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1.

INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA

Norma pertinente: NBR 5626:1998 – Instalação predial de água fria


(ABNT, 1998).

1.1. Terminologia

Reproduz-se abaixo algumas das definições apresentadas na NBR


5626 (ABNT, 1998):

• Água fria: água à temperatura dada pelas condições do


ambiente;

• Água potável: água que atende ao padrão de potabilidade


determinado pela Portaria nº 36 do Ministério da Saúde;

• Alimentador predial: tubulação que liga a fonte de


abastecimento a um reservatório de água de uso doméstico

• Aparelho sanitário: componente destinado ao uso da água ou


ao recebimento de dejetos líquidos e sólidos. Incluem-se nessa
definição aparelhos como bacias sanitárias, lavatórios, pias,
lavadoras de roupa, lavadoras de prato, banheiras etc;

• Barrilete: tubulação que se origina no reservatório e da qual


derivam as colunas de distribuição, quando o tipo de
abastecimento é indireto. No caso de abastecimento direto,
pode ser considerado como a tubulação diretamente ligada ao
ramal predial ou diretamente ligada à fonte de abastecimento
particular;

• Coluna de distribuição: tubulação derivada do barrilete e


destinada a alimentar ramais;

• Diâmetro nominal (DN): número que serve para designar o


diâmetro de uma tubulação e que corresponde aos diâmetros
definidos nas normas específicas de cada produto;

• Dispositivo de prevenção ao refluxo: componente, ou


disposição construtiva, destinado a impedir o refluxo de água
em uma instalação predial de água fria, ou desta para a fonte
de abastecimento;
• Duto: espaço fechado projetado para acomodar tubulações de
água e componentes em geral, construído de tal forma que o
acesso ao seu interior possa ser tanto ao longo de seu
comprimento como em pontos específicos. Inclui também o
shaft que é normalment entendido como um duto vertical;

• Fonte de abastecimento: sistema destinado a fornecer água


para a instalação predial de água fria. Pode ser a rede pública
da concessionária ou qualquer sistema particular de
fornecimento de água. No caso da rede pública, considera-se
que a fonte de abastecimento é a extremidade à jusante do
ramal predial;

• Instalação elevatória: sistema destinado a elevar a pressão


da água em uma instalação predial de água fria, quando a
pressão disponível na fonte de abastecimento for insuficiente,
para abastecimento do tipo direto, ou para suprimento do
reservatório elevado no caso abastecimento do tipo indireto;

• Metal sanitário: expressão usualmente empregada para


designar peças de utilização e outros componentes utilizados
em banheiros, cozinhas e outros ambientes do gênero,
fabricados em liga de cobre. Exemplos: torneiras, registros de
pressão e gaveta, misturadores, válvulas de descarga,
chuveiros e duchas, bicas de banheira;

• Nível de transbordamento: nível do plano horizontal que


passa pela borda do reservatório, aparelho sanitário ou outro
componente. No caso de haver extravasor associado ao
componente, o nível é aquele do plano horizontal que passa
pelo nível inferior do extravasor;

• Plástico sanitário: expressão usualmente empregada para


designar peças de utilização e outros componentes utilizados
em banheiros, cozinhas e outros ambientes do gênero,
fabricados em material plástico. Exemplos: torneiras, registros
de pressão e gaveta, misturadores, válvulas de descarga,
chuveiros e duchas;
• Ponto de utilização da água: extremidade à jusante do sub-
ramal a partir de onde a água fria passa a ser considerada
água servida. Qualquer parte da instalação predial de água fria,
a montante desta extremidade, deve preservar as
características da água para o uso a que se destina;

• Ramal: tubulação derivada da coluna de distribuição e


destinada a alimentar os sub-ramais;

• Ramal predial: tubulação compreendida entre a rede pública


de abastecimento de água e a extremidade a montante do
alimentador predial ou de rede predial de distribuição. O ponto
onde termina o ramal predial deve ser definido pela
concessionária;

• Rede predial de distribuição: conjunto de tubulações


constituído de barriletes, colunas de distribuição, ramais e sub-
ramais, ou de alguns destes elementos, destinado a levar água
aos pontos de utilização;

• Refluxo de água: escoamento de água ou outros líquidos e


substâncias, proveniente de qualquer outra fonte, que não a
fonte de abastecimento prevista, para o interior da tubulação
destinada a conduzir água desta fonte. Incluem-se, neste caso,
a retrossifonagem, bem como outros tipos de refluxo como, por
exemplo, aquele que se estabelece através do mecanismo de
vasos comunicantes;

• Registro de fechamento: componente instalado na tubulação


e destinado a interromper a passagem da água. Deve ser
utilizado totalmente fechado ou totalmente aberto. Geralmente
empregam-se registros de gaveta ou de esfera. Em ambos os
casos, o registro deve apresentar seção de passagem da água
com área igual à da seção interna da tubulação onde está
instalado;

• Registro de utilização: componente instalado na tubulação e


destinado a controlar a vazão da água utilizada. Geralmente
empregam-se registros de pressão ou válvula-globo em sub-
ramais;
• Retrossifonagem: refluxo de água usada, proveniente de um
reservatório, aparelho sanitário ou de qualquer outro
recipiente, para o interior de uma tubulação, devido à sua
pressão ser inferior à atmosférica;

• Sub-ramal: tubulação que liga o ramal ao ponto de utilização;

• Tubulação de extravasão: tubulação destinada a escoar o


eventual excesso de água de reservatórios onde foi superado o
nível de transbordamento

• Tubulação de limpeza: tubulação destinada ao esvaziamento


do reservatório para permitir sua limpeza e manutenção.

1.2. INFORMAÇÕES GERAIS

1.2.1. Responsabilidade técnica

O projeto de instalações prediais de água fria deve ser elaborado por


projetista com formação profissional de nível superior, legalmente
habilitado e qualificado. Cabendo ao técnico de nível médio o
acompanhamento e fiscalização na execução

1.2.2. Exigências a serem observadas no projeto

A NBR 5626:1998 estabelece que as instalações prediais de água


fria devem ser projetadas de modo que, durante a vida útil do
edifício que as contém, atendam aos seguintes requisitos:

• preservar a potabilidade da água;

• garantir o fornecimento de água de forma contínua, em


quantidade adequada e com pressões e velocidades
compatíveis com o perfeito funcionamento dos aparelhos
sanitários, peças de utilização e demais componentes;

• promover economia de água e de energia;

• possibilitar manutenção fácil e econômica;

• evitar níveis de ruído inadequados à ocupação do ambiente;


• proporcionar conforto aos usuários, prevendo peças de
utilização adequadamente localizadas, de fácil operação,
com vazões satisfatórias e atendendo as demais exigências
do usuário.

1.2.3. Sistema de abastecimento

O abastecimento de água pode ser público (concessionária), privado


(nascentes, poços etc) ou misto.

1.2.4. Sistema de distribuição

O sistema de distribuição pode ser direto, indireto, hidropneumático


ou misto

a) Sistema direto

A água provém diretamente da fonte de abastecimento, como


exemplificado na Figura 1.1. Adistribuição direta normalmente
garante água de melhor qualidade devido à taxa de cloro residual
existente na água e devido à inexistência de reservatório no prédio.
O principal inconveniente da distribuição direta no Brasil é a
irregularidade no abastecimento público e a variação da pressão ao
longo do dia provocando problemas no funcionamento de aparelhos
como os chuveiros. O uso de válvulas de descarga não é compatível
com este sistema de distribuição. deverá possuir reservatório de
água próprio, logo o sistema de distribuição direta não pode ser
utilizado.

b) Sistema indireto
A água provém de um ou mais reservatórios existentes no edifício.
Este sistema pode ocorrer com ou sem bombeamento. Quando a
pressão for suficiente, mas houver descontinuidade no
abastecimento, há necessidade de se prever um reservatório
superior e a alimentação do prédio será descendente (Figura 1.2).
Quando a pressão for insuficiente para levar água ao reservatório
superior, deve-se ter dois reservatórios: um inferior e outro superior.
Do reservatório inferior a água é lançada ao superior através do uso
de bombas de recalque (moto-bombas). O sistema de distribuição
indireto com bombeamento é mais utilizado em grandes edifícios
onde são necessários grandes reservatórios de acumulação. Esse
sistema é mostrado na Figura 1 abaixo.

Figura 1: Sistema indireto com bombeamento Figura 2:


Sistema misto sem bombeamento

c) Sistema misto

O sistema de distribuição misto é aquele no qual existe distribuição


direta e indireta ao mesmo tempo, como pode-se perceber na Figura
2

d) Sistema hidropneumático
O sistema hidropneumático de abastecimento dispensa o uso de
reservatório superior, mas segundo Creder (1995), sua instalação é
cara, sendo recomendada somente em casos especiais para aliviar a
estrutura.

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