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Veda a discriminação negativa em desfavor dos rurais, em razão da memória histórica, mas
permite a discriminação positiva.
Impõe que, para os mesmos eventos, sejam estabelecidos os mesmos benefícios.
Seletividade: deve-se seguir um critério de relevância dos riscos sociais, tendo como
objetivos gerais o bem-estar e a justiça sociais.
Distributividade: instrumento de distribuição de renda e bem-estar social.
Além dos princípios acima, expressos na CF, a doutrina elenca (cria) alguns que chama de
princípios gerais do Direito Previdenciário.
1. Solidariedade
O sistema previdencário [e também os demais] somente é possível com o aporte dos frutos
das atividades econômicas individuais.
Funda-se na ideia de que também existem, para além dos direitos, os "deveres" sociais.
Uma "sociedade livre justa e solidária" é um dos objetivos fundamentais da RFB (art. 3º).
A solidariedade, no plano jurídico, mostra-se como uma força contramajoritária, na medida
em que impõe à maioria o atendimento de interesses de uma minoria (os necessitados).
A tese da desaposentação
Tema 503 de RG:
"A Constituição de 1988 desenhou um sistema previdenciário de teor solidário e distributivo.
inexistindo inconstitucionalidade na aludida norma do art. 18, § 2º, da Lei nº 8.213/91, a qual
veda aos aposentados que permaneçam em atividade, ou a essa retornem, o recebimento de
qualquer prestação adicional em razão disso, exceto salário-família e reabilitação
profissional."
Mas pode-se argumentar a partir do art. 3º, III, que elenca como objetivo da RFB "erradicar a
pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais."
"(...) à falta de norma constitucional derivada, revogadora do art. 7º, XVIII, a pura e simples
aplicação do art. 3º da EC 20/1998, de modo a torná-la insubsistente, implicará um
retrocesso histórico, em matéria social-previdenciária, que não se pode presumir desejado.
3. Proteção ao hipossuficiente
Trata-se de uma diretriz interpretativa que prescreve a interpretação in dubio pro misero
quando houver dúvida entre duas ou mais interpretações possíveis.
Vários são, porém, os casos em que a jurisprudência aplica o princípio como uma presunção
para fim de decisão sobre as provas, da mesma maneira que a presunção de inocência no
direito penal.
Se a perícia é (...) conclusiva em arredar a existência de nexo causal entre a atividade laboral
com o quadro patológico da obreira, não há lugar para a aplicação do princípio ‘in dubio pro
misero’, apropriado apenas à solução de casos em que a prova é duvidosa ou conflitante’
(TJSC, Apelação Cível n. 2010.059108-3)
Princípio do qual decorre a regra de interpretação “in dubio pro misero”, a partir do qual
tanto o legislador quanto o intérprete (...) dentre as várias formulações possíveis para um
mesmo enunciado normativo, [deve] buscar aquela que melhor atenda à função “social”,
protegendo, com isso, aquele que depende das políticas sociais para a sua subsistência,
porquanto o segurado é o principal destinatário da norma previdenciária (STF, ARE 803147)
Além dos princípios da seguridade social expressos no art. 194, p. único, existem outros
próprios da previdência social extraíveis do texto constitucional.
1. Orçamento diferenciado
A seguridade social deve possuir orçamento próprio, distinto daquele da União (art. 195,
§§1º e 2º).
Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido
sem a correspondente fonte de custeio total (art. 195, §5º)
Já havia sido estabelecido pela CF 67. Tem íntima relação com o princípio do equilíbrio
financeiro e atuarial.
3. Compulsoriedade da contribuição
Contribuição social (art. 149, CF) é, em todos os aspectos, tributo, ou seja, "prestação
pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada" (art. 3º, CTN).
As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos
noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se
lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b" (art. 195, § 6º.)
O caráter contributivo não se confunde com exigência efetiva de contribuição para gozar de
um benefício ou serviço, pois a contribuição pode ser presumida. , como no caso do
segurado empregado.
2. Obrigatoriedade da filiação
Válido tanto para os regimes próprios quanto para o regime geral.
Todo trabalhador que não estiver filiado a regime próprio estará, obrigatoriamente, filiado ao
regime geral.
O vínculo previdenciário não tem natureza optativa, sob pena de estreitar demasiado a base
contributiva.
Não impede a existência de segurados facultativos, que, aliás, servem para alargar a base
contributiva e cuja existência está amparada pelo princípio (objetivo) da universalidade da
cobertura e do atendimento, elencado no art. 194.
A ciência atuarial é o ramo das ciências exatas que visa, por meio de conhecimentos da
matemática e da estatística, prever, identificar e gerenciar riscos financeiros.
Incluído pela EC 20/98 (art. 40, § 17 e 201, § 3º, CF). Todos deverão ser atualizados, "na forma
da lei."
O benefício não está sujeito à penhora, arresto, sequestro, exceto pensão alimentícia,
autorização de empréstimos consignados, cartão de crédito e pagamento de benefício
indevido, etc (art. 115 LBPS)
Em razão de sua natureza alimentar, uma vez cumpridos todos os requisitos para a aquisição
do direito ao benefício, não há"prescrição do fundo de direito".