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Um discurso sobre as ciências

O autor afirma que, de um lado há um avanço das ciências que faz com que haja
uma visão positivista sobre a sociedade atual, mas por outro lado, há uma denúncia de
que esse avanço nos possibilitou uma guerra nuclear que pode pôr em xeque a sociedade
como conhecemos. Ele, o autor, traz um traçado entre a atual ciência e suas limitações
no campo da ciência social, tornando-se necessário uma nova perspectiva.

O paradigma que domina a atualidade está pautado na matemática, no qual esta


forneceria subsídios para análise e quantificação dos dados da natureza, oferecendo um
conhecimento mais profundo e com uma lógica de investigação. Assim, “conhecer
significa quantificar”. É posto, também, que os fenômenos devem ser reduzidos em
termo de complexidade, para uma posterior análise deste, indo de encontro,
primeiramente, com o item de maior relevância, procurando as casualidades
distinguidas por Aristóteles. Dessa forma, para a física social, para estudar o fenômeno
social, haveria de “reduzi-lo às suas dimensões externas, observáveis e mensuráveis.”.
Contudo, essa redução nem sempre é satisfatória, e a ciência social tem um longo
percurso para se adaptar ao modelo mecanicista. Torna-se necessário, então, a
reivindicação de um modelo metodológico próprio, uma vez que o fenômeno observado
será sempre determinado pela subjetividade de quem observa, sendo necessário o uso de
métodos qualitativos, invés dos quantitativos, e tendo uma natureza mais descritiva e
compreensiva

No último capítulo, são traçadas as características do novo paradigma científico,


sendo afirmado que todo conhecimento científico-natural é um conhecimento científico-
social, no qual a dicotomia entre ciência e natureza é superada, bem como qualquer
conhecimento dualista como natureza/cultura, natural/artificial e outras dualidades
conhecidas. Essa superação tende a revalorizar os estudos humanísticos, e essa
concepção humanista funciona como um agente catalisador da fusão entre ciências
naturais e sociais, pondo a pessoa no centro do conhecimento, ou melhor dizendo, a
natureza no centro da pessoa. Uma segunda característica do conhecimento científico é
que todo conhecimento é local e total. Além disso. A terceira característica afirma que
todo o conhecimento científico é um autoconhecimento. A ciência moderna, devido ao
critério de objetividade, tirou o homem do centro do conhecimento, para evitar as
interferências subjetivas deste, havendo, pois, uma distanciação do sujeito e objeto dos
estudos. A quarta e última característica do novo paradigma é que todo o conhecimento
científico visa constituir-se em senso comum.

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