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UNIVERSIDADE TIRADENTES

PSICOLOGIA

GEISE KARINE DOS SANTOS

LIZANDRA MENEZES FREIRE

YASMIN RODRIGUES FERREIRA

(Tema)

ARACAJU, SE

2019

GEISE KARINE DOS SANTOS


LIZANDRA MENEZES FREIRE
YASMIN RODRIGUES FERREIRA

ESTÁGIO BÁSICO I

RELATO DE EXPERIÊNCIA

Relato de experiência apresentada ao curso


de Psicologia, sob orientação da Prof.Juliana
Andrade Passos Prado, como um dos pré-
requisitos para a avaliação da disciplina de
Estágio Básico I.

ARACAJU, SE

2019
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL
2.2. OBJETIVO ESPECÍFICO
3. JUSTIFICATIVA
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
5. HISTÓRICO E CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
6. METODOLOGIA
7. PÚBLICO ALVO
8. RECURSOS (HUMANOS E MATERIAIS)
9. ORÇAMENTO
10. CRONOGRAMA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. INTRODUÇÃO

A disciplina Estágio Básico em Psicologia é composta de 120 horascom a orientação


da preceptora Juliana Andrade Passos Prado, o estágio acontece no Hospital São
José, localizado naAvenida João Ribeiro, no bairro Santo Antônio. O estágio é
realizado por três discentes uma vez por semana no período de quatro horas, no
horário de 8:00h às 12:00h todas as sextas-feiras.

O estágio proporciona uma maior reflexão do papel do psicólogo na área de saúde


mental, que tem como função principal a promoção da saúde bio-psico-social dos
que fazem a rede de saúde de urgência psiquiátrica.

pacientes em observação, suas famílias e demais funcionários do hospital.

2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Utilizar a música como instrumento terapêutico na promoção à saúde mental
de pacientes em Urgência Psiquiátrica.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Explorar e conhecer potencialidades;


 Desenvolver a percepção auditiva e tátil;
 Explorar a auto expressão;
 Desenvolver a criatividade;
 Desenvolver a orientação espaço temporal;
 Promover um espaço de interação social;

3. JUSTIFICATIVA

Este trabalho justifica-se na importância de promover, mediante


observação participante, a musicalização com os internos da ala psiquiátrica
do Hospital São José tentado ajudá-los a expressar seus conteúdos
internalizados e, consequentemente, tentaremos modificar os padrões
cristalizados e resgatar o fluxo vital do paciente. Para mais, a musicalização
tem a ilação de trabalho preventivo podendo expandir-se não só para os
internos, mas para os

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Desenvolver um método terapêutico eficaz é crucial para resgatar a


identidade do sujeito e a reinserção do mesmo na sociedade. A música sempre
esteve presente desde os primórdios da sociedade, os primeiros filósofos como
exemplo de Platão, já receitava a música para curar terrores, angústias e fobias
(ZANINI, 2004). a loucura em todo o tempo existiu no mundo, assim como um lugar
para tratar os loucos, como templos, instituições, domicílios, contudo, a instituição
psiquiátrica em uma construção do século XVIII. O sujeito diferente passa a viver em
um lugar distinto dos ditos “normais” por não seguir um padrão de comportamento
designado por um grupo social. (GONÇALVES E SENA, 2001).

Para estudar o percurso histórico de institucionalização em saúde mental,


considera-se importante entender o terno “alienismo”, citado pelo psiquiatra Pinel.
Ele participou ativamente da revolução francesa e trouxe um entendimento de que o
tratamento moral se fundava na crença de que seria possível promover mudanças
significativas no comportamento dos doentes por meio de atitudes humanas, mas
firmes, essas atitudes deveriam partir dos profissionais que cuidava desses
pacientes. Em seus textos pinel usa vocabulários (repressão, intimidação, doçura e
filantropia) como forma de trazer uma conscientização e reflexão em relação a forma
como os “alienados” mereciam ser tratados. (PEREIRA, 2004).

Em seu traité médico - PhilosophiquesurI'AlienationMentale (1801), Pinel


afirma que: "Os alienados, longe de serem culpados a quem se deve punir,
são doentes cujo doloroso estado merece toda a consideração devida à
humanidade que sofre e para quem se deve buscar pelos meios mais
simples restabelecer a razão desviada”. (PEREIRA, p.104, 2004).
A doença mental no passado estava ligada à razão e a mesma ligada à
liberdade de escolha, porém ditada pela sociedade, desta forma, uma pessoa
considerada alienada ficava privada de gozar da razão e consequentemente perdia
o direito de ser livre. Na revolução francesa levantou-se a bandeira com o lema:
liberdade, igualdade e fraternidade. Nesse período o sujeito considerado alienado
não poderia ser excluído, a fim de não contrariar os princípios traçados dentro desse
lema, então o alienado passou a ter o seu espaço dentro de asilos, nos quais,
poderiam expressar as ideias de forma isolada do resto da sociedade, tornando-se
sujeitos de direito dentro daquelas condições. Essa ideia de espaço asilar se
propagou pelo mundo e o “louco” passou a viver dentro desses espaços, passou a
ser visto como um lugar violento, de exclusão e omissão da subjetividade desse
sujeito. (AMARANTE 1995).

O conselho federal de psicologia (2013), faz uma análise histórica das


políticas públicas em saúde mental no Brasil, e considera que, do ponto de vista das
ações do Estado, a política de assistência para o chamado louco, durante muitos
anos, se baseou no oferecimento à população de tratamento em Hospitais
Psiquiátricos, manicômios ou hospícios. Essa oferta não era por acaso, estava
ligada ao saber científico da psiquiatria. A partir de então, a loucura passou a ser
dominada pelo campo da medicina e a ser reconhecida como doença mental. então
passou a ser tratada em instituições próprias e especificas, destinadas a esse fim.

...em relação à assistência psiquiátrica, desde o final dos anos 1950, o


Brasil acumulava uma grave situação nos hospitais psiquiátricos:
superlotação; deficiência de pessoal; maus-tratos grosseiros; falta de
vestuário e de alimentação; péssimas condições físicas; cuidados técnicos
escassos. (CFP, p.53, 2013.)

No Brasil, em 1978, houve um movimento dos trabalhadores em saúde mental


(MTSM) que constrói um pensamento crítico visando questionar o modelo clássico
da psiquiatria e a suas práticas nas instituições, esse movimento se organiza
trabalhando em cima da possibilidade de desconstrução desse modelo e
propagando a ideia de desinstitucionalização, (AMARANTE, 1995). Por meio desse
movimento começou-se denunciar práticas violentas que acontecia em manicômios,
a questionar a política que regia os hospitais psiquiátricos (PEREIRA ET AL., ano).
O conselho federal de psicologia afirma que,

Criou-se assim a chamada “indústria da loucura”. No final dos anos 1980, o


Brasil chegou a ter cerca de 100.000 leitos em 313 hospitais psiquiátricos,
sendo 20% públicos e 80% privados, conveniados ao SUS, concentrados
principalmente no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Minas Gerais. Os
gastos públicos com internações psiquiátricas ocupavam o 2º lugar entre
todos os gastos com internações pagas pelo Ministério da Saúde. Eram
raras outras alternativas de assistência – mesmo as mais simples, como o
atendimento ambulatorial. (CFP, p.53, 2013.)

Em 1987, o movimento amplia e ganha espaço social, passa a ter um lema


“por uma sociedade sem manicômios”. O movimento organiza atividades científicas,
sociais e culturais nas principais cidades do país, e foi em 1989, que ocorreu o
marco dessa trajetória: a intervenção, que deu início ao fechamento do hospício
para substituir pelo modelo assistencial que possibilitou a criação de centros de
atenção psicossocial. (AMARANTE, 1995)

De 1991 até abril de 1995, os leitos psiquiátricos caíram da casa dos 86 mil
para 72 mil. Portanto, uma redução de 14 mil leitos, considerando que 30
hospitais privados tiveram suas atividades encerradas. No mesmo período
foram criados 2.065 leitos psiquiátricos em hospitais gerais e mais de 100
núcleos e centros de atenção psicossocial. (AMARANTE, p.493, 1995)

Esperidião (2001), afirma que depois de 12 anos de luta antimanicomial, foi


aprovado por unanimidade o projeto de lei no congresso, dia 12 de março de 2001, a
emenda do projeto de lei (PL 3657/89) que dispõe sobre o fechamento dos
manicômios no brasil e consequentemente a implantação de serviços alternativos e
mais humanizados. Considera-se que essa aprovação foi um grande avanço
histórico que ressignificou o tratamento psiquiátrico.

Por trás da exclusão do doente mental existia preconceitos intrínsecos da


sociedade que enxerga o sujeito doente como danoso e improdutivo a estrutura
social, os homens vivem em uma sociedade capitalista em que o sujeito tem um
valor a partir do que ele produz. (PEREIRA ET AL, ano)

O objetivo da atenção Básica é de buscar a integralização do paciente com o


seu meio quebrando a ideia de que apenas a internação hospitalar é capaz de dá o
suporte ao portador de transtorno mentais, esse pensamento já não se encaixa no
modelo psiquiátrico da era moderna. Atenção básica é importante para entender o
contexto em que o indivíduo convive, o seu meio de vida, em que condições ele tem
vivido, o histórico da sua doenças, isso ajuda a desenvolver um trabalho eficaz e
promover ao paciente um tratamento de qualidade o autor fala que cerca de 80%
dos pacientes que chegam a hospitais não possui uma demanda tão clara que
explique a necessidade de cuidados especiais. (PEREIRA ET AL, ano)

Esse novo modelo de assistência é importante pois possibilita que


enxergamos o sujeito não apenas como um portador de transtornos mentais, mais
como um indivíduo que deve ser compreendido a partir de determinantes sociais que
os influenciam e a partir daí, pensar em estratégias a ser adotada, só assim o
profissional alcançará o seu objetivo em relação a melhoria de qualidade de vida
desse doente (GONÇALVES E SENA, 2001)

Gonçalves e Sena afirma que a questão crucial da desinstitualização é uma


progressiva devolução à sociedade, a responsabilidade em relação aos seus
doentes e aos seus conflitos, esse doente deve encontrar o seu lugar social
(GONÇALVES E SENA, 2001)

Pensar no desempenho do psicólogo nas Unidades Básicas de Saúde, ou


seja, nas instituições públicas designada à atenção primitiva à saúde não é uma
função fácil. O tempo de implementação desse profissional nessas instituições
públicas é relativamente pequeno. Há um contingente reduzido de profissionais
atuando na área, apesar de vir tendo um aumento gradual. inexistem pesquisas
mais sistemáticas, tanto nacionais, quanto locais sobre a atuação do psicólogo
nesse campo específico de trabalho (SILVA, 1988; BOARINI,1995).

atenção para os serviços de psicologia observamos que o profissional de


psicologia encontra algumas dificuldades que se caracterizam sobretudo pela
reduzida procura “espontânea” pela população e um aumento gradual dos casos de
abandono prematuro dos tratamentos por parte dos beneficiados. logo nos primeiros
contatos; pela carência de aceitação dos pacientes aos programas propostos pelo
setor; pela grande número de faltas, atrasos recorrentes, resultados aquém dos
pretendidos; pela dificuldade de entrega dos psicólogos nas equipes
multiprofissionais, o que vem de certa forma a oscilar a convicção muitas vezes
generalizadas pelos psicólogos, de que sua função é fundamentalmente válido e
estabelecer um certo “mal estar” entre os profissionais. Outros fatores que afeta
negativamente no trabalho do psicólogo é a decadência com relação ao salário,
instalações físicas precárias, falta de material e apoio das instituições (SILVA,1988;

BOARINI,1995)

A política da saúde existente nas associações de todo o Brasil, da qual o


realce recai na diminuição das despesas autonomamente do êxito e realidade
comunitária, ou seja, essas instituições preocupam mais com o rendimento do que
com a virtude dos atendimentos, com isso, tem levado os psicólogos a um
questionamento sobre a sua condição em relação à profissão. (SILVA, 1988;
BOARINI,1995).

Carvalho relata que,

A profissão está distante de expor um desempenho vasto na dimensão em


que seus referenciais teóricos e técnicos interrompem o campo de prática
da Psicologia, ou seja, limitam seu poder de ser proveitoso e de colaborar
com a sociedade. (CARVALHO,1988, p.24)

O psicólogo é crucial dentro de um programa de saúde mental, pois contribui


na realização de um melhor recurso terapêutico, e no bem-estar global dos
pacientes. Com base nisso o profissional de psicologia pode contribuir na redução
do uso de medicamentos, ou seja, é importante, pois não existe tratamento
psiquiátrico em quase sua completude sem o auxílio da psicoterapia. além da terapia
medicamentosa é necessário reforçar sobre as mudanças comportamentais que
teria a contribuição afetiva da psicologia. (FREY; MABILDE; EIZIRIK, 2004, p.121).

Conforme Buratto,

A importância da junção da psicoterapia e terapia medicamentosa


disponibiliza resultados significativos ao indivíduo. Compreende que um
tratamento não permite a exclusão do outro, contrariamente, juntos podem
somar. A influência de uma equipe multidisciplinar dentro do âmbito
psiquiátrico, pois, nem todos os pacientes são necessariamente obrigados a
fazerem o uso de fármacos, por muitas vezes, a psicoterapia traria
resultados positivos. (BURATTO, 2009, p.)

SegundoZannon (1994), a função da psicologia na assistência à saúde


destina-se a assimilação da compreensão dos fenômenos emocionais e nas
condutas dos responsáveis pela saúde desde da percepção do processo saúde-
doença, percorrendo pela elaboração do sistema de atenção e pelas intervenções
nas organizações de saúde em comunicação aos vários âmbitos do sistema, até a
contribuição de assistência psicológica a indivíduos e grupos usuários.

O Acolhimento em emergência psicológica apresenta uma necessidade na


unidade de saúde especialmente porque de forma geral os profissionais da saúde
“não psicólogos” mostram-se tendo dificuldades em saber cuidar das pessoas em
seu momento de fragilidade. O psicólogo é instruído a responsabiliza-se com essas
situações, sendo assim, realizam atendimentos de forma individualizada podendo
colaborar de forma ativa também com a equipe da instituição, auxiliando os demais
profissionais para o atendimento a tais situações. (BOING, 2009, p. 49)

É fundamental que criem organizações de saúde mental nos municípios,


tendo como contra partida as demandas presentes naquele local,
implementando redes de saúde mental, por meio de instituições como o
CAPS sendo distribuídas por território com equipes preparadas para que
esses serviços atinjam os objetivos iniciais. (BÖING, 2009, p.96).

Diante dessa necessidade de cuidado, a psicologia se utiliza-se de alguns


tipos de instrumentos para ter um manejo mais eficaz com os pacientes, visando
promover esse acolhimento. Dentre esses instrumentos, a musicalização tem
ocupado o seu espaço nas clínicas de forma geral (citação).

A música é um traço humano universal. A cura pelo poder da música tem sido
reconhecida em quase todas as tradições da música. Terapia musical está se
movendo de um modelo de ciências sociais com foco na saúde geral e bem-estarem
direção a um modelo de neurociência com foco elementos específicos da música e
seu efeito sobre funções sensório-motoras, linguísticas e cognitivas. O punhado de
terapia musical baseada em evidências estudos sobre condições psiquiátricas
mostraram resultados promissores. Música tradicional, como música clássica
indiana, só recentemente avaliado em pesquisa baseada em evidências em música
terapia. A necessidade de pesquisas sistemáticas nesta área é sublinhada (Citação).

Para as pessoas com transtornos mentais, tem havido um crescente


comprometimento e ênfase na recuperação como a expectativa (RAPPER e
PERKINS, 2003; DAVIDSON e ROE, 2007). Nos parâmetros contextuais únicos da
doença mental, a recuperação pode ser definida como um processo de
desenvolvimento de um novo significado e propósito autodirigidos (ANTHONY, 1993;
LUNT, 2000).Nesse modelo, recuperar uma vida significativa, propositada e
valorizada é mais importante do que a remoção de problemas de saúde mental.
Assim, os profissionais de saúde podem colaborativamente trabalhar para apoiar os
consumidores a desenvolver e melhorar sua qualidade de vida, facilitando a
esperança, a oportunidade e o controle (REPPER e PERKINS, 2003).

Música, como a linguagem, é um traço humano onipresente. Como qualquer


outra forma de arte, a música sempre foi vista de uma perspectiva estética e
suapoder de cura foi documentado em várias tradições da música em todo o
mundo(Citação).

Zanini (2004), afirma que no século XVII, a música torna-se recomendada


pelos médicos da época. Um médico, Roberto Burton, na obra “Anatomia da
melancolia” (1632) escreve sobre os efeitos terapêuticos da música em
melancólicos. Brown no século seguinte, indica a música para pacientes que
enfrentava problemas nervosos. No tratamento mais humanizado defendido por
Pinel, afirma-se que a música era uma forma de cuidado mais humano, ele incluía a
música como doce e harmoniosa.

Para Bruscia (2000), A musicoterapia é um processo sistemático de


intervenção, onde o papel do terapeuta é ajudar o cliente desenvolver seu bem-estar
utilizando experiências musicais e através dessa relação, produzir forças dinâmicas
de mudança. Ele ainda afirma que a música, por ser envolvente, afeta muitas
características do ser humano em função da grande diversidade de suas aplicações
clínicas.

Segundo Sampaio (2016), já foi comprovada a eficácia terapêutica do uso


dessa ferramenta para o tratamento de vários distúrbios neurológicos e psíquicos
como: Depressão, Transtorno bipolar, Esquizofrenia, dentre outros. A autora ainda
fala que quando associada a outros tipos de tratamento a musicoterapia é capaz de
intensificar o efeito terapêutico e até mesmo melhorar a qualidade de vida do
paciente.

A música proporciona sensações diversas no organismo humano, agindo de


forma a melhorar a qualidade de vida. esse cuidado complementar pode ser capaz
de modificar atitudes e comportamentos, estados de ânimo e, sobretudo, as relações
interpessoais, contribuindo para o processo de aprendizagem e interação. (Araújo et
al, 2015).
A musicalização que é um tratamento que usa a música como forma
terapêutica e serve para facilitar, promover a comunicação, a relação interpessoal, a
aprendizagem, mobilização, expressão e outros objetivos terapêuticos relevantes,
onde o seu objetivo é alcançar as necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais
e cognitivas. A musicoterapia tem como objetivo desenvolver potenciais e
restabelecer funções que o indivíduo para que ele possa alcançar uma melhor
integração e consequentemente uma melhor qualidade de vida pela prevenção
reabilitação ou tratamento. (REVISTA DA UBAM, 1996 Apud ZANINI, 2004).

Focando essa abordagem no meio dos transtornos mentais, a musicalização


é uma abordagem terapêutica que utiliza a interação musical como meio de
comunicação e expressão. Dentro da área de transtornos mentais graves, o objetivo
da terapia é ajudar as pessoas a melhorar suas competências emocionais e
relacionais, e abordar questões que podem não ser capazes de usar apenas
palavras.

5. HISTÓRICO E CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

5.1 Urgência mental

A Urgência Psiquiátrica do Hospital São José, setor que atua como receptor,
estabilizador e regulador de pessoas com tratamento mental, usuários de álcool e
outras drogas, para os demais serviços vinculados a rede, onde durante esse
processo o usuário recebe atendimento especializado por uma equipe
multiprofissional qualificada composta por Médico Psiquiátrica, Enfermeiros,
Psicólogos e Assistente Social.

A Urgência conta com uma estrutura física adequada que contém salas
individualizadas para atendimentos psicológico, serviço social e psiquiátrico com
regime de plantão 24 horas e/ou suporte diarista, garantindo privacidade ao paciente
e/ou familiar. O Setor de observação consta de duas unidades, uma para
adolescentes com 03 macas, e outra maior para adultos com 06 leitos, todos com
colchonetes e lençóis descartáveis, com cadeiras de plásticos para acompanhantes
e entre os dois espaços o Posto de enfermagem proporcionando
suporte/atendimento imediato e farmacológico às diversas demanda que adentram
na unidade, sejam elas ambulatoriais ou casos de urgências.

Embora seja um setor que apresenta uma grande rotatividade de pacientes


que existe durabilidade de 24 horas de permanência para estabilização do quadro,
caso contrário, o paciente é transferido para o setor de internamento, que apresenta
como finalidade a continuação de pacientes em um quadro agudo para estabilização
de no máximo 72 horas conforme conduta do médico.

Além da escuta, o tratamento multidisciplinar, tratamento farmacológico e


assistência integral da enfermagem quando necessário é realizado contenção
mecânica, exclusivamente com prescrição médica no prontuário e/ou ficha de
atendimento. Não se pratica isolamento, encarceramento em quarto privado escuro.
Diariamente, um psiquiatra assistente e um clínico geral avaliam os pacientes que
estão internados. Quanto ao trabalho multidisciplinar desenvolvido nas Unidades,
observação e internamento/retaguarda vale ressaltar que todos os profissionais
participem dos atendimentos, acompanhamentos dos casos e de tomadas de
decisões e de discussões frente ao paciente.

A entrada da Psicologia no setor da Saúde Mental não aconteceu num vazio


social, mas num contexto histórico-econômico, onde foi construindo a ideia de que a
atividade do psicólogo era essencial para a sociedade. Nesta perspectiva a
Psicologia vem desenvolvendo ações multidirecionais no campo das Políticas
Públicas, possibilitando o acesso do usuário aos sistemas de saúde e assistência
social através da integração das Redes, responsáveis por tais âmbitos.

Desta maneira, o profissional da Urgência Psiquiátrica do Hospital São José


atua com intuito de socializar e contribuir para a diminuição negativa proveniente da
hospitalização, desta maneira o tratamento ganha um olhar inovador onde busca por
meio do lúdico desconstrói e auxilia na evolução do tratamento do mesmo.

A partir do ano de 2008, foi reestruturado o Serviço de Psicologia no que se


concerne à assistência aos usuários, visando assegurar os níveis de proteção à
saúde dos mesmos e da família na perspectiva de minimizar o sofrimento
psicológico ocasionado pela emergente crise, hospitalização e suas repercussões.
Atuando na área específica da saúde, colaborando para a compreensão dos
processos intra e interpessoal, utilizando enfoque preventivo e/ou curativo,
isoladamente ou em equipe multiprofissional. No setor estabilização os pacientes
são munidos por profissionais da área da assistência social e psicologia, onde é
realizado um atendimento psicossocial, como também médico psiquiátrico equipe de
enfermagem 24 horas. Como forma de entretenimento o Serviço de Psicologia
busca incrementar ao tratamento farmacológico aplicado e assistência de
enfermagem, incluindo as intervenções psicoterápicas, individuais e em grupo, e
discussão de caso com a Equipe.

5.2 ATRIBUIÇÕES DO SERVIÇO DE PSICOLOGIA NO SHR

● Desenvolver atividades visando o cuidado integral com o paciente através de


estratégias substitutivas, almejando a garantia de direitos a partir da
promoção de autonomia e do exercício de cidadania, buscando sua
progressiva inclusão geral.
 Garantir ao usuário do serviço um tratamento digno e resolutivo durante o
período de internação;
 Acolher e orientar o paciente de acordo com suas necessidades e
possibilidades;
 Realizar escuta atenta, qualificada e acolhedora ao paciente e sua família;
 Executar atendimentos individuais e grupos terapêuticos;
 Informar o paciente e seus familiares sobre sua condição, as atividades
oferecidas no serviço e as regras específicas da enfermaria; ressaltando
que elas foram criadas para proteger o paciente e possuem caráter
educativo, e não punitivo.
 Atender o grau de aceitabilidade do paciente em relação ao tratamento
durante a internação e a possibilidade da continuidade do mesmo em
domicílio;
 Elaborar, junto ao paciente, o seu projeto de vida, respeitando sua
singularidade;
 Verificar em que estágio o paciente está quanto ao uso de álcool ou outras
drogas, esclarecendo sobre a cronicidade da dependência química;
 Oferecer cuidados específicos de devidos encaminhamentos aos
pacientes vivendo com DST, HIV e aids;
 Desempenhar abordagem familiar, incluídos orientações sobre o
diagnóstico, o programa de tratamento, a alta hospitalar e a continuidade
do tratamento em casa e em outros pontos de atenção ao usuário da
Rede de Atenção Psicossocial;
 Efetuar um trabalho educativo com os familiares, quanto ao acolhimento e
à oferta de ajuda qualificada ao parente, colocando-se como família
participativa que se propõe a colaborar para que o paciente seja tratado
com respeito;
 Manter e incentivar o diálogo multiprofissional como forma de superar as
barreiras da fragmentação disciplinar;
 Favorecer a comunicação entre os membros da equipe para uma
convivência harmônica e respeitosa quanto à singularidade de cada
profissional;
 Articular contatos com a rede de atenção ao usuário de álcool e outras
drogas para manter um bom fluxo e alimentação de dados.

6. METODOLOGIA

A pesquisa intitulada “contribuições da musicalização em hospitais de


urgência psiquiátrica” foi elaborada por docentes e discentes do curso de psicologia
da universidade Tiradentes e realizada no hospital são José que é responsável em
atender a demanda de necessidades psicológicas e atua como urgência psiquiátrica.
A pesquisa desenvolvida é se cunho exploratória, com a abordagem qualitativa,
onde se buscará entender a subjetividade do sujeito a partir de uma proposta
musical. O trabalho será desenvolvido a partir de um levantamento de dados de
pesquisas bibliográficas, coleta de dados dos entrevistados, entrevistas
semiestruturadas e realização de atividades musicais (tomar instrumentos, ouvir
música, expressão corporal). O objetivo geral dessa pesquisa é buscar uma
integração interpessoal entre os usuários do serviço através da música, afim de
promover humanização e bem-estar entre esses sujeitos, respeitando a
subjetividade de cada um. Os objetivos específicos são: avaliar de que forma a
música contribui para a saúde mental do indivíduo e seus efeitos terapêuticos,
averiguar impacto emocional causado pela internação e como a música contribui
para anemizar esse sofrimento, como se dá a interação entre os usuários através de
atividades musicais.

7. PÚBLICO ALVO
Usuários internos e da ala de observação do Hospital São José.

8. RECURSOS (HUMANOS E MATERIAIS)


Discentes do curso de Psicologia, 7º período, orientadas e acompanhadas da
preceptora, de duas psicólogas residentes do Hospital São José, da assistente
social, técnicos de enfermagem e enfermeiros do plantão.
Materiais de artesanato (cola branca, papel A4, tinta guache, giz de cera, massa de
modelar e glitter), violão e caixa de som portátil.

9. ORÇAMENTO

ANEXO II

MATERIAIS: QUANTIDADE: VALOR VALOR


UNITÁRIO: TOTAL:
CANETA 25 Não consta Não consta
CAIXA DE SOM 1 Não consta Não consta
CRONÔMETRO 1 Não consta Não consta
RESMA DE 1 Não consta Não consta
PAPEL A4
FORMULÁRIO 25 Não consta Não consta
IMPRESSO
LÁPIS DE COR 36 Não consta Não consta
MICROFONE 1 Não consta Não consta
PASTA 25 Não consta Não consta
CATÁLOGO
PULSEIRA 25 Não consta Não consta
IDENTIFICAÇÃO
TECLADO DE 1 Não consta Não consta
MÚSICA
VIOLÃO 1 Não consta Não consta

Papel A4 R$ 17,96
Giz de cera (jumbo) R$ 14,98
Massa de modelar R$ 4,55
Cola branca R$ 17,00
Glitter R$ 8,19
Tinta guache R$ 5,56

10. CRONOGRAMA
mar abr mai jun jul ago set out

11. Atividades 1°q 2°q 1°q 2°q 1°q 2°q 1°q 2°q 1°q 2°q 1°q 2°q 1°q 2°q 1°q 2°q

Estudo Bibliográfico x x x                          

Observação
x x x x x x X                  
Participante

Definição dos
        x                      
Objetivos

Construção da
        x x                    
metodologia

Vinculação com o
                  x x          
público alvo

Realização do 1°
                      x        
encontro

Realização do 2°
                      x x      
encontro

Realização do 3°
                        x      
encontro

Realização do 4°
                          x    
encontro

Análise dos
                          x x  
resultados

Devolutiva                             x  

Conclusão e
finalização do                             x x
projeto
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

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