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Com o uso do petróleo nos mais variados setores da vida do ser humano, seu estudo ficou
cada vez mais importante tanto para compreensão da complexidade desse bem tão
valioso, quanto para estudos que colaborassem com sua exploração. O avanço de estudos
geoquímicos tem contribuído para o conhecimento da estrutura e composição química do
petróleo.
A técnica de cromatografia permite a separação e identificação dos componentes de uma
mistura. Aplicada à Geoquímica, as técnicas de cromatografia líquida e gasosa permitem
a separação e classificação dos componentes do petróleo em famílias e mesmo o estudo
de cada uma das famílias em termos de quantidade de cada componente.
Assim, através do estudo cromatográfico do petróleo, chegou-se à separação dos
componentes do petróleo em 4 famílias principais:
• Saturados
o N-alcanos
o Iso-alcanos
o Cicloalcanos
o Policicloalcanos
• Aromáticos
o Policicloaromáticos
• Fração de polares
o Resinas
o Asfaltenos
A composição química do petróleo é variável, mas a grande maioria dos elementos das
famílias destacadas acima são hidrocarbonetos (Carbono e Hidrogênio). Entretanto, a
depender da Matéria Orgânica que deu origem ao petróleo, outros compostos como
Oxigênio, Nitrogênio e Enxofre podem ser encontrados.
SATURADOS
A família dos saturados é caracterizada pela presença de compostos de Carbono,
Hidrogênio, feito por ligações simples (alcanos).
• N-alcanos (N de normal alcanos). São carbonos ligados a um só carbono. Cadeia
linear, normal. Todos os componentes da série homóloga de n-alcanos, contendo
de 1 a 40 átomos. (C1 a C40) de carbono podem ser identificados no petróleo. A
concentração desse grupo de compostos no petróleo varia de 15-20% em óleos
comuns; abaixo de 15% em óleos degradados; 35% nos óleos leves. Gera produtos
nobres, quanto mais leve melhor. Gás natural = C1 a C4, sendo 95% de metano.
Figura 4- Dodecano
• Iso-alcanos (Iso = ramificações). São alcanos ramificados. A maior concentração
desses compostos no petróleo é encontrada entre compostos com 6 e 8 átomos de
Carbono (C6 e C8). Nas formas de 2-metil ou 3-metil pentano (5), hexano (6) e
heptano (7). Esses compostos podem chegar a compor 1% do petróleo. Os alcanos
ramificados de médio peso molecular, C9 a C25, são conhecidos como
isoprenóides. Eles possuem um radical metila ligado de 4 em 4 átomos de carbono
na cadeia linear. Esse composto não tem valor econômico, mas são muito
importantes nos estudos econômicos. Os isoprenóides têm como precursores
biológicos a cadeia lateral da molécula de clorofila e outros compostos
provenientes de microrganismos. Os isoprenóides mais abundantes no petróleo
são o Pristano e o Fitano, que somam aproximadamente 55% do restante.
Figura 5- Metilbutano
Figura 6- Pristano
Figura 7- Ciclohexano
Figura 8- Ciclopentano
AROMÁTICOS
Os aromáticos são compostos que possuem pelo menos um anel benzênico em sua
fórmula. No benzeno (C6H6), os átomos de carbono formam um ciclo com seis ligações
iguais e intermediárias entre os tipos de ligação simples e dupla.
Os compostos aromáticos de baixo peso molecular presentes no petróleo são
denominados BTEX (Benzeno, Tuoleno, Etilbenzeno, orto-Xileno). Esses componentes
são voláteis e têm cheiro. Fração razoável na fração gasolina. São cancerígenos.
Figura 12- Tuoleno
Figura 11- Benzeno
FRAÇÃO DE POLARES
No petróleo, são identificados, ainda, compostos orgânicos contendo nitrogênio, enxofre
e oxigênio, conhecidos como compostos NSO.
Esses compostos constituem a fração mais polar (conhecida como fração das resinas e
asfaltenos). Não possuem composição bem definida, sendo apenas grandes moléculas
heteroatômicas de alto peso molecular. Ambos possuem na estrutura básica núcleos de
compostos policíclicos aromáticos (resinas com estruturas mais simples e asfaltenos com
estruturas mais complexas, por isso resinas são líquidas e solúveis a hidrocarbonetos
enquanto os asfaltenos têm peso molecular maior e são sólidos).
Quando hidrocarbonetos são adicionados ao óleo cru que contém fração de polares, a
resina é solubilizada e o asfalteno é precipitado.
• Resinas são definidas como uma fração insolúvel em acetato de etila e solúvel em
hidrocarbonetos como n-heptano, benzeno e tolueno. Piridina (uma resina) é
considerado um composto aromático, mas não é benzeno, pois o nitrogênio está
substituindo o carbono. Resinas são muito usadas como solventes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FERREIRA, Lorena Clair Cunha. Estudo da estrutura de asfaltenos utilizando
espectroscopia de emissão de fluorescência na região do UV-VIS. 2017.
PETERS, Kenneth E.; WALTERS, Clifford C.; MOLDOWAN, J. Michael. The
biomarker guide: Volume 1, Biomarkers and isotopes in the environment and
human history. Cambridge university press, 2007.
www.molview.org