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Título do Projeto de Iniciação Científica do Aluno: A realeza e a mídia: O fascínio

da imprensa pela Realeza Britânica.

Resumo

Em 1953 o mundo conhecia a nova soberana do Reino Unido, a rainha


Elizabeth II, por meio de uma transmissão ao vivo feita pela BBC a pedido da própria
rainha, afim de estar mais próxima de seus súditos. A partir daí a imprensa se
inseriu cada vez mais no cotidiano dos membros da família real, principalmente com
a entrada na realeza de Lady Diana Spencer no fim dos anos 70 e que gerou uma
intensa perseguição a ela, resultando em sua trágica morte em agosto de 1997.

A presente pesquisa irá analisar a perseguição da mídia acerca de pessoas


públicas, em particular, os membros da família real britânica.

Palavras-chave: Imprensa, realeza, Inglaterra, privacidade, mídia.

Introdução

Durante os anos 50, as primeiras TV’s e os primeiros canais começavam a


surgir no mundo, o mais famoso deles, a BBC, que já existia nos rádios. Em 1953
aconteceria um marco para a mídia e para a história: a coroação da rainha Elizabeth
II seria feita ao vivo direto da Abadia de Westminster, trazendo para mais perto, os
súditos que esperavam ansiosamente para saber notícias de sua nova soberana. A
partir deste evento, a imprensa esteve cada vez mais presente no cotidiano da
realeza.

Avançando um pouco mais na história, já no fim dos anos 70, a imprensa


começou sua primeira investida pesada: a perseguição ao Príncipe de Gales
começava. O príncipe completara 30 anos e era inadmissível que o herdeiro do
trono britânico ainda não estivesse casado, em contrapartida, sua irmã a Princesa
Anne já havia concretizado seu matrimônio. Com a demora e a ansiedade tanto por
parte da família, quanto por parte da população, a imprensa daria tudo por um clique
de Charles com algum affair que pudesse render boatos e as primeiras páginas dos
tabloides sensacionalistas da época. Quando seu romance com Camilla Parker-
Bowles veio a conhecimento público, o casal era constantemente seguido por
paparazzi, assim como o fim do relacionamento também ganhou as manchetes da
época.

Em 1980, Lady Diana Spencer, mais tarde Princesa de Gales, entrava para a
realeza quando ela e Charles vieram em público comunicar seu noivado. Após essa
data, Diana começou a ser cobiçada pelas lentes dos cinegrafistas e fotógrafos por
ter “um rosto angelical e um jeito doce”, sendo um prato cheio para os
sensacionalistas que deram tudo por um clique da princesa, considerada a pessoa
mais fotografada do mundo.

O casamento real em julho de 1981 foi amplamente anunciado como um


"casamento de conto de fadas" e o "casamento do século" pela imprensa britânica,
sendo transmitido pela BBC e assistido por uma audiência global estimada de 750
milhões de pessoas, porém, a mídia queria estar cada vez mais perto desse novo
matrimônio, violando a privacidade dos membros da realeza. A constante
perseguição a Princesa de Gales resultou em sua trágica morte em agosto de 1997,
quando paparazzis perseguiam seu carro em Paris afim de conseguirem uma foto
dela e de seu namorado, o produtor cinematográfico Dodi Al-Fayed.

Delimitação do objeto de estudo

Este projeto se delimitará a mostrar como o comportamento da mídia diante


da família real britânica, em especial, a invasão de privacidade dos membros da
realeza e seus impactos negativos na vida de pessoas públicas.

Problematização

A invasão de privacidade de pessoas públicas ou privadas é crime regido por


lei não só no Brasil, mais como em vários países do mundo e as consequências
causadas pela constante perseguição se tornam irreversíveis, principalmente em
relação a saúde mental desses indivíduos. Um dos maiores exemplos, é o Príncipe
Harry que hoje em dia, tem traumas da imprensa por conta do ocorrido com sua
mãe.
Hipótese

Afirmar a influência e os danosos impactos que o incessante assédio que a mídia


exerce acerca de pessoas públicas.

Objetivo

Compreender como o comportamento da mídia diante da família real britânica, afetou


direta e indiretamente o cotidiano da família como um todo, inclusive como instituição. A
pesquisa também tem o objetivo de evidenciar a falta de ética no jornalismo.

Justificativa

A ideia de pesquisar este tema veio de uma reflexão a partir das aulas de legislação
e ética no jornalismo e junto com isso, foi gerada uma linha de raciocínio entre o que
foi estudado e o livro “Diana: Sua Verdadeira História em Suas Próprias Palavras”,
de Andrew Morton, escrito em 2013. Através desse pensamento, surgiu então a
ideia de questionar até onde os jornalistas vão para conseguir uma noticia em
primeira mão e a constante perseguição deles em relação a monarquia britânica .

Referências

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