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Mestre em Comunicação pela Universidade Paulista; especialista em Direito e Processo do Trabalho pela
Universidade São Francisco e História, Sociedade e Cultura pela Pontifícia Universidade Católica; possui graduação
em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Mogi das Cruzes e licenciatura plena em História pela Universidade
Bandeirante de São Paulo e, atualmente, cursa especialização em Direito Previdenciário. Atua como advogada nas
áreas cível, família, previdenciária e trabalhista há mais de 20 anos.
Na área acadêmica, ministra as disciplinas: Ética e Legislação Empresarial e Trabalhista; Saúde e Segurança no
Trabalho e Benefícios Previdenciários; Sistema de Operação de RH; Desenvolvimento Sustentável; Planejamento
Estratégico; Técnicas de Negociação e Economia e Mercado na Universidade Paulista, onde também atua como
orientadora de Projeto Integrado Multidisciplinar – PIM nos cursos presenciais e a distância.
CDU 981
U508.78 – 20
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Deise Alcantara Carreiro – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
Carla Moro
Lucas Ricardi
Sumário
República Velha
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................7
Unidade I
1 ORIGENS DA REPÚBLICA NO BRASIL....................................................................................................... 11
2 NASCE UM PAÍS VOLTADO PARA O MUNDO EXTERNO.................................................................... 12
Unidade II
3 A INSERÇÃO DO BRASIL NOS QUADROS DO CAPITALISMO........................................................... 24
4 A REPÚBLICA DOS PRIMEIROS TEMPOS................................................................................................. 35
Unidade III
5 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO............................................................................................................. 53
5.1 O café: processo e crise....................................................................................................................... 53
5.2 Café com leite......................................................................................................................................... 57
5.3 Voltando para o café............................................................................................................................ 57
5.4 O ciclo da borracha............................................................................................................................... 62
5.5 Cacau.......................................................................................................................................................... 64
6 O SETOR INDUSTRIAL..................................................................................................................................... 64
Unidade IV
7 O SISTEMA POLÍTICO....................................................................................................................................... 73
7.1 Movimentos sociais urbanos e rurais............................................................................................ 73
7.2 Outros movimentos sociais............................................................................................................... 89
7.3 Arte e sociedade: a Belle Époque.................................................................................................... 91
7.4 Arte e sociedade: a Semana de Arte Moderna de 22............................................................. 93
7.5 Os projetos sociais e artísticos para um Brasil Novo.............................................................. 94
8 REVOLUÇÃO DE 1930..................................................................................................................................... 95
APRESENTAÇÃO
Prezados alunos,
Busca‑se expor uma visão social, a importância que os vários momentos sociais e operários tiveram
na formação das estruturas da sociedade, em especial na formação das entidades de classe e das
primeiras normas trabalhistas.
Mais uma vez, o historiador terá que se apropriar de dois termos muito utilizados na
área: contexto e anacronismo. Contexto é o conjunto de circunstâncias: lugar e tempo,
cultura, valores, costumes, hábitos, pensamentos etc. Anacronismo significa pessoas, eventos,
palavras, objetos, costumes, sentimentos, pensamentos ou outras coisas que pertencem a uma
determinada época e que são erroneamente retratados em outra época, ou seja, ver o passado
com os olhos do presente.
Por mais que algumas situações possam parecer inconcebíveis e extremas, precisamos entender
que a realidade era muito difícil para determinada parcela da sociedade, causando movimentos e
mudanças importantes.
Para isso vamos propor a análise de documentos históricos, em especial textos e imagens de jornais
do período. A análise destes documentos é de suma importância e, em muitos momentos, pode auxiliá‑lo
no ensino da disciplina.
Entender como as pessoas reconheciam a sua realidade e a grande diferença entre o estudo da
história tradicional e a narração dos fatos pelos atores do contexto são muito importantes. Não podemos
esquecer que a história é escrita pelos vencedores. Assim, ter contato com os documentos da época que
nos apresentam uma outra realidade é muito rico e importante.
Aproveitem a leitura e usem a curiosidade essencial dos historiadores para ampliar os conhecimentos
e explorar os centros de pesquisas.
INTRODUÇÃO
A proposta desta disciplina é analisar as questões que motivaram o fim do Império e o nascimento
da República no Brasil; observar até que ponto os interesses econômicos motivaram as transformações
políticas; como o novo sistema político já nasceu comprometido com os inúmeros interesses econômicos
que dominavam a administração do público; e quais fatores asseguraram a inserção do Brasil nos
quadros do capitalismo.
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Reproduzindo as práticas antigas, implantadas desde o período da colônia, o Brasil permaneceu
produzindo para atender aos interesses dos países estrangeiros. Assim, vamos verificar que a República dos
primeiros tempos aumentou ainda mais o abismo entre as classes dominantes e as classes trabalhadoras
menos favorecidas. Para isso, iremos analisar o desenvolvimento econômico e a importância do nosso
maior artigo de produção: o café.
O café, desde o início do crescimento do seu processo de produção até a crise, representou o
produto de maior importância econômica. Veremos como ele interferiu no crescimento de outras
atividades econômicas e nas decisões políticas que influenciaram a formação do Estado brasileiro até
o nosso presente.
O ciclo da borracha, apesar de não possuir uma influência econômica a ponto de competir com o
café, também motivou o crescimento e a consolidação de uma nova elite regional, que fez surgir novas
regiões ricas e prósperas no extremo do Brasil.
Já o setor industrial nasceu como representação de todas essas transformações, pois as riquezas das
produções agrícolas financiaram e motivaram o crescimento das indústrias e as inúmeras mudanças
econômicas e sociais decorrentes.
A República nasce para gerenciar os interesses das oligarquias e se solidifica como representante
institucional da elite.
Os movimentos sociais urbanos e rurais surgiram como contraposição aos interesses da elite,
buscando garantir a mínima dignidade para as classes trabalhadoras, completamente excluídas dos
processos de decisão e subordinadas aos interesses da elite.
A formação do proletariado ocorreu pelo crescimento das indústrias, principalmente nas capitais,
e com grande influência da 1ª Guerra Mundial. A imigração de trabalhadores para o Brasil, atraídos
por falsas promessas, mas com grande influência das ideologias de esquerda, fez surgir os primeiros
sindicatos e solidificar as primeiras legislações operárias em território brasileiro.
No período, crescia a ideia do belo, da formação de uma elite retratada pela Belle Époque, na qual os
rituais de práticas sociais, boas maneiras, moda, diferenciavam a elite dos demais atores da sociedade.
A Semana de Arte Moderna de 1922 acontece como forma de contrapor os ideais estrangeiros
e valorizar a arte e a cultura nacionais, como as mais diversas formas de expressões, teatro, música,
literatura, dança, pintura, escultura, entre outros.
Com a crise econômica mundial, acontece a crise da República Velha, representante fiel de um
modelo econômico.
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Para analisarmos todos esses fatores, além de autores reconhecidos, iremos manusear documentos
da época, em especial jornais operários, que traduzem a forma como os excluídos estavam vivenciando
as transformações pelas quais o país passava.
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REPÚBLICA VELHA
Unidade I
1 ORIGENS DA REPÚBLICA NO BRASIL
A República foi proclamada em 15 de novembro de 1889, e foi antecedida pelos seguintes regimes:
• Pré‑colonial (1500‑1530);
• Colônia (1530‑1822);
• Regência (1931‑1840);
Durante a monarquia, a principal atividade econômica era a agricultura, tendo como base o trinômio
latifúndio, monocultura e mão de obra escrava. A nossa produção visava atender o mercado externo, em
especial, a crescente indústria na Europa.
Temos que lembrar que, neste período, estava ocorrendo o desenvolvimento das indústrias na Europa
e nos Estados Unidos. Em países como a Inglaterra e Alemanha, a burguesia comemorava crescimento
da sua riqueza enquanto os trabalhadores viviam na miséria.
Muitas mulheres e crianças realizavam trabalhos pesados, estavam sujeitos ao assédio moral muito
grande por parte das chefias, recebiam salários miseráveis, ganhavam muito pouco, laboravam em
jornadas diárias de trabalho que variavam de 14 a 16 horas diárias para as mulheres, e de 10 a 12 horas
por dia para as crianças, muitas vezes sem intervalo para refeição e descanso.
Para garantir que os operários trabalhassem, as indústrias serviam café. O nosso café era o estimulante
dos operários europeus. A produção brasileira, que neste período era majoritariamente agrícola, se
desenvolvia para atender os interesses dos burgueses europeus.
Desde o início, a nossa economia foi sedimentada visando à exportação de produtos agrícolas. Essa
opção econômica fez toda a diferença na formação do Estado brasileiro e trouxe consequências até
11
Unidade I
hoje. Muitos dos nossos problemas sociais existem pela manutenção de latifúndios e pela produção
agrícola que visa atender o mercado externo.
As nossas carências sociais são herança dos primeiros períodos da história e, hoje, se refletem na
aglomeração dos grandes centros, na escassez de recursos e no elevado preço de gêneros básicos, já
que grande parte da terra continua se concentrando nas mãos de poucos proprietários; a produção
agrícola não busca atender as necessidades internas e nunca houve uma preocupação com a
preservação do meio ambiente, pois a prática exploratória do meio norteou a nossa produção por
muitas décadas.
Precisamos entender que o Brasil nasceu para atender as necessidades externas e permaneceu sendo
gerido desta forma por muitos longos anos.
Entretanto, a necessidade externa fez com que crescesse a agricultura. Grandes fazendas se
desenvolveram, territórios novos passaram a ser explorados, surgindo novas vilas e cidades. Segundo
Casalecchi (1982, p. 18):
Ocorreu um grande desenvolvimento. Cafeicultores tornaram‑se muito ricos e poderosos. Foi a era
dos barões do café. Fazendas imensas plantavam esse produto e utilizavam mão de obra escrava. Cidades
cresceram em função da circulação de riquezas.
12
REPÚBLICA VELHA
Para exportar o café, a rede de ferrovias teve que ser ampliada até os portos e várias cidades cresceram
no entorno das estações de trem.
Figura 1
Alguns cafeicultores possuíam uma visão mais ampla de mercado e, gradualmente, passaram a
substituir o trabalho escravo pelo trabalho livre, o que trouxe mais mudanças. Segundo Casalecchi
(1982, p. 22) “isto libera novos capitais, antes mobilizados na compra de escravos e incentiva ainda mais
as atividades econômicas”.
Ou seja, parte do capital que os fazendeiros gastavam com a aquisição e manutenção da mão de
obra escrava passou a ser utilizada no desenvolvimento de outras atividades econômicas, dentre elas
a indústria.
É importante salientar que havia uma grande diferença de ideias entre os grandes fazendeiros
do Vale do Paraíba e do Oeste de São Paulo. Os primeiros eram mais conservadores, apoiavam a
Monarquia e defendiam a mão de obra escrava. Já os fazendeiros do Oeste de São Paulo, da região
de Campinas por exemplo, eram mais urbanos, tinham mais proximidade com os ideais republicanos,
dentre eles a abolição.
Sendo assim, os fazendeiros mais urbanos utilizaram‑se das riquezas oriundas do café para provocarem
mudanças fundamentais e grande crescimento econômico. Para se ter uma ideia, “a província de São
Paulo, que em 1832 tinha 45 vilas e 1 cidade, passa para 57 cidades e 69 vilas, em 1887” (CASALECCHI,
1982, p. 22).
13
Unidade I
Segundo Caio Prado Jr., citado por Casalecchi (1982, p. 20): a partir de 1850, fundam‑se
“62 empresas industriais, 14 bancos, 3 caixas econômicas, 20 companhias de navegação a
vapor, 23 de seguros, 4 de colonização, 8 de mineração, 3 de transporte urbano, 2 de gás e 8
estradas de ferro”.
O programa do Partido Liberal, antes mesmo de 1870, já pregava pela introdução do trabalho livre.
Lembremos que, em 1850, a Lei Eusébio de Queirós proibiu o tráfico de escravos. A saída imediata foi o
tráfico interno, o que não foi suficiente para atender as necessidades.
Outro importante acontecimento foi a Guerra do Paraguai (1864‑1870), pois vários negros
lutaram com a promessa de liberdade e de condições de constituírem uma vida livre e digna e
passaram a se mobilizar exigindo o atendimento das promessas. Além disso, a partir da década
de 1880, o movimento abolicionista se fortaleceu. Surgiram associações, periódicos e uma
massiva propaganda.
O historiador Boris Fausto ensina que vários membros da sociedade participaram dos movimentos
abolicionistas. Pessoas de condições sociais diversas participaram do movimento, dentre eles “destacou‑se
Joaquim Nabuco, importante parlamentar e escritor, oriundo de uma família de políticos e grandes
proprietários rurais de Pernambuco” (FAUSTO, 2008, p. 218).
O autor também cita a participação de pessoas negras ou mestiças, que tiveram uma atuação
marcante no movimento abolicionista, e “os mais conhecidos são os de José do Patrocínio, André
Rebouças e Luís Gama” (FAUSTO, 2008, p. 219).
O Brasil sofria uma grande pressão externa para decretar a abolição, a Inglaterra e os Estados Unidos
pressionavam o governo imperial. Em 13 de maio de 1888, não resistindo mais às inúmeras pressões, a
princesa Isabel decreta a Lei Áurea. Os escravos finalmente foram libertados.
14
REPÚBLICA VELHA
Primeira página:
Figura 2
Correio Paulistano
PARTE OFFICIAL
A Princesa Imperial Regente, em nome do Imperador o Sr. D. Pedro II, ha por bem
sancionar e mandar que se execute a seguinte Resolução da Assembléia Geral:
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Unidade I
Palacio do Rio de Janeiro em treze de Maio de 1988 – Izabel, Princeza Imperial Rgente.
– Rodrigo Augusto da Silva. [...]
Consummatum est!
Quem o diria?
A 28 de Setembro de 1885, os mais ousados davam dez annos de vida á negra instituição.
E era pouco.
Estes, com certeza, nunca leram Bossuet nem Laurent, e ficam surdos á voz do Passado.
16
REPÚBLICA VELHA
Notem que o jornal citado faz uma franca defesa do Império, considera o regime como benfeitor
da sociedade e ainda ironiza a previsão dos movimentos abolicionistas que estimavam a abolição da
escravatura para um momento futuro. Afirma que essa alteração no quadro político/social se deve à
intervenção da “providência”, ou seja, a interferência divina dos desígnios da sociedade e da história da
humanidade.
O jornal retratou os últimos suspiros dos conservadores, já que o império começou a enfrentar outro
problema, “especialmente no Vale do Paraíba, onde muitos proprietários arruinaram‑se com a Abolição”
(CASALECCHI, 1982, p. 57). Esses proprietários esperavam receber do Império uma indenização pela
perda da propriedade dos escravos.
Saiba mais
<http://www.cedem.unesp.br/>
<http://www.ael.ifch.unicamp.br/site_ael/>
<http://www.fmauriciograbois.org.br/portal/>
<http://www.cpvsp.org.br/>
<http://www.arquivoestado.sp.gov.br/site/>
Não receberam nenhuma quantia. A parcela da sociedade que até então exercia a defesa da
Monarquia, se insurgiu contra ela e passou a defender a instauração da República.
Cresce a oposição ao sistema político. É importante ressaltar o impasse pelo qual a Monarquia passou.
Ao libertar os escravos chocou‑se com os seus aliados, já que os monarquistas eram escravocratas. Ao
libertarem os escravos fortaleceram os seus opositores, que defendiam os ideais republicanos. Assim, a
Monarquia uniu duas forças opostas, gerando um bloco republicano único.
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Unidade I
Além disso, a Monarquia enfrentou também problemas com a Igreja Católica e com os
militares. Com a igreja, pela proximidade da Monarquia com a maçonaria; com os militares,
porque estes perderam seus poderes e influência gradativamente e viram ingressar em suas
forças civis que não possuíam “atributos seletivos exigidos pela aristocracia – ‘riqueza’, ‘bons
padrinhos’, ‘dotes intelectuais’, o que reforça o seu desprestígio numa sociedade de ‘legistas’”
(CASALECCHI, 1982, p. 67).
Podemos dizer que foi um conjunto de fatores que influenciou o fim da Monarquia. Em
11 de novembro, em uma reunião realizada na casa de Deodoro da Fonseca, na presença de
Francisco Glicério, Quintino Bocaiúva, Aristides Lobo, Benjamim Constant, Major Solon e Rui
Barbosa, Deodoro assim teria se pronunciado: “Eu queria acompanhar o caixão do Imperador,
que está velho e a quem respeito muito. Ele assim o quer, façamos a república. Benjamim e eu
cuidaremos da ação militar; o Sr. Quintino e os seus amigos organizam o resto” (CASALECCHI,
1982, p. 88).
O povo assistiu a tudo de camarote. No dizer de Aristides Lobo: “o povo assistiu àquilo bestializado,
atônito, surpreso, sem conhecer o que significava” (CASALECCHI, 1982, p. 94).
Primeira página e editorial do jornal A Provincia de São de Paulo, edição 16 de novembro de 1889:
Figura 3
18
REPÚBLICA VELHA
Viva a Republica
15 de novembro de 1889
Viva a Republica!
Viva o Exercito!
Viva a Armada!
Exemplo de Aplicação
“O povo assistiu àquilo bestializado”, artigo de Aristides Lobo. Rio, 1889 (CASALECCHI, 1982, p. 94).
Reflita sobre esta frase e tente entender qual foi a reação da população no momento da Proclamação
da República.
Observação
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Unidade I
Observação
Lembrete
Lembrete
Saiba mais
Resumo
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REPÚBLICA VELHA
Tornar os escravos livres não foi uma decisão humanitária, foi uma opção
econômica. Mas, ao fazê‑lo, deixou de atender aos anseios dos cafeicultores
tradicionais, que almejavam por uma indenização, uma forma de ressarcimento
pelo prejuízo sofrido ao perderem a propriedade da mão de obra.
Como podemos notar, o povo, a grande massa, não fazia parte dessas
disputas. Para eles, a realidade não mudou. Permaneceram trabalhando muito,
recebendo baixos salários e vivendo em condições miseráveis. Por isso, mudar
o regime, mudar o governo não representou grandes mudanças sociais.
Exercícios
Questão 1. O final da Guerra do Paraguai teve consequências não apenas relativas à política externa
como também reverberou internamente no Império, causando grandes transformações. Estas mudanças
se devem, entre outros fatores:
A) Ao crescimento da importância do Exército, até então preterido pela Guarda Nacional, e suas
reivindicações para participar da vida política, o que era proibido pelas leis do Império. Daí resultou
constantes conflitos entre o Império e os militares.
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Unidade I
B) À imediata proclamação da República, uma vez que a derrota na Guerra do Paraguai apenas
demonstrou a debilidade do sistema de governo imperial.
C) Ao reforço da ideologia escravista com a deserção em massa de escravos das fileiras do exército,
que passaram a lutar pelo lado paraguaio.
D) Ao fim do padroado – união entre Igreja e Estado – devido aos conflitos causados pela assinatura
da bula Inter‑coetera pelo papa da época, Gregório II, que cedia aos paraguaios a região do Prata,
o Mato Grosso e o controle do porto de Macapá. Com o fim dessa união, o Império se enfraqueceu
e a República laica foi proclamada.
E) À morte de Dom Pedro II, que liderava as tropas pessoalmente na batalha de Lomas Valentinas e
foi alvejado por um vaqueiro mercenário que lutava por Solano Lopez. Como não tinha herdeiros,
a República foi proclamada para impedir que o Conde d’Eu, marido da princesa Isabel, assumisse
o trono e incorporasse o Brasil à França.
A) Alternativa correta.
Justificativa: além da importância ganha com a vitória na Guerra do Paraguai, o exército brasileiro
adotou concepções ideológicas de cunho positivista, sendo contra muitas das práticas políticas adotadas
pelo Império.
B) Alternativa incorreta.
C) Alternativa incorreta.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: não houve nenhuma bula papal que cedesse territórios ao Paraguai.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: Dom Pedro II não só não lutou pessoalmente na guerra como morreu apenas depois da
proclamação da República, na Áustria.
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REPÚBLICA VELHA
Figura 4
A) A altivez de Tiradentes, que indica uma posição de repúdio às autoridades políticas e religiosas.
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