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Aula 06 em 29 de março

CRITÉRIOS PARA APRESENTAÇÃO DE ARTIGO:

• 20min de apresentação
• Objetividade e compreensão do tema
• Poder de síntese
• Identificação do problema e ferramentas para solução
• Resultados e Conclusões
• Qualidade da apresentação (oratório e slides)
• Não fazer recorte/cola de texto e leitura de slides.
• Usar imagens sempre que possível (mesmo de fora do paper)

CARACTERIZAÇÃO DE PETRÓLEO E ROCHA GERADORA POR ISÓTIPOS ESTÁVEIS

O carbono encontrado nos compostos orgânicos e inorgânicos, no Planeta Terra ocorre como
uma mistura de seus dois isótopos estáveis: 12C (98,894% de abundância na terra) e 13C
(1,106% de abundância).

Existem outros elementos de importância biogeoquímica, a saber: Hidrogênio, Nitrogênio e


Oxigênio

Os compostos de carbono de origem biológica são relativamente mais enriquecidos em


carbono 12 (leve). Isso porque a natureza tende dar preferência aos compostos mais leves, de
mais fácil absorção, manipulação e transporte nas membranas celulares.

Os compostos de carbonos inorgânicos (carbonatos, bicarbonatos e CO2) retém maiores


quantidade de carbono 13.
Ou seja, em se tratando de compostos inorgânicos (rocha), a abundância de C13 é maior que
em matéria orgânica.

Fracionamento isotópico: processo onde as substâncias biogênicas normalmente contêm mais


isótopos leves do que o substrato do qual o elemento foi sequestrado para formação destas
substâncias. Ou seja, as plantas que absorvem CO2 para realizar fotossíntese, fracionam o CO2
e selecionam uma maior proporção de C12 que é leve. Assim, a atmosfera fica rica em C13.
Esse fracionamento ocorre porque nos processos metabólicos, as reações envolvendo
moléculas mais leves ocorrem com maior velocidade. A difusão de gás (CO2 leve) através de
membranas, por exemplo de algas, também é favorecida.

EXEMPLO: Processo de fotossíntese, captura de CO2 e fracionamento. O Oxigênio que


respiramos vem da água que a planta absorve (resíduo da geração de energia que mantém o
processo metabólico, através do uso de H2O).
C3 e C4 são caminhos metabólicos que cada planta pode seguir, dependendo de suas
características.

Essa preferência por isótopos leves é uma característica de processos bioquímicos, e a


extensão do fracionamento isotópico na matéria orgânica depositada em rochas sedimentares
pode indicar:

• Os tipos de organismos fonte da MO sedimentada.


• Suas relações tróficas (se é produtor primário, consumidor primário, etc)
• Os ambientes em que eles viveram

A razão entre C12 e C13 em uma amostra de MO é medida por espectrometria de massas,
após a combustão do carbono orgânico em CO2 (leve e pesado).

Apenas para exemplificação(Isotopic Ratio/Mass spectometry): faz separação de CO2 leve


(C12) e carbono pesado (C13). Esse equipamento faz isso tanto para estudo de MO quanto de
rocha carbonática.
Vale lembrar que deverá ser removido da amostra todo o carbonato (carbono inorgânico) para
que este não contribua com o resultado final. O inverso deve ser feito para estudo de
carbonatos.

Os equipamentos que não tem o cromatógrafo, faz apenas a combustão e medir o C12 e C13
no resultado final.
Eles extraem o fóssil, trituram e vendem o pó para ser usado como padrão no equipamento
antes de fazer os estudos.

Apenas para apreciação:

Com isso, o padrão agora passa a ser o zero.

Sobre os valores da razão C13/C12(deltaC13):


No gráfico acima, o zero é o valor padrão da lula. A parte negativa da reta corresponde a
concentração de C12 (leve), por isso as plantas caminham na parte negativa, uma vez que
selecionaram o C leve e o tem em maior concentração. Compostos inorgânicos (rochas
carbonáticas) caminham na porção positiva da reta porque possuem mais C13 (pesado). Os
óleos estão na faixa negativa, uma vez que seus fornecedores de MO são plânctons etc. Os
óleos mais velhos possuem mais C12, por exemplo o óleo do Texas gerado no ordoviciano
(zoom do gráfico). Isso porque a atmosfera do Cretáceo tem mais C13 do que as mais antigas.
O gás natural tem muito mais C12, assim como o gás Metano (por serem de processos
biológicos).

CURIOSIDADE: O CO2 do Pré-Sal foi estudado através da análise do deltaC13 do carbonato


para ver ser o CO2 produzido tem origem do próprio carbonato. Concluiu-se que o deltaC13
produzido é diferente do deltaC13 do carbonato. Descobriu-se que ele está associado com o
Manto. Como o reservatório é muito profundo, em ambiente cheio de atividade vulcânica, o
incremento de CO2 veio de regiões ainda mais profundas, da comunicação com o Manto.

EVOLUÇÃO DE DELTAC13 COM A EVOLUÇÃO DO PLANETA:


Se o querogênio perde C12 para gerar gás, então o querogênio fica rico em C13. De maneira
geral, teremos mais C12 no gás e no óleo do que no querogênio. E quanto aos dois, o gás tem
mais C12 que o óleo.

Número de Carbono (metano=1, etano=2, propano=2, butano=3, pentano=5). Observe que


varia com o tempo geológico (mais velho versus mais novo).

O comportamento das curvas dos valores de isótopos de C13 são usados para identificar
relações entre óleos, betumes e querogênios. No óleo há um aumento de C13 para as frações
de maiores polaridades e ponto de ebulição.

Sobre os compostos do petroleo: os valores de deltaC13 para betume e querogênio são


semelhantes, já que vieram do mesmo lugar. Há duas geradoras (triangulo e quadrado em
branco). Como os valores de deltaC13 para os óleos estão semelhantes aos da geradora
triangulo, pode ser um indicativo que ambos os óleos vieram dela.
Curvas de valores de isótopos de carbono com comportamentos similares suportam, mas não
provam correlação genética. Para uma avaliação mais precisa devem ser usadas
biomarcadores.

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