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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ

ENGENHARIA ELÉTRICA

ASPECTOS TÉCNICOS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

SALVADOR
2021
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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ
ENGENHARIA ELÉTRICA

ASPECTOS TÉCNICOS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

Trabalho apresentado a Faculdade Estácio de


Sá da cidade de Salvador, como exigência da
matéria de Linhas de Transmissão de Energia
Elétrica I.

Docente:

SALVADOR
2021
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..........................................................................................................................5
1 - Conceito e descrição de sistema de aterramento de LT.............................................5
2 - Descrição dos tipos de estruturas de LT........................................................................6
3 - Descrição e parâmetros de faixas de servidão.............................................................8
4 - Descrição e prevenção do efeito corona........................................................................8
5 - Descrição do modelo de quadripolo para linhas médias..........................................10
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INTRODUÇÃO
Linhas de Transmissão (LT) são condutores através dos quais energia elétrica é
transportada de um ponto transmissor a um terminal receptor. As linhas de
transmissão e distribuição de energia elétrica são exemplos típicos. Os sistemas de
transmissão proporcionam à sociedade um benefício reconhecido por todos: o
transporte da energia elétrica entre os centros produtores e os centros
consumidores.
Eletricidade é em geral transmitida a longas distâncias através de linhas de
transmissão aéreas. A transmissão subterrânea é usada somente em áreas
densamente povoadas devido a seu alto custo de instalação e manutenção, e
porque a alta potência reativa produz elevadas correntes de carga e dificuldades no
gerenciamento da tensão.

1 - Conceito e descrição de sistema de aterramento de LT


O sistema de aterramento é composto por cabos contrapesos e impedâncias
instaladas tanto nos pés das torres de ancoragem quanto nas bases do mastro
central e estais de estruturas estaiadas. São componentes essenciais ao
desempenho de um circuito de transmissão, protegendo o sistema de descargas
atmosféricas, indução de corrente de LTs próximas e acidentes como ruptura da
cadeia de isoladores ou rompimento do cabo condutor. Tal sistema consiste em um
mecanismo que faz escoar o excesso de cargas elétricas oriundas de perturbações,
sendo instalado após a abertura das cavas e antes da montagem das torres. Um
sistema de aterramento ineficiente pode causar distúrbios indesejáveis à
transmissão de energia, como redução da eficiência da LT, formação de arcos
elétricos entre a estrutura e o condutor ou, até mesmo, resultar no desligamento de
toda a rede conectada ao ponto de defeito.
O cabo contrapeso é constituído por um fio, cabo de aço ou fita metálica, enterrado
longitudinalmente ao longo da faixa de servidão em uma profundidade determinada
pelo projetista (normalmente entre 50 e 90 cm), no alinhamento das torres e
acoplados às mesmas por conectores (conector contrapeso-torre, conector entre
contrapesos e conector contrapesoestai), para em seguida ser reaterrado e
compactado convenientemente, conforme ilustra a figura 18. Para efeito de
composição de custos, é estimada uma média de 400 metros de cabo contrapeso
por torre, mas o comprimento real do cabo por estrutura é fornecido na lista de
construção, que também indica o esquema adotado.
O estudo do arranjo pelo qual o cabo contrapeso será instalado no solo, assim como
o seu comprimento, depende de parâmetros como a resistência de aterramento
requerida para a linha e a resistividade do solo. O primeiro leva em consideração as
condições de segurança das pessoas e animais nas proximidades das estruturas, de
modo que não cause danos relacionados a choques elétricos em virtude de
correntes de descarga ou defeitos no próprio sistema, enquanto o segundo é uma
constante medida e determinada nos serviços preliminares.
Além do aterramento correto e confiável das estruturas, o projetista deve assegurar
que todas as cercas metálicas situadas nas proximidades do corredor da linha de
transmissão sejam aterradas de acordo com o estipulado pela norma e conforme
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ilustrado na figura. O objetivo também é manter a segurança de pessoas e animais


que possam tocá-las, já que as cercas que cruzam ou atravessam LTs podem ser
energizadas pelo efeito de indução eletromagnética. Através do aterramento,
qualquer corrente elétrica induzida é descarregada para a terra, evitando a
propagação.

2 - Descrição dos tipos de estruturas de LT


São componentes básicos da rede de transmissão fabricados em material metálico
(aço ou alumínio), madeira ou concreto armado e que possuem duas funções de
extrema importância para o sistema: sustentar fisicamente o circuito elétrico e
manter um espaçamento ideal entre cabos condutores e para-raios. Junto com os
cabos e fundações, as estruturas formam o que tem de mais custoso na construção
de linhas aéreas de transmissão.
As estruturas metálicas de aço treliçadas são as mais utilizadas na construção de
linhas de extra-alta tensão, principalmente devido a sua grande flexibilidade, já que
podem variar altura e peso de acordo com a necessidade do projeto, além de
oferecerem aos condutores a possibilidade de se organizarem na disposição vertical,
horizontal ou triangular, tanto em circuito simples quanto em circuito duplo. O
alumínio, apesar de mais leve e menos corrosivo que o aço, tem um custo de
fabricação ainda elevado, prejudicando o seu uso em grande escala. Por sua vez,
tanto a madeira quanto o concreto armado têm aplicações mais habituais em linhas
de distribuição de energia, devido a limitações elétricas e físicas como peso e
comprimento.
Há diversas formas de classificar as estruturas das linhas de transmissão. Quando a
transferência dos esforços das torres para o solo é realizada diretamente através
das fundações de pé da torre, elas são classificadas como autoportantes. Se os
esforços são divididos entre as cargas de tração e de compressão, transmitidas ao
terreno através das fundações dos cabos de estais e mastros, respectivamente, são
intituladas estaiadas.
As dimensões e formas de estruturas de LTs dependem:
 Disposição dos condutores: triangular, horizontal, vertical.
 Distância entre condutores.
 Dimensões e forma de isolamento.
 Número de circuitos.
 Materiais estruturais:

o Estruturas metálicas de aço revestido com zinco (aço galvanizado),


proteção que atende à maioria das condições de agressividade
atmosférica. O revestimento é obtido através de imersão em banho de
zinco e as suas principais características são espessura, uniformidade, e
aderência, dependem da preparação superficial, temperatura e
composição do banho, tempo de imersão, velocidade de remoção da
peça e composição do aço.
o Concreto armado
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o Madeira
o Fibras de vidro
Nas linhas trifásicas empregam-se, fundamentalmente, três disposições de
condutores:
 Disposição triangular
 Disposição horizontal
 Disposição vertical
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3 - Descrição e parâmetros de faixas de servidão

Faixa de servidão é a faixa de terra ao longo do eixo da linha aérea de


subtransmissão e transmissão cujo domínio permanece com o proprietário, porém
com restrições ao uso. O referido direito sobre o imóvel alheio pode ser instituído
através de instrumento público, particular, prescrição aquisitiva por decurso de prazo
ou ainda por meio de medida judicial, mediante inscrição a margem da respectiva
matrícula imobiliária. Neste caso, a concessionária, além do direito de passagem da
linha, possui o livre acesso às respectivas instalações.
Normalmente, para linhas de 230 kV são utilizadas faixas de servidão com largura
de 40 metros, enquanto para linhas de 345 ou 500 kV considera-se 60 metros de
faixa, conforme ilustra a figura.

4 - Descrição e prevenção do efeito corona

Em razão do ar não ser um isolador perfeito, ele possui muitos elétrons e íons livres.
Desta forma, quando uma intensidade de campo elétrico se estabelece entre
condutores, esses íons e elétrons livres são forçados a eles.
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Devido a esse efeito, os íons e os elétrons livres são acelerados e movidos na


direção oposta. Assim, as partículas carregadas, durante seu movimento, colidem
umas com as outras e com as moléculas carregadas e lentas.
Com o número de partículas carregadas aumentando rapidamente, aumenta-se a
condução do ar entre os condutores e ocorre o estabelecimento do arco elétrico
entre os condutores, assim é a formação do efeito corona.
Comum em superfícies condutoras das linhas de transmissão de energia elétrica, o
efeito Corona é resultado do contato de um campo elétrico intenso e elevado com
partículas de ar, umidade ou poeira. O resultado é a emissão de luz sempre que as
partículas são ionizadas. A Corona pode ser positiva ou negativa, dependendo da
polaridade do potencial elétrico.
Cada rede de transmissão possui um limite de tensão. Depois que o limite de
interrupção é atingido, ele cria faíscas e efeito corona. Assim, com a aplicação de
uma tensão de linha mais baixa, a probabilidade de ocorrência do efeito corona é
muito menor.
O efeito Corona pode causar grandes transtornos, especialmente em caso de
quedas na capacidade energética, podendo resultar na perda de centenas de
quilowatts por quilômetro de condutor elétrico.
Durante o projeto de linhas de transmissão (LT’s), um dos aspectos mais
preocupantes e determinantes para se obter bons resultados na qualidade do
transporte de energia é a determinação dos condutores, visando minimizar as
perdas, sendo o controle do efeito corona a perda predominante em LT’s de extra
alta tensão (EAT ou EHV, para níveis de tensão entre 230 e 750 KV) e ultra alta
tensão (UAT ou UHV para níveis de tensão acima de 750 KV).
Para evitarmos a ação indesejada do efeito corona em LT’s Peek criou a equação
denominada Tensão Crítica para Condutor Cilíndrico (Vc), a mesma serve como
base de cálculo de perdas de descarga do efeito corona até hoje. Tal fórmula leva
em conta as seguintes variáveis: o gradiente crítico do ar, o fator de superfície, a
densidade relativa do ar, o raio médio geométrico capacitivo do condutor e a
distância média geométrica entre as fases.
A tensão crítica de corona pode ser avaliada pela fórmula semi-impírica:

Onde:

Vc = tensão crítica de corona (kV)


m = coeficiente de rugosidade
d = diâmetro do condutor (mm)
D = distância entre condutores (mm)
δ = coeficiente que depende da temperatura e da altitude
H = altitude (m)
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t = temperatura média anual (Celciu s)


f = freqüência do sistema (Hz)

As perdas podem ser determinadas pela fórmula de PEEK

CASO EXEMPLO

Para evitar o efeito corona, calcule o diâmetro mínimo equivalente dos condutores
de uma LT aérea, sendo a distância média entre os condutores de 8m, operando a
500kV, numa altitude de 2.000 m e temperatura média de 22ºC. Considere m = 0,87
(cabos).

0,386 ×(760−0,086 × 2000)


δ= = 0,769
273+22

Vc>500 × √ 2 ou Vc>707,11 (condição para não haver efeito corona)

2 ×8000
2,43 ×0,87 × 0,769× d ×log ( d )> 707,11Kv

Adotando diversos valores para o diâmetro dos cabos chegamos à conclusão que o
condutor de 250mm é o ideal para não haver efeito corona.

2,43 ×0,87 × 0,769× 200 ×log ( 16000


200 )
= 618,78Kv (Adotado d = 200mm)

2,43 ×0,87 × 0,769× 250 ×log ( 16000


250 )
= 734,09Kv (Adotado d = 250mm)

Diâmetro mínimo equivalente = 250mm

5 - Descrição do modelo de quadripolo para linhas médias


Dadas as suas características próprias, os circuitos que representam as linhas
podem ser classificados como Quadripolos, que pode ser definido por seis pares de
equações lineares, todas elas inter-relacionadas entre si:
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Essas equações possuem, cada qual, duas variáveis independentes e duas


variáveis dependentes relacionadas entre si pelos parâmetros dos respectivos
circuitos, aos quais as seguintes restrições são impostas:

 Devem possuir apenas uma entrada e uma saída, representada por dois
pares de terminais, podendo um deles ser comum a ambos;
 Devem ser passivos, o que exclui a presença de fontes de tensão;
 Devem ser lineares, a fim de que a sua saída (resposta) tenha a mesma
forma que o estímulo aplicado à entrada, exigindo pois, impedâncias e
admitância de valores constantes independentes do valor da corrente e da
tensão a elas aplicados.
 Devem ser bilaterais, significando que sua resposta a um estímulo aplicado a
um par de terminais é a mesma que a um estímulo aplicado ao outro. Essa
exigência exclui os retificadores de corrente.

A linha de transmissão satisfaz em inteiramente às condições impostas aos


quadripolos no início deste estudo. As características das linhas são definidas pelas
constantes A B, C e D, que recebem o nome de constantes generaliza das linhas de
transmissão.

Linhas médias:

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