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Dimas Covas, director do Butantan, mostra como seria a embalagem da nova ButanVac Foto:
STRINGER / Reuters
BRASÍLIA E SÃO PAULO — A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou nesta
quarta-feira o início da aplicação da vacina ButanVac em voluntários. Os testes ainda não
tinham começado porque o Istituto Butantan, responsável pelo desenvolvimento do imunizante,
ainda não havia apresentado dados sobre a inativação do vírus. Em uma reunião na tarde
desta quarta, o Instituto forneceu as informações e o processo foi autorizado pela Anvisa.
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As fases 1 e 2 dos testes terão participação, no total, de seis mil voluntários acima de 18 anos
e estão divididas em três etapas: A, B e C. A autorização da Anvisa é referente à primeira
delas, a A, que terá cerca de 400 participantes. É nesse momento que o Butantan definirá a
quantidade de mililitros de cada dose a partir da divisão dos voluntários em três grupos. A
proposta dos desenvolvedores prevê aplicação da ButanVac em duas doses, com intervalo de
28 dias entre elas.
No domingo, o colunista Lauro Jardim noticiou que o governador de São Paulo, João Doria
(PSDB), estima que a aplicação da ButanVac na população começará em outubro. A Anvisa, no
entanto, evita estabelecer data para a aprovação do imunizante.
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— Há vários fatores que interferem no prazo da fase de teste, como a dificuldade de recrutar
voluntários, que não parece ser o caso da ButanVac, mas também dificuldade em obter
resultados. É um desenvolvimento que ainda está numa fase inicial, muitas informações
precisarão ser elaboradas sobre segurança e eficácia da vacina para que a gente possa
vislumbrar sua aprovação — explica Mendes.
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Recrutamento
Segundo o Butantan, a primeira etapa da fase 1 da pesquisa envolverá 418 voluntários
recrutados pelo Hospital das Clínicas da USP de Ribeirão Preto. O início da aplicação das
doses da Butanvac ocorrerá nos próximos dias, informou o governo paulista, sem especificar a
data. "Neste primeiro momento será avaliada a segurança do imunizante e a dosagem mais
adequada", explicam em nota.
A inscrição dos interessados foi feita desde a semana passada no hospital da cidade do interior
paulista. "A seleção será feita a partir da localidade dos participantes. O critério para
participação nessa etapa dos ensaios clínicos é ter mais de 18 anos de idade e não ter sido
vacinado contra o novo coronavírus", diz, em nota, o governo estadual.
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Após esse primeiro período em Ribeirão Preto, mais voluntários devem ser chamados em
outros centros de pesquisa. Essas informações serão anunciadas futuramente aos que se
pré-cadastraram para ajudar na pesquisa.
Todas as doses que serão usadas na pesquisa já estão prontas, além de muitas mais de
reserva. Segundo o Butantan, já são cerca de 10 milhões de doses estocadas da ButanVac.
Até outubro, a expectativa é ter 40 milhões de doses prontas para o uso, aguardando os
resultados dos testes.
A Butanvac se baseia em uma tecnologia que utiliza o vírus da Doença de Newcastle (que
ataca apenas aves)geneticamente modificado. Esse desenvolvimento foi feito por cientistas da
Icahn School of Medicine at Mount Sinai, em Nova York. O vírus da doença aviária funciona
como um vetor viral da proteína Spike do coronavírus de forma íntegra. É assim que a vacina
deve conseguir uma resposta imune.
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Por ser produzida usando ovos de galinha, uma tecnologia conhecida para a fabricação das
vacinas contra gripe, a ButanVac consegue ser feita de ponta a ponta no Brasil, sem a
dependência de importação de matéria-prima, e de forma mais barata, segundo o Butantan.
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Outro ponto levantado pela organização foi a possibilidade de ampliação do critério de eficácia
das vacinas, que é definido pelas agências regulatórias. No Brasil, por exemplo, um imunizante
contra Covid-19 precisa alcançar pelo menos 50% de eficácia. As discussões sobre o tem, no
entanto, ainda são muito iniciais.
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