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Índice

Apresentação................................................................................................................................3
Autobiografia...............................................................................................................................4
Reflexão Final............................................................................................................................68
Projeto de Futuro Vocacional.....................................................................................................69
Referências.................................................................................................................................70
Anexos.......................................................................................................................................71
a. Formação Complementar e outros Documentos do Processo.........................................72
b. Documentos Complementares........................................................................................85
Curriculum Vitae........................................................................................................................85
Carta de Apresentação...............................................................................................................88
Certificados de Competências/ Trabalhos realizados ao longo da Vida..................................90
Anexo 1 - Comprovativo de frequência do Curso de Administração e Comércio.......................90
Anexo 2 - Empregos mencionados na autobiografia (documentos da Segurança Social)..........90
Anexo 3 – Declaração do Hospital de Dia de Hematologia.........................................................91
Anexo 4 – Formações Ikea..........................................................................................................92
Anexo 5 – Declaração de Voluntariado na Ludoteca Bom Pastor...............................................93
Anexo 6 – Página do Facebook de venda das velas (cartão publicitário)...................................93
Anexo 7 – Velas artesanais.........................................................................................................94
Anexo 8 – Carta de Condução....................................................................................................95
Anexo 9 - Certificado de Qualificações (Processo RVCC nível básico)........................................96
Anexo 10 - Carta de Recomendação..........................................................................................97

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Apresentação

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Autobiografia

O meu nome é Andreia Sofia Ventura da Silva Venâncio, Venâncio é o meu apelido de casada.

Nasci no dia 15/07/1983, em Lisboa, no Hospital de Santa Maria.

A minha mãe chama-se Verónica Beatriz Catarina Ventura da Silva e o meu pai Vítor Manuel
Fonseca da Silva.

Tenho dois irmãos mais velhos que se chamam Nélson Ventura e Ricardo Ventura da Silva.

A minha mãe trabalha na Faculdade de Farmácia e é técnica de laboratório, e o meu pai era
mecânico e bate-chapas.

Vivíamos em Telheiras, Lisboa, numa moradia bastante confortável, com os meus avós
maternos. Tínhamos um terreno, onde o meu avô paterno cultivava alguns alimentos, e desde
muito cedo ia com ele plantar alfaces, tomates, cebolas e batatas. As batatas têm alturas
específicas para poderem ser semeadas, as mesmas só podem ser semeadas em meados de
abril e para poder colher as batatas só em meados de agosto. Eu adorava semear as batatas.
Tínhamos algumas árvores de fruto, e eu, como miúda, gostava de trepá-las e comer as frutas
acabadas de apanhar.

Como éramos muitos em casa, os meus pais puseram algumas regras. Os meus pais fizeram
um mapa de regras, em que, como eu era a mais nova, ficava com tarefas mais fáceis, tais
como pôr os pratos na mesa e fazer as camas; o meu irmão mais velho ficava responsável por
lavar a loiça e ajudar nas compras; e por fim, o meu irmão do meio ficava de estender, apanhar
e dobrar a roupa. Tínhamos também regras comuns como não andar sozinhos na rua a certas
horas, chegar a casa às horas indicadas e ajudarmo-nos mutuamente nos trabalhos de casa.
Desta forma, o trabalho não era sobrecarregado só para alguns. Assim, todas as tarefas
estavam divididas, ou seja, todos nós tínhamos tarefas a desempenhar, assim havia entreajuda
e em consequência, ganhei o gosto pela cozinha.

Estive na escola de Telheiras até à minha quarta classe. Quando tinha 10 anos, fui para o
Colégio Casa Pia Pina Manique, em Belém, como externa, para poder concluir o 5º e 6º ano de
escolaridade, os meus irmãos já estavam nesta mesma escola.

Formámos um grupo de amigos, estávamos sempre juntos, e aprendemos várias coisas, pois
éramos todos de culturas diferentes: eram pessoas africanas, pessoas de etnia cigana, etc.
Contudo, isso não era motivo para haver um tratamento diferente. Aprendemos a lidar com os
costumes de cada cultura e, acima de tudo, a respeitar. Através deste convívio conseguimos
aprender mais sobre o mundo, aprendemos que existem outras culturas para além da nossa,
existem costumes mais reservados e rígidos, e muito mais tipos de gastronomia.

Nesta altura, e quando íamos sair com o nosso grupo de amigos para brincar, eu reparava
muitas vezes que algumas pessoas olhavam para os meus colegas com outra cultura ou
religião de forma diferente, ou seja, mostravam pouca tolerância relativamente à diversidade de
culturas. Eu, na altura, sendo criança, não me apercebia exatamente do que se tratava quando.
Lembro-me de certa vez que estava com um grupo de amigos a brincar ao pé de umas
pessoas e estas nos expulsaram e disseram que não queriam “aquele tipo de gente” ali. Com o
passar do tempo e com essas lembranças na memória, consegui fazer a ligação e perceber o
que realmente acontecia naquela época.

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Hoje em dia, tento sempre proteger alguém quando vejo algum tipo de discriminação e tento
sempre integrar a pessoa, ou seja, acabo por fazer alguma mediação cultural. Isto é, sempre
que ouço alguém a dizer que não quer saber de outras culturas, eu faço a chamada “mediação
cultural. Lembro-me de ainda há bem pouco tempo, enquanto estava na fila do supermercado,
umas senhoras já de idade dizerem que hoje em dia acusar alguém de racismo é moda e que
não lhes interessava saber sobre outras culturas. Foi nesse momento que eu chamei a atenção
das duas senhoras e tentei passar-lhes uma visão de globalidade, isto é, fiz ver às duas
senhoras que existem culturas e religiões diferentes das nossas, com os seus costumes, éticas
e regras, mas que no fundo são pessoas como nós e merecem total respeito. As senhoras
ficaram um pouco sem palavras, mas deu para perceber no olhar que entenderam a
mensagem e até ficaram um pouco envergonhadas.

A negociação com alguém intolerante a outras culturas e religiões, não é algo fácil, pois
normalmente essas pessoas não estão disponíveis para ouvir opiniões contrárias nem para
ceder. Eu já tive uma experiência de negociação com uma pessoa que ainda hoje é minha
amiga. Certo dia, marquei um jantar com esse tal amigo que tinha intolerância a outras
culturas, principalmente africanas. Quando ele chegou ao local percebeu que as pessoas que
lá estavam eram maioritariamente pessoas africanas e queria ir embora, mas eu fiz uma
espécie de negociação com ele, isto é, ele ficaria pelo menos 15 minutos connosco à mesa e
ficaria a observar os comportamentos dos mesmos de forma a perceber que são pessoas
iguais a nós, simplesmente com outros hábitos. Se no fim desses 15 minutos ele não se
estivesse a sentir bem no jantar poderia ir embora e eu não o importunava mais com este
assunto.

A conclusão desta experiência foi bastante positiva, pois o meu amigo não só ficou até ao fim
do jantar como gostou imenso do ambiente e percebeu o quanto estava a ser retrógrado e
intolerante. Hoje em dia somos todos amigos e ele tem uma relação espetacular com todos.

Quando tinha 12 anos continuei no Colégio na Casa Pia Pina Manique para fazer o curso de
Administração e Comércio/ Técnica de Contabilidade. Nesta escola podíamos fazer o 7º, 8º e
9º ano, e tirava-se um curso (nós escolhíamos qual queríamos), em simultâneo, e depois no
10º, 11º e no 12º ano, tirava-se um técnico profissional desse mesmo curso.

Eu escolhi o curso de Administração e Comércio, mas tive que desistir no 2º ano do curso, ou
seja, no 8º ano, apesar de gostar da escola (ver anexo 1). Sempre quis estudar e aprender
para no futuro conseguir ter um emprego estável e conseguir a minha autonomia, por isso, foi
com muita pena minha que desisti a meio do curso. Desistência implicava regredir para o sexto
ano de escolaridade, mas senti-me no dever de desistir em prol da minha família.

Foi na escola que, pela primeira vez, mexi num computador e aprendi algumas coisas básicas
como o Microsoft Word, e também aprendi a mexer numa máquina de escrever manual
(máquina datilográfica).

A diferença que encontrei entre ambas é que a máquina de escrever só pode ser usada para o
processamento de texto; um computador também dá para ser usado para processamento de
texto, mas tem mais funções, tais como: navegação na web, jogos, transferências de ficheiros,
etc.

Foi com 14 anos e ainda a estudar que juntei o dinheiro que recebia das épocas festivas e
comprei o meu primeiro computador HP. Tive que ter em conta vários fatores, com a ajuda do
meu irmão mais velho, como por exemplo: o processador, a memória RAM, a placa gráfica e
autonomia, pois este computador seria mais usado no meu dia-a-dia, no qual faço pesquisas
na internet, vejo vídeos e filmes, elaboro trabalhos no office, vou às redes sociais, envio e-

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mails, entre outras coisas. Temos que saber proteger um computador, por exemplo através das
atualizações do sistema.

1º passo - ir às definições e, em seguida, clicar em alterar definições do computador.

2º passo - clicar em atualizações e recuperação e, em seguida, clicar em atualizar.

3º passo - clicar em atualizar sem afetar os ficheiros pessoais e, por último, clicar em começar,
e depois é só esperar um pouco.

O sistema operativo do meu atual computador é o Windows 2010 e já vinha com o antivírus
MCAFEE.

Mas, no meu caso, por vezes tenho que fazer a sua atualização (visto que o meu já vinha com
o antivírus instalado e ativo). Para isso, tenho de entrar no site do fabricante do antivírus e
fazer downloand da atualização, em seguida, clico em atualizar e é só seguir os passos que
vão aparecendo.

Para instalar um antivírus, a primeira etapa é escolher um programa- o UOL (antivírus), neste
momento, creio que seja o mais completo depois, é necessário entrar no site e fazer download
do software. Depois do download feito é só clicar duas vezes para abrir; depois de aberto, clicar
em avançar e, por fim, é só seguir as instruções.

O antivírus é muito importante para o uso seguro de um computador, pois é um software que
deteta os vírus, impede-os de danificarem o computador e ativa a remoção de programas de
software malicioso(vírus). Por existir tanta facilidade no acesso à internet é necessário também
proteger mais os nossos equipamentos e as informações neles contidas. É muito bom
podermos fazer uma pesquisa sobre qualquer tema com recurso aos motores de busca
(Google, Firefox, entre outros), e conseguirmos esclarecer questões sobre diversos temas com
um clique de um rato... Mas quando sabemos que os hackers têm conhecimentos para,
também com um clique, destruírem sistemas operativos de nações inteiras, toda esta facilidade
se pode tornar perigosa. É por isso que é necessário ser responsável quando se tem tanta
facilidade de acesso a informação, e temos que nos salvaguardar o melhor possível. Foi para
nos ajudar a proteger que os antivírus foram criados.

Um sistema operativo de um computador ou de outro aparelho eletrónico consegue gerir os


recursos desse mesmo aparelho, como por exemplo programas integrados no aparelho.

No que toca ao hardware, este é a parte visível e palpável do aparelho, como o monitor, ecrã,
rato, teclado e etc. Quanto ao software já não é algo palpável, são programas ou aplicações.

Um computador é constituído por vários componentes, de entre os quais o disco rígido, a placa
mãe, SSD (nem todos contêm, mas cada vez é mais utilizado nos computadores), CPU e a
fonte de alimentação.

Hoje em dia, cada vez é mais utilizado o SSD, principalmente em computadores direcionados a
jogos e a empresas que tratam de muita informação, pois permite uma rapidez tanto ao iniciar o
computador, assim como em transferências realizadas.

A Casa Pia Pina Manique é uma escola fantástica, onde nos incentivam a aprender a língua
gestual, pois anexado à nossa escola havia uma escola de surdos-mudos, que se chamava
Jacob (Instituto Jacob Rodrigues Pereira), que foi inaugurada em 1953.Como nunca tive de pôr
em prática ao longo do tempo o que aprendi, a maior parte das aprendizagens foram
esquecidas, lembrando-me apenas de algumas letras do abecedário.

A língua gestual Portuguesa (LGP) em 1997, passou a ser uma língua portuguesa uma língua
oficial de Portugal. O Dia Nacional da Língua gestual (LG) portuguesa comemora-se a 15 de

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novembro. Este dia foi comemorado pelo esforço e reconhecimento e proteção da língua
gestual (LG) portuguesa e defesa dos direitos das pessoas surdas.

Ainda existe bastante gente que não conhece ou não se interessa pela Língua Gestual.
Contudo, esta língua é muito importante, pois é utilizada por pessoas surdas, mudas ou mudas
surdas. É uma língua tal e qual como a que estamos habituados (oral), isto é, aparece
naturalmente, simplesmente no caso da gestual é feita com base em movimentos do corpo.
Existem vários tipos de língua gestual, não é algo único para o mundo inteiro, tal como a oral.

Atualmente, existe um combate para que haja equidade e também para que sejam criadas
mais associações de apoio a estas pessoas.

Na minha opinião, ainda existe muito preconceito com a Língua Gestual e as pessoas surdas
não têm os mesmos direitos de pessoas que têm as suas condições auditivas saudáveis. As
pessoas surdas são, na maioria dos casos, descartadas em empresas, pois não são
consideradas úteis para as mesmas. Portanto, acho que se deve lutar pelo direito das pessoas
surdas e que a Língua gestual Portuguesa seja considerada como Língua oficial do país. São
seres humanos como os outros, e eu, quando aprendi a língua gestual, sentia-me imensamente
feliz, em conseguir que eles me entendessem e fiz amigos, o que para mim se tornou muito
gratificante. Enquanto trabalhava no Continente assisti a um caso de preconceito para com um
candidato a emprego na empresa. Enquanto almoçava, ouvi as colegas dos recursos humanos
a comentarem que descartaram a pessoa por esta ser surda-muda, mesmo tendo qualificações
para o cargo. Na minha opinião, deveriam ser tomadas algumas medidas para que se
diminuísse esta discriminação. Por exemplo, começar a ser obrigatório nas escolas
aprenderem língua gestual, pois seria muito mais fácil conseguir enquadrar as pessoas surdas-
mudas na sociedade e seria também muito mais fácil para certas empresas começarem a
aceitar estas pessoas, pois saberiam que o público/cliente conseguiria facilmente entender-se
com a pessoa.

No caso da empresa que referi acima, não há qualquer tipo de referência à não integração de
pessoas com deficiências físicas, ou seja, aquele candidato tinha que ser analisado pelas suas
competências e qualificações e não pelas suas características físicas ou pela sua deficiência. O
preconceito e falta de vontade por parte da empresa e da sua chefia para a aceitação de uma
pessoa portadora de uma deficiência é realmente triste. Concluo assim que a empresa não
seguiu as suas próprias normas deontológicas. Afinal, em nenhum local estava escrito que
pessoas portadoras de deficiência não podiam ser contratadas para trabalhar nesta empresa. E
uma vez que o código deontológico define os valores éticos de cada empresa junto dos seus
colaboradores e da sociedade em geral, neste caso, notamos uma falha imperdoável nesta
empresa e nos seus valores deontológicos.

Existem alguns incentivos por parte do Estado para as empresas que empregam pessoas
portadoras de deficiência, e apesar de em 2006 a Convenção das Nações Unidas sobre o
Direito das Pessoas com Deficiência (que foi adotada em 2006) falar sobre o dever que nós,
enquanto sociedade, temos para assegurar todos os direitos e liberdades que estas pessoas
têm, e expressar a importância de aumentar e promover o emprego, aumentando a inclusão no
mercado de trabalho, isto não é ainda uma realidade. Deveria de haver, por parte do Estado,
uma obrigação para as empresas a partir de uma determinada dimensão empregarem pessoas
portadoras de deficiências, e ser criado um departamento que fiscalizasse e multasse
fortemente as empresas que não cumprissem.

Ainda existe um longo caminho para os direitos destas pessoas serem atingidos. Felizmente,
existem algumas associações que lutam diariamente pelos direitos dos deficientes, como a
APD ou Associação Portuguesa de Deficientes, que desde 1972 luta pela não discriminação e
pela inclusão dos deficientes em Portugal. Podemos ajudar e saber mais informação sobre esta
associação em www.apd.pt.

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A minha infância/adolescência, desde que me lembro, foi vivida entre dois mundos: o mundo
onde todas as crianças deviam de viver (onde existe o verdadeiro contexto da palavra amor,
respeito e carinho) e o outro mundo no qual onde nenhuma criança/adolescente devia de viver
(assistir a violência doméstica).

O meu pai era um ser maravilhoso, muito inteligente, humano, meigo, amigo, até que, numa
altura da vida, enveredou para o mundo cruel das drogas, esse mundo que arruinou tudo o que
os meus pais ergueram até esse mesmo dia.

A minha mãe foi, sem dúvida nenhuma, uma mãe/mulher guerreira e lutadora. Sempre fomos
uma família unida, apesar dos contratempos que as drogas nos trouxeram para as nossas
vidas.

Chama-se droga a uma qualquer substância que, quando consumida, causa efeitos no
organismo, de tal forma que a pessoa que consumiu deixa de ter algumas noções da realidade.
No início, as drogas eram retiradas da natureza, atualmente muitas drogas são feitas em
laboratórios até para fins medicinais, contudo muitas drogas são ilícitas e usadas de forma
prejudicial à saúde.

As drogas que estão relacionadas com a toxicodependência são apenas uma parte do conjunto
das drogas: são as drogas psicoativas, que se caracterizam pelo poder de modificar as funções
do Sistemas Nervoso Central.

No caso do meu pai, o consumo foi de Cocaína e Heroína.

Uma pessoa, quando inicia o consumo de drogas, tem dificuldade em parar, destruindo
diariamente o seu corpo e caminha para um final trágico, mas com o aparecimento de cada vez
mais tratamentos e de instituições que ajudam a pessoa a reabilitar-se, é possível ultrapassar o
vício

Existem vários tipos de drogas, como a Cannabis, Ecstasy, Heroína, Cocaína, LSD, entre
outras. Todas estas drogas têm vários tipos de efeitos, como alucinações, energia extra,
sensação de paz e sonho, etc.

Em Portugal existem já várias clínicas da recuperação, tais como a “Clínica Olhos de Água “,
“IDT- Instituto da Droga e da Toxicodependência”, “Erguer- Associação de Reabilitação de
Toxicodependentes”, entre outras.

Na minha opinião, existe muita discriminação em relação a pessoas que já consumiram drogas
e já estiveram mergulhadas no vício, pois as pessoas olham sempre com desconfiança,
pensando que a qualquer momento vão ter uma recaída. A maioria dos toxicodependentes está
ligada a doenças sexualmente transmissíveis, devido à partilha de seringas. Por isto, muitas
pessoas parecem ter medo/receio de estar a comunicar com as pessoas que sejam portadoras
de DST, como se pelo facto de estar a falar se contaminassem, isso a mim magoava-me muito.

Muitas das pessoas que consumiram drogas, durante o período de dependência tiveram
atitudes menos corretas, em alguns casos até criminosas, sendo bastante difícil para uma
pessoa recuperada integrar-se novamente na sociedade e conseguir trabalhar, pois irão
sempre apontar o dedo e olhar para o registo criminal da pessoa, pois a maioria dos
toxicodependentes acabam por cometer crimes, não acreditando na plena recuperação.
Contudo, tenho um primo que, apesar de ter sido toxicodependente e de ter estado preso,
conseguiu estabilizar a sua vida nos pós prisão e ter um emprego estável.

No meu caso, tive um pai que consumiu drogas, portanto, sei perfeitamente o que são drogas,
sei perfeitamente o que as drogas podem causar a uma pessoa, mas não só, também nas
pessoas em seu redor, como a família, que é afastada pelos comportamentos da pessoa. As
pessoas falam de ti, por teres um pai que consome drogas e associam-te de certa forma a esse

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lado negro. Contudo, deu para retirar valores positivos dessa situação, trouxe-me força de viver
e principalmente mostrou-me que as drogas só destroem vidas e famílias e, portanto, deu-me
mais consciência de nunca experimentar esse tipo de substâncias de forma a não mergulhar
num mar fundo, sem conseguir retornar à tona e tentar passar esses valores para a minha
família, para que estes entendam o que passei e também nunca tentem sequer experimentar,
pois nunca será só “uma vez”, voltará a repetir-se e quando a pessoa vê já não consegue
parar.

Mas estivemos sempre juntos nesta luta diária, tentámos diversas vezes recorrer a clínicas de
reabilitação, em várias zonas do nosso país, anos seguidos, mas, infelizmente, sem sucesso,
pois o meu pai estava extremamente dependente das drogas.

A dependência é uma utilização excessiva e constante de uma droga por quem a consome.
Existe a dependência física, ou seja, o corpo parece que só funciona a 100% depois de
consumir a droga. Quando esta falta, o organismo ressente-se de uma forma que provoca
grande sofrimento no consumidor, “ressaca”.

Anos se passaram nesta luta constante, mas quando eu tinha 11/12 anos de idade algo
despertou no meu ser, eu queria e precisava de ver uma mudança nas nossas vidas,
principalmente na da minha mãe, despertou em mim um sentimento de responsabilidade, ou
seja, sentia que tinha que ajudar a minha mãe de alguma forma. O nosso maior desejo era que
o meu pai se recuperasse desse maldito vício.

A droga é, quanto a mim, um problema mundial que está presente em todos os continentes e
em todas as classes sociais. Não escolhe etnias, géneros ou idades. Está facilmente acessível
a todos e, por isso, tem afetado cada vez mais homens, mulheres e crianças no mundo. A
produção e a venda de drogas são dos maiores problemas a nível mundial, assim como o
aumento de atividade criminosa que acompanha as drogas.

Acredito que os diferentes estados/governos espalhados a nível global poderiam ajudar mais,
apostando na informação, pois saber é poder e com informação podemos ajudar tanto na
prevenção quanto no combate e mesmo no tratamento desta doença e das doenças que dela
advêm, como o caso do HIV.

Existem algumas organizações que tentam ajudar no controlo desta doença, uma delas é a
ONU (Organização das Nações Unidas) que tem um gabinete para as Drogas e o Crime
(UNODC) ou as agências nacionais de combate às drogas (HONLEA Europa).

Eu tento contribuir para ajudar na luta contra esta doença através da minha experiência com o
meu pai, contando a minha história e alertando para os perigos das drogas, seja com os meus
filhos, como com os seus amigos e jovens que por vezes se cruzam na minha vida. Penso que
esta forma de alerta será um dos caminhos mais eficazes para a prevenção do uso de drogas.

Acredito que a prevenção aos jovens pudesse passar por um maior número de palestras nas
escolas, com debates, filme de curta-metragem com os ex-toxicodependentes, pois na minha
opinião o que se faz é escasso para a realidade atual. Podia-se assim tornar o problema mais
real na ótica dos adolescentes ao poderem assistir ao processo de um toxicodependente e à
sua reabilitação, passando até o processo da ressaca. Ao verem as coisas neste campo quero
acreditar que as coisas seriam diferentes, pois por tudo o que assisti, em todo o processo e na
recuperação, eu jamais encaminharia por esse caminho.

Existem várias causas que podem precipitar a toxicodependência: a curiosidade, o gosto pelos
riscos, a influência de amigos que já vêm do consumo de drogas, entre outras.

Sentia uma revolta, palavra tão forte que traduzia o que sentia só com 10/11 anos, cresci tão
rápido.... Sentia uma impotência enorme, não sabia como ajudar os meus pais, mas tentei
encontrar uma saída para esse problema.

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Apesar da minha tenra idade sabia que para o meu pai ficar curado, ele tinha que querer, em
primeiro lugar, mas também sabia que para o meu pai ficar curado, não poderíamos ficar na
mesma casa, pois os “amigos” dessa vida batiam à nossa porta, e depois o meu pai acabava
sempre por ter as recaídas.

O meu pai foi seguido no Hospital de Santa Maria e no Hospital Pulido Valente com bastante
regularidade, seja a nível de exames, análises, e em consultas e medicação, chamado o
famoso “cocktail”.

Até que o médico que seguia o meu pai no Hospital de Santa Maria marcou uma consulta e
pediu para a minha mãe estar presente. Eu fiquei fora do consultório a tentar ouvir a conversa
de ambos. Os últimos exames e análises clínicas que o meu pai tinha feito diagnosticaram uma
infeção pulmonar grave, e tinha, infelizmente, contraído HIV/SIDA, e se o meu pai continuasse
nessa vida que tinha não iria viver mais do que dois anos.

Fala-se muitas vezes das doenças sexualmente transmissíveis (DST), como por exemplo o
HIV/Sida. Estas podem ser transmitidas por relações sexuais, leite materno, objetos cortantes
como alicates, entre outros, daí termos que ter muitos cuidados básicos, até mesmo na
lavagem da loiça, deve-se pôr um pouco de lixívia para poder desinfetar.

Um indivíduo que seja portador de qualquer DST tem que ter os cuidados necessários para
proteger os outros, é um dever cívico. Quando o mesmo se quiser envolver sexualmente com
alguém, informar é um dever/obrigação sobre a sua situação/doença. A propagação de
doenças contagiosas é punida por lei, de acordo com o artigo 283º do código penal, e caso o
contacto resulte de uma conduta negligente pode-se aplicar pena de multa ou de prisão até 3
anos.

Por volta dos meus 13 anos de idade, e ao saber a opinião do médico tive que reagir, tinha que
fazer alguma coisa, tinha que ajudar o meu pai...

Foi quando, numa tarde bonita, pedi ao meu pai para estar comigo no quintal para podermos
falar um pouco. Falei tudo o que tinha guardado no meu coração e implorei que deixasse essa
vida, essas malditas drogas, que nós não queríamos que ele morresse, que se fosse
necessário mudava de escola, de casa, tudo, só o queria ver bem e que todos voltássemos a
ser a família que éramos.

Para meu espanto, o meu pai respondeu-me:” Filha, aqui o pai não consegue, eu tento, mas
eles não me deixam em paz!”

Eu paralisei e disse com as lágrimas a escorrer pelo meu rosto: “Pai, vamos morar para outro
sítio com muito ar puro”. O meu pai, a chorar, abraçou-me e disse-me que estava tão crescida,
e que sim, iríamos mudar de casa, e assim fomos falar com a minha mãe e com os meus
irmãos.

Foi então com toda a minha capacidade argumentativa, que na altura já era elevada, que tentei
fazer ver à minha mãe e irmãos que não dava para continuarmos ali. Foi então que transmiti à
minha família que o meu pai não ia conseguir melhorar a morar naquela zona, pois o vício é
algo que ninguém sabe o quão é difícil de suportar, só quem já passou por algo parecido é que
pode ter alguma noção da dificuldade, algo que para nós era difícil de entender, pois nunca
tínhamos passado por uma fase de dependência de algo. Para nós, era algo simples, como
deixar de abrir a porta ou encontrar-se com essas pessoas da má vida, mas não era tão
simples. A pessoa deixa de ter controlo sobre si mesmo e quando se depara já está novamente
a consumir. Alertei a minha mãe para essa dificuldade, mostrei que o meu pai realmente queria
mudar, mas que seria impossível naquela fase tão inicial da recuperação continuar ali. A minha
mãe percebeu os argumentos que utilizei, e mesmo não estando 100% certa da mudança,
muito por causa dos meus irmãos, acabou por aceitar que seria mesmo a melhor decisão.

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Passado algum tempo mudamo-nos de Telheiras para uma aldeia perto de Torres Vedras. Os
meus irmãos pediram aos meus pais para ficarem em Telheiras com os meus avós maternos,
pois era mais perto da nossa escola, Casa Pia Pina Manique, e que iriam só aos fins de
semana, assim os meus irmãos poderiam concluir o curso de técnicos de relojoaria que
estavam a tirar.

E assim foi, mudamo-nos, e o meu pai finalmente conseguiu curar-se da maldita “doença”, e
sem estar em clínicas, ou seja, conseguiu curar-se em casa. Foram dias muito dolorosos, muito
penosos, mas em compensação o meu pai finalmente conseguiu! Éramos novamente felizes.

Quando tinha 15 anos de idade o nosso mundo desabou novamente. Numa consulta de rotina
descobrimos que o meu pai apanhou uma doença chamada demência, que teve origem na
infeção pelo HIV.

A demência é causada por doenças do cérebro. No caso do meu pai teve origem no HIV, em
que há uma destruição progressiva da parte mental da pessoa devido à infeção do cérebro
provocada pelo vírus.

Essa doença já estava bastante avançada, começou a usar fralda, tinha momentos lúcidos e
outros não, havia momentos em que não nos reconhecia.

Foi muito doloroso e chocante para mim ver que o pai não me reconhecia. Definitivamente, o
meu pai não podia ficar sozinho em casa e sendo a minha mãe a única fonte de rendimentos,
tivemos, mais uma vez, que tentar resolver o problema da melhor maneira, estudar as
melhores opções.

Recorremos aos serviços sociais do Hospital de Santa Maria, para ver se, de alguma forma,
haveria a possibilidade de nos arranjarem uma enfermeira ou uma cuidadora, mas obtivemos
uma resposta negativa, informando-nos que não havia disponibilidade, que quando houvesse
nos contactariam. Financeiramente não conseguíamos pagar a uma cuidadora para tomar
conta do meu pai, e foi quando, prontamente, disse à minha mãe que eu ficaria então a cuidar
do meu pai. Como disse anteriormente, a minha desistência da escola foi em prol da minha
família.

Devido a essa situação saí da escola e fiquei então a tomar conta do meu pai e de toda a lida
da casa que a mesma envolve. Sendo assim, foi incutido desde muito cedo o conceito de
responsabilidade na minha vida, pois tomar conta do meu pai numa situação destas e ainda por
cima sozinha fez-me tornar uma pessoa muito responsável para a idade. A minha mãe saía
muito cedo de casa, saia às 6h00 da manhã, apanhava a primeira camioneta para poder ir para
o seu trabalho na Faculdade de Farmácia, e apanhava a última camioneta para regressar à
noite para casa, pois demorava muitas horas no caminho.

Se a minha mãe fosse no transporte privado (carro) seria mais dispendioso, mas em
compensação o deslocamento para o seu trabalho seria muito mais rápido; neste caso, ela
demoraria 1h30, mais ou menos, e estaria mais cómoda, ao contrário do transporte público
(camioneta e metro), demorava mais do dobro do tempo, acabava por ser menos cómodo, pois
se a minha mãe perdesse uma camioneta tinha que esperar por vezes mais de uma hora, pois
as mesmas chegavam a ser de hora em hora e por vezes mais tempo. Contudo, a minha mãe
ia de camioneta, pois não tinha outra opção, pois não tinha carta de condução.

Os valores na minha família (união, proteção, confiança e o apoio necessário na resolução de


alguns conflitos familiares) sempre existiram entre nós.

Tratei do meu pai como uma mãe trata do seu filho, pois, apesar de tudo, sempre houve amor e
carinho entre nós. Não me arrependo de ter desistido da escola para poder tomar conta do meu
pai, pois no meu ponto de vista era o meu dever. Fazia a sua higiene diária, mudava as fraldas

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ao meu pai, dei-lhe as dosagens de medicação que os médicos prescreviam, que “mais
pareciam um cocktail”, como meu pai dizia.

Amadureci muito, aprendi que a vida nem sempre será fácil, e que as escolhas feitas no nosso
percurso de vida terão sempre consequências, sejam elas pela positiva ou pela negativa.
Aprendi a colocar-me na posição do meu pai, apesar de uma má escolha no seu percurso da
vida e de entender as suas más escolhas e as suas consequências, eu gostaria que não
desistissem de mim, ou seja, apesar de eu não aceitar a má escolha que infelizmente o meu
pai teve, eu jamais o abandonaria quando ele mais necessitava de mim. Tudo isto fez-me
perceber o conceito de solidariedade e tentar sempre ajudar pessoas que vejo que estão na
mesma situação que eu passei, pois eu sei o quanto foi difícil para o meu pai e
consequentemente para a minha família toda aquela altura. Tornei-me também numa pessoa
resiliente, tolerante, amiga e muito respeitadora.

Os valores que os meus pais nos passaram foram importantíssimos, pois são eles que nos
definem como pessoas e definem como nos iremos entrosar com o mundo. Os nossos traços
de personalidade e cidadania advêm do que nos é passado pelos nossos pais, tal como o
respeito pelo próximo, respeito pelas regras e deveres.

Desde cedo os meus pais fizeram-me perceber que todos temos os nossos direitos, mas com
eles vêm também deveres e, muitas vezes, os meus pais diziam que eu tinha o direito de
descansar e brincar, mas também tinha deveres a serem cumpridos, por exemplo, fazer as
tarefas da escola, ajudar em casa e cumprir as regras impostas. Foi assim que comecei a
entender o conceito de “temos os nossos direitos, mas também temos deveres”.

A nossa cultura também vem dos nossos pais, são eles que nos passam hábitos, os costumes,
os deveres e isso prepara-nos para as situações da vida adulta e no futuro iremos reagir a
situações que nos aparecem, problemas ou não, conforme fomos educados e conforme os
nossos princípios.

Poucos meses depois de ter completado os meus 16 anos, o meu pai faleceu. Mais uma vez o
meu mundo desabou, não queria acreditar no que nos estava a acontecer.

Emocionalmente, entrei em estado de choque, não podia ser verdade, não agora, passados
tantos anos a lutar pela sua recuperação.

Foram momentos duros em que chorei gritei desconsoladamente, mas em que, mais uma vez,
obtive uma aprendizagem na minha vida. Aprender a ter um autocontrolo dos meus
sentimentos, da minha raiva, da minha ira, e do facto de me sentir impotente.

As emoções de uma pessoa são algo que não é controlável, é inconsciente do ser humano,
que podem derivar do ambiente em que nos encontramos, de alguma ação feita por nós ou por
outrem. No caso dos sentimentos, já é algo que temos mais consciência, isto é, após termos as
tais emoções fazemos uma análise às mesmas e tiramos as conclusões que irão determinar os
sentimentos.

No Hospital de Santa Maria, a médica e a assistente social encaminharam-me a mim e à minha


mãe para uma psicóloga e uma psiquiatra no Hospital.

A minha psicóloga era a Dr.ª Anna. Era muito nova, muito doce nas suas palavras, e entre as
várias consultas ela mencionou á minha mãe que eu estava com uma depressão profunda,
devido ao trauma que tinha vivenciado e, como em tudo vêm depois as consequências,
comecei a sofrer de ansiedade e comecei a ter ataques de pânico. Foi então que comecei, para
além de ser acompanhada pela Dr.ª Anna, a ser acompanhada por uma psiquiatra em
simultâneo, era esta que passava a medicação. Contudo, a medicação que me era passada
pela psiquiatra provocava vários efeitos secundários tais como náuseas, tonturas, dores de

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cabeça e muita sonolência, ou seja, ficava num estado ainda mais depressivo do que me
encontrava antes. Com isto, tomei a decisão de experimentar a via da medicina alternativa.

Os ataques de pânico surgiam-me de uma forma repentina, quando sentia algum receio ou
algum medo. O ataque de pânico desencadeia um conjunto de reações físicas, como por
exemplo: palpitações, batimentos cardíacos acelerados, dor no peito, sensação de falta de ar,
tonturas (até mesmo desmaios, como no meu caso), calafrios e pensamentos de morte.

Os traumas psicológicos são muito complicados, pois podem impedir que a pessoa viva de
forma normal e podem afetar o bem-estar da mesma. Um trauma psicológico surge quando
uma pessoa vivencia uma experiência complicada, originando na pessoa uma memória
traumática. Essa memória caracteriza-se pelo conjunto de emoções, imagens, sons, ou seja,
todo o tipo de sentimentos que foram vividos naquele instante. Uma pessoa pode, a qualquer
momento, ter acesso a essa memória, devido a algo que a faça reviver aquele momento, como
um certo cheiro, um som, etc. Isto faz com que a pessoa tenha a sensação de estar a reviver
aquele instante traumático. De forma geral, o conceito de trauma surge de uma palavra grega
que tem como significado “ferida” e na psicologia vê-se o trauma como algo que é originado por
algo externo, mas que as consequências são internas. Tudo o que referi acima foi-me passado
pela minha psicóloga de forma a eu a perceber minimamente o que poderia estar a acontecer
com o meu corpo.

Ultrapassar um trauma psicológico não é fácil, mas existem maneiras para tentar superar. Foi
então que a minha psicóloga sugeriu alguns livros de Sigmund Freud para que eu me pudesse
guiar, entender e superar o meu problema. Através desses livros, e com algum estudo
autónomo, aprendi que praticar meditações ou exercícios respiratórios podem ajudar a dormir e
ajudar a desaparecer certas memórias, praticar exercício físico para libertar endorfina, ter uma
rotina de vida saudável e estável, ter várias atividades ao longo do dia e, principalmente e a
mais eficaz, a procura de uma terapia, como por exemplo a terapia cognitivo-comportamental
ou a acupuntura, que é uma terapia de origem chinesa que ajuda no tratamento de problemas
emocionais e não só. Acabei por realizar algumas das coisas, como meditações e exercícios
respiratórios.

Existe a medicina alternativa que está a ir ao encontro de técnicas não consideradas como
parte da medicina convencional, como no caso da acupuntura, que consiste na pressão em
pontos específicos dos músculos, nervos e tendões, com agulhas, espátulas entre outros
materiais.

Através de alguns documentários acerca desde assunto e em conversas com pessoas ligadas
a esta área foi possível perceber que no início, existiu algum afastamento por parte das
pessoas a estas técnicas, mas o medo de cirurgias e das contraindicações que normalmente
os medicamentos da medicina convencional podem causar, fazem com que cada vez mais haja
pessoas a optar pela via da medicina alternativa.

Na medicina alternativa, como na acupuntura é feita uma análise completa (características


físicas, emocionais e mentais), isto é, o profissional faz um conjunto de perguntas para avaliar
o nosso estado e após isso, através do toque, procura pelos pontos críticos.

Eu e a minha mãe recorremos à acupuntura, que é uma medicina alternativa, pois uma grande
amiga da minha mãe dizia ser muito bom e que tinha visto grandes melhoras e então
encaminhou-nos. A acupuntura tem origens chinesas e é uma técnica milenar. Nesta técnica
são usadas agulhas muito fininhas em pontos específicos do nosso corpo de forma a estimular
pontos nervosos para que sejam enviadas “mensagens” ao cérebro para haver uma reação
direta no corpo. Esta técnica é usada em diversas doenças, por exemplo, no meu caso, para a
ansiedade e, no caso da minha mãe, para a fibromialgia. Neste tratamento, que fiz durou cerca
de 7 meses com sessões trissemanais, foram-me estimulados alguns pontos e através das

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agulhas, no topo da cabeça, centro da cabeça, centro da testa, na zona entre a boca e o nariz,
na parte um pouco acima do queixo, na zona central do peito, no pescoço, na parte do lombo e
nas orelhas. Através destas sessões obtive bons resultados e senti melhoras significativas, por
isso, se conhecer alguém que esteja com as mesmas dificuldades que eu tinha, aconselharei
vivamente a experimentar este tipo de tratamento.

As vantagens que encontro na técnica da acupuntura é o facto da mesma não ter efeitos
secundários como a toma dos medicamentos, e como referi mais acima, esse foi o principal
motivo que me levou à medicina alternativa, e o facto de conseguir reduzir os mesmos, o que já
por si é extramente benéfico para a nossa saúde.

The advantages I found in applying acupuncture technique is that it has no side effects like
taking medications, and, as I said earlier, that was the main reason that led me to alternative
medicine, and the fact that I was able to reduce taking pills, which in itself is extraordinarily
beneficial to our health.

Depois do luto, que nunca se faz na íntegra, comecei a trabalhar para ajudar a minha mãe.

O meu primeiro trabalho foi em 1999, tinha 16 anos de idade, estava quase a completar os
meus 17 anos de idade, faltavam apenas 14 dias. Para começar a trabalhar a minha mãe teve
que ir comigo aos recursos humanos da empresa para dar autorização, pois sem esta
autorização não me deixavam. Fui trabalhar como operadora fabril na fábrica Sicasal (ver
anexo 2 – imagem 1) através de um tio meu que lá trabalhava e era chefe de secção do abate,
e que falou com os recursos humanos.

O meu primeiro ordenado foi 3459$88, que convertendo para o euro são 17,26€. Foi a primeira
vez que recebi um ordenado e um recibo de vencimento. O meu primeiro ordenado foi para
ajudar nas despesas em casa, e com isso senti um orgulho imenso, pois o meu ordenado
ajudou-nos a ficar mais desafogados, e com isso comecei a ganhar alguma maturidade a nível
financeiro. Por ser o meu primeiro trabalho exigiu que a minha responsabilidade profissional
viesse ao de cima, pois estava a trabalhar para uma empresa e se não levasse o trabalho de
forma séria e empenhada cometeria erros e acabaria despedida, deixando assim de conseguir
ajudar a minha mãe. Foi com a ajuda da minha chefia e colegas que aprendi como fazer a
contagem das salsichas e a respetiva etiquetagem.

As minhas colegas de trabalho, como já eram adultas e experientes, ensinaram-me a


interpretar o recibo de vencimento, a verificar se estava tudo discriminado, como por exemplo:
férias, subsídio de alimentação, subsídio de turno, horas extraordinárias, Segurança Social,
entre outras.

As minhas colegas como mais velhas e experientes ensinaram-me imensas coisas tanto a nível
pessoal como profissional, e essa empatia que tiveram para comigo trouxe-me de certa forma a
aprendizagem de poder fazer algo por elas. Eu conseguia ajudar de outra maneira, como por
exemplo, fazer os sábados de algumas colegas, para elas poderem estar com os seus filhos.
Esta empatia pelo próximo traz para a empresa um ambiente favorável dentro da organização,
e uma empresa com os seus funcionários felizes e com um bom ambiente é mais produtiva.

O facto de as minhas colegas partilharem comigo ou com outros colegas conhecimentos, como
interpretar recibos de ordenado, as etiquetas, o contrato, a importância de não me enganar na
contagem das salsichas, de me explicarem os meus direitos e deveres, entre outros, faz os
funcionários ganharem conhecimentos que podem ser aplicados no dia-a-dia da empresa.

A Sicasal é uma fábrica que conta com vários empregados e que se destina ao abate de
porcos para, posteriormente, transformar a carne e poder vender aos estabelecimentos.

A Sicasal tem hierarquia a cumprir, tal como na maioria das empresas. Neste caso, tem vários
departamentos. Existem os departamentos de topo como a administração, Direção

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Administrativa e Financeira, Gestão e Planeamento de Produção, Manutenção, Direção de
Atividade e Frescos e Direção de Atividade dos Transformados, sendo que abaixo destes
existem os departamentos correspondentes a cada atividade. Estando eu inserida da Área
comercial, tinha uma chefe para a qual cumpria as ordens. Quando estava a trabalhar e a
desempenhar as minhas funções não estava isolada, isto é, tinha mais colegas a trabalhar na
mesma secção, ou seja, que tinham as mesmas funções que eu. Nesta secção acabávamos
por discutir sobre vários assuntos e ideias, fazendo com que, tanto eu como os meus colegas,
conseguíssemos obter novos conhecimentos, devido às experiências que cada um já tinha tido,
tanto a nível profissional como particular. Depois de passar pela minha secção ia para os
armazéns onde as distribuidoras recolhiam e faziam as entregas nas lojas.

Nesta empresa, de modo que houvesse uma comunicação rápida e eficaz entre nós
empregados e os chefes e de forma que estes estivessem atualizados em relação a pedidos ou
preparação de encomendas, usávamos comunicação rádio, isto é, utilizávamos um rádio
comunicador PMR446 G7 Pro Midland e foi graças a este trabalho que tomei conhecimento
deste tipo de comunicação e como funcionava, pois, no meu dia-a-dia, nunca utilizei, pois não
sentia necessidade. O facto de usarmos esse sistema de comunicação trouxe algumas
vantagens, como por exemplo: melhorou a comunicação entre todos na empresa, tornou mais
rápido o processamento de pedidos e encomendas, diminuiu os erros e facilitou o
esclarecimento de dúvidas, uma vez que assim sempre que tivesse uma questão podia
rapidamente, através do rádio, perguntar e obter respostas de outro colega ou de um superior.

As empresas têm deveres para com os empregados e os empregados têm deveres para com a
empresa assim que se assina o contrato de trabalho.

Os empregados têm direitos, tais como o salário, segurança no trabalho, descanso semanal,
férias, subsídios e indemnizações. Mas também têm deveres a cumprir, tais como, comparecer
com pontualidade e assiduidade, trabalhar com dedicação, respeitar os seus superiores, sigilo
profissional, cumprir as tarefas que lhe forem atribuídas pelo seu superior, etc.

Existem também os deveres do Estado para com os trabalhadores, como por exemplo,
defender as condições em que trabalham, proteger as mulheres durante o período de gravidez,
limitar as horas de trabalho, e, muito importante, estabelecer um salário mínimo nacional e
comprometer-se a atualizá-lo consoante a necessidade da população.

Quanto à segurança no trabalho, todos os trabalhadores devem ter direito à segurança através
da atribuição de botas, protetores auriculares, máscaras respiratórias, luvas de proteção (no
meu caso, foi o que tive que usar). Também temos que ter em consideração o esforço físico,
por exemplo, ao levantarmos as caixas de Hot Dog (carregamento de peso). Um dos cuidados
a ter é o limite de segurança, pois não se deve levantar cargas superiores a 30 kg, deve-se
também aproximar sempre a carga do corpo e ao carregar uma carga/caixa, nunca se deve ter
a mesma sobre a cabeça, devem estar sempre apoiadas junto ao ombro. Apesar desses
cuidados ainda hoje tenho sequelas, ou seja, se não tivesse esses cuidados as sequelas
podiam ser bem piores. Só poderia entrar ao serviço se estivesse totalmente fardada e com
todos os equipamentos de proteção.

Caso não houvesse controlo e não tivéssemos os cuidados referidos acima podíamos sofrer
consequências a curto e a longo prazo, tais como: ter problemas auditivos na ausência dos
protetores auriculares, problemas respiratórios por não usarmos máscaras de proteção,
estarmos expostos a partir um pé com a queda de uma palete na ausência das botas e também
sofrer danos nas mãos com possíveis cortes profundos devido às máquinas.

In the absence of safety control, and if we didn’t adopt the procedures mentioned above, we
could suffer short- and long-term consequences such as: hearing problems in the absence of
ear protectors, breathing health issues for not using protection masks, being exposed to

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breaking one foot with the danger of a pellet falling and not wearing any safety boots, and
suffering from deep cuts due to the working machines.

No dia da apresentação na empresa fizeram questão de nos passar todas as regras de


segurança e mostrar toda a sinalética presente no local de trabalho, esta eram sinais de
obrigação de entre os quais Proteção Obrigatória do Rosto, Proteção Obrigatória do Corpo,
Proteção Obrigatória da Cabeça, Proteção Obrigatória das Mãos, Proteção Obrigatória dos
Ouvidos, Proteção Obrigatória dos Pés. Havia também sinais de aviso como: Baixa
Temperatura, Obstáculos/Locais Perigosos e Veículos de Movimentação de Cargas. Contava,
também, com sinais de emergência como: Via/ Saída de Emergência e Direção a Seguir.

Se tudo isto for cumprido com rigor, a possibilidade de um acidente de trabalho diminui e
evitam-se muitos constrangimentos, pois, para além de perderem um empregado por tempo
indeterminado (baixa médica), existe a abertura de uma investigação por parte do seguro para
concluir se realmente foi acidente de trabalho ou não, podendo assim afetar o normal
funcionamento da empresa.

As empresas são obrigadas a ter a sinalização de segurança, pois esta sinalização tem como
missão avisar não só os trabalhadores, mas possíveis visitantes no local sobre riscos a que
estão sujeitos, equipamentos de proteção e entre outras informações importantes para a
segurança de todos. Existe uma classificação da sinalização de segurança. Existem os sinais
de obrigação, sinais de perigo, sinais de aviso e sinais de emergência.

A fiscalização é apertada por parte das entidades competentes, gerando muitas multas, pois
algumas empresas acabam por não ter a sinalização de segurança, algo que é muito
importante, pois, por exemplo, se existir um incêndio numa empresa, e a sinalização não
estiver de acordo com o exigido, a possibilidade de haver feridos e consequências de maior
gravidade é mais elevada. Nunca estive num emprego em que ocorresse um episódio destes,
mas tive um familiar que trabalhou numa empresa que não tinha sinalização e que acabou por
ter um acidente de trabalho. Tenho conhecimento de mais episódios através de documentários
e programas que passam na televisão.

Na minha opinião, estes deveres e direitos dos trabalhadores são essenciais para manter um
equilíbrio no mundo do trabalho, uma vez que permite que a empresa não explore as pessoas
que necessitam de um emprego, mas também que tenham do seu lado algumas condições a
exigir aos seus empregados, de forma que a empresa funcione de forma ordeira e eficaz.

Aos 18 anos de idade comecei a ganhar uns pontinhos avermelhados pelo corpo inteiro, muito
formigueiro, tonturas, bastante cansaço, hematomas e perdia muito sangue pelo nariz; fazia
algum corte e o sangue não estancava como era normal. (ver anexo 3)

Pedi à minha encarregada para ir ao médico do trabalho, pois o médico ia lá todas as semanas,
e o médico mandou-me ir fazer umas análises e exames, e foi quando o médico descobriu que
tinha um problema de plaquetas e reencaminhou-me para a minha médica de família, que por
sua vez fez uma carta e chamou os bombeiros. Entregou-lhes a carta e mandou-me para o
Hospital de Santa Maria, para o serviço de Hematologia.

Ao lá chegar, fiz imensos exames e análises e confirmaram-se as suspeitas do médico, tinha


definitivamente uma doença chamada P.T.I (trombocitopenia imune), também conhecida como
púrpura trombocitopenia idiopática.

É considerado um distúrbio relacionado com a quantidade de plaquetas. No meu caso, é a


diminuição de plaquetas no sangue. As plaquetas são responsáveis por ajudar a estancar uma
ferida, isto é, quando nos magoamos são elas que iniciam o processo chamado de “coagulação
sanguínea”. As plaquetas vêm da medula óssea e “são fragmentos de células que existem no
sangue”.

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Considera-se as plaquetas baixas quando os valores estão abaixo de 150.000/mm 3
(150000=1,50x105), é o valor de referência, a notação científica é um recurso usado para
representar números muito grandes ou muito pequenos. Essa notação é baseada em potências
de base 10, positivas para números grandes e negativos para números pequenos.

Semanalmente, tinha que ir para o Hospital de Dia (serviço de hematologia), no Hospital de


Santa Maria, fazer exames de rotina e análises, para que a médica pudesse controlar os
valores. O exame que mais me custou fazer foi a Mielograma, também conhecida por punção
aspirativa da medula óssea.

Quando se quer analisar como está a funcionar a medula óssea é feito o exame acima referido.
Este tem como objetivo conseguir chegar à parte interna do osso, onde se encontra a medula
óssea. Para que este processo ocorra sem problemas e seja feito de forma eficaz é utilizada
uma agulha de espessura grossa. Se o exame for feito de forma correta e eficaz será possível
observar se existe uma diminuição ou não de plaquetas. Através deste exame será possível
identificar inúmeras doenças, sendo que em casos específicos poderá ser necessário uma
biópsia da medula óssea.

O tratamento contra a trombocitopenia imune é à base de corticosteroides, infusões


intravenosas de imunoglobulina ou transfusões de plaquetas (transfusão plaquetária).

Os corticosteroides facilitam o aumento de plaquetas, ajudando o organismo a reagir, contudo,


têm alguns efeitos secundários, tal como o aumento do peso, aumento da tensão arterial, mau
estar durante a noite, constantes alterações de humor e pode levar à depressão.

Quanto às infusões de imunoglobulina e anti-D têm o mesmo objetivo: aumentar o número de


plaquetas, e na maioria das vezes são dadas através de uma infusão no Hospital.
Normalmente, os efeitos secundários são tremores, má disposição, vómitos, náuseas e
cefaleias.

A minha médica era muito calma e preocupada a tentar explicar o que eu tinha (PTI), de forma
que eu e a minha mãe entendêssemos tudo, quais os procedimentos e os cuidados a ter, não
podia estar a tomar qualquer tipo de antibióticos ou anti-inflamatórios, pois alguns fazem baixar
as plaquetas.

Pode considerar-se um antibiótico uma substância que pode ser de três tipos: o antibiótico
químico, o sintético e o natural. Os três tipos têm como objetivo que não exista uma reprodução
rápida e elevada de bactérias prejudiciais ao ser humano, ou então que sejam eliminadas do
corpo. Um antibiótico só deve ser tomado após uma análise e aconselhamento do médico, isto
é, o médico é que tem de informar o paciente qual o antibiótico a tomar, pois os antibióticos
atuam em certas bactérias e nem todos têm a mesma função ou capacidade.

Hoje em dia, as pessoas tendem a não consultar um médico ou então a exagerar na toma de
antibióticos, o que origina num uso incorreto dos mesmos. Ao não se tomar de forma correta os
antibióticos, promove-se cada vez mais a resistência de bactérias aos antibióticos, fazendo
com que estes tenham cada vez menos eficácia. É possível considerar, segundo o site “MD.
Saúde”, 8 grupos de antibióticos (penicilinas, carbapenemes, glicopeptideos, macrólidos,
monobactâmicos e entre outros).

A relação médica/doente é muito importante, pois foi a médica que me forneceu todas as
informações que eram e continuam a ser necessárias para a minha saúde, e é bastante
importante ter confiança no trabalho dos médicos.

A minha médica sempre me informou que eu levava uma vida muito sedentária e sugeriu-me
várias atividades para fazer no dia a dia, mas devido ao meu problema (trombocitopenia imune)
corria um pequeno risco de essas atividades afetarem o normal funcionamento do meu corpo,
pois ele iria tornar-se muito mais ativo. Mesmo assim, decidi obviamente seguir a

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recomendação da médica. Costumo fazer essas atividades com alguma regularidade,
principalmente as caminhadas. Normalmente faço sozinha ou então com o meu filho, pois este
faz com que me mantenha motivada. Costumamos fazer caminhadas pelo parque perto de
casa, sendo que quando está um dia chuvoso opto pela passadeira. Graças a estas atividades
consigo manter-me muito mais alegre, motivada e com mais energia para as tarefas do dia a
dia.

Há um grupo de analgésicos e antipiréticos que eu costumo tomar, o Dol-u-ron (paracetamol +


codeína), este medicamento não há em genérico.

O Dol-u-ron 500mg + 30mg codeína é um analgésico indicado para o alívio da dor forte. O Dol-
u-ron é eficaz, tem na sua constituição paracetamol e codeína. A dose recomendada é entre
um e dois comprimidos por dia.

Mas posso tomar também o Dolocalma, que é um medicamento original e o que tomo quando
sinto dores. Mas muitas vezes compro em forma de genérico, pois o que muda é o nome, e
passa a ser o Metamizol Vitória.

Se tiver dores moderadas, o ben-u-run 500 mg já não me faz efeito, teria que tomar o ben-u-run
1000 mg. Neste momento, já sei quando tomar a medicação prescrita pela minha médica, não
o faço diariamente, mas apenas quando tenho dores e consoante as minhas dores tomo uma
determinada dose, pois a minha médica já me explicou como tomar e quando tomar. Somente
quando tenho algo fora do que costumo ter é que contacto a minha médica.

No entanto, por vezes faço automedicação, quando me sinto engripada ou com alguma dor de
garganta. Vou à farmácia, compro medicação, como por exemplo o Cêgripe quando me sinto
engripada ou o Strepfen para as dores de garganta, leio a bula do medicamento e tomo
enquanto tenho sintomas. No entanto, sei sempre os meus limites em relação à
automedicação, pois conheço o meu corpo e quando ultrapasso alguns dias sem melhoras ou
os sintomas pioram, ligo à minha médica (da Medicare, que é um seguro de saúde que
contratei devido aos meus problemas de saúde e para me facilitar o acesso aos cuidados de
saúde), para me aconselhar e ser medicada corretamente.

Eu, pessoalmente, sempre que existe a possibilidade de comprar medicamentos genéricos


(MG), faço-o, pois, os medicamentos genéricos são medicamentos com a mesma substância
ativa que os medicamentos originais.

Os medicamentos originais são desenvolvidos de forma única para uma marca comercial
conhecida no mercado e são produzidos única e exclusivamente para ela durante um tempo.
Os medicamentos genéricos não têm um nome comercial, e têm a mesma dose e forma
farmacêutica que os originais.

A grande vantagem do medicamento genérico é que ele é mais barato, que é explicado pelo
facto de estes não terem de sofrer testes clínicos, passando por testes de equivalência.
Portanto, os medicamentos genéricos podem facilmente substituir os originais desde que
prescritos pelo médico.

Na minha opinião, os medicamentos genéricos são muito importantes devido ao preço


acessível, pois existe muita população idosa que tem de tomar imensa medicação e se não
existissem genéricos, que têm o mesmo efeito que os originais e são bem mais acessíveis a
nível de preço, muitas pessoas não teriam como os tomar e não teriam uma vida estável.

A desvantagem é a falta de oferta de certos medicamentos.

A médica explicou-me da necessidade de fazer uma alimentação equilibrada e praticar


exercício físico, explicando-me que assim conseguiria diminuir o risco de diabetes e certos
tipos de cancro, melhoraria a circulação sanguínea, teria mais energia, as defesas do corpo

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estariam com níveis elevados de eficácia, ajudaria a manter uma digestão saudável, teria
melhor capacidade de memorizar, menos estresse e melhor qualidade de sono, etc. Na minha
opinião, uma alimentação equilibrada é quando se deixa de lado a quantidade, afinal, o
importante não é a quantidade do que ingerimos, mas sim a qualidade das nossas escolhas.
Tem de existir uma maior preocupação com a variedade, isto é, comer um salgado uma vez por
semana não é o que vai desequilibrar a nossa alimentação, devendo nós ter como costume
variar o máximo possível nas refeições, comendo vários tipos de legumes, peixe, carne, fruta,
etc. O mais importante numa alimentação saudável é o equilíbrio, ou seja, comer de todos os
grupos. Eu, pessoalmente, tento que na minha casa se siga um pouco a pirâmide da dieta
mediterrânica, que para mim é a mais equilibrada e saudável. Esta dieta dá prioridade a um
maior consumo de produtos de origem vegetal, o azeite como gordura e o consumo de peixe
com maior regularidade e a opção de carnes brancas em vez de vermelhas. Também nos diz
que quantidades devemos comer de cada grupo, diária, semanal e mensalmente. Isto é, para
mim, uma alimentação saudável e equilibrada, comer de tudo com peso e medida. Aliás, esta
dieta não nos diz que não podemos comer um doce, mas sim que o devemos fazer apenas
esporadicamente, numa base mensal.

É preciso também não deixar de comer durante muitas horas, por exemplo, tomar o pequeno-
almoço e depois não comer mais nada até ao jantar. Ao comprar vegetais, carnes e frutas
temos de ter em consideração todo o processo que existiu até à sua venda, pois este influencia
as suas propriedades. No caso das frutas e legumes, a forma como é feita a colheita e como os
produtos são trabalhados posteriormente e muda completamente as propriedades do mesmo
em relação à sua composição inicial. No caso dos legumes que compramos no supermercado,
estes estão cheios de químicos para que se mantenham com um aspeto bonito e seja possível
a sua conservação por mais tempo, e não só o caso dos vegetais, nas frutas ocorre
exatamente o mesmo, por isso, o aconselhável é comprar tudo biológico, e se for possível
comprar mesmo diretamente ao agricultor sem passar pelos retalhistas.

Também tento ter muita atenção à maneira como mantenho os alimentos em casa para os
poder conservar da melhor maneira e manter as suas características. As frutas e legumes
frescos, deixo-os na gaveta do fundo do frigorífico onde a temperatura é mais alta, para não
correrem o risco de queimar do frio. Coloco o pão e os ovos no frigorífico, e seco bem os
alimentos que lavo, como os morangos ou as uvas, antes de os colocar dentro de caixas de
vidro.

Quando é comprada carne, por exemplo, se não for colocada no congelador, deixa de ter
qualidade, tornando-se prejudicial à saúde. Informou-me também que tinha de manter os níveis
adequados de vitamina B12, ácido fólico e vitamina D, pois reforçam o sistema imunitário e
evitam as infeções graves. Outro aviso foi para beber muita água, pois esta faz bem ao nosso
organismo. A água atua em todas as funções do nosso corpo, (circulação, digestão, etc.). Os
medicos aconselham 2 litros de água por dia.

The doctor also informed me that I had to maintain the right healthy levels of vitamin B12, folic
acid and vitamin D, as they will strengthen the immune system and prevent serious infections.
Another warning was to drink plenty of water, for it is good for our body. Water acts on all
functions of our body (circulation, digestion, etc.). Doctors recommend 2 litres of water per day.

Como mencionei, a minha alimentação é baseada em frutas, legumes e mais peixe que carne.
As carnes/peixes, frutas e legumes fornecem os nutrientes que o meu corpo necessita. E
mesmo que a minha doença não me condicione a alimentação, tento ingerir alimentos mais
saudáveis e que me ajudem a fortalecer a imunidade, como a beterraba.

Na minha situação não é recomendado certo tipo de exercício, como por exemplo; esgrima,
boxe, entre outros, pelo risco de causarem lesões. Mas sou um pouco desleixada nesse
sentido, os únicos exercícios que faço são em casa, na passadeira, às vezes lá faço a bicicleta,

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e por vezes a caminhada, no parque que tenho perto de casa. E embora a pirâmide
mediterrânica tenha na sua base o exercício físico, este é um ponto onde ainda tenho de me
aplicar mais um pouco.

Sempre fui acompanhada e tratada no Hospital de Santa Maria, que é um Hospital Público,
onde sempre fui bem atendida, sempre foram bastante cuidadosos comigo, e tive bastante
afinidade com a minha médica. Poderia ir para um Hospital Privado, como por exemplo a CUF
(financeiramente era mais dispendioso), a diferença é a rapidez no atendimento, mas na minha
situação nem fazia sentido, pois fui sempre muito bem tratada.

Como tive acesso aos dois serviços (público e privado) consigo perceber as diferenças entre os
dois, apesar de não serem muitas. As diferenças que encontro são na parte financeira, pois no
privado é mais dispendioso, nas condições dos edifícios, que são melhores e na organização
da sala de espera, que também é melhor.

A maior diferença que encontrei foi talvez os tempos de espera para os serviços, consultas e
exames. Enquanto no público já cheguei a ter de esperar alguns meses por uma consulta de
especialidade, no privado a resposta é mais imediata. Por exemplo, o acesso a uma médica de
clínica geral, que no SNS pode demorar meses, com a Medicare, da qual já falei anteriormente,
consigo falar com a minha médica assistente quase imediatamente. Isto faz uma diferença
muito grande quando temos um problema de saúde que precisa de ser resolvido rapidamente.
Este deveria ser um direito adquirido com a mesma facilidade no Serviço Nacional de Saúde,
mas com a demora na resposta, sinto que os meus direitos à saúde não foram garantidos com
a rapidez necessária.

Contudo, não tive grandes razões de queixa nem no privado nem no público.

Comprei o meu primeiro telemóvel, quando tinha 18 anos, que foi um Nokia 3310, e atualmente
tenho um Samsung S10+, têm bastantes diferenças entre eles, não só no que toca à
performance, mas também em relação ao design.

Tanto no meu primeiro telemóvel como com este último tive de fazer uso do manual de
instruções. No primeiro, era tudo muito novo para mim, nunca tinha tido nada parecido antes e
precisava saber como guardar o contacto de alguém, como escrever uma mensagem, onde
conseguia ligar e também como poderia colocar alarmes, etc. Neste último já não fiz uma
utilização tão profunda do manual, pois já estou bastante habituada ao uso do telemóvel e,
portanto, pouca coisa se altera, usei simplesmente para ver algumas opções que a câmara do
telemóvel tinha.

Both on my first phone and with the latter I had to make use of the instruction manual. At first, it
was all very new to me, I had never had anything like it before and needed to know how to save
someone's contact, how to write a message, how to call and how I could put alarms, etc. In the
latter I no longer made such a deep use of the manual because I am already quite accustomed
to the use of the phone and, therefore, little changes have happened, I simply used to see some
options that the camera of the phone had.

Desde a minha primeira experiência com um telemóvel até a esta última, faço sempre uma
breve leitura do manual de instruções do equipamento, de forma a perceber algumas
diferenças que possam existir de funções, pois a evolução ocorre constantemente de telemóvel
para telemóvel. O meu primeiro telemóvel era usado para fazer algumas chamadas importantes
ou enviar mensagens importantes, dava-lhe pouco uso.

À medida que o tempo passou e os telemóveis foram evoluindo, fui gastando cada vez mais
tempo com o mesmo. Hoje em dia, a utilização que dou é muito superior. Para além das
diversas chamadas que faço ao longo do dia, aproveito o telemóvel também para ver notícias,
pesquisar na internet, jogar com o meu filho, ver filmes e séries e navegar pelas redes sociais.

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Graças ao telemóvel que tenho atualmente, consigo manter-me atualizada e entretida na
maioria do tempo.

O Nokia 3310 foi pensado tal como os outros para uma pessoa conseguir falar com outra de
uma forma rápida e eficaz, tanto por chamada como por mensagem. Relativamente ao S10+
não foi pensado só para fazer as funções que o Nokia 3310 tinha, mas sim para fazer outras
coisas.

O S10+ permite navegar pela internet, conectar-se as redes sociais, ver notícias, utilizar o
GPS, ou seja, um agregado de funções que o Nokia 3310 não continha.

Na altura, o Nokia 3310 era fantástico, pois conseguia fazer tudo aquilo para que foi criado e
desenhado, mas hoje em dia, principalmente para as pessoas mais jovens, é pouco prático e
útil.

Uma das diferenças é o preço. Hoje em dia um S10+ custa muito mais do que custava um
Nokia 3310. Uma outra diferença é o design, ou seja, as características físicas. O Nokia 3310
não é resistente à água e poeira, contrariamente ao S10+ que tem essa resistência. O Nokia
3310 não é impermeável e é mais pesado que o S10+.

Quanto à performance, que atualmente é o mais valorizado pelo cliente, segundo estudos feitos
pelas principais empresas de venda e revenda de telemóveis, também é a favor do Samsung
S10+, pois contém um slot para memória externa e o Nokia 3310 não. Quanto ao
armazenamento interno o S10+ tem 63x mais espaço que o Nokia 3310, como se pode
observar no site da Vodafone onde é possível comparar características de dois telemóveis à
escolha do consumidor, segundo inquéritos de satisfação feitos a clientes, por exemplo, de
operadoras como Vodafone e NOS.

As câmaras, que são importantes, pois hoje em dia os telemóveis funcionam como recordações
em tempo real, o S10+ é bastante superior, contando com um estabilizador, tem um flash led,
tem um sensor de iluminação traseira, tem foco automático, tem câmara frontal, ou seja, um
conjunto de coisas que o Nokia 3310 não possuía.

Na minha opinião, houve uma evolução gigantesca, desde o Nokia 3310 até ao Samsung s10+,
uma evolução no meu ver muito positiva, pois trouxe-nos a possibilidade de fazer muito mais
com um simples aparelho de bolso. Contudo, o Nokia 3310 para a época era bastante bom, era
possível jogar, ouvir música, mandar mensagem, fazer chamadas, mas são coisas que hoje em
dia são básicas num telemóvel.

Com o avanço dos telemóveis as pessoas passaram a conseguir ter acesso a muita informação
de uma forma muito mais simples e eficaz. Através de um simples toque, as pessoas
conseguem aceder a vários sites de notícias, tanto portugueses como estrangeiros. Isto
permitiu que as pessoas não estivessem focadas apenas nas notícias que lhes eram passadas
através da televisão ou de jornais portugueses. Se uma pessoa tivesse uma dúvida ou
quisesse saber mais sobre um determinado assunto, teria que esperar e ter a sorte de esse
assunto ser abordado em algum programa televisivo, num telejornal ou então em algum artigo
num jornal. As pessoas viam a sua curiosidade e sabedoria ser limitada, pois não conseguiam
pesquisar nem saber mais para além daquilo que era passado. Com esta evolução as pessoas
podem sempre pesquisar mais e saber mais sobre todos os assuntos e áreas, desde política,
saúde, economia, desporto, etc. Algo que também aconteceu foi o enriquecimento linguístico,
uma vez que as pessoas podem aceder facilmente a sites estrangeiros e a sites que ajudam na
interpretação e na aprendizagem de novas línguas.

O telemóvel tornou-se também num equipamento indispensável, cuja evolução foi fantástica
(hoje não me vejo sem um).O telemóvel ajuda-nos no nosso dia a dia, se precisarmos de enviar
uma mensagem para alguém que está a quilómetros de distância; se precisarmos de falar com

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alguém de forma urgente através de uma chamada fica automaticamente em contacto com a
pessoa, esteja ela onde estiver; se uma pessoa estiver perdida e precisar de achar o caminho,
através do seu telemóvel consegue, de uma forma rápida e eficaz, ficar a conhecer o caminho
e retornar à rota certa. Pode-se considerar o telemóvel uma arma poderosa para enfrentar as
dificuldades que se vão cruzando no nosso caminho diariamente.

Contudo, o telemóvel trouxe-me uma linguagem diferente e informal, isto é, quando eu escrevo
uma mensagem para os meus amigos e família, acabo por escrever de uma forma mais
relaxada, usando abreviaturas, tais como, “n”, “s”, “ctg”, “mor”, entre outras. Gosto também de
usar os emojis, que são figuras que transparecem reações que costumamos ter quando
estamos a comunicar fisicamente. Isto obriga-nos a refletir também sobre a artificialização das
pessoas, pois estas acabam por se tornar dependentes de mensagens e de reações artificiais,
acabando um pouco com a convivência física. No meu ver, as pessoas tornam-se artificiais
pois usam os emojis muitas vezes para transparecer reações que na realidade não estão a
sentir.

O telemóvel facilita imenso na resolução de problemas. Numa situação em que o carro deixa
de funcionar no meio da estrada. Através do telemóvel é possível rapidamente solicitar ajuda,
fazendo com que a pessoa não fique presa sem saber o que fazer ou que perca muito tempo.
O telemóvel é uma ferramenta de fácil transporte e que, através de processos simples,
consegue resolver problemas de todo o tipo.

Antes de eu ter pedido ao meu padrasto para me ensinar a mudar um pneu, num certo dia,
enquanto passeava com os meus filhos de carro, tive um furo no pneu e eu, apesar de ter o
pneu suplente, não conseguia fazer a troca. Foi então que através do telemóvel contactei
imediatamente a minha seguradora, que tratou de enviar assistência para o local. A assistência
chegou em cerca de 20/30 minutos e fez a troca do pneu, podendo eu continuar o passeio com
os meus filhos. No caso de não ter o telemóvel, estaria numa situação complicada, pois não
conseguiria trocar o pneu e teria de esperar que alguém parasse e me ajudasse ou então ir a
pé até um local onde arranjasse ajuda. Com esta minha experiência concluo que sem o
telemóvel teria tido grandes dificuldades para resolver o problema e o dia de passeio ficaria
estragado.

O facto de conseguirmos resolver um problema via telefone traz-nos as vantagens de poupar


tempo e gastos em deslocações, por exemplo: o facto de aceder ao site das Finanças, através
do telemóvel, para pagar o imposto de selo. Desta forma, consigo obter a entidade, referência e
o montante que tenho que pagar, imprimo, pago o mesmo através do banco online, imprimo o
comprovativo, agrafo os dois, e já está! Isto tudo através de um click.

Foi, sem sombra de dúvida, uma modernização excelente, no entanto, para um correto
funcionamento, é necessário cumprir as recomendações do fabricante no que diz respeito a
evitar o contacto do equipamento com a água, utilizar o carregador/transformador apropriado,
utilizar baterias certificadas pelo fabricante, efetuar as atualizações de sistema necessárias e
instalar antivírus para evitar contaminação com malware.

Quando não se usa corretamente o equipamento podem ocorrer problemas como o


sobreaquecimento da bateria (quando deixamos o telemóvel ligado à corrente muito tempo),
pode avariar o software do telemóvel (em caso de infeção por vírus), danificar os sistemas
eletrónicos e circuitos internos (quando em caso de queda ou contacto com água) ou quebra do
visor (caso de queda ou se sentarem em cima do equipamento).

Quando estava quase a fazer os meus 18 anos apaixonei-me pela primeira vez por um rapaz
chamado Rui Rodrigues. Ele tinha 30 anos, era mais velho que eu 12 anos. Foi complicado,
pois sentimos na pele o “preconceito” das pessoas, e até mesmo vindo da própria família. Esse
preconceito afetou-me, apesar de tentar não ligar, mas acabou por nos afetar a nível

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psicológico, pois mesmo sem eu querer, acabávamos por debater esse assunto com as
pessoas.

Preconceito é uma mera opinião formulada sem a devida reflexão. Essa opinião acaba por
influenciar modos de pensar ou de agir, e os preconceitos podem levar a atos de intolerância
contra as pessoas sem necessidade.

Há vários tipos de preconceitos: contra a condição social, orientação sexual, identidade de


géneros, etnias, entre outros. No meu caso foi porque o meu namorado era mais velho que eu.

O estereótipo de que ele não poderia ter uma relação com uma pessoa mais nova, os pré-
julgamentos que vivemos, só pelo facto de as pessoas não aceitarem a diferença de idade.
Sinto que agora há mais abertura na sociedade em relação à diferença de idades.

Tive uma conversa com a minha mãe e irmãos, e expliquei-lhes que me tinha apaixonado por
uma pessoa mais velha que eu. Pedi-lhes para não tirarem ilações erradas devido à idade, e
para lhe darem uma oportunidade para o conhecer pessoalmente. Foi então que resolvemos
marcar um jantar para as nossas famílias se conhecerem.

Inicialmente, foi um choque, mas conversamos e o pai dele viu que, apesar da minha tenra
idade, eu era muito madura, e o meu lado de mais menininha(carinhosa) talvez fosse o que
realmente faltasse para o seu filho. Expliquei à minha mãe e aos meus irmãos que o amor não
tem idade, e que mesmo ele sendo mais velho que eu saberia de antemão o que queria para
uma relação. Não devemos julgar as pessoas antes de as conhecermos, pois, como em tudo
na vida, nunca sabemos se de facto vai ser tudo um mar de rosas, e que o facto de uma
relação dar certo ou não nada tem a ver com as idades, e sim com a maturidade de cada
pessoa.

Contudo, havia amigos do meu namorado que, inicialmente, faziam comentários menos
agradáveis. Tivemos que enfrentar os olhares e julgamentos de estranhos, a minha reação era
ignorar completamente, e com o tempo foram-se “esquecendo” das provocações, mas sempre
disse que “o amor não escolhe idades nem cor”.

Quando tinha 18 anos, fui viver com o meu namorado para a casa dele, na Malveira. Malveira é
uma freguesia rural do concelho de Mafra, na região da grande Lisboa, onde era possível
observar uma linda serra. Com o aumento do mercado e crescimento da grande área urbana, a
Malveira tem crescido nas últimas décadas, com novas construções e infraestruturas, apoiadas
pelas vias de comunicação rodo e ferroviárias, apesar de o aspeto rural se manter intacto.

Quando fiz os meus 18 anos votei pela primeira vez, e passei a ter o dever de votar e de tentar
decidir o rumo que quero para o meu país. Votar é um dever cívico e um exercício de
cidadania. Nunca devemos deixar de o fazer, pois se hoje temos essa liberdade de escolha foi
graças a um combate político duro, perseguições e prisões.

Ao não votarmos estamos a contribuir para a abstenção, que tem sido cada vez maior, e isso
passa uma mensagem de que o povo não está interessado em escolher o rumo do país e pode
fazer com que uns anos mais tarde o voto deixe de ter tanta importância.

Quando soube que estava grávida, ficámos muito felizes, pois finalmente iria construir a minha
própria família, sabia que teria que ter outro tipo de responsabilidades e que a minha filha seria
a minha prioridade. Durante a minha gravidez comecei a ser seguida no posto de saúde da
Malveira com bastante regularidade, entre exames e análises de rotina.

Para estar dentro do assunto da maternidade, comprava revistas, tais como a revista Crescer,
Pais& Filhos, Saúde e Educação, o Guia da Grávida e esclarecia imensas dúvidas, tais como
dúvidas sobre o parto, a alimentação e os cuidados no pós-parto, o que me ajudou bastante,
pois lá explicava tudo o que eu precisava de saber e era um médico que escrevia os artigos.

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Para além de esclarecer estas dúvidas nestas revistas, pedia esclarecimentos à enfermeira no
posto médico e à minha médica.

Tive a minha princesa a 23 de novembro de 2002, tinha 19 anos. A minha filha, Carolina
Beatriz, nasceu com 3,240 quilogramas e 49 centímetros.

Quando tinha dúvidas sobre alguma coisa ou sobre a alimentação muitas vezes falava com a
enfermeira do posto médico e perguntava à minha mãe. Tinha atenção às horas a que a minha
bebé mamava; a minha filhota mamava de 4 em 4 horas, por vezes não chegava e tinha que
ser de 3 em 3 horas, tendo sempre atenção para que as horas das refeições fossem sempre à
mesma hora: às 12h30 o almoço, o lanche às 15h30 e o jantar às 19h30.

Quando a minha filha fez 4 anos de idade inscrevi-a na pré-escola. Achei por bem a minha
filhota ir-se habituando a um ambiente escolar e aprender a lidar com outras pessoas, visto que
era muito apegada a mim, e esta mudança acabava por ser benéfica para ela.

Quando a minha filha adoecia, tinha sempre, e ainda hoje tenho, o hábito de ler as bulas dos
medicamentos. A bula é um documento incluído na embalagem de um medicamento, que
fornece informações sobre o medicamento, e está escrito de uma forma simples.

Eu, como pessoa cuidadosa e curiosa que sou, leio sempre a bula e tento perceber o máximo
de informações sobre o medicamento que eu ou os meus filhos tomam, tentando entender os
efeitos que pode provocar. A leitura da bula é muito importante para as pessoas estarem
preparadas para o que advém da toma do medicamento. Eu leio a bula para perceber se, por
exemplo, ao tomar aquele medicamento posso ou não conduzir, se posso ter alguma reação
alérgica (borbulhas, inchaços, manchas), também para saber o que fazer em caso de tomar o
medicamento de forma errada ou em dose errada e, principalmente, para saber como manter o
medicamento conservado.

A internet pode, de facto, ajudar a pesquisar doenças ou os seus sintomas, contudo, tem que
se ter a consciência que um sintoma pode não corresponder com a doença em si. Temos que
nos deslocar a um especialista(médico) e expor as nossas suspeitas ou informar algo que
poderá ser relevante, como foi no meu caso em específico. E foi numa dessas pesquisas que
descobri que a minha filha tinha apanhado a febre da carraça.

A minha filha tinha várias pintinhas avermelhadas, febre de 40º, e tive a necessidade de lhe dar
um medicamento, cuja dose a tomar varia em função do seu peso.

Como a febre estava muito alta deslocamo-nos ao Hospital Dona Estefânia, onde a medicaram
e mandaram-nos para casa; fomos lá três vezes. Foi quando uma vizinha falou que poderia ser
a febre da carraça, visto a minha filha ter uma marca (parecia mordida) atrás da orelha.

Nessa altura, não tinha computador em casa, e foi quando fui à biblioteca municipal (lá havia
computadores e internet que podíamos utilizar), e fui pesquisar os sintomas que a minha filha
tinha, e realmente tinha todos os sintomas da febre da carraça. Esta situação que tive com a
minha filha mostra a importância de existirem as bibliotecas municipais, pois talvez se não
tivesse a mesma para ir procurar sobre este assunto e conseguir consultar, não teria
conseguido chegar a estas conclusões e não poderia ter atuado de forma mais rápida, podendo
o caso ter sido muito mais grave do que felizmente foi. Tal como eu, muitas outras pessoas
necessitam destas bibliotecas em algum momento da sua vida, principalmente nos estudos,
pois lá é possível encontrar todo o tipo de conteúdo de todas as épocas temporais.

Quando era mais nova cheguei a utilizar algumas vezes a biblioteca municipal para conseguir
ler alguns livros que a própria escola solicitava, mas também para fazer alguns trabalhos
escolares.

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Hoje em dia, frequento muito pouco a biblioteca, muito por culpa da internet, pois torna-se mais
prático e eficaz procurar na internet. Contudo, as bibliotecas tiveram e têm um papel
fundamental para a população, pois muitas pessoas não têm acesso à internet ou não têm a
capacidade para navegar na mesma, preferindo obter informações através da biblioteca. Estas
servem também de locais de estudo e concentração, ajudando muitas pessoas que não têm
um local onde possam trabalhar/estudar de forma concentrada a conseguir fazê-lo.

Muitas pessoas, principalmente nos tempos mais antigos, não tinham um nível de literacia
muito alto e havia grandes diferenças entre as pessoas. Com o surgimento de bibliotecas
municipais a oportunidade de diminuir esse desnível foi grande, pois assim essas pessoas
teriam acesso a livros e podiam tornar-se mais cultas.

As bibliotecas descentralizadas são a continuidade das bibliotecas maiores e localizadas nas


grandes cidades. Através da descentralização é possível ter bibliotecas com conteúdos muito
parecidos em todas as freguesias. Na minha opinião, esta descentralização é essencial, pois
para além de dar trabalho a mais pessoas, incentiva as pessoas a procurarem por informação,
a tentarem melhorar o seu português através da leitura e também a aumentarem a sua cultura.

Apesar de existir internet, ainda há muitos locais em que a rede está longe de ser de qualidade,
ou seja, existem ainda muitas falhas e não é possível, muitas vezes, conseguir extrair
informação da internet, tornando-se assim uma grande desvantagem para as pessoas que
vivem nessas regiões, pois não conseguiriam ter as mesmas oportunidades das pessoas que
vivem em regiões com boa qualidade de rede. Então, com estas bibliotecas descentralizadas, é
possível a essas pessoas irem à biblioteca obter informação, utilizando os computadores,
livros, artigos, etc.

Fui nessa noite novamente ao Hospital Dona Estefânia, e quando falei com o enfermeiro
perguntei-lhe se poderia ser de facto febre da carraça, visto já ter ido lá tantas vezes, e a
menina continuava na mesma. Foi quando eles me confirmaram que realmente eu tinha razão.
A internet ajudou-me a tentar saber a doença que a minha filha poderia ter, claro que os
médicos foram confirmar, pois poderia não ser, mas depois de três idas ao hospital em vão,
acabou por ser uma mais-valia.

Quando a minha filha recuperou, fui-me inscrever e entregar o meu curriculum vitae; nesta
altura, fazia-se à mão, e preenchia-se uma ficha de inscrição, que as empresas nos forneciam.
Fui então trabalhar para uma casa de repouso com o nome de Nossa Senhora de Almortão,
pois a mesma estava a precisar de empregadas.

O meu horário era das 19h00 às 9h00, fazia 14 horas por dia.

As tarefas, que aprendi com as minhas colegas que já tinham experiência e com a enfermeira,
que exercia na casa de repouso eram: tratar da higiene, zelar pela sua segurança, dar-lhes a
medicação, medir-lhes a tensão arterial, no caso de os utentes diabéticos medir-lhes a glicemia
para ver se os níveis estavam estáveis e, em alguns casos, administrava-lhes a dose de
insulina.

Media a glicemia através de medidores e aparelhos de glicemia de fácil utilização. A glicemia é


a quantidade de açúcar no sangue. As injeções de insulina servem para compensar a falta da
hormona produzida no pâncreas. A insulina é necessária para controlar os níveis de
glicose(açúcar) na corrente sanguínea, que a leva para as células do corpo, onde é utilizada
para produzir a energia.

Nem todas as pessoas tomam insulina, por exemplo, no meu caso, na casa de repouso era
quem tinha diabetes tipo 1, o pâncreas não estava a produzir a insulina necessária, então, o
doutor informou que teria sempre que injetar a insulina que o mesmo prescrevia.

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Na casa de repouso a Sr.ª Enfermeira é que me ensinou todas as coisas, pois não sabia certas
coisas, a mesma ensinou-me por exemplo os cuidados a ter com os utentes que tinham
gangrena (foi o que mais me custou).

No ser humano acontece, por vezes, a morte dos tecidos do corpo e isto tem origem numa
doença grave conhecida como Gangrena. A Gangrena aparece quando o sangue não chega
em quantidade suficiente a certos locais do corpo, levando à morte dos tecidos, como acima
referido.

Existem alguns sintomas, mas o principal é quando inicialmente aparece uma cor vermelha
viva que vai escurecendo ao longo do tempo. Leva também a que haja um inchaço e menos
sensibilidade nesses locais afetados.

O que mais me agonizava eram as feridas ou bolhas que libertavam um líquido com um cheiro
nauseabundo (causava-me vómitos).

Aprendi a lidar com a doença de cada um, com cada personalidade, quais eram os seus
maiores problemas, e que a palavra “idoso” é um termo que indica uma pessoa com uma
vivência de muitos anos, e que podemos aprender tanto com eles, como por exemplo, a cultura
do país, os costumes antigos e as lições de vida que os seniores ganharam com a experiência
de vida que gentilmente partilharam connosco.

Durante o meu trabalho na casa de repouso obviamente que desenvolvi aprendizagens com a
enfermeira, pois estava lá a acompanhar todos os desenvolvimentos e a própria enfermeira
comunicava-nos os cuidados a ter com a pessoa em questão. Duas doenças que eram muito
comuns na casa de repouso eram o Alzheimer e o Parkinson e tínhamos que ter cuidados que
nos eram comunicados pela enfermeira. Com os doentes que tinham Alzheimer era preciso ter
a certeza que estes já tinham tomado os remédios para a demência, que era diário, fazer
algum treino cerebral com os doentes, ajudá-los a praticar alguma atividade física, ajudar na
deslocação a certos locais como a casa de banho e tentar manter o contacto social com o
doente.

O aumento da esperança de vida pode ser visto de dois parâmetros. Se o idoso for saudável, a
esperança de vida mais elevada é ótima, pois permite que o mesmo tenha mais experiências e
aproveite mais tempo com os seus familiares. No caso de o idoso sofrer de algum tipo de
patologia mais grave, acaba por ser mais penoso, tanto para a pessoa como para os familiares,
pois perde a sua liberdade, autonomia e acresce um sentimento de tristeza e sofrimento.

As maiores dificuldades dos idosos relacionam-se com a locomoção, visão, dificuldades em


subir escadas, limitações na audição, dificuldade de memória e de concentração e dificuldade
de fazerem a sua própria higienização. Por isso, eu tinha que os ajudar a deslocarem-se até
onde pretendiam ir, como por exemplo, à casa de banho, ajudá-los a subir escadas, fazer a sua
higiene e jogar com eles para estimular a memória.

Tínhamos tantas conversas! Eles gostam de contar as experiências de vida e falar sobre a
família, eles só querem atenção, afinal de contas são como todos nós, que gostamos de falar e
que eles oiçam. Falavam sobre a solidão causada pela ausência dos seus filhos/netos, que não
os podiam visitar tantas vezes, a dor/tristeza notava-se nos seus olhares.

As pessoas mais velhas são um conjunto de pessoas cada vez menos apoiadas, que cada vez
mais está a perder os seus direitos, e eles foram os que mais contribuíram para crescimento do
nosso país. O mundo cada vez tem a população mais envelhecida e Portugal não foge à regra.
Portugal tem uma das populações mais envelhecidas da Europa, segundo os dados presentes
no site do “https://observador.pt/” e “https://www.sapo.pt/”.

Os idosos residentes em Portugal, com idades superiores aos 65 anos, conseguem alguns
apoios para que consigam manter uma vida estável e de mínima qualidade. Existem centros e

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instituições que acolhem estas pessoas duranta uma parte do dia ou então são pessoas que
ficam mesmo de forma permanente nessas instituições. Os conhecidos centros de convívio dão
a possibilidade destas pessoas terem atividades que mantenham o corpo ativo, tanto física
como psicologicamente.

Na minha visão, a sociedade vê as pessoas idosas como alguém que já não contribui para o
país, pondo um pouco de lado essas pessoas e muitas vezes esquecendo-se que existem,
contudo, foram essas pessoas mais velhas que no passado ajudaram o país e ajudaram a que
este seja como é hoje. Esta minha visão surge do facto de eu ver várias reportagens na
televisão que falam de um abandono por parte dos familiares às pessoas idosas, onde muitas
vezes as colocam em lares e raramente as visitam, e também do Governo que dá muito pouco
apoio financeiro, com reformas baixas, com as quais os idosos mal conseguem pagar os
medicamentos que têm de tomar.

Na minha opinião, a sociedade devia começar a respeitar mais as pessoas idosas, e uma
forma de melhorar a vida das mesmas é o aumento da reforma. Em Portugal a reforma é baixa
e as pessoas idosas vivem no limite, pois têm imensos medicamentos e tratamentos a pagar
devido à idade, e o dinheiro que recebem da reforma é pouco para as suas necessidades.
Vivenciei esta situação em primeira mão com os meus avós. A minha mãe e eu tínhamos que
contribuir financeiramente para que eles conseguissem ter acesso ao que referi acima, pois as
duas reformas não chegavam.

Em 2008/2009, quando minha filha tinha 6 anos, separei-me do pai dela. Quando me separei,
tivemos uma conversa por causa da guarda da nossa filha, queríamos resolver tudo de forma
amigável, pois o que mais nos importava era o bem-estar da menina. Foi então que decidimos
fazer um acordo sobre o exercício das responsabilidades parentais, em que a melhor solução
seria a guarda partilhada.

E como estava separada despedi-me do meu trabalho na casa de repouso (e como me


despedi, não tive direito ao subsídio de desemprego), porque não conseguia fazer mais as
noites. Foi então que comecei a procurar emprego. Havia uma pastelaria com um papel na
vitrine dizendo: "Precisa-se de funcionários". Falei com o patrão, e comecei a trabalhar nesta
pastelaria, que se chama Terra Pão, como empregada de balcão e caixa.

No início em todas as tarefas que me foram atribuídas na pastelaria, havia uma colega que me
ajudava e explicava como tudo funcionava. Passado um mês o meu chefe ganhou confiança
em mim, devido a ter visto que já tinha adquirido as competências necessárias, e decidiu dar-
me autonomia na pastelaria. Esta experiência foi igualmente excelente para mim, pois, por um
lado, confiaram em mim e deram-me autonomia para gerir o café/pastelaria, conforme achasse
melhor. Isso permitiu-me crescer a nível intelectual, porque tinha de antecipar as quebras de
produtos alimentares, isto é, fazia promoções para que os produtos alimentares fossem
vendidos e não se estragassem, fazer as encomendas atempadamente, lidar com público e
saber gerir situações de potencial conflito, desenvolvendo competências interpessoais, tais
como: poder de negociação, porque muitas vezes tinha que negociar a saída e o bom
comportamento dos clientes quando estavam com excesso de álcool no organismo; a
comunicação oral, desenvolvia a linguagem verbal porque todos os dias tinha que falar com os
clientes, mesmo no meio dos conflitos, porque quando havia conflitos com os clientes tinha
que, através de uma comunicação assertiva, conseguir acalmá-los e resolver os conflitos que
existiam entre eles para manter a paz e a calma na pastelaria.

Também aprendi com a minha colega a trabalhar com equipamentos no café, inclusivamente a
máquina e o moinho do café.

O caminho até de me darem autonomia foi de muito esforço e dedicação, para mostrar ao meu
patrão que tinha capacidade de estar sozinha na pastelaria e gerar lucro.

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Em relação a conflitos, lembro-me de uma vez na pastelaria em que eu e a minha colega
tivemos uma discussão, pois quando ela ficava com o turno da tarde não limpava as máquinas
e eu, quando ia abrir a pastelaria de manhã, tinha tudo por limpar e organizar. Deixei passar
durante uns 4 ou 5 dias, pois podia ser algo pontual e como sou uma pessoa compreensiva,
aguentei. Até que passados esses 4/5 dias, quando ela chegou para fazer a troca do turno, tive
de a alertar que as coisas tinham de mudar, pois eu, sempre que ia sair do turno, deixava as
máquinas limpas e tudo organizado para lhe poupar tempo e trabalho. Sou apologista do
companheirismo e do trabalho em equipa.

Ela argumentou que não deixava as coisas por fazer por maldade, mas sim porque já saía
bastante tarde do trabalho e ainda tinha que apanhar os transportes para casa e caso falhasse
o transporte àquela hora, tinha de esperar mais 1 hora pelo próximo. Foi então que, de forma
assertiva, contra-argumentei, dizendo que eu também tinha que apanhar os transportes
públicos para ir para casa e não era por isso que deixava de limpar e organizar tudo antes de
sair, simplesmente, à medida que se aproximava a hora de saída, ia adiantando nas limpezas
sempre que houvesse espaço de tempo mais livre. Alertei também, em forma de argumento,
que deixar as máquinas sujas de um dia para o outro é uma falta de higiene e é prejudicial à
saúde pública, podendo até prejudicar o estabelecimento e depois ser despedida por justa
causa. Foi então que ela, de forma amigável, entendeu tudo o que lhe transmiti e disse-me que
ia começar a deixar tudo limpo e organizado, principalmente quando estivesse no turno da
tarde. A minha colega pediu-me ainda que não contasse nada ao patrão. Foi então que
negociei com ela que eu não diria nada ao patrão se ela cumprisse com o que me tinha dito
anteriormente, isto é, deixar tudo limpo e organizado antes de ir embora.

Quando comecei a trabalhar com a máquina de café necessitei de alguma ajuda da minha
colega, pois esta já estava habituada e no meu caso era o início. Sempre que tinha alguma
dúvida na utilização da máquina perguntava à minha colega. Caso a minha colega não
estivesse de serviço ou estivesse ocupada chamava o meu superior e colocava a questão.
Quando avariava o equipamento, era chamado o superior de forma a ele tentar perceber o
dano da máquina e tentar resolver a situação.

When I started working with the coffee machine, I needed some help from my coworker,
because she had been working with the machine for a while and, in my case, it was the
beginning. Whenever I had any questions about the performance of the machine, I asked my
colleague. If my colleague wasn't on duty or if she was busy, I'd call my superior and ask him.
When the equipment was malfunctioned, the superior was called so that he would try to
understand the problem of the machine and try to resolve the situation.

Percebi que há cuidados que devem ser tidos para a boa manutenção da máquina,
nomeadamente lavar diariamente os manípulos, lavar as grelhas de escoamentos, limpar todas
as saídas de vapor (onde se aquece o leite para as meias de leite ou galões), regular a pressão
da máquina todos os dias de manhã antes de tirar o primeiro café e limpar o moinho de café
com frequência para evitar a acumulação de resíduos. Como a máquina de café precisa de
estar quente para o correto funcionamento temos que ter cuidado para não nos queimarmos
acidentalmente, tal como também temos que ter o cuidado de desligar o moinho de café antes
de o limpar, para não nos magoarmos.

Se todos estes cuidados forem tidos em conta tal como cuidados com a moagem do café, este
sairá mais saboroso, cremoso e deixará os clientes mais satisfeitos.

A máquina de café é um equipamento utilizado em todo o mundo, afinal, tomar um café é um


ato social. Homens e mulheres de todo o mundo utilizam a máquina de café. As mulheres
consomem mais café do que os homens, logo, utilizam mais a máquina e gastam mais do seu
já escasso tempo neste equipamento. A minha opinião deve-se ao stress diário que a mulher
tem por ter de acumular tantas funções no seu dia a dia, como tratar da casa, dos filhos e ainda

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trabalhar, e beber um café ajuda a ganhar energia devido às características da cafeína. E claro
que uma máquina de café em casa não tem a mesma dificuldade para tirar um café perfeito
como numa máquina industrial de um estabelecimento. A verdade é que trabalhando num café
passei muitas horas a produzir esta bebida tão especial. No entanto, a máquina não tinha como
única funcionalidade tirar cafés, com ela podia aquecer água para fazer chás, aquecer leite,
fazer espuma para as bebidas, um sem fim de funções.

Por outro lado, tinha que poupar trabalho à minha colega deixando tudo organizado e limpo, tal
como ela fazia comigo. Trabalhávamos em equipa e, por isso, geríamos as coisas de forma a
nenhuma ficar prejudicada ou mais sobrecarregada do que a outra. Trabalhar em equipa só
traz vantagens, como por exemplo: mais criatividade, aproveitamento dos pontos fortes de
cada indivíduo, maior rapidez, produtividade, espírito de entreajuda, mais soluções para a
resolução de algum problema.

O trabalho em equipa tornou-me uma pessoa muito mais comunicativa, pois a equipa estava na
mesma secção, a trabalhar semanas e semanas, então, tínhamos que comunicar e manter um
bom ambiente. Senti que me tornei alguém mais criativo, pois eu tentava ao máximo adquirir os
conhecimentos que os meus colegas me passavam e sinto que fiquei uma pessoa ainda mais
responsável, pois os meus colegas de equipa dependiam do meu trabalho para que o deles
também corresse bem. Então, tinha a grande responsabilidade de não falhar e estar sempre
ativa, acabando assim por aprendermos umas com as outras, e acabávamos por dar energia
umas às outras para aguentar o dia. Sendo assim, acabávamos por produzir mais, pois
gostávamos de trabalhar juntas.

Por norma, quando chegava, por exemplo, um fornecedor de bebidas, uma arrumava o stock
enquanto a outra continuava a atender os clientes. Tínhamos o cuidado de fazer reciclagem de
vidros num contentor verde, o papel e cartão num contentor azul e os plásticos no contentor
amarelo.

Tanto em casa como no trabalho eu tinha a noção que fazer a reciclagem é muito importante,
pois através dos documentários e noticiários que vejo, como nas grandes reportagens no
telejornal da noite, na TVI, percebo que os recursos naturais, isto é, os recursos que o planeta
nos fornece sem nós os termos que produzir, estão cada vez mais escassos, pois o Homem,
neste momento, consome mais recursos do que a Terra consegue produzir. Com isto é
possível que no futuro já não haja produção de alguns desses recursos naturais, destruindo o
planeta tal como o conhecemos.

Foi-nos explicado pelo nosso patrão como reciclar e que materiais deviam ser reciclados de
forma a não cometermos erros. Tentava ao máximo, não só em ambiente familiar, mas também
com amigos e clientes passar a importância de se reciclar. Uma pastelaria ou outro
estabelecimento tem de ter uma preocupação com o ambiente e ser sustentável. Se uma
empresa for sustentável vai ter vários benefícios, não só para o ambiente, mas até para a
mesma. Reutilizar alguns produtos e fazer a separação de forma correta vai ajudar a ter um
impacto menor no ambiente. Se a empresa for sustentável, motiva outras empresas a serem-
no, pois na atualidade a concorrência é muito grande e se as pessoas procuram, por terem
uma mentalidade mais sustentável, por empresas que também a tenham, então as outras
serão obrigadas a também seguir essa sustentabilidade e ganhar mais consciência ambiental.

Na pastelaria reciclávamos todos os produtos plásticos, garrafas, sacos de plástico, vidros e


fazíamos a separação das tampas das garrafas para ajudar instituições.

Os resíduos que eram colocados no ecoponto da pastelaria eram posteriormente levados por
uma empresa da Câmara até uma estação de triagem, onde é feita a sua seleção de acordo
com o tipo de resíduo. Sabíamos que ao fazermos a reciclagem na pastelaria iriamos contribuir
de forma significativa na ajuda ao meio ambiente. Por exemplo, a reciclagem do papel poderá

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impedir que uma árvore seja cortada, então, se todos começarem a fazer o mesmo, ao invés
de ser uma árvore podem ser milhares de árvores. Se reciclar for parte importante na nossa
vida, também mais dificilmente iremos mandar lixo para o chão, porque tornamo-nos mais
conscientes dos danos que essa ação provoca no meio ambiente, e podemos assim ajudar na
sua preservação. Evitamos, assim, a poluição das ruas e de florestas. No caso desta última
pode evitar, por exemplo, incêndios e destruição da fauna e da flora.

Depois que aprendi a reciclar e entendi a sua importância, tentei sempre aconselhar os meus
familiares, amigos e conhecidos a fazer a separação do material que, mais tarde, vai para
empresas de reciclagem.

Na altura em que aprendi sobre a reciclagem existia a política dos 3 R que foi concebida de
forma que a população atenue a produção do lixo. Basicamente, é uma campanha que tenta
sensibilizar as pessoas a não poluir tanto o planeta através de um consumo equilibrado e
sustentável dos produtos e matérias utilizados regularmente. Este nome tem origem na
abreviação de três medidas adotadas para ajudar o planeta, sendo elas, Reduzir, Reutilizar e
Reciclar. Através destas três medidas é possível ajudar o meio ambiente e preservá-lo, pois, a
quantidade de lixo será menor.

A medida denominada “Reduzir”, consiste em diminuir o lixo e também a emissão de poluentes


através de um consumo mais equilibrado e consciente, havendo assim uma poupança de
recursos naturais.

Reutilizar, consiste no ato de usar novamente um produto, isto é dar uma nova oportunidade ao
produto invés de deitá-lo fora. Desta forma evita-se a produção de lixo e que outro produto seja
comprado com o mesmo fim, tornando-se num ciclo de produção de lixo.

Reciclar é transformar um produto que já não pode mesmo ser utilizado num novo produto ou
matéria-prima. A diferença entre reciclar e reutilizar é que na reutilização o material é o mesmo
e no caso da reciclagem não.

Os resíduos presentes nos ecopontos depois são conduzidos para as estações de triagem,
depois de separados, os diferentes resíduos entram em diversos processos de reciclagem.

Também temos os resíduos não recicláveis. Estes resíduos não recicláveis são conduzidos
para os aterros sanitários, que são espaços destinados à decomposição final dos resíduos.

A política dos 3 R ajudou-me a interiorizar a responsabilidade que cada um de nós deve ter
para proteger o meio ambiente e o planeta, pois na minha opinião trata-se de um problema
global. As consequências que vêm por causa da poluição irão afetar todos os habitantes do
planeta, seguindo ou não seguindo a política dos 3 R, mas se eu pensar que as minhas ações
juntamente com a de outras pessoas podem ajudar a diminuir a poluição e os riscos
associados a motivação será outra, pois já não penso que estou a batalhar sozinha. Quanto
mais gente seguir esta política, mais saudável será o nosso planeta. Por isso, desde que
aprendi esta política e me foram explicados os riscos que corríamos a longo prazo, tentei
sempre cumprir e alertar as pessoas com quem me relaciono para também cumprirem.

Cá em casa só usamos panos de cozinha e não papel; tentamos sempre arranjar os objetos
que temos em casa antes de os deitar fora; tentamos vender a roupa antiga que temos e se
não conseguirmos vamos doá-la; as garrafas de água que compramos nos supermercados,
lavamos e enchemos novamente para colocar no frigorífico; separamos também os resíduos,
entre outras coisas.

Aprendi de forma autónoma que no atendimento ao público temos que adaptar o nosso
discurso consoante cada cliente, pois há clientes mais jovens e outros mais velhos, por isso é
preciso interagir de maneira diferente. Por exemplo, no idoso de maneira mais simplificada, e

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acabo por ser mais dedicada com eles, abria uma exceção indo servi-los à mesa, apesar de
não servirmos.

Para além do atendimento ao público e caixa, fazia também a limpeza e arrumação da


despensa para ficar tudo bem acondicionado; a gestão de stocks, e ligava para a fábrica para
fazer os pedidos dos bolos/pão para o dia seguinte.

Na parte de gestão de stocks eu tinha a responsabilidade de gerir a quantidade de produtos


que existia no armazém. O meu chefe tinha um limite mínimo de stock para cada tipo de
produto, então, sempre que atingisse esse limite mínimo eu tinha que ligar ao meu chefe a
avisar e ele dava autorização, ou não, para fazer a encomenda junto do fornecedor. Esta parte
de gestão de stocks era complicada para mim, pois para além de juntar às minhas outras
tarefas tinha a grande responsabilidade de não deixar passar o limite mínimo estabelecido pelo
meu chefe, pois assim poderia haver rutura de stock e dar prejuízo. Lembro-me até na altura de
aconselhar o meu patrão a adquirir um software que fizesse o controlo do ponto crítico, isto é,
sempre que chegasse ao limite estabelecido de qualquer produto, a aplicação automaticamente
alertava-o e este podia dar ordem para encomendar.

Expunha e organizava as vitrinas, metendo os produtos sempre com as datas mais antigas à
frente e as restantes atrás, devido ao prazo da validade dos mesmos, evitando assim o
desperdício ou a devolução, e as quebras desnecessárias.

Como havia muito desperdício tomei a iniciativa de falar com o meu patrão sobre isso. A
reunião ficou marcada para a hora do fecho de loja, com todos os colegas que lá trabalhavam,
pois assim cada um tinha a oportunidade de expor o que achava bem, para as melhorias do
estabelecimento.

Expus as minhas ideias, que passavam por economizar e não ter tanto desperdício de bolos e
pão, evitando assim o essencial para o patrão: “a perda de lucro”. Propus que se fabricassem
os produtos em menos quantidade, e se houvesse necessidade de mais, pedia-se à fábrica,
que era nas traseiras do estabelecimento, e eram fabricados na altura consoante a
necessidade, assim evitava-se o desperdício.

A equipa aceitou de bom grado essas ideias, e o patrão achou-as uma mais-valia e todas estas
medidas foram colocadas em prática. Na reunião também mencionei a hipótese de fazer
promoção de bolos, como por exemplo, na compra de dois bolos oferecia-se outro, e assim
sucessivamente, visto que eram fabrico próprio.

O fecho do café era às 21h00 e assim a promoção era feita por volta das 19h00, duas horas
antes do fecho. Também sugeri, na hora do fecho, se sobrasse, dar a algumas instituições que
havia lá perto.

Nesse ano, consegui organizar-me e arrendar a minha casa, tinha que gerir o meu orçamento
para pagar a renda, água, luz e gás e a alimentação (era uma das minhas prioridades), o meu
passe para me poder deslocar para o meu trabalho e para a escola da minha filha, e nada lhe
faltar.

O orçamento familiar é uma ferramenta que permite gerir de uma forma mais eficaz o dinheiro e
planear algo com mais segurança. Apontar os rendimentos e as despesas são as primeiras
coisas a fazer, permitindo perceber-se quanto se ganha e quanto e onde se gasta o dinheiro,
através de um programa chamado de “Excel”. Basicamente, permite determinar o saldo entre
rendimentos e despesas e ver se é positivo ou negativo, dando uma visão de onde podemos
melhorar para gerir melhor o dinheiro.

Atualmente, ainda fazemos o orçamento familiar, onde apontamos os gastos essenciais, os


gastos não tão essenciais e os gastos extras (mais relacionados com o lazer) e assim fazíamos
as contas de forma a prever o dinheiro que íamos ter de gastar ao final do mês. Ao fim de cada

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mês víamos o orçamento para o mês seguinte, se era possível diminuir ou até aumentar o
mesmo, dependente da nossa situação financeira na altura. Mas com o orçamento familiar
conseguíamos sempre ter as contas organizadas e juntar algum dinheiro todos os meses.

A ferramenta que uso é o Excel porque permite-me fazer cálculos e gerar gráficos.

Algumas vantagens de fazer um orçamento familiar são conseguir juntar dinheiro para outros
projetos de vida, reduzir dívidas e capacidades de fazer planos e investimentos.

Recorria, por vezes, às promoções, analisando sempre se as mesmas compensariam, fazendo


a conta mentalmente do preço real e quanto ficaria com a promoção, por exemplo: seria mais
económico comprar um detergente a 4,25€ e que dá para 25 doses/lavagens, ou uma
embalagem da mesma marca, que custa 12€, mas que dá para 75 doses/lavagens? Fazendo
os cálculos é possível concluir que a segunda opção é mais rentável.

Por vezes, era muito saturante o tempo de espera das camionetas! Se as camionetas fossem
às 7h00 da manhã, tinha que estar na paragem às 6h30 no máximo, porque, às vezes, passava
mais cedo e se a perdêssemos, só teríamos outra camioneta quase 1 hora depois. Perdia mais
tempo à espera das camionetas do que a fazer o percurso até ao trabalho/escola da minha
filha, que demorava quase 40 minutos.

Em 2009, mudei-me para Lisboa, e fui ao Ikea de Alfragide inscrever-me. (ver anexo 2 –
imagem 2) Lá, havia fichas de inscrição perto da linha de caixas e depois de preenchidas
metiam-se numa urna. Passados uns dias, os recursos humanos ligaram-me para me
apresentar a uma entrevista de trabalho.

Quando fui à entrevista, mencionaram que havia três fases de entrevista, se passasse as três
fases ficaria selecionada.

A primeira fase era de reconhecimento, na segunda fase tinha que fazer uns testes para verem
em que secção me enquadrava melhor e tive que levar o meu registo criminal e na terceira fase
conhecia-se o chefe de secção e íamos para o “posto de trabalho”.

A primeira fase de reconhecimento é onde nos apresentamos. Depois, a segunda fase, é onde
fazemos alguns testes para que a empresa perceba em que área nos enquadramos melhor, de
forma que empresa nos possa “encaixar” no lugar certo. Por fim, na terceira fase, vamos
conhecer o chefe da secção em que fomos colocados e o posto de trabalho. Todas estas fases
são importantes, pois servem para integrar os funcionários e permitir que estes se sintam mais
confortáveis e acompanhados na hora de exercer as suas funções. Servem também para que a
empresa tenha a certeza de que está a contratar a pessoa certa para o lugar certo.

O certificado do registo criminal, serve para a certificação de que a pessoa não tem
antecedentes criminais. O CRC pode ser solicitado pela própria pessoa. Num registo criminal é
possível encontrar o que ficou decidido em sessões de tribunais portugueses, condenações e
até mesmo algo que tenha sido decidido por tribunais no estrangeiro, mas que tenham
notificado Portugal.

Dias depois fui contactada pelos recursos humanos do Ikea e comunicaram-me que, pelo meu
perfil, tinha sido selecionada para a secção de SAC (Serviço de Apoio ao Cliente e
Devoluções), e como tinha experiência em caixa, fazia reforço também na secção de front sac
(caixas). Sempre fui uma pessoa bastante polivalente, responsável, adapto-me com bastante
facilidade a qualquer situação (resiliente), sou flexível, determinada, criativa, gosto de aprender,
sou muito perfeccionista e honesta, e para ser uma boa profissional tem que haver ética
profissional, é fundamental.

No Ikea, fazíamos reuniões mensais para definir objetivos a alcançar, reportar falhas ou
dificuldades no mês anterior, corrigir essas mesmas falhas, determinar estratégias e falar em

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equipa. Na área de colaboradores, havia uma passadeira vermelha, onde era colocado o nome
e secção do melhor colaborador. A forma como é gerido o IKEA é valorizada pelos
colaboradores, e tínhamos um prémio para o melhor colaborador de cada secção. Para a
empresa era algo benéfico, pois uma funcionária que fosse polivalente conseguiria estar em
várias secções, em vez de ter dois funcionários em cada secção. A opinião dos empregados
era valorizada pelos chefes, mas em última análise, as decisões seriam sempre do chefe de
secção.

Na nossa secção de apoio ao cliente tínhamos o livro de reclamações e o livro de


sugestões/reclamação, e quando os clientes lá escrevem coisas positivas sobre os
colaboradores é imensamente gratificante.

Tive formação no Software de gestão empresarial da empresa, em transtipos, e segurança no


trabalho. Sem esta formação eu não conseguiria mexer nos programas instalados nos
computadores da empresa. (ver anexo 4)

Na formação foi-me ensinado a entrar nos programas, a registar as incidências, a dá-las como
resolvidas e a fazer os transtipos.

Alguns dos procedimentos que adquiri na formação foi, por exemplo, para entrar no programa
de gestão da empresa. Tínhamos de introduzir um código de modo a identificar cada
colaborador, no meu caso o código era o 3355. Depois introduzia os dados que me eram
solicitados durante o registo da incidência. Através do número que consta no talão de
compra: (RG) do talão retirava uma segunda via da fatura para anexar ao processo e via os
produtos que estavam a ser reclamados, depois introduzia as informações pedidas pelo
programa, nomeadamente a informação detalhada do cliente e do produto, assim como a
reclamação feita.

As formações foram para mim muito importantes, pois consegui adquirir as técnicas e
ferramentas necessárias para aumentar a produtividade e melhorar o atendimento ao cliente.

As formações nas organizações é algo extremamente importante e é o que pode distinguir uma
boa empresa de uma grande empresa, pois se uma empresa contratar funcionários e não lhes
der a devida formação, para além de ter funcionários um pouco perdidos no início e tornar, por
exemplo, a produção ou atendimento mais lento, vai fazer com que este vá pedir ajuda a um
colega ou superior, fazendo com que estes deixem de fazer o seu trabalho para ajudar um
colega. Mas imaginando isto numa escala de vários empregados, dá claramente a ideia de uma
organização que se vai tornar menos eficiente e eficaz, originando perda competitiva.

Internship in organizations is something extremely important and it is what can distinguish a


good company from an excellent company, because if a company hires employees and doesn't
provide them proper training, in addition to having employees lost at the beginning and slowing
down, for example, the production or services, will make them ask a colleague or superior for
help, making them stop doing their job to help a colleague. Imagining this on a scale of several
employees clearly gives the idea of an organization that will become less efficient and effective,
leading to competitive loss.

As organizações apostam cada vez mais na formação dos seus colaboradores, isto para mim é
essencial para melhorar a eficácia das empresas. Com uma formação correta e adequada os
seus colaboradores terão um desempenho mais eficiente, tornando também a própria empresa
mais eficiente. Uma empresa mais eficiente fornece uma qualidade superior nos serviços
prestados aos seus clientes.

O trabalho de SAC (serviço de apoio ao cliente) consiste em ajudar, acima de tudo, os clientes
nos seus problemas/questões, dar assistência nos esclarecimentos das suas dúvidas.

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Na empresa registava a saída e entrada de dinheiro e produtos, solucionava problemas e não
conformidades, geria a parte das devoluções de mercadoria, fazia a gestão de SAMS,
entregava ao cliente peças de substituição, porcas e parafusos, e também elaborava relatórios
com dados sobre os produtos. Na empresa, também fazia a planificação das cozinhas, casas
de banho e quartos.

Quando um cliente tem a intenção de planificar a sua cozinha tem de medir o espaço em
questão, tem de verificar onde se encontram e onde estão posicionadas as portas e janelas,
consultar o estado das paredes, fazer uma verificação completa de todas as tomadas de
eletricidade, ligações de água, canos, ligações de gás, radiadores, entre outras. Isto é, ver as
disposições de tudo isto. O cliente tem de ter também a noção dos materiais de construção a
utilizar.

O cliente tem que levar as medidas e os seus dados de registo do planificador de cozinhas
Ikea.

O cliente, contudo, pode contratar a verificação de medidas (equipa de profissionais) e a


instalação da cozinha e o seu transporte. A contratação só da verificação de medidas excede o
valor de 50.00€, a instalação e o transporte tem outro valor.

Quando o cliente faz a contratação com a empresa de verificação de medidas, e se houver


algum erro de medidas, o Ikea responsabiliza-se na totalidade pelos valores, do transporte e na
montagem.

Nas devoluções dos artigos, registava-se o artigo, se não tivesse referência do mesmo tinha
que se ver qual o nome do produto e a sua referência, para poder fazer a devolução para
cartão presente.

Recebia reclamações sobre os produtos da loja ou outras reclamações associadas à loja ou


mercadoria, e ajudava na sua resolução. Como por exemplo: um cliente foi à loja fazer uma
reclamação de uma gaveta com defeito, por isso tivemos que dar baixa de um produto novo no
armazém e entregar ao cliente esse mesmo produto. Por vezes, tinha mesmo que fazer piking
do artigo. Fazer o piking significa baixar o artigo na loja e dá-lo como quebra, para poder
resolver o problema, mesmo podendo dar algum prejuízo à empresa.

Ajudava os clientes a fazer as notas de encomenda e a verificar o estado das encomendas.


Como por exemplo: um cliente vai à loja e faz a encomenda de dois armários e eu tinha que
anotar e dar seguimento à encomenda feita pelo cliente. Tinha também que averiguar, em caso
de atraso na encomenda, o motivo, para conseguir esclarecer o cliente do que se tratava, se
era material em falta ou atraso na montagem.

Ajudava também quando o cliente queria planificar a sua cozinha, com as dimensões dos
armários, rodapés, dobradiças e o seu orçamento, usando a escala escrita na planta que o
cliente levava, e sabendo a correspondência real.

A secção de apoio ao cliente torna-se por vezes bastante complexa, pois há clientes que não
entendem que não se pode, por exemplo, devolver em dinheiro artigos sem talão, e aí tornam-
se agressivos e, mesmo sem justificação, pedem-nos o livro de reclamações. Quando
acontecia este tipo de coisas eu tentava resolver da melhor maneira possível. Respirava fundo
e tentava pensar em soluções para que o cliente não escrevesse no livro de reclamações. A
primeira coisa que fazia era acalmar o cliente e pedir desculpa (mesmo que não tivesse razão),
de forma a evitar mais discussões, tentava que se chegasse a um acordo sem que tivesse de
escrever no livro. Caso não conseguisse resolver a situação, informava o meu chefe de turno
para que ele tentasse resolver o problema.

Houve um caso em que uma colega minha, que ainda estava a estagiar, fez mal uma
encomenda e mais tarde, quando o cliente recebeu os produtos, percebeu que as quantidades

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não eram as que tinha encomendado. O cliente veio à loja reclamar e era eu que estava no
apoio ao cliente, por isso tive de ser eu a tentar resolver a situação. Foi então que atuei de
forma serena e tentei ser assertiva, tentando transmitir as minhas ideias e os direitos do cliente
de forma clara, direta e honesta. Tive então que negociar com o cliente uma forma de resolver
a situação para que este não fosse prejudicado. No final, ficou tudo resolvido e o cliente
recebeu um desconto no material que faltava. Ainda assim, o cliente queria fazer queixa da
minha colega, mas eu, num ato de companheirismo, alertei-o para a situação da minha colega
e consegui convencê-lo a esquecer a queixa, pois eu percebia os dois lados, o da minha
colega, que era a primeira encomenda que fazia e foi deixada sozinha naquela altura, e o do
cliente, que viu a sua encomenda ficar atrasada e consequentemente as obras que estava a
fazer.

Quando uma pessoa vai a um local comercial e sente-se insatisfeito e quer manifestar-se, tem
o direito de exigir o livro de reclamações. Este livro tem de ficar registado em triplicado, de
forma que o cliente fique com uma prova do que foi escrito, o dono tenha acesso a uma,
também, que fica no livro e a outra seja entregue a uma entidade competente. O dono do
estabelecimento só sabe se sofre punição ou não depois da entidade analisar o caso. Nenhum
estabelecimento comercial pode recusar a entrega do livro, se isso acontecer o cliente pode
chamar a polícia e apresentar queixa.

Na minha opinião, faz todo o sentido o livro de reclamações ser obrigatório em todos os
estabelecimentos, pois permite ao cliente ter a oportunidade de reclamar a uma entidade
competente quando se sentir prejudicado.

Por vezes, quando a linha de caixas precisava de reforço, também o fazia, pois sempre fui
bastante polivalente. A função era estar na caixa e passar os artigos pelo leitor de código de
barras, receber o valor das compras, verificando sempre o troco a dar, para evitar erros
(quebras de caixa). No fim do turno fazia exatamente como em SAC: fecho e contagem da
caixa, preenchia-se uma folha da empresa com o que se tinha feito em numerário ou em cartão
de multibanco, juntavam-se as folhas do piking e das devoluções, e entregava-se tudo dentro
de um saquinho com o valor da caixa e essa mesma folha totalmente preenchida com o nosso
nome e o número de colaborador, e entregava-se no cofre.

O Ikea também teve uma ideia bastante boa e inovadora, trazendo um serviço denominado de
“serviço 2ª Vida”. Isto aplicava-se quando uma pessoa queria mudar um móvel, comprava outro
e colocava o antigo no lixo ou então deixava em alguma zona de mato, poluindo o ambiente.
Contudo, com este serviço do Ikea é possível, quando uma pessoa tem um móvel do Ikea que
pretenda mudar, ir até uma loja Ikea e trocar por um valor que irá para cartão presente,
podendo a pessoa gastá-lo na loja.

O funcionamento deste serviço é muito simples: a pessoa leva o móvel e é feita uma avaliação
ao móvel de forma a ser estipulado um valor pelo mesmo. Após ser acordado o valor, o cliente
recebe o valor reembolsado num cartão com a quantia a gastar na loja. O Ikea coloca à venda
o móvel pelo preço que comprou e se não fosse vendido era feita a reciclagem, evitando assim
mais lixo no meio ambiente.

Na minha opinião, esta ideia é fantástica, pois encontra-se numa situação win-win, ou seja,
todos ficam a ganhar: o cliente, pois consegue desfazer-se do móvel antigo ganhando ainda
algum dinheiro pelo mesmo, e o Ikea, pois ao fazer com que o cliente vá à loja vender o móvel
acaba por conseguir que o cliente gaste o dinheiro na mesma loja.

O Ikea reutiliza as caixas dos móveis, utilizando-as como lixo, ao invés de as colocar nos
contentores. Utiliza também as caixas de forma original, isto é, utiliza-as como base de algo ou
como enfeite.

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O Ikea promove constantemente uma política de sustentabilidade com os seus produtos, mas
também junto dos seus clientes e dos seus colaboradores. No seu site, em www.ikea.pt, a
empresa sugere várias mudanças que podemos adotar em nossa casa para aumentar a
sustentabilidade, ou seja, o uso dos recursos naturais que o planeta nos dá, de forma mais
responsável. Algumas dessas práticas passam por utilizar as suas torneiras para reduzir o
consumo da água, utilizar os móveis que vendem por serem fabricados com madeira que
provêm de fontes recicladas ou guardar as sobras dos alimentos para reduzir o desperdício
alimentar.

Hoje em dia, existe uma maior preocupação por parte das pessoas em adquirir produtos
provenientes de fontes mais sustentáveis e acabam por apostar na aquisição desses produtos.
Ao haver essa possibilidade, as pessoas escolhem comprar os produtos mais amigos do
ambiente. Esta preocupação e aposta do IKEA, na produção de produtos derivados de fontes
mais sustentáveis, traz-lhes uma maior fonte de clientes, o que os tem ajudado a alcançar uma
posição de renome a nível mundial nas empresas do seu setor.

Antes de terminar o meu contrato, já trabalhava no Ikea há 1 ano e meio, perguntaram se


estaria interessada em abrir a loja do Ikea de Loures. Eu não aceitei, pois ficava-me mais longe
e o turno que iria fazer era só o fecho e não dava para mim. Como era um contrato de termo
certo, não me renovaram o contrato.

Por ser muito impulsiva disse logo que não, a verdade é que fiquei arrependida mais tarde; a
minha impulsividade é o meu ponto fraco. É uma coisa que tento todos os dias melhorar, e
essa sim, irá ser uma batalha até morrer.

Por isso costumo dizer muitas vezes: “sou grata por tudo, até pelo que é menos bom”, e tento
melhorar todos os dias com as minhas falhas.

Em 2010/2011, fui ao supermercado (Continente) ao pé de casa, vi que estavam a fazer


recrutamento para as caixas, e entreguei o meu currículo vitae. Passados alguns dias, fui
chamada para uma entrevista, na qual fui selecionada e comecei, então, a trabalhar para o
Continente de Telheiras como operadora de caixa (ver anexo 2 – imagem 2). Passava os
artigos pelo leitor código de barras e quando o código de barras não estava visível ou se
encontrava rasurado, ligava-se para o colega da secção a que pertencia o produto, para nos
facultar o número que se encontra no código de barras do mesmo, e registávamo-lo
manualmente. Ensacava as compras quando não havia mais de três pessoas à espera,
perguntava aos clientes se tinham algum vale de desconto, recebia os pagamentos, verificava
se estava correto e se tinha que dar troco, e fazia o respetivo troco, se assim fosse necessário.
No final do turno, fazia-se o fecho de caixa, e o fecho de caixa no TPA multibanco. Realizava-
se o fecho imprimindo o talão com as comissões incluídas e, em seguida, contava-se o valor
feito, preenche-se uma requisição do que foi feito com os descontos dos vales e, por fim, metia-
se o dinheiro no cofre. A operação de fecho é, geralmente, a última operação do dia ou quando
existe a mudança de turno.

Em simultâneo, trabalhei no projeto “TECER” como voluntária, na ludoteca das Irmãs do Bom
Pastor, situada na Ameixoeira. (ver anexo 5)

Este era um projeto comandado pela Ludoteca do Bom Pastor, que apareceu depois de um
trabalho feito por uma comunidade conhecida como “Irmãs do Bom Pastor” e foi implementado
em 1990. Todas as pessoas que trabalham neste projeto não recebem dinheiro, pois é tudo à
base de voluntariado.

Os objetivos deste projeto eram ajudar a desenvolver as capacidades das crianças, jovens e
até adultos, fazer com que as pessoas que moravam perto tivessem conhecimento dos
problemas ambientais que estamos a enfrentar, no que toca ao lixo e resíduos sólidos, tentar
que os pais acompanhassem mais os filhos na educação e no relacionamento com o mundo,

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promover a importância da partilha e solidariedade entre vizinhos e construir um atelier com
materiais em segunda mão.

Neste voluntariado, eu tinha que ajudar e controlar as crianças no estudo, tinha que receber as
crianças e orientá-las, tinha que lhes fornecer o lanche e a muitos, que não tinham condições,
eu preparava sacos com comida para eles levarem para casa. Tinha que conversar com as
crianças e perceber como se sentiam e como estava a correr a escola e tinha também que
ajudar a desenvolver a parte psicológica das crianças, com trabalhos manuais e jogos.

Para mim, este voluntariado era muito gratificante, pois para além de me sentir ocupada sentia
que estava a ajudar muitas crianças que estavam a passar por situações idênticas à que eu
passei. Conseguia que elas, e em vez de andarem perdidas na rua ou em casa e fossem por
caminhos errados, estivessem a ser apoiadas por nós. Com este projeto fiz bastantes
amizades que duram até aos dias de hoje, e comunicamos através das redes sociais.

Fazer voluntariado é ajudar o outro, sem estar à espera de algo em troca por pessoas, no
âmbito de projetos, programas ou até mesmo de forma individual, numa perspetiva de fazer o
bem e ajudar os outros.

Ao fazer o bem a outra pessoa acabo por me sentir melhor, por vezes uma simples ação para
mim pode ser algo que salva a vida de outrem. O voluntariado acaba por ajudar imensa gente e
isso traz-me uma sensação de dever cumprido e de satisfação. Após fazer voluntariado a
pessoa sente que se torna mais humana e que não é uma simples máquina de fazer as tarefas
do seu dia-a-dia.

Acredito que se houvesse mais campanhas de voluntariado ou projetos, como escrevi mais
acima, a qualidade de vida de muitas pessoas podia melhorar. Escrevi sobre pessoas, mas
também podia escrever sobre animais. Por exemplo, há pouco voluntariado para ajudar os
animais em canis, de forma a estes terem boas condições de vida e acredito que se houver
mais projetos deste género ou então formas de motivar as pessoas a fazerem voluntariado, se
contribuiria para uma melhor qualidade de vida de todos aqueles que precisam.

Acredito que uma solução seria arranjar compensações às pessoas que praticam voluntariado,
não monetariamente, pois deixaria de ser voluntariado, mas, por exemplo, no final de cada ano
escolher-se as 100 pessoas que mais voluntariado fizeram ou em que mais projetos
participaram e atribuir-lhes prémios. Desta forma, acredito que incentivaria muito mais as
pessoas a ajudarem e fazerem voluntariado. Embora o voluntário tenha de mostrar empatia e o
trabalho ser feito sem qualquer necessidade de retribuição, a verdade é que acredito que o
mais importante é conseguir-se ajuda para a vida das pessoas e se para isso tivermos de
premiar os voluntários, embora não seja o mais saudável ou correto, o resultado é o mais
importante. Pois havendo um incentivo, vão existir mais pessoas a fazer voluntariado e será
mais fácil ajudar as pessoas que passam dificuldades.

Trabalhei diretamente com a Irmã Helena Moderno (que, por sua vez, já era uma grande amiga
da minha família).

A Irmã Helena Moderno disse-me que estava a fazer o projeto “TECER”, na Alta de Lisboa
(antiga Musgueira), e que se chama Ludoteca do Bom Pastor.

O projeto “TECER” dá apoio a crianças/adolescentes e a adultos, e tem como objetivos


principais, os seguintes:

-Apoio à família

-Apoio à infância e juventude, incluindo as crianças e jovens em perigo.

-Apoio as pessoas idosas

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-Apoio à integração social e comunitária.

-Promoção da igualdade de direitos/oportunidades.

-Prevenção de todas as formas de violência, nomeadamente violência doméstica, violência no


namoro, etc.

O projeto “TECER” destina-se a promover a melhoria da qualidade de vida da população


vulnerável, com especial atenção às crianças e adolescentes sem suporte familiar.

Às quartas-feiras e quintas-feiras, das 14h00 às 15h30, ajudavam-se os adultos na


alfabetização, pois muitos, infelizmente, nem sabiam escrever os seus próprios nomes. Essa
ajuda era dada por mim e por outros voluntários.

Era um projeto onde várias instituições colaboravam, uma delas era a Oriflame, os Voluntários
com Asas (que pertencem à TAP de Portugal), entre outras mais.

Através de campanhas, diálogo e panfleto sensibilizámos os moradores para as questões


ambientais, a prevenção das florestas, fogos, entre outros. Eu tinha o papel de passar a
mensagem, conversando com os moradores.

A dada altura, a Irmã Helena Moderno comunicou-me que iria haver uma reunião, devido às
verbas estarem atrasadas, e automaticamente lembrei-me: “porque não fazer uma feira
solidária, para poder angariar algum dinheiro a vender as peças que os nossos meninos fazem
a um preço simbólico, roupas...”, e assim foi.

Preparamos tudo, fiz uns folhetos no Word para depois imprimir, a comunicar que iríamos ter
uma feira solidária, com preços simbólicos, para as pessoas comparecerem e ajudarem.

Eu utilizava a impressora para conseguir imprimir os panfletos que eram usados nas
campanhas de sensibilização referidas acima e os trabalhos com as crianças do projeto. Na
minha vida pessoal, utilizava a impressora para imprimir documentos.

As impressoras estão mais evoluídas atualmente do que na época em que eu estudava no


básico e têm muitas funcionalidades com bastantes resultados diferentes. Em geral, elas
servem para dar forma a imagens ou textos, tanto de forma mais privada como profissional.

A impressora é um aparelho fundamental nos dias de hoje, pois quando é preciso qualquer tipo
de documento impresso para o trabalho, comprovativos de algo ou até mesmo porque se
pretende guardar uma foto em papel, sem a impressora não é possível. A impressora é um
equipamento que utilizo com bastante frequência, para imprimir, digitalizar e fotocopiar
documentos.

Atualmente, existem diversos tipos de impressoras com funcionalidades diferentes, o que cada
vez mais dificulta a escolha.

Os tinteiros, normalmente, não são muito baratos, então, quanto mais poupar melhor, tanto
doméstica como profissionalmente, por isso a utilização de impressão a preto e branco é uma
solução cada vez mais utilizada, pois não se gasta tão rapidamente e poupa-se mais.

Colocámos os folhetos na porta da Ludoteca, na mercearia e cafés do bairro para a divulgação


da nossa feirinha solidária.

A nossa feira solidária foi bem-sucedida, ultrapassando as nossas expectativas, e assim sendo
começou-se a fazer a feira uma vez por mês. Nesta feira houve uma boa adesão por parte das
pessoas. O meu papel na feira era receber o dinheiro da venda dos artigos.

Para além da grande amizade que nos une, a mim e à Irmã Helena existia também uma
confiança extrema. Ficava a gerir a Ludoteca quando a Irmã Helena não estava, pois, a Irmã

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Helena tinha que ir várias vezes ao Porto e, muitas vezes, tinha que estar em retiro, e eu
ajudava nas escritas e requerimentos dos donativos e na marcação das reuniões.

Entretanto, terminou o meu contrato de trabalho no Continente como reforço e vi-me, mais uma
vez, desempregada, mas os tempos eram outros, até 2012 arranjava-se trabalho com mais
facilidade que nos tempos atuais e não foi necessário inscrever-me no centro de emprego.

Os meus trabalhos eram trabalhos temporários, como referido ao longo da autobiografia e tinha
contratos de, no máximo, um ano e meio, depois não renovavam contrato, pois diziam que não
podiam ter mais ninguém efetivo, uma vez que os quadros para efetividade estavam todos
preenchidos.

Por vezes, isso revoltava-me, pois eu gostava imenso de estar efetiva e não ter que andar a
saltar de trabalho para trabalho, apesar de ter aprendido muito em todos os trabalhos pelos
quais passei, por isso ser tão polivalente.

Foi então que, mais uma vez, inscrevi-me nas empresas de trabalho temporário, e foi a
Synergie que me colocou a trabalhar na BP, nas bombas de gasolina de Moscavide, mas já
sabia de antemão que era uma situação temporária, pois era para a substituição de uma baixa
de gravidez. (ver anexo 2 – imagem 2)

No primeiro dia de trabalho estava muito nervosa, pois nunca tinha feito nada parecido,
independentemente de ter experiência em caixa, não entendia nada a nível da gasolineira,
mas, felizmente, os meus colegas ajudaram-me e explicavam quando tinha dificuldades, a
interajuda entre colegas é muito gratificante e importante.

Mas sou uma pessoa que tenho facilidade e gosto de aprendizagem, mais ainda quando me
empenho em algo.

Para além das funções de atendimento ao público, cada colaborador fazia a sua abertura e
fecho de caixa e depósito, reposição de stock (ver os produtos que estavam em falta e repor e
preencher na folha de falta de stock o que falta) e limpeza da loja. Tínhamos que ver as
quebras dos jornais/ revistas, e se nesse dia houvesse uma fuga (cliente que tinha posto
combustível e fugisse), tínhamos que chamar a polícia e tentar ver pelas câmaras a matrícula
do automóvel, preencher uma ficha de fuga e o valor da fuga. No caso de uma fuga, pagaria o
prejuízo o trabalhador que tinha dado o ok da bomba. Eu cheguei a assistir a um caso em que
a minha colega deu autorização para abastecer, mas o cliente saiu sem pagar e então foi
necessário todo aquele processo descrito acima: chamar a polícia, ver as imagens e preencher
a ficha de fuga.

Um dia, quando estava a trabalhar, presenciei uma situação bastante desagradável e que me
deixou muito desconfortável. Um colega que trabalhava na lavagem de carros entrou pela porta
errada e a minha chefe começou, de forma exaltada e com um tom de voz muito elevado, a
ofendê-lo, chamando-lhe alguns nomes, dizendo que só podia ser cigano por ser tão burro.
Perante esta situação não consegui ficar calada e tentei ajudar o meu colega, acalmando-o e
afastando-o da confusão. Em seguida, aproximei-me da minha chefe e tentei fazê-la ver que a
atitude que tomou perante aquele colega não era nada correta, porque, primeiro, não se deve
tratar nenhum empregado daquela forma e muito menos discriminá-lo pela etnia. Tentei
mostrar-lhe também que todos erram, pois são humanos, até eu própria já tinha errado no
trabalho. Com isto tudo ficou mais calmo e consegui serenar os ânimos, tendo, mais tarde, o
colega me agradecido pela compaixão que tive com ele.

Nas minhas folgas da BP, eu ia para a ludoteca sempre que me fosse possível, e como
tínhamos a nossa feira uma vez por mês, nem que pedisse a algum colega do meu trabalho
para me trocar a folga.

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Nos tempos livres que sobravam, eu e a minha filha gostávamos, e ainda gostamos, de
passear pelo Parque das Nações, pelo centro comercial; a minha filha adora o Gil, que é uma
Mascote da Expo 98.

A Expo 98 foi inaugurada no dia 22 de maio em 1998.Foi um evento que não foi só importante
para a cidade de Lisboa, mas também para o país. A Expo trouxe imensas estruturas, um
pavilhão, um oceanário, um casino, entre outras coisas, o que faz com que venham bastantes
visitantes não só de outras partes de Portugal, mas também do estrangeiro. Para além destas
estruturas temos outras que atraem turistas a Portugal, como museus, igrejas, catedrais, etc.

Esta exposição de Portugal ao mundo teve um grande impacto económico para o país, com
bastantes receitas e imensos postos de trabalho criados. Trouxe também uma mudança de
autoestima dos portugueses, segundo foi possível apurar pelos meios de comunicação da
época, através de reportagens e entrevistas às pessoas que passavam pelo local. Alimentou o
turismo, trazendo bastantes estrangeiros para Portugal, que obviamente consumiam cá,
pagavam hotéis, entre outras despesas, ajudando assim a economia do país.

Na minha opinião, a Expo 98 foi essencial para a evolução de Portugal como um todo, não só a
nível económico (que foi bastante importante), como também na criação de vários postos de
trabalho, principalmente para as pessoas da construção civil, mas também a nível social, pois
foi algo revolucionário para o país e fez com que os portugueses olhassem com orgulho para o
trabalho ali desenvolvido e sentissem que o seu país agora estava no mapa do turismo
mundial.

Obtive esta informação através da visualização de reportagens em vários canais de meios de


comunicação, como por exemplo, a SIC, e em artigos sobre a Expo98 na Renascença e
Publituris.

Fonte:https://sicnoticias.pt/pais/2018-05-22-Expo98-foi-inaugurada-ha-20-anos-Parque-das-
Nacoestem-hoje-as-casas-mais-procuradas

Fonte: https://rr.sapo.pt/el/pais/2018/05/18/a-expo-98-pos-mais-portugal-no-mundo-e-mais-
mundo-em-portugal/113500/

Passados alguns meses de ter começado a trabalhar na bomba de gasolina o meu contrato de
trabalho temporário terminou, e mais uma vez tive que ir à luta, e lá tive eu que entregar e
enviar via e-mail (Gmail) o meu currículo Vitae, para várias empresas, lojas, cafés, etc.

Quando envio o e-mail, utilizo o meu Gmail, e anexo um ficheiro com o meu currículo Vitae e a
carta de apresentação. As tecnologias vieram trazer bastantes benefícios e, no meu caso em
particular, facilitou-me imenso. Quanto às compras online, também comecei a utilizar essa
opção, principalmente depois do nascimento do meu filho, pois assim conseguia ficar a tomar
conta dele e ao mesmo tempo comprar o que necessitava para a casa. As novas tecnologias
também facilitaram a comunicação com a minha filha, que mora longe de mim, podemos falar
agora diariamente e através de vídeo.

Em suma, as tecnologias, na minha vida, tiveram um impacto superpositivo.

Na minha opinião, o facto de podermos enviar o currículo vitae pelo e-mail, para dar
seguimento às respostas dos anúncios de trabalho, tornou-se mais económico, mais cómodo,
pois antes, a pessoa tinha que se deslocar às empresas (não só para responder ao anúncio,
mas também para a procura de trabalho), e quando não nos chamavam, acabávamos sempre
por gastar dinheiro nos transportes, sendo assim, tornou-se também mais prático e económico.

Tomo medidas de precaução ao abrir ficheiros em anexo, nomeadamente ao abrir ficheiros de


extensão executável (.exe), por exemplo “image.exe”, pois estes normalmente carregam
malware e vírus. Na linguagem de programação é a última extensão que conta (.exe), é o sinal

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de um executável, pois será executado caso dê autorização. Quando não tenho a certeza se os
programas são legítimos, vou ao Google (navegador da web), e dígito o nome e verifico a sua
legitimidade. Quando estou a navegar pela internet existe um palavreado que não me é muito
familiar, tal como: largura de banda, cookies, Hiperlink, Url, nuvem, Modem, navegador,
aplicação, etc.

Com alguma pesquisa percebi o significado das palavras acima referidas. Os Cookies
permitem guardar informações do visitante da página; Url é um género de identificado de rede,
ou seja, o caminho para um arquivo, pasta, ou página; a nuvem é para armazenar informações;
Hiperlink é a conexão entre páginas da internet; aplicação é um programa criado por
programadores com funções definidas; Modem é um aparelho que faz a transmissão de rede
entre computadores; largura de banda é a quantidade máxima disponível para a transmissão
de internet e o navegador é um programa criado para as pessoas conseguirem navegar pela
internet através de links e consultar diversas páginas.

Após ter perdido o emprego na bomba, fui ver sites de emprego, e no site Indeed, vi as ofertas
de trabalho que lá havia. Enviei um email, através do Gmail, e anexei o meu currículo Vitae e
carta de apresentação, e à posteriori marcaram uma entrevista.

Em 2012, fui trabalhar então para uma empresa que se chama Padaria Portuguesa, na
Baixa/Chiado, como empregada de balcão e caixa. (ver anexo 2 – imagem 2)

Quando se fala na Baixa/Chiado fala-se de um dos locais mais simbólicos de Lisboa. Fica entre
a Baixa Pombalina e o Bairro Alto. Na década de 80, devido à alteração de comportamento dos
Lisboetas, que ganharam outros hábitos e começaram a visitar e deslocar-se para outros
locais, e à fundação do Centro Comercial “Amoreiras”, o Chiado ficou decadente. Foi no ano de
1988 que durante a madrugada do dia 25 de agosto, houve um incêndio num edifício. Este
incêndio foi bastante grande e atingiu mais de 17 prédios. O Chiado ficou destruído e perdeu o
brilho que o acompanhava, por isso, foi necessário começar a reconstruir o que foi perdido e
dar uma nova vida ao local. Esse renascimento não foi fácil e durou toda a década de 90.

Atualmente, o Chiado é bastante importante, sendo o centro do comércio de Lisboa, onde é


das zonas mais movimentadas do país e acontecem vários eventos emblemáticos.

Outro marco importante na história do Chiado foi o sismo de 1755, onde houve a destruição
quase completa.

Quando estava na caixa, como era pré-pagamento, registava o pedido dos clientes e recebia
os seus pagamentos, confirmando sempre se o valor estava correto e se era necessário dar o
troco, e entregava o talão/recibo.

Quando estava ao balcão, servia aos clientes o que tinham pedido, e, para além disso, tentava
fazer a venda de bolos caseiros e das compotas, pois se conseguisse vender a quantidade que
o nosso gerente de loja mencionava, ganhava-se um dia de folga compensatória (era um bom
incentivo), e tentava fazer essas vendas de forma a cativar cada cliente com simpatia, sugeria-
lhes degustação de uma pequena fatia de bolo, para que o cliente pudesse saborear e assim
fazer a venda do mesmo.

No final do turno fazíamos a limpeza das máquinas de café e de sumo, assim como a limpeza
envolvente do café. Fazia a contagem dos bolos e pão e as quebras, preenchendo uma folha
com o número de bolos que tinha sobrado, fazia o mesmo com o pão que tinha sobrado.

Os colaboradores podiam escolher alguns bolos e pão que tinham sobrado para levar para as
suas casas, os restantes bolos/pães entregávamos também a uma senhora para entregar a
uma instituição, e como a loja era na Baixa/Chiado, muitas vezes, davam-se também aos sem-
abrigo que já sabiam e lá iam por volta das 21h30.

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Meses depois, fui fazer a abertura de uma nova loja em Telheiras, e fiquei nessa loja, porque
era mais perto da minha área de residência.

Passado algum tempo, apaixonei-me por um colega de trabalho, que se chama Bruno Miguel,
apesar de esse facto ir contra a minha ética profissional, o meu coração acabou por ceder.
Acredito que um namoro com um colega de trabalho, principalmente numa fase inicial, pode
afetar o rendimento ou causar algum mal-estar no trabalho e, para além disso, caso a relação
não corresse da melhor forma seria complicado dividir o mesmo espaço com a pessoa
diariamente.

Começámos a namorar, mas no nosso local de trabalho éramos só colegas, e não poderia ser
de outra maneira. Claro que se torna estranho, mas tinha que ser assim, era o mais correto. O
facto de não saberem que tínhamos uma relação permitiu-nos trocar folgas com os colegas
para podermos estar juntos, se os chefes soubessem automaticamente iam separar-nos e
íamos para lojas diferentes. Ou seja, já era complicado estarmos juntos de folga, se
estivéssemos em lojas diferentes mais complicado seria, pois assim trabalhávamos juntos e
acabávamos por nos ver e falávamos, nem que fosse só a nível profissional.

Um dia, na nossa folga, uma colega viu-nos juntos e, infelizmente, os seus “ditos e mexericos”
chegaram aos ouvidos das chefias. Um dia, no final do turno, a chefia chamou-nos e
confrontou-nos com o facto de termos uma relação, e nesta situação não poderia esconder,
confirmei que sim, e que iríamos continuar a ser extremamente profissionais, como tínhamos
sido até à data, e que nada mudaria no nosso profissionalismo e nas nossas vendas. E o chefe,
então, disse que se assim fosse não nos mudaria para lojas diferentes, que iria dar o benefício
da dúvida. Sendo assim, continuámos os dois na loja de Telheiras, pois sempre fomos bastante
profissionais e ninguém tinha visto algo que fosse prejudicial ao funcionamento da loja.

Num certo dia tive um acidente de trabalho, no qual cortei o tendão do dedo e tive que ir para o
Hospital de Santa Maria. Dei entrada como acidente de trabalho e tive que levar 8 pontos. No
dia seguinte, liguei ao meu chefe para saber qual era o nome da seguradora, para me poder
deslocar lá para que eu fosse seguida, pois o médico do Hospital de Santa Maria disse-me que
como era um acidente de trabalho tinha que ir ao meu seguro para fazerem a parte da
enfermagem, e necessitava da baixa que era passada pelo médico do seguro, pois não podia
mexer a mão, ou seja, não podia ir trabalhar fiquei a saber que não tinha seguro. Era como se
não fosse colaboradora da empresa. Fiquei estupefacta com o que me estava a acontecer,
fiquei indignada e tive que tomar providências.

A primeira coisa que fiz foi uma queixa na ACT (Autoridade para as Condições de Trabalho).
Levei todos os documentos que tinha em minha posse, como por exemplo, o extrato bancário e
os horários de trabalho, e tive que reunir testemunhas que, se fosse necessário, iriam confirmar
como de facto estava lá a trabalhar. Neste caso, eu não tinha contrato de trabalho, não
estavam a ser respeitados os meus direitos, entre os quais ter um contrato e ter acesso ao
seguro. Em virtude do que me aconteceu, consegui perceber a importância do Código de
Trabalho, pois sem ele todos os direitos que constam no Código do Trabalho, nomeadamente o
direito a um contrato de trabalho, deixariam de ser válidos e os donos das empresas não
seriam obrigados a fornecer aos seus colaboradores os seus direitos consagrados,
nomeadamente o direito a uma retribuição, a um subsídio de férias ou a um horário de trabalho.
Os direitos dos trabalhadores não seriam assegurados e as entidades patronais seriam os
únicos beneficiados.

A ACT, Autoridade para as Condições de Trabalho, é um serviço português administrado pelos


serviços públicos, tendo o Ministério da Economia e do Emprego a sua tutela. Esta entidade
pretende investigar certas irregularidades presentes no setor privado e público, como
irregularidades nos contratos ou problemas de higiene e segurança no local de trabalho.

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A ACT tem sede em Lisboa, e segue o Decreto-Lei nº326-B/2007, de 28 de setembro. O
decreto de lei pode ser consultado: Decreto-Lei 326-B/2001, 2007-09-28-DRE

Se uma empresa não estiver a cumprir com as suas obrigações, isto é, a respeitar os direitos
dos trabalhadores, tal como aconteceu na minha, é possível fazer queixa à ACT. Caso a
pessoa não se queira expor pode sempre fazer de maneira anónima (eu dei a cara, como se
costuma dizer). Em relação às denúncias, não é obrigatório que estas sejam feitas por pessoas
que trabalham na empresa, podem ser feitas por pessoas fora do ambiente da empresa.

Se uma pessoa quiser fazer queixa tem duas possibilidades: ou faz online, em que tem de
preencher um formulário ou então de forma presencial, onde também preenche o formulário,
mas este é entregue diretamente à ACT que está a abranger o local onde trabalha. Tanto as
queixas online como presenciais são gratuitas.

Normalmente, existem dois formulários para preencher, um é o “pedido de intervenção


inspetiva” e o outro “pedido de intervenção inspetiva para casos de assédio moral ou sexual”,
mas agora, em tempo de pandemia e com o aparecimento do teletrabalho, existe outro tipo de
formulário, “pedido de verificação de condições para o trabalho”, tendo a pessoa que preencher
o formulário adequado à sua situação. Foi graças a uma professora da faculdade onde minha
mãe trabalha que percebi como fazer queixa e que formulários tinha de preencher. Preenchi
um formulário de pedido de intervenção inspetiva e um formulário de pedido de verificação de
condições para o trabalho.

No dia em que fui chamada ao setor dos recursos humanos para falar com o meu patrão, em
virtude da queixa que fiz à ACT, pediram que retirasse a queixa, pois iria manchar o nome da
empresa. Contudo, não achei correta a atitude, pois eles é que tinham falhado e não eu. Foi
então que decidi negociar com o meu patrão, pois tinha ficado efetiva, mas o meu objetivo era
não ficar efetiva, devido a tudo o que aconteceu. Só queria o meu contrato de trabalho com a
data em que iniciei funções e os meus direitos. Sendo assim, coloquei essa proposta em cima
da mesa: não ficar efetiva, mas receber o meu contrato com a data de início de trabalho. Foi
então que o meu patrão aceitou a proposta, pois era o que mais fazia sentido para mim na
altura, não ficar efetiva. Sendo assim, consegui evitar que se “vingassem” de mim dentro da
empresa pela queixa feita, tornando os meus dias de trabalho massacrantes a nível psicológico
e ainda mantive a queixa feita, saindo assim a ganhar, no meu ponto de vista, na negociação.

Um ano e meio depois, eu e o meu namorado fomos viver juntos. Arrendámos uma casa, e
nessa casa o quarto de casal não tinha roupeiro. O roupeiro teria que ter 2,70 metros de altura
por 3 metros de comprimento com uma profundidade de 70 centímetros, seria o ideal, pois o
roupeiro teria que ser embutido.

E então fomos ao Ikea. Falei com um colaborador da secção de roupeiros e escolhi o roupeiro
Pax, que é uma das gamas em que o cliente pode escolher o tamanho, cor e estilo e também
as arrumações do seu interior.

A minha filha Carolina tinha-me perguntado se eu podia pintar o quarto dela de cor-de-laranja,
então, tive que calcular a área da parede do quarto, tive que medir a altura e a largura (pois era
só para pintar uma parede), logo, multipliquei a altura pela largura da parede, e tinham que ser
dadas duas demãos para ficar com o tom uniforme.

Para calcular a área, tive que multiplicar a largura pela altura:2,70x2,00=5,40m 2

Fomos comprar os eletrodomésticos que me faltavam, como por exemplo, a máquina de lavar
loiça de categoria A+++.A classe energética A+++ faz parte de uma etiqueta imposta para que
as pessoas possam distinguir quais os aparelhos que consomem menos energia.

A primeira vez que olhei para as etiquetas, fiquei um pouco surpreendida e sem entender o
significado das mesmas, parecia chinês para mim.

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Foi então que o vendedor explicou que todos os eletrodomésticos com a etiqueta de categoria
A são os que têm a máxima eficiência energética comparativamente àqueles com as categorias
B, C, etc. Ou seja, estas etiquetas classificam a energia dos eletrodomésticos. Pode-se assim
concluir, segundo o que está transmitido nas etiquetas, sites especializados em
eletrodomésticos e também pelo que o empregado relatou, que os eletrodomésticos da
categoria A+++ são mais amigos do ambiente pois consomem menos energia que os
eletrodomésticos de categorias com menor eficiência, diminuindo assim a fatura da energia no
final do mês.

Na nossa casa somos cuidadosos com a poupança de energia e somos preocupados com o
ambiente. Desta forma, costumamos desligar sempre as luzes quando não estamos a
necessitar delas, por exemplo, quando estamos todos na sala, não faz sentido estar a luz da
cozinha ligada ou de outra divisão, então, tento sempre alertar para que se mantenham as
luzes desligadas. No caso de estarmos na sala só a ver TV, também mantemos as luzes da
sala desligadas, pois não estamos a necessitar das mesmas. No meu quotidiano evito também
andar de carro, só mesmo quando necessário. Sempre que tenho de ir buscar o meu filho,
prefiro ir a pé, pois para além de não poluir o ambiente e não gastar gasolina, ainda faço algum
exercício físico. Na minha visão, acredito que com estes gestos, que eu e a minha família
temos, ajudamos o meio ambiente. Se todas as famílias mudassem os seus comportamentos
ficavam todos a ganhar, tanto o meio ambiente como as próprias pessoas, que poupavam
dinheiro. No caso dos automóveis, muitas pessoas vivem ao pé de supermercados e optam por
ir de carros em vez de irem a pé ou até de bicicleta, isso faz com que os gases poluentes
originados pelo carro subam até à atmosfera e provoquem danos irreversíveis. No caso de se
alterarem estes hábitos haveria uma diminuição drástica desses gases poluentes na atmosfera.

Um dos danos irreversíveis que mencionei causados pelos gases poluentes é o aquecimento
global, que trará problemas como o desaparecimento de espécies de animais, desequilíbrio no
ecossistema, derretimento de icebergs e consequente aumento do nível médio das águas,
podendo várias regiões ficar submersas, tudo isto devido ao aumento da temperatura média do
planeta.

Se as pessoas começassem a usar mais os transportes públicos, ou até mesmo, tal como
sugeri, se deslocarem a pé para o supermercado, iria reduzir muito a utilização de carros e, por
conseguinte, a sua emissão de gases poluentes para a atmosfera. Com isto, a poluição iria
diminuir e com o tempo talvez fosse possível reverter alguns dos danos já causados.

Atualmente, já existem tantas alternativas, não só em transportes públicos (comboio, barco,


metro, autocarro), mas também bicicletas, trotinetes elétricas, motas elétricas. Se realmente as
pessoas quiserem mudar os seus hábitos e deixarem de usar os seus veículos pessoais para
fazer curtas viagens ou até longas viagens, que dá para fazer de outra forma mais sustentável,
o valor referente à poluição irá certamente diminuir. Basta tirarmos como exemplo o tempo em
que praticamente o mundo inteiro esteve confinado devido ao Covid-19 e não havia tanta
movimentação de carros. Os estudos mostrados na televisão, através de reportagens,
mostraram uma diminuição dos níveis de poluição tanto a nível atmosférico como na poluição
marítima.

Algo que me fez ver a importância de cada vez gastarmos menos energia é o facto de o clima
estar completamente alterado. O clima está completamente alterado devido ao aquecimento
global gerado pela produção constante de gases poluentes que vão para a atmosfera.

Eu, através da visualização de documentários e noticiários, percebi que apesar de haver fontes
de energia renováveis, que já são usadas por grandes empresas como a Cisco, ainda existem
muitas fontes de energia que poluem o ambiente e apesar de não estar entre as 5 principais
fontes de poluição também contribui e muito para a poluição do planeta.

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Hoje em dia, já sentimos um pouco desses efeitos, como as alterações de clima constantes,
por exemplo, por vezes, em pleno inverno, em Portugal, está calor e céu limpo anormal para a
época. Os glaciares estão a derreter, alguns locais onde é suposto estar mais humidade para a
sobrevivência de muitas espécies estão a mudar e consequentemente as espécies começam a
desaparecer, ou seja, se num tão curto espaço de tempo já existem estas consequências
graves, imagine-se daqui a 20/30 anos se nada for feito e se os nossos hábitos não forem
alterados. Por isto tudo que referi é que tenho tido muito cuidado em tomar decisões que
ajudem ao máximo o ambiente.

As máquinas de lavar loiça têm o programa eco, que funciona mais devagar, mas o esforço
aplicado é menor, logo, torna-se mais eficiente porque precisa de menos energia para
trabalhar. A máquina que comprei tem esta característica, por isso é que me chamou a
atenção.

Pelo facto de esta máquina de lavar loiça ser da categoria A+++ era mais cara que outra
máquina de categoria mais baixa. Apesar da máquina de categoria A+++ consumir mais água,
consumia, pelo contrário muito menos energia, acabando assim por compensar no final do
mês.

Portanto, chegámos à conclusão que quanto se sobe mais na classe e menos energia gasta,
mais a máquina aumenta de preço.

Escolhemos essa máquina com a categoria A+++, pois hoje em dia cada vez mais há uma
grande preocupação com estilos de vida mais sustentáveis e claro, nós, enquanto cidadãos
preocupados com o meio ambiente, também quisemos contribuir e se todos contribuirmos, o
meio ambiente agradecerá.

Depois de tantas mudanças, achei que estava na hora de aprender a fazer o IRS, assim
pouparíamos algum dinheiro, pois assim deixava de pagar a alguém para o fazer. Comecei eu
a fazer o IRS, o da minha mãe e do meu padrasto, do meu avô e dos meus sogros pela
internet. Uma colega da minha mãe explicou-me e ajudou-me nesse ano de 2014, depois
sempre que tenho algum tipo de dúvida, ligo para a linha de apoio do Portal das Finanças. Esta
inovação de fazer o IRS online permitiu-me poupar dinheiro na deslocação e permitiu-me
poupar tempo, pois não tinha que ficar em filas à espera da minha vez e conseguia aproveitar
esse tempo para estar com a minha família, tendo assim maior comodidade. Tem outras
vantagens, tais como: permitir fazer a simulação, ficando assim a saber se tenho direito a
receber ou o dever de pagar e o respetivo valor, e o reembolso é mais rápido.

Quando faço algo online, sejam compras ou, por exemplo, a entrega do IRS, tento sempre ter
em atenção se coloco bem os dados de forma a não ocorrerem erros graves, pois ao submeter
com erros, a resolução destes pode não ser muito fácil. Na parte mais ligada à segurança tento
sempre comprovar que o site é legítimo, pois existem muitas falcatruas online, isto é, pessoas
com conhecimentos na área das tecnologias conseguem criar sites muito parecidos aos
originais, de forma que pessoa acredite seriamente que está no original e acabe por dar os
seus dados. Por isso, sempre que entro num site com o objetivo de comprar algo ou declarar
algo, tento ver a referência da página, os comentários e o domínio para ver se é igual ao
original.

Quanto ao tempo é algo que se ganha com estas ferramentas tecnológicas, pois permite-me
fazer mais tarefas ao longo do dia. Se tiver que entregar um documento presencialmente, para
além do tempo que perco na viagem e do dinheiro que gasto na mesma, ainda poderei ter que
esperar em filas. Com a tecnologia posso fazer isso através do meu computador, sem ter que
esperar por alguém e às horas que me der mais jeito. Nas compras online, por exemplo, posso
visitar vários sites em poucos minutos de forma a ter um leque mais alargado de soluções, algo
que presencialmente é mais difícil.

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Para além do site das Finanças, onde faço o IRS, utilizo também a Segurança Social,
homebanking para conseguir fazer transferências, pagamentos e consultar a conta sem ter que
ir a uma caixa de multibanco ou a um banco, Mbway para conseguir fazer pagamentos sem ter
de transportar o cartão multibanco, SNS24 para conseguir marcar análises e exames e também
receber receitas para ir levantar à farmácia sem ter de ir ao Centro de Saúde, entre outras.
Todas estas aplicações e novas tecnologias trouxeram-me grandes vantagens como já referi,
mas também trazem algumas desvantagens, como a falta de contacto social, tornando-nos
pessoas menos sociais, também se houver algum erro no site as pessoas ficam sem conseguir
fazer nada e principalmente os problemas com a cyber segurança, uma vez que a internet é um
lugar ainda muito inseguro e há pessoas capazes de conseguir ultrapassar as barreiras de
segurança criadas, conseguindo aceder aos nossos dados.

O IRS é um imposto sobre o rendimento, mais especificamente, um imposto sobre o


rendimento de pessoas singulares. É um imposto que tributa o rendimento da população,
apesar de haver algumas exceções que estão previstas na lei, por exemplo aos
desempregados, a pessoas que estiveram de baixa o ano inteiro, etc.).

O IRS analisa a situação social e económica da pessoa, ou seja, o cálculo tem em


consideração o seu estado civil, se tem algum tipo de deficiência, quantas pessoas dependem
da mesma, etc. O IRS é anual, uma vez que incide sobre os rendimentos entre 1 de janeiro e
31 de dezembro do ano em questão. O cálculo do imposto é feito consoante o rendimento da
pessoa, então, quanto maior for o seu rendimento durante o ano, maior será a percentagem,
apesar de haver um limite.

Na minha opinião, este imposto é importante e está bem categorizado, uma vez que quanto
maior o rendimento da pessoa, maior a percentagem, fazendo para mim todo o sentido, pois se
uma pessoa ganha o dobro da outra tem a capacidade de pagar também uma percentagem
maior que a pessoa que recebe metade.

Apesar de achar importante este tipo de impostos para o funcionamento dos setores públicos,
pois é daí que advém o dinheiro para pagar aos funcionários públicos e para manter as
plataformas públicas a funcionar. Ainda assim, acredito que os valores são altos para a
realidade do povo português, comparativamente com a Espanha ou Alemanha, por exemplo,
segundo os dados do jornal Económico.

Na minha família, os meus sogros são de Castelões, uma aldeia portuguesa situada em
Chaves e, como em todos os locais, existem tradições e lá não era diferente. Os meus sogros
têm a tradição da matança do porco, na qual, posteriormente, são feitas alheiras, chouriças e o
tradicional fumeiro. Nesta aldeia existe muita proteção ao património cultural, que neste caso é
o convívio e a matança do porco, cultura que se vai passando de geração em geração de forma
que não se perca. Perto da Aldeia, em Chaves, existe o Castelo de Chaves, que é considerado
Património Nacional, sendo protegido pelas organizações internacionais, tal como as termas de
água quente localizadas também em Chaves. Por isso, sempre que vou a Chaves, tanto eu
como a minha família tentamos preservar ao máximo, tendo certos cuidados como não ir para
zonas interditas, não sujar o recinto, não mexer em coisas que não estão autorizadas ao toque
e tentar ver sempre se há alguém a vandalizar o recinto.

Normalmente, quando vamos lá de férias aproveito sempre, por curiosidade, por tentar
perceber mais sobre a tradição e aprender a fazer alheiras e chouriças. Ao chegar à casa dos
meus sogros vejo uma quantidade enorme de alheiras e chouriças espalhadas pela casa, e
sendo eu da cidade, e não conhecendo as tradições, estranhei o facto de aquilo estar ali. Após
o primeiro dia de estranheza tive vontade de aprender. Foi então que o meu sogro me levou até
à matança de porco para eu observar todo o processo inicial. Durante a tarde estive com a
minha sogra já na parte de fazer as alheiras, onde ajudei a misturar a carne, azeite, entre
outros ingredientes. Outra tradição que existe na aldeia é a utilização diária da lareira, fazendo

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sol, chuva ou frio, uma vez que preferem a luz da lareira à luz artificial, pois sentem um
ambiente mais acolhedor. Para mim faz sentido, pois enquanto lá estive senti realmente um
ambiente mais calmo e puro, contrariamente ao da cidade, que é um ambiente muito mais
iluminado e artificial.

Toda esta tradição e os espaços culturais em Castelões são de extrema importância, pois para
além de manterem viva uma parte histórica da região, e assim ser possível incutir às novas
gerações os valores e costumes da mesma, também é uma fonte de rendimento, pois muita
gente vem de fora para visitar o local de forma a conhecer alguns pontos históricos da
localidade, tal como o Castelo de Chaves, que referenciei mais acima, e adquire os produtos de
fabrico próprio da região, contribuindo para o seu crescimento económico. Este turismo na
região permite que os valores e costumes da região sejam transmitidos a pessoas que os
desconheciam por completo e levem consigo e transmitam a outras pessoas, tal como
aconteceu comigo, tornando possível que a região ganhe reconhecimento e exista uma
construção de identidade cultural, pois certamente depois de espalhada a mensagem e as
vivências das pessoas que visitaram a região, muita gente, mesmo que não tenha visitado, vai
ter noção e conhecimento da mesma. As suas características únicas, assim como a produção
de produtos que só podem ser adquiridos aqui, tornam esta uma região de elevado interesse,
transformando-a em património da humanidade.

Outro hábito que eles têm lá na aldeia de Castelões é o acordar muito cedo, por volta das 5h30
da manhã, dizendo eles que serve para aproveitar o dia. Outra coisa diferente entre a aldeia
dos meus sogros e a cidade onde vivo é o clima. Em Chaves o verão é mais quente e o inverno
é mais frio, chegando mesmo a nevar, por isso, sempre que lá vou sinto ainda uma boa
diferença de clima e tenho de me adaptar, mesmo sendo no mesmo país.

Em 2012, os pais do meu companheiro e a minha mãe, num jantar de família, disseram para
irmos pesquisar uma casa no valor máximo de 120 mil euros, que nos ofereciam.

Recorremos a agências imobiliárias através da internet, em sites de pesquisa de compra e


venda de casas. Dentro desses valores, não vimos nada que nos chamasse a atenção. Então,
foi quando me lembrei que o meu irmão tinha comprado um apartamento no Montijo e até tinha
gostado daquela zona quando o visitei, era mais sossegado que Lisboa.

O Montijo e Lisboa são locais diferentes. Lisboa é um local bastante movimentado, com
bastantes turistas, bastantes empresas e tudo isto traz algumas vantagens em relação ao
Montijo, como por exemplo, mais emprego, mais meios de transporte, mais locais para visitar e
maior facilidade em aprender novas culturas, uma vez que existe um convívio com pessoas
vindas de toda a parte do mundo.

Contudo, o Montijo é um lugar mais pacato, onde é possível ter uma rotina de vida mais calma,
sem aquela pressão e confusão habitual que existe em Lisboa, o ar torna-se também mais
saudável, uma vez que não existem tantas empresas, tantos carros, tantas máquinas a
funcionar, tudo ao mesmo tempo, e também está bem servido de meios de transporte.

Na minha opinião, as pessoas em Lisboa vivem em stress constante e num ambiente bem
poluído, chegando ao fim do mês mais desgastadas do que alguém que trabalhe no Montijo,
daí que, para as pessoas que odeiam confusão (como eu), odeiam ambientes poluídos, odeiam
barulho e odeiam estar constantemente com pressa, o Montijo acabou por ser o lugar que
queriam para viver.

Fomos pesquisando em agências imobiliárias, e foi na agência Domusvisão – Medição


Imobiliária, Lda., que vi um apartamento T3, na zona do Saldanha, no Montijo, do qual gostei
bastante e ainda por cima era dentro desses valores.

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Foi então que marcamos uma reunião com o construtor do prédio, pois era um prédio recente,
e com o agente da Imobiliária, e fomos ver a casa pessoalmente, e, de facto, eu achei que esta
casa era adequada às necessidades que tínhamos, que era de a casa ter pelo menos 3
quartos, uma garagem, um sótão e duas varandas.

Deu-se o sinal para o agente da imobiliária começar a tratar de toda a burocracia, e, depois
desta tratada, foi-se à conservatória do Montijo, para proceder à escritura.

A casa fica no segundo andar de um prédio recente de quatro andares, com garagem e um
sótão grande. Todas as janelas são de vidros duplos, pois estes são melhores para o
isolamento térmico, e com estores elétricos, e tem duas varandas grandes. Escolhemos a tinta
aquosa acetinada para pintar a casa toda, pois esta tinta é mais resistente à lavagem e
aguenta mais tempo. O que nos fez optar por esta tinta foi também o brilho e a elegância que
dá à parede.

As lâmpadas são todas embutidas, pusemos as luzes leds, pois o meu sogro explicou-me o
quanto era mais económico ter essas luzes.

Atualmente, tenho apostado nas lâmpadas leds ao invés das lâmpadas normais, e a tendência
é para que cada vez mais se utilizem lâmpadas leds. O meu sogro, que é eletricista, disse-me
que há cada vez mais pessoas que optam por este tipo de lâmpadas e que a tendência é
aumentar, pois vão comentando com familiares e amigos o que estão a conseguir poupar. As
lâmpadas leds têm algumas vantagens em relação às lâmpadas normais, tais como,
aumentando o tempo útil de vida, são mais resistentes a impactos, não aquecem e por isso não
afetam os materiais que as revestem, não incluem substâncias nocivas, gastam menos
eletricidade, etc.

Em suma, segundo os dados que o meu cunhado que trabalha na EDP me passou, é possível
concluir que o consumo das lâmpadas normais é bastante superior às lâmpadas Led,
aumentando a conta da eletricidade, pois estima-se que com a utilização de lâmpadas Led se
poupe entre 60% a 90% da fatura da eletricidade. Esta informação foi-me passada pelo meu
cunhado de uma forma informal, isto é, durante um jantar onde debatíamos valores de
eletricidade e a melhor maneira de poupar. Neste caso não foi um estudo, mas sim a
experiência do meu cunhado no ramo e alguns dados provenientes da auditoria interna que é
feita na EDP.

Como disse anteriormente, a casa tinha duas varandas abertas, e eu queria fechar uma
varanda para, desta forma, poder estender a roupa no inverno. Neste caso, a varanda que
pertence às traseiras do prédio. O primeiro passo que tive que fazer foi procurar no Montijo
uma empresa que fosse qualificada para esse efeito, para me fazer um orçamento, e até
mesmo me aconselhar quais as janelas que seriam melhores para a minha situação. Depois de
me terem feito o orçamento, tive que pedir uma reunião de condomínio, para me poderem, de
certa forma, dar autorização para poder fechar uma das varandas. Como foi aceite por todos,
não foi necessária a autorização da Câmara, uma vez que a varanda é traseira e não implica
com a fachada do prédio. Depois de tudo tratado, foi quando vieram fechar a minha varada
com janelas de alumínio Termo lacado e com vidros guardian sun, pois o senhor explicou-nos
que estes vidros isolam do frio e do calor e deixam entrar a luz natural. Todos os materiais
foram escolhidos com a ajuda do meu sogro e do senhor que veio fazer a montagem. Esta foi a
única remodelação que fiz em minha casa.

Esta mudança e a utilização destes materiais trouxeram-me uma proteção em relação à água
proveniente da chuva, evitando assim infiltrações e humidade, no entanto, mesmo antes desta
mudança não existiam vestígios de humidade ou infiltrações na varanda. Quando escolhi o
alumínio termo lacado foi, obviamente, com ajuda. Como disse anteriormente, o alumínio termo
lacado foi uma solução pela qual optámos por ser mais duradora e económica. As vantagens

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que me traz o alumínio termo lacado é que irei desfrutar muito mais tempo sem ter que investir
novamente nesta estrutura, do que se escolhesse outros materiais, pois este traz-me
vantagens como não enferrujar nem ficar deteriorado com a mesma rapidez de outros
materiais. Além do mais, este necessita de pouca manutenção. Para além de ser uma solução
prática, durável e económica, esta minha escolha assegura-me um isolamento térmico e
acústico.

É nesta varanda fechada que eu consegui fazer o meu espaço de lazer e desporto, pois é onde
tenho a bicicleta e a passadeira.

Tenho certos cuidados cá em casa, relativamente ao desperdício de energia. Normalmente nós


desligamos a box e a televisão através do botão, pois só o facto de desligar a box, não significa
que deixamos de consumir energia, pois a televisão continua ligada, mesmo estando em
standby. Outra coisa que normalmente faço é desligar as fichas que têm botão de ON/OFF
quando não estão a ser usadas, pois se o botão tiver “ON” o consumo de energia continua e no
final mês notar-se-á a diferença.

Um vício que tínhamos cá em casa era deixar os telemóveis a carregar mesmo quando estava
totalmente carregado, pois não tínhamos a noção de que o consumo de energia continuava a
acontecer. Depois de um colega do meu marido ter-nos informado que íamos notar a diferença
se parássemos de fazer a asneira de deixarmos os telemóveis a carregar após estarem
totalmente carregados, fomos testar e no final do mês notou-se a diferença, apesar de pouca.
Tento também ter o mínimo de lâmpadas ligadas em casa, desligando sempre a lâmpada
quando mudo de divisão. Em suma, desde que começámos a optar por estas medidas notei
uma diferença ao final do mês a nível do valor da eletricidade. O facto de ir trabalhar de
bicicleta também ajudava no orçamento familiar, pois não gastava dinheiro em combustível ou
transportes. Eu não mexia no dinheiro que fazia das velas, ficava como poupança caso não
conseguíssemos cumprir o orçamento. De forma a conseguir planear a nossa vida fazia uma
gestão do orçamento familiar, dividindo o orçamento em 3 partes. Na primeira parte apareciam
as despesas essenciais e prioritárias e fazíamos o cálculo de quanto necessitávamos, depois
vinham as despesas não prioritárias e fazíamos mais uma vez os cálculos de quanto
necessitávamos e por fim vinha o lazer, que ficava dependente do dinheiro que sobrasse no fim
das outras duas partes. Com este orçamento tem sido possível organizar a nossa vida sem
grandes sobressaltos. Contudo, estes orçamentos estão sempre dependentes dos impostos,
pois quanto mais se ganha num mês maiores são os impostos e com isso haverá alteração no
orçamento.

Na minha opinião, todos os impostos acabam por ser importantes e ter um papel fundamental
na sobrevivência financeira do país, pois é dinheiro que o Estado usa para o serviço de saúde
e para os outros serviços públicos. O que pode acontecer é a diminuição do valor do imposto,
pois em Portugal temos impostos algo elevados, acima da média europeia. Às vezes, quase
incomportáveis pelos portugueses, tendo em conta o valor do ordenado mínimo nacional.

Entretanto, um mês e meio antes tivemos que tratar de tudo a respeito dos nossos trabalhos e
tive que rescindir o contrato de arrendamento, enviando uma carta registada com aviso de
receção para o meu senhorio.

No nosso trabalho, marcamos uma reunião na sede dos recursos humanos com o nosso chefe
e o gerente. Já tínhamos feito em casa a carta de rescisão do contrato de trabalho, pois tinha
de ser entregue com 30 dias de aviso prévio. Depois falamos e expusemos aos nossos chefes
o que se passava e que iríamos morar no Montijo. Eles assinaram as cartas de rescisão,
amigavelmente, pois nós tínhamos que dar tempo à casa. Como tínhamos dias compensatórios
e férias não gozadas, combinou-se que em vez de dar 30 dias à casa, eles não precisavam de
me pagar os dias compensatórios e as férias não gozadas, assim ninguém sairia a perder.

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Depois de toda a papelada assinada e tratada, e de ter tratado de tudo sobre os trabalhos e
sobre a casa arrendada, foi tratar e fazer as mudanças, encaixotar e embalar as coisas.

Para isso, pesquisei entre várias empresas de mudanças as que me ficavam mais em conta,
visto que era para a Margem Sul, cobravam ao quilómetro e também a portagem.

Então, decidi-me por uma empresa que cobrava à hora e não ao quilómetro, mesmo pagando a
portagem ficava-me mais em conta. Tive que calcular a distância desde onde morava e o
tempo que demorava a chegar, para isto recorri à tecnologia do GPS.

GPS tem como significado “Global Positioning System”. É um sistema tecnológico que usa
satélites para dar informações sobre a localização no planeta. O GPS, no início, era mais
utilizado em viaturas de forma que as pessoas se conseguissem localizar ou conseguir ter
direções até ao local pretendido sem se perderem, mas hoje em dia tem mais funções para
além da localização.

O GPS tem diversas vantagens de entre as quais: a duração da bateria, um ecrã em que se
percebe facilmente a rota a seguir, o preço, uma vez que os preços dos GPS até são
acessíveis, e também pelo facto de ser usado para navegação não se corre o risco de perder
direções devido a uma chamada, por exemplo.

Quando finalmente me instalei no Montijo, era altura de começar à procura de trabalho na


cidade ou arredores.

Houve um dia em que tive que ir a Lisboa e quando cheguei ao cais do Seixalinho, reparei que
estava fixado na vitrine do café (dentro da estação dos barcos) um papel a dizer” precisa-se de
empregada”.

Foi nesse momento que me dirigi e perguntei à senhora que lá estava se ainda estavam a
necessitar de empregada, a qual me respondeu que sim. Então, deixei o meu contacto de
telefone, e no dia seguinte recebi uma chamada do Sr. Paulo para me marcar uma entrevista, e
após a qual fiquei com o lugar. (ver anexo 2 – imagem 2)

O meu horário era repartido, tinha que estar às 5h30 no cais do Seixalinho, e eu resido no
Saldanha, então comecei a ir trabalhar de bicicleta, pois pouparia o dinheiro do passe, poupava
o ambiente de gases poluentes e fazia um pouco de exercício, e como o trajeto era pequeno,
até se fazia bem. Além de tudo, conseguia fazer uma melhor gestão do orçamento familiar.

Fiquei a trabalhar no café dentro dos próprios barcos da Transtejo. A minha função era
atendimento ao balcão e caixa. Fazia as sandes e embalava-as em película aderente, pois só
tínhamos 20 minutos de rota, para atender e servir os clientes, lavava a loiça, máquina de café,
fazia a contagem do moinho de café, repunha as faltas de sumos, leites, etc., e fazia a lista de
compras dos artigos em falta.

Tinha ainda que lavar o chão e fazer a contagem do dinheiro de cada barco, pois para cada
barco tínhamos a folha de relatório, na qual se punha o nome do barco, a hora, a contagem do
moinho de café e o valor que se tinha feito.

Nos barcos, o trabalho não era difícil, mas sim stressante, pois 20 minutos é muito pouco
tempo para gerir tantas coisas ao mesmo tempo; sendo que o mais importante era atender
todos os clientes.

Nas viagens de barco há horas de partidas e chegadas e não nos podemos atrasar, pois os
barcos ora iam pôr combustível, ora faziam outras rotas ou podiam ter avarias, ou seja,
tínhamos que ser bastante organizados e eficazes. Tínhamos de estar sempre prontos para
várias situações que poderiam acontecer.

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No ano de 2013 eu e o meu marido resolvemos que estava na altura de termos um filho, e
então marquei uma consulta de planeamento familiar com a minha médica para tirar algumas
dúvidas e saber se estava fisicamente tudo bem comigo.

O planeamento familiar ajuda a que se decida a melhor altura para ter filhos ou mesmo se é
realmente um desejo ter filhos, programa também a gravidez e o respetivo parto nas condições
ideais.

A lei n.º 3/84 e reforçado pela lei n. º120/99 dá o direito à população de ter o seu planeamento
familiar e também permite que métodos contracetivos sejam grátis em centros de saúde e
hospitais públicos. É importante referir que todas as pessoas têm o direito seja qual for o seu
estado civil. Alguns dos objetivos do planeamento familiar são melhorar a saúde e o bem-estar
da família e da pessoa em causa, dar oportunidade de escolher o número de filhos e quando os
quer ter, diminuir as mortes perinatal e maternal, promover comportamentos responsáveis em
relação à sexualidade, etc.

Fonte: https://dre.pt/home/-/dre/423065/details/maximized

Na minha opinião, que é baseada em documentários e noticiários que são transmitidos na


televisão, o planeamento familiar é bastante importante, pois se fizermos uma comparação com
os países que não dão este direito à população, repara-se num grande desconhecimento em
relação a tudo o que envolve a sexualidade, existindo uma grande ignorância em relação aos
riscos, às doenças sexualmente transmissíveis, à importância do uso de contracetivos, etc.

Em dezembro de 2013 engravidei, e a data prevista do parto era agosto de 2014.

Como trabalhadora (gestante), uma das minhas preocupações era entender os meus direitos
durante a gravidez, então fui pesquisando Leis dos Trabalhadores e aprendi coisas muito
interessantes. Se não as estudasse talvez nunca soubesse, acho que toda a empresa deve tê-
lo (decreto de lei) no local de trabalho.

O decreto de lei é: Lei n.07/2009, podendo ser consultado aqui:

Fonte: Legislação Consolidada - Diário da República Eletrónico (dre.pt)

Numa consulta de rotina, após a médica de obstetrícia ver os meus exames de rotina,
informou-me que tinha um deslocamento de placenta, e por isso teria que estar de baixa por
gravidez de risco, pois era necessário estar de repouso absoluto. Com esta gravidez aprendi a
ser uma pessoa mais tolerante e cuidadosa. Para além do repouso, não podia pegar em pesos,
não podia enervar-me e tinha que cumprir religiosamente as indicações da médica.
Comparativamente com esta a minha primeira gravidez foi uma gravidez sossegada e correu
tudo de forma normal, até mesmo na altura do parto, que foi algo rápido, enquanto o do meu
filho foi um trabalho de parto mais complicado que durou quase 18 horas.

No dia 12 de agosto de 2014, nasceu o meu filhote Bruno Salvador, com 41 semanas. Pesava
3.600 gramas, o seu comprimento era 50 centímetros e o seu perímetro cefálico 35
centímetros.

O Programa Nacional de Vacinação é grátis e pode ser acedido pela população portuguesa
desde a nascença. Serve para ajudar as pessoas, através da vacinação, contra certas doenças
que podem ser muito prejudiciais à saúde pública e individual. Com isto, pretende-se que o
impacto de certas doenças no país não seja elevado e que seja controlado.

Muitos países não têm um plano Nacional de Vacinação, ao contrário de Portugal que tem um,
embora não seja obrigatório os pais vacinarem os filhos, sendo cada vez mais as crianças que
não são vacinadas, podendo originar graves problemas no futuro. O aumento de crianças não
vacinadas pode afetar a saúde pública, uma vez que o risco de haver surtos de doenças que

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estão controladas e quase inexistentes, devido às vacinas, aumenta de forma significativa,
como pude observar em documentários e num site denominado “VEJA”.

Desta forma, e com todo o conhecimento que obtive sobre o PNV, decidi aceder para os meus
filhos.

No ano 2015, o meu contrato de trabalho acabou e fiquei em casa, a gerir diversas coisas,
como por exemplo: a lida da casa, tratar do meu filhote, organizar as listas de compras,
organizar as despesas e verificar as faturas. A NOS é o meu fornecedor de serviço de
televisão, internet e telemóvel, tenho dois números de telefone com 5 GB de dados móveis no
meu pacote da NOS. Apesar de conhecer mais fornecedores, este foi o que mais me cativou
com o valor e a velocidade da ligação da internet. De forma a usufruir da melhor qualidade e
rapidez da internet é preciso, para além do fornecedor do serviço ser competente (no meu caso
é a NOS), ter um computador razoável e um router minimamente potente.

O browser que mais utilizo é o Google Chrome; consulto vários sites, como por exemplo; da
banca (o do meu banco), Segurança Social, Finanças, IEFP, Galp (dar a contagem da luz/gás),
Bimby, Facebook, entre outros.

Eu faço uma utilização bastante assídua da internet, de forma a estar sempre atualizada.
Costumo consultar sites de notícias, sites de moda, sites de velas e materiais para velas. O site
espanhol era o que tinha o que eu procurava em específico por preços mais acessíveis. Este
site também já me tinha sido recomendado por uma pessoa conhecida.

A internet mudou completamente a forma como vivemos. Hoje em dia, é possível fazer
compras através da internet de forma bastante rápida sem ter que sair de casa, é possível
comprar coisas apenas existentes no estrangeiro, não é preciso ir ao cinema para ver um filme,
pois a internet certamente o terá. Ou seja, muitos hábitos que a população tinha no período pré
internet, começam a diminuir, tal como ir com a família fazer as compras do mês, ir ao cinema
a um domingo, ir a uma biblioteca requisitar um livro, etc.

Na minha opinião, estas alterações foram bastante favoráveis, contudo, perde-se um pouco da
magia em pequenos prazeres, como a ida a um cinema, pois vermos um filme em casa não é a
mesma coisa do que ir a um cinema. Eu, por exemplo, gosto muito de ler livros, poder folhear
as páginas, gosto de ter o livro fisicamente.

No caso de uma fatura da luz, os gráficos circulares que nela constam são mais úteis, sendo
que o gráfico traduz 100% dos valores referidos na fatura, tornando-se mais fácil interpretar os
consumos. Os gráficos são mais intuitivos e chamam mais a atenção, principalmente se forem
gráficos de barras, porque a barra maior irá representar o consumo mais elevado. Da mesma
forma, num gráfico circular, o setor maior representa também o maior consumo. Assim, é fácil
interpretar os valores e permite uma leitura mais rápida das faturas. Esta interpretação permite
que as pessoas consigam perceber a quantidade que gastam e de que forma poderão reduzir
os gastos.

Os gráficos presentes nas contas não mostram, de forma direta, as formas de poupar, mas
indicam de forma indireta como as pessoas podem pagar menos ao final do mês, pois através
dos mesmos é possível observar onde são feitos os maiores gastos, podendo assim a pessoa
deduzir onde está a gastar mais e tentar mitigar o problema do consumo excessivo.

Quando o meu filho tinha um ano de idade, numa consulta de rotina, a sua pediatra alertou-me
para a obesidade infantil, pois ele estava no limite do peso ideal. Quando se fala de um
problema de saúde pública ou de uma doença crónica, isto é, não é algo que afete no imediato,
mas que trará consequências para o futuro da pessoa, pensamos na obesidade infantil. A
obesidade é quando a pessoa tem demasiada gordura no corpo. Quando uma pessoa está
gorda demais corre o risco de gerar outros problemas e doenças graves. Existe uma maneira

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simples de uma pessoa conseguir ver se está abaixo, acima ou no peso ideal. Através do IMC
pode ser feita essa avaliação.

O principal fator de haver obesidade infantil é o grande desequilíbrio entre as calorias que as
crianças consomem e as calorias que perdem durante os dias, isto é, as crianças comem muito
mais calorias e fazem cada vez menos desporto.

Contudo, existem outros fatores que levam à obesidade infantil, tais como: stress, dormir
menos à noite, fatores genéticos, demasiado tempo a jogar computador, ver televisão e a
ingerir calorias ao mesmo tempo ao invés de se fazer algum desporto, de se brincar com os
amigos na rua, dar um passeio, entre outros.

A televisão veio trazer algumas vantagens, mas uma das desvantagens foi o aumento do
sedentarismo.

A televisão e o que ela transmite através de documentários e notícias vieram alterar a opinião
pública em muitos assuntos, pois antes do aparecimento da televisão as pessoas tinham uma
visão e uma mente muito fechada e conheciam só o que estavam a presenciar. No meu caso, a
televisão fez-me recentemente mudar a minha opinião sobre a vacinação contra a covid-19.
Quando apareceu a vacina e começou a ser atribuída às pessoas eu tinha na ideia não tomar,
pois acreditava que tinha mais desvantagens do que vantagens, pois acreditava que tinha sido
algo feito “à pressa” e que as vacinas levam mais tempo a ser produzidas, pois era preciso
testar os riscos a longo prazo. Contudo, a explicação de vários cientistas e médicas nas
televisões fizeram-me abrir a mente e ver que no fundo existem mais pontos positivos do que
negativos, pois com o aparecimento das novas variantes, se não houvesse a vacina, o número
de mortos podia ser devastador. Ou seja, se não houvesse televisão provavelmente, tal como
eu, milhares de pessoas não tinham mudado de opinião e o caos podia ser muito maior.

A obesidade infantil traz consigo doenças que afetam vários sistemas no ser humano, como o
sistema neurológico, cardiovascular, psicológico, dermatológico, endócrino pulmonar,
gastrointestinal e ortopédico. Algumas das doenças e complicações associadas à obesidade
são: asma, pré diabetes, hipertensão arterial, esteatose hepática, ansiedade, depressão, etc.

Fonte:https://www.sns.gov.pt/noticias/2019/07/10/portugal-obesidade-infantil-2/

A maneira de ajudar as crianças a não serem obesas é controlar a sua alimentação, isto é, não
permitir uma alimentação à base de gorduras, fritos, fast food, ou seja, ter uma alimentação
mais equilibrada. Também é necessário incentivar as crianças a fazer exercício físico, não só
na escola, mas também fora dela, inscrevendo-a, por exemplo, em alguma atividade, como por
exemplo um clube de futebol, dança, karaté, etc.

No caso dos meus filhos tentei sempre ter o máximo de cuidados com a alimentação, não
deixando que os meus filhos tivessem uma refeição à base de fast food, gorduras e fritos.
Tentava, na maioria das vezes, variar o tipo de alimentos, e seguindo a informação da roda dos
alimentos tentava cozinhar as quantidades ideais. Quanto ao exercício físico, tentava que os
meus filhos tivessem uma vida ativa e por isso inscrevi tanto a minha filha como o meu filho na
natação.

A roda dos alimentos é composta por sete grupos, os grupos têm tamanhos diferentes de forma
a representar as quantidades que devemos comer diariamente. As percentagens dos alimentos
referem-se ao peso total dos alimentos consumidos ao longo de cada dia, dos mais importantes
aos menos importantes.

Características nutricionais de cada grupo:

 Cereais e derivados (exemplo: trigo, centeio, arroz, pão, massas, batata) constituem
importantes fontes de glícidos, vitamina B e C e fibras alimentares.

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 Legumes (exemplo: couve, agrião, cenoura, alho, feijão verde) são ricos em vitaminas
A e C, cálcio, ferro e fósforo e fibras alimentares.
 Fruta (exemplo: maças, pera, laranja, pêssego, morango, banana) são ricos em
vitamina A e C, potássio e açúcar.
 Laticínios (exemplo: leite, queijo, iogurte, requeijão) são fontes preciosas de proteínas,
vitamina A, B e D e cálcio.
 Carne, peixe e ovo (exemplo: bife, pescada, ovos) fornecem generosas quantidades de
proteína, vitamina B, fósforo, ferro, iodo.
 Leguminosas (exemplo: feijão, ervilha, favas, grão, soja, lentilhas) são importantes
fontes de glícidos, proteínas, fibras alimentares, vitamina B e C, cálcio, fósforo e zinco.
 Gorduras (exemplo: óleo, azeite, manteiga) são fornecedoras de lípidos.

A água é importantíssima e está no centro da roda dos alimentos, pois é um elemento


essencial a todos os tecidos do ser humano, sendo essencial para a saúde e sobrevivência. O
corpo humano é composto por cerca de 70% de água, sendo que é importante ingerir cerca de
1,5 a 2 litros de água por dia. Portanto sem água na roda dos alimentos não faz qualquer
sentido, pois sem ela não sobrevivemos.

Fonte: https://alimentacaosaudavel.dgs.pt/roda-dos-alimentos/

No meu caso tenho tempo disponível para cozinhar cá em casa, ou seja, sou eu que faço o
almoço e o jantar, podendo assim controlar o que se come cá em casa e conseguir que todos
tenham uma alimentação equilibrada e saudável, recheada de alimentos frescos e bem
conservados, de forma a evitar problemas, como intoxicações ou algum problema com
gravidade semelhante. Tento sempre fazer uma boa conservação dos alimentos cá em casa,
não comprando em excesso para que não se estraguem, pois, mesmo conservando-os, as
suas características acabam por se perder, como a perda de vitaminas, carboidratos, proteínas,
fibras, etc. Existem vários tipos de conservação, mas o que eu uso mais é o processo de
conservação pelo frio, poiso modo como faço as refeições é à base de grelhados, cozidos,
laticínios e água. Aqui em casa a nossa alimentação é à base de legumes, frutas, carnes
brancas, sopa, pão integral ou cereais. O meu marido, como fazia ginásio, por vezes tinha que
comer outro tipo de alimentos que nós não comíamos, como ovos e aveia.

Logicamente, uma vez ou outra fazemos uma alimentação diferente, indo comer a um
restaurante fast-food, ou comer algum gelado/doce, pois o organismo necessita deste tipo de
alimentos. Normalmente, quando cozinho utilizo o azeite pois este, se for utilizado em
quantidade moderada, até faz bem. Praticamente não utilizo sal, ou se utilizo é em quantidades
bastante reduzidas.

Portanto, é esta a educação que tento passar ao meu filho: uma alimentação saudável e
equilibrada, para que no futuro para ele seja algo normal e não um sacrifício alimentar-se desta
forma.

Esta atenção e estes cuidados que tenho com a alimentação advêm do meu receio enquanto
mãe que o meu filho tenha problemas de saúde relacionados com a alimentação, como a
obesidade, anemia, diabetes, colesterol com valores acima do normal, hipertensão, entre
outras, não só a curto prazo, mas também a longo prazo. Por isso, tento ao máximo recolher
todo o tipo de informação disponível, seja em revistas, sites, programas de televisão, farmácia,
livros, ou até mesmo ouvir algum médico especialista, pois acredito que desta forma vou estar
preparada para proporcionar a melhor alimentação possível à minha família e um maior bem-
estar. Para confirmar que tenho estado a seguir o caminho certo e que tenho conseguido
controlar de forma correta a alimentação dos meus filhos, marco consultas de rotina com
alguma regularidade, para a médica me dar o feedback.

54
Quando o meu contrato terminou, pensei em fazer algo diferente, algo que me cativasse e me
levasse a uma fonte de motivação, e ao mesmo tempo poder estar a tomar conta do meu filho.

Foi quando me deu uma “luz”, e comecei a pensar fazer velas diferentes das que se veem à
venda nos hipermercados. Queria algo totalmente inovador, foi quando olhei para uma estátua
de um buda que tenho na minha sala, e pensei: “Porque não em forma de vela?”

Andei a pesquisar em vários sites como poderia fazer uma vela, vi que levava parafina; andei à
procura onde poderia comprar a parafina, foi quando encontrei um site espanhol que vendia o
que precisava para poder fazer as velas: a parafina, pavios, corante, aromas (essência) e
pigmentos.

Foi assim que comecei a ter cada vez mais interesse nas velas, queria mesmo era fazer velas
em forma de budas, shivas, deusas, anjos, etc. Numa dada altura, para reaproveitar as velas
que ficavam estragas, comecei a fazer reciclagem das mesmas, e comecei a secar pétalas de
rosas, cascas de laranja, e comecei a usar nessas velas o molde dos pacotes de leite. Acabei
por aproveitar e reaproveitar tudo o que conseguisse, e ficava uma vela única, e lindíssima.

Pesquisei muito sobre como fazer moldes a meu gosto, como as velas podiam ficar com o
aroma muito mais tempo, aditivos que tinham que se pôr, as cores e a pigmentação das cores,
por exemplo a vela “buda a rezar” tem que levar 200 g de parafina Gv20 mais microcristalina,
uma pipeta de 3 ml de essência, e para a cor depende se o cliente quer a cor mais clara ou
mais escura.

Se no barro podemos moldar o que quisermos, em parafina também tinha que dar. Comprei
silicone, e tudo o que envolve as velas: a parafina, o material para a moldagem, o desmoldam-
te, aroma, aditivo para a parafina, a pigmentação e o pavio, nesse mesmo site espanhol, onde
tinha feito a minha primeira encomenda.

E mais uma vez, através deste exemplo, fica provada a importância das novas tecnologias hoje
em dia, pois através do meu computador e através de um site foi possível resolver de forma
rápida as necessidades que tinha para fazer as velas. Para além de conseguir obter de forma
rápida, consegui comparar vários preços de vários sites e escolher não só o que me dava mais
garantias, mas também aquele que fornecia de forma mais barata.

And once again, through this example, it is proven the importance of new technologies
nowadays, because through my computer and through a website it was possible to quickly
solve the needs, I had to be able to make the candles. In addition to get the information I
needed quickly, I was also able to compare several prices from various sites and choose not
only the one that gave me more guarantees, but also the one that provided the cheaper
materials.

Sem as novas tecnologias, seria muito mais difícil fazer essa comparação, pois teria que me
deslocar, loja a loja, gastar dinheiro de transportes ou combustível e seria muito difícil
conseguir mandar vir algo do estrangeiro. Contudo, não só a nível profissional, mas também a
nível pessoal consegui resolver vários problemas, por exemplo, quando a minha filha precisa
de algo urgente para a escola, eu consigo aceder de forma rápida aos sites das lojas e ver se
os produtos estão disponíveis e o preço, conseguindo reservar ou até mesmo pedir a entrega
ao domicílio (depende da loja).

No comércio eletrónico há sempre vantagens e desvantagens, e cuidados a ter para um


pagamento seguro. No meu caso, fui pesquisar se o site era fidedigno. Para isso existem
alguns procedimentos que podemos fazer e que encontramos disponíveis no site da Google ou
em sites da especialidade como o Hostinger ou o Techmundo. Alguns dos passos que
podemos realizar são: confirmar o domínio, procurar selos de segurança, consultar a política de

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privacidade e procurar informações através de pesquisas sobre o histórico do site e também
comentários em páginas sociais, como o Facebook, com experiências de outras pessoas.

As compras online têm vindo cada vez mais a aumentar, segundo o que é transmitido nos
canais generalistas portugueses e em artigos do sitesapo.pt, apesar de na população continuar
a existir algum receio, já não é um mito no mundo.

Tal como tudo, as compras online têm as suas vantagens e desvantagens. As vantagens das
compras online são: a comodidade, preços mais baixos, a comparação entre produtos torna-se
mais fácil, é possível ver as opiniões de outras pessoas em relação à loja e a um produto em
específico, existe uma maior variedade de escolha, pois é possível ver várias lojas em vários
pontos do país e também dá alguma privacidade ao cliente, uma vez que não tem ninguém a
observar o que a pessoa está a pensar em comprar.

Apesar destas vantagens é bom referir alguns cuidados a ter nas compras online, tais como:
investigar bem a loja onde se pretende comprar o produto e perceber se realmente é o site da
loja e se é confiável, fazendo uma breve pesquisa no site, onde se deve encontrar o número de
telefone, morada, informações sobre a política e segurança da empresa, etc.

Em relação ao pagamento, uma vez que é feito na maioria com cartão multibanco, devido a ser
um pagamento à distância, não pode ser pago em moedas ou notas, a pessoa tem que estar
atenta a tentativas de burla, não dando mais informações do que as necessárias para
pagamento. A pessoa deve procurar bem no site informações sobre devoluções e trocas; ter
cuidados com os encargos extras; é necessário calcular os portes de envio; e outro cuidado a
ter é verificar o prazo de entrega que é referido na altura do pagamento, de forma que esteja
alertado de quando irá receber o seu produto e se passar desse prazo poder atuar.

Comecei a fazer as minhas velas de várias formas, mostrei a amigas minhas e pessoas que
tinham cafés, nas quais eu tinha confiança. Elas gostaram e compravam-me as minhas velas.
Algumas delas deixavam nos cafés e as pessoas aderiam bem e diziam que nunca tinham visto
nada assim.

Criei uma página no Facebook:

https://www.facebook.com/MisticaRaioDeLuz/ (ver anexo 6)

A ideia de vender velas no Facebook surgiu pelo facto de pessoas que eram minhas amigas
terem dito que eu podia expandir muito mais o negócio se o colocasse numa rede social. As
minhas amigas diziam que era muito mais fácil fazer passar a mensagem, pois umas pessoas
partilhavam a publicação e depois as amigas dessas pessoas, se gostassem, para além de me
contactarem também partilhariam a página e por aí fora, um género de bola de neve positiva.
Com isto, avancei com essa ideia e criei a página de Facebook, através da qual comecei a
receber muito mais mensagens com interesse nas minhas velas, tanto de pessoas de forma
privada como pessoas ligadas a empresas, aumentando assim o meu leque de clientes. Com
esta página era também muito mais fácil de contactar os meus clientes a qualquer hora e lugar.
De forma a tornar a página mais interativa e a dinamizá-la, eu fazia publicações constantes de
novas velas e pedia avaliações e também perguntava se tinham alguma ideia para velas. Caso
eu achasse alguma ideia interessante, começava a trabalhá-la e dava os créditos à pessoa.

Utilizar as tecnologias, principalmente no contexto profissional, é fundamental nos dias de hoje,


pois para além de ser possível alcançar pessoas de toda a parte do país e até do estrangeiro
sem pagar, é algo que motiva as pessoas a investirem em pequenos/médios negócios, como o
meu. Com as tecnologias foi-me possível chegar a pessoas do Norte e do Sul que muito
dificilmente chegaria sem a utilização das tecnologias, ou poderia no futuro chegar, mas
demoraria muito mais tempo.

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No meu ver, a evolução da tecnologia é que proporcionou a revolução na forma como
comunicamos e lidamos com certas situações. As redes sociais só foram possíveis de serem
criadas e terem o formato e as funcionalidades que têm hoje em dia, devido à evolução da
tecnologia e às descobertas que foram sendo feitas ao longo do tempo. Com o avanço
contínuo e exponencial da tecnologia muitas empresas começaram a optar pelas redes sociais
para transmitirem informação, para fazerem publicidades, entre outras coisas, pois não
precisam pagar para tal, conseguem fazer os anúncios à sua medida, sem tempo e limite. Com
isto, a mensagem entre a população foi-se espalhando, principalmente dos jovens para os mais
idosos, e as pessoas começaram a aderir às redes sociais, pois não queriam ficar para trás no
tempo e queriam estar sempre atualizadas. Depois, o acesso facilitado às aplicações, devido à
evolução da tecnologia, fez com que fosse muito mais fácil a qualquer pessoa aceder às redes
sociais. O ter internet móvel, telemóveis, tablet, computadores portáteis…, tornou o acesso a
estas redes algo imediato por todas as pessoas em todos os locais do mundo.

O avanço tecnológico permitiu também ter um contacto frequente com sites estrangeiros e
pessoas estrangeiras, levando à adoção de estrangeirismos, por exemplo, palavras como
“password”, “Fitness”, “botox”, “next”, “stop”, “like”, “Nice”, entre outras palavras.

Technological advances have also allowed a much more frequent contact with foreign people
and web sites, leading to the adoption of foreign words, for example, words such as
"password", "Fitness", "botox", "next", "stop", "like”, “Nice”, among other words.

Para além da página de vendas de velas, tenho a minha página pessoal, na qual costumo
passar algum tempo livre a ver publicações, notícias, a jogar alguns jogos e principalmente a
falar com a minha família ou amigos através do chat. Para além do Facebook tenho também
uma conta no Instagram, onde publico fotos minhas e da minha família.

Em suma, as redes sociais, neste momento, para além do papel importantíssimo que têm na
vida profissional das pessoas (como referi mais acima), têm também um papel muito
importante na vida pessoal das pessoas. As redes sociais permitem que as pessoas se
conectem com outras culturas, outras religiões e outros hábitos, pois a pessoa consegue falar e
conhecer pessoas de todos os países do mundo. Tudo isto faz com que as pessoas
desenvolvam a sua capacidade de convívio e de encaixe a outras culturas e, por exemplo,
quando forem visitar outro país com cultura completamente diferente da nossa, conseguimos
rapidamente adaptar-nos, pois já sabemos o que vamos encontrar. Na minha opinião, a
evolução constante da tecnologia deve-se muito ao facto de haver uma adesão quase total de
pessoas às redes sociais, pois dá claramente um sinal aos tecnólogos que as pessoas têm
interesse na evolução da tecnologia e aderem rapidamente a algo novo que apareça.

Lá publicava as fotos das velas que fazia e as novidades, pois ia sempre inovando, e fazia o
mesmo no meu Facebook pessoal, e em grupos de vendas.

Quando publicava as fotos das velas, as minhas amigas do Facebook comentavam e


escreviam comentários e eu respondia através dos comentários. Depois, amigas das minhas
amigas (e assim sucessivamente) viam os comentários e mandavam pedidos de amizade e
pediam mais informações: como poderiam encomendar, o valor. Se as clientes não fossem na
minha área de residência, enviava-as via CTT e as clientes pagavam os portes de envio, é
assim que até hoje funciono.

Falava muitas vezes pelo Messenger, e quando eram encomendas de um valor mais elevado,
eu própria daria o meu contacto pessoal. O pagamento das velas, mais os portes de envio, era
feito através de transferência bancária: a cliente enviava-me o talão do comprovativo da
transferência e depois enviava a encomenda via CTT, registada, e tirava uma foto do número
do registo dos CTT para enviar às clientes.

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Tive que estabelecer um preço para cada vela, tive que calcular a margem de lucro para poder
determinar o preço de cada vela (pois dependia das gramas que cada vela tinha).

Preço de venda= despesas fixas + custos fixos + despesas variáveis + custos variáveis +
margem de lucro desejado.

Tive que pesquisar um novo fornecedor, onde as caixas e os sacos de bolha, necessários para
acondicionar as velas, fossem mais em conta, para não ter que subir o preço de cada vela.

Encontrei uma empresa chamada Rajapack, enviei um e-mail dizendo que estaria interessada
que fossem os meus fornecedores, pois nessa empresa cada caixa saía-me a 28 cêntimos,
com as dimensões de 32 de comprimento, 16 de altura e 23 de largura; poupava com esta
empresa, tive desconto de 3 cêntimos por cada caixa.

Este desconto corresponde a uma percentagem de 10,7% sobre o valor total de cada caixa.

Nos dias de hoje as pessoas convivem diariamente com as novas tecnologias, desde casa, na
escola, no trabalho ou até mesmo no café.

Graças às novas tecnologias/redes sociais tornou-se mais fácil e rápido fazer publicidade das
minhas velas.

Contudo, há sempre vantagens e desvantagens, nomeadamente no uso das redes sociais. As


vantagens são diversas, tais como: reencontrarmos amigos antigos; o facto de podermos
comunicar, tanto na escrita como em videochamada, com facilidade com quem se encontra no
estrangeiro, tendo a possibilidade, no meu caso, de assistir ao crescimento dos meus
sobrinhos se estar em contacto diário tanto com os meus sobrinhos e irmãos, tornou-se uma
ferramenta importante para o aumento da visibilidade, vendas e publicidade das minhas velas;
na procura de trabalho.

As desvantagens são muitas também, tais como: as burlas em vendas; os hackers, pois os
mesmos conseguem “roubar” a nossa senha e fazem-se passar por nós, o que pode trazer-nos
consequências muito graves; a existência de predadores sexuais. Quanto às burlas em vendas,
já presenciei uma situação desagradável, pois uma amiga minha viu, através do Facebook, um
anúncio de emprego para uma loja em Portugal bastante conhecida (Pull and Bear). Foi então
que tentou candidatar-se através do link e por isso teve que fornecer dados. Poucas horas
depois, também no Facebook, apareceu uma partilha que informava que esses anúncios eram
burlas, foi então que a minha amiga teve de tomar providências com o banco para evitar que
entrassem na conta e teve que alterar as senhas do Facebook, Gmail, etc.

Resumindo e simplificando: as redes sociais/internet têm prós e contras, mas se as usarmos


corretamente e conhecermos as suas vantagens e desvantagens, elas podem-nos ser muito
úteis para nos divertirmos, nos informarmos, procurar trabalho, pesquisar algo que queiramos,
tudo depende do uso que possamos fazer.

Também o uso prolongado do computador de forma indevida pode trazer problemas de saúde,
por isso, temos de evitá-lo e ter um certo cuidado com a nossa postura, pois as regiões mais
afetadas são: pescoço, olhos e região lombar.

Em 2016, comecei a vender também para lojas de vários pontos do país, e fazia preços de
revenda (ganhava na quantidade, mesmo baixando o valor da vela), e para festas de
casamentos e batizados. (ver anexo 7- imagem 2)

Em 2017, enviei um e-mail para a comissão de festas de São Pedro, no Montijo,

(montijo.spedro@gmail.com), para marcar uma reunião e tratar de ficar com um espaço na


festa para, então, fazer a venda das minhas velas artesanais e aromáticas. Passado um mês
ligaram-me para ir assinar o papel e dizer quantos metros queria ter no meu espaço. Eu pedi

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então 2 metros lineares de passeio, o pagamento dependia dos metros que eu queria, os 2
metros foram 60.00€. (ver anexo 7 – imagem 1)

Quando todas as burocracias ficaram tratadas, comecei a fazer a preparação para a festa.
Primeiramente, tive que me coletar nas Finanças como artesã de forma a ter autorização para
vender as minhas velas na festa do Montijo e também para conseguir passar recibos verdes,
uma vez que tinha clientes por conta própria que encomendavam as minhas velas, sendo
assim, já tinha como fornecer de forma legal e aproveitando o 1º ano de isenção. Algo que me
fez conseguir manter o negócio foi ter a capacidade de fazer certos acordos vantajosos para
mim, sendo que, para atingir tal efeito, necessitava de saber exatamente com quem falar e que
estatuto tinha na empresa, por isso, antes de iniciar qualquer conversação, tentava sempre
investigar um pouco.

Quando se fala de recibos verdes, fala-se de faturas, faturas-recibo ou recibos que são
emitidos pelos trabalhadores por conta própria quando estes prestam algum serviço para outra
pessoa, ou até mesmo quando se trata de venda de produtos.

Em suma, os recibos verdes são documentos fiscais que o trabalhador por conta própria deve
emitir para não estar em incumprimento fiscal.

Na minha opinião, faz sentido o sistema de recibos verdes, pois imagine-se que uma pessoa
precisa contratar outra para algum serviço que dure um mês, através dos recibos verdes pode
fazê-lo e não precisa de colocar essa pessoa nos quadros da empresa.

A segunda etapa foi fazer uma encomenda de parafina tratada e o seu aditivo, o aroma, a
pigmentação, saquinhos giros e ráfia para pôr a vela à venda de uma forma mais elegante.

A terceira etapa foi fazer cálculos dos dias de festa e uma estimativa de quantas velas
venderia, para poder ter essa quantidade em stock.

A festa tinha a duração de uma semana, supus que, no mínimo, poderia vender 20 velas e
umas 30 rifas por dia. Fiz 20x6= 120 velas durante os 6 dias de festa e 30x6=180 rifas para a
semana, contudo fiz a mais para precaver se vendesse mais que as 20 velas e as 30 rifas por
dia. Houve dias em que vendi a mais do que a estimativa que pensava fazer. No total foram
vendidas 198 velas durante os 6 dias de festa, ou seja, uma média de 30 velas por dia.

E como gastei um valor extra em ráfia e papel graniza, acrescentei 0,50 cêntimos ao preço de
venda de cada vela. Comprei uma caderneta de rifas e fiz também rifas, em que sairia sempre
uma vela, cada rifa era 1,00 euro.

Nos dias das festas correu tudo bem, houve boa adesão ao meu produto, e tive bom lucro.

Achei conveniente todo o lucro das vendas das minhas velas até à data de hoje ir para uma
conta poupança, seja para programar umas férias, ou até mesmo para alguns imprevistos que
possam surgir.

Em outubro de 2017 inscrevi-me na escola de condução, e tinha o objetivo de tirar a carta


antes do Natal. Foquei-me, estudei bastante, fiz muitos testes, tanto no computador da escola,
como no telemóvel, no site “testes de código”.

A seguir de ter conseguido tirar a carta de condução (ver anexo 8), que é emitida pelo IMT, era
altura de pensar em ter o meu carro, e foi quando fui a um stand de automóveis e comprei o
meu primeiro carro, um Peugeot 206 a pronto pagamento.

Estava radiante com o meu carro, apesar de não ter muita experiência na condução. Desde
que comecei a conduzir que tenho muito medo dos outros condutores, ouvimos tanta coisa na
televisão sobre mortes nas estradas e muitas vezes temo por mim, não pela minha condução,
mas por quem conduz como louco e põe a sua vida e a dos outros em perigo.

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Os condutores portugueses muitas vezes não respeitam as regras da estrada, ultrapassando
várias vezes o limite de velocidade, fazem ultrapassagens em zonas não permitidas, enviam
mensagens enquanto conduzem, entre outras coisas. Têm uma mentalidade que é: enquanto
não for apanhado tudo bem, ou se não houver polícia por perto não faz mal, pondo muitas
vezes não só a sua vida em perigo, mas também a dos outros condutores. As regras que mais
me enervam ao não serem cumpridas é a do uso do telemóvel enquanto se conduz e as
pessoas que fazem mal as rotundas, pois assisti a vários acidentes devido a essas duas
contraordenações. Ainda há pouco tempo um rapaz que ia a enviar mensagens no telemóvel
não viu que o carro da frente parou na passadeira e embateu com velocidade na traseira do
carro, provocando vários danos nos dois carros.

Na minha opinião, o Código da Estrada é essencial para o nosso dia a dia na estrada, pois sem
ele não era possível fazer-se uma condução segura e os níveis de sinistralidade, que já são
altos, passariam a ser dramáticos. Também seria impossível perceber quem era o culpado em
caso de acidentes.

As principais causas para a sinistralidade em Portugal, segundo sites como o “notícias ao


minuto”, “circulaseguro.pt”, “acp.pt” e os nossos canais generalistas são: conduzir muitas vezes
apoiado por só uma mão no volante, conduzir sem cinto de segurança, excesso de velocidade,
não respeitar a distância de segurança entre veículos, mudar de faixa sem visualizar se vem
outro carro, o uso constante de aparelhos eletrónicos(telemóvel), o consumo de bebidas
alcoólicas, entre outras.

Existem em Portugal várias campanhas para sensibilizar as pessoas a terem todo o tipo de
cuidados na estrada, de forma que não se percam vidas inocentes. São feitas campanhas na
rádio, canais de televisão, cartazes, etc.

Existe também a missão da prevenção rodoviária, que é conseguir evitar acidentes rodoviários
e reduzir as consequências dos mesmos. Em Portugal existe uma instituição, a Prevenção
Rodoviária Portuguesa, que tem como objetivo prevenir acidentes na estrada sem receber algo
em troca, isto é, dinheiro ou doações. Esta instituição cria campanhas para que as pessoas
tentem perceber os riscos que correm na estrada ao fazerem certas ações, incentivando as
mesmas a terem uma condução calma e segura.

O Código de Estrada é extremamente importante, pois sem ele eu não conseguiria ter uma
condução segura, pois não saberia como me comportar em cada situação durante uma viagem
de automóvel, isto é, não saberia os limites de velocidade em cada local e isso faria com que
ou estivesse a uma velocidade exagerada ou a uma velocidade demasiado baixa para aquele
local. No caso de cruzamentos, por exemplo, sem o Código de Estrada também não saberia se
eu teria prioridade de passagem ou se seriam os outros carros, o que faria com que houvesse
um número elevadíssimo de acidentes. Com isto, concluo que se não houvesse Código de
Estrada muito provavelmente nem me arriscava a conduzir, pois sou uma pessoa que conduz
com muito cuidado e faz uma condução defensiva e segura, e seria uma confusão tremenda,
para não falar de todo um perigo para todas as pessoas.

Na minha opinião, os portugueses têm uma mentalidade complicada, isto é, fazem tudo o que
der para fugir às regras, e sempre que é criada uma regra o primeiro pensamento normalmente
não é “vou cumprir”, mas sim “como vou ludibriar a regra?”, trazendo inúmeras consequências
no dia a dia, neste caso nas estradas onde acontecem muitos acidentes que originam em
feridos graves ou até mesmo em falecimento. Contudo, através das campanhas de
consciencialização, relatando casos reais ajuda certamente a que algumas mentalidades
mudem e a segurança na estrada aumente.

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Eu faço uma condução defensiva, isto é, conduzo de forma a tentar ao máximo evitar ou não
provocar um acidente tanto direta como indiretamente e independentemente de como esteja o
trânsito, do tipo de veículo, das condições do tempo e as ações dos outros condutores.

Em Portugal existem 3 tipos de sinais. Estes sinais são conhecidos como: sinais de perigo,
sinais de regulamentação e sinais de indicação. Dentro destes 3 tipos existem os sinais
específicos.

No caso dos sinais de regulamentação existem os sinais de obrigação, proibição, cedência de


passagem e de prescrição específica. Quando aos de indicação existem os sinais de direção,
informação, pré-sinalização, confirmação, complementares e de identificação de localidades.

Estudei as taxas de alcoolémia, o meu instrutor ensinou-me os ângulos para calcular os


estacionamentos, ver a pressão nos pneus com o barómetro, prestar o máximo de atenção às
aulas teóricas, a interpretar os símbolos da sinalética, respeitar as regras de trânsito, peões e
os sinais e o civismo a ter com todos os utentes da via.

Pedi ao meu padrasto se me podia ensinar a ver o óleo do carro, pois acho necessário
sabermos algumas coisas mínimas sobre os carros. Foi então que ele me ensinou que o
veículo deve estar num piso direito e o motor frio. Depois temos que abrir a tampa (bujão) e
com a vareta verificar o nível de óleo, a mesma tem uma marca de mínimo e máximo, pois se
ultrapassar o nível de óleo, corremos o sério risco de danificar o motor e o catalisador.

Ensinou-me a mudar um pneu, pois achei importante eu saber mudar um pneu. A primeira
coisa a fazer quando temos um furo é parar em segurança, e termos certas precauções, como
utilizar o colete, posicionarmos o triângulo, cerca de 25- 35 metros, e ligar as luzes “piscas”.
Depois disto, num sítio plano, retirar o pneu suplente, o macaco e a chave de rodas (tipo cruz),
afrouxar os parafusos, sempre no sentido inverso do relógio, depois levantar o carro com o
macaco, até conseguir tirar os parafusos e o pneu furado. Meter o pneu suplente, alinhado com
os furos e colocar os parafusos. Descer o macaco, e por fim apertar muito bem em forma de
cruz. Depois, por último, tirar o triângulo, e ter muita atenção, pois o pneu suplente tem uma
etiqueta amarela que informa o máximo de velocidade permitida.

Na condução utilizamos a comunicação não verbal por gestos (para deixarmos um veículo
passar, acenamos em forma de agradecimento), quando olhamos para os sinais de trânsito
(ex.: quando há um sinal de ceder a passagem, ao olharmos sabemos que temos que ceder a
passagem, as cores dos semáforos, marcas de pavimento, buzinas, piscas).

Em 2018, a minha mãe disse-me para ver um carro que gostasse, que ela pediria um crédito
automóvel, e assim foi, fomos visitar vários stands de automóvel e decidimos pelo stand Global
Thrust Unipessoal, Lda.

Escolhemos um Renault Captur, a gasóleo. Escolhemos o “crédito auto taxa fixa”, porque
assim a taxa de juros é sempre a mesma e não sofrerá aumentos, e o fiador foi o meu
padrasto, José Vaz.

Um fiador é uma pessoa que se responsabiliza pelo pagamento das prestações de um bem
adquirido pelo comprador, e caso este falte às suas responsabilidades é uma forma dos bancos
e financiadoras garantirem o pagamento da dívida caso o comprador fique sem possibilidades
de o fazer.

Quando fui buscar o meu carro, tive que ler (tenho sempre no carro, pois pode ser necessário)
o manual do utilizador do Renault Captur, é um manual de instruções que ensina a operar um
equipamento, pois este tinha vários pormenores que eu desconhecia, e era necessário para
fazer uma boa utilização/segurança do veículo.

Captur-1007-8_PTG.pdf (renault.com)

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A manutenção preventiva serve para todos os componentes do carro serem verificados para
que seja possível antecipar problemas, tais como, desgastes, perdas de funcionalidades,
avarias, etc.

Existem estudos que fazem mais ou menos a previsão da duração das peças do carro, sendo
assim definido de quanto em quanto tempo é preciso fazer a manutenção. Eu, por exemplo vou
à Renault fazer as revisões e as manutenções do meu carro. Contudo, tenho que ter na mesma
certos cuidados, tenho que ver a pressão de ar dos pneus, se tem água, etc.

Em 2018, quando a minha filha tinha 16 anos, numa ida ao supermercado diz-me que quer
começar a comprar os produtos biológicos, porque a professora dela tinha falado sobre isso
nas aulas. Explicou-me as diferenças e o porquê de serem melhores e os seus benefícios para
a saúde.

Foi então que comecei a pesquisar sobre o que eram os produtos biológicos. Estes produtos
são alimentos que provêm da natureza vegetal e/ ou animal, não contam com tantos químicos
e aditivos como muitos produtos hoje em dia. Sendo que para estes poderem ser
comercializados têm de contar com um selo de certificação para obterem este selo têm de
cumprir algumas normas fixadas pela legislação europeia.

Podemos considerar os produtos biológicos como produtos com melhor qualidade, pois não
têm alterações genéticas, nem químicos ou pesticidas. A produção é de certa forma mais
sustentável e respeita certas regras, tendo assim um sabor mais autêntico. Comer produtos
biológicos torna a alimentação mais responsável, pois mostra uma preocupação pela
preservação das espécies.

Na minha opinião, os produtos biológicos são mais benéficos para o planeta, uma vez que ao
consumi-los temos a garantia de estar a comer algo genuíno, algo que nos dá o real sabor dos
produtos e as reais vantagens de consumir um legume ou uma fruta.

Os produtos não biológicos contêm vários químicos e pesticidas, que não fazem bem à saúde
humana nem à saúde do planeta. Em suma, deve-se dar sempre prioridade aos produtos
biológicos.

Nos meus tempos livres, gosto de ler livros, principalmente do autor Daniel Sampaio. O livro
que mais gostei foi: “Inventem-se novos pais”. Este livro acaba por elucidar-nos do quanto as
crianças/adolescentes também necessitam de ser ouvidas, interpretar as várias maneiras
usadas para chamar a atenção, no diálogo com os nossos filhos.

O livro que mais me marcou foi da autora Christiane “Filhos da Droga”, que é baseado em
factos reais, e o facto de ser uma história verídica já por si é extremamente impactante e
bastante emocionante. Era como se tudo aquilo que vivenciasse de uma forma hipotética,
estivesse naquele livro, naquela história, a luta, a dor e o medo. É um livro que aconselho
vivamente todos os adolescentes a ler, pois é uma história verídica que transmite, de uma
forma emocionante, como começou o mundo cruel das drogas, pois muitos jovens acreditam
que nunca acontece com eles, que não é por um “charro” que poderão ficar viciados e presos
nesse mundo tão penoso, que acaba não sendo só para eles, mas que também arrasta uma
família inteira.

Também escrevo versos e poemas (como desabafos), apoio a minha mãe, em dias de sol vou
passear com os meus filhos, em dias de chuva (que eu adoro) fazemos puzzles, jogamos ao
monopólio, pinto telas, entre outras coisas mais.

A minha vontade de aprender e evoluir como pessoa e profissionalmente incentivou-me a


inscrever-me no Centro Qualifica da Escola Profissional do Montijo, para fazer o processo
RVCC.

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No dia 18 de março de 2019, comecei uma nova etapa na minha vida, comecei o meu processo
RVCC de nível básico. (ver anexo 9)

Foi um processo bastante gratificante, uma etapa que consegui alcançar, aprendendo sempre,
e a crescer a nível pessoal e intelectual. Quando chegou a apresentação ao júri as minhas
pernas tremiam e a ansiedade estava a tomar conta de mim.

Quando terminei esse processo RVCC de nível básico fiquei bastante eufórica, chegando
mesmo a chorar de emoção, pois terminar o 9º ano era extremamente importante para mim.

Em 2019, vi um anúncio de uma oferta de trabalho, através das redes sociais (grupo no
Montijo, no Facebook), ao qual me candidatei, enviando uma mensagem pessoal a comunicar
que estaria interessada na oferta de emprego e que tinha experiência. (ver anexo 10)

A senhora ligou-me e marcou-se uma entrevista, e comecei a trabalhar na casa da mesma,


tratando dos seus pais. Eu tinha que lhes preparar e dar-lhes a comida, tinha que os ajudar a
fazer algumas tarefas recomendadas pelo médico, tanto físicas como psicológicas, isto é,
alguns exercícios que puxavam pela parte física, como ginástica simples e exercícios que
puxavam pela parte mental, com alguns jogos de palavras. Tinha também que os ajudar a ir à
casa de banho sempre que necessário e dar-lhes banho. O mais importante era dar-lhes a
medicação certa a tempo e horas. A senhora é que necessitava de mais cuidados, pois tinha
Alzheimer, cancro do colo do útero e uma fístula retovaginal; o senhor tinha uma doença
chamada Parkinson. Com este trabalho aprendi mais sobre as doenças (Parkinson e
Alzheimer), aumentou bastante o meu nível de concentração, pois não podia deixar passar a
medicação e acima de tudo ganhei um carinho especial por aquelas pessoas, pois para além
de lhes fazer tudo e passar algum tempo com elas, acabei por desenvolver conversas e
brincadeiras, desenvolvendo assim laços de amizade.

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa, isto é, algo que afeta os neurónios do cérebro
humano. O Alzheimer faz com que a pessoa vá perdendo as suas funções cognitivas, alterando
assim o comportamento da mesma, ficando a pessoa também com alguma incapacidade
funcional.

Os principais sintomas desta doença são a perda de memória, dificuldade em executar


algumas tarefas básicas, dificuldade a fazer planos e resolver problemas que surgem, entre
outros. Até hoje não há uma cura para esta doença, existindo somente medicação de forma a
diminuir ou retardar os efeitos da mesma.

O Parkinson é outra doença neurodegenerativa, não tão frequente como o Alzheimer, mas é a
segunda mais frequente no mundo. É considerada uma doença crónica e progressiva do
sistema nervoso central, isto é, as células que produzem neurotransmissores vão morrendo.
Esta doença aparece normalmente nas pessoas com mais de 60 anos de idade.

Fontes: https://parkinson.pt/ ; https://www.cuf.pt/saude-a-z/doenca-de-parkinson;


https://alzheimerportugal.org/pt; https://www.saudementalpt.pt/

Os sinais desta doença podem ser motores, como a lentidão de movimentos, tremer enquanto
se está parado, postura curva e pequenos passos, etc. Quanto aos não motores temos
distúrbios mentais, frequência a urinar, alterações de memória, depressão, entre outros. Esta
doença, tal como o Alzheimer, não tem cura.

Ficando a pessoa num estado vegetativo, apesar de todos os cuidados prestados pelas
enfermeiras e médicos.

Por tudo o que já assisti, pelo que já presenciei na minha vida, eu sou a favor da eutanásia.

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A minha avó materna esteve 15 anos acamada, 100% dependente, não conhecia ninguém, não
falava e comia pelo tubo. Por isso eu digo que se um dia da minha vida chegar a estas
circunstâncias, eu quero ter o poder de pôr fim ao meu sofrimento e ao sofrimento dos que me
rodeiam, amar é deixar a outra pessoa partir, se é essa a sua vontade.

A Eutanásia consiste no ato de pôr fim à vida de alguém que esteja em fase terminal, em que o
indivíduo esteja sujeito a dores muito fortes e sofrimento tanto físico como psíquico.

A ideia central da eutanásia é que a pessoa tem o direito de decidir morrer, se estiver a passar
por uma daquelas situações referidas atrás. Através da eutanásia a pessoa morre de uma
forma não tão dolorosa, pois não sente dor. Desta forma é possível que a pessoa ponha um
travão no sofrimento que vinha a passar de uma forma suave e rápida.

Contudo, a eutanásia também ainda é vista como um ato de matar alguém ou ajudar a matar
alguém, sendo assim a eutanásia é um assunto muito polémico devido exatamente ao
confronto entre essas duas ideias.

Claro que todos os meios necessários de suporte à vida devem ser sempre utilizados, de forma
que se tente ao máximo salvar o paciente, mas se de certa forma o paciente já estiver numa
fase bastante terminal e for o seu desejo partir de forma a não continuar a sofrer, a eutanásia é
uma opção que deve ser considerada válida.

Na minha opinião, a Eutanásia faz todo o sentido, eu sou mais que a favor, pois as pessoas
que já estão em fase terminal estão simplesmente a tentar sobreviver e não a viver, têm todo o
direito de pôr fim ao seu sofrimento. Na minha vida, teria feito todo o sentido na doença da
minha avó, pois evitaria todo o sofrimento que tanto ela como todos nós, a família, tivemos de
suportar e seria com toda a certeza uma opção que se dependesse totalmente de mim eu
tomaria, e por isso entendo o porquê de ser tão importante para algumas pessoas que a
defendem, até porque não sei qual o meu futuro e com toda a certeza que não gostaria de ficar
num estado vegetativo o resto da minha vida.

Contudo, existem situações em que não deve ser autorizada, principalmente quando existe
uma grande probabilidade de a pessoa sobreviver e recuperar. Mas em casos em que a
pessoa não tem salvação e está limitada a uma cama, sem conseguir fazer as suas
necessidades básicas de forma autónoma e à espera que chegue o dia do seu falecimento, é
importante a pessoa ter a opção da eutanásia de forma legal.

Esta minha opinião sobre a Eutanásia advém de a minha avó ter ficado 15 anos acamada, sem
conseguir fazer a sua vida normal. Não reconhecia ninguém, comia e bebia pelo tubo e não
falava com ninguém. Desta forma, fiquei sempre com este sentimento que mais vale a pessoa
partir, pois todos estão em sofrimento. Nunca houve conversas diretamente com a minha avó
sobre colocar o fim à vida, pois esta já estava num estado vegetativo. No entanto, entre nós,
familiares, chegou a ser tema de conversa, pois víamos o sofrimento em que ela estava e eu,
principalmente, achava que não era vida para ninguém. No entanto, a minha mãe tinha uma
opinião totalmente contrária à minha, pois é completamente contra a eutanásia, pois diz que
estamos a tirar a vida a alguém, mesmo este estando num estado vegetativo, e que nenhum
ser humano tem esse direito. Argumenta também que muitas pessoas estão acamadas e que
não estão em condições de dizer se querem pôr fim à vida ou não, pois estão num estado
emocional totalmente alterado.

Apesar de eu ter uma opinião totalmente contrária à minha mãe, eu respeito a opinião dela e
apesar de algumas vezes tentar alertá-la que não é modo de vida, não a pressiono para mudar
de opinião.

Eu concordo com o referendo sobre a eutanásia e tenho pena que tenha sido chumbado. Se
algum dia este referendo for para a frente e for possível a eutanásia, eu continuarei a respeitar

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a opinião e decisão da minha mãe. Se passar por uma situação de estado vegetativo, jamais
iria contra a vontade dela, portanto, não utilizaria a eutanásia, mas se fosse ao contrário, ou
seja, ser eu em estado vegetativo, gostava que respeitassem a minha decisão de pôr fim à vida
através da Eutanásia.

No meu caso, os meios de comunicação não influenciaram a minha maneira de ver as coisas,
pois o que me fez ter esta opinião foram as vivências que tive, tanto com o meu pai, que esteve
100% dependente de nós, chegando a um ponto em que não reconhecia ninguém, e também o
caso da minha avó que esteve tal e qual como o meu pai.

A eutanásia tem sido um assunto que tem sido cada vez mais abordado nos meios de
comunicação. Lembro-me de há uns anos haver muito pouca discussão sobre este tema na
televisão, e onde eu ouvia falar mais deste tema era em filmes ou séries. Contudo, atualmente
já há claramente uma maior abertura para se falar nesse tema na televisão, até um pouco
como consequência da evolução tecnológica, pois hoje em dia é possível obter muita
informação através da internet, mas, muitas vezes, não conseguimos filtrar o que é realmente
verdade ou mentira. Então, os meios de comunicação acabam por ter a responsabilidade de
abordar o assunto e tentar filtrar um pouco essa onda de informação.

Costumo assistir aos telejornais e a alguns programas da tarde e já assisti, tanto na SIC como
na TVI, a algumas reportagens sobre a eutanásia e também debates com especialistas em
várias áreas. Contudo, nesses debates não existe um consenso sobre a melhor forma de
abordar ou resolver este tema. Pelo que consegui interpretar desses debates e das
reportagens, tentavam sempre transmitir “os dois lados da moeda”, com opiniões concretas e
argumentos válidos, de forma que a pessoa possa colocar numa balança toda a informação e
conseguir, através do seu raciocínio e conhecimento, chegar a uma conclusão em relação ao
tema da eutanásia.

I usually watch TV news and some afternoon programs, and I've watched, both on SIC and TVI,
some news reports on euthanasia and some debates with specialists in a number of areas.
However, in these debates there is no agreement about the best way to approach or even
resolve this subject. From what I was able to understand from these debates and news reports,
they always tried to show "both sides of the coin", with practical opinions and valid arguments,
so that the person can put all the information on a scale and achieve, through their own thinking
and knowledge, a conclusion on the topic of euthanasia.

Exemplo: Eutanásia: Sim ou não? - SIC

No dia 2 de março de 2020, foi confirmado o primeiro caso de covid em Portugal, um vírus
completamente desconhecido para as pessoas e que se espalhou pelo mundo de uma forma
muito rápida e perigosa.

No início pouco se sabia sobre a transmissão deste vírus, apenas que se transmitia de forma
fácil e rápida. Para tentar ter mais informação, procurei na internet, mais especificamente no
site https://covid19.min-saude.pt Aqui descobri que o vírus se transmite de pessoa para
pessoa, através de um contacto próximo com uma pessoa infetada ou através do contacto com
uma superfície ou objeto contaminado, como um corrimão, um telemóvel ou a maçaneta de
uma porta. A transmissão acontece através das partículas que são soltas pelo nariz ou pela
boca e que atingem a boca, nariz ou olhos da outra pessoa.

Após ser confirmado o primeiro caso em Portugal, o número de infetados foi aumentando
progressivamente e havendo um grande desconhecimento sobre o vírus e o facto de este
poder ser letal e já ter matado milhares de pessoas no mundo, a 18 de março de 2020 é
decretado o estado de emergência. Surgiu assim o confinamento, em que pela primeira vez
depois do 25 de Abril as pessoas sentiram a sua liberdade ser afetada, uma vez que deixaram

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de conseguir sair de casa sem ser para exceções, como fazer compras essenciais ou apoiar
alguém.

No meu caso, fiquei muito preocupada com o aumento de infetados, não só por mim, mas
também pelos meus familiares. Devido ao meu medo começámos logo a adotar medidas, como
usar sempre máscara, usar constantemente gel desinfetante e não sair de casa, somente em
casos de força maior. Mesmo antes do confinamento, aderi às compras online, pois tinha
mesmo muito receio de sair à rua. Outras medidas que tínhamos era de limpar tudo o que
vinha do exterior, tal como sacos, sapatos, roupa, entre outras coisas. O meu medo aumentou
quando um familiar faleceu devido ao covid.

A situação em Portugal melhorou e as medidas voltou a aliviar apesar de haver restrições. Mais
tarde, voltou a piorar e veio o segundo confinamento no dia 15 de janeiro de 2021, com menos
algumas medidas, mas a ordem era clara: ficar em casa.

Na minha opinião, as pessoas no primeiro confinamento até respeitaram as regras impostas


pelo Governo, talvez pelo medo do vírus, pois era completamente desconhecido à população.
O receio de não saber se poderia ser infetado com o vírus e se corria riscos de vida fez com
que houvesse muito respeito por esse confinamento e que os resultados até fossem positivos e
houvesse uma grande diminuição dos contágios.

No segundo confinamento as regras e restrições já não foram respeitadas por parte das
pessoas, tentavam sempre ludibriar as mesmas, originando um aumento dos casos e
consequentemente um aumento de mortes. O covid, a mim, trouxe-me um conjunto de receios
e passei a viver com medo constante por mim, pelos meus filhos, pela minha família em geral.
O receio de ir a qualquer lugar e ser infetada sem sequer perceber é elevado, pois o vírus
ainda pode demorar a acusar ou até pode nem dar sintomas e depois infetar quem mais gosto.

Os dois confinamentos tiveram um papel fundamental para acalmar a transmissão do vírus,


pois com menos movimentação nas ruas e convívio, a capacidade de o vírus se espalhar era
menor. Mas também trouxe aspetos negativos e que vão ser sentidos a médio e longo prazo.

Na minha opinião, o mundo não será o mesmo após o covid, pois obriga-nos, já faz 2 anos, a
viver com medo e esse medo, mesmo com a vacina e a normalidade estar no fundo do túnel,
irá continuar nos nossos pensamentos.

Quanto à economia, foi um duro golpe, pois os espaços comerciais tiveram que fechar durante
3 meses e apesar de ter existido um fundo de apoio, este nunca chega para todos e muitas
pessoas viram-se obrigadas a fazer contas de forma a aguentar o seu espaço. O segundo
confinamento foi o golpe final para muitos espaços, principalmente para os restaurantes, bares
e cafés que claramente foram os mais prejudicados, pois eram obrigados a estar fechados e
quando foram aliviadas medidas, estes continuaram a ter severas limitações, principalmente no
horário de funcionamento.

Os efeitos destes dois confinamentos já estão a ser sentidos, pois vejo por mim e por muitos
amigos e conhecidos meus, que ficaram deprimidos por ficarem fechados em casa ou por não
conseguirem ter uma vida normal. Apesar das grandes consequências provavelmente só se
virem a sentir daqui a 1 ano, após tudo começar a acalmar, que é quando as contas começam
a ser feitas, isto é, as poupanças de muitas pessoas tiveram que ser mexidas devido ao facto
de terem ficado em casa durante os confinamentos, não conseguindo ganhar dinheiro.

Em setembro de 2020, o meu filhote entrou para o primeiro ano, uma nova etapa e novas
aprendizagens.

Desde cedo que o meu filho sabe que há regras e obrigações cá em casa. Tentei sempre
incutir certos valores, como o respeito. O meu filho sabe que tem de ajudar a pôr os pratos na
mesa, arrumar o seu quarto, e ajudar em tudo o que for preciso. Atualmente, com 6 anos, sabe

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bem as suas obrigações, tais como: quando chega a casa, após um dia de escola, tem que
fazer os trabalhos de casa, tomar banho, ajudar a pôr a mesa, arrumar a mala da escola para o
outro dia, arrumar a roupa, entre outras coisas. No meu ver, é muito importante que o meu filho
dê valor às coisas que temos de fazer e incutir nele o conceito de entreajuda.

Este ano comprei uma máquina de café nova na Worten online. Passados alguns dias a
máquina de café deixou de funcionar, isto é, só deitava água e não transformava em café.
Antes de me deslocar à loja tentámos solucionar o problema, consultando o manual de
instruções, mas depois de várias tentativas decidimos ligar ao apoio técnico, que nos
aconselhou a ir à loja.

Visto que ainda estava dentro da garantia, desloquei-me à loja e levei a fatura como prova de
que ainda estava dentro da garantia e aproveitar também para reclamar uma máquina nova,
pois esta nem um mês tinha e nós em casa somos consumidores de café diariamente. Foi
então que na loja confirmaram realmente que a máquina não estava a funcionar, e como ainda
estava dentro dos 14 dias de devolução, exigi uma nova, pois não queria ficar sem máquina de
café em casa. Eles procederam à troca, pois eu argumentei que, para além da máquina não ter
14 dias de utilização, esta já vinha com defeito de fábrica, pois não sofreu quedas nem batidas.
Com estes argumentos a loja viu-se obrigada a devolver-me o dinheiro ou então uma máquina
no mesmo valor. Neste caso, como queríamos levar a máquina, procederam à troca por uma
do mesmo valor, uma vez que aquela já não estava em loja. Não necessitei de argumentar
mais nada, e dizer que estava dentro dos 14 dias foi o suficiente, pois este é um direito que
tenho enquanto consumidora. Isso e o facto de eles terem testado a máquina e observarem
que estava realmente avariada.

Tive que fazer a reclamação presencialmente de forma que os funcionários conseguissem


testar a máquina e eu pudesse trazer o dinheiro de volta ou uma máquina nova. Apesar de,
com o avanço da tecnologia, muitas reclamações ou pedidos de ajuda já poderem ser feitos
através de casa, facilitando o trabalho do funcionário e do cliente. É possível também poupar
em deslocações.

I had to file a complaint in person so that employees could test the coffee machine so I could
bring the money back or a new one. Although, with the advancement of technology, many
complaints or requests for help can now be made through home, facilitating the work of the
employee and the customer, it is also possible to save on travel.

Para alguma situação existem os direitos dos consumidores, e a lei é bem explícita no decreto-
lei nº 383/89 de 6 de novembro. Refere que se ao adquirirmos um produto ele vier com defeito,
as lojas têm a obrigação de trocar o artigo ou devolver o valor pago pelo produto. Aliás, no
próprio site da Worten, em www.worten.pt, temos disponível a informação por escrito da política
de devolução de equipamentos da Worten adquiridos on-line, como foi o meu caso. Lá está
bem explícito que dispomos de um prazo de 14 dias para devolvermos os produtos, aliás, até
este até se estende para 30 dias para quem tem o cartão “Worten Resolve”, que é o meu caso.

Na minha opinião, os direitos e deveres dos clientes são extremamente importantes, pois, por
exemplo, neste caso, se eu não tivesse conhecimento dos meus direitos enquanto cliente, não
teria conseguido uma máquina nova e teria que ficar com a antiga e tinha de tentar resolver de
outra maneira ou então tinha de pagar pelo arranjo, pois não tinha direito a um contrato de
garantia. Também importante é o direito que tenho, enquanto cliente, à privacidade dos meus
dados que forneço na compra de um artigo da loja. Mas eu, como cliente, também tive que
cumprir o meu dever, isto é, contar a verdade e não omitir acontecimentos que pudessem
prejudicar a empresa.

Quanto aos colaboradores, estes têm o direito de inspecionar o material que o cliente diz estar
com defeito. No meu caso, tive que permitir que o funcionário testasse a máquina e no caso de

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esta estar fora de garantia, a empresa tem o direito de não fornecer outra máquina ou dar o
dinheiro.

A máquina de café que comprei na Worten é a DELONGHI, a Magnífica ECAM22.110B que


conta com 15 níveis de moagem. Esta máquina de café tem uma potência de 1450 W e um
reservatório para borras de até 14 chávenas. A pessoa pode decidir se quer um café curto,
médio ou longo e forte ou moderado. O moinho de café que está integrado nesta máquina é
silencioso e com 13 configurações ajustáveis, tendo sido um dos fatores que me chamou a
atenção. O sistema incorporado nesta máquina permite conjugar vapor, ar e leite que faz uma
espuma muito cremosa, dando origem a uns cappuccinos deliciosos. Com o Thermoblock a
pessoa tem a garantia que o café que tira tem uma temperatura adequada e é constante.

Algo que o que me chamou a atenção nesta máquina foi o facto de conseguir utilizar tanto café
em grão como café moído (o nível de poupança é muito superior às máquinas de café de
cápsulas). A minha máquina de café permite tirar um café curto, médio e longo, permite tirar
dois cafés ao mesmo tempo e permite fazer um galão. Nós, normalmente, utilizamos mais a
opção de café curto e, por vezes, a do galão, mas também utilizamos as restantes (mais a
minha filha). Aqui em casa tanto faz ser homem ou mulher, pois tanto o meu marido como eu
tiramos bons cafés e fazemos uma utilização em questão de tempo muito parecida.

A máquina é utilizada todos os dias, pois somos pessoas que consumimos café todos os dias.
Após a compra da máquina tivemos alguma dificuldade no uso da mesma, pois tinha variadas
opções de tiragem de café, por isso, nos primeiros tempos foi precisa a utilização constante do
manual de utilização. Ao fim de 1 mês já conseguíamos tirar bons cafés sem olhar para o
manual e sem desperdícios.

Em junho de 2021, comecei o meu processo RVCC de nível secundário.

Continuo com a minha atividade de fazer velas de vários formatos e a vender online na minha
página, mas isso não me chega e tenho como objetivo para o futuro outros projetos. O meu
projeto de futuro a curto prazo passa por conseguir acabar o 12º ano através do processo
RVCC, de forma a depois ir para a faculdade, caso não dê certo a entrada na faculdade,
pretendo continuar a tentar, ou seja, o meu grande objetivo de futuro é entrar na faculdade e
tirar uma licenciatura, de forma a conseguir ter mais habilitações e um emprego que me dê
garantias de uma vida estável.

68
Reflexão Final

69
Projeto de Futuro Vocacional

70
Referências

 https://observador.pt/” e “https://www.sapo.pt/”.

 Decreto-Lei nº326-B/2007, de 28 de setembro. O decreto de lei pode ser consultado:


Decreto-Lei 326-B/2001, 2007-09-28-DRE

 https://dre.pt/home/-/dre/423065/details/maximized

 Legislação Consolidada - Diário da República Eletrónico (dre.pt)

 https://www.sns.gov.pt/noticias/2019/07/10/portugal-obesidade-infantil-2/

 https://alimentacaosaudavel.dgs.pt/roda-dos-alimentos/

 https://parkinson.pt/

 https://www.cuf.pt/saude-a-z/doenca-de-parkinson

 https://alzheimerportugal.org/pt

 https://www.saudementalpt.pt/

 https://covid19.min-saude.pt

 https://sicnoticias.pt/pais/2018-05-22-Expo98-foi-inaugurada-ha-20-anos-Parque-
das-Nacoestem-hoje-as-casas-mais-procuradas

 https://rr.sapo.pt/el/pais/2018/05/18/a-expo-98-pos-mais-portugal-no-mundo-e-
mais-mundo-em-portugal/113500

71
Anexos

72
a. Formação Complementar e outros Documentos do Processo

Área de Competência – chave: cidadania e Profissionalidade (CP)


Direitos e Deveres
DR4

73
Mapa da minha Vida

74
Área de Competência – chave: Cultura, Língua e Comunicação (CLC) e Sociedade, Tecnologia
e Ciência (CTC)

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76
77
78
Área de Competência – chave: Cidadania e Profissionalidade
Direitos e Deveres (DD)
DR1

79
Secção de desenvolvimento
Área de Competência: Ambiente e Sustentabilidade (AS)

80
Atividade das Areas de competência chave- Sociedade, Tecnologia e Ciência (CTC) e Cultura,
Língua e Comunicação (CLC)
Núcleo Gerador: Saúde
DR1

81
82
83
84
Projeto Futuro Vocacional

85
b. Documentos Complementares

Curriculum Vitae

86
87
88
89
Carta de Apresentação

90
Certificados de Competências/ Trabalhos realizados ao longo da Vida

Anexo 1 - Comprovativo de frequência do Curso de


Administração e Comércio

91
Anexo 2 - Empregos mencionados na autobiografia (documentos
da Segurança Social)

Imagem 1 – comprovativo de emprego Sicasal

Imagem 2 - Comprovativo de emprego: Ikea, Continente,


Synergie, Padaria Portuguesa e Regresso a Bordo
92
Anexo 3 – Declaração do Hospital de Dia de Hematologia

Anexo 4 – Formações Ikea

93
Anexo 5 – Declaração de Voluntariado na Ludoteca Bom Pastor

Anexo 6 – Página do Facebook de venda das velas (cartão


publicitário)

94
95
Anexo 7 – Velas artesanais

Imagem 1 - Bancada de venda das velas, Festas do Montijo

Imagem 2 - Encomenda de velas para batizado

96
Anexo 8 – Carta de Condução

97
Anexo 9 - Certificado de Qualificações (Processo RVCC nível
básico)

98
99
Anexo 10 - Carta de Recomendação

100

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