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Implantação Erp
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O PLANEJAMENTO DA IMPLANTAÇÂO
A fase de Planejamento, com a qual se inicia o projeto de implantação, tem por principais
objetivos:
. desenvolver estratégias para alcançar os objetivos do negócio com a implantação do
sistema;
. elaborar um plano detalhado para execução do projeto;
. obter os recursos humanos e materiais necessários;
. definir os mecanismos de acompanhamento;
. assegurar que há um entendimento comum do escopo do projeto, uma equipe preparada
e planos para sua execução.
Essa fase normalmente inicia-se sem que a equipe de projeto esteja mobilizada ou que os
planos de trabalho estejam definidos. A conseqüência é que a maior parte das atividades é
conduzida no âmbito da gerência do projeto. Entretanto, é importante considerar que o processo de
planejamento deve ser participativo, para facilitar a comunicação e aceitação dos planos.
1) O GERENCIAMENTO DO PROJETO
Definição de escopo
O foco essencial da gestão do escopo é definir o que está ou não está incluído no projeto.
Quando o escopo não está claramente definido, é normal a ocorrência de confusão entre os
membros da equipe do projeto e de dificuldades para definir quando uma atividade ou tarefa foi
concluída.
A fonte básica para definição do escopo do projeto é o estudo de viabilidade. O escopo deve
ser definido pelo menos em termos de:
processos de negócio - quais serão suportados;
unidades organizacionais - quais empresas ou departamentos serão suportados;
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geografia - quais locais/países serão atendidos.
.Ao longo do projeto, é comum a mudança da concepção sobre o escopo do projeto - é normal
uma tendência a aumentar os processos, unidades organizacionais ou geografia suportados. O
controle do escopo exige a definição de procedimentos formais de aprovação de mudanças, pois
elas podem envolver alterações em prazos e custos do projeto.
gradual ("passo a passo") - a idéia de substituição gradativa dos sistemas existentes por
componentes correspondentes do novo sistema ERP é bastante atraente, pois elimina muitos dos
riscos de um big bang. Entretanto, há dois aspectos bastante negativos associados a essa estratégia:
os custos elevados, decorrentes da necessidade de construir muitas interfaces "temporárias" e do
aumento da duração do projeto e as maiores possibilidades de resistência do pessoal afetado por
mudanças. Mudar é difícil e a experiência tem demonstrado que a rapidez em fazê-Io evita que as
resistências cresçam. Quando a decisão é no sentido de realizar a implantação de forma gradual,
toma-se fundamental definir a seqüência em que os processos de negócio serão suportados pelo
sistema ERP. Há duas visões diferentes para definir a seqüência:
iniciar pelos processos mais críticos, nos quais devem ser esperados maiores
retornos para o investimento no sistema;
iniciar pelos processos que representem menores riscos para o projeto.
Normalmente, esses são processos que resultam em menores retornos;
roll-out - é a implantação realizada com base em uma configuração desenvolvida em outra
instalação. A estratégia de roll-out é muito utilizada em implantações "globais" ou que envolvem
muitos países, ou muitas unidades dentro de um país. De modo geral, o roll-out exige que sejam
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feitas adaptações ou modificações à configuração original, de sorte que um dos grandes desafios
dessa estratégia é determinar o que deve ser comum a todas as instalações. O planejamento para
um projeto baseado em roll-out deve cobrir duas faces: a criação do sistema base, que será
distribuído às demais instalações, e a implantação do sistema, com as devidas adaptações.
O plano de projeto é o documento que define as atividades que devem ser executadas para
implantação do sistema ERP, os prazos em que elas devem ser realizadas e os recursos
necessários. O grau de detalhe deve ser suficiente para permitir uma comunicação eficiente do
projeto à organização e ao time do projeto e para facilitar a definição dos recursos necessários.
Ao planejar o projeto, define-se sua duração, que normalmente estará associada ao grau de
mudanças planejado: quanto maiores as mudanças, maiores os prazos necessários para sua
implantação. Projetos de longa duração tendem a ser problemáticos, pois os resultados demoram a
surgir, causando grande desgaste dentro da organização. Além disso, a composição das equipes
tende a alterar-se, gerando necessidade de aprendizado dos novos integrantes. O nível de recursos
dedicados ao projeto também tem impacto sobre a duração e, portanto, deve ser determinado de
forma a manter a duração dentro das expectativas.
A data do cut-over deve ser planejada cuidadosamente desde o início do projeto. É ideal que
ela coincida com o início de um ano fiscal da companhia, o que simplifica em muito a carga de dados
e a posterior desativação dos sistemas legados. Entretanto, isso nem sempre é possível.
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4) EQUIPE DO PROJETO
É comum criar também um serviço de garantia de qualidade, que pode ser fornecido por
pessoal interno da empresa, do integrador ou do fornecedor de software. É importante que esse
grupo tenha bons conhecimentos de implantação de sistemas, autonomia para verificar o andamento
do projeto e independência para reportar problemas e propor soluções. O serviço de garantia de
qualidade deve conduzir revisões gerais do projeto pelo menos ao final de cada fase da implantação.
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Habilidades da gerência em.função das dimensões do projeto.
É ideal que os integrantes das equipes sejam os melhores funcionários da empresa, que
devem dedicar-se ao projeto em tempo integral. Envolvimentos parciais trazem o risco de
desconcentração, ou seja, dedicação a outras tarefas do dia-a-dia que parecem ser mais
importantes, o que acaba por prejudicar o projeto.
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Nem sempre é fácil formar as equipes funcionais, em função das dificuldades para encontrar
na organização indivíduos com as características necessárias, tirá-los de seus trabalhos do dia-a-
dia e trazê-los para o projeto. Também é possível que eles tenham resistência a participar do projeto,
pois pode haver incerteza quanto a seu futuro na organização. Definir no início da implantação o
tratamento que será dado aos integrantes da equipe do projeto após sua conclusão pode facilitar a
formação da equipe. Na definição, é importante considerar que a equipe do projeto será um recurso
extremamente valioso após o sistema entrar em produção, em função de seus conhecimentos
críticos para o negócio.
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5) PROCEDIMENTOS DO PROJETO
O estabelecimento de uma infra-estrutura para o projeto deve cobrir pelo menos três itens:
recursos físicos, ferramentas e gestão do conhecimento.
Os recursos físicos são essenciais para o sucesso do projeto. Uma equipe que não dispõe
de recursos adequados normalmente trabalha mal. Algumas recomendações com relação a recursos
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físicos são:
O uso de ferramentas para apoio ao projeto tem por objetivos acelerá-lo e reduzir seu custo.
Além disso, o uso de ferramentas comuns facilita a comunicação entre os integrantes da equipe do
projeto.
O objetivo dessa atividade é definir as ferramentas que a equipe do projeto irá utilizar, para:
. planejar e acompanhar o projeto;
. gerenciar (controlar pendências, agendas etc.); . desenhar os processos (gerador de
fluxogramas); . documentar (editor de textos, apresentações); . administrar a documentação.
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Durante a realização do projeto, um conjunto razoável de conhecimentos sobre a empresa
e seus processos de negócio é desenvolvido ou revisado. É importante manter esse conhecimento
disponível para os membros da equipe do projeto e para toda a organização, sob a forma de
documentação.
Alguns pontos que devem ser discutidos para definição da infra-estrutura de gestão de
documentação são os seguintes:
. quais são as ferramentas de que a organização dispõe para documentação? Elas podem
ser utilizadas para manter a documentação do projeto de forma ordenada e controlada?
. a documentação é global (geralmente usada em projetos do tipo roll-out) ou essencialmente
local?
. em qual idioma a documentação será desenvolvida? Há necessidade de desenvolvê-la em
diversos idiomas?
Nos últimos anos, as intranets têm sido muito utilizadas para acesso à documentação de
processos e do sistema.
7) GERENCIAMENTO DE RISCOS
Os riscos são pontos de falha potencial. A administração de riscos é um fator crítico para o
sucesso de um projeto de implantação de sistema ERP, pois há centenas de pontos de falha
potencial. Eles estão associados a tecnologias não suficientemente testadas, barreiras de natureza
política, problemas com os participantes do projeto etc.
Trabalhar com riscos não é fácil: eles têm uma imagem negativa e nem sempre podem ser
discutidos abertamente. Então, por que preocupar-se com riscos? Talvez a melhor resposta seja a
chamada "Lei de Murphy": se algo pode dar errado, vai dar errado. Para manter os riscos sob
controle, geralmente segue-se um método de trabalho composto por duas etapas: identificação e
avaliação dos riscos e controle dos riscos.
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organizações que executaram projetos similares também é importante. As estimativas de custos
normalmente estão sujeitas a erros. Outros pontos em que freqüentemente há problemas são: falta
de apoio executivo, falta de qualificação de membros da equipe, em especial do gerente do projeto,
e objetivos mal definidos;
Priorizar os riscos - os riscos são priorizados com base nas estimativas de impacto e
probabilidade de ocorrência. O estabelecimento de prioridades é necessário para definir o tipo de
controle que se vai exercer sobre os riscos.
Após identificar e avaliar os riscos, deve ser feito seu controle. As atividades de controle,
que devem ser realizadas desde o início até o fim do projeto, abrangem:
.reduzir os riscos - os riscos são controlados reduzindo-se sua probabilidade de ocorrência
ou seu impacto. A redução das probabilidades tem caráter preventivo, enquanto a redução
do impacto tem caráter paliativo;
Dependendo da duração prevista para o projeto e dos prazos de entrega dos fornecedores
de equipamentos, pode ser necessário considerar, também, os equipamentos para produção. Nesse
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caso, deve ser antecipado o início da atividade "Projeto do ambiente de produção”.
O ambiente tecnológico em que opera o sistema ERP deve atender a alguns requisitos
fundamentais:
.permitir o desenvolvimento de soluções, por configuração ou criação/modificação de
programas;
...Um ambiente com apenas dois sistemas, um dos quais destinado a desenvolvimento e
homologação e o outro a produção também pode ser utilizado. Essa configuração mais simples,
entretanto, traz dificuldades para administração no dia-a-dia e é particularmente arriscada em
projetos de atualização de versão.
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O planejamento do ambiente técnico abrange a definição das características básicas dos
sistemas que o compõem e dos equipamentos necessários para sua implementação. É ideal dispor
de três conjuntos de equipamentos distintos e independentes, cada um deles hospedando um dos
sistemas que compõem o ambiente operacional. É ideal que os equipamentos de homologação e
produção tenham características idênticas, o que permite que o sistema de homologação seja
backup do sistema de produção. Os sistemas de homologação e produção podem ser instalados em
data centers independentes, de forma a facilitar ações de contingência. Os equipamentos do sistema
de desenvolvimento podem ser de menor porte, pois o número de usuários e as exigências em
termos de tempos de resposta não são tão grandes.
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8.3) Infra-estrutura para documentação
. rede local de computadores, aos quais todos os integrantes da equipe têm acesso;
Pode ser interessante utilizar algum software que facilite a manutenção da documentação.
O alinhamento é importante, pois faz com que os esforços se somem e reduz as divergências
que drenam a energia necessária para a transformação. Quando não há alinhamento, as pessoas
gastam energia tentando fazer com que seus pontos de vista ou interesses prevaleçam sobre os dos
demais. O trabalho de alinhamento pode ser feito conduzindo-se as seguintes atividades:
. Identificação dos líderes - essa atividade consiste na identificação dos líderes cuja
atuação será necessária para promover as mudanças.
Quando a empresa for composta por diversas divisões ou geograficamente dispersa, os
líderes devem representar as várias divisões e unidades;
Determinação do grau de alinhamento - o grau de alinhamento pode ser avaliado mediante
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entrevistas individuais com os líderes. Nessas entrevistas, devem ser discutidas as visões e
preocupações de cada um deles, bem como suas impressões sobre o "imperativo de mudança";
Seminários para alinhamento dos líderes - os seminários têm por objetivo obter um consenso
sobre os papéis e responsabilidades de cada um, a concordância a respeito dos objetivos do projeto
e seus fatores críticos e as mudanças necessárias para suportar o novo esquema. Na medida do
possível, devem ser identificadas fontes de resistência e possíveis formas de atenuá-las;
Educação dos líderes - esta atividade tem por objetivo estabelecer um entendimento comum
sobre o projeto e a metodologia de implantação em áreas como: metas e objetivos do projeto; papéis
e responsabilidades; considerações sobre lições de projetos anteriores.
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Algumas regras que devem ser seguidas para o sucesso da comunicação são:
...Por mais paradoxal que possa parecer, realizar uma comunicação eficiente dos objetivos do
projeto, seu progresso e decisões para o time requer atenção especial, pois não acontece de forma
automática. Os mecanismos usados com maior freqüência são:
O team building é um evento fora das atividades normais do projeto, como por exemplo uma
reunião em uma chácara ou hotel, que tem por objetivo estabelecer um clima descontraído, no qual
o relacionamento entre os membros da equipe do projeto possa ser estabelecido ou melhorado.
Nesta fase inicial do projeto, a frente de Treinamento dedica-se a duas atividades: planejar
o treinamento da equipe do projeto e dimensionar as necessidades de treinamento dos usuários
finais. O treinamento da equipe do projeto no sistema ERP normalmente é provido pelo fornecedor
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do sistema. É comum iniciar as atividades de treinamento já nessa fase, objetivando reduzir a
duração da implantação do sistema.
O planejamento do treinamento da equipe do projeto tem por objetivo fazer com que ela adquira
bons conhecimentos do sistema ERP, capacitando-a a executar as demais fases do projeto. O
processo de planejamento deve incluir um levantamento das necessidades de treinamento de cada
membro da equipe e a definição da forma como elas serão atendidas.
O dimensionamento do treinamento de usuários finais tem por objetivo avaliar sua duração
e o volume de recursos que será necessário. Esse é um aspecto que normalmente é subestimado
por equipes de projeto inexperientes e pode causar surpresas. Um exemplo pode ilustrar o problema.
Imaginemos uma implantação cobrindo quinhentos usuários finais, que cada usuário
necessite em média cinco dias de treinamento e que o treinamento deva ser conduzido em um mês,
que tem cerca de 20 dias úteis. Consideremos que uma turma é composta por um instrutor e 10
alunos. O número de turmas ou cursos necessários é:
, , Duração média 5
Números de turmas = Número de cursos x = 50 x-:::::: = 13
Período 20
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períodos subseqüentes, sem levar em conta eventuais necessidades de repetição de cursos,
dificuldades com programação, turmas muito pequenas ou muito grandes, usuários que necessitem
participar de mais de um curso etc. Isso significa que:
.será necessária infra-estrutura de treinamento com pelo menos 13 salas de aula, cada uma
com flip-chart, quadro, projetor, 10 equipamentos e infra-estrutura de rede;
supondo-se que um instrutor seja capaz de ministrar em média dois cursos, serão
necessários 26 instrutores;
o servidor que abriga o ambiente de treinamento deve ser capaz de atender a 130 usuários
simultâneos, correspondentes a 13 turmas de 10 alunos.
. .Os números são respeitáveis, de forma que é necessário planejar a execução com boa
antecedência.
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