacionais sendo elas: doenças que não causem a incapacidade do
empregado , inerentes ao grupo etário, doenças degenerativas e as doenças
endêmicas.

Vale ressaltar que as doenças degenerativas são avaliadas como as que


venham a causar uma deterioração no corpo do indivíduo, onde
exemplificando, são doenças que relacionam a circulação, ossos, tecidos,
visão, cérebro e todo e qualquer órgão interno. Essas enfermidades são
causadas por fatores genéticos ou pela forma de vida do indivíduo,
involuntariamente da atividade laboral, sendo qualificada apenas por exames
exclusivos e para fins trabalhistas através da realização de perícias médicas.

Por sua vez, as doenças com referência aos grupos etários são
marcadas pela idade do adoecido como: Osteoporose, Alzheimer e outras, não
sendo consideradas doenças ocasionadas pelo trabalho, pois a atividade
laboral não pode ser responsável pelas doenças pré-existentes.

Temos também as doenças endêmicas, que decorrem de grupos


populacionais que estão infectados e que podem se desenvolver no ambiente
de trabalho em que seu portador atue. Nesse exemplo, a complexidade é maior
em lidar com tais doenças e está no caso de que somente a existência ou
inexistência de causalidade pode impedir tal caracterização.

2.1.2 A CARACTERIZAÇÃO DA COVID-19 COMO DOENÇA


OCUPACIONAL

Com as devidas considerações acima, a atual situação causada pela


pandemia trouxe consigo um novo questionamento, este acerca do
enquadramento em que a Covid-19 possibilita no rol de Doenças Ocupacionais.
O tema ganhou notoriedade após publicação do Artigo 29 da Medida Provisória
de n.º 927 qual estabelecia: “Os casos de contaminação pelo coronavírus
(Covid-19) não seriam considerados ocupacionais, exceto mediante
comprovação do nexo causal”.

Depois da edição da medida acima, os empregadores e o meio


empregatício se depararam diante de uma gama de possibilidades e conflitos,
pois em sua temática, traria responsabilidade ao empregador e o ônus de
comprovar o nexo causal entre a contaminação do empregado e o labor
ofertado, o que vieram a ocasionar diversas demandas judiciais ao longo de
toda extensão pandêmica.

Tendo então o Superior Tribunal Federal (STF) se manifestado por


decisões interlocutórias no Julgamento das Ações Diretas de
Inconstitucionalidade (ADIN’s de nº. 6342, 6344, 6346, 6348, 6349, 6352 e
6354) motivadas pelo reconhecimento da inconstitucionalidade e a insegurança
jurídica causada aos indivíduos restou decidido pela suspensão da eficácia do
Artigo 29 da medida n.º 927.

A decisão ora tomada pelo Superior Tribunal Federal suprimiu o principal


elemento antes discutido: o ônus da comprovação do nexo de causalidade
entre a contaminação e o ambiente laboral. Esta cessação permitiu que os
indivíduos debatessem sobre a transferência do ônus para o empregador que
deverá então comprar que a doença não adveio do labor exercido e as
tomadas de decisões da empresa em relação as medidas de segurança foram
assertivas, com medidas de higiene e cuidados, bem como disposição de
medicamentos para controlar a propagação do novo corona vírus e a pandemia
em que o mundo engloba.

Então, é orquestrado com dúvida para o leitor, que se questiona sobre a


Covid-19, enfim, pode ser considerada como doença ocupacional? Já trazemos
no rol acima exposto, em seu artigo 20 da Lei 8.293/91 a patologia aqui
discutida não se enquadra no rol trazido. E a discussão jurídica e os
entendimentos, pairam sobre esse entendimento, afinal a legislação prevê a
possibilidade de que as doenças não inseridas no rol do dispositivo supracitado
sejam reconhecidas pela Previdência Social como doenças laborais.

Analisando cuidadosamente esta demanda jurídica com apoio das


normas e conceitos existentes, a Covid-19 não pode ser enxergada com uma
Doença Ocupacional, pois se trata de uma doença advinda de uma pandemia
mundial, ao qual mesmo com todo esforço governamental e privado, não existe
como única responsabilidade, o fato do labor, pois mesmo não laborando, o
indivíduo está sujeito a doença. Estamos diante de uma novidade patológica
que é atualmente desconhecida por cientistas, profissionais da saúde e
médicos, ainda não sendo possível, a detecção do momento em que o
indivíduo vem a se contaminar.

Com análise do dispositivo legal, não é plausível deparar uma previsão


exata acerca de doenças pandêmicas, pelo contrário, denota-se a existência de
lacunas normativas nesse aspecto. Contudo, conforme disposto no artigo 20,
§1º, "'d", da Lei 8.213/91 as doenças endêmicas são aquelas: d) a doença
endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se
desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato
direto determinado pela natureza do trabalho.

Para analisar o enquadramento da COVID-19 nos casos de


contaminação dos funcionários a verificação do nexo de causalidade é
realizada por peritos ordinários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o
que é determinado pela legislação previdenciária no Artigo 21-A, Lei n.º 8.213-
1991: “A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)
considerará caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando
constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o
agravo”.

2.2 A RELAÇÃO CAUSAL OU CONCAUSAL DA COVID-19 E O AMBIENTE


DE TRABALHO
A Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou o Novo Corona Vírus
(Sars-Cov-2), como uma pandemia global. Porém, é importante saber se esta,
pode ser excluída do rol de doenças laborais, através do conceito de uma
endemia. Seguindo esta toada, se faz necessário distinguir pandemia de
endemia, para encontrar a resposta à questão posta à análise.

A Endemia tem por característica um grande número de casos de uma


determinada doença, em uma específica região geográfica, e a pandemia
somente é declarada pela OMS quando a doença alcança todas as regiões, e
mais crítico, no caso do Brasil, a doença atingiu todos os estados da
Federação, não havendo então, outra lógica a não ser, em regra, se tratar de
uma enfermidade do trabalho, aplicando-se, por semelhança, a norma do art.
20, § 1º, IV, da Lei de Benefícios.

Não é prudente considerar que o Novo Corona Vírus seja uma doença
ocupacional, estando então os empregadores livres de qualquer medidas
judiciais promovidas por seus empregados, com lides indenizatórias e
trabalhistas, perante a Justiça do Trabalho.

Contudo, frisamos que existem excepcionalidades, a norma nos mostra


em relação a situação dos profissionais que se mantém expostos diariamente,
pelo caráter do seu trabalho, com vírus ou qualquer tipo de protozoário que
possa a vir trazer infecções, de forma endêmica ou até mesmo pandêmica.
Desta forma, vários trabalhadores estão tendo diariamente contato direto com
pessoas infectadas com o Novo Corona Vírus, seja mediante contato direto
com pacientes portadores deste vírus ou até mesmo por contato sem que
tenham entendimento, entre as variadas atividades laborais em que não
puderam ser paralisadas, onde mesmo com determinações de isolamento
social, permanecem na excepcionalidade.

Além de todo exposto, as atividades laborais essenciais possuem o nexo


causal presumido para o Novo Corona Vírus. São elencadas na lei n. 7.783/89
e na lei de greve, onde define com clareza, quais áreas e serviços são
declarados essenciais. Onde o rol foi ampliado pelo Decreto n. 10.282, de 20-3-
2020 e por vários outros, como, por exemplo, o Decreto n. 10.292, de 25-3-
2020.
Assim, analisando a circunstância do empregado e do empregador nas
atividades declaradas essenciais, o instituto da concausa surge nessa
complexa questão como um fator de equidade, não admitindo o desamparo
para o trabalhador, e, de outro lado, não atribuindo ao empregador uma
indenização desproporcional ao reforço que seu ambiente laboral deu ao
alcance da doença pelo trabalhador, embora que em atividades essenciais.

Por fim, a equidade deverá conduzir as mentes dos aplicadores da


normativa de doenças ocupacionais, de ônus da prova e das reparações
previstas, como se extrai da ratio decidendi da declaração do STF, na tentativa
de realizar uma avaliação justa para ambas as partes.

2.2.1 RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR: OBJETIVA E SUBJETIVA

Perante o Estado atual em que o País se encontra, englobado em


calamidade pública, é indispensável a tomada de medidas e simplificar
procedimentos para garantir de forma rápida e eficaz o atendimento do
interesse público. Entretanto, para isso, é necessário observar garantias
constitucionais, bem como, o sistema jurídico-trabalhista para garantir um
Estado Democrático de Direito.

A OIT caracteriza a COVID-19 como doença profissional. Analisando e


realizando uma interpretação sistemática da legislação brasileira, a COVID-19
pode ser caracterizada como doença ocupacional (ou profissional), caso o
adoecimento seja desencadeado pelo exercício do trabalho característico à
função ou profissão desses trabalhadores, mais comum na situação dos
profissionais de saúde, ou ainda como doença do trabalho, quando causado
pelo meio ambiente do trabalho ou pelas condições a que o empregado é
exposto.

Em ambos os casos, o empregado doente deverá ser indenizado pelo


empregador, seja em decorrência da responsabilidade pela atividade de risco
(classificada como objetiva), que se caracteriza pela natureza da atividade
laboral e pelo trabalho em situações em que o dano é previsível, seja em face
da responsabilidade pela culpa ou dolo do empregador (classificada como
subjetiva), existente nos casos em que o empregador deixa de cuidar de modo
eficaz do ambiente laboral, por imprudência, imperícia ou negligência, como em
decorrência da ausência ou fornecimento insuficiente de EPI.

A Constituição Federal discorre que a responsabilidade do empregador


pelo dano que causar ao trabalhador, mediante comprovação de dolo ou culpa.
O Código Civil, por sua vez, no parágrafo único do Artigo 927, prevê a
responsabilidade objetiva do autor do dano nos casos de atividade de risco ou
quando houver exprimido previsão legal, situação em que não é necessária a
comprovação de dolo ou culpa. Esta regra é perfeitamente aplicável às
relações trabalhistas, como amplamente reconhecida pela Justiça do Trabalho.

O STF reafirmou a constitucionalidade do artigo 927, parágrafo único,


que garante ao trabalhador o direito à indenização em razão de danos
decorrentes de acidente de trabalho ou adoecimento ocupacional,
independentemente da comprovação de culpa ou dolo do empregador, se a
atividade é considerada de risco (responsabilidade objetiva). Seja como for, a
responsabilidade do patrão nos casos de acidente de trabalho ou adoecimento
ocupacional sempre existiu em qualquer situação de culpa (negligência,
imperícia e imprudência).

Embora a Medida Provisória 927/2020, em seu artigo 29, tenha


pretendido excluir a natureza ocupacional das contaminações por SARS-Cov-2
ocorridas no ambiente de trabalho de modo apriorístico e abstrato, a norma
mostra-se incompatível com os artigos 7 e 225 da Carta Magna. No contexto
da pandemia vivenciada, em que o contágio se dá pelo ar e de modo invisível,
é de se presumir que as atividades desempenhadas por profissionais de saúde,
por exemplo, representam risco especial a esses trabalhadores.

Portanto, a forte embasamento jurídico que a responsabilidade do


empregador existente no caso de adoecimento por COVID-19 dos profissionais
de saúde e em quaisquer outras atividades essenciais é objetiva. Isso porque o
risco da atividade desempenhada por tais trabalhadores é inerente ao fato de
ser necessário, em suas funções ordinárias, o trato frequente com pessoas
contaminadas com o novo Coronavírus, num contexto pandêmico.
2.3 CONSEQUÊNCIAS DO ENQUADRAMENTO DA COVID-19 COMO
DOENÇA OCUPACIONAL

Em um possível cenário de inclusão da Covid-19 no rol de Doenças


Ocupacionais há que se falar em uma série de consequências. Essas
consequências são evidenciadas em diversos ramos, quais sejam: jurídicos,
econômicos e sociais tornando-se necessário analisar os possíveis efeitos.

2.3.1 IMPACTOS JURÍDICOS

Realizada a verificação do nexo causal entre a contaminação do


empregado e o ambiente de trabalho por peritos médicos do Instituto Nacional
do Seguro Social (INSS), passa a se falar em uma série de impactos jurídicos
na seara trabalhista.

Uma destas consequências será a emissão da CAT (Comunicação de


Acidente de Trabalho) com a finalidade de comunicar a Previdência Social à
ocorrência de um Acidente de Trabalho ou Doença Ocupacional pelo
empregado no exercício de sua função para ocorrer o recebimento dos
benefícios previdenciários como o auxílio-doença. Além disso, o empregador
fará jus à estabilidade provisória que determina a proibição da dispensa por um
período de 12 meses, exceto por justa causa.

Cabe-se ressaltar que com a reconsideração dos Acidentes de Trajeto


(percurso até o trabalho) tem-se a presunção do nexo de causalidade entre o
acidente e a atividade laborativa, tratando-se, portanto de um Acidente de
Trabalho.

Diante disso caso o empregado comprove o contágio do vírus no


momento em que se deslocava para seu trabalho ou residência ao final do
expediente, torna-se existente a possibilidade de ser afastado pela
caracterização de uma Doença Ocupacional por equiparação ao Acidente de
Trabalho, sendo necessária a adoção de todas as medidas acima.
Outro impacto de grande relevância é a consignação do FGTS e uma
oscilação no Fator Acidentário de Prevenção (FAP) sob a aplicação do índice
de Contribuição do Grau de Incidência Incapacidades laborativa pago pelos
empregadores. Em outras palavras, quanto maiores os números de acidentes a
FAP aumentará significativamente impactando a contribuição previdenciária
direcionada a aposentadoria especial e os benefícios concedidos com base no
grau de incidência da incapacidade.

Como se nota a responsabilização do empregador não se limita ao que


fora exposto podendo estender-se a custear os prejuízos suportados pelo
funcionário decorrentes da doença como, por exemplo: ressarcimento das
despesas médicas, manutenção dos benefícios caso o empregador encontre-
se incapacitado. Além disso, há que se falar em uma possível
responsabilização “pos mortem” gerando ao empregador o risco de arcar com
indenizações requeridas por meios judiciais.

2.3.2 IMPACTOS ECONÔMICOS

Devido à crise provocada pelo novo coronavírus, podemos observar os


sinais de redução da atividade econômica, como consequência das medidas de
isolamento e distanciamento social, promovidas no Brasil.

Com o fechamento parcial houve a necessidade da redução de jornada


de trabalho de empresas, adesão ao regime de trabalho de Home Office,
interrupção da cadeia produtiva de alguns setores da economia, redução de
exportações e início de uma trajetória de expectativas pessimistas dos
investidores, tanto no mercado financeiro quanto no produtivo.

Importante ressaltar que antes da vinda do novo coronavírus o país


estava superando a crise econômica de 2014/2017, com a retomada do
crescimento econômico de longo prazo e com a agenda de reformas para
2020, as quais devem ser adiantadas, se o cenário político permitir, para a
agenda pós-pandemia.
Ademais, houve, também, a ampliação da recessão econômica devido
ao avanço do vírus. Assim, o governo ampliou as linhas de crédito destinadas
às micro e pequenas empresas para o gerenciamento de caixa. Porém, de
forma geral, os empresários não estão conseguindo acessá-los devido à
comprovação de garantias de pagamento.

Como medida governamental, a concessão do Auxílio Emergencial e a


relativização de regras para o programa de Benefício de Prestação Continuada.
As dificuldades fiscais são ampliadas, com o aumento da dívida pública, seja
pela ampliação de gastos ou pela redução na arrecadação tributária.

Por fim, a situação de baixo crescimento econômico, alta de


desemprego, atividade econômica comprometida devido às necessárias
medidas de isolamento social e a ameaça de um colapso na saúde pública com
crescente número de pessoas enfermas, levou o país a ingressar em uma das
maiores crises econômicas e sociais de sua história.

Diversos empresários tiveram que antecipar as férias para os seus


funcionários, reduzir as jornadas de trabalho e salários ou até mesmo
suspender o contrato de trabalho na tentativa de manter o vínculo de trabalho.
Mas, infelizmente, muitos foram desligados, e o custo da demissão para os
empresários é grande. Assim, diversos empreendedores tiveram que decretar
falência e fechar as portas.

Vale ressaltar, que o sistema de “delivery” ganhou força e está sendo um


método bastante utilizado pelas empresas na tentativa de um possível retorno
financeiro. Ademais, o atendimento em domicílio, vendas pela internet são
outras possibilidades utilizadas na tentativa de enxugar gastos e reduzir custos.

Assim, devido à crise instaurada, os empresários lutam para pagar as


contas e driblar a crise, pois a pandemia limitou o funcionamento de comércio e
serviços.

Por fim, analisando os impactos negativos sofridos por diversos


empresários, conforme explanado acima, ainda sim, não exime a sua
responsabilidade perante o trabalhador de forma objetiva. Se o adoecimento for
desencadeado pelo exercício do trabalho característico à função ou profissão
desses trabalhadores a sua responsabilidade será objetiva, caracterizando,
assim, como doença ocupacional.

2.3.3 A EXCLUDENTE DE ILICITUDE DO EMPREGADOR E A COVID-19

A responsabilidade civil do empregador em regra é de natureza subjetiva


nos termos do Artigo 7º, inciso XXVIII do Texto Constitucional e ficando sujeita
a comprovação do nexo de casualidade, do prejuízo sofrido e da culpa do
empregador. Em situações excepcionais a responsabilidade será objetiva
sendo caracterizada pela constatação do nexo causal e do prejuízo causado ao
empregado independentemente da culpa do empregador.

No que diz respeito ao Covid-19, frustradas todas as tentativas de


prevenção da contaminação dos empregados no ambiente de trabalho um dos
elementos principais é a demonstração de que o contágio foi consequência da
exposição direta com o trabalho, há que se falar na responsabilização do
empregador.

Por sua vez existem casos em que o empregador pode ter sua
responsabilidade excluída desde que comprovado a utilização dos meios
adequados para evitar a propagação do vírus no ambiente de trabalho desde
que observem as medidas de saúde impostas pelo Poder Público e o Ministério
do Trabalho.

Este posicionamento reforça a obrigação do empregador/empresa em


adotar as medidas sanitárias, como utilização de máscaras, higienização do
ambiente de trabalho, utilização de álcool em gel que deve permanecer a
disposição do empregado, controle quantitativo dos empregados nas
dependências do ambiente laboral, afastamento e testagem das pessoas com
sintomas assemelhados ao da Covid-19.

Caso as medidas supracitadas sejam seguidas de forma linear pode-se


presumir que risco do contágio do empregado não se restringe apenas ao
trabalho equiparando, portanto, os riscos sofridos no dia-a-dia.
Em contrapartida, a ausência dos cuidados essenciais e a comprovação
do nexo de causalidade pelo empregado implicam na responsabilização do
empregador, entendimento este adotado pelos Tribunais:

RECURSO ORDINÁRIO. DOENÇA OCUPACIONAL.


ATIVIDADE DE RISCO. RESPONSABILIDADE
OBJETIVA. Em se tratando de atividade classificada
como grau 3 para risco de acidentes de trabalho, é
reconhecida a atividade de risco, atraindo a aplicação do
parágrafo único do art. 927 do Código Civil, sendo
objetiva a responsabilidade do empregador. Provimento
negado, neste aspecto. (TRT da 4ª Região, 9ª Turma,
0020769-86.2017.5.04.0522 RO, em 27/02/2020,
Desembargador Joao Batista de Matos Danda).

Como se nota assim em todas as relações de trabalho haverá o


risco de atribuir ao empregador a responsabilidade pela contaminação de
seus funcionários com a COVID-19, e caso comprovado o nexo entre a
prestação de serviço e o ambiente de trabalho. Contudo, caso o
empregador adote as medidas sanitárias adequadas com a finalidade de
diminuir a propagação do vírus e zelar pela segurança de seus
funcionários estaremos diante de uma forma de exclusão da
responsabilidade do empregador.

3. CONCLUSÃO

A atuação dos trabalhadores neste cenário de pandemia sofreu uma


série de modificações desde a forma qual vão exercer seu trabalho e as
normas de regulamentação que envolvem o contrato de trabalho.

Além da preocupação com a saúde pública e a manutenção dos


empregos, os efeitos negativos da pandemia se tornam visíveis nos dados de
desempregos. Os empregadores cada vez mais buscam preservar suas
empresas e consequentemente a oferta de mão de obra diminui de forma
drástica. Neste cenário atual de desemprego o trabalho informal (trabalho
autônomo) tornou-se uma forma eficaz, porém encontra-se limitado às medidas
de circulação de pessoas e bens.
Posto isso, os reflexos da pandemia estarão presentes por um longo
tempo e a necessidade de adequação às novas formas de trabalho será
constante. Os novos cenários serão marcados por um binômio de
necessidade/possibilidade devendo empregados e empregadores andarem em
conformidade buscando atender um meio entre as melhores condições de
trabalho e manutenção do trabalho. No que tange ao enquadramento a COVID-
19 como uma doença ocupacional é incontestável que a legislação precisa
evoluir para oferecer segurança jurídica a todos, inclusive para o empregador e
empregado.

A atuação dos trabalhadores nas atividades essenciais é um ponto


central no enfrentamento da pandemia. As realizações destas atividades não
podem ser caminho para o adoecimento e a morte. O direito à vida e a
execução do trabalho em condições seguras e protegidas é uma meta a ser
incorporada nas ações de enfrentamento da epidemia. Sem essa junção, não
há como superar essa situação de desastre e crise. Assim, o Judiciário deverá
assegurar a máxima eficácia à normativa de proteção através de sua atuação.

Por sua vez, o amparo legal permite concluir que a integração da Covid-
19 no rol de Doenças Laborais está diretamente ligada no nexo de causalidade,
o qual deverá ser comprovado pelo emprego. Tal inversão do ônus probatório
mantém-se em conformidade com o disposto nos Artigos art. 818 da CLT e 333
do CPC.

Em compensação, o empregador desde que se atentem às normas


sanitárias estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde e o Ministério do
Trabalho qual seja, fornecer ao empregador o EPI adequado quais são:
ambiente de trabalho higienizado, luvas, máscara, álcool em gel disponibilizado
nas dependências da empresa, limitação do número de funcionários.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

DA PENHA DE MENDONÇA COELHO, Bruna; LIMA, Jéssica; CARMO, Brasil;


et al. COVID-19 E AS RELAÇÕES DE TRABALHO BRASILEIRAS: EXTINÇÃO
DO CONTRATO DE TRABALHO E OS IMPACTOS DA CRISE NA
SUBJETIVIDADE DO TRABALHADOR COVID-19 AND BRAZILIAN LABOUR
RELATIONS: EXTINCTION OF EMPLOYMENT CONTRACTS AND THE
IMPACTS OF THE CRISIS OVER WORKER’S SUBJECTIVITY. [s.l.]: [s.d.].
Disponível em:
<https://juslaboris.tst.jus.br/bitstream/handle/20.500.12178/176133/2020_coelh
o_bruna_covid19_relacoes.pdf?sequence=1&isAllowed=y>.

O que é acidente de trabalho - Trabalho Seguro - TST. Tst.jus.br. Disponível


em: <https://www.tst.jus.br/web/trabalhoseguro/o-que-e-acidente-de-trabalho>.
Acesso em: 13 de Maio de 2021.

‌ACIDENTE DO TRABALHO E DOENÇAS OCUPACIONAIS.


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<http://www.normaslegais.com.br/guia/clientes/acidente-trabalho-doencas-
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MARTHA MACEDO SITTONI ; MURILO FOSS. A contaminação pela Covid-19


como doença ocupacional e a responsabilidade do empregador. Jus.com.br.
Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/86941/a-contaminacao-pela-covid-
19-como-doenca-ocupacional-e-a-responsabilidade-do-empregador>. Acesso
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‌ANDRÉ MACHADO CAVALCANTI. A responsabilidade do empregador pela


contaminação do trabalhador com Covid-19. Consultor Jurídico. Disponível em:
<https://www.conjur.com.br/2020-jul-15/andre-cavalcanti-responsabilidade-
empregador-covid-19>. Acesso em: 13 May 2021.
Covid-19 e doença ocupacional: efeitos da decisão do STF - Migalhas.
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FAP - Fator Acidentário de Prevenção. Receita Federal. Disponível em:


<https://receita.economia.gov.br/orientacao/tributaria/declaracoes-e-
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