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Importa atentar que todos que estão ao redor da criança e do adolescente são por eles
responsáveis, tanto a família, a comunidade ou mesmo o Estado, sendo, pois, dever solidário
que se assegure prioridade ao sujeito em desenvolvimento.
Qualquer ação ou omissão que venha a prejudicar esses direitos deverá sofrer sanções
na forma da lei, tanto na esfera penal, civil, quanto administrativa.
ATENÇÃO:
Na interpretação da Lei 8.069/ 90 (ECA), deve-se levar em conta “os fins sociais a que ela se dirige, as
exigências do bem comum, os direitos deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança
e do adolescente como pessoas em desenvolvimento” (art. 6°).
- Da proteção integral;
- Da Prioridade Absoluta;
- Da Convivência familiar
- Da Condição Peculiar como Pessoa em desenvolvimento;
- Da ouvida e participação progressiva;
- Da Municipalidade;
- Do Melhor Interesse;
- Da Responsabilidade Parental.
PODER FAMILIAR
Conjunto de direitos e deveres dos pais em relação aos filhos, importa destacar que o
menor não pode ser retirado de um determinado núcleo em razão de carência de recursos
materiais. Não havendo, portanto, outro motivo para a perda ou suspensão do poder familiar,
a criança deverá ser mantida em seu núcleo original.
GUARDA
Tipos de Guarda
ATENÇÃO:
Não se deve confundir a guarda compartilhada com a guarda alternada, pois a primeira pressupõe
exercício simultâneo dos direitos inerentes à guarda, enquanto na segunda existe uma alternância entre
quem ficará com a guarda e quem ficará com o direito de visita (um período com cada um).
TUTELA
É forma mais abrangente de colocação em família substituta. É, pois, ato jurídico pelo
qual se estabelece o estado de filiação e paternidade, respectivamente entre adotado e
adotante, cuja eficácia está condicionada à chancela judicial.
Importa destacar, ainda, que a adoção atribui a condição de filho para todos os efeitos,
desligando-o de qualquer vínculo com pais biológicos. Pode haver alteração do nome, se
houver desejo do adotante ou adotado, sendo criança ou adolescente.
ATENÇÃO:
A adoção de nascituro é vedada. Invoca-se, a propósito, a Convenção Internacional de Haia, pala qual
se exige consentimento da mãe em relação à adoção após o nascimento da criança.
1°- O adotando deve possuir no máximo 18 anos de idade, exceção feita se ele estiver sob
guarda ou tutela dos adotantes. O adotando não pode ter 18 anos quando a ação for
Ordem de Adoção:
a) Não Cadastrados:
- Adoção Unilateral
- Parentes
- Guarda / Tutela
b) Cadastrados
c) Brasileiros no Exterior
d) Estrangeiros
2) Do Pedido:
- Qualificação das partes, com a apresentação do grau eventual de parentesco entre a criança/
adolescente e os requerentes;
- Qualificação da criança ou adolescente e de seus pais, se forem conhecidos;
- Indicação de existência de bens ou direitos da criança ou adolescente.
3) Pedido Cartorial:
- Se os pais forem falecidos, destituídos ou suspensos de seu poder familiar, ou,
voluntariamente, concordarem com a colocação em família substituta, poderá o pedido ser
efetivado diretamente em Cartório.
4) Estudo Social:
- Realizado por mandato da autoridade judiciária, mediante provocação do Ministério Público,
requerimento das partes ou mesmo de ofício;
- Este estudo pode ser substituído por perícia de equipe interprofissional;
6) Contraditório:
- Somente ocorrerá se a medida implicar perda ou suspensão do poder familiar.
7) Vista ao MP:
- Será concedida pelo prazo de 5 dias.
Adoção Internacional
Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento previsto nos arts. 165 a
170 desta Lei, com as seguintes adaptações:
I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar criança ou adolescente
brasileiro, deverá formular pedido de habilitação à adoção perante a Autoridade
Central em matéria de adoção internacional no país de acolhida, assim entendido
aquele onde está situada sua residência habitual;
II - se a Autoridade Central do país de acolhida considerar que os solicitantes
estão habilitados e aptos para adotar, emitirá um relatório que contenha informações
sobre a identidade, a capacidade jurídica e adequação dos solicitantes para adotar,
sua situação pessoal, familiar e médica, seu meio social, os motivos que os animam
e sua aptidão para assumir uma adoção internacional;
III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o relatório à Autoridade
Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central Federal Brasileira;
IV - o relatório será instruído com toda a documentação necessária, incluindo
estudo psicossocial elaborado por equipe interprofissional habilitada e cópia
autenticada da legislação pertinente, acompanhada da respectiva prova de vigência;
V - os documentos em língua estrangeira serão devidamente autenticados pela
autoridade consular, observados os tratados e convenções internacionais, e
acompanhados da respectiva tradução, por tradutor público juramentado;
VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e solicitar
complementação sobre o estudo psicossocial do postulante estrangeiro à adoção, já
realizado no país de acolhida;
VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade Central Estadual, a
compatibilidade da legislação estrangeira com a nacional, além do preenchimento
por parte dos postulantes à medida dos requisitos objetivos e subjetivos necessários
ao seu deferimento, tanto à luz do que dispõe esta Lei como da legislação do país de
Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de acolhida, a
decisão da autoridade competente do país de origem da criança ou do adolescente
será conhecida pela Autoridade Central Estadual que tiver processado o pedido de
habilitação dos pais adotivos, que comunicará o fato à Autoridade Central Federal e
determinará as providências necessárias à expedição do Certificado de Naturalização
Provisório.
§ 1o A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério Público, somente
deixará de reconhecer os efeitos daquela decisão se restar demonstrado que a adoção
é manifestamente contrária à ordem pública ou não atende ao interesse superior da
criança ou do adolescente.
§ 2o Na hipótese de não reconhecimento da adoção, prevista no § 1o deste
artigo, o Ministério Público deverá imediatamente requerer o que for de direito para
resguardar os interesses da criança ou do adolescente, comunicando-se as
providências à Autoridade Central Estadual, que fará a comunicação à Autoridade
Central Federal Brasileira e à Autoridade Central do país de origem.
DA PREVENÇÃO
Prevenção Geral
Compreende os artigos 70 a 73, do ECA. Inicia o capitulo dispondo ser dever de todos,
sociedade, família, Estado, prevenir, atuar antes que o fato aconteça, a ocorrência de ameaça
ou violação dos direitos da criança e do adolescente. Importa destacar que as normas dispostas
neste Capitulo se aplicam subsidiariamente às regras dispostas na parte onde se trata da
prevenção especial, pois, havendo regra especial esta deverá ser aplicada.
Prevenção Especial
DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou
cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo.
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade
competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
I – encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III – matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino
fundamental;
IV – inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e
ao adolescente;
Todas essas medidas são acompanhadas da regularização do registro civil, sempre que
isto se fizer necessário. Não havendo assento de nascimento, este será confeccionado com
base nos elementos que existirem, sem qualquer ônus.
Ato Infracional
É qualquer conduta que seja tipificada como delito, seja crime ou contravenção.
Sempre que o autor do ato for criança (menor de 12 anos), a ele serão aplicadas as medidas do
art. 101 do ECA.
a) Advertência: Talvez seja a medida de maior tradição no Direito do Menor, tendo constado
tanto no nosso primeiro Código de Menores, o Código Mello Mattos, de 1927, no art. 175,
c) Prestação de Serviços à Comunidade: Cuida-se de uma das inovações do ECA, que veio
acolher a medida introduzida na área penal, em 1984, pelas Leis nº 7.209 de 11 de Julho de
1984 e 7.210 de 12 de Julho de 1984, como alternativa à privação da liberdade. A medida
socioeducativa, prevista no art. 112, III, e disciplinada no art. 117 e seu § único, do ECA,
consiste na prestação de serviços comunitários, por período não excedente a seis meses, junto
a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como
programas comunitários ou governamentais e não governamentais.
g) Da Remissão: é uma espécie de perdão concedido pelo Promotor de Justiça ou pelo Juiz de
Direito. Trata-se de ato bilateral, onde o adolescente, juntamente com seus pais troca o
processo por uma medida antecipada.
▪ Espécies:
- Remissão Ministerial: é concedida pelo promotor de justiça como forma de exclusão do
processo (antes de se iniciar o processo sócioeducativo).
- Remissão Judicial: concedida pelo Juiz, após o início do processo. Ela suspende ou extingue
o processo.
Ademais, a remissão não implica em o reconhecimento de culpa, nem prevalece para
efeitos de antecedentes.
Conselho Tutelar
O Conselho Tutelar é órgão previsto no art. 131 da Lei nº. 8.069 , de 13 de julho de
1990 (ECA), que o instituiu como "órgão autônomo, não-jurisdicional, encarregado de zelar
pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente".
Tem como finalidade precípua zelar para que as crianças e os adolescentes tenham
acesso efetivo aos seus direitos, ou seja, sua finalidade é zelar, é ter um encargo social para
fiscalizar se a família, a comunidade, a sociedade em geral e o Poder Público estão
assegurando com absoluta prioridade a efetivação dos direitos das crianças e dos adolescentes,
cobrando de todos esses que cumpram com o Estatuto e com a Constituição Federal .
Outrossim, importa destacar que cada município brasileiro deve ter pelo menos um
Conselho Tutelar, instituído por lei municipal, composto de cinco membros e escolhido pela
comunidade local com mandato de três anos, sendo permitida uma recondução.
Do acesso à Justiça
Toda criança e adolescente tem direito a ter acesso à Defensoria Pública, ao Ministério
Público e ao Poder judiciário. As ações que envolvem infância e juventude são isentas de
custas, exceto em caso de má-fé.
Sempre que os interesses do menor colidirem com o de seus pais ou responsáveis, será
nomeado a ele um curador.
Estas atribuições podem ser cumuladas com outras, desde que compatíveis com os fins
estabelecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
Podem ser promovidas ações de responsabilidade quando não houver oferta regular
de:
Os crimes previstos pelo ECA não excluem a existência de crimes comuns, devendo-
se atentar para a proibição de bis in idem. São crimes de ação pública incondicionada, a eles
sendo aplicada a Pare Geral do Código Penal e sendo processados na forma do Código de
Processo Penal.
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância
a vexame ou a constrangimento: Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata
liberação de criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da
apreensão: Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda
em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto: Pena
- reclusão de dois a seis anos, e multa.
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga
ou recompensa: Pena – reclusão de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou
recompensa.
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer
meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 1o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de
qualquer modo intermedeia a participação de criança ou adolescente nas cenas
referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com esses contracena.
§ 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime:
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha
cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: Pena –
reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou
outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica
envolvendo criança ou adolescente: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
multa (...).
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo
explícito ou pornográfica” compreende qualquer situação que envolva criança ou
adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos
órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais.
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma,
a criança ou adolescente arma, munição ou explosivo: Pena – reclusão, de 3 (três) a
6 (seis) anos.
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma,
a criança ou adolescente fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo
seu reduzido potencial, sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso
de utilização indevida: Pena – detenção de seis meses a dois anos, e multa.
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no caput do art.
2o desta Lei, à prostituição ou à exploração sexual: Pena – reclusão de quatro a dez
anos, e multa.
§ 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o responsável pelo
local em que se verifique a submissão de criança ou adolescente às práticas referidas
no caput deste artigo.
§ 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização
e de funcionamento do estabelecimento.
Ademais, quanto as infrações Administrativas, elas estão previstas nos artigos 245 ao
258-B, vejamos:
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por qualquer
meio de comunicação, nome, ato ou documento de procedimento policial,
administrativo ou judicial relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato
infracional: Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmente, fotografia de criança
ou adolescente envolvido em ato infracional, ou qualquer ilustração que lhe diga
respeito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos, de forma a permitir sua
identificação, direta ou indiretamente.
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora de rádio ou televisão,
além da pena prevista neste artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a
apreensão da publicação.
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer meio, com inobservância
do disposto nos arts. 83, 84 e 85 desta Lei: Pena – multa de três a vinte salários de
referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79 desta Lei: Pena – multa
de três a vinte salários de referência, duplicando-se a pena em caso de reincidência,
sem prejuízo de apreensão da revista ou publicação.
Quando uma criança ou adolescente pratica um fato previsto em lei como crime ou
contravenção penal, esta conduta é chamada de “ato infracional”. Assim, juridicamente, não
se deve dizer que a criança ou adolescente cometeu um crime ou contravenção penal, mas sim
ato infracional. Portanto, a principal inovação desta nova Lei é que ela regulamenta a
execução das medidas socioeducativas destinadas a adolescente que pratique ato infracional.
Ademais, o rol de medidas socioeducativas está previsto no art. 112 do ECA e não foi
alterado pela Lei 12.594/2012.
O Sinase será coordenado pela União e integrado pelos sistemas estaduais, distrital e
municipais responsáveis pela implementação dos programas de atendimento a adolescente ao
qual seja aplicada medida socioeducativa.
Uma das vantagens da Lei 12.594/2012 é que ela estabelece, de forma detalhada, as
competências de cada ente na execução das medidas socioeducativas. Vejamos:
Competências da União:
I - formular e coordenar a execução da política nacional de atendimento socioeducativo;
II - elaborar o Plano Nacional de Atendimento Socioeducativo, em parceria com os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios;
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III - prestar assistência técnica e suplementação financeira aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas;
IV - instituir e manter o Sistema Nacional de Informações sobre o Atendimento
Socioeducativo, seu funcionamento, entidades, programas, incluindo dados relativos a
financiamento e população atendida;
V - contribuir para a qualificação e ação em rede dos Sistemas de Atendimento
Socioeducativo;
VI - estabelecer diretrizes sobre a organização e funcionamento das unidades e programas de
atendimento e as normas de referência destinadas ao cumprimento das medidas
socioeducativas de internação e semiliberdade;
VII - instituir e manter processo de avaliação dos Sistemas de Atendimento Socioeducativo,
seus planos, entidades e programas;
VIII - financiar, com os demais entes federados, a execução de programas e serviços do
Sinase; e
IX - garantir a publicidade de informações sobre repasses de recursos aos gestores estaduais,
distrital e municipais, para financiamento de programas de atendimento socioeducativo.