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AUDITORIA E CONTROLADORIA

FINANÇAS III DT - 1

NOÇÕES GERAIS SOBRE AUDITORIA

A prática da auditoria surgiu provavelmente no século XV ou XVI na Itália. Os precursores da


contabilidade foram os italianos, não sem razão, visto ser o clero a essa época o responsável
pelos principais empreendimentos estruturados da Europa moderna ou medieval. O
reconhecimento oficial da prática de auditoria também ocorreu na Itália (Veneza), onde em 1581
foi constituído o primeiro Colégio de Contadores, para cuja admissão o candidato tinha de
completar aprendizado de seis anos como contador praticante e submeter- se a exame.
Inicialmente, os trabalhos realizados como auditoria eram bastante limitados, restringindo-se, em
regra, à verificação dos registros contábeis, com vistas à comprovação de sua exatidão.
Com a evolução da Ciência Contábil, que se tornou imprescindível à administração das
empresas, desenvolveu-se também, de forma notável, a técnica de auditoria, a ponto de hoje
não ser ela um instrumento de mera observação apenas, estático , mas também de orientação,
de interpretação e de previsão de fatos, tornando-se dinâmica e ainda em constante evolução.
Por isso, atualmente, Auditoria pode ser definida como o levantamento, o estudo e a avaliação
sistemática de transações, procedimentos , rotinas e demonstrações contábeis de uma entidade,
com o objetivo de fornecer a seus usuários uma opinião imparcial e fundamentada em normas e
princípios sobre sua adequação.

CONCEITO DE AUDITOR

Auditor é o profissional que, possuindo competência legal como contador e conhecimentos em


áreas correlatas, como tributos, modernas técnicas empresariais e outras, aliadas aos
conhecimentos de normas e procedimentos de auditoria, procurará obter elementos de
satisfação que o levem a fundamentar e a emitir
sua opinião sobre o objeto de estudo (Sistemas de Controles Internos, Demonstrações
Contábeis etc.).
As funções do auditor, hoje, vão muito além do tradicional conceito de fiscalização.
Além de averiguar e detectar eventuais falhas nos sistemas de controle e no plano de
organização, o auditor preocupa-se também com a manutenção desses sistemas de forma que
as não - conformidades sejam minimizadas, atuando de forma preventiva e apresentando
sugestões para eventuais desvios (aplicação do conceito de Qualidade Total).

OBJETO DA AUDITORIA

Como se sabe, a auditoria é uma técnica autônoma entre as técnicas da Ciência Contábil, razão
pela qual tem objeto perfeitamente identificado e definido, sendo este não apenas único, mas
também múltiplo, conforme o entendimento unanimemente consagrado nos dias de hoje.
Deve ficar claro que cada autor pode restringir ou ampliar o objeto da auditoria de acordo com
seu entendimento. Existe certo consenso, no entanto, acerca de alguns itens básicos, como, por
exemplo:
a. comprovação, pelo registro, de que são exatos os fatos patrimoniais;
b. demonstração dos erros e fraudes encontrados;
c. sugestão das providências cabíveis, visando à prevenção de erros e fraudes;
d. verificação de que a contabilidade é satisfatória sob o aspecto sistemático e de organização;
e. verificação do funcionamento do controle interno;
f. proposição de medidas de previsão de fatos patrimoniais, com o propósito de manter a
empresa dentro dos limites de organização e legalidade. Tendo em vista o que foi exposto,
pode-se dizer que o objeto da auditoria não só é a descoberta de erros e fraudes, para proteção
da empresa contra eles e contra multas fiscais, como também a produção de informes a respeito
da verdade das demonstrações.

As empresas são auditadas pelos seguintes motivos:

AUDITORIA INDEPENDENTE

A. Por disposições legais:


– Comissão de Valores Mobiliários - CVM. Exige, por força de lei, auditoria em sociedades
anônimas de capital aberto.
– Banco Central do Brasil - BACEN. Exige auditoria em:
ï‚· Bancos Comerciais
Bancos de Investimentos
ï‚· Financeiras
ï‚· Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários
ï‚· Corretoras de Câmbio e Valores Mobiliários
ï‚· Sociedades de Arrendamento Mercantil
ï‚· Sociedades de Crédito Imobiliário
– Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP. Exige auditoria em sociedades seguradoras.

B. Por outros motivos


- Instituições financeiras: podem, mediante acordo contratual, exigir auditoria de empresas
tomadoras de empréstimos vultosos.

C. Acionista controlador
- Pode exigir auditoria em empresas coligadas, controladas ou filiais, no próprio país ou no
exterior.

D. Outros
A administração pode solicitar auditorias especiais para verificação, por exemplo, de fraudes.
Empresas interessadas na aquisição do controle acionário solicitam auditoria para averiguar a
situação financeira e patrimonial da empresa que está sendo adquirida.

AUDITORIA INTERNA

A. Por determinação da administração


- A administração utiliza a auditoria interna como órgão de assessoria e controle.

B. Por determinação da matriz ou controladora


- É comum em grandes conglomerados a existência de uma auditoria interna, subordinada à
empresa controladora, que verifica a observância das normas de controle estabelecidas para
todas as empresas do grupo. Para as empresas auditadas, essa auditoria é similar a uma
auditoria independente.

AUDITORIA NA ÁREA FISCAL E TRIBUTÁRIA

- A Auditoria na área fiscal e tributária é realizada segundo o interesse quanto aos tributos das
respectivas competências, que compreendem a União, os Estados e os Municípios.

1.6 REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL

A prática de auditoria, seja ela interna, seja externa, é de exercício exclusivo do contador. Para o
exame de demonstrações contábeis de empresas de capital aberto, é necessário também o
registro do profissional na Comissão de Valores Mobiliários, além do registro no Conselho
Regional de Contabilidade.

CONCEITUAÇÃO E OBJETIVOS DA AUDITORIA INDEPENDENTE

A auditoria das demonstrações contábeis constitui o conjunto de procedimentos técnicos que


tem por objetivo a emissão de parecer sobre a sua adequação, consoante os Princípios
Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for
pertinente, a legislação específica.
Na ausência de disposições específicas, prevalecem as práticas já consagradas pela Profissão
Contábil, formalizadas' ou não pelos seus organismos próprios.
Salvo declaração expressa em contrário, constante do parecer, entende-se que o auditor
considera adequadas e suficientes, para o entendimento dos usuários, as informações
divulgadas nas demonstrações contábeis, tanto em termos de conteúdo quanto de forma.
O parecer do auditor independente tem por limite os próprios objetivos da auditoria das
demonstrações contábeis e não representa, pois, garantia de viabilidade futura da entidade ou
algum tipo de atestado de eficácia da administração na gestão dos negócios.
O parecer é de exclusiva responsabilidade de contador registrado no Conselho Regional de
Contabilidade, nestas normas denominado auditor.

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