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RESUMO
O Método Mãe Canguru tem sido cada vez mais utilizado no Brasil uma vez que traz
comprovadamente inúmeros benefícios ao recém-nascido de baixo peso, alem de fortalecer o
vinculo afetivo entre o bebe e seus pais, e dos mesmos com a equipe de saúde. Diante desse
contexto, o objetivo geral desse estudo bibliográfico, de cunho descritivo e qualitativo é
descrever a atuação da enfermagem no método mãe canguru. Acredita-se que esse trabalho
possa oferecer subsídios para profissionais de enfermagem que desejam trabalhar com o
referido método, uma vez que aborda os benefícios para o recém-nascido e sua família, assim
como pode possibilitar discussões visando melhorar a qualidade da assistência.
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Graduandos do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Estácio/FIB.
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Professora orientadora do Centro Universitário Estácio/FIB, Especialista em Enfermagem Obstétrica- UFBA e Mestre em Saúde da Família- UNESA
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1 INTRODUÇÃO
A atenção humanizada é baseada num profundo respeito pelos processos naturais que
compreendem uma transição suave da vida intra para a extra-uterina, convertendo a mãe e a
família em figuras indispensáveis nos cuidados e tratamento do bebê. (DUARTE;
ANDRADE, 2005).
O Método é um tipo de assistência neonatal que implica neste contato o mais cedo
possível, de forma crescente e pelo tempo que entenderem ser prazeroso e suficiente entre os
pais e o RN, promovendo autonomia e competência parental a partir do suporte da equipe e da
interação familiar. (BRASIL, 2014).
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Com o MMC a enfermagem, categoria que passa mais tempo com o paciente, ganha
mais um espaço de atuação na assistência, pois sob os aspectos biopsicossociais, proporciona
melhor adaptação dos mesmos à vida extra-uterina a partir de uma assistência pautada no
envolvimento, na dedicação e na humanização do cuidado, promovendo a aproximação entre
família, bebê e equipe de saúde como incomparável (FREITAS, CAMARGO, 2007).
Intervenções como manter a melhor posição do recém-nascido com "ninhos" que lhe
proporcione segurança, implementar cuidados em etapas, observar o estado comportamental
do bebê antes, durante e após procedimentos, estimular visitas e participação dos pais são
algumas estratégias utilizadas pela enfermagem neonatal na estimulação do recém-nascido e
no fortalecimento do vínculo familiar (FREITAS, CAMARGO, 2007).
família. Para a comunidade esse estudo tem grande importância, uma vez que pode
possibilitar discussões visando melhorar a qualidade da assistência.
2 METODOLOGIA
A metodologia utilizada para elaboração deste trabalho foi uma revisão bibliográfica
com abordagem descritiva e qualitativa, relacionada com artigos encontrados na Biblioteca
Virtual em Saúde (BVS), LILACS, SciELO e nos Manuais do Ministério da Saúde.
A pesquisa bibliográfica revela uma forma eficaz de coleta de dados que permite
transformar a informação / investigação em conhecimento, pois é possível fazer relações entre
os temas pesquisados tornando a busca de material mais eficiente (GIL, 2006). Segundo
Lakatos e Marconi (1987), a pesquisa bibliográfica trata do levantamento, seleção e
documentação de publicações em livros, revistas, jornais, boletins, monografias, teses,
dissertações e material cartográfico com o objetivo de colocar o pesquisador em contato direto
com o que já tem escrito sobre o mesmo.
A coleta de dados foi feita a partir da biblioteca virtual, onde foram utilizadas
palavras-chaves como: Método Mãe Canguru e a atuação de enfermagem no método mãe
canguru. Foram analisados os artigos em português publicados no período de 2010 a 2015,
escolhidos os que possuíam um objeto de estudo condizente com a temática e destacados os
com dados mais recentes sobre o método.
3 REVISÃO DE LITERATURA
monitorização contínua e os alarmes constantes que afastam o filho tão esperado do núcleo
familiar, já que ele precisa ser mantido aquecido e protegido pelos limites da incubadora, na
qual é nutrido e sustentado por tubos e cateteres (SANTANA, 2013).
Adotar este modelo de cuidado não significa diminuir nem simplificar os níveis de
atenção dispensada ao bebe, pois em todas as etapas mãe e filho são acompanhados por uma
equipe multidisciplinar, que adequadamente treinada torna-se apta para monitorar sinais
vitais, detectar situações de risco e intervir sempre que necessário, pois preconiza uma
atenção humanizada, tendo como principais recursos para sua implantação o afeto existente
entre pais e filhos. O ato de carregar o bebê contra o peito propicia aquecimento, estímulo e
íntimo contato, além de reforçar a formação de vínculo e favorecer o aleitamento materno, a
comunicação, as carícias e o encontro de batimentos cardíacos mãe/filho como importantes
estímulos para a respiração adequada do recém-nascido, suprimindo as apnéias e
dispensando, assim, o uso de equipamentos e tecnologias de alto custo (SILVA; PRADO,
2003).
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Para os autores supracitados, este tipo de cuidado requer recursos de baixo custo,
porém sua adoção não deve ser vista apenas como uma alternativa para poupar recursos
econômicos, mas sim como uma maior preocupação com a qualidade do atendimento prestado
ao bebe, uma vez que não se trata de um substituto da assistência nas unidades de cuidados
intensivos neonatais e sim um importante complemento.
Os princípios básicos do MMC estão baseados em três pilares: o calor, que é gerado e
transmitido pelo corpo da mãe ao estar pele a pele com o bebe, o aleitamento materno, que
não apenas o alimenta, mas que, com suas propriedades imunológicas o protege contra
infecções e, principalmente, o amor, que estimula na qualificação do crescimento e
desenvolvimento, bem como no aumento dos vínculos entre ambos (DUARTE; ANDRADE
2005).
Para o sucesso do método é necessário que se cumpra uma série de condições médicas
relativas ao bebê e à família. Estes critérios são requisitos para a entrada no programa, pois
um estado clínico satisfatório e a necessidade de auto-regulação da temperatura corporal, a
superação de patologias e a capacidade de sucção são indispensáveis (DUARTE; ANDRADE,
2005).
A atuação inicial começa numa fase prévia ao nascimento de um bebê pré-termo e/ou
de baixo peso, com a identificação das gestantes com risco desse acontecimento. Nessa
situação, a futura mãe e sua família recebem orientações, cuidados específicos e suporte
técnico e psicológico. Com o nascimento do bebê e havendo necessidade de permanência na
Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) e/ou Unidade de Cuidados Intermediários
Neonatal (UCIN), especial atenção é dada no sentido de estimular a entrada dos pais nesses
locais e o estabelecimento do contato pele a pele com o bebê, de forma gradual, crescente,
segura e agradável para ambos. Trabalha- se o estímulo à lactação e à participação dos pais
nos cuidados, sendo que a posição canguru é proposta sempre que possível e desejada
(BRASIL, 2014).
Os recursos materiais nessa etapa compreendem mesa de três faces para reanimação
em sala de parto ou em sala de reanimação neonatal com fonte de calor radiante - Relógio
com ponteiros de segundos em cada mesa/sala de reanimação - Material para aspiração:
sondas traqueais, sondas de aspiração gástrica, material para ventilação: balão auto-inflável,
reservatório de oxigênio aberto ou fechado e máscaras faciais para recém-nascidos a termo e
pré-termo - Material para intubação: laringoscópio com lâminas retas 0 e 1 e cânulas
traqueais; Material para cateterismo umbilical, estetoscópio, clampeador de cordão, material
para identificação da mãe e do recém-nascido; balança eletrônica, antropômetro e fita métrica;
material para drenagem torácica e abdominal, incubadora com parede dupla, berços aquecidos
de terapia intensiva, incubadora para transporte com monitorização contínua, suporte para
equipamento de infusão controlada de fluidos, bateria, suporte para cilindro de oxigênio,
cilindro transportável de oxigênio e kit ("maleta") para acompanhar o transporte de pacientes
graves, contendo medicamentos e materiais para atendimento ás emergências (BRASIL,
2014).
do RN, além da habilidade para a colocação da criança em posição canguru. Nesta fase os
bebês devem ter alcançado estabilidade clínica, nutrição enteral plena, peso mínimo de 1.250
gramas e ganho de peso diário maior que 15 g. (VENANCIO et al, 2005). Os recursos
materiais utilizados nessa fase compreendem apenas o leito da mãe e uma faixa para envolver
o bebê junto ao seu tórax.
Toda mudança exige uma modificação nas relações de trabalho, nas responsabilidades,
nas atitudes cotidianas, nos hábitos e comportamentos das pessoas que são os membros da
organização. Sendo assim, a implementação de uma mudança deve ser cuidadosamente
idealizada, garantindo que a inovação seja compatível com as necessidades dos trabalhadores
e da organização, de modo que proporcione uma vantagem percebida e ofereça benefícios
demonstráveis (PARISI 2008 apud GARCIA 2013).
Aprender a cuidar cada dia melhor do ser humano é de extrema importância para
enfermagem, porem, cuidar em todas as suas dimensões, não só cuidar de seu corpo, escutar
seu coração é o grande desafio. No contexto hospitalar, especialmente nos serviços que
envolvem assistência a pequenos seres humanos e sua família fragilizada pela internação, faz-
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Sob essa perspectiva, ao proporcionar mais contato entre o bebê e sua mãe, seu pai,
irmãos e avós, busca construir uma rede social de apoio para a mãe e contribuir para a
diminuição dos efeitos negativos da internação neonatal (LAMY, 2005). Neste sentido o
enfermeiro deve atuar como um elo que os une, proporcionando a integração necessária para
que a relação entre mãe e filho não seja prejudicada (WHALEY 1999 apud SILVA, 2003).
Intervenções como manter a melhor posição do recém-nascido com "ninhos" que lhe
proporcione segurança, implementar cuidados nas diversas etapas, observar o estado
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atenção; orientar a família na hora da alta hospitalar, criando condições de comunicação com
a equipe e garantir todas as possibilidades já enumeradas de atendimento continuado.
a fim obter uma pega correta e prevenir fissuras, mastite e outras intercorrências (SILVA;
PRADO, 2003)
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
ABSTRACT
The Kangaroo Mother Care has been increasingly used in Brazil as it brings proven numerous
benefits to the newborn of low weight , in addition to strengthening the emotional bond
between the baby and his parents , and the same with the health team . In this context , the
general objective of this bibliographic study , descriptive and qualitative study is to describe
the nursing practice in the kangaroo mother method. It is believed that this work can provide
subsidies for nursing professionals who wish to work with such a method as it addresses the
benefits for the newborn and his family , and can enable discussions to improve the quality of
care .
REFERÊNCIAS
DITZ E; MADEIRA, L.M; DUARTE E.D. Alojamento materno: construindo uma estratégia
de humanização da assistência. REME Rev Min Enferm. 2004
GIL, A.C. Como classificar as pesquisas In: como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São
Paulo; Atlas 2006
LAMY, Z.C. et al. Atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso – Método Canguru:
a proposta brasileira. Rev. Ciência e saúde coletiva, 2005
MEIRA E.A, et al. Método Canguru: a visão do enfermeiro. Rev. Inst Ciênc Saúde. 2008;
NEVES, A.M; ORLANDI, MH; SEKINE, CY; SKALINSKI, LM. Assistência humanizada
ao neonato prematuro e/ou de baixo peso. Acta paul. enferm. 2006.