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Prof.

Bruno Klippel
PROCESSO DO TRABALHO
Direito Processual do Trabalho
•Princípio da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias
•Regra geral – Art. 893, §1º da CLT;
•Finalidade da regra;
•Art. 855-A da CLT – desconsideração da personalidade jurídica;
•Exceções:
•Art. 799, §2º da CLT – incompetência absoluta;
•Súmula 214, “c” do TST – incompetência relativa.
Direito Processual do Trabalho
Francisco trabalhou em favor de uma empresa em Goiânia/GO. Após ser dispensado, mudou-se
para São Paulo e neste Estado ajuizou reclamação trabalhista contra o ex-empregador. Este, após
citado em Goiânia/GO, apresentou petição de exceção de incompetência territorial logo no
segundo dia. Em razão disso, o juiz suspendeu o processo e conferiu vista ao excepto. Em
seguida, proferiu decisão acolhendo a exceção e determinando a remessa dos autos ao juízo
distribuidor de Goiânia/GO, local onde os serviços de Francisco foram prestados e que, no
entendimento do magistrado, seria o juízo competente para julgar a reclamação trabalhista.
Diante da situação retratada e do entendimento consolidado do TST, assinale a afirmativa correta.

A) O reclamante nada poderá fazer por se tratar de decisão interlocutória.


B) Francisco poderá interpor de imediato Recurso Ordinário no prazo de 8 dias.
C) Sendo as decisões interlocutórias irrecorríveis, Pedro deverá impetrar Mandado de Segurança.
D) O recurso cabível para tentar reverter a decisão é o Agravo de Petição.
Direito Processual do Trabalho
•Competência territorial da Justiça do Trabalho
•Regra geral – Art. 651 da CLT;
•Motivos para a criação da regra;
•Foro de eleição – cabível?
•Agente ou viajante comercial - §1º.
Direito Processual do Trabalho
•Honorários Advocatícios de sucumbência
•Regras constantes no art. 791-A da CLT;
•Sistema da mera sucumbência;
•Percentual e critérios;
•Sucumbência recíproca;
•Beneficiário da Justiça Gratuita - §4º;
•Reconvenção - §5º.
Direito Processual do Trabalho
Em reclamação trabalhista ajuizada em fevereiro de 2018, os pedidos formulados por
Paulo em face do seu ex-empregador foram julgados totalmente procedentes. Em
relação à verba honorária, de acordo com a CLT, sabendo-se que o patrocínio de Paulo
foi feito por advogado particular por ele contratado, assinale a afirmativa correta.

A) Não haverá condenação em honorários advocatícios, porque o autor não está


assistido pelo sindicato de classe.
B) Haverá condenação em honorários de, no mínimo, 10% e de, no máximo, 20% em
favor do advogado.
C) Haverá condenação em honorários de, no mínimo, 5% e de, no máximo, 15% em
favor do advogado.
D) Somente se a assistência do advogado do autor for gratuita é que haverá
condenação em honorários, de até 20%.
Direito Processual do Trabalho
•Prazos Processuais
•Suspensão dos prazos – Art. 775-A da CLT;
•Prazos diferenciados para a Fazenda Pública – DL 779/69;
•Quem não se inclui na regra?;
•Prazo em dobro para recorrer;
•Prazo em quádruplo para contestar.
Direito Processual do Trabalho
•Custas processuais
•Percentual fixado por lei – Art. 789 da CLT;
•Momentos do pagamento;
•Honorários periciais prévios;
•Reclamante que falta à audiência – Art. 844 da CLT;
•Beneficiário da justiça gratuita – Art. 790, §3º e 4º da CLT;
•Demonstração da hipossuficiência financeira – Súmula 463 do TST.
Direito Processual do Trabalho
•Defesa do reclamado – reconvenção
•Cabimento no processo do trabalho – Art. 343 do CPC;
•Aplicação subsidiária – Art. 769 da CLT;
•Redigida dentro da contestação;
•Natureza jurídica de ação.
Direito Processual do Trabalho
Seu escritório foi contratado pela empresa Alumínio Brilhante Ltda. para assisti-la
juridicamente em uma audiência. Você foi designado(a) para a audiência.
Forneceram-lhe cópia da defesa e dos documentos, e afirmaram que tudo já havia
sido juntado aos autos do processo eletrônico. Na hora da audiência, tendo sido
aberta esta, bem como os autos eletrônicos do processo, o juiz constatou que a
defesa não estava nos autos, mas apenas os documentos. Diante disso, o juiz
facultou-lhe a opção de apresentar defesa. Nos exatos termos previstos na CLT,
você deverá

A) entregar a cópia escrita que está em sua posse.


B) aduzir defesa oral em 20 minutos.
C) requerer o adiamento da audiência para posterior entrega da defesa.
D) requerer a digitalização da sua defesa para a juntada no processo.
Direito Processual do Trabalho
•Procedimento Sumaríssimo
•Competência – Art. 852-A da CLT;
•Entes de direito público;
•Prova testemunhal – Art. 852-H da CLT;
•Prova pericial;
•Sentença – dispensa de relatório.
Direito Processual do Trabalho
Juca ajuizou ação trabalhista em face da sua ex-empregadora, empresa privada do
ramo de mineração. Paulo também ajuizou ação, mas em face de seu ex-
empregador, uma empresa de prestação de serviços, e do Município de Nova
Iguaçu, no Rio de Janeiro, para quem prestou serviços, requerendo a
responsabilização subsidiária. Os respectivos advogados atribuíram o valor
correspondente a 20 salários mínimos à causa de Juca e de 15 salários mínimos à
causa de Paulo. Diante disso, assinale a afirmativa correta.
A) A causa de Juca correrá sob o procedimento sumaríssimo e a de Paulo, sob o
ordinário.
B) Ambas as causas correrão sob o procedimento sumaríssimo.
C) Ambas as causas correrão sob o procedimento ordinário.
D) A causa de Juca correrá sob o procedimento ordinário e a de Paulo, sob o
sumaríssimo.
Direito Processual do Trabalho
•Recursos trabalhistas – Preparo
•Custas + depósito recursal;
•Custas são fixadas na sentença trabalhista;
•Depósito recursal;
•Valor máximo: fixado pelo TST e condenação;
•Prazo para comprovação – Súmula 245 do TST.
Direito Processual do Trabalho
Vando ajuizou reclamação trabalhista em desfavor da sociedade empresária Cetro Dourado Ltda.,
na qual trabalhou por 5 anos e 3 meses, na condição de vigia noturno. A sociedade empresária
não compareceu à audiência, daí porque o pedido foi julgado procedente à sua revelia. Contudo,
a sociedade empresária interpôs recurso ordinário no prazo legal e efetuou o recolhimento das
custas e do depósito recursal, mas com valor inferior ao devido (R$ 10,00 a menos nas custas e
R$ 500,00 a menos no depósito recursal). Com base na situação retratada, na lei e no
entendimento consolidado do TST, assinale a afirmativa correta.

A) O recurso não pode ser conhecido, porque houve revelia; assim, a sociedade empresária fica
juridicamente impedida de recorrer.
B) Na Justiça do Trabalho, não existe possibilidade de se sanar vício referente à diferença no
preparo, motivo pelo qual o recurso será considerado deserto.
C) O juiz deverá assinalar prazo de 5 dias para que a sociedade empresária efetue o recolhimento
da diferença das custas e do depósito recursal, sob pena de deserção.
D) Em tese, seria possível que a sociedade empresária recolhesse a diferença das custas, mas não
há previsão jurisprudencial de prazo para complementar o depósito recursal.
Direito Processual do Trabalho
•Recursos Trabalhistas – Agravo de instrumento
•Cabimento – art. 897 “b” da CLT;
•Inadmissão pelo relator – agravo interno;
•Competência – juízo a quo;
•Depósito recursal;
•50% do valor depositado no recurso inadmitido - §7º;
•Ausência de preparo - §8º.
Direito Processual do Trabalho
•Execução Trabalhista – Prescrição intercorrente
•Reforma trabalhista – Art. 11-A da CLT;
•Prazo:
•Ausência de ato processual a ser realizado pela parte;
•Reconhecimento de ofício ou a requerimento;
•Consequência do reconhecimento.
Prof.ª Carla Romar
DIREITO DO TRABALHO
Relação de emprego x relação de trabalho

Características da a) pessoalidade
relação de b) não eventualidade / continuidade
emprego (art. 3º c) subordinação
+ art. 2º, CLT): d) remuneração
Relação de emprego x relação de trabalho
Relações de trabalho – ausência de uma ou de mais de uma das
características da relação de emprego – exemplos:

✓ Trabalho eventual;
✓ Trabalho voluntário;
✓ Trabalho autônomo;
✓ Trabalho avulso.
Trabalhador autônomo
→ Lei n. 13.467/2017 (Reforma Trabalhista):
✓ ampliação da possibilidade de contratação de autônomos
(art. 442-B, CLT):
- Com ou sem
Desde que respeitadas todas exclusividade.
as formalidades legais. - De forma contínua ou
não.
Trabalhador temporário

Tomador de Serviços
Temporário
• Conceito
• Lei nº 6.019/74 (com
alterações da Lei nº Empresa
13.429/2017) de Trabalho Temporário
Temporário
Trabalhador temporário
Somente é admitido para atender à (art. 2º Lei 6.019/74/):
a) necessidade de substituição transitória de pessoal
permanente do tomador dos serviços;
b) demanda complementar de serviço (que seja oriunda de
fatores imprevisíveis ou, quando decorrente de fatores
previsíveis, tenha natureza intermitente, periódica ou
sazonal).
Trabalhador temporário

** necessidade de contrato escrito;


** prazo máximo – não poderá exceder de 180
dias, consecutivos ou não, podendo ser prorrogado
por até 90 dias, consecutivos ou não.
Sujeitos da relação de emprego – empregador:
GRUPO ECONÔMICO:§ 2º do art. 2º da CLT

→ Conceito:
→ Responsabilidade Solidária entre as
empresas integrantes do grupo econômico
para garantia da satisfação dos créditos do
trabalhador;
Sujeitos da relação de emprego – empregador:
GRUPO ECONÔMICO:§ 2º do art. 2º da CLT

→ Mera identidade de sócios não


caracteriza grupo econômico / necessidade
de interesse integrado e atuação conjunta
das empresas – art. 2º, § 3º, CLT (Lei n.
13.467/2017 – Reforma Trabalhista).
Sujeitos da relação de emprego – empregador:
art. 2º da CLT

→ Pessoa física ou jurídica ou ente sem personalidade


jurídica;
→ Com ou sem finalidade lucrativa;
→ Assume os riscos da atividade economia;
→ Admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços;
Sujeitos da relação de emprego – empregador:
art. 2º da CLT

→ Empregador doméstico – trabalho realizado no âmbito


residencial / sem finalidade lucrativa (art. 7º, parágrafo único,
CF + LC 150/2015);

→ Empregador rural – trabalho realizado em propriedade


rural ou prédio rústico – realização de atividade
agroeconômica (art. 7º, CF + Lei 5.889/73).
Sucessão de empregadores
Alterações da Lei n. 13.467/2017 (Reforma Trabalhista)

→ Responsabilidade do sucessor pelas obrigações trabalhistas


(art. 448-A, caput, CLT);

→ Responsabilidade solidária do sucedido em caso de fraude


(art. 448-A, parágrafo único, CLT).
Sucessão de empregadores
Responsabilidade do sócio retirante (art. 10-A, CLT)
→ Responsabilidade subsidiária pelas obrigações trabalhistas
referentes ao período em que figurou como sócio – somente
para ações ajuizadas até 2 anos após a averbação da modificação
societária;
→ Ordem de preferência: empresa devedora / sócios atuais /
sócio retirantes;
→ Responsabilidade solidária do sócio retirante em caso de
fraude.
Questão:
(XXVIII Exame de Ordem Unificado / FGV) Alaor, insatisfeito com o pequeno lucro do
restaurante do qual era sócio, retirou-se da sociedade empresária e averbou, na
respectiva junta comercial, novo contrato social, onde constava sua retirada. O
empresário, 36 meses após esse fato, foi surpreendido com sua citação em uma
reclamação trabalhista ajuizada dias antes. Sobre a hipótese apresentada, considerando
a atual redação da CLT, assinale a afirmativa correta.
A) Alaor responde solidariamente pelos débitos da sociedade na ação trabalhista em
referência.
Contraria o disposto no art. 10-A, CLT.
B) Alaor responde subsidiariamente pelos débitos da sociedade na ação trabalhista em
referência.
Contraria o disposto no art. 10-A, CLT.
Questão:
C) CORRETA – Alaor não mais responde, na ação trabalhista em referência, pelos
débitos da sociedade.
Art. 10-A, CLT – Responsabilidade subsidiária pelas obrigações trabalhistas referentes ao
período em que figurou como sócio – somente para ações ajuizadas até 2 anos após a
averbação da modificação societária
D) No caso, primeiro responde a empresa devedora, depois, os sócios atuais e, em
seguida, os sócios retirantes, que é o caso de Alaor.
Contraria o disposto no art. 10-A, CLT.
TERCEIRIZAÇÃO – Lei nº 6.019/74 (Lei nº 13.429/2017 +
Lei n. 13.467/2017 – Reforma Trabalhista)

Tomador de Prestador de
Serviços Serviços

Empregados
TERCEIRIZAÇÃO – Lei nº 6.019/74 (Lei nº 13.429/2017 +
Lei n. 13.467/2017 – Reforma Trabalhista)

• Contrato de prestação de serviços escrito – com previsão


expressa do objeto – vedada utilização do trabalho em
atividades distintas;

• Não há mais distinção entre atividade fim e atividade meio.


Aspectos relevantes
→ Execuçãodos serviços nas instalações da empresa contratante
ou em outro local, de comum acordo entre as partes;
→ Não há vínculo de emprego entre a empresa contratante e os
trabalhadores ou sócios das empresas prestadoras de serviços,
qualquer que seja seu ramo.
Aspectos relevantes
→ contrato deve prever qualificação das partes, especificação do
serviço a ser prestado, prazo para realização do serviço, quando for
o caso, e o valor;
→ as disposições da Lei não se aplicam às empresas de vigilância e
transporte de valores;
→ responsabilidade subsidiária da contratante em caso de
inadimplemento de dívidas trabalhistas, referente ao período em
que ocorrer a prestação dos serviços.
Aspectos relevantes

→ proibição de ex-empregados da contratante figurarem como


sócios da contratada – prazo 18 meses, salvo se aposentados:
art. 5º-C da Lei 13.429/2017;
→ proibição de ex-empregados da contratante prestarem
serviços como empregados da contratada – prazo 18 meses: art.
5º, D da Lei 13.429/2017.
Trabalho intermitente – art. 443, caput e § 3º, CLT +
art. 452-A, CLT
Prestação de serviços (art. 443, § 3º, CLT):
- com subordinação;
- sem continuidade;
- alternância de períodos de prestação de
serviços e de inatividade;
- períodos de prestação de serviços fixados em:
horas, dias ou meses;
- para qualquer atividade.
• Contrato necessariamente celebrado por
escrito e registrado na CTPS;
Contrato • Valor da hora ou do dia de trabalho – não
deve pode ser inferior ao valor horário do salário
conter: mínimo ou àquele pago aos demais
empregados que exerçam a mesma função
(art. 452-A, CLT).
Convocação e aceitação:
Por qualquer meio eficaz, informando
• Convocação qual será a jornada, com pelo menos 3
dias de antecedência.

• Aceitação Um dia útil para responder ao


chamado, presumida, no silêncio, a
recusa.
Convocação e aceitação:

Pagamento à outra parte, no


• Parte que
prazo de 30 dias, multa de 50%
descumprir
da remuneração que seria
sem justo
devida, permitida a
motivo.
compensação em igual prazo.
Períodos de inatividade

Períodos em • Não são considerados tempo à


que não haja disposição do empregador;
convocação • Empregado pode prestar serviços
para prestação de qualquer natureza a outros
de serviço contratantes.
Pagamento / remuneração:
Ao final de cada período de prestação de serviço, pagamento
imediato:

• remuneração;
• férias proporcionais + 1/3;
• 13º salário proporcional;
• DSR;
• adicionais legais.
Pagamento / remuneração:
Férias:

A cada 12 meses o empregados adquire direito a usufruir, nos


12 meses subsequentes, um mês de férias, período em que
não pode prestar serviços ao mesmo empregador.
Alteração do contrato de trabalho
→ Ampliação da autonomia da vontade – Lei n. 13.467/2017
Reforma Trabalhista.
→ Empregado hipersuficiente (art. 444, parágrafo único, CLT)*
– livre estipulação**.
* Portador de diploma de nível superior E que perceba salário
mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
** Pode negociar tudo o que está previsto no art. 611-A, CLT.
Alteração do contrato de trabalho
→ Possibilidade válida de alteração do contrato de trabalho
– não há que se falar em prejuízo.
Indenização por danos morais – tarifação
– Lei n. 13.467/2017 – Reforma Trabalhista – arts. 223-A a
223-G, CLT

• Ofensa de natureza leve = Até 3 vezes o último salário


contratual do ofendido;
• Ofensa de natureza média = Até 5 vezes o último salário
contratual do ofendido;
• Ofensa de natureza grave = Até 20 vezes o último salário
contratual do ofendido;
Indenização por danos morais – tarifação
– Lei n. 13.467/2017 – Reforma Trabalhista – arts. 223-A a
223-G, CLT

• Ofensa de natureza gravíssima = Até 50 vezes o último


salário contratual do ofendido.
Atenção:
• Na reincidência entre partes idênticas – juiz pode elevar ao
dobro o valor da indenização.
Jornada de trabalho – tempo in itinere (art. 58, §
1º, CLT)
• Tempo in itinere = tempo despendido pelo empregado desde
a sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho
e para o seu retorno;
• Não será computado na jornada de trabalho – ainda que o
percurso seja feito caminhando ou com qualquer meio de
transporte, inclusive o fornecido pelo empregador;
• Não é tempo à disposição do empregador.
Questão:
(XXIX Exame de Ordem Unificado / FGV) Fábio trabalha em uma mineradora como auxiliar
administrativo. A sociedade empresária, espontaneamente, sem qualquer previsão em norma coletiva,
fornece ônibus para o deslocamento dos funcionários para o trabalho, já que ela se situa em local cujo
transporte público modal passa apenas em alguns horários, de forma regular, porém insuficiente para a
demanda. O fornecimento do transporte pela empresa é gratuito, e Fábio despende cerca de uma hora
para ir e uma hora para voltar do trabalho no referido transporte. Além do tempo de deslocamento, Fábio
trabalha em uma jornada de 8 horas, com uma hora de pausa para repouso e alimentação. Insatisfeito,
ele procura você, como advogado(a), a fim de saber se possui algum direito a reclamar perante a Justiça
do Trabalho.
Considerando que Fábio foi contratado em dezembro de 2017, bem como a legislação em vigor, assinale
a afirmativa correta.

A) Fábio faz jus a duas horas extras diárias, em razão do tempo despendido no transporte.

Contraria o disposto no art. 58, § 1º, CLT.


Questão:
B) Fábio não faz jus às horas extras, pois o transporte fornecido era gratuito.

Contraria o disposto no art. 58, § 1º, CLT.

C) Fábio faz jus às horas extras, porque o transporte público era insuficiente, sujeitando o trabalhador
aos horários estipulados pelo empregador.

Contraria o disposto no art. 58, § 1º, CLT.

D) CORRETA – Fábio não faz jus a horas extras, porque o tempo de transporte não é considerado
tempo à disposição do empregador.

O tempo despendido pelo empregado no percurso (tempo in itinere) não é computado na jornada
de trabalho, em nenhuma hipótese (art. 58, § 1º, CLT).
Jornada de trabalho – turno ininterrupto de
revezamento (art. 7º, XIV, CF)
• Trabalho em turnos:
✓ Fixos – jornada normal de 8h diárias / 44h semanais;
✓ De revezamento – jornada normal de 6h diárias, salvo
negociação coletiva;
• Fundamento da jornada reduzida;
• Estabelecida jornada superior a 6h e limitada a 8h por meio
de regular negociação coletiva – empregados não têm direito
a horas extras – Súm. 423, TST.
Questão:
(XXIX Exame de Ordem Unificado / FGV) Os empregados de uma sociedade empresária do setor
metalúrgico atuavam em turnos ininterruptos de revezamento, cumprindo jornada de 6 horas diárias,
conforme previsto na Constituição Federal, observado o regular intervalo. O sindicato dos
empregados, provocado pela sociedade empresária, convocou assembleia no ano de 2018, e, após
debate e votação, aprovou acordo coletivo para que a jornada passasse a ser de 8 horas diárias, com
o respectivo acréscimo salarial, observado o regular intervalo, mas sem que houvesse qualquer
vantagem adicional para os trabalhadores. Diante da situação apresentada e de acordo com a
previsão da CLT, assinale a afirmativa correta.

A) É nulo o acordo coletivo em questão, e caberá ao interessado nessa declaração ajuizar ação de
cumprimento.

Contraria o disposto no art. 7º, XIV, CF.


Questão:
B) A validade de tal estipulação, por não prever benefício para os trabalhadores, depende de
homologação da Justiça do Trabalho.
Contraria o disposto no art. 7º, XIV, CF.
C) É obrigatório que a contrapartida seja a estabilidade de todos os funcionários na vigência do acordo
coletivo.
Art. 7º, XIV, CF não prevê qualquer necessidade de contrapartida.
D) CORRETA – O acordo coletivo é válido, porque sua estipulação não depende da indicação de
vantagem adicional para os empregados.
A possibilidade de a negociação coletiva aumentar a jornada de trabalho dos turnos
ininterruptos de revezamento até o limite de 8h diárias independe de qualquer contrapartida –
art. 7º, XIV, CF + Súmula 423, TST.
Intervalo Intrajornada (art. 71, CLT)
• Jornada maior que 6h e até 8h = 1h (mínimo) / 2h (máximo);
• Jornada maior que 4h e até 6h = 15min;
• Não é computado na duração do trabalho;
• Não concessão / concessão parcial = pagamento do período
suprimido + 50% sobre o valor da remuneração da hora normal
de trabalho (natureza indenizatória);
Intervalo Intrajornada (art. 71, CLT)
• Possibilidade de redução ou fracionamento por CCT ou ACT =
motoristas, cobradores, fiscalização de campo e afins nos
serviços de operação de veículos rodoviários, empregados no
setor de transporte coletivo de passageiros / mantida a
remuneração / concedidos intervalos menores ao final de cada
viagem.
Férias
• Concessão pode ser em até 3 períodos (com
concordância do empregado) – 1 período não
inferior a 14 dias e os outros dois não inferiores a 5
dias cada;
• Menores de 18 anos e maiores de 50 anos PODEM
fracionar as férias.
Rescisão do contrato de trabalho
Por comum acordo entre as partes:
- CLT, 484-A (Lei n. 13.467/2017 –
Reforma Trabalhista);
- Verbas trabalhistas devidas:
• por metade – aviso prévio e
indenização sobre o saldo do FGTS;
• na integralidade – demais verbas
trabalhista.
Rescisão do contrato de trabalho –
Observação 1

• Dispensas imotivadas individuais, plúrimas ou coletivas


equiparam-se para todos os fins.
→ NÃO há necessidade de autorização prévia de entidade
sindical ou de celebração de CCT ou ACT para sua efetivação
(art. 477-A, CLT).
Rescisão do contrato de trabalho –
Observação 2

• Plano de Demissão Voluntária ou Incentivada (PDV ou PDI) para


dispensa individual, plúrima ou coletiva
→ se previsto em CCT ou ACT enseja quitação plena e irrevogável
dos direitos decorrentes da relação de emprego, salvo disposição
em contrário estipulada entre as partes (art. 477-B, CLT).
Questão:
(XXIX Exame de Ordem Unificado / FGV) A sociedade empresária Ômega Ltda. deseja reduzir em
20% o seu quadro de pessoal, motivo pelo qual realizou um acordo coletivo com o sindicato de classe
dos seus empregados, prevendo um Programa de Demissão Incentivada (PDI), com vantagens
econômicas para aqueles que a ele aderissem. Gilberto, empregado da empresa havia 15 anos,
aderiu ao referido Programa em 12/10/2018, recebeu a indenização prometida sem fazer qualquer
ressalva e, três meses depois, ajuizou reclamação trabalhista contra o ex-empregador. Diante da
situação apresentada e dos termos da CLT, assinale a afirmativa correta.
A) A adesão ao Programa de Demissão Incentivada (PDI) não impede a busca, com sucesso, por
direitos lesados.
Contraria o disposto no art. 477-B, CLT.
B) A quitação plena e irrevogável pela adesão ao Programa de Demissão Incentivada (PDI) somente
ocorreria se isso fosse acertado em convenção coletiva, mas não em acordo coletivo.
Contraria o disposto no art. 477-B, CLT.
Questão:

C) CORRETA – O empregado não terá sucesso na ação, pois conferiu quitação plena.

Art. 10-A, CLT – a adesão ao PDI previsto em CCT ou em ACT enseja quitação plena e
irrevogável dos direitos decorrentes da relação de emprego, salvo disposição em contrário
estipulada entre as partes.

D) A demanda não terá sucesso, exceto se Gilberto previamente devolver em juízo o valor
recebido pela adesão ao Programa de Demissão Incentivada (PDI).

Contraria o disposto no art. 477-B, CLT.


Formalidades na rescisão do contrato de trabalho
(Lei n. 13.467/2017 – Reforma Trabalhista)
• Recibo de quitação / termo de rescisão
do contrato de trabalho (TRCT);
Formalidades na
• Comunicação da extinção do contrato
extinção do contrato
aos órgãos competentes;
de trabalho
• Não há mais necessidade de
CLT, 477
homologação (Lei n. 13.467/2017 –
Reforma Trabalhista).
Prazo: 10 dias contados do término do contrato
– para:
• Entrega ao empregado dos documentos que comprovem a
comunicação da extinção do contrato aos órgãos competentes;
• Pagamento dos valores constantes do TRCT.

(art. 477, § 6º, CLT)


Estabilidades provisórias no emprego
• Gestante – desde a confirmação da gravidez até 5 meses
após o parto (art. 10, II, b, ADCT).
- Súm. 244, TST = desconhecimento da gravidez pelo
empregador não afasta o direito / reintegração somente no
período da estabilidade / direito no contrato por tempo
determinado.
Estabilidades provisórias no emprego
- art. 391-A = gravidez durante o aviso prévio trabalhado ou
indenizado – estabilidade assegurada;
- art. 391-A, parágrafo único = estabilidade assegurada ao
empregado adotante ao qual tenha sido concedida guarda
provisória para fins de adoção.
Estabilidades provisórias no emprego
• Dirigente sindical – desde o registro da candidatura até 1
ano após o término do mandato (art. 8º, VIII, CF);
- não tem direito a estabilidade = membro do conselho fiscal
(OJ SDI-1 365, TST) / delegado sindical (OJ SDI-1 369, TST);
- dispensa por justa causa = depende de inquérito para
apuração de falta grave (Súm. 379, TST);
Estabilidades provisórias no emprego
- registro da candidatura no aviso prévio = não assegura
estabilidade (Súm. 369, V, TST);
- extinção da atividade da empresa na base territorial = fim
da estabilidade (Súm. 369, IV, TST);
- estabilidade assegurada aos titulares e aos suplentes.
Estabilidades provisórias no emprego
• Cipeiro – desde o registro da candidatura até 1 ano após o
término do mandato (art. 10, II, a, ADCT).
- não tem direito a estabilidade = representantes do empregador
(só os eleitos);
- extinção da atividade da empresa na base territorial = fim da
estabilidade (Súm. 339, II, TST);
- estabilidade assegurada aos titulares e aos suplentes (Súm.
339, I, TST).
Estabilidades provisórias no emprego
• Acidentado no trabalho – pelo prazo máximo de 12 meses
após a cessação do auxílio-doença acidentário (art. 118, Lei
n. 8.213/91).
- pressupostos para o reconhecimento do direito à
estabilidade (Súmula 378, II, TST): afastamento superior a 15
dias + percepção do auxílio-doença acidentário.
Nova hipótese de estabilidade provisória
(Lei 13.467/2017)
• Membro da comissão de representação de trabalhadores
(art. 510-D, § 3º, CLT) – desde o registro da candidatura
até um ano após o fim do mandato.
- Mandato = 1 ano (caput);
- Só podem ser dispensados = se houver motivo disciplinar,
técnico, econômico ou financeiro (caso contrário, considera-
se dispensa arbitrária).
Fontes de receita dos sindicatos
• Contribuição sindical – integrantes da
categoria, sindicalizados ou não;
• Seu pagamento é voluntário (não há mais
exigência compulsória de pagamento) –
deve ser prévia e expressamente
Autorizada.
Fontes de receita dos sindicatos

→ Contribuição sindical (artigos 578, 579, 582, 583 e 587 CLT) –


alterações da Lei n. 13.467/2017 -Reforma Trabalhista;

→ STF - autorização expressa, individual e por escrito do


trabalhador – constitucionalidade da previsão legal.
Negociação coletiva
• Foi extremamente ampliada pela Lei n. 13.467/2017 – Reforma
Trabalhista;
• Negociado prevalece sobre o legislado – regra geral;
• O que pode ser negociado, prevalecendo sobre o legislado = art.
611-A, CLT – enumeração exemplificativa;
• O que não pode ser negociado, não prevalecendo sobre o
legislado = art. 611-B, CLT – restrições à negociação coletiva –
enumeração taxativa / exaustiva.
Convenção e acordo coletivo de trabalho
• Por no máximo 2 anos (art. 614,
§ 3º, CLT).
Vigência
• Vedada a ultratividade (Lei n.
13.467/2017 – Reforma Trabalhista).

Art. 620, CLT → Acordo coletivo de trabalho prevalece sempre


sobre a convenção coletiva de trabalho.
Questão:
(XXVII Exame de Ordem Unificado / FGV) Em determinada localidade, existe a seguinte situação: a
convenção coletiva da categoria para o período 2018/2019 prevê o pagamento de adicional de 70%
sobre as horas extras realizadas de segunda-feira a sábado. Ocorre que a sociedade empresária Beta
havia assinado um acordo coletivo para o mesmo período, porém alguns dias antes, prevendo o
pagamento dessas horas extras com adicional de 60%. De acordo com a CLT, assinale a opção que
indica o adicional que deverá prevalecer.

A) Prevalecerá o adicional de 70%, por ser mais benéfico aos empregados.

Contraria o disposto no art. 620, CLT.

B) Diante da controvérsia, valerá o adicional de 50% previsto na Constituição Federal.

Havendo norma coletiva prevendo adicional de horas extras superior ao previsto na CF,
prevalece o adicional negociado. Aplica-se no caso o art. 620, CLT.
Questão:

C) Deverá ser respeitada a média entre os adicionais previstos em ambas as normas


coletivas, ou seja, 65%.

Contraria o disposto no art. 477-B, CLT.

D) Valerá o adicional de 60% previsto em acordo coletivo, que prevalece sobre a


convenção.

Art. 620, CLT – as disposições do ACT sempre prevalecerão às previstas em CCT.

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