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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA ____ VARA


CIVEL DA COMARCA DE JOÃO LISBOA-MA.

ALDEANE PEREIRA DA SILVA, brasileira, solteira, lavradeira,


portadora do RG de n° 015458562000-3 SSP/MA e do CPF n° 930.750.813-53,
residente e domiciliada na Rua Raimundo Aristides, nº 405, Bairro Centro, João
Lisboa/MA, por seu bastante procurador e Advogado, que esta subscreve,
conforme documento procuratório em anexo, vem, perante Vossa Excelência,
apresentar:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C ANTECIPAÇÃO


DE TUTELA DE URGÊNCIA C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

Em desfavor do em face de EQUATORIAL MARANHÃO


DISTRIBUIDORA DE ENERGIA S.A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita
no CNPJ sob n.º 06.272.793/0001-84, com endereço na Alameda A, Quadra
SQS, s/n, Loteamento Quitandinha, Altos do Calhau, São Luís/Ma, na pessoa
de seu representante legal ou de quem ás vezes lhes faça, pelos motivos fáticos e
jurídicos que passa a expor:

I - DA ASSISTÊNCIA JURÍDICA GRATUITA

Inicialmente, requer a Vossa Excelência, que seja deferido o


benefício da gratuidade de justiça, com o amparo no art. 98 do Novo Código de
Processo Civil, por não ter condição de arcar com as custas processuais e
honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de sua família.
Av. Pedro Neiva de Santana, nº 1036, Centro, João Lisboa/MA
Fone (99) 9953-6567/3535-1049 / e-mail: advdiasgomes@gmail.com
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II - DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

A inversão do ônus da prova descrita no art. 6, inciso VIII, da Lei


8.078/90 constituiu um dos mais importantes instrumentos de que dispõe o
juiz para observando o contraditório e a ampla defesa equilibrar a desigualdade,
dando ao consumidor a inversão do ônus da prova, quando a critério do juiz for
verossímil a alegação ou quando for hipossuficiente.

O presente caso está em harmonia com o diploma legal, pois para a


produção das provas o Requerente se torna hipossuficiente. Dessa forma,
suplica-se a inversão do ônus da prova.

III - DOS FATOS

A Requerente é titular da unidade consumidora 31711665, onde


reside com sua família.

Salienta o autor que sempre mantivera o seu consumo de forma


regular, em seu estabelecimento fora realizado uma inspeção Nº 1039868012.1, que
gerou uma cobrança de consumo não faturado do mês 02/2020, no valor de R$
1.815,24 (mil oitocentos e quinze reais e vinte e quatro centavos), a cobrança é
indevida e ilegal, pois o autor mantém sua média de consumo regular, nos últimos
anos e não realizou nem um evento para que gerasse consumo extra.

A inspeção alega que houve variação nos periféricos do medidor, que


resultou a cobrança do valor de R$ 1.815,24 (mil oitocentos e quinze reais e vinte e
quatro centavos), a parte autora está sendo cobrada de forma abusiva, se houve
alguma falha no leitor a obrigação de estar fazendo manutenção é da requerida,
outrossim, mensalmente a leitura é realizada por funcionários da requerida que
poderiam desde a date inicial da cobrança perceber que havia uma falha na leitura,
de forma que assim não teria chegado ao valor agora cobrado.

De outras bandas, o autor não tinha ciência se havia ou não problema


no medidor, não fez qualquer ação para que houvesse qualquer diminuição, de fato
nem sabe dizer se essa inspeção foi realizada de forma legal e correta.

O autor não dispõe de renda financeira para adimplir o débito abusivo,


salienta que sempre pagou suas faturas em dia, em nada agiu para que houvesse
qualquer defeito em seu medidor, ademais é obrigação da requerida está cuidando
da manutenção de seus medidores, de forma a não lesar os seus consumidores.

Dispõe para a maior clareza dos fatos que não ocorreu nenhuma
situação que dessa razão para a cobrança de consumo não faturado, se houve
qualquer falha no medidor a responsabilidade é da requerida em mantê-lo em
perfeito e bom estado de uso.

À luz do exposto, a autora vem pedir o CANCELAMENTO da cobrança


bem como indenização pelos danos sofridos.

IV- DA QUESTÃO JURÍDICA


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Observa-se claramente a ilegalidade das cobranças, pois a autora


não cometeu nenhuma irregularidade que as justificasse.

O Código de Defesa do Consumidor traz preceito expresso a


respeito do Princípio da boa-fé (artigo 4º, inciso III, da norma do consumidor)
concretizando assim o Princípio a boa-fé objetiva, que, presumindo o
consumidor como parte contratual mais fraca, impõe aos fornecedores de
serviços no mercado um mínimo de atuação conforme a boa-fé.

Ocorre, Excelência, que a cobrança é indevida porque pautada em


fato inexistente, assim reveste-se de uma prática comercial que causa
desequilíbrio na relação contratual atentando contra o patamar mínimo de boa-
fé na relação contratual, devendo ser declarada abusiva e ilegal.

Do exposto, é de concluir-se que a Requerente sofreu danos morais


que lhe causaram e continuam causando-lhe constrangimentos no seu dia-a-
dia, pois fora submetida a cobranças irregulares.

Dessa forma, a empresa Requerida deve ser responsabilizada.

V - DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

A presente demanda funda-se na cobrança irregular de consumo


supostamente não faturado, contudo não é verdadeira a alegação.

Dessa maneira, requer a autora digne-se Vossa Excelência de


antecipar a tutela pretendida com fundamento no artigo 300 do Código de
Processo Civil, suspendendo a cobrança no valor de R$ 1.815,24 (mil oitocentos e
quinze reais e vinte e quatro centavos) com data de pagamento em 18/02/2021.

O periculum in mora encontra-se presente no alcance econômico da


cobrança indevida, pois trata-se de pessoa humilde e por menor que seja a
parcela paga, o valor despendido faz falta na mantença da família, já o fumus
boni iuris, está presente nos documentos juntados. Assim, mister se faz a tutela
antecipada de urgência.

VI-DO PEDIDO

Diante de todos esses argumentos, o Requerente pede a V.Exa.:

1. A concessão dos benefícios da Assistência Judiciária Gratuita,


baseado no art. 98 do NCPC, e consequente isenção das custas e despesas
judiciais.

2. Que seja concedida LIMINARMENTE, INAUDITA ALTERA


PARS, antes do julgamento de mérito, a ANTECIPAÇÃO PARCIAL DE TUTELA,
determinando à Requerida que:

a) Se digne em suspender a cobrança de R$ 1.815,24 (mil oitocentos


e quinze reais e vinte e quatro centavos) da unidade consumidora 31711665;
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b) Requerendo em caso de desobediência por parte da Requerida, à


ordem deferida por este Douto Juízo, arbitramento de multa diária, no importe
de R$ 500,00 (quinhentos reais), em favor do (a) Requerente.

3. A inversão do ônus da prova em favor da requerente;

4. A CITAÇÃO da empresa Requerida, para, querendo, apresentar


defesa, sob pena de REVELIA e CONFISSÃO;

5. A Requerente não tem interesse na audiência de conciliação;

6. Seja a presente ação JULGADA PROCEDENTE, para:

a) declarar INDEVIDA a cobrança de R$ 1.815,24 (mil oitocentos e


quinze reais e vinte e quatro centavos) da unidade consumidora 31711665,
referente ao consumo não faturado em razão do suposto “gato”, visto não ter
ocorrido tal prática por parte da autora;

b) Condenar a Requerida, por ARBITRAMENTO, ao pagamento de


uma indenização por DANOS MORAIS no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais),
para o fim de compensar os constrangimentos sofridos pelo (a) Requerente por
conta da cobrança irregular.

Condenação da requerida ao pagamento das custas processuais, e


honorários advocatícios no percentual de 20 % sobre o valor da condenação, na
forma do art.20, § 3º, alíneas “a” a “c” do Código de Processo Civil.

Finalmente, a Requerente protesta por todos os meios de prova,


permitidos e admitidos em direito, em especial, pela apresentação de
documentos, perícias, etc, tudo de já requerido.

Dá-se à presente causa o valor de R$ R$ 6.815,24 (seis mil


oitocentos e quinze reais e vinte e quatro centavos) para efeitos meramente
fiscais.

Nestes termos,
Pede DEFERIMENTO.

João Lisboa/MA, 02 de fevereiro de 2021.

RENATO DIAS GOMES


OAB/MA 11.483

Av. Pedro Neiva de Santana, nº 1036, Centro, João Lisboa/MA


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