Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. Conceito
Regime, por definição, é um conjunto de normas que rege determina relação jurídica.
Regimes previdenciários são, assim, os diferentes complexos normativos que regem as
relações jurídicas previdenciárias de determinadas categorias de indivíduos.
Abrange:
todos os trabalhadores que mantenham vínculo com pessoa jurídica de direito privado
todos aqueles que exerçam atividade econômica ou profissional por conta própria
todos os servidores públicos civis que não estejam vinculados a regime próprio, como
os exercentes exclusivos de cargo em comissão e os servidores dos entes que não
tenham instituído seu próprio regime de previdência
A EC 103/2019 estabelece, em seu art. 9º, § 2º, que o rol dos benefícios dos regimes próprios
fica restrito às aposentadorias e à pensão por morte.
Foi a Emenda Constitucional n.º 20/1998 que passou a prever a instituição de fundos de
previdência complementar para os servidores e agentes políticos vinculados aos RPPS.
Em 2001, foram publicadas as Leis Complementares n.º 108, que dispõe sobre a relação das
entidades de previdência complementar instituídas pela União, DF, Estados e Municípios
com seus entes patrocinadores, e a Lei Complementar 109, que dispõe sobre o RPC, operado
por entidades abertas e fechadas de previdência.
Entidades fechadas: fundações ou sociedades civis sem fins lucrativos, cujos planos de
benefícios são acessíveis exclusivamente a empregados de uma empresa, grupos de
empresas ou servidores de entes públicos.
Entidades abertas: sociedades anônimas que exploram o ramo de previdência
complementar privada.
No regime complementar, fala-se em "participante" e "assistido", e não em "filiado" O
primeiro é aquele que participa de um plano de previdência complementar, enquanto o
segundo é o participante ou outro beneficiário que esteja recebendo benefício continuado
no âmbito do plano.
Nas entidades fechadas do RPC, fala-se em "patrocinador" para referir-se à empresa, grupo
de empresas ou ente público que mantém relação com tais entidades.
Somente em 2012 a Lei n.º 12.618 institui o regime de previdência complementar dos
servidores públicos civis ocupantes de cargos efetivos e vitalícios da União e autoriza a
constituição de entidades de entidades de previdência complementar fechada. Tais entidades
foram efetivamente constituídas em 2012.
Funpresp-EXE: 7.808/2012.
Funpresp-Jud: Resolução STF n.º 496/2012
A partir da criação dessas entidades, passou a ser possível a aplicação integral do § 14 do art.
40 da CF que limita o valor dos benefícios pagos pelo RPPS ao valor-teto do RGPS.
Ao servidor que ingressou no serviço público até a data da publicação do ato de instituição
do regime complementar deu-se a opção de ingressar no novo regime.
Perceba-se que a EC 109/2019 transformou a instituição do RPC nos entes públicos em uma
obrigação, conforme a nova redação do § 14 do art. 40 ("instituirão").
Atenção: compete à justiça estadual processar e julgar os litígios entre o participante, seja
celetista ou servidor público, e as entidades de previdência complementar fechada, e não à
Justiça do Trabalho (Tema de RG 190).
Os militares passaram incólumes pela EC 41/2003, que acabou com a paridade entre ativos e
inativos no RPPS e a integralidade dos proventos de aposentadoria.
A Lei 6.880/1980 (Estatuto dos Militares) rege a sua reforma e transferência para a reserva
remunerada. A "pensão militar", por sua vez, está disciplinada por lei específica (Lei 3.765, de
1960, ainda vigente, com modificações).
A lei n.º 13.954/2019 aumentou o tempo de contribuição mínimo para a reserva remunerada
de 30 para 35 anos, também reduzindo o elenco de dependentes e pensionistas.
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade
e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente
penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV
do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144.