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Determinantes Por Indução - Maria Lúcia Tores Villela
Determinantes Por Indução - Maria Lúcia Tores Villela
Introdução ................................................ 3
1 UFF
Instituto de Matemática
UFF 2
M. L. T. Villela
Introdução
3 UFF
Instituto de Matemática
Na Parte 3 estudaremos os espaços vetoriais com produto interno, o
conceito de norma e a desigualdade de Cauchy-Schwarz. Definiremos bases
ortogonais e ortonormais, complemento ortogonal de um subespaço, projeção
ortogonal sobre um subespaço e apresentaremos o processo de ortonorma-
lização de Gram-Schmidt. Definiremos a adjunta T ∗ de uma transformação
linear T entre espaços vetoriais de dimensão finita com produto interno e da-
remos a relação entre suas representações matriciais em bases ortonormais.
Estudaremos operadores auto-adjuntos, o Teorema espectral em espaços ve-
toriais reais ou complexos, operadores unitários, operadores ortogonais e fa-
remos a classificação dos operadores ortogonais do plano e do espaço. Além
disso, mostraremos que os movimentos rı́gidos ou isometrias, funções em um
espaço vetorial real de dimensão n ≥ 1 que preservam distâncias, são ope-
radores ortogonais seguidos de translações. Finalizaremos com o estudo de
formas bilineares em espaços vetoriais reais ou complexos, sua representação
matricial e relação entre as representações matriciais. Introduziremos os con-
ceitos de forma bilinear simétrica e formas quadráticas. Mostraremos que
uma forma quadrática sobre um espaço vetorial real de dimensão n ≥ 1 é
diagonalizável numa base ortonormal.
UFF 4
M. L. T. Villela
Parte 1
Determinantes e aplicações
5 UFF
Instituto de Matemática
e daremos como uma aplicação a resolução de sistemas lineares pela Regra
de Cramer.
UFF 6
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Determinantes sobre corpos
PARTE 1 - SEÇÃO 1
AM-(Distributiva) a · (b + c) = a · b + a · c.
Exemplo 1
Vocês têm familiaridade com os corpos Q, dos números racionais, R, dos
números reais e C, dos números complexos. Temos Q ⊂ R ⊂ C, onde
a
Q= b
; a, b ∈ Z e b 6= 0 ,
a c a·d+b·c a c a·c
com as operações b
+ d
= b·d
e b
· d
= b·d
.
C = {a + bi ; a, b ∈ R e i2 = −1},
com as operações
7 UFF
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Determinantes sobre corpos
Álgebra Linear II
(a + bi) + (c + di) = (a + c) + (b + d) e
(a + bi) · (c + di) = (a · c − b · d) + (a · d + b · c)i.
Exemplo 2 !
1 2
Seja A = ∈ M2×2(R). Então, A11 = (4), A12 = (3), A21 = (2) e
3 4
A22 = (1) são matrizes em M1×1(R).
1 2 3
Seja A = 4 5 6 ∈ M3×3(R).
7 8 9
! !
1 2 4 6
Então, A23 = e A12 = são matrizes em M2×2(R).
7 8 7 9
det : Mn×n(K) −→ K
A 7−→ det(A).
Definição 2 (Determinante)
Seja A = (aij) ∈ Mn×n(K), onde K é um corpo. O determinante de A é
definido por indução sobre n ≥ 1.
Se A = (a11) ∈ M1×1(K), então det(A) = a11.
Se n ≥ 2, A = (aij) e Aij ∈ M(n−1)×(n−1) (K) é a matriz obtida de A
retirando-se a i-ésima linha e j-ésima coluna, então
n
X
det(A) = (−1)i+1ai1 det(Ai1),
i=1
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Determinantes sobre corpos
PARTE 1 - SEÇÃO 1
Exemplo 3 !
a11 a12
Vamos determinar det(A), onde A = e aij ∈ K.
a21 a22
Temos que A11 = a22 e A21 = a12. Logo,
X 2
det(A) = (−1)i+1ai1 det(Ai1)
i=1 .
= (−1)1+1a11 det(A11) + (−1)2+1a21 det(A21)
= a11a22 − a21a12
!
a11 a12
Logo, det = a11a22 − a12a21.
a21 a22
Podemos visualizar o cálculo do determinante de uma matriz de ordem 2
com o seguinte diagrama, onde fazemos a soma dos produtos com os sinais
indicados pela setas.
−
@
@ !
a11 a12
a21@
@a
22
@
R
@
+
Exemplo 4 a11 a12 a13
Vamos determinar o determinante de A = a21 a22 a23 , onde aij ∈ K.
9 UFF
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Determinantes sobre corpos
Álgebra Linear II
− − −
@@ @ @ @ @
a11 a12 a13 a11 a12
@
@ @ @ @ @
a21 a22 a23 a21 a22
a31 a32 @
@a @@ @ @
33 a31 a32
@
R
@ @
R
@ @
R
@
+ + +
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Determinantes sobre corpos
PARTE 1 - SEÇÃO 1
n
X
(1) Em (1) usamos a definição
det(C) = (−1)k+1ck1 det(Ck1) de determinantes; em (2), a
k=1 comutatividade da adição em
(2) X
= (−1)k+1ck1 det(Ck1) + (−1)i+1ci1 det(Ci1) K; em (3), ci1 = ai1 + x1 ;
em (4), det(Ck1 ) =
k6=i
(3) X det(Ak1 ) + det(Bk1 ), por
= (−1)k+1ck1 det(Ck1) + (−1)i+1(ai1 + x1) det(Ci1) hipótese de indução; em (5),
k6=i ck1 = ak1 = bk1 e x1 = bi1 ;
(4) X em (6), a comutatividade da
(−1)k+1ck1 det(Ak1) + det(Bk1) + (−1)i+1ai1 det(Ai1)
= adição em K e em (7),
k6=i novamente, a definição de
determinante.
+(−1)i+1x1 det(Bi1)
(5) X
(−1)k+1ak1 det(Ak1) + (−1)k+1bk1 det(Bk1)
=
k6=i
+(−1)i+1ai1 det(Ai1) + (−1)i+1bi1 det(Bi1)
n n
(6) X k+1
X
= (−1) ak1 det(Ak1) + (−1)k+1bk1 det(Bk1)
k=1 k=1
(7)
= det(A) + det(B).
(b) Se n = 1, então A = (a11), B = (ca11) e det(B) = ca11 = c det(A).
Seja n ≥ 2 e suponhamos o resultado válido para matrizes de ordem
n − 1. Sejam A e B matrizes de ordem n como no enunciado. Nesse caso,
temos bi1 = cai1 e Bi1 = Ai1 e, para k 6= i, bk1 = ak1 e Bk1 é uma matriz
de ordem n − 1 que tem uma linha igual a c vezes uma das linhas de Ak1 e
suas outras linhas são iguais. Então,
n
X
(1)
det(B) = (−1)k+1bk1 det(Bk1) Em (1) usamos a definição
k=1 de determinante; em (2), a
(2) X
comutatividade da adição
= (−1)k+1bk1 det(Bk1) + (−1)i+1bi1 det(Bi1)
em K; em (3), bk1 = ak1 ,
k6=i bi1 = cai1 e Bi1 = Ai1 ; em
(3) X
= (−1)k+1ak1 det(Bk1) + (−1)i+1cai1 det(Ai1) (4), a hipótese de indução;
em (5), a distributividade da
k6=i
(4) X multplicação e a
= (−1)k+1ak1c det(Ak1) + (−1)i+1cai1 det(Ai1) comutatividade da adição
k6=i em K e em (6), novamente, a
n
X definição de determinante.
(5) k+1
= c (−1) ak1 det(Ak1)
k=1
(6)
= c det(A).
Corolário 1
Se A = (aij) ∈ Mn×n(K), onde K é um corpo, tem uma linha nula, então
det(A) = 0.
Demonstração: Segue imediatamente do item (b) da Proposição anterior.
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Determinantes sobre corpos
Álgebra Linear II
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Determinantes sobre corpos
PARTE 1 - SEÇÃO 1
Proposição 2
Seja A = (aij) ∈ Mn×n(K), onde K é um corpo. Se B for a matriz obtida de
A trocando de posição duas linhas de A e mantendo as outras linhas de A,
então det(B) = − det(A).
Demonstração: Sejam Ah e Ak, onde 1 ≤ h < k ≤ n, as linhas de A que são
trocadas de posição para obter B. Primeiramente, consideremos k = h + 1.
Seja C a matriz obtida de A substituindo as linhas Ah e Ah+1 por Ah +Ah+1 e
mantendo as outras linhas de A. Então, C tem duas linhasconsecutivas iguais
A1
..
.
A +A
h h+1
e, pelo Lema anterior, det(C) = 0. Por outro lado, C = .
Ah + Ah+1
..
.
An
A1 A1
..
..
.
.
Ah Ah+1
det(C) = det + det
Ah + Ah+1 Ah + Ah+1
.. ..
. .
An An
A1 A1 A1
.. .. ..
. . .
A A Ah+1
h h
= det + det + det
Ah Ah+1 Ah + Ah+1
.. .. ..
. . .
An An An
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Determinantes sobre corpos
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A1 A1 A1 A1
.. .. .. ..
. . . .
A A A A
h h h+1 h+1
= det + det + det + det .
Ah Ah+1 Ah Ah+1
.. .. .. ..
. . . .
An An An An
Novamente, pelo Lema anterior, obtemos
A1 A1
.. ..
. .
A A
h h+1
0 = det(C) = det + det = det(A) + det(B),
Ah+1 Ah
.. ..
. .
An An
logo det(B) = − det(A).
Suponhamos agora que k − h ≥ 2 e B é obtida de A trocando as linhas
Ah e Ak de posição e mantendo as outras linhas.
Para que Ah fique na k-ésima linha são necessárias as trocas sucessi-
vamente de Ah com Ah+1, Ah+2, . . . , Ak, totalizando k − h trocas de linhas
consecutivas, deixando Ak na (k − 1)-ésima linha. Para Ak ficar na h-ésima
linha e obtermos a matriz B precisamos de mais (k − 1) − h trocas de linhas
consecutivas. No total fazemos (k − h) + (k − 1) − h = 2(k − h) − 1 tro-
cas de linhas consecutivas. Pela primeira parte da demonstração, em cada
troca o determinante é multiplicado por −1, logo após o total de trocas,
o determinante é multiplicado por (−1)2(k−h)−1 = −1. Portanto, temos
det(B) = − det(A).
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Determinantes sobre corpos
PARTE 1 - SEÇÃO 1
Demonstração:
Suponhamos,
sem perda de generalidade, que i > j. Então,
A1
..
.
Aj
.
..
e, pela Proposição 1 itens (a) e (b) e pelo Corolário 2,
B=
Ai + cAj
..
.
An
A1 A1 A1
..
.
..
.
..
.
Aj Aj Aj
.. = det ... + det ...
det(B) = det
.
Ai + cAj Ai cAj
.. .. ..
. . .
An An An
A1
.
..
A
j
.
= det(A) + c det .
. = det(A) + c · 0 = det(A).
Aj
.
.
.
An
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Proposição 3
Se B ∈ Mn×n(K) é obtida de A ∈ Mn×n(K) por uma operação elementar o
sobre as linhas de A, então B = o(A) e
− det(A), se o é do tipo (I), Ai ↔ Aj, i 6= j;
det(B) = c det(A), se o é do tipo (II), Ai → cAi, c ∈ K, c 6= 0;
det(A), se o é do tipo (III), Ai → Ai + cAj, c ∈ K, i 6= j.
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PARTE 1 - SEÇÃO 1
cs+1 em K, univocamente determinada por os+1 tal que det(B) = cs+1 det(Bs).
Por hipótese de indução, existem c1, . . . , cs, constantes não nulas em K uni-
vocamente determinadas pelas operações elementares o1, . . . , os, tais que
det(Bs) = cs · . . . · c1 det(A). Portanto,
det(B) = cs+1 det(Bs) = cs+1 · (cs · . . . · c1 det(A)).
Logo, o resultado vale para s + 1. Assim, vale para todo s ≥ 1.
Proposição 4
Seja A ∈ Mn×n(K), onde K é um corpo. Então, existe uma sequência finita
de operações elementares sobre as linhas de A, o1, . . . , os, e uma matriz tri-
angular superior B ∈ Mn×n(K), tal que B = os(. . . (o1(A)) . . .) é equivalente
por linhas à matriz A.
Demonstração: Se A = 0 ∈ Mn×n(K), nada há a demonstrar. Suponha-
mos que A 6= 0. O seguinte algoritmo indica uma sequência de operações
elementares que resolve o problema:
(1) Vá para a primeira linha não nula L;
(2) multiplique L por uma constante c conveniente, de modo que o seu pri-
meiro elemento não nulo seja 1, fazendo L → cL = L′ ;
(3) substitua cada linha não nula subsequente por ela mais um múltiplo
conveniente de L′ , de modo que o seu elemento na mesma coluna do 1 fique
igual a 0.
(4) faça a primeira linha não nula após L′ igual a L;
(5) repita os passos (2), (3) e (4), até chegar à última linha não nula.
Para obter a matriz triangular superior equivalente por linhas à matriz
A, só precisamos de algumas trocas linhas.
(6) Se as s linhas não nulas Lj1 , . . . , Ljs , onde 1 ≤ s ≤ n, têm o primeiro
elemento não nulo, respectivamente, nas colunas k1, . . . , ks, então Lj1 tem
que ser a linha k1, . . . , Ljs , a linha ks. As outras linhas são nulas. Depois
dessa troca de linhas obtemos uma matriz triangular superior equivalente
por linhas à matriz A.
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Exemplo 5
Vamos determinar uma matriz B ∈ M3×3(R) triangular superior equivalente
1 2 3
por linhas à matriz A = 4 11 18 ∈ M3×3(R). Temos
7 8 24
1 2 3 1 2 3 1 2 3
A ∼1 0 3 6 ∼2 0 1 2 ∼3 0 1 2 = B.
0 −6 3 0 −6 3 0 0 15
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PARTE 1 - SEÇÃO 1
em ∼1: L1 → 21 L1;
em ∼2: L2 → L2 − 3L1, L3 → L3 − 6L1, L4 → L4 − 8L1 e L5 → L5 − 12L1;
em ∼3, L3 → L3 − 2L2, L4 → L4 − 6L2 e L5 → L5 − 10L2;
em ∼4: L4 → − 15 L4;
em ∼5: L5 → L5 + 9L4.
Agora não há mais linhas não nulas. Paramos o algoritmo aqui. Para obter
a matriz B triangular superior equivalente a A, basta fazer trocas de linhas.
As linhas não nulas depois de ∼5 são L1, com k1 = 3; L2, com k2 = 1; L4,
com k4 = 2; L5, com k5 = 4.
Em ∼6 fizemos a sequência de operações elementares: L3 ↔ L4, L4 ↔ L5,
L1 ↔ L2 e L2 ↔ L3.
n+1
X
det(A) = (−1)i+1ai1 det(Ai1) = a11 det(A11). ai1 = 0, para todo
i=1 i = 2, . .. , n + 1.
a22 a23 · · · a2(n+1)
0 a33 · · · a3(n+1)
Como A11 = .. .. .. é uma matriz triangular
. . ··· .
0 0 · · · a(n+1)(n+1)
superior de ordem n, pela hipótese de indução, temos que
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7 8 24
Exemplo 5.
Obtivemos no Exemplo 5 que A é equivalente por linhas à matriz triangular supe-
1 2 3
rior B = 0 1 2 . Como det(B) = 1·1·15 = 15 e a única operação elementar
0 0 15
usada que altera o determinante é L2 → 31 L2, obtemos que 31 det(A) = det(B), logo
det(A) = 3 det(B) = 3 · 15 = 45.
0 0 2 0 0
Exemplo 8 1 2 3 4 5
Determinaremos o determinante de A = 2 4 6 8 10 ∈ M5×5(R)
6 7 8 9 10
10 11 12 10 11
do Exemplo 6.
Obtivemos no Exemplo 6 que A é equivalente por linhas a uma matriz tri-
angular superior B com uma linha nula. Como det(B) = 0 e as operações
elementares que alteram o determinante o multiplicam por constantes não nu-
“ ” Nesse caso, las, então existe uma constante não nula c ∈ R tal que c det(A) = det(B) = 0.
1
c= · − 51 · (−1)4 = − 10
1
.
2 Logo, det(A) = c1 det(B) = 1c · 0 = 0.
Volte ao Exemplo 6 e verifique que para o cálculo do determinante de A
poderı́amos ter parado em ∼3, após L3 → L3 − 2L2, pois a matriz obtida
aqui é equivalente por linhas a A, tem uma linha nula e já concluı́mos que
det(A) = 0.
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PARTE 1 - SEÇÃO 1
(a).
Seja j = 1. Então, C1 = A1 + Y e B1 = Y, isto é, ci1 = ai1 + yi e
bi1 = yi, e Ai1 = Bi1 = Ci1, para todo i = 1, . . . , n. Temos
n
(1) X
det(C) = (−1)i+1ci1 det(Ci1) Em (1) usamos a definição
i=1 de determinante; em (2), que
n
X ci1 = ai1 + yi para
(2)
(−1)i+1 ai1 + yi det(Ci1)
= 1 ≤ i ≤ n; em (3), a
i=1 distributividade em K; em
n
X (4), a comutatividade e
(3)
(−1)i+1ai1 det(Ci1) + (−1)i+1yi det(Ci1)
= associatividade da adição em
K; em (5), Ai1 = Ci1 = Bi1
i=1
n
X n
X e bi1 = yi e em (6),
(4) i+1
= (−1) ai1 det(Ci1) + (−1)i+1yi det(Ci1) novamente, a definição de
determinante.
i=1 i=1
n
X n
X
(5)
= (−1)i+1ai1 det(Ai1) + (−1)i+1bi1 det(Bi1)
i=1 i=1
(6)
= det(A) + det(B).
Seja 2 ≤ j !≤ n. Faremos indução! sobre n ≥ 2. Se ! n = 2, então
Nesse caso, j = 2.
a11 a12 a11 y1 a11 a12 + y1
A= ,B= ,C= e
a21 a22 a21 y2 a21 a22 + y2
det(C) = a11 a22 + y2 − a21 a12 + y1
= a11a22 + a11y2 − a21a12 − a21y1
= a11a22 − a21a12 + a11y2 − a21y1
= det(A) + det(B).
Seja n ≥ 3 e suponhamos a propriedade válida para as matrizes de
ordem n − 1. As matrizes Ci1, Bi1 e Ai1 têm ordem n − 1 e a (j − 1)-ésima
coluna de Ci1 é a soma das (j − 1)-ésimas colunas de Ai1 e Bi1. Por hipótese
de indução, det(Ci1) = det(Ai1) + det(Bi1) e
n Em (1) usamos a definição
(1) X
det(C) = (−1)i+1ci1 det(Ci1) de determinante; em (2), que
A1 = C1 ; em (3), a hipótese
i=1
n de indução; em (4), a
(2) X
= (−1)i+1ai1 det(Ci1) distributividade em K; em
(5), a comutatividade e
i=1 associatividade da adição em
n
X
(3) K e em (6), que B1 = A1 e a
(−1)i+1ai1 det(Ai1) + det(Bi1)
= definição de determinante.
i=1
21 UFF
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Determinantes sobre corpos
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n
X
(4)
(−1)i+1ai1 det(Ai1) + (−1)i+1ai1 det(Bi1)
=
i=1
n n
(5) X i+1
X
= (−1) ai1 det(Ai1) + (−1)i+1ai1 det(Bi1)
i=1 i=1
(6)
= det(A) + det(B).
Corolário 5
Se A ∈ Mn×n(K), onde K é um corpo, tem uma coluna nula, então det(A) =
0.
Demonstração: Segue imediatamente da Proposição anterior item (b).
Lema 2
Se A = (aij) ∈ Mn×n(K), onde K é um corpo, tem duas colunas consecutivas
iguais, então temos det(A) = 0.
Demonstração: Deixamos a demonstração a cargo do leitor.
Proposição 7
Seja A = (aij) ∈ Mn×n(K), onde K é um corpo. Se B for a matriz obtida
de A trocando de posição duas colunas e mantendo as outras colunas de A,
então det(B) = − det(A).
Demonstração: Deixamos a demonstração a cargo do leitor.
Corolário 6
Seja A = (aij) ∈ Mn×n(K), onde K é um corpo. Se A tem duas colunas
iguais, então det(A) = 0.
Demonstração: Deixamos a demonstração a cargo do leitor.
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Determinantes sobre corpos
PARTE 1 - SEÇÃO 1
Corolário 7
Seja A ∈ Mn×n(K), onde K é um corpo. Se B for obtida de A substituindo
a coluna Ai por Ai + cAj, onde j 6= i e c ∈ K, e mantendo as outras colunas
de A, então det(B) = det(A).
Demonstração: Deixamos a demonstração a cargo do leitor.
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Determinantes sobre corpos
Álgebra Linear II
Proposição 8
Seja A ∈ Mn×n(K), onde K é um corpo. Então, det(A) = det(At).
Demonstração: Faremos indução sobre n.
Se n = 1, então A = (a11) = At e, da definição de determinante,
det(A) = a11 = det(At).
Fixemos n > 1 e suponhamos o resultado válido para matrizes de ordem
n − 1. Seja A matriz de ordem n. Seja A1 a primeira coluna de A.
Suponhamos que A1 = 0. Então ai1 = 0, para i = 1, . . . , n, e
n
X X n
i+1
det(A) = (−1) ai1 det(Ai1) = (−1)i+1 · 0 · det(Ai1) = 0.
i=1 i=1
Como At tem a primeira linha nula, pelo Corolário 1, det(At) = 0. Logo,
det(A) = det(At).
Podemos supor que A1 6= 0. Seja k o menor inteiro positivo menor ou
igual a n, tal que ak1 6= 0. Sem perda de generalidade, podemos supor que
k = 1. De fato, caso contrário, k > 1. Tomamos à a matriz obtida de A
pela troca das linhas A1 e Ak e mantendo as outras linhas. Então, det(A) =
− det(Ã), ã11 = ak1 6= 0 e a matriz Ãt é obtida de At pela troca da primeira
e da k-ésima colunas e mantendo as outras colunas, portanto det(At) =
− det(Ãt). Basta mostrarmos que det(Ã) = det(Ãt), para concluirmos que
det(A) = det(At).
a11
.
Assim, podemos supor que A1 = .. , com a11 6= 0. Seja B a
an1
matriz obtida de A, pela sequência de n − 1 operações elementares sobre as
linhas de A, substituindo Ai por Ai − aa11 i1
A1, para i 6= 1, e mantendo as
ai1
outras linhas. Então, Bi = Ai − a11 A1, para i 6= 1, e B1 = A1. Portanto,
a11 a12 · · · a1n
b22 · · · b2n
0 b22 · · · b2n
.. ..
B = .. .. .. . Temos B11 = . · · · . ,
. . ··· .
bn2 · · · bnn
0 bn2 · · · bnn
onde bij = aij − aa11
i1
a1j, para 2 ≤ j ≤ n e i 6= 1. Da Proposição 3, Corolário
4 e da definição de determinante, temos det(A) = det(B) = a11 det(B11).
a11
.
Temos que a primeira coluna de At é .. , com a11 6= 0. Seja
a1n
A = (cij). Então, c11 = a11 6= 0. Seja D a matriz obtida de At, pela
t
UFF 24
M. L. T. Villela
Determinantes sobre corpos
PARTE 1 - SEÇÃO 1
j j c 1
(At) por (At) − c11 1j
(At) , para j 6= 1, e mantendo as outras colunas. Então,
j c1j 1 1
Dj = (At) − c11 (At) , para j 6= 1, e D1 = (At) . Portanto,
a11 0 · · · 0
d22 · · · d2n
a12 d22 · · · d2n
.. ..
D = .. .. .. . Temos D11 = . · · · . ,
. . ··· .
dn2 · · · dnn
a1n dn2 · · · dnn
c1j
onde dij = cij − c11 ci1, para 2 ≤ i ≤ n e j 6= 1. Do Corolário 7, da definição
de determinante e do Corolário 1, temos det(At) = det(D) = a11 det(D11).
Como, para 2 ≤ i ≤ n e j 6= 1, temos que
c1j aj1
dij = cij − c11 ci1 = aji − a11 a1i = bji.
Portanto, D11 = (B11)t e, por hipótese de indução, det(B11) = det((B11)t) =
det(D11). Logo,
det(A) = a11 det(B11) = a11 det(D11) = det(At).
Exemplo 9 3 2 4
Vamos calcular o determinante de A = 5 0 6 ∈ M3×3(R).
3 0 1
A segunda coluna de A, entre as linhas e colunas, tem a maior quantidade
de elementos nulos. Faremos o desenvolvimento de Laplace pela 2a coluna.
Temos que
25 UFF
Instituto de Matemática
Determinantes sobre corpos
Álgebra Linear II
3
X
det(A) = (−1)i+2ai2 det(Ai2)
i=1
a22 = a32 = 0.
= −a12 det(A12) !
5 6
= (−2) · det
3 1
= (−2) · (5 − 18) = 26.
1 2 3 4
Exemplo 10
4 5 6 −1
Vamos calcular o determinante da matriz A = ∈ M4×4(R).
7 0 0 3
1 2 3 5
Faremos esse cálculo usando a fórmula de Laplace para o desenvolvimento
pela 3a linha, pois essa linha tem o maior número de elementos nulos entre
todas as linhas e colunas de A. Então,
4
X
det(A) = (−1)3+ja3j det(A3j)
j=1
a32 = a33 = 0. = a31 det(A31) − a34 det(A34)
2 3 4
Temos que A31 = 5 6 −1 e, desenvolvendo pela sua primeira linha,
2 3 5
temos
! ! !
6 −1 5 −1 5 6
det(A31) = 2 · det − 3 · det + 4 · det
3 5 2 5 2 3
= 2 · (30 − (−3)) − 3 · (25 − (−2)) + 4 · (15 − 12)
= 66 − 81 + 12 = −3
1 2 3
A matriz A34 = 4 5 6 tem duas linha iguais e det(A34) = 0. Logo,
1 2 3
det(A) = 7 · det(A31) = 7 · (−3) = −21.
Exercı́cios
UFF 26
M. L. T. Villela
Determinantes sobre corpos
PARTE 1 - SEÇÃO 1
1 3/5 4/5 5 3 4
1 2 0 −2 0 2
(c) A = 1 3 1 e B = −3 3 2 .
1 4 −1 −4 3 2
2a 2b 2c
6. Sabendo que det(A) = 4, onde A = d e f ∈ M3×3(Q),
3g 3h 3i
calcule det(B):
a b c 2d g a3
(a) B = d e f (b) B = 2e h b3
g h i 2f i c3
7. Mostre que o determinante de A é igual a zero, sem calcular o seu
determinante, onde a, b.c, x, y, z ∈ R:
a b 2c sen2 x cos2 x 1
(a) A = a + x b + x c + x (b) A = sen2 y cos2 y 1
27 UFF
Instituto de Matemática
Determinantes sobre corpos
Álgebra Linear II
11. Calcule det(A), reduzindo por linhas a matriz A a uma matriz trian-
gular superior, onde A ∈ Mn×n(C):
1 −4 2 1 0 x
(a) A = −2 8 9 (b) A = 1 1 x2
−1 7 0 2 2 x3
3 −1 2 −5 1 −3 1 −2
0 5 −3 −6 2 −5 −1 −2
(c) A = (d) A = .
−6 7 −7 4 0 −4 5 1
−5 −8 0 9 −3 10 −6 8
2 −8 6 8 0 −i −2 i
3 −9 5 10 1 −1 i 1
(e) A = (f) A =
−3 0 1 −2 0 −1 1 −i
1 −4 0 6 1 1 1 0
12. Mostre
que det(A)
= (b − a)(c − b)(c − a) , onde a, b, c ∈ R e
1 1 1
A= a b c .
a2 b2 c 2
Y
13. Sejam x1, . . . , xn ∈ R. Mostre que det(A) = (xk − xj), onde
1≤j<k≤n
UFF 28
M. L. T. Villela
Determinantes sobre corpos
PARTE 1 - SEÇÃO 1
1 1 1 ··· 1 Essa matriz n por n é
x1 x2 x3 ··· xn conhecida como matriz de
Vandermonde. O Exercı́cio
x21 x22 x23 x2n
A= ··· .
anterior é o caso n = 3
.. .. .. .. ..
. . . . .
xn−1
1 xn−1
2 xn−1
3 · · · xn−1
n
14. Calcule det(A), sabendo que det(B) = 24, B é matriz quadrada com
coeficientes reais e foi obtida de A pela seguinte sequência de operações
elementares:
(a) Mostre que A pode ser obtida de B por uma sequência finita de
operações elementares.
√
(b) Determine det(B), sabendo que det(A) = 30 2.
29 UFF
Instituto de Matemática
Determinantes sobre corpos
Álgebra Linear II
UFF 30
M. L. T. Villela
Determinante do produto e matrizes elementares
PARTE 1 - SEÇÃO 2
adj(A) = cof(A)t.
Exemplo 11 !
1 2
Consideremos a matriz A = em M2×2(R). Vamos determinar as
3 4
suas matrizes cofatora e adjunta clássica. Então,
! !
det(A11) − det(A12) 4 −3
cof(A) = = e
− det(A21) det(A22) −2 1
!
4 −2
adj(A) = cof(A)t = .
−3 1
31 UFF
Instituto de Matemática
Determinante do produto e matrizes elementares
Álgebra Linear II
n
X
= aik(−1)(j+k)det(Ajk)
k=1
n
X (∗) det(A), se i = j
= (−1)(j+k)aikdet(Ajk) =
k=1
0, se i 6= j.
Bjk = Ajk , para todo Vemos que a expressão à esquerda de (∗) é o desenvolvimento de Laplace
k = 1, . .. , n.
do determinante de B pela j-ésima linha.
O produto adj(A) · A = det(A)I é análogo e será deixado como Exer-
cı́cio.
Corolário 10
Seja A ∈ Mn×n(K), onde K é um corpo. A é matriz invertı́vel se, e somente
se, det(A) 6= 0. Nesse caso, se n ≥ 2, então A−1 = (det(A))−1 adj(A).
Demonstração: O caso n = 1 é trivial. Se n ≥ 2, então o resultado segue de
imediato do Teorema 1 e da definição de inversa de uma matriz.
Exemplo 12 !
1 2
Consideremos A = ∈ M2×2(R), a matriz do Exemplo 11. Então,
3 4
! !
4 −2 −2 1
det(A) = −2 e A−1 = − 21 adj(A) = − 21 = 3
.
−3 1 2
− 12
Exemplo 13 !
a b
Vamos determinar as matrizes cofatora e adjunta clássica de A = ,
c d
onde a, b, c, d ∈ K. Então,
UFF 32
M. L. T. Villela
Determinante do produto e matrizes elementares
PARTE 1 - SEÇÃO 2
! !
det(A11) − det(A12) d −c
cof(A) = = e
− det(A21) det(A22) −b a
!
d −b
adj(A) = cof(A)t = .
−c a
No caso em que det(A) = ad − bc 6= 0, pelo Corolário anterior, temos que
!
d −b
A−1 = (ad − bc)−1 adj(A) = (ad − bc)−1 .
−c a
0 0 1
linhas 1, 2 e 3 da matriz I.
1 0 0
E1 = 0 0 1 é obtida de I pela operação elementar o1 definida por
0 1 0
L2 ↔ L3. Temos E1 = o1(I) e det(E1) = −det(I) = −1.
1 0 2
E2 = 0 1 0 é obtida de I pela operação elementar o2 definida por
0 0 1
L1 → L1 + 2L3. Temos E2 = o2(I) e det(E2) = det(I) = 1.
33 UFF
Instituto de Matemática
Determinante do produto e matrizes elementares
Álgebra Linear II
−3 0 0
E3 = 0 1 0 é obtida de I pela operação elementar o3 definida por
0 0 1
L1 → −3L1. Temos E3 = o3(I) e det(E3) = −3 det(I) = −3.
Proposição 9
Seja A ∈ Mn×m(K), onde K é um corpo, então
(a) Se B é obtida de A por meio de uma única operação elementar, então
B = EA, onde E é a matriz elementar obtida de I ∈ Mn×n(K) por meio da
mesma operação elementar.
(b) Se E ∈ Mn×n(K) é uma matriz elementar e A ∈ Mn×n(K), então temos
det(EA) = det(E) det(A).
Demonstração:
(a) Primeiramente, seja {e1, . . . en} a base canônica de Kn, isto é, para cada
k = 1, . . . , n, ek = (0, . . . , 1, . . . 0) ∈ M1×n(K) tem a k-ésima coluna igual a
1 e as outras colunas iguais a 0. Observamos que, se A ∈ Mn×m(K), então
e1
.
ekA = Ak é a k-ésima linha de A. Além disso, I = .. .
en
Faremos a demonstração dividindo em três casos.
Caso 1: Seja o a operação elementar do tipo (I) sobre as linhas de A, Ai ↔ Aj,
onde 1 ≤ i < j ≤ n e seja E = o(I). Então,
e1 e1A A1
. . .
.. .. ..
e e A A
j j j
. . .
. . .
o(I) = E = . , EA = . = . = o(A) = B.
ei eiA Ai
. . .
. . .
. . .
en enA An
UFF 34
M. L. T. Villela
Determinante do produto e matrizes elementares
PARTE 1 - SEÇÃO 2
e1A e1A A1
.. .
..
.
..
.
EA = (cei)A = c(eiA) = cAi = o(A) = B.
.. .. .
..
.
.
enA enA An
7 8 9
nida por L3 → L3 − 2L1. Então,
1 0 0 1 2 3
E = o(I) = 0 1 0 e o(A) = 4 5 6 = EA.
−2 0 1 5 4 3
Corolário 12
Seja A ∈ Mn×m(K). Se B = os(. . . (o1(A) . . .)) ∈ Mn×m(K), onde o1, . . . , os
é uma sequência de operações elementares, Ej = oj(I), com I ∈ Mn×n(K),
j = 1, . . . , s, então B = Es · · · E1A.
Demonstração: Faremos indução sobre s ≥ 1. O caso s = 1 segue do item
(b) da Proposição 9. Suponhamos que s ≥ 1 e o resultado seja válido para
s. Sejam os+1 uma operação elementar, Es+1 = os+1(I), onde I ∈ Mn×n(K),
e B = os+1(os(. . . (o1(A) . . .))), A ∈ Mn×m(K), então
35 UFF
Instituto de Matemática
Determinante do produto e matrizes elementares
Álgebra Linear II
(1)
Em (1) usamos o item (a) da os+1(os(. . . (o1(A) . . .))) = Es+1(os(. . . (o1(A) . . .))
Proposição 9; em (2), a (2)
hipótese de indução; em (3), = Es+1(Es · · · E1A)
a associatividade da (3)
= Es+1Es · · · E1A.
multiplicação de matrizes.
Corolário 13
Se E1, . . . , Es ∈ Mn×n(K) são matrizes elementares e A ∈ Mn×n(K), então
det(Es · · · E1A) = det(Es) · · · det(E1) det(A).
Demonstração: A demonstração é por indução sobre s. O caso s = 1 é o item
(b) da Proposição anterior. Suponhamos que s ≥ 1 e o resultado seja válido
para s. Sejam E1, . . . , Es+1 matrizes elementares. Então,
Corolário 14
Seja E ∈ Mn×n(K) uma matriz elementar. Então, E é invertı́vel e E−1 é uma
matriz elementar.
Demonstração: Segue do Corolário 11, que se E é matriz elementar, então
det(E) 6= 0 e, pelo Corolário 10, E é invertı́vel. Para mostrar que a inversa
de E é elementar dividimos em três casos.
Caso 1: Seja E = o(I), onde o é a operação elementar do tipo (I), Li ↔ Lj.
É claro que o(E) = I. Pela Proposição anterior, EE = o(E) = I, mostrando
que E−1 = E é matriz elementar.
Caso 2: Seja E = o(I), onde o é a operação elementar do tipo (II), Li → cLi,
onde c 6= 0. Seja o′ a operação elementar, também do tipo (II), Li → c−1Li
e seja F = o′ (I). É claro que o(F) = I e o′ (E) = I. Segue da Proposição
anterior, respectivamente, que EF = o(F) = I e FE = o′ (E) = I, mostrando
que E−1 = F é uma matriz elementar.
Caso 3: Seja E = o(I), onde o é a operação elementar do tipo (III),
Li → Li + cLj, onde c ∈ K. Seja o′ a operação elementar, também do tipo
(III), Li → Li − cLj, e seja F = o′ (I). É claro que o(F) = I e o′ (E) = I. Segue
da Proposição anterior, respectivamente, que EF = o(F) = I e FE = o′ (E) = I,
mostrando que E−1 = F é uma matriz elementar.
UFF 36
M. L. T. Villela
Determinante do produto e matrizes elementares
PARTE 1 - SEÇÃO 2
cnj
Tomando C = (C1, C2, . . . , Cn), a matriz n por n cujas colunas são Cj, para
j = 1, . . . , n, temos que
37 UFF
Instituto de Matemática
Determinante do produto e matrizes elementares
Álgebra Linear II
(1)
det(AB) = det((F1 · · · Fs)B)
Em (1) usamos (⋆); em (2), (2)
a associatividade da
= det(F1 · · · FsB)
(3)
multiplicação de matrizes; = det(F1) · · · det(Fs) · det(B)
em (3), Corolário 13; em (4)
(4)
e (5), (⋆⋆). = det(F1 · · · Fs) det(B)
(5)
= det(A) det(B).
0 = det(RB)
(1)
Em (1) usamos a definição = det((Es · · · E1A)B)
de R; em (2), a (2)
associatividade da = det((Es · · · E1)(AB))
multiplicação de matrizes; (3)
em (3), o Corolário 13.
= det(Es) · · · det(E1) det(AB).
UFF 38
M. L. T. Villela
Determinante do produto e matrizes elementares
PARTE 1 - SEÇÃO 2
Exercı́cios
2 1 −3
1. Dada A = 0 2 1 ∈ M3×3(R), calcule adj(A), det(A) e A−1.
5 1 3
39 UFF
Instituto de Matemática
Determinante do produto e matrizes elementares
Álgebra Linear II
UFF 40
M. L. T. Villela
Regra de Cramer
PARTE 1 - SEÇÃO 3
Regra de Cramer
a11 a12 · · · b1 ··· a1n
a21 a22 · · · b2 ··· a2n
= det .. .. .. ..
. . ··· . ··· .
an1 an2 · · · bn ··· ann
|{z}
k−ésima coluna
Logo,
41 UFF
Instituto de Matemática
Regra de Cramer
Álgebra Linear II
det A1 · · · B · · · An
xk = ,
det(A)
b1
.
onde Aj é a j-ésima coluna de A , B = .. e A1 · · · B · · · An é a matriz
bn
obtida de A substituindo a k-ésima coluna por B.
Exemplo 16
Consideremos o sistema linear com coeficientes reais
−x + 2y + 3z = 1
y+z=2
2x + y = 3
−1 2 3 1
A matriz associada ao sistema é A = 0 1 1 e B = 2 . Temos
2 1 0 3
! !
1 1 2 3
det(A) = −1 det + 2 det = −1 · (−1) + 2 · (2 − 3) = −1.
1 0 1 1
1 2 3 ! !
2 1 1 2
det(BA2A3) = det 2 1 1 = 3 det − det = 2,
3 1 3 1
3 1 0
−1 1 3 ! !
2 1 1 3
det(A1BA3) = det 0 2 1 = −1 det + 2 det = −7,
3 0 2 1
2 3 0
−1 2 1 ! !
1 2 2 1
det(A1A2B) = det 0 1 2 = −1 det + 2 det = 5.
1 3 1 2
2 1 3
Exercı́cios
UFF 42
M. L. T. Villela
Regra de Cramer
PARTE 1 - SEÇÃO 3
2x + y = 1
x − 2y + z = 1
(c) x + 2y + z = 0 (d) 2x + y = 3
y + 2z = 0 y − 5z = 4
5x + 2y − 3z + 9w = 0
2x + 3y − z = 1
−3y + 9z − 1 w = 0
3
(e) 3x + 5y + 2z = 8 (f)
−2z + w = 0
−x + 2y + 3z = 1
w=1
x+y+z=6
x+y−z=4
(g) 2x − 2y − 2z = −8 (h) 2x + y + 2z = 10
3x − y + z = 4 3x − y − 2z = 5
x + 2y + z = 4
x + 2y = 6
(i) 2x − y = 1 (j) y−z=0
x + 3z = 4 2x + y − z = 4
b1
.
6 0, B = .. ∈ Mn×1(K),
2. Sejam A ∈ Mn×n(K), tal que det(A) =
bn
x1
..
X = . matriz das incógnitas e consideremos o sistema AX = B.
xn
Com o roteiro a seguir, dê uma nova demonstração da Regra de Cramer.
43 UFF
Instituto de Matemática
Regra de Cramer
Álgebra Linear II
UFF 44
M. L. T. Villela