Você está na página 1de 381

~

INTRODUÇAO

Após "580l3t•SC <l 2~ cc:liç5o deste Mnnunl, a Edilof.l PINI <' °"' nutores conlinu.lr.1nl a
receber pedidos do livro, quer d e livrarias, q uer de leitores, dcn1onstrando o interesse do
meio técnico pel:i su:i continuidade.

Por outro lado. nt.1!> últimos ano::., surgira1l1 nôYá:. té<:nologi<As aplic::àdJ.s aos e<tui1>ao1cotos
de terraplen;;1gem e de remoção de rochas. Assim, pareceu-n()' ser cabfvel 1>res>.1rar a
.) 11 ediçJo deste Manual revista, anlpliacla e Jtuali:i:JdJ.

Na parte referente à terra.plenagem, foi introduzido o monitotamento eletrônico do


dt~>fTipt.>11ho operJcional e dos d iversos siste1nas das 1nác1uinas, a partir de s~1lSOfCS que
fornece1r1, crn t<:n1po real, as suas condições de funcionan'tên lo. Algum~ informaçcX-s
pet"li11cntcs .-.o ;'aSSlrnto s..-'lo mcncion;,ldtls c1n d iversos itens do texto.

A informática passou a ser a1>licada nos cálculos de produtividade, bem como no


1>lancjarncn10 e controle das obras. No capítulo que trata da s<:lcç5o dos cquipaillC1ltos
é apresen1ada planilha eletrônica que permite, em função de d iversos dados de campo,
calCl•ltlr a produçJo do equipan1e1lt01 dirne1lsion31l1ento <f(I eq uipe1 custos e prazos
prováveis. l possível, também, co11hece1ldo as carac1crís1lcas plu vlals do local, prever
a influência nc.'gativa desse fator c limálico no decorrer da obra, permitindo n1elhor
planej~me nto.

Na 2"' J>"rte, que trata d<) escavação de rocha, são apresentados novos conceitos relativos
à perluração d o ter-reoo e aos tipos de equipanlentos u1ilizados, especialrnen1e 1l0 que se
refere ~ tran·smissão hid r.i~1 l i ca de esforços funcionais, aos novos tipos de coroo das
brocas de perluração, às alturas de bancadas e tlO en1prego e va11tage11s deequipan1entos
d<:' furo. abaixo. Ao lci1or, cxpcricn1e ou iniciante. cs1~ liv ro pcnnilc determinar: o plaoo
de fogo com todas suas grandezas; a escolha do e:xplosivo; o m étodo e acessórios de
inici<'lçdo e o uso de rc1ardadol'C'S para o bter vantaget's d i versas, no que diz rest>eito à
fragmentação da rocha e ao aspt.."Cto final dos talu<k:s resul tantes. O Ma1lual íOJne<::e,
<1i11da. fcrramcnt<is J>at<'I a <.'SColha e dinicnsion<imento dos cc1uip<1nlCntos 1lCC\.-ssários a
todas as elapas de execução do desn1onte, cálculo de custo e preços de venda.

Cabe aqui agradecer às empresas (1ue se 1>r'OpvserJm it 1>restiginr esti.'I nova edição. a
partir do patrocínio que a tornou possível: Construções e Comércio Camargo Conêa e
Atlas Cop<:o Brasil. Sem essa colaboração, t::il iniciativa não seria exeqü ível. Foi
extrernamenté útil o apoio 1écnico para ap~ntaçâo dos équipa1nentos e das tecnologi<ts
mais recentes Q\•e. com certeza, enriquece1n o contet'.i<lo des1e Manual.

l>ara íinalizar, nosso agradecimento a 1odos q ue participaram do preparo de~a ediçlo.

0 .ç autores

s
ABREVIATURAS

Abr~vl<1tUr.1J
A 8.N.T Ass<K.iJÇ'dO Br~sileirJ. de Normas Técnic.is
A.A. S.H.0. A1t1erican Associati0n of State Hig1l\v,1y Offici:llS
A.P.I Ar11e1lcJn l\:1rolcum lnstitutc
A.S.T.M. A1neric.in Society íor T<'Sling Materiais
0 .1'.E.R. Oe1>ar1.ln1cnto Nacional de Estradas e~ R0<l."l&c~n
D.E R.S.P. OcpartJmc:nto de Estradas de Rodag~m do 1-~tado d<." São P.;1ulo
P.C.5.A. F\Jv..•t"f CrarK.' anel Sho\'CI AssociatiC)l'I
S.A.C. *•C!Cy oi Au1omotive Engineers
H R.H High\.. Ay Research BOJtd

• sr•u de compactaçJo de um solo, "'


1, • peso C!SpeC ifte0 solto de um solo
Y. - pHO espcciftc» de um solo no est.l<lo natut31
Y. peso ~ifeco do material no corte Cou Y,.J
r_, • tX'SO ~ífico do material comp.>c:~do
v. - volume de letr.l ni.edido no ~ado •lJturJf (óu no (;OrH~)
V, volun1e de lena soltJ (em1>0lada}
v,__, • volume <•e lena c..Of'(lpact.ada
'l> "" f,11or de empolamento de un1solo ou de c0t1vcrs3o de voh1n1c-s
h "' ttior de u1nidade de um solo
R, 'Ili tMlst&1cia de rola1nento

K GO<.ofic.i\•nte <te rolanlCnto


p • 1>t·-..o tot.JI cio equipamento
-. tn< lil'la(3o da ~nlpi.. %
R, • reJi51~1a de rampa
R ftifSlênci.i de inéfcaa

' .. eloctd.lde de 11.insl.ação do equipa.menro


\ •M'tolÇoio de \'elockt<lde
"'
1
- """"" do a«IC'ração "" desace~
E, • tilotço b".ltof d1spon;...e1 no trem ptopul~
V! • JOm.at6ri.a d.ls res1}fêocias oposr.tS ao movimi:nto
r. • peio .idercnte sobtt' as rodas motri7es
coeficiente c.le ~derência ou de 1rac;5o
• 1>01l'flcir1 de um motor no volante
" potên<.l;:i disponí..,cl no t1cin propulsor
"....
-
a
• CocOclcnte de Rendhnento 1"11..'Cânieo da
r.1.1,io de <bn1uhipl ia.ção
• númc:-10 <k• rol3ÇÕCS

• t
00 um motor no volante
número <lc ro1açõc.":> das rodJS nl()trizes
tr.Jn)rn i ,.~.1c)

onju&"dO ou tnrque disponível nas rodas motrlzf.-;


1:.1<• <IJ ioda motriz
• tC'l'llJlO de ciclo
• tempo de çiclo mínimo
tempo (le ctck> efctl\!O
l"""'PO ftJt,0
• tempo V.lfJ.i\~
tm'l>O d<- JMl"ad.a
• trmi>0 de ciclo do •pusher""
Q • p1odU('.do de um equipa.~to (ou Q..>
Q_ p.oduÇJO 1u ix i ~ de um equipamento
Q,, • 1>rodlfC:·' º t.'4'c.-1iva de um equipamcn10
E c;oc(i<.ic-nlc> <ic rcndirncnto ou f;Jt()f de êílciência
e ~Pfl.Ci<ladt• da 1...tc;o1rnbJ de um equip.1mento
Dou d - <1 1~1 .inrin <~ 1rJ 1l"ll)Orte
H - .iltc.JrJ <fc• ('('1tte ou de i'tetro (cota vern1elha)
o ãngult> d<" t.iludl:
X • <ll.,1lrn:ia 'le •off-set" à esquetda
X d1).l;Ínt.iJ de "o((--sel"' à dire-it.l
e,, cu~IO h<M!rio de um equipamento

o..
\
• dcpt<."4.1;-.ç.lO tlOf.iria de um cquipoJmento
'\l.ll<>f 1nt<:i.;ll de um equipamento
\ v;)lor rcsldWil de um cquip;:amento
.. • c.ocftt.etite de reparos mecânicos

'
SLMÁRIO

JU<te - T ERRAPLEN/\CEM
c...rtruLO 1- GENERALIDADES

• ! - 'oções Gerais .. ................... ........................ ..... ...................................... ......... ..... .... .......... ..... . 21
- Introdução à terraplen3gem ....... ............................................... .......... ................... ............... . 21
_ - Histórico ........... ............................ ..... ................... ......... ..... ......... ..... ................... ................. 21
3 - Tenaplen agem manual ........ .... ............... .................................................... .......... ................. 22
..& - Tetraplenagem mecanizada . ..... .......... .... ..... ..... .......... .... .............. ............................. ............ 23
5 - Clr.:ictctístic..-is da t(ltt;)plenagem mecanizada .............. ....................................... ................. 23
r,. -Operações básicas da terraplenagem. Ciclo de 01>eraçJo ............. ........................ ......... ..... ... 24
• C - Estudo dos Materiais de Superfície ................ ................... .... .......... .... ..... ..... .... .......... .............. 25
~ 1 - Ceneralida(les ..... ..... ............................................ ................................................................. 25
~ - Tenninologia de rochas - TB-3 {ABNT) ...................... ................... ................... .......... ......... .... 2S
..2.) - Ctitétio p.:irJ clossificJ.ç1io dos materiais ........ .... .......... .... ........................ ............... .... .......... 26
1 .. 3.1 -Classificação do ONER e OER-SP .......... .......... ..... .... ..... ......... ................... .................... 28
_.: - lmportáncia eçonômica da classificação .. ......... ................................................ .... ................ 29
.l ; - Empolame nto dos solos .... ......................... ..... ......... ..... .... .......... ..... .......... .... .......... ......... ..... 33
~ 6 - Redução volum~trica dos solos ou compacta.ção ........................................ ........... .............. .. 35
.l.6.1 - Fundamentos teóricos da çc>mpactação . .... ..... ......... .................... .................................. 36
a 1..:J - &ntrodução <\OS f<1ui1>amentos de Terr.lple nagem ........................... ..... ................... .... ..... ........... 42
_,. 1 -Classiíicação e 1ern1inologia de 1náquinas f'Odov iátiéls - P-TB-51 ............ ..... .... .......... .... ........ 42

-. ~ - Cl.assi íic~çJo dos e<:1uipanle'lllOS ..... .............. .............. ..... ..... ...................................... ......... .. 42
.3..3 - Generalidades sobre as u11id<1dcs de traç.5-o (trJtores) . ..... ............................ .......... .............. ... 43
J.J.1 - Comp aração entre tratores de esteiras e de pneus .......................... ............................... 44
- l l.2 - C.:impo de: ;rip lic~ç5o ... ......... ............... .............. .......................................................... .. 45
~ 3.3 .3 - Partes constituint(."S de u1n (f(llOC' de esteiras ..... ......... ............................. ........... ............. 4.1)
' ,.3.4 - Partes constituintes de urn trator de pneus ........................ ......... ......... .......... ..... .... ......... $1
.3.5 - Trans1nis:.&:."S rncc.'.ln ic.1s e hidrtiuliC\ls - Con verrores de Iorque .......... ........................... 53
J ~ - C>escrição (fos cc1ui1>a1ncntos ............................................. ............................ ..... ................... 62
tJ.4.1 Unid ades escJvo·empurradoras ........................ .............. .................. ..... .................. ...... 62
- .3..4.2 Unid.1dt-s CSCâvot...-anspol'l.:idOfJ S .... ..... ..... ......... .... ............................. ............................ 68
tJ.4 .3 - Un idades escavocarTégadora.s .......................... .... ..... .......... .............. ............................ 74
1-3.4.J.1 - Catregoildeirõ:'s ........ .......... ................................................ .... .......... ........................ 74
1J.4.3.2 - Escavadeiras ........................ ............................................... .......... ..... .... ..... .......... 78
J ..;..i - Unidades aplainadoras ........... ............................. .......... ............. ........... ..... .... ......... ...... 89
.J..&.5 - Unid.ldes de ttallSJ>Orte . ..... ......... ............... ............................................ .................. ...... 91
- .., ..i.6- Unidad("S con11>actadottlS ...... .... .......... ..... .... ..... ............................. ........................ ..... .. 94
· 3 ..i.- - Unid acles escavo-elevador.as ................ ................... .... ...................................... ..... ....... 99
• 1 . .& - locomoção dos Equipa1nentos de Tcrrap lenagem . .............. ........................ .............. .... ..... ....... 99
- - - '\ecànica do movim<:tu o das 1náquinas ...... ......... .......... .......... .... ..... ..... ............................... 99
..o...: - Resistências opostas ao movimento ... ........... .............. ............................ .............. .... ..... ...... 100

9
SUMÁRIO
1.4.l - Primeira condiçlo de mo\;irnento ....................................................................................... 107
1.4.4 Aderênçia ......................................................................................................................... 109
1.4.S - Se&und.a condiçlio de mov1n"1irnto ........................................................................................ 109
1.4.6 -Componainento das máqulnaJ de c~1e1ras t pneus <ro<into à ~fênci<' ............................... 11 1
1.4.7 QJ5tribuição de cargas 00\ ec:1uiJ)dmentos de pneus ............................................................. 11 2
1.4.6 - Estudo das forc;as motrir.<.O\ .. ........................................................ .. .......................... 115
1.4,8. I - Oiagratnas tt;)Ç.lo x \Ckx:id.lC~ ................................................................................. 122
RtkY~•01s Rih!1ogr.ifias .. ........................................ ········-·· ............................ 123

Ú\PfTULO 2- ESTL'AATIVA DE PROOU{ÃO 005 EQUIPMUNI~


• 2. 1 - Produli\'idadl! dos EquifNmentos dt Ttrr.iplenagem ....... • ··-· ..................... 129
2.1 .1 letnpos e movimentos elementar~. Ciclo. Tempo de cick>o ................................................. 129
2.1 .2 - letn~ de ciclo mínirnO e ~"º"'° .......................................................................................
1)0
2 .1 1 - Proc:lu<:lo de um ec:1uipJn1ci110 .............................................. ,.............................................. 130
2.1.4 Reodimcn10 da OJ>er;;iç.'lo ou f.ltOf tk' cftel~ncia .................................................................. 131
2.1.5 Fórmvla básic..1 da pn:xhtÇJo de un1 equif><11ncnto ................................................................ 1)2
2.1 6 Aum.ento d<1 prodvtivid..-dt- .................................................................................................. 1)3
• 2.2 - Eslim.1liva ele pt0dução d0$ divC'JWJ tqvipainenfos ................................................................ 140
2.21-UnJd.l<lesesc-41\."'o.<!mf)Uttadot;as ........................................................................................... 1-40
2.2 2 Unl~esc.a..'OC:r.lnspor1..-wklrJ~ ..... ........................... ... ...•- .................... 154
l.l.1. 1 - Tempos \'<lriA-.~s ....--.....................- ..- .. ·--·••••-•••oo••••oo•..- ... 154
l.l.l.l - r..,_ focos ······ ···-·······-··························· ·-·············-······-····· 159
2.2.2.3-Coclodo ""'°'
~n.idor 1 .....,.., -····--·····-·······
2.2.2.4-Determina(Jodonú~dt- ·~.. tmpurT.ldospor um-~ .......................... 164
-···-······-······ 16-'

2.2.2.S - Otimiz~Jo da produçJo dos '"motOSCrclpers.. e do ·pu-W,~r.. ,, , ................................ 166


l.2.2 .6 Tempos t:lemcntarM p.'lf~ Oconjunto lrator de esleuas <:001 •KrJ1X.'f" ......................... 170
2.2.2.7 - Fator de reduc;~o d(' \ielocidadt' ................................................................................... 170
2.2.3 ... Void;ides csc.avoc.irreg.ukJIJ!I ............................................. ,,,,,,.,,,, ..................................... 174
?.2.3. 1 -Carregad<!iras de ~tetr.-.s e pneu' ................................................................................ 174
l.2.l.2 Escavadeiras ............................................................... ,, .............................................. 181
2.2.l.2.I - Escavadeiras con1 IJl't(J "'d1;ig.lu'IC"' .................................................................... 182
2.2.J.2.2 - Produção efc:ti\iOJ d~l~ CKJv.1<lciras ...................................................................... 183
2.2.J.2.3 - úc..lv;J.Õeit~s acton.xbs por com.11ido hidr.iuhco .... •.................................. ia.a
2..2.J.2.4 - Produção~ ~V~ tm V-.lbs ..- ...................... -•••••-•"'"''"º'"'-""""-•• 188
12.4 Un~lranspcwtadotil$.. . .............- ....................... _ ...... - _ ....................... 190
2 2 .a 1-Condiçãodesincronrt-n"IO .••_ .......................................... - •••- ...- ....................... 190
l 2 4.2 - Tm1p0 deciclo<f(>1.1~~~ .....__ ., ............................- -....- -............................ 192
?.? .4.l - Fa1or de r<doç~ de >-<loc•cbde ,..............•..............••••- ............................................... 193
2.2.5 Unidades aplaint1dor<11J ..... ............................................................................................ 199
2.2.6- Unidades compactador.l.s ..... ,...................................................................... ....................... 202
lt~ftrfonc i as Bibliográficas .................................................................................................................... 205

CAPITU LO 3- SElEÇÃO DOS CQUIPA."1ENTOS OE TERRAPLCNAGCM


• 3. 1 - Gttttf'alicbdes ........................................................................................ - ...... _ ... ,........... 2f11
• 3.2 - íatorf'S Naluraês ...... . .......- .......................... 208
)_:.1 - ·' -•tureza do solo .. .. ........................................................................... .. ................................ 208
.:!. 2 - Topografia ..........., ..................................................... ........................ .......... ........................ 208
_ _:3 - Regime de çhuvas ....... ................. ..... .............. ... .................................... ................... ..... ..... 200
• 1.3 - Fatores de Projeto .................................................................................................... ..... .......... 209
..;.J. 1 -Volume a seí m ovido ........ .................................. ....... ........................ ..... ............................. 209
· 32 - Distânçia de transpoite ...................................................................... ................... .............. 209
• J..~ - Fatores Econômicos .. ............ ................... ........... ...................... .......................... .................... 210
• 3.S - Seleção das unidades escavotransportadoras e transportadoras .............................................. 212
• 3...6 - Dimensionamento das equipes - Cálculo de verificação do prazo de execuç-ão .................... 224
• ~ - Planejan1ento da obra e dinlensionamento do equipamento ...................... ......... ............... ..... 226
~teias Bibliogrtificas ........................... ............................................................ ............................. 232

ÚJ>ÍTU LO 4- EXECUÇÃO DA TERRAPLENAGEM


• 4.1 - Generalidades ... ....... ............ .............. ..... .............. ............................... ........................... ....... 233
• 4.2 - Serviços Prelin1inares à E.xeCuf\ãO da Terraplcnagcm ................................ ... ......... ................. 233
.:2.1 - Instalação do canteiro de obras ... ......... ................... ...................... ...................................... 233
~ .2.2 - Trans1>0rte dos e<1uipamentos ..................................................................... .......................... 234
~~2.3 - Consttução de estraclas de serviço e obras--de-ar1e provisótias .............................................. 234
4.2.4 - Consolidação dos terrenos de fundação dos aterros .... ........................ .................................. 235
4.2.5 - Locação topográfica .......... ..................... ................. ....... ..................................................... 235
.:.i.6 - limpeza da faixa, desmatamento e destoçamento ............................ ..... ............................. 235
4.2.6. I - Fatores que influem nas operaç~ de limpeza .................................. ....... ..... ............ .. 235
4.2.6.2 - Eq1..1 ipan1en1os empregados na lin1peza ... ......... ... ....... ............ ............ .......................... 238
4.2.6.3 - Produção dos equipamentos empregados na derrubada e empilhamento ................... .. 242
• 4~3 - U til ização dos diversos equipamcnlos na execução da terraplcnagcm .......... ....... .................. 246
.t.3. 1 - Trator c;le esteiras com lâmina ............................................ ...................... ............ .. ..... ......... 246
4.3.1.1 - Corte em meia~encosta ........... ..... .. ............ ..... ... .... ............... .............. ..... ..... .............. 247
4.3.1.2 - Escavação e trans1>orte a curta dislância ................... .......................... ........................ 248
4.3.1.3 - Preparo dos çortes e aterros .......... ................... ... ......................................................... 248
4.3.1.4 - Espalhame1no de terra na ponta de aterro .................. .. .................... ............ ................ 249
4.3.1.5 - Escarilicação ........... ............ ..... ....................................................... ....... ..................... 249
4.3.1.6- Emprego cio "pusher" ........... ...................... .............. ..... ......................................... ...... 249
4.3.1.7 - Emprego na limpeza da faixa e abeltura de estradas de serviço .................. .......... ...... 249
4.3.1.8 - Acabamento cios taludes .... ....... .......... ....... ................... ................... ............................ 250
4.3.1.9 - Execução de valetas ....................................................................... ............................ 250
4.3.1.10 - Escavação em trincheiras ................... .. ... ................... ........................................... .... 250
4.3. 1.11 - Operação conjunl.;i cJe duas n1áquinas .. .............. ..... .................................................. 250
4.3.1.12 - Tratores de pneus com lâ111ina ................................ ..... .......................... ..... ................ 250
4.3.2 - Uniclades escavotransportacloras .............. ..... ...................... .... ... .............. ... ......................... 251
4.3.2.1 - Unilormização da frota .. .. ...................... ... .................................................................. 252
4.3.2.2 - Técnicas de carregamento .................... ............................. ........................ .................. 252
4.3.2.3 - Transporte ................ ............ ..... .......... ....... ........ .................... ......................... ............. 254
4.3.2.4 - Combinação de ç icfos ....... .. ..... ................................................................. .......... .. ...... 255
4.3.2.5 - Descarga ... ............ .. .......... .. ................................................. ................... .. .......... .. ...... 256
4.3.3 - Unidacles cscavocarrcgtldoras ... .......... ................... ........................................... ............ ...... 256
4.3.3.1 - Esçavadeira com çaçamba "shovel" ............................................................................ 256

11
SUMÁRIO
4.3.3.2 - Escavadeiras c:oo1 caçamb.1 "drag-line"' ou de arras.10 .................................................. 2S7
4.J.J .3 - Escavadeiras com caçamba "clam·shell" ou de mancfibt.ilas ........................................ 2S9
d.3.3.4 - Escavadeira com caçamba retioescavado~ ................................................................ 260
4.3.3.S - F.scava<leiras de acionamento hidráulico ..................................................................... 260
4.3.3.6 - Carregadeiras de esteiras ............................................................................................. 261
4.3.J.7 - c:arregadeiras de pneus ............................................................................................... 263
4.3.4 - Unidades aplain.adoras ........................................................................................................ 263
4.3.5 - Unid..'ldes cofnpactadoras .................................................................................................... 264
• 4.4 - Execução dos Cortes ............................................................................................................... 264
4.4.1 - loc:ição lopográfic.a dos cortes ........................................................................................... 264
4.4.2 - Controle topográfico da execução dos cortes ...................................................................... 267
4.4.2.1 - Processos prá1ioos de controle do ~ngvlo de talude ..................................................... 268
4.4.3 - Escavação de materiais de 1• categoria .............................................................................. 270
4.4.4 - Emptéslimo e "'boln·fora" .................................................................................................... 271
4.4.5 - Escavação de materiais de 21 otegoria - Escarificação ...................................................... 271
4.4.5. 1 - Ge-netalidades ............................................................................................................. 271
,1..1.s .2 - npos de escariíicadores ............................................................................................... 273
~1.-1.S.3 - Produçiio dos esc.arificadorcs ....................................................................................... 274
4.4.$.4 - Uso de diagramas baseados r\3 velocidade sfs1nica ck!termina<.la en1lestes <le campo. 275
4.4.5.5 - Ptocessos de escarificaçào .......................................................................................... 276
4.4.S.6 - Pl'Odução estimada dos escarificadores ........................................................................ 277
4.4.6- fscavação de solos brejosos e turiosos ................................................................................. 278
4.4.7 - Classificação ....................................................................................................................... 281
• 4.5 - Exec.:ução dos Aterros .............................................................................................................. 281
4..5.1 - Locação topogrJfica dos aterros .......................................................................................... 281
4.5.2 - Controle topográfico da execoç.ão dos aterros ..................................................................... 282:
4.5.3 - EstabilidJde cios atetros. Co1lsolidação das íu1ld:içõcs ......................................................... 283
4.5.3.1 - Remoção do solo de má qualidade e substituição por material d~ melhores
características .............................................................................................................. 285
4..5.3.2 - OesJoca1ne-1to do mJlerial instávc._., ............................................................................. 285
4.5 ..3.l - Desloca1ncn10 por explosivos ...................................................................................... 286
4.5 ..3.4 - Drenos verticais de areia ............................................................................................. 287
•l.5.3.5 -Outros proces.sos .......................................................................................................... 288
• 4.6 - Execução e Con1paclaç.io dos Aterros ...................................................................................... 290
4.6.1 - Execução dos ate(f't).> ........................................................................................................... 290
4.6.2 - PrcssJo csi.!tic:a e vibraç3o .................................................................................................. 292
4.6.3 -Seleção dos equipame1nos de compactação ........................................................................ 294
4.6.4 - Fatores que ioflucn) 1\a compactação .................................................................................. 296
4.6.5 - Especificações para compactação ....................................................................................... 301
4.4.6 - Sequênci:i cons1ru1iva ......................................................................................................... 302
4.6.7 - i\4étodos de controle da com1>actação ................................................................................. 304
4.6.8 - Emprego de critérios estatísticos para o con1role da compactaçdo de aterros ....................... 306
Reierêocias Bibliogr.1.iic3s .................................................................................................................... 300

12 r-.tanual Pratir::o de Escava(dO


CAPÍTULO 5- OPERAÇÃO EMANUTENÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE TERR<\PLENAGEM
• 5.1 - Generalidades .. ...................................................................................................................... 311
• 5.2-0pcração dos Equipamentos ...... ................ ................... ... ................... .................................... 311
• 5.3 - 1'1\anutenção dos equipa.mcntos .. ................ ... ...... .......... ... ...... ............. .................................... 312
S.3.1 - Manutençao mecânica ................. ... ....... ......... ... ....... ... ...... ...................... ........................... 313
S.3.2 - Manutenção corretiva e manuteoção pfeve1ltiva .......... ...... ... ................ ... ...... ..................... 313
5.3.3 - Oficinas de manutenção ....................... ... ....... ... ................... ................ ... ... ............. ...... ..... 318
5.3.4 - 1\lmoxarifado e estoque de peças para reposição ...... ............................... ... ... ... ............. ..... 320
5.3.S - Manuais técnicos ........................................................................................... ..................... 32 1
• 5.4 - lubrifica(.âo dos Equipamentos .... ............. ... ................................................... ........................ 321
5.4 .1 - Lubrificantes ...... ......... ............. ......... .................................................................................. 322
5.4.2 - Caracicrfsric.>s dos óleos lubrificames ...... ........................................................................... 322
5.4.3 - Aditivos .............. ... ...... .......... ... ................ ............................................ ................... ............ 325
5.4.4 - Classificação dos óleos lubrificantes ....................... ................... .......... ......... ....... ... ............ 326
5.4.4.1 - Classificação API (American Petroleum Instituto) ............... ... ................ ... .......... ......... 326
5.4.4.2 -Óleos para engrenagens ......... ......................................... ... .......... ......... ....... ...... ......... 326
5.4 .4 .3 - Óleos de multiviscosidade ........................................................... ......... ...................... 32i
5.4.4.4 - Classificação S.A.E. ("'Society oi Automotive Engineers") ..................... ....... ...... ......... 327
5.4.4.5 - Graxas lul>rificantes ..... ... ................................ ......... .......... ... ................ ...................... 328
5.4.S - Prática de lubrificaç.ão dos equiparnentos de terraplenagem ............... ... ............. ... ............. 329
5.4.5.1 - Instruções gerais .. ... ...... ... ................................ ... ...... ... ................................................ 329
;.4.5.2 - Plano dê lubrificação .................. .......... ............ ................................... ................ ....... 331
5.4.5.3 - Abastecimento de combustível .... .......... ... ................ ...................... ... ... ................ ... .... 332
Reíerências Bibliográficas ..... ................................... ...... ... ....... ......... ... ................ ... ...... ................ ... .... 333

C APÍTULO 6- ESTUDO ECONÔMICO DOS EQUIPAMl:NTOS DE TERRAPLENAGEM


• 6.1 - Estin1ativa do Custo Horáric>de um Equipamento ......... ................ ...... ... ................ ... .............. 335
6.1.1 - Cuslos de propriedade .. ......... ...................................................................... ....... ................. 336
6.1.1.1 - Depreciação ..... ...... ...... ....... ............................................................... ........................ 336
6.1.1.2 - Vida ú1il provável .......... ................ ................ ................................ ......................... ..... 337
6.1.1 .3. - Métodos empregados oo aílculo da depreciação ......................................... ......... ..... 339
6.1.1 .4 - A de-J)reciação nos regimes de econornia inflacionária ........................ .......... ......... ..... 349
6.1.1.5 - Juros do investimento .................... ................ ... ............. ... ............................. .............. 351
6.1.2 - Custos de operoção ... .......... ......... ... .......... ......... .......... ............................... ............. ......... .. 352
6.1.2.1 - C0tnbustíveis........ ................... ... ... ................ ...... ... ....... ... ... ................ ... ... ......... ....... .. 352
6.1.2.2 - l ubrificantes ........ ......................... ................ ......... ... ....... ... ...... ... ................... .......... .. 353
6.1.2.3 - Graxa lubrific.>nte ...... ......................... ................... ... ................ ................... ...... ... .... .. 354
6.1.2.4 - FiltrOS .. ...................... ... ....... ...... .......... ... ................ ... ................ .................................. 354
ó.1.2.5 - Mão.de-Obra e leis sociais ...................................... ... ............ .... ... ... ... ... ............. ... ... ... 354
6.1.2 .6 - Pneus e parte rodante .................................................................................................. 355
6.1 .3 - Manutenção mec.\niça ...... ...................... ................ ............................................................ 356
6.1.4 - Beneíício e despesas indiretas (BOI) ........................ ......................... ................................... 357
6.1.5 - Custo da hora trabalhada e da hora improdutiva .................................................................. 360
6.1 .6 - Critério para a decisão da con1pra ou locação de um equipamento .............................. ....... 361
6. 1.7 - Renovaç3o de frotas ou subs1in1ição de equipamentos ................... ...................................... 362

13
SUMÁRIO
• 6.2 - Cuslo Unit.irio dos Servi(Os de rcrraple.nagem ....................................................................... 366
6.2. 1 - Dctcrn1inaç.ão <lo custo do mon\C1)lO de 1.ransporte para distâncias longas Cd 2' 1 km),
com caminllão basc1.1lante (111Jlkm) ...................................................................................... 367
6.2.2 - Detcrmina~o do custo do momento de- v-ansportc- para distâncias curtas
(d < 100 dam) - Conl "mo1osmpe(" - m> . da1n .................................................................. 369
~eietência$ Bibliogr.iíiCJs .............................................................. ...................................................... 372

CAPÍTULO 7- TERRAPLENAGEM NÃO-CONVENCIONAL


• 7.1 - Equipaml!ntos Escavo-elevadores ........................................................................................... 374
7. 1. 1 - Gene1alid.ades ..................................................................................................................... 374
7. 1.2 - Produção dos equipamentos cscavo·efevadores ............................................ ....................... 375
7.1.) - Escavadeiras rotativas ......................................................................................................... 378
7. 1.4 - f.xperiência com escavo.-elevadOr'es .................................................................................... 379
Reierências Bibliográfic.>s .................................................................................................................... l82
Apêndices ............................................................................................................................................ 38'.l

2' parte - ESCAVAÇÃO OE ROCHA


C APITULO 8- EQUIPAMENTOS OE PERFURAÇÃO
• 8.1 - Classificação das i:terfuratri:r.es ............................................................................................... 399
8.1. 1 - Perfuratrizes percu$sivas ...................................................................................................... l99
8. 1. 1.1 - Funcionamento das perfuratrizes percussivas ............................................................... 400
8. 1.1.2 - Siste1na <le per<:u:>~o .................................................................................................. 400
8. 1.1.3 - Oinãmica do sistema de percus~o .............................................................................. 403
8. 1. 1.4 - Sistema de ro1aç3o ...................................................................................................... 405
8. 1.1.s - Sistema de limpez;;t ..................................................................................................... 407
8.1 .2 - Perfuraltizes rotativ;,as .......................................................................................................... 407
8.1 .3 - Perfuratrizes perçussivo-rotJlivas ......................................................................................... 408
8.1 .4 - Periura1riies de furo·abaixo (OTH) ....................................................................................... 408
• 8.2 - Av3nços .................................................................................................................................. 410
8.2.1 - Avanc;o pneumático ............................................................................................................ 411
8.2.2 - Avanço de cortcntc ............................................................................................................. 411
8.2.3 -Avanço de parafuso ............................................................................................................. 412
8.2.4 - Avanços utililados .............................................................................................................. 414
• 8.3 - locomoção das Perfuralrizes .................................................................................. ................ 414
8.3.1 - Loeornoçào manual ............................................................................................................. 414
8.3.2 - Loconloçdo ltacionada ........................................................................................................ 414
8.3.3 - LOCQOlOÇâO própria ,,,,,.,,,,,,,,,,,,,,,, .. ,,,,,,,,,.,,,,,,,,,,,,,............................................................... 414
• 8.4 -Associação de Perfu:ralriz, Avanço e Loc.:ornoç.ão .................................................................... 415
8.4. 1 - Pcrfur.urizes manuais ........................................................................................................... 41 S
8.4.2 - •Bencher' ..................................•.....•.......•...•.........•.•..•......•.•..•••........•.................••............. 416
8.4.3 - "\:Vagon·dTill" ...................................................................................................................... 41i
8.4.4 - Perfurat1izes sobre trator ...................................................................................................... 419
Generalidades 1

• 1.1 - Noções Gerais


1.1.1 - Introdução à terraplenagem
De iorma genérica pode-se defin ir terr.iplenJgerr1 ou rnovinlcnto d~ te-rras ~01no o conjunlo ck: opera-
ções necessárias à remoçl.o do excesso de terra para locais onde esta esteja em falta, lenclo enl vista um
determinado projclo a ser in1plantado.

Assim, a oonwuç-So ele un~ estrad."t de rodagt-~r1, f1..vrovia ou ac;."fqx:irto, a edifiçaç3o de uma fábrica ou usina
hidrelétrica,. 01.1 mesmo de u1n conjunto reside1lcial exigern a execução de serviç<>S de terrapfenagem prévios,
regularizarw:k> o terreno natural. e1n obediê1'lCia ao pcojeto qlie se deseja in1pk"lnta(.

Pode-se afirrn ar, porlantc>, c1uc todas as ol)ras de Engenharia Ci\til de grande o u pequeno portê exi~m
trabalhos previos de movirncntaçiio de terras.

Por essa tazão a 1erraplenage1n teve o enorme desenvolvimento verificado 1'IO século XX.

1 .1.2 - Histórico
Cabe nolar, en tretanto, q ue a realizaç.10 de obras de terra em larga escala não é privilégio desta época,
pois há muitos séct.ilos e las vêm sendo exect.rt;;1das pelo honlem.

'la Antigüidade os egí1x:ios e bJbilôntos rcalizara1n feitos ootáveis oesse campo,. como, por exemplo, os
canais de inigação às m(lrgens dos rios Nilo e Eufrates.

A construção das p irâmides$ e1nbora a sua n101ivaç.'.io n.ão fosse econômica, mas rc-Hgiosa, n3.o deixa de
constitu ir magnifico cxcm1>lo de cscavaç.'io e traosport~ de milhares de metros çúbicos de rocha .

•vtais tarde, os roman(>S q ue, sém <llívid"'$ foram os gr..lndcs engenheiro s d.a A1ltigü idade rcaliz.aram
grandes serviços de terra, 1lecessários à construção de suas estradas e aquedu tos. Esses trJb<'!lhos eram
executados manualmet1te ot.1 con1 o aux ílio ele an iolais que carregavarn o u rebocavam ins1rumen1os
rudimentate-s.

Esse q uadro 1):iO Sê n1odilicou até mead os dó século XIX, pois o instrumento u1ilizado era, ainda, a
chamada "pá·de-cavalon (•h0rse-dra'vn sc.rafM'.?J"'), constituída de uma c.Jçamba dot.;id;:i ele lân1ina de
corte, a qual, rebocadCl por trac;.âo an i11lal. escavnva e tl'a1lSf>01'tava u Material.

Com o advento d.1 mSquin;:i ;:i v;:ipor surgii·.:im i'IS 1>tin1ciras l('ntativas (IC utilizá-la ('111 (."quipamentos de
terraplenagem, a partir ela segunda nlelo:l de do XIX.. sendo que no seu fi1lal já t:xistia111 t.."Scavadciras
p<o,.ridas de "sllOvel", tnontadas <!1'11 vagões e u sadas na c'"..ónstrt1ção ferrovi .$ri~1.

21
O dt.-senvol11imento dos n1otorcs a combustão interna, ocasionando a reduç.'io do seu tama1)ho físico.
permitiu novas <1pliccições.

t--10 início cio st..~ulo XX, l lolt e Best lançan1 o ltator de l'Stciras, J)roviclo de motor diesel, JO qu;al, desde
logo, foi ada1)t<ada a lân1ina, iniciando-se, desta n1aneira, a concepção e fabricaç~o dos eqvi1:>amentos
de terraplenagen1 1nodernos.

Nas décad<ts de 1920 <! 1930, u1n inovador, R. C. Le 1Qrneau, cri0t1 o p rinleiro "scrJpet"' propelido,
relX>Cado l'°r trator.

Tr:tfQr Hnlt.C:tt~rpill.lr ( 19 17)

Em 1938 é intr0<luzido o primeiro " motoscra1>er", isto 6, o "scraf)(>r" autopropelido e que recebeu a
<Jenominaç3o comercial, a1ê hoje conhecicla, de "'tournapull".

A f>artir dessa dara.~ ele lodos conhecido o rápido dcscnvolvi1nen10 dos c.-quipan1entos de terraplenage1n,
apresentando nláqu inas cada vez mais eficientes sob o aspecto n1ecán ico, do q ue resulto u o aurncn10
~xtrac>rdi nário de sua produtividade.

1.1.3 - Terraplenagem manual


Até o aparecinlen10 cios equipamenios mecanizados e mesmo depois, "' movin)('1ltação das t"rras era
feir.-i pelo homem, utilizando fcrra1n~1ltas tradicionais: pá e picareta para o corte, carroças ou vagonetas
com tração anin1al p.;ir.:i o transpoftc.

Dado o seu pequeno rendimento, ~1 tcnt1pltlnagern manual (k,.1)endia, sobretodo, di.'1 m3o·cJc..o b ra abun ·
dante e barata, fator que o desenvol11in1ento recnológic:o e social foi 1oroa1l<lo Cddd vez mais escasso e,
por conseqüê-1lcia. m<1i:1o oneroso.
P.ara se ter uma idéia, na execução br;;iÇ.JI do movin"Jento de terri.l, com 1>1lXlt1çiio de 50 mlJll de csc.;1vaç5o,
s.eNm u1ili1.acJos 1::ie-lo menos 100 hocn~1s. Em com1)araçâc>. uma escava<Seira, Operada apen.is por on"I ho-
lnl'n'I. cxccuta a 01esn..a ta~a, o que demonstra d arame.lte as 1rans.f0tmac;ões <>casiOnaOOs pelet mecanização.

Tocb"'ia, oJo pense que a (Crí.lplcoagcrn 1na.oual condu2itia à excessiva leo1iddo dos lrabalhos. Desde
':!l-Je a mão-de~obra fosse n um erosa, os prazos para a mov imentação de terras c-m grJndes volumes eram
razoá\'eis, se co1n parac1Qs c0«n os atuçiis.

Rego Chaves, em SC\l livro "Terraple1"lagetn 1\<\eca1"lizada", mostra o exemplo de ferrovias construídas
nos Estados Unidos, com n"li lhões de nletros cúb icos escavados e 1novidos em 1>r;:izos rel<ltivamcntc
GMtos. dispondo.se, poré1~'I. d~ mão-<Je..obra ab unclanté e de baixo custo.

Com suficiente organização 1>ara rêSolver os sérios proble1nas de rec::ru 1a1nen10. adm inistração, alo ja-
~to e subsislêflcla <los 1rabalhadorcs, a 1crraplcn agcrn n1anual ar>rcscntava ren<limen10 ca1>az <fP
avsar admiração, a i1lda nos dia.s atuais.

1.1 .4 - Terraplenagem mecanizada


Entretanto, o apareci1n imto <los eqvipamentos lll(...oçanizados, surgidos en1 conseqüênci(l do desenvolvimento
rcnológ.ico (do q!R resultava mã()..(lê-obra cada vez mais e.ara), em r:.zào <'le sua alta produtM d.lde. toma\ra
~itivo o preço do movinlCOto <k! terras, apesar cJo elevado cusro (le aquísição dessas máquinas.

.. ficou paten1cada, a 1ra v~s d o exern plo citado, a notá\•~I economia de mào--(le-<>bra i ntrodu zida pela
l""IE'C.;lniz(lç.ão, o que v i1l ha. de encontro J. csc;:issez c;:id<a vez maior cio trab;:ilhador braçal.

~mi ndo, pode-se entender que a m ccanizaçJo sufgiu en'I conseqüê1lcia de:

• escassez e enc arccin1en10 da mão-de-obra cau sados, sobreluclQ, pela inclustrial i:t::(lçáo;

• alt.l cíiciên<:ia mecânica dos equip amentos, traduzindo -se em grande 1>rodutividade, a q ~1al
cond u zia a preços mais baixos, se oonlparados com os o b tidos m aouafmen1e, especi a l met~te
em virtude da redução de m;io-de·obra.

1.1 .5 - Cara cterísticas da terra plenagcm mecanizada


Assim, a mec·anizaç 1o caract eriza-se por:

a) rec1uerer gr..incles investimentos em equip;:imentos de ;:ilto cuslo;

b) exigir serviços racionalmente planejados e execu1.1d~. o q ue só pode ser co nseguido ;:itr;;ivés


de c rnprcsas de allo pacJrât> de eficiência;

e) reduzir subs1a nclalmen1e a mâo-de-obra empregada, mas, por outro lado, provocando a es-
1>ccial ízação proííssional e, conscqücn1c1nen 1e, me lho r rcmu1leração;

d) 1)ermitir a movimentação de gran(les volumes dê terr<i em prazos cun os, graças à eficiência
de operação e, sobretudo, pel;:i graodc velocidade no transpo1lc, o que leva a 1>rcços u ni t~ ri os
exire m amente baixos apesar do cus10 elev(ldo d o equ ipa n1en to. l\:tra se ler um;i i<Jéia d;i
influên cia do aumcnlo d a p rodu1ivid ade no cuf>to da terraplenagen1, apesar d a elevação subs·
tancial ocorrida no valor de aquisição dos equipamentos, praticam ente 1~0 houve acréscimo
nos preços cSe n1o vimen10 de terra, nos Estados U nidos, no período ele 1930 ;:i 1960.

Gcnctalid adcs 2l
1.1.6 - Operações básicas da terraplenagem. Ciclo de operação
Ex~1mina r1(k>-se a execuç.;o ele quaisquer so1viços de 1erraplenage1n, pode-se d istinguir quatro opera~
ções básicas que ocorrem em seqüência ou, às vezes, conl simultaneidade:

• escavação;

• carga do material escavado;

• transporte:

• rlcsc.lrga e espalhamento.

Essas operações podem ser feitas pela mesma mác1uina ou por equi1>amentos diversos.

Exe1t1plificando, un1 trator <;lc t:s1ciras, provido de ISmi1la, execut.:i so?.inho todas as Opérações acima
iodic.1das, SCf'ldo que as três prin1eiras con1 sin1ultaneidade.

Uni conjunto de trator com "scraper.. as exe<:uta, também, secn au xílio de outro ec1uipan1ento,. sendo
que as duas ptin1ciras são simultSne;:is e as últin1as. vêtn em seqüência.

Já JS rnáqui113s escavocarregadoras executam as duas operações iniciais Cf'll scqü&lcia e .,,s <luas úhirr1:is
são feitCls (Om ~u i pamcn los difcrC11tes (c.am ir1hões, vagões et c.).

A escav;ição é o processo cn1prcgado parJ rol'1 lpcr a. compacidade do solo em seu estado natural.
;itravés do emprego de fcrramcr1tas cortantes, como a faca d ;i l:itn ina ou os dcntt:s da caça11·1ba cte l JOl J
carrcgadcir.a, des.t"lgreg.:indo·o e tornando possível o seu n1anuseio.

A carga consiste "ºenchimento da caçamba, ou no acúmulo diante da lfin1i na, cio malerial que j á
sofreu o proct.>Sso d~ desag~:.ga ção, o u seja, qtie já loi escavado e o t_rans1X>rte na n-,ovin'lentação da
terra do local e1n que é escavada para o nde será colocada em définitivo.

D istinguimos o lr(lnsp0rte com c.::arga, quando o equipan'lento esr~ carregaclo, isto é, a ca<;<, n1b.1 está
ocupada em sua totaliclade pelo nlatcri(ll escavad o, do 1ranspor1e vazio, fase cn1 que a 11'láquin\l já
reton1o:t .;io loc.JI <le escavação sem a carga de terra.

A descarga e o cspalha1ncnto C01)Sliluc 11'1 a e xccuç3o do aterro prOJ)ri Jmente dito . Q uando as
e$pec;ilic.:1ções determinan1 a oble11ção de certo grau de con1paclaç.Jo no Jterro haverá, ainda, a opera-
ção íinal de adc11san1en10 do solo até os índices mínimos estabelecidos.

Há em certos casos, quando o solo a escavar for n1uito compacto, a necessidade de tra1a1nento prévio,
a fin1 de ron1per a resistência oi)osla ao dcsn1onl<! pelo solo, como 110 caso d~ escarifiC.:lç30.

As quatro oper(lções básicas repetem-se através do tempo, constituindo, port~nto, v m trabalho cíclico e
o seu conjunto denon1ina-se ciclo tle Of:>eraçiio.

Como veremos, a determinação ck> 1e1n1JO do c iclo de operJç5o permitirá o estudo da estin1ativa da
produção de u1n ec1uipan'lcnto de terrilplenagem.

24 Manual Prático de Es<avaç.ào


• 1.2 - Estudo dos Materia is d e Superfície
1.2.1 - Generalidades
P.lra o cs1udo da retrai.,lenagem será necessário o conhecimento de algumas c.irac1erf:.ticas dos solos que
têm grande ir1íluênci.) no seu comportamento ao ser escavado e. ~CetiOfmente, ao ser novamente adensado.

Por outro lado. dada a ímcn~ di\."'ersidade de solos e xtstentes nas camadas tõuperficiais,. é preciso agru~ ­
los em class1fic.ações própri.as da tcr-raplenagem, para permitir a remuner.lçào dos SCt\•iços.

Dentre as caraC'lcrísticas mais importantes ex;.minarcmo~ a c~ns3o volumétrica, ou empolamento. e


o adensamc1'llO ou compactação dos solos. lembrar-.00...se de alcuns princípios e lementa res da .Mecâni·
ca dos Solos.

1.2.2 - Terminologia de rochas - TB-3 (ABNT)


Convém recordar e cScfinir ns termos técnicos rclaLivoi. ao~ 1na1e1'i.ti> da crosttt terrestre para fi11s de
engenharlri das obras de terra, conforme a ·rcrminologia IJrasJIC'ira TB- ~ .

De modo geral, os materiais de superfíc ie c lassifica111-se en1:

a) Rochas 1natcri'1iS constituintes essenciais da croslJ terrestre 1>rovcnicntes da solidificação do


mt.lgma ou de lavas vulcânicas ou da consoliclaçJo <fc d<"pó\it<X sedimentares, tendo ou njo
soírido 1ran.síormações metam6rficas. Esses r1'1Jtér1.l1s apresentam elevada resistência somente
mociiíic~vcl por conto.1tos com o ar ou a .igua em casos muito especiais;

bl Solos - materiais cons11tuintes especiais da crosta terrestre pro"enientes da decomposição in


situ da' rocha> pelos divetSOS agentes geológicos, ou pela M!dimentaçlk> não consolidada dos
grJos elementares constituintes das rochas, com .id1ç.30 eventual de patticulas fibrosas de
material ca1bo110w e rnat(..,.ia orgânica coloidal.

Terminologia da) rochas


Tra~ndo-se de oc.orr<!nci;is de 1ocl1as ele d imensões limitadas. scrJo empregados os seguintes termos:

a.1) Oloco de rocha - pcdac:o isolado de rocha co1n di5me1ro rr1l'(liO st.•pc rior a 1 m;

a.2) Ma t.nc~o - pedaço de rocha com d lâf'ne1ro m&lic) St.•1w rlor a 25 c n1 e inferior a 1 m;

ai.3) Ped ra - pcd~ço de rocha com diâmetro médio compreendido entre 7,6 cm e 25 cm.

i:ochi alterada - t1 .1 <1uc apresenta.. pelo exame macroscópico ou m1croscópico. indícios de alte<aç.lo
de u m ou várioS de seus elementos mineralógicos con~ituic1t~. tl--ndo Sl'ralmcntc diminuídas as carac·
s ístic.as orig1n.Jis de resistência.

~ efeito da prC'!>Cnlc terminologia,, os soaos classificam~se em:

b . 1) Pedregulho solos cuias propriedades domin3ntes slo devidas à sua parte c.:onstttuída pelos
gr.los 01i1lcra1s de diâmetros su1>eriores a 4,8 mm e inferiores a 76 n1m:

b.2 l Areia - solos c11jas propriedades do111i n ant(.~ são devidas à 4\1Ja pane c011sti1t.1ída pelos mi·
11cr~1 i s e.te clitin1ctros máximos superiores a O.OS 111rn e inferiores a 4,8 mm;

Generalidades 25
b.J) Silt~ - solo que apresenta apenas a coesão para formar, quando seco, torrões facilrtu~nte
des.agregáveis pela pressão dos declos; suas propriedades dominantes s.ão de,,1i<f(IS à 1)arte
geralrru~1ltC cons.tiruída 1:>elos grãos de diâmetros máxi111os $uperiores a 0,005 1nm e inferi·
ores a 0,05 n·un;

b .4) A rgila - solo <1uc aptesent<l características mi'trC<intes de plasticidade; qt1ando su ficien te·
mente úmido, n1olda·sc facilmente em diferentes forn·1as; quando seco aprcse1ltil Coe$âO
l)asta111é para co1lsti1uir tottõcs cliíicilmcnte desagregáveis por 1>ressão dos dedos; suas 1>ro·
priedades dominantes são dcvicl ~s ;); J)õ.lrte constih1 ída pêlos gràc'>s de cliãn·u.::tros nl.ixin1os
in feriores a 0,005 mm;

b.5) Os solos c nl que não se verifiquem nitidarnente as prcdorr1i1lâncii\s de propriedades anteri~


ormente r..:feridas ser.do d~ignados. pelo non1e elo tipo de solo, Cltjas l)rôpriOOadcs sejan1
mais acen ltJ(l<;l<ls, seguido de adjetivos correspondentes nos <1ue o cotnpletarr1. Por exenl·
pio: argila arenosa. argila si lto-arenosa, siho-.argilosa etc.;

b.6) Solos corn matéria orgânica - caso u1n dos tipos anteriores a1>resente teor apreciável de
n1(1téria orgânica. ser.i anotada sua presença. Exen1plo: ;irgíla arenosa com matéria orgânica;

b.7) Turfas - solos com grandes porcentagens de partículas fibrosas de material carbo 1loso ao
lado de nlatéria orgâ1'lica do cstJdo coloidal;

b.8) Alteração de r ocha - é o solo proveniente cl~ desagr<.--gação das roct1as ir\ silu pelos diversos
ageotl!s geológicos. Será descrito 1>ela respectiva textura, ,,1asticidade e <;01lsistência ou
compacidade;. sendo indicados ainda o gtau de Jlt<'rJç3o e, se pc>Ssível, a rocha de origc1n;

b .9) S-Olos su1>erficiais - a zona abaixo d(! su1)eriície do terreno natural, igualn1C'nte constitt.1ída
de rnisiura de a1·eias, argilas e m<itéri;:i orgânica exposta à açà(J dos íato1-es clinláticos e de
agentes ele orige1ll vegetal e anin1al, será designada sirn1>lesmc11te co1no solo superficial.

1.2.3 - Critério para classificação dos materiais


Os nlateriais existenres na crosta rerrcstre e que s.ão esQvados, lr~nsportados ~ cornpactados durante a
exec:;vção da terraplenage.-n apresentanl·se sob os 1nais cliversos aspectos. quer quanto à sua 11atu reza~
consistência. C()nstituição, qucf quanto ao 1>rocesso de formação.

Na tentativa de classificação dos materiais, tendo em vista a tcrtaplcnagcnl, constata-se que nenhun1
auxílio pode ser obtido a1ravés das classificações geológica ou cl.;i Mec.ânica dos Solos, já vistas a1\tCr'ior·
1nente. pois estas os estudam sob ponto de vista diferente.

O principal critério que i1lter'vén1 na c lassiíicaç-ti O dos materiais de superfície, no que collccs-ne à csc..i-
vação, é a n1t1ior ou 1nCrlOr' dificuldade ou resistência qt1é orerece1n ao des1norlrc. seja c fc n-1anu~1J ot1
n1ccanizado.

i\ ctassificaç.ão geológica r1ão se aplica 11csrc caso, pois n5o hj corrt..-spo11clê1)Cia er)lre ela e a (Jificuldade
ao dcsn1onte.

Sabe-se q ut> u1'na roclla, benl caraclefizclda geologic;an1ente. pode se aprcsent:ir em diferentes graus de
compacidade, tenclo em conta seu estado de a heraç5o, provocado pur diversos agentes naturais
(inte1-nperisn10), reduzindo as suas carac1erísticas originais de resistência mecânica.

26 Manual Pratico de Esc.-rv.xao


~ uma rocha cfa~sific.adà ~b o ponlô d<_> vi!>l.l geológico poderá aprcscnt~r difPrentes rcsistênciõJ~
~te. segundo o grau de al tcrJçJo que já sofreu. Ainda que conserve bem nílicla a estruturo'.'! da
llXhHn.Ucr• .:t sua resislência mecânica ~r(i ser bastante reduzid.-., ck-vido d a.tcração sofrida pelos
~ dcmentM mineralógicos co11shtu1ntes.

l\r".JNO "1b o ponto de vista da 1erraplcnagem. • todl.1 classificada numa unica arcgona geológica pode-
-.. ~r dií~tes graus de comp..lC.•dJdc e ~rt."fia o desmonte com maior ou menor diiw:uldadc.

pode ser ícitd com rch~~.io às classiíicaçõ(.~ clti Mf..'\.anica cios Solos, pois unl solo
"ll'K.".lo.'.l.l ob&ervaç5o
~iz,,do conu1 tlrgiloso f)OclerJ, t;.o-w n10111e f)ela va ria~o do teor <I~ urnitl<.1dc. apresentar t:t rcsis~
~ llicrccld\\ ao des1nontc, de 111()(10 cx1rc1ll.:in1c 11tc variável.

'1ém. e» umidade, outros fatores podcn, i11fluir na capacidade de o equipamento (trator de l.lmina, por
eweilplo executar o desmonte cios n1atcríai ~ cfe ~•1perfícic. O desempenho d<"fes depende-tá de algumas
urxterí)ricas do <-olo, a saber:

._ a..n.a.nho e (<><ma das partíaJlas


Qrmn:o m.JtOr o tamanho das partículas i1ldi\riduilis de um solo, rmis difttil ~r..i o desmonte pela borda
ar:intc da<. lâminas e das caçan1bas.

, .. p rtículilS co111 a restas vivas resisrcm m;li~ ao corte e requeretn n1aic>r pot~ncia l>ilrJ. e íetuá.fo do c1ue
.IS com turn-,as arreclonda das .

b \azio~

Quanto menor o volume de vaz:i0:,, .1~


pJrtícc.1l:ict individtrais terão maiOf ár~J dt: c::on~to com as outras
que a~ circunclam, o que implica Jumento cio .11r1to de pa.rtícula a partículJ U m solo bem graduado.
q..»e tem p<:qucoo volume de vazios. ofcr"-'<C maior resistência ao corte,

e Teor d~ umidade
Q).baixo-. reores de umidade i1Umt.'flt3n) o atrito entre os grãos, do que resulta maior dificuldade no
desmonte dos solos mais secos. Por outro IJdo, os solos muito úmidos, que possuem gr;inde quantid"dc
de ~gua nos inlers1íc1os. têm dcnsid.iclcs n)a1orcs, o qtre significn mJiôr J)()lê1lcia da nláq u ina par.1
mo\ê·los.

R("<.ulta que oc; solos nn un1idadc 6tin'la ôÍt~rt·c. t>n1 as melhotes condiçVcs pnra o 1r;il:>alho ele tcrraplcnagem•
.ilém de produzirem pouco pó, facilit..,ndo ~ vi)do do operador e rcdu1ínck> t> clcsga.;1e por ~brasão.

Compreende-se. pois, que o critério de c.la.s~ific:açJo a ser aplic41do ~ M>los superficiais. quanto :t
:t>rr-apl~n.igcmk é apenas e exc::lu5-ivwncrltC. como já íoi dito, a m.:1ior ou menor resistência oposta j
escavaçlo.

:'\a época da tPrr-aplenagem manual ;:idOt.lV3 ·~


a ferramenta utilizada no ~avaç3o para se obtc1 d
classiíicaçao cofrespondente do matP1 i,,I l~ilvado, a sab~r:

Terra comum: solos iacilmc11lc C'<.:dV~vf'i'i com ern pr~o de 1>ti ou cnx:\d:i;

Mofcdo ou piçarra: marctiais l"l'k1•S co1n1ü1ctos, suscetíveis de :,ctcn1 c&csmontados com emprego
d~ pic"rcta;

Generalid ades 27
Rocl1a branda: constituída por 1·r1dtC'riai~ compacto~ quê exigem o c 111prcgo de explosivos ele
b..'ix,l potõncia;

Rocha duril: rocha cujo desl'110f1te só se rornaria possível com o emprego eKclusivo de explosi"os
de alta potCncia.

Após o tidvC'nto da mecanizaç.301 a cl.i»1fi<..;açJo pa>sou a se basear no cquip.imcnto capaz de rc~lizar


t.:oconomicamcntc o desmonte. agru~ndo..sc os 1na1eriais de superfície em •calcgorias de materiais de
csc._v.1ç.Jo", t.l seguir enun1erados:

·111 c:.1tc1<oria: os solos qt1c pod<!fl't <flt p11c.iv.1dos co111 at1x(lio de cqui1>Jrr1c11tos comuns: rraror de
1511'1 i11,1. Nmo1oscr.:iper", pás~carrcgadciras.

2" categoria: são os materiai.,, rc>movi<IO'll com os equipamentos J.Í C'll.Jdo~. m.;i.s qve pela SU.;,t m;.1ior
consist~ncia exigem um clcsmont~ pr~10 fe-10 com esc;1rific..1dor ou emprego descontínuo de
explosivos de baixa J)Olência.

31 utegoria: materiais de elevada rl!'(.istênciil mecânica que s6 podem ser tratados com empr'ego
ex.clusivo de eliCplosivos de alt.J po1ênçla.

1.2.3.1 - ClossiílcoçSo do DNER e DER-SP


Baseaclos n~i;a orclen'I <le id éias. os órgJc ~ ro<Joviârios criaram c lassificações 1>r61>rias para ;i utilização
c n1 seu< contratos de terrap!cnagcn1, proc.urnn(IO en~uarl rar a m.)ioria dos tipos de solos presentes cm
sua .ire.J de J.tuaçJ.o.

Ocfinítão d3S categorias, segundo o DNER


t• c<1tc,;oria: terra em geral, piçarr.1 04.• ~lrgila. roct1.a L"lll adiantado estado de decomposição,
w1xos rolados ou não. com d13nlC."lrô m~ximo inferior de 1S cm.. qualqttef que seja o teor de
umid.Jde, co1npa.ríveis com a c.1t1h.1açdo de '"'dozer-. "sc:raper"' rebocado ou motorizado.

21 categoria: rocha com rcsistC:ncla ~ p<'nctr.:ic;ão mecânica 11lícrior ao g1arlito, blocos de pedra
de V<>lurne iníerior a 1 ml, mat.1c~s e pcdrils de diâmetro n1é<lio suµeri<>r a 15 cn1, cuja cxtraçl'o
st: 1J1oc,;c., ..a coo1 erl'lprcgv ele ~Xf)IOsiv<> ou uso cornb ill.:ido clu t•xploi,ivos.. má<.luinas <le
tet'(tlpl~nagrm P fer rame ntas n1é'nua1< con'lu1,s.

3ª c~llegoria: rocha com resistên<..itl à penctraç.io mecânica superior ou igual à do gr.Jnito e


blocos de rocha ele volume iguJI ou <up(li'ior a 1 ml,. cuja extraç:io e redu~lo. para torn.a( possí·
vel o coarr~1ner1to. se proce»arn com o emprego contínuo ck' f"..xplcxivo

Oeftnitão d.as C-14legori.a.s,. segundo o OER·SP


1• ea l ~oria: comprêérldê a t(\rr,l {'(n geral, piçarra ou argila, as roc;flas cm ;.diantado estado de
deco111posiç.io (pouco compacras), seixe>< rol;-.dos ou não, c;o1n di3mctro máximo de 15 cm e, cm
gcrJI,. todos os mater iais s1Jscetívcis de serem escavados •l0nl1,1lmt-nt~ com emprego de 131ni1141,
.. scr.:ip<'f'N rebocado ou Nnl olo)cr~lpcrN, qualc1l1er que seja o gral• (lc umidade que possuam.

211 categoria: constituída 1:>0r p.__'(lras 4:011.i~. rocha fratu(ada C1't1 b lc.x.;os 01aciços de volun1c inferior
,) 0.5 m', rochas em clecomposição compactas e muito co1n p..1ctJS,. cxcluíd.1s na1uralmcnl'c as do
itc1ll 1, as rochas de pouca durc~a (rochas brandas) e cuja extraçJo :.e 'ª" pelo uso combinado d<"
~rificadorcs e explosivos.
3i categoria: é a rocl'la v iva de clureZ3 n1aior ou igual à do granito e os matacões ele volume maior
ou igu al a O,S M l e que só adm ilem desmonte pelo emprego conti'nuo de explosivos.

Ver-ifrca·se que as cleíinições das categorias pelos dois órgãos rodoviários são muito sen1elhan tes, diver·
gindo apenas Cl'n :ilgurnas 1>articularidadcs.

Em princípio. os materiais da 1a c:itegoria são aqueles facilm ente esca\•áveis com os equipamentos
normais, ainda que se <1presentem b<1sti\nte rijos, em ra.z.io cfe baixo teor cfe umicfJde, pois, se úmidos,
poderr1 perder a resistência oferecid a ao d esrno11te.

Além disso, ainda qu e eslejam rnisturados com pedras, seixos rolaclos ou matacões, descle que scj<im
escaváveis con1 o cquipan1c11to indicado, são considcrddos corno de 1il c-atcgoria.

O n'lesmo se f)odC afirmar 1'10 caso ele rocha allcta(la, desde que apresCflle pouca co1nrx1cidacle e permi·
ta o uso dos equipamentos co111un s.

Os mater iais de 2" categoria são mais resistentes ao desmonte e não admitem o uso dos equip;imentos
comun s, a não ser após o Cl'nprcgo de a lgum tratamento prévio.

Esse tratamento prévio é o desmon te inicial obtido com o en1prego de escarificadores ("'rippers"'), aciona~
dos hidraulica1ner1te e mo1l tados n a parte posLerior de tratores de esteiras pesados, que rasgan'I a superfície
compacta, õ.'ltravés de várias passadas, propicia ndo a posterior util ização do equipamento comum.

Muitas vezes, porén-., h averá necessidade de serem em1)regados ex1,losivos de baixa potência, de forma
desconrínua, nos rrcchos que de1no11srre1n maior dureza e nos quais ncn'I o cnlprcgo de "tippcr" ttaria
os resultados esperados.
Em outras c il'cu1lst.'lllcias, c-specialmc1lte n o C;&lSO de rocl1a em várias e1a.pas de alteração, poderá ocorrer
a u tilização conco1nitante dos dois proce~sos, isto é, a pré-escarificação e o uso de explosivos.

Cabe assinalar, entretanto, que determinados equipamentos 1noder11os, dispondo ele gran de esforço
traror, aliado à grar\dc adcrênci~ (por cxc1t-.plo, N1no1os<:rapcr" de 1notor traseiro), auxiliados por trato·
res emporradores C"pusher"'), já tên1 sido empregados com reliltivo êxito na escavação de material de 2•
categoria, desde q ue o grau de rcsislêrlcia ao corte 1lâo seja nluito elevado e não se aprcsc1ltc mistura.do
com rnatacões ou blocos de rocf)a viva.

A 3"- categoria, a roch a viva, é a n1ais l:>em carac1eri zada, porque só a ela perlencem os materiais que
apenas adrnite1n o desn-.onte p elo emprego contínuo e exclusivo de explosivos de méclia e alta potên-
cia, e apresentan1 dureza igual ou superior à do gra11ito.

Atualmen te, de acordo con-. a necessidade, a 2.i categoria costumJ ser subdividida em duas subca1egorias,
conforme seja necessário a pré-escarificação e/ou o en1prego de explosivos de baixa potência:

• 2"' categor i(I c<.1m material pré· escarificfivel;


• 2" categoria com e:mprego descontínuo de ex1>losivos e p ré-escarificaçáo.

1.2.4 - Importância econômica da classificação


Na verdade, a 11ecessidade de se classificarem os materiais de escavaç3o oas citadas categotias prové1n
do simples fato ele que os m ais resistentes, oferecendo maior difict.ildade ao desmon te, demandam

Generalidades 29
t'tl'IP'CSº de um número maior ele horflit <lc <>qt11p.1mento ou obrigtirn ilQ )Cu uro dt: modo mais in1ens1
vo. gct.in<fo, obviamente, maiores cu ...1CK ele HC<"tvação.

A~ e-tfiOl <"OnSLlt.lÇ.io conclui-se que~~ dift"Jt:nt~ ca1egonas cOfTCSpOndcr.lo preços unilários de esc.J.·
\.'flÇdO b.lSl.lnt~ di1.-"'(!f'S()S.

Daí deriv.J .J hn1)0rt3ncia econôn1ic::a dJ <.las)ificação dos nlatC'r1a1s, permitindo a remuneraçdo dos
~ervi<;os de dc._...,.mon1e de acordo c::onl o esforço empreg~do ncss.\ opt.'fJÇJo.

Assin1, UOl 1ra1or r>rovido de lâ1l1i11d fXJclc c•<;f ,1var con1 facilidade os mritcrlais classiíicados 1la pri-
n1cirJ c ..1tcgc1ri::t, con1 produç3o 11c:1rniôll, cff' n1odo que o preço un itário fixaclo par.i essa c:tcegoria
cubra <>s custos.

Ent1cc.1nto, o mesmo tra1or poderá escavar 111.1tcri<1is m.}iS compactos ni.ls diante da maior resistênciJ
QPO"l..t •o cortiP se.ão necessárias 111ai! hora~ <lo e<1uipamento e. sobrctuck>, h.1\."Crt1 maior desgaste p.ar.a
obtt., o m("\mo rendimento do e.aso ant\.."f1Qr, ous4ooando o aumento do cus10 ,1lén1 da faixa da pnrnes·
ra c<:1tegor1a. Aisim, aplicando-se tdo-S01l1e0te os critérios usuais. de c-las~ificaçM> nJo ha\·er-.i outra pos-
sibilidade scn.lo de enquadrei-lo nes!>.l últim;i categoria, quando, na tettlida<Jc, os cuS-IOS já serão suf1ci
enretnCf\lC altos par.l o p;:1gamenlo crnno seguntta categoria.

Verifica se, 1>0r conseg11inte, c1ue a <•1>licaçJo p1.1r" e sin1ples das dcfini\,.Õ<..'S a1>r(_"SCnt;:idas pode condu1ir
u clJs~i fi CÃ'l <lor a .;e af.istar do pr(.'ÇO justo J ser pago pelo trabalho ef~tuado. a dano ele quaisquer das
p"1rtcs envolvida~, 0~1 seja, o e n11Jrci1eiro ou a fisc.ili.i::aç.ão.

Já c1ue pelas t.;ibcl.:is atualmente vigente:.. llO DCR·SP os preços de rcmunt..,aç~o das ttês categorias v.Jr1-
am na proporç3o aproximada de 1:2:6, cornprCC"nde-se, com facilidade, a impottlncla econôm ic~ d.a
cl.ass1fi<;"1Çlo.

t condiç.\o essencial ao classificador poi;;;.t11r fõlrta experiência anleiior, dliddJ ~bom senso, para bem
executJr a ._lJa t.lrcia, pois, de certa fonna, o criténo de classifiução ê u 1n proccs.so com grande compo·
ncnlc subi<"livo que pode interíerir na ~uil CilJ>.-cid.ade de julgamento.

Al~tl'I cJ 1~ ~0. clada a grande varia<;JO das cartlCIC"rístic.i.s d<ts C(ln1<•clé1S d~ 'olos, cspeciahnente quiindo
existe; .1hctaç~o ele roçha em vários cst.igio.; do prru;csso, torna-se cnuilo difícil distinguir a transiç.ã.o dJ.!i>
Ct1nlt1Cl.1,, 1)()i .. potJerá ocorrer J 1r1udança gr.1dt1t'll ela consistência cio m 3tcrial, dificult(lndo o traball10
de cl.a1;.sific..1(,Jo.

l cvidcnl<" que os maiores obsl.Sculoe. l~.Jo na cra1'l)içJo ela 1i para .1 2'1 CJlcgoria. j~ que a caracteríl'a
ç.}o cl.1 rocha viva é bastante fácil.

O pl'Oblc·ma ~ .1centua quando num C'Ol1C' sJo enconrradas as rrê!. categorias, obrtgando o classificador
a ~l inl.lr o~ \olumes de cada umJ dcl.u, c;to.1l>el<.."Ccndo-se porcenklgcns 1na1!1> ou menos arbitrárias do~
volu11"1(."\ J ~(>f('1ll pilj,"O!'õ.

Conc lui-se, 1>ortilnto, que muitas c rítit:.•' fu nclílni<'ntadas 1>0ck!l'tl set íelws <tos crit~rios de c lassific.açJo.
No c ntanlo, n.'\o tem havido n 1clho~ia flil 'iOluç:lo do problenia, :'lpenas .l tcn1.11ivc1 (ft.: nlud;.inça d<is
c..J l cgc1r1::i~, ora amplia11do--as, ora rt.'(fu,.ioclc)-.11;: a cluas, S4!rn entro)r no ~n1ago da ql1cs1ão. qt•P o,~i.:i ..,
e l 1min3ç.10 do arbítrio ou critério., f>f!)Wdi'i dô'\ clas~ifi Cildorcs.
"ios atuais projetos de escavação <le gra1lcles volu1nes, os resultados dJ prospecção de solos podern
1m1iecer iníormaçõcs relevantes à predetero1inação da natureza dos perfis de solos e rocl)as encontra -
dos no subsolo e que serão alc<:inçados durante a escavação, facilitando a esti111ativa dos volun"les de
:wtenais (solos e rochas) que scrà<..> r>0s1cri<..'>r1net1tc rcn1ovidos.

H.i d."er-sos processos e equipamentos que eíetuam furos de son(lagem no terreno, tais con10:

• trado manual;

• trado por1átil aciona<lo por motor;

• trado rotativo n1ontado sobre caminhão;

• n1artelc1e ele .Jr con1prin1ido;

• periur<1triz rotativa montada sobre trator.

T.rado manual
k·e equipamen10 r>ern1i 1c a 1>criuração até 3 n1 cn1 solos de pouca consistência, classific áveis r):l
'•categoria. Entrelanto, convérn assinalar, quando os materiais atingem certcl C01l)1>acidade e se
.i!!pf'esentam com baixos 1eorcs ele umi(ftidc, o ltado m.Jnual pode cncontrnr dificuldade no seu
desmonte ou a1é n1cso10 11ão conseguir J 1>enetraçâo na camada. Ainda assi m, esses 1na1eriais seri-
M'!l cl.issificados na 1a categoria.

T141Klo portátil ac;iona<lo por motor


:> ·rado é acionado por nlotor auxiliar de gasolina, o qt1e perrni1e a penetração em ~olos mais consisten·
1e5 até cerca de 15 1n de profundidade.

"i. .. elocidade da perft1raçãô J)OtJe ser rclacio1'\clda co1n a consistência cio n1..1lerial, conforme tabela
abaixo.
______\<_c_lo_c_;,-,.,-d-c- ,-,,-éd-ia(n;ill) ..,. ---Cla:ssífic.ação p rovável.. . _
~
r9' do materi.i.1
residuais pouco consistcnles 1a - 2i ,,
~ residuais de co11sis1êocia nlé<li.1 9 - 18

Trado rolativo montado sobre caminhão


vtilizado para sondagc1ls de reconhecimento em materiais de pouca ou niédia co1lsist@ncia, incluindo-
t
se a rocha a lterada, atingindo até 60 n1 de 1>roíundidadc. provido cm sua extremidade com bro<:.ls, o
que permit~ a ~l'furaçdo <lc n1atcriais 1nais con1pactos, como il rocha em processo de alteração. ~
-nadequJdo para o corte da rocha dura.

Os resultados médios, apresentados a sef~u ir, 1>ara as velocida<les de 1>e1letração em vários nlateriais, siio
1ioalores já afclc1(IOS de u1n íator de eficiência que leva en·1conta as paradas para muda1lça de local, ltoca
e emenda de hastes, brocas, fal has 1n~âo i cas e-ic.

Tipo do 1natcri.ll Velocid:u:le médi:i (rnltÜ-... - - - Cl.usifica-ça


---.-P-,-
ov-á~,-
.e1-
50los 1esidu<tis pot1co consislentes 1 18 - 36 111.

Generalidades 31
Martelete d e a r corn 1>rin1ido
O m ~rtelete <le pcrcussJo acio11ddo a ar comprin1ido. co111 broca ele c;irboncto cfe tungstênio. pode
períurar rochas duras ou alteradas com as velocid.iclcs 1tt(-<lit.'I~ t1prcscnk1clas na tabela a seguir.

lipO do m.1.lcri.1.I \'e-locidade mbf&a (m/h) O .l'iSiíica çlo prO\~vitl


nxha bem .ilk:r.d.1 4 ,2-6 2"" e/ pi~r"if-c;.-ç-.)o
2,4 - 4,2
roctui dur.a 0-2.4 3'

Perfuratrii. rolt1iliva 1not1tada sobre l ratc>r


Uma pcrfurairíz dt'<IC ripo, com furo de 31/2' 18.75 cm), em sondagen< de reconhecimento apresenta
velocidJdcs n"l~itts de períuração constantes na tal>elJ abahco.
õJ.S

- Tipo do rnatê'riat Velocidade médi3 (rÜth) Cla:.1ific.1~íio prová\•el


roch11 bem at1c:r.)cl1"1 15 - 22 2• cJ pré-<.-sca1il'icaçlio
roc:ha media11.ln1e11t_, .1h"1,1d;i 7,5 - 22 i~ d r>ré•t.":>carifica<,iio e explosiVús
rocha dur.t ------l,_,o'""-""1~,~5-----------l-,3""•-'------'----'-----

1\1\étodo sf;mico
Para a ck.-t.crm1naçJ.o mais precis..1 dos penis das camad~s de )QIO e rochas ''º
subsolo, t€m siclo ar>licd-
dos métodos descnvolvi<fos na explorõJ.çlio de petróleo e que poslcriormenle (oram utilizados com
sucesso no 1~oriheclmenro cios materiais de escav.açao dos maciços de terra.
A justificativa teó<rca dcsrc método baseia-se no tato de que ondas de choque provocadas por explosi-
vos atravessem as camadas de diferentes rochas com "efocid.i~ proporcionais ao grau de compacidade
que elas apr~n1am.

Além disso, ess.Js 011das obedecem à lei de refração de Snell t! são reirai.adas d.a direção inicial de
propagaç.So, podendo variar da direção vertical a té a ho1 izo111.JI, dc1>crldendo das velocidades de pro-
pagação nas divcrs:as camada~.

ª"
Assim se pode c ..1lcul4r ' 'elocid,ides d'-is o ndas d e choc1uc alrJvk dt'S c;,1n1,tclas sucessivas de d iferentes
densiclodcs, bcrn co1no as espessuras correspondentes..

Sabe·se que os custos dt> esc.iV<lÇ4iO aumentan1 subsran4..ialnlcntc c.0111 d LOn1pacidade dos materiais. A
velocidJde de pro1>.1g.,ç.io. 1>0r sv" vez. é também proporcion<al :-i con..parirlade, 1>0dendo-se estabele·
ce< a cor.-el~1ç-..io entre- M <'<'!Utpamentos disponíveis. e os rcsp;.-ctivos c ustos de escavação com as veloci·
dados de propagação das ondas de choque.

'· . ..·..... .. . . ..........

ftoch • dura
Figu ra 1.1
Connecendo-se ess.1s veloc.icladcs é po~ívcl obrer-se o pt'é<onhecirnento bastante preciso da natureza das
amadas de rochas existentes no subsolo e suas espesst1ras respecrivas, o que significatã es1i1nativas de custo
de esc~vação mais oorretas e 1nelhor pl(lnejilfrtento na seleção cfos ec1ul1:ranlentos a sere1n mobilizados.

A .r-gura anterior esquen1a1iza o processo sísmicó, mostrando três pontos diferentes em <1ue ocorre1n
demnações sucessivas com inter.•alos de milissegundos.

"5. ondas de choque resultan1es caminh am (!través de camadas diferentes com velociclades de prof)ilga·
çio di\ersas~ atingindo o geofor1e inst:ilaclo co1t1 tempos q1..1e podem ser determinados. Isso permite o
c.ilculo das velocidades e das espessuras das camadas de rocha existc1ltCS no subsolo.

Correlação entre as velocidades de pro1,agação e a csc.:1riíicabilidade dos respectivos n1ateriais.

liral0< com " rippcr" (cscarificador) na faixa de 2001300 H P, com peso de 30 a 45 t


~ede E'.:$~-.rilie.-.ção ; f quipam,:nto Classificação
O (m/S) prO\'~\tcl _J
c-'so não neces~i 1a equ1parr.entos norm;us 14 C<'ltt-goria
~Ão - 900 C$(.-.rifl c;.,ç3o leve trator e/ •ripper"' transição
~ - 1200 esairlíicaçJomédia lr'3tOr d "'fipper"' 21 c.1tegoria
r!OC,) - 1500 e:sc.1rificação pesada tr.ltor d •ripper* 24 c;.ategoria
•SOO - 1800 es<:ó\tifrcaç~o mvito pesada "ripper"' &'ou explosivo 2• cuegotia (cl cxplo$ill(l)
> 1800 não·<:scarific.ivet pi desmonte de rocha Jl c:itcgori3

~ 0 tr.ltor CAT 0$.R cnquadr .~·SC tl(_"SS·• f:1ixi1,

1.2..5 - Empolament o dos solos


-, :'enômcno característico dos solos, inlpor1an1c na 1erraplen age1n, é o e1npolamento ou expansão
o ..unêtrica.

Quolndo se escava o terreno natural, a terra que se encontrava nurn certo estado de coinpactação,
:n:ro.eliente <fo seo próprio processo de forn1Jç5o, expednlenta um-a expa1lsão volumétrica que chega
• ser considerável cnl certos casos.

A.:Jós o desmonte a terra assume, ponanto, volume solto CVJ 1naior do que aquele em que se encontrava
~ seu estado natural (Vn) e, con seqü enten1ente, con1 a massa cs1>ecfíica soha <Ys) correspondente ao
oz-erial solto, obviame11te menor do que a mas:;a espeçííica n a1ur3I (yn).

Assim temos: Ys < Yn, pois, V s > V n'

C;;lma-se f3tor de eo1polamento cp 1 â relação:

~ Y, =
.
V• pela definição de massa específica e, "t'n = ~
"

_,.,., <p,~m=
"'vj v..V,
v.

Generalidades 33
Como a terraplenagem, em geral, é 1)aga pelo volurne medido no corte e, portanto, con-. a n1assa
~pecífi ca r1a1ur-.tl, convé1n, sempre, rcfcrir·sC o volun·1c a seu cs1aclo natural, ou seja, no corte (\ 1e).

C hama-se porcentagem (fe emp olamento (f) à relação:

Os solos naturais apreseotan1 expansões volumétricas cliferenles, gerando divCl"$0$ v<1lorc.:s c:le 9 1 e í. De
modo ger(ll. qu(lnto 1n aior as porcen tagens de fin os {arg ilê't e silte), maior será css..1 e xpansão. Ao contrário,
os solos are-nosos, con1 pequenas porcen la~ns ele íinos, sofrem pequeno em~JO l a 1nento (Vc;.."f l(lbela}.

Tabela 1.1
(( %) q>'
Solos ;1rgil0$0S 40 0,71
Terl'<I comum sc.-ca (Solos argilo~sill<>sos com arei.a) 25 0, 80
Terra c-0n1um Vmidil 25 0, 80
Solo arenoso seco 12 0,89

Exemplo:

1) U m can1inhão basculante, que tr;:insporta 1n Jter i;:il solto, 1em c.ipacid:ide de S mJ . A que volume
corresponderá no corte, esse volun1e $Oito, sabendo-se que q> 1 = 0,80?

Ve = C91 · \I s

<P1 - 0,80

v . ~ 0,80 X 5 ~ 4 mJ (no COílC).

2) A caçamba de urna escavadeira tem 1 jarda cúbica de capacidade rasa, medida no corte. Qual a sua
cap ttcicl.ttde em volurn e solto, sat>endo -se c1t1ê í ~ 32•. k?

34 Manual Pralico de Escav.x;do


V._ Vc
• - cp,

v. -1 yd3 ;;; 0,7Gm3

V, -- 0, 76 =•
0, 76 - m 3(soto}
1

1.2.6 - Redução volumétrica dos solos ou compactação


Oç solos soltos, se trabalhados com equipamentos especiais (rolos compactadores), sofrem elevada
~·nuição de volu1ne, ou comf)acração, caus.acla pPlil aproxirn ação dos grãos, devida à redução do
MJ.ume de vazios.

Pbde:mos deíinir a mass.:1 espe<:ííica co111pactada 'f'c 0ti)p pela relação

e ~os~ em geral,

?oir'a m constante, terernos:

m = "Yn \In = 'Ys V,,= ~fcomp V oomp

El"' razão da cliversidade cios solos e elas cliferentes energias de com1>actaç.ão empregadas, é bastante
.C-11 estimar~sc a relação Vc:omp : Vn·

iOda,;ia, para a terra co1nun1 (solo argilo~siltoso, con1 areia) ~')()d e~se acln1itir urt1a redução volumétrica
de 5"Yo a 15°/o, em relação ao volume no estado natural.

Essa relaç.:io é imj)Ortante quando a terraplenagem íor J)ag:a em volume medido no aterro con10, 1l0r
a.emplo, no caso de barragens ele terra.

bemplo: Oetern'linat qual o volurne d e terra me<li(lo no corte a ser escav.ado p.ara a execução de 1 m 3
de uma barragem de terra, supondo·sc uma redução volumétric.'.I de ·1Oo/o.

Generalidades 35
Qual o volume solto que deverá ser tr.lnsportado na exect.rção, st.1pondo·se q> 1 = 0,80?

V.
'1'2 = """" = 0.90
v.

Logo, para a execução de 1 ml no aterro ser.i necess.1rio tr:insportar 1,39 ml de material solto. medido
nos c.aminhões. e que corresponde a 1, 11 m3 no corte.

1.2.6.1 - Fundame11tos teóri cos da compactação


Os solos, para que possam ser utilizados nos atercos das obras de 1erraplenagen1, deve1n preenc her
certos requisitos. ou seja, certas propriedades c1ue melhorarn o seu cornport'..t.1n ento téc1liCo, lransfor·
mando-os em \'ercladeiro m(lterial <le construção. Esse obj etivo é atingi(fO de maneira rápidJ e econô-
mica através das operações de cumpac:tação.

Essas 1>ropriecl3cfes visam pri11cipaln1en1c:

• aunl ento da resistência de ruptura dos solos, sol> a ação ele cargas externas;

• reclução de possíveois variaçôt'S volurnétricas, quer pela ação de cargas, quer pela ação da
águ;:1 que, eventuJ.lmente, ~rcofe pela suei mas5.;,;

• in1pcrmcab ilização dos solos, pela redução do coeficiente de pern1eabilidade, rt-Sult-ante do


menor volume de vazios.

Pela equação d e Coulomb 'f =e+ 0 0 tg <p, sabernos c1ue a resistência à ruptura. J)Or cisa lhClmento de um
solo dcper•de da coesão e do atrito i11terno, sendo que estes, por sua \ ez, dependen1 do teor de unlidade
1

e do volu1nc de vazios.

Atrav(--s da l\"iecânica dos Solos sabemos que a parcela referente à coes.ão é resltltante, no caso elas
:trgi las, ele (orç.as internas de na1urcza c lótrica, geradas entre as particul3s, de 1nodo que a sua aproxi ma.
ção, conseqüênc ia da con1pactação, ou seja, d e um menor volun1e de vazios, 1e11de a avmentá·la.

Por Olrtro 1.ido, diminui con1 o au1t1cnto do teor <le umidade q ue, por sua vez, 1>ela nlaior presença de
água nos interstícios, h~1lde a d irniriuir ('IS forças de natureza elétrica.

Já o aurncnlo de) a1ri10 in1emo de'}:>ender~ do <.ltrito gerado entre as partículas e do seu entrosamento, de
íorma que é fácil entender que a aproxirnaçâo dos grãos e o seu nlel hor arranjo são resultantes de tim
baixo volume de vazios e de u1n teor de umidade adequado, q ue não cause o distancianle11to entre e las.

36 Manual Pt~tic:o ~ escavi'.1<;30


As v;iriitçõcs de volun1e possíveis, isto é, expansões ou cor'ltra.ções, dcpc1'lde1-.'I di1'Ctan1cntc do toor de
umidade inic;ial.

Se executarmos o aterro com Mc'lterial muito úmido, haverá mais tar<le a possibili<lade de grande perda
de água por evaporação, favorecendo a contração ql1e se manifesta a través de trincas, fissuras etc.

Já ao co1'ltrário. co1n solo rl-.uilo seco, l'taverá gra1'lde probabilidade de absorção de ágt1a e o çonseqi.ien-
te inchamento .

.\ impermea:bili:z.;i.ção do solo do <lterro, dependendo do seu coeficiente de permeabilidade, diminui


rndiretamente conl o volun1e de vazios, isto é, q uanto 1naio1· a teduc;ão deste, 1nenor a permeabil idade.

~ vista do exposto, denomina-se compactação de um solo aos processos 1nant1tlis otr mec.5nicos que
~ isem ptincipalmcntc à redução do volumc de vazios.

Resulta daí o aumento da rcsist8ncia à ru1>tura pcl<t elevação cio atrito interno entre as partículas e a
diminuiçdo das variações de volu1ne, através do 1nell'lor entr'QSa1ne11to entre elas.

Em resumo, através da compactação de um solo, o btém-se:

a) n1aior aproximação e e11trO$a1nento da$ partículas, ocasionando au1r1ento da coesão e do


atrito interno e, en1 consec1üência, da resistência ao cisallla1nento;

b) através do aumento desta última, irá se ol:>ter a maior capacidade de suporte;

e) con1 a red ução do voluft1e de vazios, a capacidade <le absorção de água e a possibilidacle d'!
haver percolação di nlinuem s u l>st~nc i Jlmente, tornJnclo o solo mais está vel.

Com estas co11sidcraçõc:-s fica patc1·11c que doi> fatores são fu nda1l1e11tais 11a com1)(1Ctação:

• o teor de umidade do solo;

• a energia e n1pregada na a1>roximação dos grãos e c1ue se denomina energia de compadação.

O engenheiro americano Proctor, em 1933, foi o primeiro a estabelecer a <::orrelaçâo e ntre os parâmetros
ue iníluem decisivarnente na re(lt1ção (-lo volt.une (fe vazios, ou seja, no aumento ela massa específica.

?Toctor verificou c1ue n<l mistura de terra com maiores qu;:intidadcs de água, quando compactada. a
l:"'1a5Sa específica aparente aumentava, porque a água, de certa íorma, funcionava como lubrificai'ttc,
.iioroximando as par1ículas, 1>er1ni1i1,do 1'l'lelhor en1rosa1ne1,to e, por fi1n, ocasionando a reclução cio
'\'Ol.ume de vazios.

SUrn ceno pon10, a tingia·s.e a massa es1:>ecífica máxima a partir da qual, ainda que se adicionasse mais
.ãgua. o \•olume de \ 1azios aumentava.

Aexplicaçao desse faro reside cm que as qua111icladcs aclicio1lais de água, após o ponto c itado,. em ve;.:
:leiacilitarem a aproximação dos grãos, íazem com que estes se afastc1n, aumcntanclo novamcr1tc o
wo.ume de vazios e causando o d t-crc5scilno elas 1nassas específicas corrcsponde1)ICS.

Get1eralidades 37
Curva de con1pactação
Assim, " um d<'tcrminado teor de u1)1i<l<1cfe, denominado "'um idade ótima•, correspondcrJ uotJ niass..i
especifica má)(una.

A curva, obc:1da como descrito, é ~ d\.Jmada CUI'\' ª de compact.lçc\o ou cu" a de Proctor YK"Co • f (h)
(f;gura 1.2).

Cada ~olo pos>ui sua própria c-.1rvt1 c-lc corrt1>ilct;içJo, que é característica do m ;itcrial. Para o seu traçac.fo
é cnnv<'iiiente cleterminar pelo nic nol; c inco pontos. de n1aneira q ue dois d PIC"\ se enco ntrem no ramo
seco (parte cS<1uc rdd da c urva), u111 próxin10 ela cfc 11sidaclc n1áxlrna e os rcs1an1es no ra1no (1n1iclo.

A<lol~t·W, 1ia prática, a m.assa específica aparente seca e1n rel.-:içJo ~1{) fl"Clr ele lUnidade e xprt"SSo c m
porcentJgem, obtendo-se:

100
Ylo«oª Y111 lOO + h

yh massa especJfiC3 d.:a .J •r~tra ún1ida

11 - teor de uniidJclc

Cl1rv.'.\ de saturação
RepresentJ a massa específica cfo c:olo c1uilnrlo s..1turado, ou seja, quando todos os va.zios fotan1 pt<:cn·
chidos pcl.i ~gua e todo o ar, expu150.

Es,13 curv:t se m.inlkn a uma distância con ...l••nte da curva de ProclOI' no S<."U ramo úmido.

Y, m"(U (lnassa c;-,p<"Cífic.a aparente seca)


oi) =
v,

ô .. "~· (massa específica a bsoll•la cios grãos)


"
h • 1cor ele• llm 1(lade

IT\a.. • m:.sso:a seca da amoslril do solo

V1 -= YOlumc 1<>1al da amostra do solo

V~ .- volurl'K' da~ partículas sólidas

a curv.:i cio ) Jturação será exp ressa por:

1 1
- - 1, +-
·1.lt\;O Ô
e.e.A t%1

20

15 6 ~

4
~o
C.9.A 8!)0$ satur ação E
5
.... l nçhl!men10
'\,., 2 .l!u
-- ------- ~.
' .... _.11(__ .5

R,.s.istençi1t
(kgtcm7 )
,,
t4 à (r,-rJ
Curva d<t os1ablUdade

M•••fl
es;>eeffica
( kg1m'•

Cul"Ve de compaaaçao

h, h1 Yeor de umidade h (%)

Gipsa 1.2 - Cutvas de compactação

ltlesistência do solo e cur va de estabilidade


... OJl\·a de estabilidade de um solo consiste 11a resistênc ia f)Or ele o(crccida à penetração ele ba1·ra
~ica. de peso e área da secção transversal r>adro n i7...ados. (ll.1ando submetido a certa carga vertical.
e c-... jo aspecto é indic.ado na !=igura 1.2, ao variar...se o teor de umidade. A resistência represe1-.tará, pois.
ai aipacidade de s1.1porte do solo, sob aç.; o cfe cer1a pr~são vertical.

~rentemen te. consider<indo-se a cu rva de con1pactaçiio e a de est;ihilidade, ser ia conveniente


CD"'!'1padar o so lo cortl o 1eor de umidade h 1 < hoc, pc)is tería111os uma resistêru; ia r 1 ba~1a nte elevada, o
'Cµ!' é conveniente sob o aspecto da capaci(lade ele suporte do solo (Figura 1.2).

9oda\.·ia, fica tarnbérr1 c laro que l)averá tn'ft grande volurne de vazios, pois a massa específica apenas
m~irá o valor y1 •

Generitlidades 39
Na époc::.l dt'" chuva, a ágL1a, qu.a~ o s..tll1rJrldO, iria penetrar nos vJziO> do wlo, aumentando o teor de
umid<"dê p.ir;, h2, ma~ a resistência à pcnctraç...'lo decresceria a u1n vo;1lor r1 muito baixo, e o solo pcrdt.""
ri<t a sua capacidade de suporte.

Se-, poíém, compactarmos o solo com d. um1clade hJ, próxima da ótima.. nJo atingiremos um valor dr-
rcsis1C.-ncia muito alto e, ainda que haj3 COtldições para a saturaç.10 do solo, óllanç.ando-se o tecx da
umidade h 4 , n5o haverá queda sensf\-el da rt~i,lê-tlcia e o solo ainda tcr..í 1J20á\.cl capacidade de suporte.

Conch.1i M.'. por1;:in10, <1ue o solo co1n1)Jttado ;'\ unl idndc ótinla e co1n a 1l1ass.1 especifica a1>ar'C1ltC :,.4.--Cc&
n1.ixi1na (volu111c de vazios mí1'lirnu) " l>1csc1·u a estal>ilidade apn..><:iáv~I. ai11cla c1uc sob COllCliÇóeS de
satu1 ..,çJo, o <ttic não acontece nos outros ~-.sos. Pôr isso, é necessário co1r11.1,1c.1;ir os <1terros na umidade
6tin1a, d (in·1 de mantê-los estáveis na t.:St.JçJo c-huvosa.

Como prinCÍJliO í1.u1damental os solos devem ser compactados de ólJ11círd a se conseguir a massa t'Sf.X.'-
cffica ciparcntc mc1xima obtida com ..l umida<lc ótima. que não lhes confere maior re-oistência, mas sim
mai04'" cswbílidi.(Sc, sob qualquer condiç.io c limática.

Analisando-se o comportamen10 dos valores de CBR (California 8ear1ng R.1110) d1s 11m solo, ao variar·
~o teo1 dt• urnidade, verific.a~se que .-""~t'" eon1portamento vai de,>endcr se l10uve ou não saturo.ç.Jo
prévia do corpo de prova.

A curva do C81~ 1noldJcfo (sem saturaç..10) dC<>r111:>.1nha de certa fo11tta d ct1rva ele estabil idade, pois o
CBR é un1 processo particular de mcclidc.1 da rcsis1fncia do solo.

Todavia, a curva correspondente do ClJR a~ a s.1turação (imooão em jgua durar1te quatro <1idS),
apresenta uma c::arac1erísti<:a muito semelt1:a11tc J. c urva das umiclades, isto é, passa por um mâxirno bem
pronunctado enquanto varia o teor da um1<bdc, decrescendo em seguida.

A explicaç.\o desse fato reside n..-. ocorr~C•.l de forte inchamento (cxpan>Jo volumétrica) para os teores
de umidade bai>:ios e a diminuição pronunciada da expansão :.o .)tingir a umidade 61ima e que se
mantém 1el<1tiv.:imen1e constante para teores <'l<'vados de umidade.

Outrn con~tataç(io in1por1ante a ser fe ita~ que rta umidade óti ma o valor do COR {saturado) atinge o seu
máximo, o que gdr'1nte a estabilidade do ~olo, ai11da que sob conclic;,io de satL1ração.

Além dis!O, verifica-se que se um solo t: multo expansivo, com gra11ck r)(ll(lncial de inchamento, 6
p<c(crí\•cl compactá·lo ligeir'ame1lte acima do teor ótinlcl ele t11nidadc, porque nessa f;aixa a expansão é
n\C1'aOI' e aproximadamente constante.

Energia de comp.:actação
Analisemos. agnra, a intluêocia da energ•>l de <.ompactação nas curvas de Proctor.

De modo gPrJI, ~u rncn1ando-se o esforço C111prt:gado na compact.lç.io obtcrcn1os uma familia de cur·
vas scn1cl hantcs, poré-m, haverá o progressi\•O aumen10 da massa C.!iJ)t."'<.Ííl(.,1 ·•fJarcnte seca e a diminui·
ç3o do teor ótitno de: 1.11n idade, o que ~i gni íic-a fl cleslocan1ento d;is coN.J$ pitra a csc1ucrda do grS(ico
(Figura 1.3).

A Ct1rva de l'roctor Normal (PN) Côfresponde" 1,.101 ensaio em que uma .lnlOstra é compactada dentro de
um cilindro, cm três camadas consec::ubvas, pela ql1cda de um soqucle de 2,5 kg. da altura de 0,30 m,
com 25 golpes por e.amada.
Y,

1
1 1 1
Curv.'I tle PrC>Cl<.Jr NQtnl.-1 (PN>
' 1 1
h (%)

Figura 1.3 - tníluênci.a da e ne rgia de compactação

~ curva d e Proc1or Modificado (Ptv1) corresponde a um ensaio análogo ao anterior, .JumentJndo-se,


entretanto, o esforço de corn1lac1ação pelos acréscimos do peso do soquete (4,5 kg), da altura da queda
0,45 m> e com 25 golpes em cada uma das ci nco camadas consecutivas.

Podemos t(tmbém estabelecer um esforço de compactação inter1nediário que cortespondc à queda do


soquete d e 5 kg, da altura de 0,.30 m, com 35 gol1>es por camada.

A energ ia de co1npactação lltilizada no Proctor M0<fific<Jdo corresponcle a ccfca de 4,5 vezes a do


Proctor Norm;il.

Entretanto, a massa específica aparente cresce em proporção muito exígua, quando se u tiliza o Ensaio
\.\odificaclo.

Para as argilas, o Villor ela 111ass<t específica <iparente seca, através ensaio do l'roctor Normal, oscila em
torno de 90% de> valor obtido, para a mesma amostra, com o Er1saio rv1oclific.:1do.

Para as mistoras silto-argilosas e siho-arenosas essa relação permanece em torno de 92 a 95°/o, respectiv.in1ente.

Quanto aos materiais granulares, l1á l1n1a aproxin1ação entre os dois valores, c hcga11do o Proctor Nor-
mal a atil'1gir a1_é 97% do valor ol'lticlo para o E11s.<1io Mo<lificado.

1ipo de solo :rPN


'/p.....
x 100
Argilas 67 a 91o/o
Argil3s cJ sille
Silte-arenoso 95%
Cr.lnular 96. 97%

Generalidades 4 1
' - --.,,..,..<" $oloti ~renosos (A,·A2 HA81
2100,.

1
18001""
----1--...,,..-.é' Solo slllo-arg1loso (A4·A5 HR8>
Solo argiloso •A6·A7 HR8)
15001----h,,_-t---.,,....."T-~

..... 25%

Figura 1.4 - lnflu ên(iôl do liJ>O de solo na compacla{ào

Tipo do solo
A lén1 dos 1>arâmetros j.á cit<:iclos, llá a considerar a \rariação elas c urvas de Ptoctor, tendo crn v ista os
di\rersos t i1)()5. de solo.

Varian<lo-se a granulometria, podemos const;itar que os 1nateriJis 1>1·eclorninaote1neote arenosos (solos


A 1 e A2 na classificação HRB) conduzem a curvas de Proctor de maior massa específica aparente e
n1enor teor ele umidade.

Ao contrário, os solos predomir1antemente argilosos (A6 e A7), quando ens..:1iados, leva1n a valores 1na.is
baixos do que no c.nso nntcl'ior, n'l.lS a u1nidcldc ótima é bastante clcvilcla.

Os solos sillo-arcnosos e si lto-argil<>sos 1)ermanecen1 nv1na zona intern1ediária.

Esse con1porta1t1ento diverso, observado e ntre os vários tipos ele solos, já \'Cm indicar, de antc1não, que
os l'rocessos e cc1uipan1entos utilizaclos na sua corn pactaçâo ser~o tarl'lbém bastante diversos.

• 1.3 - Introdução aos Equipamentos de Terraplenagem


P.:ira executar J 1noviincntação de terras existen1 os n1ais di\rersos li1X>S de ec1uipa1n entos à diSJ)Osiç.Jo
dos empreiteiros.

1\ssim, será necessário, inicialn1enle, IOO'lar conhec.-:irnento das máquinas existentes, e d<is suas car<1ctc-
rís1icas prir1cipai>. para classificá-las ~. e1n seguida, estud;ir a sua aplic.;:ição prática 11os serviços de
terr.J plen.Jgel'n .

1.3.1 - Classificação e terminologia de máquinas rodoviárias - P-TB-51


1\ Norrna Orasileir(l da ABNT- p ..·rs .. 51 refere-se à classificação e terrn ino logia da$ máquinas rodoviá-
rias, em vigor desde 1968, e substituindo il éu1tig.:1 P-N6- t 03162. Compreende as Partes 1e li relativas aos
Ec1uipa1ncntos ~ Máquinas para 1"erraplenag,e:m {I} e Equipamentos e Máquir1as f)<tra Co1llp~1cta.ção { li).

1.3.2 - Classificação dos equipamentos


P(1ra efeito cio estudo cios equipamentos de terraplenagem, adotaremos a c lassificação propost<1 por
Rego Chaves em seu l ivro "Tcrra1>lcnagem Mecanizada"' (referência bibliográfica nO: ·16) .

42 Manual PrAitico de Escavação


1) Ur1i cf.icl c~ ele trac;5o (trato res)

2) U1)idaclcs cscl'lvo.cmpurrador.1s
J) U111d.ick•' t.•,c-avotransportadoras

4) Unidades escavocarregadoras

5) Unida~ 3pl.1in,1dotas

6) Unid..t~ dei lt;11lsporte

7) UniciJd''S <.Of'11pactadoras

8) U nidadc.-s c~c;ivo- e l evadoras

1.3 .3 - Ge neralida des sobre as unidades de tração (tratores)


A un ídadc ele traç,, o (1ra1or) é a n1áquina básica dn tc 1·rnplcnagcm, pc.1i~ toc::los o s equipa1nenros h no~sa
disposiç3o, pJ ra cxccutá·la, são tratores devidan1entc 1nod iíi c:;,1 do~ Ul• nda1)tados a real izar as operações
básicas da lerr31Jfe11..1sc.:1n.

Chama-se trõ.ltor ._1 um.1 lui idade ~u tô nom a que cxccut._1 ._1 tr.Jç3o ou empurro ovtr'1-s máquinas e pode
receber diversos implcmentos destinados a diferentes t~1rcí.is.

E~sa. unid.1dc Wsica pode ser montada sobre esteir.:.s e Jlnt'\1rt1.S1icos recebendo as denominações ge~­
ricas de trator de esteiras ou trator de rodas (ou de pneus). rcspect1v.lmente.

b~ máquinas possue-m C("rtas características comuns que d<"VE'm ~ <f<i.fin1d~ls:

a) l>síorço trator: é a rorça que o tra1or possui " -" barra de trac;3o (no caso de esteir.is) ou n01s
r'Oda'> rno1r i.1K (no e.as.o de tratores de rodas) para f'Xecut.1r as (unções de rebocar ou de
empurrar out ro~ eqlri11amentos ou imp lcn1c11tos;

b) vclocidacte: é a v elocicJ<lclc de dcsloc.ln1cn lo d.:i n·lác1u ina q ue de1>e1lde, sobretudo, do clispo·


sitivo ele 1non1agcn1, sol>rc esteiras o u sobre rocl.:a:,;

e) a derê 11c::i.i: é1l1.1io 1 c>u mec·l o r capacidade du trato r de dcsloca r·S~ 'iOl')re C>S cliversos terrer1zy.,
.J
ou $upcl'ffclcs rcv('"ilidas, sem l1a ver o palir1.1111C>nlc-> tl.l l''\tc-ira (Oll ck>s pneus) sob re o solo (ou
rcvl'Slirrlcr1to) que o suporta;

d) Rutuac;-M> ~ J c..1r..lcll'fística que permite ao trator cleslOC'.ir..se ~r<' t('frenos ele baixa c~cidadc
de suporte_, sem o afundamento excessivo d.1 ~tl.itd, ou dos pneus. na superfície que o SU5tém;

C) balanceamento: é a qualidade que de,,_-e possuir o lrdlor, pt0\><.'01cn1e de uma boa distribuiçdo
de m.i)~l e de um centro de gravidade a pequco.i allura do c. l1.t0, dando-lhe boas condições
de equilfbrio, W> 3c; mais variadas condic;~ de trJbalho.

~ e-;.teira do tr.1tor é con11-tituída por placas de aço rígida~, d~ v.ír1os ti1X>:. e tamanhos, liga das um as às
outras, dê m.ineir'.l (\Ut" l-.<:1j~ <:1rticulitç5o entre elas, pcrn1i1ind<> suo .1ciflJ')l.Jç:io o u ClC011lodaçJo às ir1-egu•
laridadcs do 1erreno.

Generalidades 43
Essas pl~1cJs possuc1l1 na supel'íícic cm contato con1 o terreno u111a sJli~1u..i.1 ch"nl.;1da ga,.ra. que •~ele
penetra. aumen1.1ndo a ac.'.Scrência entre ;, esteira e a superfície de suporle. L>e .1Cordo com o tamo.,nho
dc$sas garra~ haver;i maior ou men0t adc.vência entre as superfícies, mas com m.aior dificuldade de
manobra da máquina.

A largura da est<"ir01 é bastante variá,-cl. dq:>endendo do tipo. porte e ut1li'J~:.o da máquina. O l•SO de
esteiras largas 1>ermi1e a dimin11ição da 1>n::..s.~o exercida sobre o terreno (!>o desloc..,men10 da m5ql1ina
sobre solo~ de l>..1i>ea CJpacidõldc de su1>ortc.:. melhorando as caracterfstic:.~ de ílutuaçJo.

De tllo<lo s(\r,11 , ;lS esteiras e>ecrccn1 prci;sõcs sobre o terreno port:i111c ct.1 01<l<'m de 0,5 a 0,6 kgtc1n2
aproxlmada1nente, igual à pressJo cxcrcicl\l por lllTI hom em em pé, sobre o c hâo.

Os ectuip.i11lC.'f1lOS de rodas. ao contrário. ttt'nsmltem .io terreno pres~ ele C"c>nt~uo <la or(fem de 3 a 6 kf/cm2

A diminuiç)o da l.'lrgura d.:t esteira inlplic~ ~umcn10 da pressão de contAto. df:" maneira que nos tcrrc1·•os
íracos h.a\(''á a t~dência ao afundamento. 1\.0) terrenos de maior &up()rtC, a matar pressão exerce ce<to
adenS.lm<-nlo 'Wll>rc o solo, resultando ma;or 'C!'SiS.l~ncia ao cisal~tnC11lo, corno j.i virnos, especialmente
nos solos orgilO<OS.

ºº" ..
Er11rc1a11to, 0 10" n5o-coesivos (arei,,>, sihc-arcnosos etc.) isso não CX'ôrrf' f>, ao co11lrário, procura-se
aumt•111.1r n ~l'<'fl ele contato evita11do o p.)tinrin1cnto pela falta de ;:adcr<!nciA.

1.3.3.1 - Cc>n1paraç.ão entre tratores de esteira$ e de p neu s


Rel;i1iv.ln1cntc :is características já ciladas1 pod<-mos afirmar que os tratores de esteiras apresenta1n elc-
Vildo c,.forço tr\\tor, c;onjugado c;orn bo..1 acf<trênLia sobre o tcr.-coo, o que lhes permite rebocar ou
êmpL1n.lr gr..1ndcs cargas sem haver o ~rigo ctc· 1>.1tinameoto, mesmo com rampas de f0tte declivid.il<le.

Além d1~so. graças às baixas pressões de ' ontato entre esteira e terreno, eles podem deslocar-se ~>W
solo" d<' b.."lixa c~p.acidade de suporte. <k-·v1<Jo :. boa característica de ílutuaç.ão que possuem, pennitin
do o 1r.:ab.:tll10 etll locais que 1-.enhum ou1ro ' 'efculo poderia faLê-lo.

Enlrctanto, a maior desv~1ntagen1 do lrJLor <I{' esteiras é quanto à sua baixa velociclade, a1ingincJo no
l'náxilno 10 km/h, o que i1npedt!, 1-,c1r rl11ôcs econômicas, a sua ulili1.1 ç"o em lo ngas distânçi.as. Jti o
trator ele rodas tem como prinCiJ'>al c~r~lclerí'l l lca a velocidade de ctc:..locamcnto c1ue 1>0de ati11gir, ern
certo~ CJ?!rO~, tfc úO a 70 kmlh, o que favorece o seu uso err1 distâncias lor'f~as e constitui a sua maior
vantagen1 l>t:'!IJ rt"Cluç5o do tempo de ciclo e, cm conseqüência, pe:lo illul1<•11to ele proclução.

Em outros aspec•os. todavia, o trator d(' ro<.t;:is apresenta desvantagem em relaç.3o ao de esteiras.

A aderencia entre os pneus e os diferentes tipos de solos e revestimentos sJo ~remais baixos do que
no caso de C'St<"1ras. de maneira q~ surg~ .-, tcr"l~ncia ao patinamcnto, especialmente nos solos argilo
sos únlido; e flO) drenosos. quando mu110 SN"os.

Em consequllnl.i.1, o esforc,o lfator dispo1"lívcl no irem propulsor fica lh11lti'do pela aderência, restringin-
do as a1>lir.içóE"~ do 1ra1or de rodas.

Além disl!ro, t-cuT10 ~• press.;;,o de contato entre o pneu e a Sl1períít:ic 6 clcv;icla. resulta a tendência ao
afundamento nos terrenos fracos, ocasionJr,do até o encalhe da m..iqvh1,1, tudo provi ndo da flutuaçao
deficiente cio tra1or de ,odas. o que hnplica também limitação de su.is aplic,.1~õcs na.s condições citc1das.
Quaf1lo ao balancea1ne1'llo, os 1>rojetist,'IS das máquinas, <1uer de esteiras, quer d e pneus, p roclrram un1il
distribuição racional de m assa, re<h1zindo, r.anto qua1'1 to 1>0ssívcl, a altura do s.cu centro de gravidade,
para di1ni1'lui r o mo1ne1'llO d e tornbamento, sob as mais adversas condições de carga e de rampa.

Carac terísticas das llnidades <le tração


Tr.i.tor de esteir'3:> Tr:itor d e rod:i$
csí0tço lr.\tor clevMfo clcv.)dO, llm!l.1do pcl3 ;i.dcrêncl3
aderência bo• sofrível
rlutuJç~o regul<ir ri má
balanceamento
"ºª
bon1 bon1
velocidade baiJ<-. (< 10 knllh) .;1lta (< 70 km/h)

1.3.3.2 - Campo de aplicação


Os tratores de esteiras e de rodas têm os seus campos de aplicação bcn1 distintos em razão ele suas
caracte rísticas t1ifere1·l tes.

O s craball'IOS que requere1n esíorços tratores elevados, com rampas de grande declivicL:1de, resultante da
topografia acidentada, Ol• q1.1ando executados em terrenos de baixa ca1>acidade t'.le suporte, não im1>or-
tar1do o fator vt:locidadci cons1ituc1n o can1po de aplicaçdo ideal para os tratorc-s de c-stci fas.

Quando a topog rafia é favorável, isto é, as d ecl iviclades das rampas não são fortes e as condições
de suporte e aderê11cia do solo são boas, as n1áquinas de 1>ncus são insuperávei s, 1>orquanto
podemos utilizar a sua maior vantasem que é a velocidade elevada, signi ficat1do, e1n últi1na
análise, 1naior produção.

Contudo, ultimamente, os fabric<.tntes e projetistas de equipa1nentos têm ir,trocll1zido certas modificc1-


ções na parte mecânica, que resultam na n'lelhoria do dcsen1pcnho dos tratol'es de pneus qu<lnto à
aderê11c ia e ílutl•ação. Assimi po cle1nos ci1ar a uti li zação d e 1raçâo flas quatro rodas, au1nen10 da potên-
cia dos n1otores, diferenciais travantes, pneu111áticos revestidos com esteiras ou corren tes n1c tálic<.'ls,.
fatores esses que té:m contribuí<lo para sanar as dcíiciências das 1náqui1'las de pneus,. no tocarltc à ade~
rência e flutuação, 1:>ermi1indo, inclusi\'C, a execução ele trabalhos anteriormente considerados como
aprorJriacfos aos trato res cfe esteiras.

1.3.3.3 - Partes constitl1intes de llm trator d e esteiras

Cabina do operador de trator com transmissão "PO\ver-Shi ít"


1) Alavanca de servotransmissão: permite a mudança de m archas sem a inter ru1>ção de torquei avante
o u a ré;

2) Alavancas de direção: sendo acionadas individual mente interrompem o fluxo de torqtre respectiva-
mente às esteiras esquerda e direita, per m itinclo o gi ro da 1náquina .

3) Acelerador 1na1'lual : aumenta a admissão de combustivel e o nlimero de ro tações do 1notor e, por~


tanto, a velocidade da máql1ina. Fica travado na posição escolhida, 1nar1tendo a rnesma aceler4;lção
do motor.

Generalidades 45
4) Desacelerad or: d1m1nlti J velocidade do molc)r «:>m a lterar a posiç3o do ~çelerador.

5) Cor11role das posições cl.:• l:irnina.

6> Cor1erole das posições e da força do escarific:tdor.

Flgur.a 1 .S - Oeb.IM da cabina do trõltor

/
/ li

1 3'
1 r
1

1 . ..... .... 6
, 2
.
/ 1
/ 3 4

0000 -
r "l
.,)

- n
u
.. /
/s

' - V
, 6

,.-'
10/
1 / '
~
1 l / 8
- - ._--· -,. ~ -~· ~ . ' /
·7
/ /.
/ / / /
1 1 1l 13 9

r igura 1.(. - E!;c1uenl a de~ lr;itor <lti e 1ileir:is

46 Manlllll PrAtico de Escav~ç3o


1) Motor diesel: fo ,nece a J:>Otência necessária para a m áquina vencer as resistências opostt:1s ao moviª
mento e, ai nda. Pª'ª rebocar ou e1npurrar as cargas.

2) Embreagem p rincipal: é o clispositivo de cliscos rnúl(iplos <1ue pode unir ou separar 1no1llel'1tane.l-
mente o eixo do virabrequim ao da transmissão (3), pernlilinclo que as engrenagens da caixa de
câmbio sejam acopladas. de acordo com as várias n1arcl1as clisponíveis e, 1aml>é1n, a i nlerrvpção c;lo
fornecimento cfe torc1ue à parte restante da trans1nissão.

3) Eixo de tra11smissão: l iga a emb1·eage1n 1)1'il''ICi~)al à caixa de cânibio .

4) Caixa d e câmbio de vf.?l ocídadcs: cornpõe-sc de dois eixos com várias engrenagens que podem ser
acopladas aos pares, pern1itir1do diferentes coml>inô.lções de força e \ 1 clocidade, conforme o coma11-
do n1'-1nual de uma alavanca, 1>elo operador.

5) Coroa e p inhão: engrenagens que permitem a transm issão do torque através de dois eixos que
formam um ângulo de 90".

6) Embreagens de direção: são duas en1breagens ele discos múltiplos que possibilitam a interru1>çâo
1nome1'ltârlea da transn'lissão do torque, si1nultânea <>u separadaniente, às engrêr)agens cio con'lal'l<-fo
fi11al e, conseqüentemente, às rodas 1notrizes e às esteiras.

7) Comando fina l : pares de engrenagens (Je retluçdo de velociclade de 1·otação dos eixos, com o co1lse·
qüer'lte aumento do esforço trator transniitido às rodas motrizes. Além disso, permitem o rebaixa-
mento da altura do eixo motriz (9) c.:oneclaclo às roclas 1notoras, ern relaçdo ao solo, à c11eia allura da
esteira.

8) Ver 1>ar1e referente l esteira.

9) Ver parte referente à esteira.

10) Freios: são dispositivos de frcnas;cm aplicados externamente ao tanibor das e1nbrcagens ele direc;:io,
pern1ili1'1do a i1'l1obilização simultânea ou independente das t;;.'Steiras.

11) Ver 1)arle refere11te à esteira.

12) Ver 1)arte reíere11te à esteira.

13) Esteira ou pattc rodante

Generalidades 47
3 7 9 & a 5 2

' -
1 4

Figura 1.7 - (tqurma da ~telra

1 4

10

Flgur,1 1.8 - Corte: dn etteir.- <A·Ul

12
11

Fiftur;a 1.9- O~CalM d"' t"Stcir.a ' 6

48 Manual Pr.lt1co ~ Esca-~ac;.to


.\. parte rodante é constituída pela esteita pro1>1iar))êr)te dila. pelas rodas de gui;:i e motriz, roletes
der-iores e superiores, "'chassis" da esteira, mola 1ensora, elos, pinos, buchas e sapatas.

"'Chassis11 da êStei ra: elemento esl rutural q ue 1•eccbe o peso próprio ela superestrutura cio trator e o
transmite tJOS roletes iníeriores .

.! Roda motri:z: roda dentada que transmite o to1que, provenie1,te da transn)issâo, às esteiras proptia-
mente ditas.

3 Roda de guia: roda lisa Cl1j:i fl1nção é alinhar e dar a tensão adequada às esteiras, pois o seu eixo
pode se deslocar t?ll) relação ao "chassis" da esteira .

.: Roletes inferiores: blocos de secção circular que giram crn torno do seu eixo, apoia11do·sc sobre a
parte super ior dos elos ou ""I inks" .

5 Rolete super ior: tetl), :ipe1"1as, a ft11)ção de SUJ)Ortar o peso próprio da parte superior da esteira.

6 Elos ou #links": péças individuais, justapostas duas a duas, ligadas por pi nos articulados, de maneira
que clois elos consecutivos são articulados, movimentando·SC livremente um cm relação ao outro.

- Sapatas; placas indivicluais, parafusadas a (!Ois elos, C\•ja fu1)ção é clistribuir o peso cio rrator sobre o
solo. Cada sapata poSSl1i un'la saliência, c hamada garra (10), que aumenta tl aderência das esteiras
sobre o tcrrc1'IO.

8 Mola-le1'lsora: mola helicoidal que tral,alh.l sob tensão e tem como função al>sorver os c hoques
(rração ou corr1press.ão) sofridos pela esteita. pelo afastamento ou a~)roximação da r<>da de guia em
relação à roda motriz.

91 Parafuso de rcgulagcrn da 1nola l e1l sora: dispositivo que l'ernlite variar a tensão aplicada à esteira,
;;iument:inclo ·a 01..1 din1inuindo-a, con;orme o sentido dê sua rotação. Nas máquinas de fabricação
recente, a regulagem da tens.ão na esteira é obtida co1n auxílio de pistão acionado hidraul ican1ente.

10) Garra.

11) Pino: elemento de seção circular e form;;1 c i líndrica que é intrOdl.1zi<lo entre dois elos conseculivos
articulados, 1:tenniti11do () seu nl<,virner)(C) relativo.

12) Bucha de aço temperado: de elevada dureza que envolve o pino, de 1nodo que o desgaste se produz
sobre sua su1)erlície, ao entrar en1 contato com os dentes da roda motriz.

Nova.s tendências no proj eto dos tratores de esteira.s


Os tratores ele esteiras mais recentes apresentam, em relação aos mais a11tigos e convencionais, algumas
modificações de projeto e fabricação.

1 - Roda motriz elevada


Os modelos 1nais recentes, desde os tratores de J:>equeno 1>orte até os rnais pesados. lê1n apresentado a
roda motriz elevada em relação ao p lano médio da esteira. Esta fica apoiada na parte superior pela roda
motriz, que substitui o rolete superior. Assi1n, a função da roda motriz será ape11as i1npulsior1ar a esteira.

As vantagens apresentadas por essa n1oclificaç.ão são várias, entre elas:

Generalidades 49
J) {,,un·1 c1) rodas n1otr izes ~pt1rad.i~ do "c:hassis" da ('!!ltt.:ird e do) rolclt.~. os co111andos finili~ e JS
cn1brcagcns laterais de dircc;.'io ficam aliviados de todas a.!t cargJ> verticais de impacto, bcrr1
como rodas as cargas e çt1oqucs provenientes da lâmina e d.l bilrra de tração;

b) .lS cetrgJs flctoras existentes no "'c.hassis.. cb csteir.J que prodv71.im desal1nhamcnto do ci"'o
motriz e das engrenagens do conla11<Jo final foram elimin.1d.ls;

e) (')( rf'lf"nlores do c0tndndo íinJI iJO mais protegidos por fic4'tre1n n1J1io dis.ta11tes dos c lemcn1os
:'l l )r01~1vos ronstitt.1ídos pela terr~. :arPia etc.;

d) soll o .is1::iec10 (la n1a 11u1coc,.;i<> mrc·ânic.a do trator, ..l grande v.int;,18Cl't1 <..'St.ti na possibilidade de
.1lc .111<,:ilr·se o comando final sc-m nec-ess1datle ele abrir a c1;.l<:'1ra

2 - Sus1>4!rls..:'to flutuante e i ndependente dos roleles


Os roletas. em grupos de quatro, sdo fixados.)(') ...ch:assis• <b cs.tcirOJ 1nck:pcndc..'\fitCmcntc e podem oscilar
em tor110 r:l(io pinoç tixoe>.

Clda grupo principal tem, por sua ...-e7, dois roletcs da esteira, os qua1!. 13mbém oscilam em torno de
pinos fixos. As rodas-guia dian1e1ra e 1r.1coc•1r.1 ç.io ligad;i~ a<X grupo( prlrlcipais e se elevam jun10 <.:om
eles quando cncon1ram obst.ículos.

Esse si>tcn1,a Jlcr•nite c1ue as silpatas se (11l1olclc n1 às irregularidades elo 1e11er1t> 1:tcln su;i ação de Outunç:to,
rctlu.l:incf~, O:!I in11>aclos nos rolc lcs, pir1us e "'chassis" da esleira.

As.sin1 <X r<>l<"tC"s <' ,1s ~1p..1t,1s cst.io qu.l)C >crl'l'r~ em contato com o terreno, melhorando a aderênci.:. ~
a tração d.i mâquina e tornando mdi~ \l1.•\le o \Cu movimento.

1- Kodii moin:i:
l - RodiK de t;l'i~
Figura 1, 10 -. Rllll"lt... ílutu:.n!Mo

3 - Servotransrnissão
O conjl1nto do conversor de IOf'(ll•e e (1,1.,. t-11gr(•nagcns planetárias, c1uc co11s:tituem a servotransmissào,
é colocado n~ JU1rtc J>OStcrior do trator, tornando f~icil o acesso e a )Ucl rcn1oçdo sem haver necessidJdc
de dc.>Smonlar parte da transmissão, como acontecia nos modelos antig~.
.i - Modificações das estei ras
"-S esteiras das máquinas mais recentes aprcsenta1'l'I 1nodiíicações relevantes a fim de tlun1cntar sua
y.urabilidadc, COl face do clcsgaste que sofrcn'I no uso nor1nal.

~ Roletes de lubrificação pcrn'lanente


O eixo dos roletes fie~ imerso em óleo h.1l>rificante pern1ane1'lte, encerrado numa câmara vedada, o ql1e
aumenta sua vida t'.iti 1 pela rédl1ção do de-sgas1e norn1al por al)rasão.

b Pinos da esteira com lubrificação permanente


Os p inos (la esteira são envolvidos 1>elas bucl1as, protegidc-Js J;>Or uma película t'.le 61eo lul:>riíica111e, prove-
r""iieflle de um re-servat6rio situado rio pr6prio p ino, o que, també11'1, reduz o desgaste e1'ltre essas 1>eças.

~ Roda rnotriz scgrn e1ltada


~ roda motriz não ~ inteiriça co1·1'lo nos n·1oclelos antigos, sendo os derltes colocados e1n segmentos
perifé ricos e paraf"1sados a el~ . Poclen1 ser re1novidos e sul>stituídos com facilidade no can1po, sem
oesmontar" esteir.J e :t rod:t n101riz .

.:;. Buçhas rotativas


'-OS tratores an tigos o contato pern1êu'le1'lte entre as l>l •Chas e os d ente$ da roda 1llOtri1 J) roduzia, co1n o
...r:SO co1'lti1'1uado, clesg:isle IOC;1liza<lo das duas J'>eÇas. Era 11ecessá rio, após certo nún1ero d e horas cJe
opefaçâo, o giro das buchas para melhor distribuir o desgaste na Slrperfície de contato.

Esse proble1na íoi resolvido 1:>ela introdução das buchas rot<.ltivas. Com o movin1ento de rotaç.:io, o
de<gaste provocado d istribui·se uniformemente .:io longo de st.1a superfície. Ess..1 modificação evita o
- ro das buchas e reduz o desgaste dos dentes da roda motriz.

5 - Sisterna de direção hidroslática


fite sistema de direção hidrostática en via a potência para ambas as esteiras, sem que haja interrupção
potra a que se n1ove il1ternamente nu1na curva.

'esse CilSO~ a esteira ioter11a tc1n velocidade n1ais b;iix.:i que J cxtcrn.:i, gr.:iç.:is a llm s istcn'la de engrena·
~s planetárias, n1oviclas por um n1otor hidrostático, qt1e a bsorve o d iferencial de velocidades, sem
que se produza o arrastame nto . Os raios das cun,1as resultantes s..:'io reduz idos, o que facilita a operação
em loec1is de pot1co espaço.

Como as esteiras pode1n n1over-se en1 sentidos co11trários si1nult<.lnean1ente <contra-rotação), o trator
pode girar sobre si mesmo.

t.3.3 .4 - Parles constitl1intes de l1n1 trator de pnet1s


o\.s iunções desempenllaclas l)elo motor. embreage1n, caixa de câm bio, comando íinal etc. são absoluta·
~te análogas às já descritas 1>ara o tratot ele esteiras.

Entretanto, s1.1rge junto à cor0<'1 e r>inhão {5) llrn siste1Tia de engrenagens chamado ele ndiíere1-.cial " (6),
porqu e per1nile a r(>laçát'.> dos seini·eix(>S 1'r1otrii:cs e1n velocidades diíere11tes.

Esse meca11isn10 é i1npresci11dível no traror de p11cus, dada a vclocidaclc elevada que esse cquipam c11to
pode .:ttingit. Assifn, rias curvas de pe<1uc110 raio, as vclocidaclc-s d<.ls rodas interna e cxtcrn<.l serão divcrw
s.a.s e a diferença ele rot~ções iibsorvida jl•Slamente 1>elo me<.anismo (!O difêre1'1Ci.ll.

Generalidades 51

, _, _
1 - Motor diexi

l - fo>m unown..tl
'1 QÍJC;.) d~ Uinb10
., Coto. e plnhJo
0000 6 - Oiíetl!fl<lr.I
7 Co~fldo fln.11
lt .. Rod;a. molri.t
., - ttoW6 d·_,A"",~
6e diteÇM
10 - \'obrtc e "•<UM\&
de dire(Oao

o

r ig.ur<11 1.11 - (~de tt'.llOt de pneus. dois ~i"os

O utro sistc1níl que diverge 1otalmen1c do adotado nos trlltOres de C!!!Ceiras é a d1rt'(.lo da m:1c1ulna. Esta
é dada pelas duas rodas d1i'lntciras <9), devidamente ac-iooadas pelo vol;inte e parafuso sem-fim acoplado
ao respec11vo cixo (10).

(sta descriç~ocorresponde aos tr.alor·c ) de pneus de rc-cfuzido tan1anho e potência, e qu ~ ).10 usados
f)ara reboc.ir ourro equipi'lmc11to de JX-'<]uC'no porle corno, por exemplo, os rolo~ de compact.lç~o.

t l.ti, porém, 1ratores de pneus, u1ili1ados rm máquirw.5o m~is pesadas,. que são b.lstanl~ diferentes dos já
descritos.

A seguir ap~cn1an1os o esquema de um 1r.1tor de pneus <le duas roddS n"IOtrizes (um eixo) e c1ue serve
ele reboc.ldor ,, t.1m "scr;ipcr"", ""6 podendo ser utili1ado acoplado a ele.

3
1 - MOIOI' cl.rA?I
2 - lnp~ ~f~ ,,,_,._f'1('11
4 <ko .1Jh1h•!nctllO cio dXO molliL
3 - Convt.'fj.1)1 cie 'Ofl~ CWf 1 l .l.S)
" Fl110 cnm ju-ni.a u n1\'f'IIJI
S - C11x.a d~ v.i~iȋo
tm,l'l'JAn(.t de veloi..1d..c.Ju)
(> - COto.I • pinhJo
000 °'~'""
87 - Sen>i c..o moc:rtt
9 - Rod;i~ rnot:ri%M
G

figura f.12 -&qu~ de tr.al<>r de pneu5 de um eixo

52 Manual Pr~tiCO de Esc~·acjo


f;gurA 1. 1J - Rcboc-.tdor de pne us df: um e IAO

1.3.3.S - Tr:i11smissõcs mecânic.1s e hiclrá ulicas - Conversores <le to rque


'"' transmiss.io do Iorque, p roduzicJo tlO eixo do virabrequim de t1m motor, às rodas motrizes de u1n
eic-uipamt'nto pode ser feita por dois si5acn1.:ts diferentes: tr.ansn'lissão mcc3nica e 1n111S1'n issão l'idráulica.

Ore modo geral, uma transmissão mccãn1u w.: caracteriza pela existência de elerncntoS rfgidos nl6vcis
eocos e engrenagens) que se acoplan1 de- rn.Jnerra a 1ransmitir o conjugado do motor aos elementos qyc
provocam o movimento da máquina (cstc 1rJs ou pneumáticos).

P.i.'.1 \.Jri.Jr a velocidade do equipamento~ necessário, etn certo momento, mudar duas engrcnagcr1i.
que estJo em contato por outras dud~ ClllC pos:i.l1a1n un1a razão de "cfe:i.n1ultiplic:açdo" d iferente, ou scj.1.
• r~laç;Io cnc1c o 11(11ncro de <;lcnt<::i. eleve ser a hc rJdJ.

r m df" 1~rmitir o acoplan1e11to dn5 du.1i. •1ovJs e11gre n.agens e"'colhida4: é necessário que não flajíl
:r..
oo... 1mento relativo enttc ambas nesse ln-.t._tnle, isto é, a transmissão do c onjugado deverá ser interro1n ~
piela e teremos a mudança de velocidade çem carga.

~ tr.anc;missôes hidráulicas, graças ao mcc;an1srno denominado •con' e rsot de torque·, que não 1>0Sw1
'11"1CUlo mcc.3n1c o entre o eixo mot,iz e o eixo movido, mas apenas um acoplolmcnto fluido, a mudanc;a
de marcha e de velocidade poderá ser fc itd ~n-1 que haja interrupç3o no nllxo de torque desde o mo1or
~a rocf4 n1otr1.:. Daí a dcnomin;iç5o transmissdo "'power·shift"', que significa a mudança de marci1..l
~t.ld'1 com c..1rga, Oll mel hor, corn trJ11s1l1issão ininterr1.1pt.:t d.a potênc ia.

PM-3 bom cntcndi1ncnto do ql1e conc;istc uma trJnsn•issão hidráulica, 1.1111bénl cleno1ninada •acopla1ncnto
à.rido·. vejamos, resumida1Tiente, 3 descrição sucinta tie t.•m ''co11v<•r..o r de torc1ue".

Gener alidndcs 53
6 7
/ '

2 -

Cr

- -~ .... 3
• 1 - B0tl'llM
2 - Turb1n.l
J. Es!Ji!<Jl"t'S
' - [i'I« ' m(ltnl
~ - (iJQO dt" trolM.MfMJo
6 C3rt.l\it
1 P.ilhc;1A\ dil l)Qmb.'i (l d11 11111Ji!l,,

ngura '. '4 - ~ de oo~rsor de lorqu~

Os conversores d<- torque ~~·cm algu,1s elementos csscnc1a1s e que p:u1icipam de todos os modelos
fttbricad()), a saber.

1) Bomba: cocflJ)On <"nte do conversor <1ue es.t.:i aCOJllado ao ~1xo do motor, rec.-cbendo o conjug"'<k>
motri.1 ou torque.

2) Turbina: parte d<) c.01·, versor q1.1e recebe Q torque. ,1través do ucopla1l1t11to íluido, tr"nsn1ltlnclo-.o aos
elemc1•tos propul~res do equipamento.

J) Es tator~ : e lenie rllOS dispo)tos no percurso do 6 1PO ent 1 ~ .1 l>0mba e a turbinn e cuja finalidade t!
reorientar o fluxo de paníc.1.1las de ólro c1ue s~1 d;i turbin.'.\ para <1uc inc ic(J sobre as p~1lhctas de
bombJ, obtendo ~e. dessa íorma. a mulliplicaçdo de torc11w

4) Palhctõts: p.is ou l:iminns colocad.:i) nas supcrfít;lt..'S inter11,ts da bon1l)a e da ll•fiJina, e1n íor1na ele'
cálice, C'l1ja funç.io é impelir o fluido viscoso (óleo) co1ltido na caf('il(a pata ..1ti11gir as p..1fhcta.s de-
forma i~r1tica, e"Cittlentes na superlíci<' d., turbin.J.

O sis1ema é monraclo dentro de u1na cart.l\·• çl1(da cO•lt fluido viSC<tso, ou :,Pja, ó leo (IC baixa vh.cos id;)<I<-•.

O Íl1ncionames1to do conversor de t0<que se inicja com a rotação dJ bomba ligada ao conjugado


n10t1i2, dcsloando o óleo no m(_)>Smo senlido d.a sua rotaç3o. As J><Jlhctds da boml>a impul!'l(>nam as
1>.1rtícl1las fgo1as) do fll1ido, do centro 1>ara a perift.•ri;i da <.arcaça, e forocccm d estas. J':lelo cíei10 cl.1
força centrííuga. ccrt.J c1uantidcide de movimento.

A curv(l1ltr'1 da c:.arcJÇa vai direcionar o ólt'O para o l:tdo em que be encon1ra a turbina e su.i~ JJillhetas,
c1ue nad" mais são cio que im~• ~e...1n especular da bornb<•·

54 Manual l>rAt1<:0 de l:t<...vaçao


l\lcançanclo a turbina e as pall1etas, a partícula transn1ite à turbina a quantidac:le ele toovin1en10 de que
e portadora, fazendo com c1ue ela se mova no mesn10 sentido.
Ha' erá, assim, a transmissão de energia, sob íorn1a de movimenlo ele rotação, de um elemenlo n1otor
bomba> J>ara um elemento acionado (turl>ína) sem que haj a nef1hu111 vínculo 1necânico entre elas,
existindo, na verda<le, um a<:o1>lamenlo íluido. Após chocar-se com as palhetas da turbi na, ela rclorna
"° ce11tro da carcaça, ai nda co1n quantidacle de energia relati\ amente alta.
1

'ão havendo a u1il izaç.50 dessa energia, ela se d issiparia sob íor1na de calor e a 1rans1nissão hidráulica
·eria baixo re11di1nento. Essa energia, porém, sob a forma de q ua111idacle ele movimento, pode ser
re.aprovcilada, rt..-<lirecio11ando-a ~s palhct;is ela IJon1l>a no mesmo sentido de sua rotação, através dos
estatores colocaclos no triljeto percorrido pelas partículas 110 retorno da turbina à boniba.

Esse incremento de energia que as pall1ctas dn bomba recebem son1a-se à energia produzida no conju·
-zado motriz, resultando a multiplicação do torque.

i es.sa recu1:>t;:rc:iç.ão da energia q ue ocasiona o alrn1e1ltO da n1ulti1Jl ica~i.o do torque 1Jroduzido pelo
con\'ersor, somando-se ao torq1..1e íorneciclo pelo eixo rnotriz.

O meca11isn10 que pern1itc o aun1cnto do torc1ue, pela transferência e transíormação da energia cinétic.:i
d.is partícu las (gotas) cm forç~ IJJra mover as palhe1as da bo1nba, é de11omi11~'ldo "conversor de torque"' .

.\() iniciar-se o movin1ento da n1áquina, a energia, devolvida pela turbina (parada ou con1 pequena
rotação) através das partículas de ó leo. é grande e reorientada pelos estato res à bomba, o c1ue p1·oduz
uma grande multiplicação de torquc. l:sse niovimento é chamaclo ''fluxo de multiplicação"', situação
e-n que há o máxin10 de torque e n1ínimo de veloc:idacle.

-\.medida q1..1e a turbina cc:u11eça a girar (e a n1áquina a dt..-sl<>car·se), esse íl1..1xo de n'lul(iplicação vai se
it"du2ir1do e1 con1 o au11-.e11to da rotação da turbina, um r)Ovo tipo de fluxo se origina, denon1inaclo
11uxo de acoplamenloN.

Quando a velocidad~ da l ud.Ji11a a1Jroximar-se (OL• até igualar.se) ~ da bon1ba, tefe1nos urr1 fluxo de
acoplamento 1náxi11~0 e um mínimo fluxo de l'flL1h i1>licaçào de torc1uc {ou até anular-se).

torque na saíd.a dO convetsor

i
-8 3.0

·&
i 20

i
1.0
J__ _ _~:::::-
k>rque no.St.'lido. do motor

10<')
'º 40 60
o/o de rotação da turbina

Figura 1.15

General idades 55
t:ntre CS!i>as situações extremas encontramos simultan(!dmCrltC todas as combinações possíveis erltrc os
flu'<OS de multiplic.1~.io de torque e os cfc. <tcoplamento. v~ri.tndo o primeiro desde um alto valor inicial
atê O mínimo, pratic.amenle igu..-1 ao V.llOt do to..-que ÍOfll<.'Cido pelo motor. 0 íluxo de acot>ldfllPf'lfO
vari<1 desde um valOf' minimo inicial até u1n máximo final, o que pem1ite o uso c&o conversor de torque
c.0t110 ('!emento de aco1>lamento e mu l uplica~i.o de torquc.

Cm resumo. ois vanta~ons do conversor de• 10..-que nas aplicJc;õcs em equipa1ncntos são:

• aumento do torque;

• acoplam~11to fluido entre o motor ea t..-ansm1ssào (s.em vínculo me<::.'inico);

• c liminaçíío rla ~mb..-e.:ige111;

• adequ.ação do conjugado rnoror ao conjugado rcsi~ tcnte, permitindo a variação contí11ua


entre seu$ "·alorcs máximo e- mínimo;

• elimirlaçJo dos choques na transmissão.

Esti'.'s transmissões n3o sâo a.uto 1náticas, ji\ flUC rcq ucl'cn'I êl lrltt•rvcnção do operador para a mudanc:n de
n1a..-"ha, e1r1bora njo l1aja cmbreagen1 J '>Pr f-lCionada

Acessórios do Ncon~rsor de Iorque""

.1) Trava - ....lock-up c lutch"


[m c:-ertas aplic3çõcs do conversor de torqyc l1;í necessidade de trava..- o con jl1n10, isto é, c1uc (1 veloci-
clncro da bomba e da tutbina sej am igt1dis. tra1lsíol'r11ancfo ~e numa rransn"lissJo clircta.

Isto w consegue dtr,1v~ de tim disco de efllbre.:>gcm ligado j furbin.a cio con~ e de um pist.io fig.Jdo
~ bomba. Quando d 1urb1na atinge a velocidade ela bomb.1, a pressão do ók!o faz com que o pis13o
fiqu-e ligado ao d1KO. O con,'E?f'SOr vai girar como um con1un10 úllico, corn a velocidade do motor.

t-ssc cli~positivo é encontrado na lr311smiss:ro ele alguns tipos ele Nmoroscr~pcrs".

b) Divisor d e torque
Oi.s.positivo auxiliar que pem1ite a transmissão hidráulic.-. ck- parte da poct;:ncid no conversor e outra
J>ilr1e mecanican1e0tt>, t'"f11·r e o wlante do motor e o e1XO de ~iidt11 . Isso pcrn11te dispor-se sin1ulunea-
m~n1c de transm1ss."'o r1lCCânica ou h1dr.Sulica no mesmo con\'CfSOf.

O n'lodclo de convcr~or (lc torque, apl icl.ldo cn1 umotoscri'!1>er" da linha Catcq1lllar, oíetece tl'ês Oll(~s
de velocidade:

tl1 reduzida com êlpl1cação do conversor de torque (pri~ira e segunda m.1rchas);

2•) do motor - tran~miss.ão direta (terccir• a oitava mard1Js);

3ª> .icelerada ou sobrcmnrcha (Novcr·drive"), com veloc i d~dc.'S 1"10 eixo 1n o1..-l7 clC' <\ílfcla maior do q~•c a
velocidade d~ E!lllracla cio motor.
e Retardador ("Retard e<'')
Dispositivo de frenagem h idrá-.1lica usado e m rampas descendenles longas para pôt.•par o sistema de freios
!'lOrmal das r'O<:las da 1náquina. Consiste flu fll co1lju1110 de 1)alllet.as (rotor) fixacJas ao eixo da turbin<l,
colOC<,da em uma carcaça fechada que 1>0Ssui outro conjunto d e palhetas em volta do eixo motriz.
Retardador
NivOI de ôl oo Nlvel de ó leo

1 - Eixo motriz
2 - Carcaça
3 - C;,\m"'" de ól4.-o
-1 1-- •---~ 4 - P..\lh<l'i'.'$ (ro«Of)
5 - P-.tlhc...ilS d a CAfCit\<t
6 - Enuada e saída do óleo

figu...-i 1.16- Oc:-:lalhcs do retardador

?or comando do operador abre-se un1a válvula que pertnite o erlCllime1llO da cânlara co1n ó leo. O
'°'°'·através d e suas palhetas, impulsiona o ó leo que e ncontra resistência nas palhetas de c3rcaça,
'Tlitando a velocid a(le do e<:1uipamento nas desci<las.

"\Ssim; a energia mecânica será transformada en1 calor, durante a frenagem, havendo necessidacle de o
.leo circular num dissipador de calor.

O retardador não conseguirá deter a máquina ern mo vimento; apenas limitará a velociclade de d escida
w.:> equipamento a un1a velocidade con11>atível con1 a segurança.

liransmissão com mudança cfe marcha em carga ou com lransmissão plena de potênci a ("PO\ver-Shift
ll'ansm i ssi o n'')
E "'llpOrtantc a irlstalação ele um co1lversor d e torque e rn certos cquipan1c1llOS de tcrraple nagem pelas
antagens que apresentam na operação. Por o utro lado, esse conversor l in1itaria as a1>licações da má·
A.. na, no caso de necessidacle de várias co1nbinações de força e velocidade. como ocorre 11os eq1.1ipa-
~:.os de trar1spone, ~'m otoscrapers"' ou ca1ninhões, c1ue er1contra1n as nlais variadas condições de
:aripa (acli\1es ou decl ives} e resistência de rola1nento muito variáveis en1 função dos solos existentes.

'"161Slm. será r1ecessário acoplar-se ao conversor um sistema de engrer)agens que permita diversas combi-
~ de força e \•elocidad e, isto é_, <1l1e haj a vál'ias marchas co1n d iferentes razões de desmulti1>I icação
OlSp(>Siçâo do 01:>erador.

~ esse sistema d e m1.1dal'1ça ele rnarc l"la d everá J)ermi lil' que as l rocas d e velocidade (e de força)
Sie'l;Mll ieitas sem que haja a interrupção do fluxo de torque às rodas motrizes, isto é. efetuadas sem
.c"'erTomper o flL1xo ele potência transm it ido, pois do co111rário eli minar ia as vantagens i11troduzidas
w;t a utilização do conversor ele torque.

Esse tipo de transmiss.lo é clcno1n inado "~"'O\VCr-Sl1ifl" (P.$.}, o que significa que as n1uda11ças de câmbio
s.ic. :eitas com transn1issão integral da potê nc ia e se utili;::a d o sistema de tra nsmissão planetária .

Gener alidades 57
NJo está dentro do escopo clflos1e trabalho·' <lcscriç.ão ~ t1ma. tr.insm1ss30 P.S .• dadd a complexidcldc do
sistema. mas qi.rd possí,-cl c-xplicar sucint,imcntc ~ principios mcclinicos que a regem.

Ai. Jlnrtes co1lstitu1r1tcs da tr,, 1l~111issão p ln1lctária sJo:

1) Engrenagem sol ( 1): esl.i .ic<iplada riglcl.:imrnte.., eixo mo<riz e acion• .is duas engrenagens pla"'-'C.lrias (2).

2) Engrenagens 1>lane,árias. giram livrc.'tllCnle sobre os ~cus eixos e t-st.do c m COnlJ IC> corn a face interna
d<i engrenagem anelar (3), nlovi1ner1t.1nclo ..a.

J) Engren;.igcm anelar: girJ nl1rn senli<lo ou noutro, .JCionada pel.Js 1>lanetãrias. Este movimento pode
ser detido arravés da •plicação da embreagem (6).

4) Eixo motri.c: entrada do fluxo de: 1)0té1lcia.

Engrenagem ack)na<IOra Engrenagom aeionaõora


axtomo - movimento6 lntema - movimentos
em sentidos con1ránoo oo mosn10 sentido

- . ____ • 1

1 -f~..o&

"-=-
"-- •1.
1 Ett~" pbnd$nàS
J - 1ngrt>n~~n1 dnC"lõtr
•I - fixo n l04114: it'l'llr n(i;\)

i+
pl~nct<iria
Ttan'\mfssJo
S - Suporte:"
,,
7
tl.'" plant!t.L i;is
Enlbc~Jgt!f1S. do .:i<;i(ll'l.ll'l'IC'MO
fôto MO'olJo CQi<bi

58 Manual Pf.Ot<-O dP ESGa\'açdo


- Suporte das planetárias: as engrenagens planetárias são fixadas a uma base ou suporte que girará o u
não. depenclet1do do movi1ne1'llO das pla11elárias.

Embreagem de acionanltnto: através de sistema hidráulico. as embreagens poderão sei· acio1ladas


~endo ou 1lâO o n10\ 1inlento da e ngrenage nl anelar.

Eixo movido : saída do fluxo de potência.

~o que ocorre co1n o siste1na de planetárias, co11íorn1c a cn1breagem seja ou não aplicada, 1>ara
dlt!' o movimento ela eogre1lascm anelar (Ver Figuras 1 .19 e 1.20).

"embreagen1 11ão é apli cada - Supondo que o eixo de entrada da potência gi re no sentido indicaclo
-ia tigura, as engren.;igens planetárias serão acionadas e vão girar ern se11tido Oi>OSlO. Conlo estão
engrenadas com il engrenagem anelar, esta será impulsio11ada no mesmo sentido do giro das planc-
.:.lrias, mas COtltrário .:10 eixo n1otriz. Observa~se c1ue o suporte das fllanetárias permanecerá imóvel,
assim corno o eixo de s.1íd.a. Conclui-se, J)Ortanto, que se a embreagem não for acionada a potêr1cia
~se transmite ~o eixo movido e apenas a engrenagem anelar gira l ivrernenle.

engrenagem anelar parada

lipn 1.19

ei xo
- <f--
m~rfz
eD:ode snídél p:arndo

....... ..,º
T emb<uugem nilo opli«>do 1

Generalidades 59
2) A embreagem é aplicada "-este caso.""'"' o movimcn!O da engr~ anelar. O movimenco do eixo
de entrada u~n•mite-se às t'ngrenagcns sol e pl•ncQrias. As engicnagens pla~ria•. girando sobre a
pane inten•ll da anelar (e o ~uportc &~ pl;at-.ctirias a e las ligado), acJquiren'I o rnovi1l-.cnto de rotJÇào no
1nesmo scnticlo do eixo 111c•1riz, há\•endo ent ~o a transniii:são da potência do eixo 1no1riz ao n'lovido.

Ptlo exposto, verifica-se que emboíil. o eixo motriz esteja em ambos os casos transmitindo a potloncia e
que as engren.Jgcns sol e planMári.as e5tE"Jam cm rotaçdo permancr,tc, ~ .-plicaçJo ou não da embrea-
gem de acionJnlcnto permitirá ou não J tr~11lsmissão da potência ao eixo movido.

Como já d ito. e~!tc íato é que dj origem.\ dcnominaçdo <Je "'Pmver-Sl1iít"' a esse 1ipo de transmiss..1o ou,
..ainda. 1ransmi<-s.1o sem interrupção da potêloncia na nltl(lança de marcha.

Fie.a, também. 4'1iminada a c1nbrcagc1n p1inci1>al existente nas 1ra11~m1~:,.ões mec:in1{.õ1S convencionais.

Scrvotransmi.ss.."io
Num cquiparnet"tO de lcrraplcnagem em que será nect.')~rio o movimento avJnl~ c.:. a ré, bem como
diversas combinações de força e velocidaclc (marchas), vários conJuntos de engrcn;,gcns plane1jrias -.ão
lts.idos juntan1en1~ com o co1·,versor de torque, formando o que se cler101nina de scrvotransmi ss~o.

/.h'lr<'h .. , Embr~•gcn'
-
aclor'ladat
1• lllUofchi. 01w~...- M E2 e (4
2• m.arctw •v•AQ> M E2 ~u
1" m~rch,, li •é cst• li r í4
2• n\o1n.ha !l ré (R) EI ~ l )
llCUllO 1$>0f\IO·MOftO) - ('1
Figura 1.2 1

Na configuraçJo ~vem.ít1ca de uma servotransmi-.são mostrada na figura, 1~ quatro conjun1os de


planelál'ias ligadas de modo a produzir clutis marchas .;1vantc e dua.s à ró, bastando para tal o acionanlento
cio dl1as en1breacrns siml1lld11t!an1ente, das c1uatro cxi!>lCnles.

Transmissão automália
As 1r.11nsmissôes qtJflo mudam a relação de dcsmuhipliC".:t~do (pela 1roc.1 de engrenagens acopladas) sem
aç3o do operador e transrnilindo plena pol~r1cia são dc11omin<:1d<is ...automáticas"'.

A mu<IJoça autom..ítica c(ctua-!oe por p<essJo hidráulia ou através de s1nõ.lis elétric05 que -.ão proporcion.lis
à Vf'locidade da máquina e nlOdulada pcl.- posição do acctera<b 1ll;.1nual.

Asi,,h1l, estando-se ecn certa ''Cle>cidade e .1cC'lcrando·se J 111áquina, " trJnsn1issJo S<"IC'Cio11a au1onintica-
11u•ntc ltma 1narcha de nlJior vtiolocidadc (e menos íorç.a), como, por exu,nplo, se p3.ssa da terceira Pª"ª
a quarw marcha, ~m interferência cio operador.
3 6
2

1 ... MoCOt d iesel


2 - Con~<erSOf de toiqoc

-1- (}) ) - C a ixJi cil• tran!>nth)Siô (pl.:inet.1ti OIS)


4 - Coroo t pinh3()
S - Çc)n101nd<> íin.11
6 - Al.1v.11tc.1 de mud.)rloÇ/I d M m.l rch.as
7 - Junt.i u n iversal

5 7

~ 1.22 - Disposição cl<i scrvotr~ nsmíssS:o cm trat()r

.. ~ução de rr1arcl)aS1 no sentido contrário, rambém se faz de ferina auto11·1ática co1n rnais fol'ça e
'"""'1"flOS velocidade.

~name nlo hidrostático


tos equipame11tos de terrJ1>lenagen1 que operam en1 baixa velocidacle de deslocam ento são provi ·
de acionamento hidrostático, elirni 11anclo as trans111issões t.isuais, especi almente em escavadeiras
':.os
~ulicas. A potência d o rr1o tor é tra11s1nitid~ 1;ior t 1m clivisor ele tr.:tns1n issão q ue fornece torc1ue para as
~ras e para o sistema hidráulico, através de circuitos indeper1dences para acionamento de o utros
:lf!'Caflismos e para o próprio c&eslocamenlo ela 1náquina.

O acionamento d as esteiras é indepe ncle1'lte 1>ara cada uma delas e é feito atravós de d ois eixos de
~-.smissão e duas bon'lbas ligadas a clois 1notores hidráulicos. Variando-se a velocidade de rotação,
21 ios velocidades variáveis co ntínl1as na parte rodante, corn o máxi mo de 1O km/h cn1 marcha à vante
_._à ré. Os pares do conjunto moto r-bomba funcionam como transmissão.

- ~idade de deslocarnenlo sofre variação i11finita, senclo aplicada por seletor de velocidad e rr1anual. A
~ão central d a alavanca co rres1m ncle ao 11eu11·0 (J)Onto·m<>rto). Movendo a alavanca para a posição
a. 'ante. a máqui 11a se des loca para a fren1e, au1nentando- se a velocidade <le d eslo camento à mecli-
da que ela se clistancia do ponto neutro. O movin1ento à ré é obtido pela a1>I icação do seletor no
~ido inverso.

~nos 01..1tros ti1>os de tldr1smissão autom ática, com aun'lento ou di1n i111.1ição ela resistência ao movi ·
i::::ies-..o e da carga. a velocidade cresce ou decresce, mantendo a potência 1) r6xima do máximo, clando
.m equipamento a maior velocidade compatível com a carga.

?.ara a írenagcm OOsra colocar o seletor no ne1..11ro, mantendo a máquina parada n1esn10 e1n ram1)aS
aescendentes. Há íreios de estacionamento acionados autom atican1ente quando o n1otor é desligaclo
(li... rgado . As mudanças de clireção e as curvas são íeitas co1 n a aplicação de velociclades d ifere ntes às
~ras pela ação maio1· o u 1nenor d os pedais (ou alavancas) de clireção, podenclo-se ainda inverter o
'!ie"Mdo do seu movi mento pa ra 0 1Jtere111·se c 1..1r\ as ele 1:>eq ueno raio o u até o giro sobre si própria.
1

Generalid ades 6 1
,

,.,- ~~-2: 1
J
'11)!()f
tnibre.lg<'m
1 - OivlWot de truiSml$s.SO
'4 Hon,b~ h·d1Au!iCi11
!i Lili.O cff' trllnW1!s..Jo
6 .. T1" 11'm1...,,10 t~ul'rdi\
7 .. T1,.nttl)l••!IO dlr@ÍI.)
l--:75 6 (:(lm.)rw:ll) 11,... 1 f~gr~er'I$ p lan-et.ir1t1:t)
9 Ruc:t.1 m04nJ'

9 9
T

= 8

1.3.4 - Descrição dos equipamentos


1.3.4.1 - Unidades escavo.empurradoras
O ttator de ~eiras ou de pneus, que ~ ,l mjqunl.l bá>i<:a da terrapten.igern. pode receber a ada.pt.>ç.lo
de um implt_'"fll(_'fllO que o transfonna num.1 t1nicbde capaz de escav.l• t.• ..mpurrar a terra. chamando-se.
por isso, unicbdc csca\'0-ctnpurrador.l.

Esse ir111:>l~nlt"flltl é denominado 13mlnJ e o f'Cll1ipamcoto passa a ch<'!m3r-sc tr.Jtor de lâmina ou "'bullck>zer•.

1 l ,1m1n<1
l Í:loCll' d" l$nli""'
J CJnl!Ot 00 l.:imin.t
oi. .. Rrac;os t.l!etltS

... .......
• 2
3

3
Figuril 1.24 - L~ 111in• e ~us coms>onr..ntC"ll

A lân1in~ rern Slt<i seção transvcl'S31CtH'V3 1).11';-i ftlcili~1r a operação de cles11 101•tc• r na p~rte inferior recebe ..,
íerr..1menr."1 d~ corte, co11stituída de peç.1 cortilnlc, denominada faci cb 1~1n1ir1a, 1lcla parafusad.1. Nas cxtr'<•·
midades, terno'; cluas peças menores c1ue ~~o os cantos da lâmina. As (a.c:.1s e os ca11t.c:k; s..:1o facilmente f'emt)
vívei) p.c1rd Sl1bstituição, quando desgast.1dos pclJ abra~o resultante cL1 ôpl'f.J~..lo de corte, ou quando so--
frem frJturas pelo choque com obstáculos divCtliOS: blOCO$ de rocha, mdtacõe,, res1os de concreto etc.
As lâminas são su1>0l'IC1das 1>01' braços laterais, fixados no "çhassis" da esteira, um de cada l3do.

O aciona1nc.-,'1to da ISmi1la, ou sei"- .:i Stl3 m ovi1nen1aç:'io 1)0 sentido vcl'tical, era !eito1 nos modelos
antigos. por un1 sistcfna de guincho, poliils e cabos de aço.

'ºs modelos modernos esst! acio1la1nc1lto !oi 1l1odificado P-o3'ª o tipo hidráulico, que apresenta divcrs;,ls
"-antagens em relação ao anterior.

1 - Obinc do O!)C".1dor
2 - Cmlt10k! de di1CÇJO
3 - Motor hi(ft~uli«> d.l di~~'io hldros1.11ic.1 dif<-'l'Cf1Cla1
4 - Tr;insmi»)o planet.1ri11
S - COM.õ11\do flt1.oil
6 - Conjunto ~ Ílll'i~
7 - Mol.Ot
8 - K.1d•;1d<•
9- ô:>nvM'5M' de 1t>rquc

.\;/·'
'/


·/



••
t;gur;i 1.2S - lãmina con1 acionanu::nto h idr;iulico

.;i acionamento hidráulico(· íei10 por dois pistões de du1>lo efeito qu e sustentam a l âm ina e são n1ovidos
?eia pressão fornecida por ul'r1a boolba hidrtitilica de aha pressão.

das prir.cipais v.'.ll)t.:tgcns consiste no fato de que os dois pistões podem excrcet u1n ernpvxo (E) sobre o
,__ 'T\a
~. iorça1,do a lâmina ou, especialmente, a ícica robrc a 54.•f>Críícic .,_ ser cort.:id.:a, folcil it;;indo a operação.

"'iem di<:.so, n os m~1teriais m;:liS c;ompa<:tos e, l)Or'lanto, n1ais cliíiceis de serenl éSCavados. o empuxo
~!"rlen ta bastante a eficiência da operação de corte, resultando em aurnento de produção.

i.âm1na rt:la ou fixa é pcrpct~dicular ao eixo longituclinal do trator (Figur.l 1.26) e n~o pocJe ser an gulada.

~ montagern só permi1e :'!escavação e o tta1ls1>0rtc para a frente. Assim, no caso (!e trans1>0tte lateral,
W.O n«es.sáriJs du.Js oper.1çóéS (1) e (2).

Generalidades 63
~

T ubos P•'• o ••c:•rit1eaoor Reservatór io Tubo P"'" e 13mln •


ou im ptemen10 1n1-1eiro
-~- .....

o o
1>l
[]
• -
1\ V61vutas de
o
T ubo &>are• l&mi
controlo
"'

Figura 1.2 6 - Sislcma de controle hidrá ulico de lâmina e tsc.1r ificador

Para evitar esse inconveniente fo ram criadas as lânlinas angulávcis o v "'anglcdozer", que podem formar
ângulos d iferentes de 900 com o eixo pri ncipal lo 1'1gitudinal do trato r.

Figura 1.27 - L.5111ina reta oo fi xa

~
o
- o
S.
~
i
1
a
~1
&
o
;;;

Figu ra 1.28 - "'Angledoze r"

A p rir1cipal va1'ltagen-. (la lãmina "'<'ng ledozer" está no fato de o trator, ao se desloc ar. leva a terra
lateral mente, o q ue facilita a escavaÇ<io e o seu transporte, es1)('!cial mente no caso de corte en1 meia·
e ncosta. forrr1anc:fo·se un1a leira contínua paralela à d ireção segl1ida pelo tra tor. Fm algt.•ns equ i1>amen·
ios modernos a angulagcm é feita através de dois pistões hidrául icos de duplo efeito.

64 Ma1, ua1 Pr.1tico de Escavaçao


Leira

~r;a 1.29 - L:imin;); a 1lgulivel

.:...lêm dessa angulage1n, algu1nas lâmi nas podem ser in·


- nadas lateral n1ente en1 relação a un1 eixo vertical cio Figura 1.30 - tâ1nina inclil'\o'ivcl (...lo1nban1cnlo")
'"!'2:õr, e denominam-se lâminas "'tilt-dozer" ou inclináveis.

C movimento ( !e inclinação é COl''ISegu!clo l)Or intermé<:lio


oedois pistões l1idrãulicos. colocados lalcral mcntc, ou atra-
~ de parafusos adaptados nos braços laterais que 1>errni-
'Jes"'i"' o seu alonga1l1e1ltO ou re1ração feitos n1a11ualincn tc.

~.i.ainda, un1 1ipo de lâ1nina especial, "ti1>-dozer" (to1n-


~11e:nto), que p<>de variar o sev ânsuto ele atac1uc cm
~ão à superfície do solo, íacilitar'ldo a escavação c1n
tenenos coinpactos.

Flt::w' último, convém mencio11ar as 151ninas especiais 1)ara Figu~ 1.J1 - Lâmina para ··· pushet"'
~Jr os "sc...--pers", clurJntc a 01:>e<JÇ.:'iO de c..1~.

Silo as chamadas placas JJara Npusher", \•ulgarn1ente d


...,,inadas lâm i n~s "prato"', bastante rcforçact:is para r
&rr aos esforços e aos choques provenientes do conta
.,,.,..,, o pára-choqve cio ·scraper•.

~ tetpillar Brasil, e1n seu de Ptodução", er>


~· .vtanual
"""e'a os principais tipos de lâ111ina apresentados cm se•
=-odutos, mostrando as características e as vantagens e.
~ uma, bem como o campo de aplicação. As conside. figur.l 1. 31 - lâmina "Uu (l)nivers.i l)
~ a seguir d5o i11forrnclções 1>ara a escolha da lamil'la
-vis adequacla ao trabalho que se tem cn1 vista .

..illna "U" (Universal) - Tem a forrna aproxin1ada de "U"' aberto, sendo apropfiada para a movin1cnta-
:.io de grandes cargas a grandes distâncias. A relação da potência disponível do trator e a largura da
,,.... na 1HP/n1), que é baixa neste modelo, impedem a penetração profunda da faca em materiais resisten-
as ao corte. Ela se .:ipl ica n1clhor ~los solos de baix;i J média rcsistênciil ao corte é; pela sua forma, evita as
~da> laterais que oçorre1n çom outros tipos .

.ti. -e ação entre a potência e o voh..nne solto de malerial que transporta {1-IP/rn3 soho), não s.!ndo n·1uito
e~ada, indica <1uc esta lâ1nii1a eleve ser usa.da con1 1natcriais 1nais leves.

!:-=r_ pada com cilindros par.:i o ,,..ton1bamento" " tip-<;lozer"' é util izada nos tratores mais pesaclos da l intla
~ erpillar, isto é, do D7 ao 011, o que melhora a sua ca1:>acid.adc de escavar en1 proiundidade.

Generalidade$ 65
Lâmina " S" - ~a lâmi na reta ("straight bladeN), n1uito vers..itil, con1 di1ne11sões menores cio que a lânlina
"'U'' . Pode ser usacla cm marcriais (CSistcntcs p(')r j>OS$uir elevacla relação HP/1n, oblendo·se n1aiores
penetrações e maiores cargas. A relaç.50 HP/m3 sollo pe(mitc o seu cn1prcgo em mater iais <le peso
específico elevado.

Um 1Jist5o hidráulico produz o 'rombamento ...., como na lâmina "'U'', o ql•e tan1béol íacilila a escava-
1

ção. ~ util izada em toda linl1a ele tratores, de pequent-, até C.>S de grande porle (CAT 03 a D l l ).

Como posst1i largura reduzida, equipada co1n a placa para Npusher.... , pode ser empregada na c a rg(l dos
"'motoscrapers".

Lâmina "A" - É a lâmina angulável c1t1e p()(le ser ulilizacl<i na posição 1lon11al (900 com o eixo) ou
angtilada a1é 25j') para cada lado. ~ Jpropriada para a escavaçJo e1n 1l'leia·e11çosta, abertura <le estradas
cJe serviço t!! di;: v:il~tas, realerro etc.

Na linha Caterpillar é in11>le1l1en10 usaclo n<">S 1noclelos clescle o 04 até o 08.

lârnina C11 - É a lâ1nina a1'l1orteccdora ("Cushion biade''), tisada en1 tratores de g rande po1·tc 1>a.m o
11

en11luxo de ''motosçr(lpers". sendo rcforçacla por uni bloco (ou placa) c1ue suporta os impactos da
operação ele e1npurrar ("1>ush"'). Possui l;J.rgura reduzida., o c1uc evita o cu11talo de suas cx1rcmidad cs
co1n os p netis traseiros do "scraper"', ocasiona1'ld(') cortes ou a perda total elos mesn1os, sendo usada 11os
lratores pesaclos utilizados para essa operação (CAT 09).

O utros inlpleme111os 1JOdem ser acla1>tados ao lra1or de esteiras, como, por exemplo, o escarificador ov
"ri1>perN, mont.'ldo 11a suJ 1>artc rrasci1a.

Figura. '1.33 - Trator com lfanlina e escarificador

66 Manual Prl1rico de ESC'avaç;io


Cons1a de u rn ou mais dentes reforçados, providos de pontas cortantes, utilizados l>ilra ron1~r os solos
muito compac.1os, inclusive os de 2a categoria, para depois seren1 transportados por l1n1a lãn1il'1 a comum .

Dispõe d a ação de J>istões hiclrául icos que forçan1 os cientes sobre o solo, aumêntando a efic iêl1cia do
dnplc111cnto.

~.l 1.34 - Escariíicntlor corn ac..' iQnarn('f1to hidráulic.o

P«O:nci.l ''° vol :iint~:inRul.Svcl A STO•


C.ip."lcid;ide l~m 1n."I
121 l:\.V 169 llP
J, 18 m 1
.ltgura ela l!iminn: •1, 17 m .Jhur,"I: 1,03 m
·H.I diV('t!'iA~ opçõ~ t i<' l!in1in;15 d iSJ)()lU\'i;!is
-~-------~ ·---

t1J.....:...,-, ...
,.

2 ~--------·

o-rM6es
a da ('S(ol r.1 1.38 ,..,
·s,;..r,1 tio lmtor 2,64 n1
w'~ d<'I rn.Scrv!Oll 3,l')n)
-mpnmtnto tl.:i tsr('i r,"I no so!o 2,61 n1
......ptin1enio do 1ra101 básico 3,36 rn
_1.. da g.t<r<' 6.S ..:n1
• "w'<I sol>t'C o sol o 0,383 !li
- ·~..lo sobre o w lo o.e. l;&'an'

~ 1.35 - Tralc>r d e l!imin:t 06 R - Série li - CAT

Genera lidades 67
Pollê1,.. '" 1111,1 vulJ<ll..-. 2J 1 l(W ) 10 t-IP
C.i p.l<:ld.lde l.\n1ln.l dngu l.ivr.-1 4A • 4,7 1n•
l.tf);ur;1 d.a IJ1nlnJ: 1,9'1 º' ~htir:i: 1,17 m
...l,{ dt\-C""l' opQi\M tk- l."mln.1 .. di'f"O"("'·"";~

l
6.7
1
5

1 L- -1 1
~, ~ ..
2 >------·-----<
1 - - - - - 1 0 , 11.12--- -..
l--------~ 1 3,1 4, 15---+------i

Oimcnsõt'
2 1J 1Ql,_1 d.t l"(('lor,1 1,06 m
J l.:ltpir.> do lfoUlfl! 2,6-1 m
7 - A;1u.11 cb tn.kll.ll~ J,46m
9 - Compr>mt'flto d.t rooi('5'.1 flC) ~ 3.21 1n
11 - Cnn•)f ·~'° du rr.iwr l,).1jj(o 4,99m
1 -Allur,1 ll'o"ft• ~~-o d• 0.62m

Figvr.a 1.3& -Yr;ator dt' llminõll 08T - CAT

1.3.4.2 - Unidades esc.avotransportadoras


As unidad~ e!.C.JvolrJ1lsportadoras são as que esc.av.Jm, carreg._11n e 1r.111(,~ m materiais de consistên·
eia rnl-dia .:t clisr.lncia~ médi;is.

5:io rcprc,,cnt;:idas por dois tipos básicos: "scr.1pc1... rel»eado e "sc.rapcr- au1omo1riz ou "motoscra1:>er...

a) "Scraper " rebocado


~ u1na c.lÇJn'tbJ n10111.1cl.1 sol>rc.• dois eixos com pncu1náticos1 norn1alr11t-"nh..... lríltiCN1ados por trator de l-"Steir<:lS.

As operações Pº' ele· ex<"Ct 11 a fl ;)~ são:

• c.:irg.1;

• tran<por1P;

d<."SCarga.

Os comandos de acionamento S<io executados por pistô<.'S hidráulicos e acionados por bomba hidráulica.

A esc<1v.J.ç3o é fcit.l .ltravés da lâmina de corte (9), que entra em conlôlto com o terreno pelo abaixarne11·
10 da cac;"mba do "'scr.lper'" ao mes.nu tempo em que o "ventai (7) é levan1ado..

A carga se (a? pelo ~'rr.'.\-:lamC"nto do ''scrapcr" e da ld1'J)ind, J (1ual 1>~nt•tra no solo, cn)purr.:indo·o i>ara
a·intcrior do "scrdpCr....
4

/ 8

1'

1- Eng.11c
2 PCM:(>Çô
8 l - 8r.a c~ la1cr.:tis de ws.pc._"OsJo
4- Pistii~ hidr.ju!ioo &°' ('Ofl trôl"'
d;i e3ç.1 ml).1
S- A11ic:u laç.i.o
6 - i\ r1ic.u l.1ç3o d O"i b r.lÇCK
de $U$J)COSJ O
7 - /\\•en l'41 - m(J'i.•imenl0$ de
.1l~nur"'e fteh:imen10
' 8 - Ejclor - movlmC'nlos de

W· 1

ejcç~o e reiornn
9 - IJimin:l d e COl'l e
10 - P1st.l0 h id1áu1lco d\>
acion;1m~nto do ej MOr

~ 1.37 - "Scraper" r"CboC<'l dô 1>-0r t ra lor de esteiras

~te o carregamento o e:síorço de tração é consun1ido pa ra vencer resistências op0stas ao movi me11 ~
-g ·s como c isalhar (cortar) J camada de solo e em purrá- la para d entro da caçamba e cuj a intensidade
dependerá da sua maior OtJ 1neno r cornpacidade.

~dessas resistências há ainda os atritos gerados pelo solo em co nta to con1 as 1>are<les la 1e rais e o
indo da caça11'!ba, c xtcr 11a e i 1'llCl'n an1cnt e.

&ses esforços resisten tes poden1 ser est imados (te 1O a 20 v ezes à fesi stê11c ia ele ro lan1ento 11or111aln1ente
orecioo pelo solo (ver '1.4 .1 ).

Pt:r -m. a p rópria terra que está sendo esc.:1vada, ao pcncrrar n a caça1nba, precisa dcsloc.ar~se e empur-
-z- o mater ial que já se acl-.a (fe11tro d ela, acrescendo maiores resislênc ias dvra11tc o carrcgiln1cnto do
~ {ver Figura 1.39),

f""""Qietada a c arga da c aç am b..'l, cs1a é levantada por p istões hidr.iul icos. ao mesmo tempo em q L1c o
..aicn;il se fech:.l, i niciandoMse a fase do transporte.

( )
1
,

( J
~ t.38 - Ei:r.:o articulado do " scr.1pcr"

G eneralidades 69
Para a descarga, a caçarnba ~ novamente abaixada sem, co1) tudo, entrar em co1)ta10 com o solo, ao
mesmo temi><> cm que o ejetor (8) é acionado, desloca1)do-se par:. a írer11e e ajuda1)do a saída cio n1ateriJ.1.

Há, como variante nos "scrapcrs" de pe<1uc1)0 porte, a dcscargc\ pela basc:ulagem da caçamba para a
frente, expelindo o 1naterial.

O giro do equip.;.mento se f~z 3través cio eixo d ia11tciro <1uc é rígido, mas a.rliculado em sua parte
central junto ao pescoço (2).

b) " Sera.per " autom otri :t ou ''motos<:raper"


~ un1 ''scraper" con1 um ú11ico eixo que se apóia sobre um rebocador de um ou clois eixos, através do
pescoço.

Figura 1.39 - "'Mo toscrJpe r"' con1 "'pushcr "'

A razão dessa mon1agen1 reside no ganho de aderência que as rodas n1o trizes do trator p..1ssam a ter. cn1
consec1üência do ~t1n1ento cio peso que i ncide sobre elas (Ileso aderente).

A lém disso, assegura grande indcpcndêt1cia de movimentos entre os dois con11mncntcs do "scraper",
1:>ermi1inclo a execução de Cl1rvas e manobras com facil idade. O raio ele giro é dê cerca de 11 m e o
ângulo c1-.tre os eixos dos componentes pode a1insir 9~.

O acionamento dos movin1en1os do "'motoscra1:>er" é feito por intermédio de pistões hidráulicos q ue


1:>ermi1em os movi1ner1los de abaixar e levantar o "scra1:>er" e o giro do rebocador crr1 relaçdo a este.

70 r-..tanual P<át1co de Esavaçao



r1•
lllíí~ .......,...,,,,===-1 L
.r-ntW'' 41 1 e
nc'> 1o<1l~ncf' 242 ~· l)O t-tP Oi m e M Õet:
....,e ""' C'.()10,1 d~: li m' 1 - largu-ra tot.11 )_.17 n1
~ ' irg.1: 2l.9SO kR 6 - A l fur'11 m._il(im.1 J.7 1 1n
~IOU \.,l,I~
>ri'" l• n1,11t h ~:
ll .958 kg
.:; ko"'h
8 - A ltv(;i 11\''" dn sol<>
12 - 01<.1,\nrl,, <'•~rf· r.-1,1.1~
º· J'i "'
7,71. 1n
d• l• !U .&f (.h 1l' 51,5 kn\/h l l - Con1ptin 1f~uto tlll•I 12,92 m

..,..,,. l.40 ..Mo t o1cr~ptr" com rebocador de: t1m ehcu

~ ~nM qv~ con.st1tuem a caçarnba !1-dO cx.lt..lmcnle iguais às do -~ra1>er.. rebocado, bem como os
~ mt"ntos do avcnt;il e do cjcl0<.

O p;lf.l*<.hoquc traseiro destina-se a rttirbcr a l.5mina do tmtor ..pt1sh<>r"', que .iuilCilia o "mo1oscrapet'"'
""IO C"'lrregamcnto, a fim de se conscgt1ir L1m.i l)(),l carga. n u 11l leffif><' b.istdntc çurto.

<.:aractcrístiç,1 interess.antt! do "'moto~crd1>cr", bem con10 do "scr;11>cr'' 1•cboc..do, é a possibilid.1<Je


de .... ol)tcr unl t11) 1cci.ivel adcnsarnenlo do material graça.s ao u!=;O cio .1vnnt.i l e do e jetor.

~ 1.4 1 -Carga do"S<:rapcr"'

O qetor. no início da carga, se c ncontl'.J Jl.:t posi~Jo avançada próxioia do d.vcnWI. Clc se move pt1r.i
~ à medid:. 'l'W o \'Olume de terra <Jrrt·gJdJ au•nent('I. fazendo com que a terra seja comprimid;i
...a .1 'uJ p.ircde, .iument..,ndo a sua dc1-.sidadc de 15 a 25% a m.1i~ cio c1ul! se for.se sirnpl<.-srncntc
~ J W>bre .1 caçamba por uma carreg.,dC\ttd

"f ~ura 1.38 mOW"a o •motoscrapcr"' <.0•1vencional com dois eixos, un1 r<.•l.itivo c10 rebocado< e outro,
~ •< -r:l(H't ... pmJ>riao1en1e d ito.

b:c tiµ<> tll>rc::.c.:11tdvanlagem de fl4lCi'iuir urr1,1 clistribuiç5o ele Cilrgas, 1l1elhorar1do o seu dcscn1pcnho
il
~ 1to ~ t1<.lcr~•lt.ia entre as rodac; n101r i1e5 e o solo . Co 111 r11aior co11cc1,tr,1çao de cargas nas l'odas
-..X:r1.tc ~ (1io1h1ui d dcrrapagcni na OilCrac;~o d e c.1rrcg~mento c.lc.> "5c.:r,1ix.•1",

Ou::·.-. ,,,nt.igC'rn é.., mJior f<Jcilid~dc de Riru cr1trc o rebocador e o •scrapN'', <> <1uc pcnnilc Sr1gulo1> <.lc
ae- ... 1 r· Entr<·t,1r1to. por possuir apenas dois c1x~. apresenta mc"'nc-.>r l)..1l.1nceamento, podendo ocorrer,
en ... uorvoi~ f<."Cl1.-.das feit.Js em alta v<'."l<>eid.Jclc, o 1on1bam('f'ltO do ..q-r.ipt'"f""

Genera lidades 71
Co11vém assinalar que esses tipos convcnc1ona1s de "motoscrapcr" na<> di~n...a.m um trator de esteiras
que os aoxilic no n1omento do c.arregJ•r1cnto - denominado "pu1ohC'•" ou cnipurrador -~ pois. c..iso
co•1trá1io, o ..motoscraJ>Cr"' não consegue Jl11oç\lrrcgar-se num tempo 1.1.l'O.~vel e sofrerá o patin,1me11to
das roda) e at~ n1esn10 a 1)ar.tl i~c1çao cio motor por falra de lo rql1e )Uficicntc, devid o às grandes rcsist<.!n-
ci;_1s opostai:; pelo corte da terra e atritos gcl'aclos entre as pd1'tt:!S <lo cc..1ulpa1n cnto e o solo.

Pólra sanar ~ssa. deficiência da~ n1~ql1h1~1> <.01lvenc..;íonais, os fabricantes tên1 procurado criar outros
tipos denominados "autocarregáveis", que, Ç(Jb condições favorávci5>, poc:lcm dispensar o .. pushcr"
durante o carrcgt1mcnto.

Figur-.i 1.43.- "~101osc: ra1>cr" com n1otor 1r,1sciro ti lraç3o nas quatro md:is, cn1 Of)tr,\(JIO

Um ck>s n1o<i<'los, autocarregável (FigurJ l .4J), (~o "rnotoscraperN que possui o eixo 1rasei ro (do "scrapcrN)
também provido ele força motriz, f0tn<..-cidC1 ·por um motor coloc.aclo nJ sua parte posterior, chamanclo-
se, por isso, ...,win-motoscraper"'. ou :.eia~ com rnor0<es geniin..1d~ quC' funcionam cm conjunto.
~ 1.44 - "Mót()S<:r.tper" com motor traseiro com lT'ação n.-s quatro rodas

-- .rna-se pa1~n1e que, coira qualro rodas motrizes, o problema de falta de aclerência fica parciahne11te
corrigido e, en1 conclições favoráveis, consegue-se o aulocarrcgan1ento.

0...11'3 solução tC1)tad a é o "scra1>er" com elevador ("elevating scrapcr") (Figura 1.45).

'~~ parte dianteira da caçamba coloca~se uni elevador inclinado com palhetas, acionado por n1o tor
~coou Jlôf sistema flidrául ico independente. As r>alhetas arrastam o material escavado pela lâ1ni11a,
eie'\ando-o à parle superior da caçamba e \1 Cr)CCndo a resistência oferecida 1>ela l' rópria terra que já se
encontra dentro do "scraper".

Fip.ira 1.45 - "Scr~>tr'' com esteira e levatória

Em solos de pouca. co1npacidade, esse equipáJT1ento co11segue a carg;1 e1n 1e111r>o razoável, sem o auxí-
<> do "pusher".

alguns modelos qtie podem inverter o movi1nento do elev.Jdor no 1nomento da descarga, aux il ia1ldo
fo-'..j
o es\ az iame11to da caçamba.

'- tin1an1entc su rgiu a combinação clenon·1i11a<Ja "pusll -pull" (e nlpurra e p uxa), na qua l dois
'""llOtOscrapers" de motor traseiro se aj udam mutuame11te na operação de carga~ sc:n1 intctvc11ção de
qualquer outra n1ác1uina.

Generalidades 73
-
Figura 1.46 - Engate ::iutomoitic;:o

O sistema consiste n~ coloc;;lç3o ele L1n1 gJnclio no l)ára-choquc ll'asciro do "'scrapcr", que se a.copia
com u 1na alça móvel no trator, permi tind o o engate e o desenga1e das duas 1náquil'1as. através de
ma n obr~s coma1'lclaclas r)clos seus 0 1>eraciorcs.

Assim . er1quaf1lo a n1 ~q L1ina da frente se carrega, é auxiliilda pela outra que f1,,1nciona como "pushcr"',
fon1ecenclo o esforço t~tor <-l<licional necessário; e, Posteriormente. o ""moioscraper" já carreg.lld o rel)o·
ca o outro 110 mo..r1er1to do carregam ento.

O ar.-;1nj c.> "p t1sh· fl!lll" {empL1rra e puxa) pctmitc que dois "'m otoscra 1>ers" se ajuden1 p;ir.J un1 c<trrega·
fl1C1110 lotai sern a intervc11ção de qualquer outra n1jqui11.ll . O a rra11jo é co1-r11mslo de uma placa
an1ortcce<lora d e empuxo e de urrla alça na frente do trator, 1J1n g{lnc;l10 no b loco traseiro alo11gado do
"'scrar.>er" e compone11tes refotçacJos 110 .,ch .. ssis'· cJcl tral<')r e n<> pe!'<.:oço.

1.3.4.3 - Unidades escavocarregado ras


Siio as ql1e esc.t1\ a1n e carregam o m aterial sol>re un1 outro equipa111en10 que o tra11SPQrta até o local da
1

descarga. de modo ql1e o ciclo completo da terra1>le11agem. compreenclendo as quatro opcraçõ<?s bási-
cas. é executado por duas máquinas d istintas.

As n1áquinas assim dcno1ninadas são representadas 1:>elas carregadciras e escavaclc ir;is que, c n1bora de
construção bastante cl iversa, executam as 111esrt'1as c'i>erações ele escavação e carga.

1.3 .4 . 3 .1 - Carregadciréls
São 1;:11nl'.>é1'1'1 c:lenomi nildils pás·carregadei ras e pocJen1 ser 111or11ad as sol>r~ esteir~1s ou rod;is com 1'.)nel•·
máticos.

N a t~rrapl~11agem normal mente utiliza1n·se as C.lrregaclei fas col"n caçatnba íro11t.'ll (2), isto é, it1stalada
na pal'tc dia11teira da unidade.

Sobre u•'n trator de esteiras conve11cional, J1>e11Js l igeirarriente 111oclificaóo, s.ão ad<1ptados dois braços
laterais do levantan1e11to da c.;... ça1nl:>.-"l ( 1), acio11ados por <:fois 1>istõcs de elevação de duplo efeito (3),
ali n1ent.Jdos por unia bo111bJ h idráulica de aha prc!>Sàc) que, p<.>r St.J<;l vez, é acionacla por u ma to1nada
d!? força cio n1otor.

Posição de
e a transporte
.......
-< F
G
• D

9JJ e 911 e
e.ame1d.Jidl!' cb <;)(al'rlN C'Of'~.l 1.0 ,,,., 1 .7i m·
' - ãur.ii - o tQflO do ·~~ l.OM zJ;m
1 - ~in .ll~ o taro d.a ch.tm.~

..
l.ltm 2.44 m
.abx.l ..~ o topo t'h c.abtw 2.74 m lOOm
O .aifu..l .11~ o pno do ""i<ul~
E ~..... m. lind1~.1o p;P• b'.i• ~ m.1oi.
,,,.,.
040m O.&l m
,
..- • d.a """'<ª..,,,. 1.ao 2.14

.. ~1~12l3 10
19

o--------·--------;
ap •™c.:I'" <L• c.u;.;1ub11 C-OftMd.1 1,7 l 2,1 m•
altura i'lt~ o topo d~ c.:iblnc J,2 j 01
_ altura ;ué o tubo do f!);J.u,IJo 3,21 m
l lrur.J :it-' o t-.11111\ 2.22 m
..o - ,,.!tur.\ .i.!cí o «"fll1o do ('i\o o.t.q n1
- .lhura .>tf o solon 0,44
' compr1mcn10 IOl..ll 7, 11
9 d 'lot.l.nti.l enú"e e-1MM 2,80
- .a'tura ""'X•IN de ~JO" 4 ~.. 2,8)
a,!r.,1r• ,;i:ó a ~l (:Orft e-1~·--~ m.a,1,n.11 j,\1,
) l 1,,r.:t IOC.ll Cb QÇ..ut.W tt"Y.an&.l4.l ,,ta
.:. • .1k.1ux.~ n;1 ~~Jo rn.l.lliMI o cit'KJI~ .1 .&-,• 0."9
- • tur• no e."~'° O.·t4
_ - prorureftdadt- M ~\·,-.,\,, 006

;. """°'°
r.1io dt- s'•O mínimo .-.xl'l!'M de> pneu
M ç•m tu .M1 n.il.-(.itt
':t.07
AO'

Generalidades 75
(•)~'*--.cavar

Figura 1.49 - Pô1i('6ti: d4l CA('.arnb:i

A caçamba (j ;lrticl1lada em rc laçtio aos br.lc;os ~ flt>de oc:1.1par d iversas poslçô~.:o. cor11<1nclada por dois
J)ístõc.. clt• ac::io1lamcnro da caç.:1ml1.1. 11.1 ,:>ode ficar na posição ele citcJvilçJo u=igura 1.48 (a) 01..1 rlc..
car'g.i (I>)), <>u c>nl c1ualq1.1er' situação lnlcr'mC'cll'1ria, sendo que no COr'lc:> <> tijustc ela posição 6 feito
.iuton1atlcamcntc, voltando ao :irlgulú oor'mal d<' escav<1ção. ~s i m,. tam~m na posiçjo de descJrga, a
c.aç.1mhJ ~ retida. independenlemrnl<• da vontade do operador. num.- posiç!o preestabelecida. 1-;to
signific.i ma10t comodidade para o ºP""""'''°'·lá que simplifica o com.indo da máquina. resuhando t.'111
mai0t produtividade. A allU'f'a má.xinla êltingid.l pela caçarnba,. na posiç3o de carga mai~ alra, é cerca de
3.00 m, dc1x.indo, assim. bastante cs~ço entre ela e o topo da c.tç.lmb• da unidade de tran!>f)OrtC.

Qu.Jnto ._10 <.-i!fr,-i:;amcnto das unidade)> de tr..tn~por1e, as c.arregadeir.ls ~que se deslocam, moviment.11'1-
do-se e111rc• o lô\ludc de terra e o veículo, ~l.' 11c.lu que nvm ciclo completo d~ c....1rga haverá dois movime1'I•
lo:; à frente e dois a rP (l·igura 1.50).

l1
t
veículo
-• -- ' '>...
E ~I perceber que a rT•Ovimenlaçâo das carr(..'gatlciras é i11lc11sa c1n seu lr'aball10, .:ilén1 dLis freqüentes
~nças de direção. Isto obriga a util ização de sapatas das esteiras l igeiran1ente 1nodificadas em rela-
~ às usadas nos tr'atores ele l:ln1inas.

P..lra facil itar as manobras. cvitanclo-sc o desgasle excessivo da parte roclante, as garr.as das sapatas são
e...., nadas l1avendo apenas algumas saliências de l)equena altura, ,,ara garantir um m ín imo de aderên-
wa entre elas e o solo.

~ 1 .S 1 - Sapata para c.i.rregadcir.'IS:

.. carregacleiras ele esleiras1 por conseguirem praticamente girar sobre si p róprias sem maiores dificul·
:!ades. são indicadas para operações en1 locais de din1ensões l im itaclas.

ioram lançaclas, no mercado de equipamentos, carregadeiras de esteiras con1 o motor na parte ?OSte-
aor da máquina, como já ocorria nas carregadeiras de p neus {Fig1..1rd 1.47).

i:sl;as carregadeiras apresentam algumas vantagens, en1re elas:

• melhor balanceamento, pois o peso do motor SCf\1 C de co11tr'apcso à caçarnba carregadê.1 que
p rovoca consid erável mo mento de to n1barner1to;

• melhor visibilidade do 01)erador para o contr'Ole da caçamba.

b.ses equ ipamen1os possuem aind.;i transmissão hidrostática, que melhora as condições de aceleração e
~r'a da máquina dimi nuindo o tempo de ciclo básico de carga e o riginanclo maior f:>roth1Çii(>.

montadas sobre f)neus apresentam certas vanlagens e deficiências de OfJêraç.:;o, se


1:5 carregadeir'as
~radas às c:le es1eir'as.

Como van1age1n n ota~se a velocidade de deslocamento d.:1 1Y1áq1..1ina, o c11.1e resulla e1n 8rancle 111obil icla-
cie bem como a possibil idade dt: o equipan1cn10 se deslocar a grandes d istâncias pel;is suas f'róprias
a:.:ças, elimi11a1·1do <-.>custo elevado e as dificuldades inerentes ao transporte em carretas, exigido pelas
~uinas de esteiras.

:a.y outr'O laelo1 a tração sobre pneus revel a ~se deficiente, especialmente na fase da escavação, pois, en1
-rY'!Seqiiência dos elev.ados esforços a serem vencidos peras rodas n1otrizes1 há o risc o permanente do
sa; patina1nen10.

~disso, os ter'r'enos fracos1 d e baixa capacidade de su1>0rte, ou seu umedecin1ento excessivo1 devi<fo
..s. chuvas. causa1n ainda 1n<:1iorcs 1>roble1nas cheganclo mesn10 a impedir o trabalho das 1náqui11as ele
ineus. 1'Jesse senti<fo, as m áquinas rfe esteitas s..1o 1nui10 n1enos afetadas que as de pneus.

~essa razão os fabrie<intes de equipamentos têm procurado i ntroduzir modificações de projeto e de


a:wnpo1,entes mecânicos 1>ara contornar ou elim i nar essas dificuldades.

Generalidades 77
1

1
'

Figura 1.52 - Carregadeira d e pneus arliculnda.

Um(l carregadeira ele pneus 1'1"1odernos tem as seguintes caraclcrísticas c1ue objctivarn a sua m elhor
utilização, quando as condições vigentes são desfavoráveis:

• tr<lção nas quatro roctas, com dois eixos motrizes e dois diíere nciais, 1nel horand o substancial·
mente as condições ele or>er:1çâc::> q1.1anto il falta de tração (patinamento):

• d ireção articlrlada, pela montagem de u 1n eixo clianteiro rígiclo, m as pivotante em relação à


superestrutura da máquina, o que d irr1inui substanciahnente o raio de giro, permitindo mano·
bras rnais fáceis ~rn locais de d ir11er1sões reduzidas;

• peso prcSt>rio elevildo,. at1rrlentando o peso aderente sobre as rodas motrizes e melhorando,
portanto. a tração;

• motor colocado sobre o eixo traseiro, com o mcs1no efeito c itado no item anterior e, ainda,
equ ilibrando a máquina e fazendo co11trapeso à caça1nba carrega<la, melh<>rando as suas
condições ele balanceamento .

1.3.4.3.2 - Escavadeiras
São máquinas ele escavação bastante antigas que surgiram em meado do século XIX, ai rtda 1novidas a
vapor, nos Estados Unidos.

Com o apart'<;in'lento do 1notor d iesel, elas se tornara1n n1ais compactas, mais potentes e co1n m<Jior
mobilidaclc, passando a desempenhar um papel 1>rin1ordial nas gl'andes escavações corr10, por exem -
plo, a abertura do canal do Pa1·la1ná.

A eso:ivadeira., ~i.mbórn
chamada pá-mecânica, é um ec1uipa1nento qt1e trabalha r:>.1raclo, isto é, a sua estrutura
portante se desti11a apenas a lhe pern1itir o deslocamento sem, contudo, partici1X1r do ciclo de rrabalho.

78 Mdnual Pr~tK:o de EscaV'dÇ-3<>


~wn, <>l.1 pnclC"r~ ser montada sol)rc:

• '1l~1ra.s;

• pncumdticos;

~ •.1halhos nor1r1ais de terraplcnagcm gcralrncr1lt.! se emprega a "''º''''°"SElln sobre esteiras, raz.,;'io pcltt
lp.QI somente CStú5 ~crâo ª'lui foça li7aCI:\~.

fbdL'l"llOS disth1guir duas partes bem clcfinidas nas <."Scavaclciras: infra-~h l.1turtl e Sl1perestrvtura.

"- -·~~trutur.1 compõe·se de um ..chassis .., a1>oiado sol>re as (>4;1f'ira~. que suporta a superestrutura
~~ em tomo de um e ixo vertical.

O lll("C,1ni)mo <Jlte permite o giro de 360"' cor1!!.t..i de um círculo ou "'COfO..l de giro.., dentado exterior ou
~n tc, K>bre o qual côfTe uma engrenagem acionadora do tipo "'p1nl1..10 •, ligada por uma frans-
~ .10 C'1xo n1otriz.

sure-re\tru1ura, o u plataforma ela rnáquht\.l, c·~1j :,.uldada à roda de giro, de modo c1uc, pcl;:i ro1aç.io tlc>
nh..io. haver:.. a rot(_u;<io ela coroa rle giro e, consc.-qüentemente, d1-. tc>tf~• ~Uf)Crestrutura a el a ligada.

::; ltt:IO pctm1tC .1 diminuição da Vf>IOCidaCIC de rotoilÇ'ãO da plal.lf()(m(t ~ ~ Slhl imobilizaÇàO,

"'- · ·~ trull•r~1
com1'6e-se das cs1cira.s que xlo OOstante semelhantes às já de5critas no caso do trator.
~as para mclhorur a ílutuaç:io e o equilíbr"iO da máquina, a largurJ cl.1 .. .r.~1patas é maior, além etc
s.ett:" li'iclS, <.e1n garras.

Od~IOC' ttmc1110 d<> c.--quiparnento é obticlo a lravés das esteiras acionadl.'ls pol' ur11 si'>lerna de 1r.1 11 '>11, i ss.~o
.. ~ _, ao eixo 111otriz. ·rod(lvia, en1 rarAo cio porte da máquina e cio"<"'•• b;il,1ncea1nen10 deiicicnrc, a
.de 1d.1df' de tr";inslação é muito baix.i, a1ingi11do cerca de 1.5 km.Ih. A~sun, o desloca1ne1110 da"'
e.e.. 1dcirds dL-vc se efetuar somente em pequenas distâncias, dentro do loc.il ele tr"aibalho. Quaisquer
IOtJD'""l.ç tr.1n(portes. em distâncias m-aiorC'S, ~rJo feitos por c.Jnetas especiais.

Generalidades 79
A supefeSh'ultrra corr1prccndc a l.al)i1t<1 dtt c:c.>1l1ar1do, o elemento mo1rf1 (n1otor d iesel) e as tfansm lss-Ocs
ncccsso1ri ~1i. para acionaf os diversos l"'l(•1l1<•nt('K móve i ~.

Este ~cionamento pode ser feito por:

• c..lb<estantes e cabos de aço;

a cilindros hidráulicos;

• 1notorcs e létricos i n depender1 l~.

1'\/as 111ci<1uir~as de terr:iplenagcrn os dois primeiros tir>os são os rr1ais crn1>rcgados, utilizando-se os n·101u
f CS elétricos 110 caso cte rnáquina~ de grtincfc pofre.

As e>eavadciras po00m ser empreg.id.i> em trabalhos bastante di""""'· dependendo do tipo de lanç.i
utiliz.xlo. Oll.'(;Jnisrno que pode ser col0<.Jdo ou retirado da escav.1d.r1r.1 r destinado a efetuar certos
tipos de escavaç3o.

Os princ111a15 tipos de lança são:

• f~1r1ça con·1 f>á frontal ou .. shovcl'';

• lt111~a co1n caçamba de êlrr~1s10 ou .. clrag-linc"';

• lança com caçam ba de mandíbulas ou ..clam-shell";

• lança retroescavadora, •back-sl>ov~I·, ou •hoe".

Originatmcntt" ais cscav.tdeiras eram todJ< Jlf'O"idas de acionamenro .i. c..lbo. Cr,1rM..1nto. o desenvoMmento
dos comandos hidráulicos de fácil n\3.tlCjo. rapidez e precisão de movimentos fe1 ("-Om que os eq11i1>amenl0'
modernos fosit"m dotados desse tipo ck.• acionamen10. Assim, as cscavadclra'i com "shovel"' íroJ1t.al e .J_);
rclrO(!SC..lvJdcifas são rodas aciorl.:•d~•:., llidraulicamente. Entrelanlo, ._1s 111'-\quinas providas de ""drag- 1 111~"'
ainda s~o rriovicfas a c..1bo e c.al>rest.1nt~, por<.1vc ni'io íoi possível a acltiplaç3o ao coma11do hidráulico.

A rnaior difituldade na ope<.içdo (l~tt"'I equipamentos está no balc.111c.:cJn1cnto por vezes defic iente. ('m
ra:z.:ío cl._1 excentricidade do ponto de a11licaçJo da carga, ocasior1a11clo url't 1no1YH~11to de tombamento
elevado. ~f" minimi~ar esse J)'oblema os equip.;lmentos mais recentes t{m o motOf coloaido para funcionar
como contrapeso, a fim ele contrabalanç.'lr o lcv~1111ameoto da caçamba CJrregi_lcL-1. As especificações da5
máquinas indicam os ângulos de clcvaç-1o d.i lanç.J máximos cm íu~lo da carga da caçamba.

Montadas sol>rP fM>.re-iras de grande área de contato com o solo. cxcreetn pressões redu7idas da ordem de
o.s a 0,8 k11Vcn1 2• que permi1em seu llcslocélmcnro em rerren~ dé lk11xa capacidade de suporte.

A botl ~1 de1 t:1lc...ia perrl1itc apl ic.ação de esío1<;011o de tração até cerc..1 de 70°A. clc.t 1><-"So b ruto, o q ue ensE>ja
deslocarem-se c n1 ra1'1'1pas sern p ro h f('n'laS d<' pa1ina1nento.

Escavadeiras hidráulicas
Atualrr1er1tc 1nu1tos fabricantes de ec1u•PJn1cntos optaram pelo Jcio11a1nc11to hidrostático (\•er 1.3..1. 5)
por adapt:.r-4'e :. b.1i.xa velocidade ele d<'Slocamcnto da máquina.
4 5 6 7

1. 2 e3 1\rric:ul.:ições
4 - Pi~o úe lt"vJnt;,intf'uto c;la l,1n1,;1
S - Pis.1lo de ocioni'ln,cnto do hto.lÇO n,ó\'d
6 - Pisa~o de ;,~iortalnC'nto c;l;,i ç;,1(,urnb.1 b3)(;\ff;.1ntt'
7 - 6r.nço, móvel
F"wgura 1.S4

O movime11to das esteiras, a mucl a~"\ ele direção e as Cl1rvas, o le-.1 antamcnto da lança, os movimentos do
braço rnóvel e da caçan1ba são feitos através d<'! c:ircuitos st.><:undári<>S cio conjunto motor·bon1ba hidráulico.

Esses n1ovin1entos são executaclos col'11 rapidez e fJrecis.ão, o que facilita a operação e o bom acaba-
-nento quanto às dimensões da escavação.

a) "sl1ovcl" ou C.1Ç<ln1ba frontal

b) ·•ctam-shell" ot• n1anclibulas

C) rctrocscavadciras

-shovel" ou c.açamba fr ontal


~ão t1sad:.s em 1alucJcs, pois o alcance máxin10 par.1 o cone é elevaclo, podendo
.Ktas escavttc:feir;rs
21nbén1 escavar e1n l)roíundidacles recluzicJas. A caçan1ba nlovirr1cnta-se no sentidc> de baixo para cima,
~o articulada no braço móvel e acionacla por cil inclro l'idráulico próprio. O lcva1,tarncnto da lar1çn
e o nlovirncnto cio braço n1óvcl s5o íeitos por circuitos inde1>endentes (Figu r~ 1.54).

Retroesc.a vadeira
Es:as caçambas são voltadas para baixo, o que permite a escavação abaixo do nível en1 que a n1áquina
5e encontra, propiciando <1 abertura de valas em profur1di<laclc 01..1 em corte: de altura elevada. cio que
~lta gra1,dc versatilidaclc desses cqui1>an1cntos (figurll 1.60).

-Clam·she ll" ot• m andíbulas


.:Sa caçamba, suspensa p<>r catx> vertical. é usada e1n valas escora<ias a1ra,.1és ele poços de acesso oncle
~coramel'1 to é recluzido CFig1..1rd 1 .59).

O dC.ionamenl(> de..1e e<1uiJ)a1llE!'l)IO é íeito e''' 11lui1os rr1odclos pelo sistc1r1a l1iclrostj1ico (ver 1.3 .3 .5). O
~ ..o da SlJJ)erestrutura, os movime1110 ela lança, do l>r.c1ço móvel ~da cac;anlha são obticlos cfe um co1,jt,1nto
"IOmba. e n1otor hidráulico, através de circuitos secundários, comandados por válvulas seletoras. Para a
"JO\·iment(lção dil n1áquina há um circui10 próprio que aciona 1notorcs hiclr.i1.1licos junlo às esteiros.

Generalidades 81

Figura 1.ss - Retroesc:av~dl'ir.i tru opcr.l(~o

uorag~linc"' ou tlras;a ele arraslo


.. .
••

.•
•• .
\

4
,/
3
,, /

l.aN;A
2 C.llbc» de: WDntl• da Lanc~
) - Coàbo dv "''"'°
"' - C.bou o.. """'"''lo da~
, - AnKU~(Ã() c1.I l.irtt-1 t:" .Jttic:\lla(-Jo ÓO c.lbo ck _."·lSIO
6 [ltlC'f'l\,lf) 1rirí'l'mM1.in• d~ l:tn.c;Jt
7 ("a~11'lb.1 t" dn'll("rl d,.. C'Olte

Figura 1,1)6 [«c<"1v;1dcir.i c:om l"nc;a "Orilg-linc"

A la11<,.._1 "tlr;lH linc.. ou draga de arrasro é CO•"ISliluícla por urna CS(l\Jluro leve. t.'m treliça n1et.iilica ( 1), em cuja
extrcmid4'dc h,\ u1na rolcl.ana pela c1wl f).);~ o <..1bo ele c l<.-"Vação da caçamb.;i (4). aciOnado pelo c.<:1br~1.1n1c.

A Lo~~ "''''"°t.'da pelo caboª·" P<""'iliodo a variaç.:io do ângulo en1re 25' e 40", •través do articubção (5).
,
3

o 4
1 - C.abo d<: <ir~to

5
DOO i - ç_,oo dt; comando ,,....-.:.
poslctonAn1ento da c.açan1ba
3 - Supon""
4 - IJr.t.QI) de $Upoffl: ,lrtl(ul;,KIQ
!; Oenllt.'> de t:orte

Para n1ell1orar o raio ele alcance da escavadeira há a possibil idade de se aun1cntar J extensão dJ lnnç.;1,
ritercalando·se uma seção in termt-diária (6).

:. escavação se faz pelo arrastamento da caçamba (7), devidan1ente posicionacJa, ÍOl'O'lando un1 ângulo
de ataque favorável entre sel1S dentes e o terreno.

O arrasto da caçamlJJ é conscguiclo J trJvés da utiliiaçJo do cabo de arrasto, aciof'tado l:>Of' Ufl) cabrcsmnte (3).

~a si1ll1)les obse1v~ção do esquema do equipamen10 (Figura 1.57), cor~clui ·SC c1ue o Ndrag-line" se
~tina a cse:.:ivar cm níveis abaixo do lCl'rCf'IO e n 1 que a máquina se apóia.

Oe modo geral, esse equipamento é aplicado no corte de materiais 1>0uco con1pactos ou 1l1olcs, n1c-smo
~ possuam altos teores de umidacle.

"--ás, convém s;:ilientar, é o único equipa1ne11to convencional de terraplenage1n que executa escavação
dentro d ' água e o q ue J)OSSoi o maior raio de .. lcõ.lnce.

O sistema cJc suspensão ela caçan1ba, esql1em'1.ti7..,.'ldo na Figt1ra 1.57, permite diversos posicionamentos
da mcsnla., possibilitando o corte, .:t c.:trga e o despejo a través (k) cabo de p<)SicionarnCl'l10 (2) ~do braço
de suporte aniculaclo (4).

Para se eíeluar a d escarga b ast;i soltar o cabo de arrasto e a caçamba p errnancccrâ na flOsiçJo
ertical de d e-s1)ej o .

f.
1
H

lc 1

--- o ~
Gener alid ades 83
Ta~la 1.2 - Dimensões e alcances par-a t.>Scav;ideiras co1n "drag·linc" de acordo com a "Po\Vt'r Crane &
Shovcl Association"
•nguto d4 l~nça; \'olumt> d.l c ..('.11mb3 -:_j.a~ cúbic-i~
K s4~ 3/4 1 1 1/4 t 3/4 2
Rt'tio de descarga W
Ahur<• rlr dcsçaf8a <B)
(m)
(ru)
9,0
4,2
'º· ~
4,l
10,8
4,2
IJ.5
7,5
16.0
0,4
l 'rufundlCJJdc máxima de COfll! (C) (m) 3,6 •.8 5.7 7,2 9,0
R.líO de 3l~Jt l\C:C m..iximo• {0) (mi 12.0 13.S 1),8 . 17, 1 20.•
Conip: 1n~nto da lal"IÇ:l O> {1tU 1 1O.:io- 12.0 l 12,0 1 1S~O 1 18,0
- -

A l abcla 1.2 indica para os diversos t;l1nanhos de cscavadt::ir,,.,, clcfinidos pelos volun1cs das cctçdrnbas,
o alcance e J)rofundidaclc niáximos, be111 con10 outras din1e11..ões 01:>êracionais cio "drag·linc'', p~1r" o
ãngulo da lança K ~ ~o•.

O ralo de alunce m.lxlmo da caçamba <ki>ende<á de fa10<es a14''116rios. como condições locais e a ª'
hab1lod.>de do operador, o uso oo não da eo<tensSo lntermediMia da lança e do"'" 3ngulo com a ho<i7ontal.

Con11)ar.1ndo·se esses valores de alcance n1áximo co1n os cio Nshovel "', ''cri(ic..1 6-C cp.1c são bem 111._1ic>rcs
paro o i.drag-line", o c1l1(' clc rr1onstra a su.J v.1n1agc1n nesse 1)()n10. [1llreta(1to, a c:1paciclade d., caçamba
n3o pocle ser aproveitada integralmente. pois, no seu alc..1nçc rr1~ximo, há a 1>c>'i"ibilidade de ;J(et.;:ir o
bal.:anccamento da n1;iquir1a. i ntroduzindo-M! um momento de tombamento ex.:igerack>, devido d apli-
cação de uma carga elevada a grande d1s13ncia do eixo vertical da rotação d.a nláquina. Aléfn disso. há
a limitação da força de arrasto da caç.imb.1, imposta pela re-sift1&1cia do c.abo. e ele que resuha a dimi-
nuiç.lo rl.t capacidade de csc.-.var em terrenos comJX"lCtos. restri ngindo a aplicaçJo do •drag·linc'"' ao~
n1atcriê'I'> que oferece1n pequena resistê•1ci<l ao corte.

'
2

1 - C.-bo do MiS::.cntaçJo cU l.Hw, ..


2 - UI><> dt! elev.iiçlo 1r ft"t"h.ouncntô d,\ e:iç41mb.-
J c:"'. ih•l <k- abertur,, c;l;l c .1(.l 111bi1
4 - Ol ~j>C>)lti\'O i'lntigir<116f;o tJ 1.unlX>•

figura 1.59 - Escavadeira com l.tnç• ..Cl.un-thetl"


"Clam~shell" ou de mandíbulas
A la1'\ça con'I ''cla1n.she ll" é constituída de duas partes móveis, comancta<fas por cabos que se poden'I
abrir 01.1 fechar como m,anclíbulas, possuindo superíície!> <fe corte ou dentes.

A escavação se íaz pela c1uecla da caçaml>a e posteriormente pelo fecha mento das referidas mandíbulas,
de rno<lo que a rernoção do 1n:iterial avança verticalmente erl'I profundidade.

Assim, o Nclan'l·Shell" é um implcn'\ento apropriado para a abertura ele valas ele pequenas <lirt1ensões,
sobretudo quando há obst~cu los como escorame11tos, tubulações su b u:rrânea~ etc.

Para C\•itar o giro da caç.:in1ba c 1n torno de si mesma há um cabo auxiliar que se e1lrola nu1n tambor
automaticamenle acionado por 1nola, d e 1nodo a in1pedir a rotação da caçanlba suspensa.

Por ser um equipamen10 íecllado pelos quatro lados, o "clan'l·shellN é apropriado para a escavação
dentro d'.igua.

F1gura 1 .6-0 - Retr()(>:S('.avador<1. corn c on1ando hidr.íulic;o

Generalidades 85
Tabela 1.3
"\
\ Oin1t~~ Esea"..adclr.i SMO H
\ •mm Escav~r.t com C-.p.:
\ fa(".tmha (r ootat Slml
\ D 1A ltur.1 m.í xirn.l 1.
'
'--------~·
\
f
(I~ c.iÇoJmb.)
lb"° de g:,o d.oi par~
1 1,30

1 t l íilw1ra 4,59
1
1 e
M l ~óíund1d.1 de
d<:l e-;c.avaclo 1,..0
l /\.lance rn.b: mo
1de E':S<:JV3Ç,"10 f 14 , 70

1 _______, IV l <lrgura etc corte


d.> coç.omba 2.63

·- e Altura m.iJ1.1nH1

F
,-- - - - - <
J '"'~"- l 7,20

Retrocsc:.ivadc iras
F~ns d~ tr.i.b.llho ~ etea"~ff a ~alcance
Contigurll<'Ôfl de llln\--a de alc~n cc (R)
...........
.., •.• - 1
-- ·- ~

-
C•<:~n• bõll
' - PlofvM d•
!..aço d~
mi"<'"fNI •
l,9 m
~ac:lo
J .. Abnce l"l\.l">•mo oo nl"rl do ~lo
1 Allur.1 rnJ.1dm:. de corte
, ..
Cap.: 1.0 m 1
10.71
9.82
/ r
-~~
/
• - '4 " huta 111JJ1.hn.t de c.trr('ljimcnto 6.8'i

.. .
/ 1/ ~
• «
;.. - Altura m1t1,f'l'lõl c•1,...,..~ l.J}
" ' /
, P'rOÍl.ntf~ de- ~.w.w;.lo ftft \C'fMiwl
6
'"

1

.. •• ·- t - --
.. •' •
~

' 1/
1 "
' -~

t1•
e
••

"...
' • : ·b
.. ' • '

.'\
'\ 1\ - ~ .....
A;t '-•

. .•'
~

' ~
/

,_ /
-
:J· . .. 1 1 1 1

. --
'"-

-1$ 11 , 19'
" "
• 1

.. ....
t ' '• 1

FigurA 1.62 - &.av<adt ira hid ~ ulica 320C/3lOC l


1

•'
J
' •1
' ...
.....
... _
ft
1
• •
• •
I/
~ ~

•• •
-
~
• •
• • " 1
,._ • •
• 1/
-
• ~ - ' ,,. "1: Cap.: 1,4 n1•
IJ
• 1- Alç.,n.ç~ mJximo ;,()

• .
,; 1\Í\·el do solo 1 1,64

·-• ., .
2 - PfMunditLlde 111,\xiot;l
• 11= ~ de CSC.l\J.çlo
3 - ;\ltutilo n1fnVm.- de
8,06

• \ - coirrt~~ incnto 2,01


•I A llut.1 n1$xim.1 dt:

·-·- •
• '
~
- -~
r-
~ 1 /
J S
c<1rfcg<1mcnto
Profundltl.1dc niá.i<ima
vertie;il
1'1 ,1
6 - Ahu r,1 rn5)(1m.1 de QOrtC
7 - Proiund!d.:ick- n1áxlma
7, J~
1(),81

de f!'SCavaç.\o em fundo pl~oo 7,74


• 1 1

e ~ ~ ff

Fiipn t.63 - Esc;.iv::idt i r.a hidráulica 320C l


n ~ 11 1t
• o

.... 60 RctrOCSC.l\'ad eira 8rAço de inclinação únlc.a


c.,..cidadt: 0, 76 nl)
.urgur-_,: 2,2 6 m
]1
~ e descrnpenho dõJ C<1('J1t11ba ín:in lõJI

~n'IMIO tOl!M P.'r.l 1r,w;i)Or!e


(m)
6,95
i 1
y-,,
- in:urd lot<!l
'°'"' de 1r.-1~~ l.~9
2.35
.&.ir,) Jlé O t~I() lL1 (.ll.lit-e 2.77
~ - . .., .lt<G o c.'11'1() de delf)e 2,(.7
-.-a l tvn::: .ué o solo 0,.29i
cáscànc:ia entre rOO.is (eixo d&.inôro) 1,87
... 6iünta.t wi.:1.. 1t11;l;W( (t"i1'.X.> tr:t~l 1,71
- ~nc::i.1 c nll'C cixm 2,10
... - .n mJxim.i <lo pino dto ;ir1ioJL1ç.'\o 3,27
•:r'
- """"' "' dcsp<.io
profund:d,xic ÔC CSCJV;)Ç-.\o 0,135
':U'.l ~im.'I de: opcr.-ç-.SO 3,97

~ e c.k""SO""l'l'flflO da ~1nba
~\~d1:i r;1
(br<i\X>+l>ad rão)
~~ d<e 0,08 A 0,30 m'
profurx!1d.1dc n\oixim.l 00 ~W.)t;;lo 4,39
- IC:_.I)('"' a J)illtir do t'ixo trast'lro ~.74
- '~r:e nWcim.1 de OfX''\\ÇJo 5,4 5
.:dtum de C't~m('r'llO J,61
- - ·k.llOCtc> (S@, C.'1t13'"1 1,73
i11stánc!a cnU'C cst.1lih?..)(lorcs.
.<lido C').~· J,641

"··--~
~r.t 1.64 - Rctrocscavadcir.1 4 160

Genel'alidades 87
Figuni 1.66 - Triltnr de pneus com l .ln(.ai , ..iro
1.3.4.4 - Unidades aplainadoras
.\s unidades aplainildoras são espocialmen1e indicadas ao acaba1nento d.:i terr~plenagem, isto é. às
operações para conformar o te<reno aos greides finais d<> projeto. Como principais características es1es
equipan1entos apresentam grande mobilidacle <la lâmi na de corle e precisão de 1novimerltos, o que
possibilita seu JX>Sic ionamento nas situações mais diversas.

'
1 - MOtOr
2 - -rruck• tt.ue.ro nlOtriz
l - "'Truc:k• di<1n1eiro de direção
4 - Chassis principJI
S - Circulo de giro da lâ1n illa
6- 01~\i~ de wporl~ do
ctrculo de giro
7 - llmu,3
8 - l::Scatlílcador
9 - Cabina de conl.tindo
10 - Sr<iço de $uSpeoi:l!o

2 • '
3

Agur~ 1.67 - t:le\'õlÇ5o


7 6
figura 1.68 - Pl..1nta

... lâmina JX>Cle ser a ngl1lacla e1t1 relação a un1 eixo vertical, confonne mostra a Figura 1.68, mediante a
'4Çdo (IO círculo ele giro, coo1 açio1'lan'lcnlo nlecS1lico ou hiclrául ico.

!!Iode tan1bén1 ser inclinada lateralmente, até alcançar a posição vertical.

L,
!'•: ~ ~
-j.//
-J~ /

Generalidades 89
P..•r:t compensar dS (orças éXCéntr1cas surgidds quJndo se aplica a 13mina angulada e. sobretvdo. incli-
nad.l lateralmcntc, as rodas dianl<!iras podem ser 11lclinadas,. de maneira a coorrabalanc;ar aqueles esíor·
<,"f>~,. mediante cllspositivos mccSnicos ou hidr~ulicos.

A~ r<>das motrize~ sao acionada~ IJt>t unl único eixo ~rn cJifererlCl:'\I, pois a f.X."qU(•na clistância or1trc elas
e a~ v~locidad<:s rcltllivamente bJix;i~ pcrmi1cm o uso de eixo rígido.
Além disso. qu.anck> há quatro roda~ motrizes, conl cloi-, eix~. o .:.cionamcn10 é feito pelo emprego de
ensrena:ge:ns ou de correntes.

Isso pernlilc ao "trl1ck" traseiro, crue ~ flutuante, .1cl.1J>l;:1r~se às irrt'gult\ridaclcs de> l('rrcno.

Enttc \1 lâmina e o cíxo dianteiro s1tu.a-sc o ~.irificack>r. formado por cerro número de dentes aciona·
dos mecclnicamcntc ou pot pistón hidráulicos. ut1l11ado quando qo dcs.cja romper um solo c.:ompao_o
ou uma c.Jmada Jntisa de p;tvimcnto.

Figur;a 1.70 - ..lru('lc" motriz da motonl\'C'ladora

l'o1~1.. 1•0 volant~: 104 l.\V


Pl"Vl ent.ll 16922
V•k11t kllóo"" Mi"-•nt.• 41.6
""" ..... ~,'= lJ.7


- .________,
- ,, ____, - .

Olm4'n4li.-•:
1 l\llur.l J.JJ '" R.liO cko t•tW 7.,0rn
1 l.'0tnpt•mt'f\t0 toul 10.06 m d.!i T.u,...0-1
l <t•gur.l l,66m
1' l~~\M"ol: 2 ,44 m Ah...- d.l S. 1 6'1.1. 0.(t.I M

Figurn 1.71 - Motoni-.<"lador-a 120H - CAT

90 M"nual Prôtico de Esava<:ao


1.3.4.5 - U11idades ele tra11sporte
~unidades transportadoras são lJtilizadas rlá l~rraplenagcnl qui'lncic> as c.lis1â ncias são ele lal grandeza
")JE' o emprego de "'n1otoscraper" ou "scrap~r· rebocaclo se torna an1ieconôn1ico.

~sim, par:. as gr:andes distâ1lcias devemos optar pelo uso de equipamentos n1ais rá1,idos, de baixo
r..õto, que tenham maior proclt1ção ai nela que corn en11>rego de nún1cro elevado de unidades .
1


3 1- nr.~c:ul l'I
2 - Tan' pa tr.1scira d_, l>.iscula
3 - Pi:.edo de lcvantolmen10 e bonib.l hidr;iulõca
4 - C:lrdà de tt:u1Amiss3a
S - Chassis princi~I
6 Pro1eç.lo da cabina

figura 1.72 - Caminhão bi.lStulantc comun1

São unidades de lrans1X>rle:

• caminhão l1asculante con1un1;

• vagões;

• can1i11hões " fora-de-estrada".

Caminhão bascula nte comum


0 acionamento cio pisttio hidrát1lico se faz através de tornada da forç;i cio rnotor e ele un1 eixo cardã d e
".tnsmiss5o, ligado ~ t.1n1a bomb;:a hidrilulica.

~báscula, cuj<J cap;icidade é de 4,5 a 6,0 ml, é adaptada sobre um "chassis'" de caminhão convenc ional.

Generalidades 91
V•gões
s;io uo1Cladcs de pottc. com gr.ode copac1dade. geralmente rebocados por lr•IO<cs de pneus semcl~n
tes J~ utilizados nos .. motoscrapers·. Fxec11tam apenas as operações de tran~porte e descarga, s<'ndo
C.lrrcgados por unid..1cles ('SCa,·ocarregado1a;.

o.,, vngõcs d iferenci:in1-se (\Olrc si, já que 1xxl~1n fazer a clescilrga por:

• fundo móvel ("bonom-dump•);

• 1raseira, por bJsculagcm da caçó\mba (...rcar-dump'1;

• lateral (~'sidc-clu 1np.. ).

Figura 1.73 - vagão

A í igura 1.73 moslr• um tipo de vagào com descarga pelo fundo, acionado por pistões comandados
por um sistema hidroiulico. O volume da c.açamba é de 133 1ardas cúbicas, ou seja. cerca de 102 m>,
atingindo a velocidade máxima de 60 km/h.

" 0tllllf>CrS"
Os "d11mpcrs.. s.ão transpol't.aclt)res que <e :.sscmelharn ao l:>asc11l.1 nte norrn;_1I, porém, a presentcan1 dlíe-
rt:nt..••s no tocante à ~ua <"Strutura, que é muito reforçada para supo<tar os ~forços surgidos na sua
opcraç;to.

A d~arga é feita pcx bac.cc.1lagem da coaçarnlxi acionada por pi~tões hidr.lulicos. Pdra el imin;ir marlO•
b ras n~ c.1rga e na ck~c.-.rga, o .,du1nper"' possibilita ao veículo c;e deslocar par.1 frente ou para trá11o1
inclifererltcn1ente, co1n o 01,crador semi')~ olh.:i11clo para a frcn1c. lslo é co1lse1~11ldo pela cxislêoc..la ele
coml!nCl<x duplos e ele \un ilSsento e volante de direção gir.1tórios,. com ângulo de 1800.

Atôngcm velocidades de olé 30 km/h quondo Vilzôos, sendo o volume da caçamb.J w ordem de 4 a 6 m'.
c...cntnhlo fota-de-est rada. 7t>' O - CAT
-iMci<t no vol <in le: 362 hv 465 HI'
..-pacid<tdé cC)rO..d-' 1:2: 24,2 m '
~ d~ CO:.t $3: '.\4,7 1
~do ca1u inhiio \'.t.:tio: 61),2 1
docidade mtixir~: 75 lmVh
"'-'«N :. ré: 1J,.S km-'h
D~bu1ç.50 de peso <V<iz io): <.-ixo dia.ntc:i ro 4 9,7%
eixo 1r.i<eir o 50.3%
"ltr"1buu;;\O d e !'>""º (C.'l:tregt1doJ: esxo dran1eiro JJ,3%
etxo traseiro 66.7%
••"
""
""••
,. .,' "
' ''
. : ....... JG\Str.ll'I
,..,_
.• ,- -e 111' 10'1

_
112'1

,...
u

-----
"'"
'•

...,.
• ,..>.
112'1 ·1

- -.....
r
.-n E
1
1 1 • wf'f

-- <r>
..,, •.
... ..,
-.. F

G
J
1
......
•·-
Dimensões:
7,61 s m F- 0.46S m ,,5..,.
e
1,39
5,43
m
m
C-
,_
H-
0,315
2,54
m
m ......
(25'1

·-
O- 7.75
3, 19
m

"'
fipJr.l 1.74 - C.1 mi nhão fora -d e-estrada
1-
4,07
l,99 "'m 11·1n l3tCmm
112· t0'1

Caminhões #fora-de-estrada " (''off higl1\vay truc'i<S")


Os can1inhõcs chan1ados '"fora-de.estrada" são \reículos construídos e d imensionados I'ª'ª os serviços
oesados ele co1..struç;to. Por esse mo tivo. são de grande tonelagem e com d imensões qtre fogem ao norn1al,
~indo o seu uso em estradas de tráíego normal e 1estrir·tgindo a sua tllilização aos canteiros de obras.

~esentam certas catactetísticas n1ec5.nicils <le íabricação que os tornam resistentes e e-s1:.ccia ln1e nte
.adaptados aos trabalhos fJesados, la is col'no: cli(c,cncial travante, transn1issão a t1tomátic,;1, d ireção co1n
acionamento hidráu lico etc. \J
·:-,..
....
"} l
I ;
:' '\
)
/

--.,
.. . ·...
I '

Rgu~ 1 .75 - Caminhões "(o r<i·de-cst rada"

Gener alidades 93
Os volumes das C•ç•mb.u <ão superi0<..., • 10 mJ e 011ngem velocidades m~ximas d.1 <><dem de 60 kmlh.

ton)o é fácil 1Jerc11:b<'r. s.lo uf'1idaclcs ele t'1.110to <lc aqul$ição bat>t:11'1lc clcvi1clo, resullando o seu c1nprego,
.>penas. cm traba l ~ ele movi1T1cnto de terra com gtandes volumes.

HiS c.aminhões superpes.ados qur poden1 1r,1nsportar nlais de 100 t, com motores ele 1.000 HP.

1.3.4.6 - Unidades compactadoras


f).las unidades destinam-se a erctuar a op<-,açdo dênon'linada çOmJ>actaçc\o, i~10 é, o t>rocesso rntoeânico
d(lo adcnsa1nrnto d~ Mllos, resultando nu1n volume de va:zios menor.

lxistem os seguintes tipos de t'<tuiparnentcx para comSX'ctaç.lo:

• rolo pé·dc·carneiro,

• rolo vibrJtório;

• rolo pneun1átiço;

• rolos combinados;

• rolos especinis.

Rolo pé-de-carneiro
(um dos OlólÍSantigos equipilO\COlOS emprC'fl•ldos na f..001fJ..1:CtaÇà0 cJos aterros J)Ofque a !tllil COnCt:!t)C,JO é das
n1als simpl~~ e, por ot.1tro lado1 obttim*'Se boJ con1pact~çJo en1 grc1r-.cle Jlilr1C cios ~los cm <1•,te é en·1prcgado.

3 •

1 - T.1inbot
l Llw
J Qu,Ktock~
.. - ..........
t-l~urJ t .76 - Knlo pc!--dc-c.arnei rC)

Consta de un1 tanlbor oco no q11.1 I se in-.crel'n saliências de coct1primer1tos ele 20 ..1 25 crn (01.1 mais),
dcnomirl.i< I ,,~ "patJs", e que fic~1n cm (ilC'irJs desencontradas.

fs1as pat.i<, 1>enc1rando na c~nlaclJ soltct do solo, c,..<.-curam ~, tompacraç:íio do funtlo para o 1opo d<"t
camada. isto é, de baixo para t:hna, até c1uc co1111)lt't:i.do o acl(lns3mcn10, 1)ratic~n1cn1e n.io h..í inais
1:>f"ne1raçc10 das pa1;11ô

94 Manua Pt.auco <le E'W:avaçao


"" energia de com1>aCtação é o l>licla pela 1>rcssão de contato ele l1n1a fileira de IJatas, pois 11a co11dição
i'ntes descrita, ao (in1 da co111pac1ação, o peso total do cqvipan1ento se distril1t1i sobrt! essa fileira. Há,
oi~, o efeito ele punçiio das patas .lO penetr.ir n<l camada de solo.

"bde-se definir a pressão de contato (máximo) de um;J pala pclt.1 expressão:

"e = p
11X5c

Pe: = pressão de contato de uma p;Jta;

P = 1>cso tolal cio ec~uipamento;

Se = área ele contato de uma 1)ata com o solo;

n = ntJmero d.e pat~s de un1a fileira.

h~!.- pressões atingern de 1 o a 30 kg/c1n2, dependenclo do tipo de solo, da StJf)eríície de conta10 elas
paras, da presença ou não de lastro ele.

E t..lclro que 11J~ pri1nciras 1>'-'~das, cnqunnto o solo está solto, t1avcrá a pcnctraçJ.o si1nultúnca t.'.lc otitras
eiras, o que di111i11ui, de início, a pressão de contato. A 1>ressão máxima, é evicJente, se ol>tém no lopo
d.! cama<la. Para o aun1c11to elas pressões e, conscqlicntcmcnte, <iõJ energia de compactação, c;,_-oslu1na-
w encher o ta1nbor con1 água, areia ou pó·de-pedra. aumenlando-lhe o peso próprio .

Os rolos pé~de. carn eiro podem ser usados individuah11cntc, em pares, triplos, ou mes1no em dois 1>ares
;.do a laclo, ou cn1 tanclem.

('.);-.modelos antigos são rebocados 1)()r trator de roclas (tipo agrícola). Os atuôlis tê1n auto1>ro1,ulsào, con1
as rolos montados Cl'll 1a1,dc111 e eixo de dircçJ.o i'lrticula<IO (Fig1.1ra 1.77). Como veremos cm outro
Uipitulo, os rolos pé·de~ca rne iro são aplicados c;on1 SL1cesso nos solos coesivos, isto é, que possuam
-..zoável porcentagem de finos Cargila e silte).

~-ra 1.77 - Compact41dór '1.vtopr(lpclido

tolo vibratóri o
' ,., solos não-coesivos, isto é, que disponham de baixas porcentagens de argila (solos arenosos), os
..._ os pé de carneiro mostram.se tot.1lmente inade<~uados para efetuar a compactação, pois .:t.pcn;is COn·
;.e-.;.uem revolver o lerre1lc), se1n 11enhum adens.Jn1ento.

Generalidades 95
3 1 2
• '""°'
21 - 8oMbil ~t<JI . . .,..,.1Wo
) Oornb.I h dr.iuliQ ele- vit)f~.1o
• - ~ hô"-'1c:a dC! d t~
s \14~&. « dlt"'tlo
b i\ifrfOI' tudr.Auhco de' "'ibf..;lo
1 - Cllinclfo d.- d1~.ão
" - \~Of l1ldr.Sulico de f""OJ)'l1l')o
') - c..1,.,. d. engren~çcns
1O ... IJUttl!'nC131 No .Spin
11 f!("dU('3o l)lanet:irfa

Figura 1.78 - Rolo vibra tório l i~o (Oyn.•1>~<:)

Nc:i.!Jc ci1>0 de solo, o efeito de vi brações pt'ovoc. a<la~ rnccanicamet~tc tcn1 conlo conseqüênci..a o
adcns..1n"lcnco rápido, pelil aproximaç:lo das partíct.1las, <Je sorte que os rolos li~, com disposilivo de
vibrdç.lo, rC>vf:lam·se altamente adequados para a comp.1ctaçiio de solos arenosos. pois a conseguem de
form0> r~ipida. atingindo fdl'0:.\l('I profundidade.

O pl'incipio de íuncionanu:nto clr um roJo vibratório consi>te no acionamento c·l e uma massa móvel
colocad.i ("0t11 cxccn 1 ricid.a~ ('"n"I relação a um eixo, provocando \•ibrações de c.crta íreqüênc1a e Jrll ..
plitucle, c1uc se 1>ro1:>aga.n1 1>elo ti\1llbor até o 1crrc1'IO.

Mesrno 1100 rolos v ibr:i.tórios moclemos, autopropel1clos, o n.oior de ::icioc'l..1rncnto da "'ªssa ex.cêfilrica ~ 1ndc-
pl.'fKk."'fltC do que impulsion;,a o rolo, pois há necessid.tde de~ .,justar fl'eqüo1tc.1·.-1c.'fll~ o nümcro de rotações do
cxc:êr1uico, para que as vibrações prodt•7id3s entrem em ~~nci..:a com ctS pétr1tc..l1l.J:S do solo, de- modo a se
obccr aumento cb intcnsi<:f.;tdto do ele to vibratório, com m.1ior rapidez e rendimento de operação.

As freqüências empregada" C)(o(il~111 t:11tre 1.000 e 4.800 ciclos por rninuto, ~neto mais utilizadas cm
ger.11 J.!o rnais l>aixas.

Verificõu~'>l' t<.l1Tibém, ex1M!'rio1c111alnlcn1c, que os rolos vibratórios tênl n'aior rc11dimf>r,10 a baix:.s vclo-
cid~1cl es ele dc-sloc.amento. poi.!o ;i çt)mpactaç.ão cfcpcndc do t en1po totJI em c1uc ,,s oscilações sJo apllcd-
da' 5obre a superfície.

Em tcnnc:x práticos isto sign1íic~ que, us.ando-se V(>fOCid..'\des maiores, ncces~1t.amos de maior núfllCf'O de
p.l>><tdas para ob1er o adtnsamen10 desejado.

Rolo p11cunlálico
Os rolos pne1 1máticos são co1istitu ídos l'ºr u1na f)latriíorma 1l1ctáfict:1 apoi(tcln e m dois e ixos çoni l)•14!u-
n1átlços. () nl 1mcro de pncum:\ticos C1Yl e.ada eixo é v.i ri:\vcf, com urr1 míni1TIO ele tr~s, élté seis o u mais.

Para melhor cobertl1ra do terreno a ser compact.ado JS rodas dos eixos s3o dcscncontrad.as cm seu
alinh.JmN'tto. de maneira que as do eixo traseiro c0ttcm oos espaços deixados pelas dianteir.ls. Isto
signifita o emprego de lJm núrnero ímpar de pneus m•m eixo e par no outro.

Pc1r.1 11lCll'\Orar o cieito de corn 1>i:'Ctação, as rodas 1>0dcn1S<"r11lOnta das dua5 ~1 duas, num eixo oscilante
articulado c1'1 relação ~ 1>lat.tforn1a.
essa montagem perm ite o <.:Ontato perfl)ane1)te (las íOdas con1 o lerreno, ainda que haja irregularidades,.
.:Rp'essões o u saliências,. evitando-se o efeito de "ponte" c1ue ocorreria se o eixo fosse l'ígido.

:'l;,l(fas vezes, os 1Jneumáticos são n1ontados 1igeiran1ente excêntricos em relação ao eixo, prollL1;:incJ<)-
we: o eíeito da compac1ação por amassamento do solo.

adensan1ento dos solos, no caso dos rolos pneumáticos, vai depender d" l)íCSsão de contato entre os
:""!leUS e o terreno.

DE- modo geíal, quanto n1aior for a 1Jres.s.50,. maior fac ilida<:le haverá na obtenção de densidades elevadas.
- d.avia, há Lrma limitação imposta pela própria resistência oferecida pela ca1n<1cla de solo à ação (tas
ar-o-...as. pois haveíá o risco de ruptura, desde que 1>ressões de con1ato mui10 elevadas seja1n utilizadas.

n n
.,...,
ti ,r".
. ~
7' ·-'"'
-
!~ •
-- -· ' ~
,/":.
\
- -t
1

L
. L

lipira 1.79 - Kolo 1>neu 1niil ico com eixo oscilante

a pr'essão (!e contato cleper1de em grancle r>arte <ia 1>ressào inreí11a do pneu, torna.se claro c1ue os
"..lm()

os com pneL1nláticos de alta pressão são mais eficientes, pois conseguirão ari r1gir as clensidades em
ne""OS passadas e a altura da camada poderá ser, tan1bém, maior.

- .da\ ia, o a1..1menro ela carga por rod a, obtido pelo emprego ele laslr<), não sig1liíica necessariamente o
~1to p ropoícional da 1>ressão de contato, pois llá a consideíaJ' a flex ib ilidade da borracha.

~tando-sc as c argas por roda haverá, pela maior deformação do pneu. o conseqüente aumento da
.-.e.;. de contato, resultando que a pressão de contato crescerá apenas ligeira1nen1e.

be"'lplificando, para lrm pneln'taático co1n pressão i nterna constante ( 70 "pol'


"'" ) ., dupl iC<'lndo-se a carga
pv ~oda, haverá o aun1ento da píessão de contato ele ape11as 18()/q, quadruplicando· a observar-se-á o
.IC'êscimo de S01llCnlc 43º/o.

:"'lt-~amos à co1,clusão de c1ue o e1nprego de lastros extremamente ~sados não é vantajoso, j.5 <11..1e o
benefício obtido na compactação C contrabalançado por outros fa to res negativos, especialn1en1e o
.a..rienlo da resistência ao rola1nenro, diminui ndo a velocidade de rolagern.

Generalidades 97
..
.. ••
.., ... . ......
•.•
,.: • •"\ ' · • •• • ,,,
/ • •••
"1. 1·1
.- . ·1. ...
· " ···~
\! • • ...· ·•·'·

'I \'•
•••' ,,, ,,, .··
• ··
,,,.~ ·~''"'
•,.::r ~i~-. · ::t 'n::· ~.::: - ~l )\~~ · ··:·: :!. -Jfi:.J-b11tbodoi>r"iªº
1·{/, .. \ .,. .•\_••
}il" · .
:.'~:••/)/ . .,,...,.,.
t\,.. _'/' . . ':..'·.1'1.' •• : • :""-"•
\\ - ,, . .• ''{ •.....,,/'/
'\' ._ .., ...
,~- ., ' :• ••...... . ·. .. ::... . . ..... .. . . . ,...
.. , •. • .........,_;!· .
~
• • ::.,_..,.,
~
'
-,....

--.:.._
' •
.. . : .··~·
• • •

. . .......
• • •

. . · •' : .·:..'
• •

.......... .
• • • • • .I'

. . . .---:....i._.:.._ ..:.._:_~~,:::1omtoda.sp1es~
Figura t ,80 - l"í:e1to comb1notdo da• ~

O uw de rolos pneum.íticos d(• ('1>1:os com rodas nlúlti1>l;:1c; apresen1a m..iior<.>S concentrações de pr~W<.-s,
devido.\ c;,Jpcq>0sição d~ bullX>S de 1=>rcssiio de cad~• roda, havendo. por i!!-W, uni .1un1enlo das prl"SS~
11as c;~m~ rt:i !ô inferiores e a tingindo 1n3iores profundlcl,1cJ(•S (ver Apêndice nu 2).

Rolos conlbinados
H.-~ a l gun~ anos~ íabric.:.:intt.~
00 equipamentos de comp.1("tJção aptesentarJm tipos de rolos qu~ )..."\()
empregados n.'l maior Í<lixa f>OSSivrt de solos. desde os Cõt"Si\·O) até os .1re~.

Isto se consegue pela combin.lç:io dos tipos básicos, utilizando-se simull\lncarnente a aplicação da
carga e<t.itica, do ~nlassamcnto e da vibração.

Ai.i.hn, lli1 rOlô<i. pé· de.carr1cil'<:> com dis1>0Sitivo vil>r~1tórlo, notanclo· sc, porém, que as patas são c,.1rt,1~
(tir>0 "paclíoot"), com formas arredondadas. sem arcst\IS vivas.

1-1~ lCtmlX"fll roloo; pneum.át1cos vibratórios:. Entret.Jnto. iC\I emprego é bastdntc discutido, já que .:. ílcA1·
bilidldc das pneus abson.er..t. cnl p.1rte, as \•ibraçõc:..") t1anso1itidas ao tec-rcno. T("f"ll su1gido model~ com
l'Oc.L.1) mccAlicas lisasr vibratórias, 3Cot>ladas com eix~ providos de pneumá11cos.

190,c
1 ~..L,...,,-- .,..,~· -r 12'20

..-1
1
"""'
1

Fígur., 1.81 - Rolo pé~dt:-<:arncirc> vlbr.lfórlo


Solos especiais
Quando se quer util izar. nu1n mesn10 trabalho, (Ofos con1 pressão de contato 1nuito difefent<?S, empr~
.ml·Se rolos 1>neu1náticos con1 d ispositivo ele pressão variável.

Será possível va( ia( a p1·essão inten1a (çalil) (ttge111} dos pri-eus rne<liaote o uso de co1npressor, c1ue íorne-
e o ar comprimiclo a urn reseivat6rio q ue, por sua vez. o d istribui aos pneus.

fs:e tipo de rolo é espe<.:ialmer1te interessante na com1)aCtaçào de massas asfálticas.

-.o; típoo especiais podemos citar: o rolo de grade {o u grelha) ou "grid-ro l ler". cm que a chapa do rolo
ll:50 é substituída l'°r uma grade de n1alha quadrada e executada co1n ba1·(aS de aço de g(ande eliãrnel(O
O 1 1/ 2"), llti li zado na compactação de material granular ou de torrões, q ue são esmagados pelas
?eih.as; o rolo de placas em que a chapa 1isa é subs1itufda po( seg1ne-11tos ele p lacas elcsco11tí11uos, e cujo
emprego é semelhante ao do caso anterior.

'3.4.7 - Unidades escavo-elevadoras


(..:as unidacfes, 1>eltis St1as caracterfs1icas peculiares, podem ser c lassificadas como <..-'C(uipamentos de
len'aplenagem não-convencional (ver Capítulo 7).

• 1.4 - Locomoção dos Equipamentos de Terraplenagem


-~ de passar ao estudo da 1>rodllção dos eqL1i1>amentos será necessário relembrar os l' ri11cípios que
~ a locorn oção d .as r11áqui11as de n1ovir11el',t<1ç;io ele terras.

Es:e estudo é 11ecessário 1>.:ira sua utiliz.:ição nos processos de estimativa de produção dos equiparnentos
illt' 1erra p l e1'1a)~e1n,

Sabendo·se Qtie a produção da n1áq1.1ina depenelerá, ern últirna análise, do tempo de ciclo gasto na
aecuçào do trabal ho, çonclu i·se que a predet.ermin;,i,ç.!o correta deste último é o f)tin1eiro passo a ser
Gàdo no cálctilo da estirn ativa ele proclução.

5'!ndo o te1l1po <le ciclo a somatória dos ter11pos e le1nentares gastos n(IS diverS<,s 01>erações c1ue o com-
"'JÕem, o cálculo desses te1npos clcrncntares dependerá do conhccin1ento cios espaços pC(COrridos e das
docidacles de deslocan1ento da 1náquina enl c ada trecho em qlle o ciclo co1nplelo possa sei· cJecon1-
">0S!O.

Lompreende-se, l'Of co1lsegui nte, que o objetivo básico na dete(nlinação ela pr0<Jução será, de início,
~ e'-timativa, taf1to quanto possível exata, das velocidacies do equipamento.

_.,... e n1re1a nto. s6 será possível r'ela a nálise dos fa1ores c1ue iníluem na locomOÇ<;o ct:.s máquinas, tais
o:wno as fo(ças fesistcotc-s, as ío1·ç as c1ue as i1l'lpulsiona1n, as co11diçõcs de aclcrência etc.

E este estudo pre li111i1lar que 11os p1·01)0111os a fazer neste ca1>ítulo.

1 ..i.1 - Mecânica do movimento das máquinas


O movi1nen10 ele un1 equiparnen10 que se desloca flafa a ((ente e 1n trajetória retilínea, sobre terret)O
La~o. não necessaria1Tiente l1orizon1al, obedece à seguncla lei de Newton, e ren1os:

E, - :ER = m.y

Generalidades 99
OtldC:

E, - esforço trator na rod3 motriz

l:R • son1<1t6ria das resistências oi:>ost ... i. .-io 1novimcnto

nl • massa da máquina

y ~ aceleração

Trl~ h11:>6«eses poch:n' ocorrer:

dv
r- - > O ~ .icclcração
dt

2 ) E, - l.R a mr ~ O "I - .5!! -- O~ velocidade uniforme e máxima


d•

y dv < O--. cle~d{ eleração


dt

Na h 1pó1ese 1: Y• : >o 1emos ~ acck>taç.Jo da mJquina com aumento d.a ~locidade.

N:i. hipótese 2: r .. ~•O a velocidade "'{•rá C"o nstantc (lll ovlnl cnto ltniíomle) e ntingir~ o valor 1náximfl
(V,,.,.ll> e temos:

E, - rR

oor1cluindo-se que o mc>vime1lto uniforn1c ocorre quando os e<forços resister1tcs igualam as fotças n10 -
1tl1cs, isto é, o conjug,1<:fo motor é igu<>I ,10 c.onj l1gado rcslsrcnr{\ (C, =: C,J.

Nõt hipótese 3 as forças rc.."Sis1entes supcr(1m a .. í0<ças motriLt.'S e reremos a desacelero.çáo da máquina (ou
lrenagom).

1.4.2 - Resistências opostas ao movimento


A~ resistências opost(1l'f ;io 1nQvimento deº"' veiculo 1:xx:lf.-m o;cr c lassificadac: om:

al resistênciõt <f<· rolamento;

b) resistênci~ de rólmpa;

e) resistêr1cia de iilércia;

d) resistêncitl <to at.


a Resistência de rolamento
~ maneira n1ais (ácil de se definir a resistência de rola1"l''le1110 é considerá.la corno a íotça horizonral
-inima que deverá ser aplicada ao equipamento 1:>ara iniciar o movimen10 sobre umtJ super(ícic 1>lana,
...,..izontal, contínua e ir'ldeformável.

f:s5as forças resistentes provên1 do atrito interno gerado nos mancais ou rolamentos dos eixos, nos cientes
d.l:s engrenagens das transmissões.

"'C> c aso d e \'eículos l1á a cor1siclerar, ai11da, o alrito gerado na superfície de con1ato er1tre o pneu1nático
e o terreno, devido à de(ormação das paredes laterais causada pela flexibi lidade da borracha.

~ csíorços são proporcionais à pressão exercida sobre o solo numa direção normal à su1>er fície de
~to, isto é, ao peso total do veículo, ou seja, o peso próprio somado ao peso da ca.rga (P).

Esa dos cxpcrimcnt<iis levaram;. conc lus5o de que J força horizont.:il 111ín imn, suficiente 1>ara iniciar o movi ·
tento de uma niáquina ele temiplenc-igem, !)rovicfa c&e pneus, poclê ser estim.:-ida em 2o/c:i do peso total P.

::::oorudo, a h ipótese íeila iz,icialmenlc de que a superfície do terreno é inclcformá\1e l não se realiza na
-:'lrâtica. De modo geral, os equipamentos tral)alham sobre terra solta ou solos de baixa c.Jpacidade <le
~e, de manei ra que o p11eumá1ico, devido à pressão de co1) ta10. deíorma o 1erreno. aurneotando a
,.,.:>eri'ície de conraro, produzindo a penetração de parte do pneu, até que se estabeleça o equil1brio
"'n"Ye a pressão existente e a capacidade de suporte do terreno.

~ assim, o fenômeno do afundamento, de que resulra maior atrito lateral e a necessidade de o pneu·
..,.,::co vencer cons1antemen1e u1na rampa asce11dente.

,A

--~ --- - - J--

~ 1.82 -Afund3~nto dos pnei1s

""5o significa q ue a máquina de\•erá clespender maior forÇ<'\ tratora para vencer essa resistência adicio-
~- q ue se dc11omina rcsi stl:nc ia de afunclarncrllO. Expcrin1cntahncntc se determinou que o afunda·
i-.ento é responsável por grande parte da resistência ao movimento, avaliando-se c1ue <.ltinja 0,6°/o do
p!!S.O total P, para c.--ida centí1netro ele afundamento.

Mm podemos exprimir a tesis1ência de rolame11to Rr por:

R, =0,02 P + 0,006 . P . a ou

R,(•s> = 20(kglr) . P + 6(iqVlfcmJ . p . a

...-do:

- = resistt!11cia de rolan1cnto (kg):

Generalidades 101
P • peso total do equipamento (Q:

a = afL11)da1nl'nlO {crn).

A fórmula anterior pode ser modificada e teremos:

R, • (0,02 + 0,006 a) P : K . P ou

R, ~ (20 + 6 . a) P ~ K . P

onde: K e 0,02 + 0,006 . a (fefine o chan1ado coeficiente de rola1nento, que dc1>cndcrã pril'1cipahnente
ela granclexa do ;;tfundamento.

O coeficiente de rolan1ento aprcscota diferentes valores, confom1e o afundamento scj;i de l'n aior ou
n1enor grancleza. Dessa fornla, conclui-se que os lerrenos soltos, ou muito únlidos. e os que aprcse111am
baixas ca1>acidades de suporte, são os mais SL•jeitos ao afunclamento e, conseqüentemente, possuem
coeficientes de rolarncnto elevados.

O quadro a seguir resunle os coeficier1tes de ro lamento para vários tipos de terrenos.

Tabela 1.4
~~~~~~~~~~~~~ ~--~~~~~~~~~~~.,-.....,

Superfície do terrenn Afundamento a (c1n) Coeficiente d e rol:.olenlO (~gil)


(máquinas de pneus)
Re\1es1imet110 em asfalto ou «wicreto fO 20
Tetm st."Cil e (inne 1,6 1 30
Te.-ra se-c.."l, solta J,2 - 6.7 ! 40-60
Tetraseca, arJd.~ 1O 1 60
80
100
Terra muito úmida e mole 23,l 160
Terra,.,, ilosa rnvito ú1uid;) 2 6.6 160

Clbc, ainda, obsctvar c1uc os valort.'S cs1>ecificados são aproximaclos e válidos. tão-somente, para veícu-
los de obta que desenvolvem velocidacles de translação rela1ivan1en1e baixas.

Na fea lidade, as 1esisti::ncias de rQlarnento referentes a veículos que trafegam em pistas são dependentes
da press3o dos pneus e ela ,.-clocidadc.

A seguir, aprcscn1an1os u111a expressão proposta por A nclreau. ex1>erin1entaln1c11te !)<'\ta a resistência de
rolan~ento ele:> uni v(!fculo. trafegando sobre um 1>avimento.

11a qual

p =pressão dos pneus em kgtc1n2;

V • velocidaclc do veículo cm km/h;

K = coeficien t~ de rolamento em kglt.

102 Manual Prâtc<o do E.sctWJ-ÇJo


p

-+-'''--+--.1'-if---+-~ E

. . . . 1.83

Oi..rtto íalor q ue infl ui no valor da resistência ele rolan1ento silo as irregularidades do terreno.

P..a ~perar u1n obstác1.1lo do terre1)0 de ahu.-a l'I, u1n veículo col"r1 peso P sobre a rocla 1notriz, ele raio
deverá desenvolver u1n esíorço trõ.ltor E, para vencer o referido obstáculo.

Demonstra-se que:

E= P fh
1/2r

$;I) signific.a qu e p.:1ra E e P constanrcs, t1sando-sc raios de rodas maiores, poderemos superar obstáculos
~ altl1ras m(liOres.

~- portanto, vantagem do e rnprego nas mát1uinas (ie terraplen;;1ge1r 1d e p neumáticos gigantes de grarl-
-* raio,
•..1isto q ue <lutante toda a v ida do cc1uipamento as irregularidades do terreno oferecerão menor
bi~ê11cia de rolan1ento, com economia na opcraçJo. Isto justifica o seu e1n1:>rego nas referid as n1áqui ·
""l.i:S. ainda que o seu custo de aquisição seja bastar1te elevado .

r..estaria co11sid~rar o efeito (lá pre-ssão intcrnól cios l''' e l1-S '' ª resis1ênci.J de rol.:im ento.
O aiundan1ento do l)oeornático oo 1errer10 dcpe11dcrá, sobre tudo, ela press~o de conl<tto atuante entre
~ duas superfícies.

!Jrre\ ido à elasticidade da borracha, o pnel1mático se deforma em con1ato corn <> tei reno, até que se
~abeleça o equilíbrio entrê a pressão c:<ctcida pelas roclas e a capacidade de carga do terreno.

F1gura 1.84

General id ad es 103
Sendo P a carga sobre urn a roda e Se a área da superfície de contato e1,tte o pneu11,ãtico e o solo, a
ptessà<) <le contato S4.!rá

Experin1entalmente, vetificou-se q ue a pr~são de contato está l iSada à pressão interna (<:.<'llibragem) do


pneu, se1,d<> ligeira1nen1e maior que esta, de\1 i<-fo à r igidez <las bandas laterais.

Pc= pressão de contato;

Pi = pr~são in1erna;

Pr = pressão fictícia devido à rigidez do l' neu.

Outrêl constatação importante, j á n1cncionada no estudo <los compactadores de pneus, é que a pressão
de contato é pouco inílucnciada pelo aumento da carga P, cre:scen<lo apenas ligeira1nente com o incre·
me1llO sul)stanc ial desta ú ltima.

Chamanclo· se de C a capacidade de suporte de um solo, três hipóteses podcn' ocorrer:

Pe =e

No pri1neiro caso o pneu se dcíorma aré a1i ngir o equi líbrio en1re os esfo rços atuantes, não ocor·

e
Figura 1.85

rendo o afuncla111ento. No terceiro caso haverá .i. rlrptura do solo, ocasionar1do o afundamento do
pneu, até que pelo alimento da nova Sl1perlície de contato (S'c) seja restabelecido o equil íbt io e 1l tre
os esforços atua11tc-s.

Daí se concl1.1i que o aíunclan1ento cio p11eu está ligado à pressão cJe contato e à <:.afh1.Cid<1de de supOrte
do solo. Quando esta é baixa o afundamento dependerá em sua 1naior j)Jrte d a 1)ress5o interna dos
pr,eus. Obviamente haverá interesse 11J util ização ele pneus de bJixa pressão (30 a 40 l ibras.tpolcgada2)•
que irão gefat baixas pressões de contato, ;)5 quais, por su ~ vez, produzirão aflrncf;imentos menores,
reduzi ndo substancialmente a resistência de rol;:unc11to.

• 2, 1 "' 2,6 kgfc-m'

104 Manual PrAtico de Escav<1<3o


~ considerações anteriores são válidas para as máquinas de pneus. Nos equipamentos dotados de
es:eiras, a resistência de rolan1ento de\'e ser tratada de forma diversa.

Em primeiro lugar cor1stata-se que, e1n igualclade de conclições de terreno, os coefic ientes de rolamento
para esteiras são menores do que para os pr1eus, CiTI razão das 1nclhores cond ições de flutuação apre-
sentadas pelas p1·imeiras.

.._J;ém disso, os valores assumidos 1>ela rcsis t~ncia de rolamento. no caso do trator de esteiras, são prati-
camente desprezíveis e 1n relação aos esforços tratores d ispo11íveis na barra de tração.

?Ma exempl ificar, supondo-se um trator de este iras co1n peso to1al de 14 t, traíega1,do S-Obre u1'l'I terreno
com coeficiente cJe rolan·,e nto elevado (K - 60 kglt), a resistência <le rolamento seria de 60 x 14 = 840 kg.

Examinanclo-se no diagrama tração x velocidacte respectivo, verifica-se qt.re o esforço trator máximo é
:;ae- cerca de 37.000 kg rla prin, eira m arcl,a, donde se corlclui q ue o cícito da (CSistêrlcia de rolamento
'!X>de ser considerado desprezível ••as m<i(1t.1inas (le esteiras .

.1.-éf'TI disso, na deter1,linação 1>(átic.;i dos esforços tratores clisponfveis na barra de t(ação de um t(ator de
esteiras, de açordo corrl as nor1nas da U11iversidade de Nebraska, j á vern deduzido o efeito das resistên~
C\ii.S de rolamento, para uma pista-pad rão com K = 55 kg!t.

~essas razões, nos problemas práticos é lícito, como aproxi mação, não se considerar a resistência cSe
'"O~ento para os tratotes de esteiras.

Resistênc ia de rampa

""""" 1.86

uando uma m.iquina sobe a rampa de ângulo a com a horizon tal ten1os:

RP .... r . se•' a
P.a-3 pequenas inclinações de ran1p a podemos ter sen a i:'i tg a, oon,etendo-se erro desprezível para
naçõC"S 1ncllorcs do que 20ºk.

R,. - P·tget = P· l~O

P=l

R,
1
= kg

i =º/o

General idades 1os


1en1os:

O duplo sinal deve ser interpreta(IO segundo a rnáqui11a sobe o u desce <la rampa.

Em aclive, o sinal da resistência de rampa será positi\10. En1 decli\1e terá sinal negativo,, significando uma
íotça ativa denominada assistência de rampa.

e) R<.~istência de inércia
A resistência de inércin surge toda vez Ql•e o veículo sofre un1a ,1ariaçiio de veloc idade{!.\,), nu111 certo
intervalo de lempo (1).

P Av
R ,=-·
s -l
Adotando-se:

P cn1 t

av en1 kntlh

1 em s

g - 9,8 """

teremos:

R
'
=± 28 3 · P · .êX
• l

O duplo si nal deve ser interpretado como positivo quando l.lv = v2 - V 1 , sendo v2 > V 1 (acelera<;âo).

Será negativo quanclo V2 < V 1 (desac eleração).

d) Resist ênc·i a cio ar


1\ resistência oferec.ida pelo ar é dacla pela expressão:

K' ·S·V-•
R.1, =13

na qual

K' = cocíicicntc de forn1a, scnsivcln1cntc constante cn1rc O e 150 km/h;

S = área da secção normal à direç.lo do 111ovin1ento (n-.2);

V = velocidade de deslocamento (km/h).

106 Manual Prático de Escavac;ao


\alores ele K':

..,;'culos (dependendo da forma): 0,02 - 0,07;

"":"Jáquinas de obra: 0,07.

Corno os veícl1los clt~ ol>ra l t~f'n velocidade 1n:ixirl'la da orden'l de 60 kn1/)1, v~i ftca-se c1ue a resistê11ci(l do
~ será, de rnodo gera l, desprezível em face dos esfo,ços tratores disponíveis no eixo n1otriz. Assiira, 1'lun1
"l!"ic-ulo de obra, co1n S • 7,5 m2 deslocando-se à velocidade ele 60 km/h, a resistência do ar seria ilJ:>enas:

R = 0,07 · 75 · 60 2 ~ 146""
.>• 13 ' -

lo. soma d e 1oclas as resistênc ias (::tR) c1ue afe1~1111 u1n veíctilo, e1n q ualquer n101ne1'llO, será ex1>ressa por:

Ll~ z: KI' ± 10· J> . j ± 28,.'J· p. Ó.V


1
+Ksv:
13
.t

"\iS unidades já n1encionadas.

1.4.3 - Primeira c ondição de movimento


Par-a que o movi1nento da máq uina seja possível, a condição necessária será:

1: 1 ~ tR
(1 il concl ição ele movime11to )

>en<lo:

E • esforço trator na roda motriz;

~ = somatótia das resistênc ias.

Se o veículo estiver parado, para iniciar-·se o n1ovin1ento devemos tef:

E > tR.
'
Se o veículo estiver e nl 1novirrlenlo, a condição

csegura o deslocamento com o n1ovimento unifonne.

C()f'T'lo exem1>lo ele aplicação elas fór1nl1las acima, calculen1os qual seria o esforço trator 1nínin10 que
°'""'eria ser dcsenvolv icfo pela rnáquir1a para 1t1anter o 1novi1nc1ltO tiniíorme, sendo:

P • Sot;

?<mp;;i ascendente: i = 15º/o;

.aceleração: Av = O (mov. uniforme);

Generalid ades 107


.1rc..i. d..1 M:.'<,<iO lrontal: S - <> m>;

vek>cld•dc de translaç.1o: V• 25 km/h;

coclici.ente de rolamento: K 40 iq\11.

Cálculo da resistência de rolamcn10:

R,- K. p = 40 X 50 ~ 2.000 kg.

Cálculo da resistência de rampa:

Rp= 10. P.i= 10x50x 15 7.500kg,

C.lkulo d• rc.iS<ência de inércia:

c.~lculo ela resistência do ar:

R.• _ K' ..
S v, =13"·
o.07 6 . 2 s, r 2 1ks
13
A :wnia ck: t0<J~~ a'i resiRências será:

!' \ ....
tR= KP+ 101\ + 28.3· P K' S ·V'
l 13

LR = 2.000 + 7.500 +O• 21 9,521 kg

e o e~lo1c,;o 1rato1 mínimo para mante"• o n10v1ni(..1lto unifo1'n\e seria:


F, l:R =9.521 kg.

Pelo exemplo acim:., confirma-se o q•.1C foi cll10 anteriormente, ou seja, que J. resistência do ar é dcspre-
ztvel, se comparad.,. com as oulras, para as velocidades baixas de trJJ1i1Jç3o.

No cx.en11)lo anterior, qual seria o esforço trator necessário para. n.l:S mesmas condições anteriores,
penn1tir a act'lcr.ição da m.iquina de O ~ 20 knv'h em 1O segundosl

Rt~i~têt1tla de inércia:

=28,3 .p ·/!.v 20
~. -
t
2s.3 -so. io - 2.s3o kg
l:R 2.000+7 .SOO + l.8!0;2 1 al2.351 kg

E,;, 12.351 kg
e, :tR
o
' e,
~1.67
•. A e,

lA.4 - Aderência
-\a! agora adnlitJ1nos a aderência perfeita entre as 1·ocJas rnotr izes (Ou es1eiras) e o solo, isto é, não há
zslizamento ou patinamento entre o trem prop1.1lsor e o terreno.

- -4>Qflhan1os, agora, que ao eixo da roda 1r1otriz (a qual se desloca sobre o terreno) sej a aplicado um
--.r.·ugado e,, re1)resentado por (luas íorças iguais e opostas E,.. aplicada uma no eixo O e a outra na
i=-erreria do JJneu, j unto ao solo, paralela a este (A). A primeira equil ibf'a, em todos os momentos, a som,a
~ resistênciéls a vencer, ou seja, IR.

~do.se q ue a resulta11te das forças é nula, 5(."SUe-sc q ue, para haver equilíl.>rio, a força E,, jun~o ao
lo. iaz a1>arecer a ÍOr'Ça igual~ oposta F" aplicada etn A, chamada de reação tangencial do solo.

.,. conjugado e, será rcprc..~cnlado pelo produto E, . r.

--...nenta1)dô-se o C::(n)jugado C,, segue-se <\t.Je flaverá alimento de E,, desde que O <aio seja COt'lS.lalile.
-~ continua a ocorrer o rolamento da roda e1n relação ao terrel'10 . Todavia, COl'n o aumento continu·
-oo do conjugacfo, gera-se un'la reação tangencial F.a• suricienternente grande para vencer o atrito entre
pneu e o terreno, de m aneira que, en., ve.z de ocorrer o rolamento, passa a haver o pati1'la1Yu.~nto ou
lZS-1 zamento da roda em relação ao solo, sem c1ue se 1)roduza a 1ranslação .

... patina1ncnlo se inicia quando a reação tanger1cial F;t atinge o \'3lor

Rndo Pmo peso sobre a roda motri z (ou peso aderente) e 4 f" o coeficiente de ,.,clcrência efllr'C o pf1cu-
r..!UCO e o solo.
Desse modo, sem1>re <iue o esforço trator superar a força de aderência, haver.á o pati11a1ncnto cl;i roda
..b'~ ~i rnesrna {E, > F4 ).

- ~sarnente, sempre que o esforço 1r'ator n3o superar a dita força de aderência, não subsistirá o
.-:. netmento e o pneu ro la sobre a superfície <E, < Fª).

l A.5 - Segunda condição de movimento


ara. quQ haja adcrê11cia, é necessário e suficiente que

l'J.E' exprir1le a segunda condiç.do de movi1ne1l10.

Generalidades 109
Se subsisti1c1r1, simultaneamente, as du.ls c;.o,.tdições de movin"lcnto C"it.1cf.1oi;;, hi'lverii a loconloção do
equipamento, ou seja, o n1ovimcn10 <Je tr.inslaç:io sobre o lt....-rcno.

H~i ;i con~ider.lr cfuas situações do vctculo;

E,> l:R }
o movimento se inicia
e,<'·""'
E ~IR }
E: < f.I'm
E, > l:R } o movimento não se 1n1("1.J
E,~ (.Pm

E,>l:R} movimento acelCfado


E, < (.Pm

E,= l:R} movimento unifo1t»c


E,< í.Pm
Vcíctilo c1l'1 n1ovin1c11to E,>l:R} ª"rodas patinam coin o veíc1..1lo c1l1 n10vin1cn10
E, ~ Í.Prn

E,<l:R} (rcnagem do veículo


E,< f.Pm

E,Sl:R} vicicuk> cm mov1mc1\IO ~11na com as rodas (renadas


E,>1.Pm

Resumindo,

<' locon1oç:lo não se iniçia se não é satisícitJ a rel.:u;âo

tR<E,<í.P,.,,

a locomoç.lo nlo S.(' mantém se nJo ~ ""1lt1síe1ta a relação

As duas c01\cli{.ões de mo"·imento pod~m ser represen1adas pela cxpr<..-ss.lo:

KP ± 1Op .
· ·1±28.3 · I' ·tw - V ;;; ER SE,< f ·P,11
- 4K's'
1 13
T16 ela 1.5
ValOn!S do co..-ficiente. dt i'l d ~ rú n ei3 "("' entre o
ptl turnático t : (Stgundo C:tbay)
b ""'!lento concreto 880 - 1.000 kg/l
"""'1' iU «"C.1 soo - soo
N:: ia molhada 400 - 4')()
h.~to .:isf.:ll!ico seco 600
~ulho 360
...,.._.. solt~ 200- 350
-..udame seco 700
f'?, '-.ento Límldo (Início da chltv.l) 250
b. --nct'lto lav~o por c h uva 400
e.. ~ 1 0 con1 úJe.) 200

- - . . 1.6
~za dapista f - Coefic ientes de :i.de-rênc ia
Pn eU$ Esteira s
1_ ~to conc re10 0,90"' 1 0.45 111
'IPrQ tirme S«4.\ o.ss 0,90
P!2soha 0,45 0,60
"ltr'G1 firme- ú1r11da 0,45 0,70
~seca e terra solta únlida: 0,20 0,30
~úm ida 0,40 0, 50

"A.6 - Comportamento das máquinas de esteiras e pneus q uanto à aderência


--minando-se 3S tabel.)S apresentadas, COl''IStata-se q ue os coeficientes de aderência são n1aiores para
-náquinas d e esteiras, comparados com as de pneus, para q-.1alqtu:r lipo de l erreno.

~ íato representa a grancle var,tagem das m.iquinas de esteiras sobre as de pneus. Enq uanto aq uelas
pooern trabalhar em condições adversas~ tais como rampas íortcs1 terrcl)OS ele pouca aclerência, excesso
e umidacle etc.~ as 1nác1u inas de p neus em condições semelhantes seriam sensivcf1nente afetadas pelas
.,...;s caracter'ísticas de aderência do solo, chegando até a impedir a operação, devido ao patínan,ento
~ ~odas sobre o terreno.

õoecialmente o excesso de um idacle,. proveniente das precipitações atmosféricas, constitu i um (.;i.tor


~n te Jdverso b operaç.50 d as rr1áqt1inas de pneus, não só pelas más có 1'1diçõcs de adcri-r)cia vige1"ltcs,
ll""lO. 1ambé1n 1 pela percla dfl capacidacle de suporte do solo, ocasionando o aíunclamento dos pr1e-.1s
e- mpedi ndo a sua loco1noção.

<essas razões, os fa bricantes de equip amen tos de 1>n cus tê1n a prcoc -.1paç..i.o de provê-las ele vários
'S'IOSitivos 1necâ1licos destinados à 1n elhoria das conclições de aderêricia~ tais com<.l:

a) ·rração nas q uatro roclas~ ou seja1 e nl clois eixos motrizes ele maneira q ue o esforço trator nelas
se d is1r il1u a, ficando l1en"I abaixo da condição limite de aderência (patinamento).

b) Emprego de cliíerencia is travani es ou IJloqueados, nos quais a i1,da c1ue unla das rodas motd-
zes g ire e n1 falso, a outra recebe torc1u e, o que não ocorre nos diferenciais convencionais.

Gen er alidades 1 11
e) Aumento clil carga sobre o <!lxo morrir pcl.1 c oJocaçdo, cr)l IOC.tll .1<Jt.oquack>, de cargas prove-
nientes do peso próprio do equipamcr1to. Assim, o projetist.l dJ máquina localiza o motor
diesel. que representa um COfTIJ)OrlCnte de peso próprio elCV41(1o C C()t'ICe111rado, de r1referên·
eia sobre os eixos motrizes.

A mMma r.;tzão induz o f;Jbrican1e dr "motoserapef'"' • descdrrt-g(tr gr.1nde parcela do peso


p r6prio do •scr.lpc.r"' e d:i Sl••' carga sobre o eixo motri1 do rebocildor, para nlelhorar d~
tondiçõcs d e aderência. aind• q1.1e ir;:;o implique a col oc.aç~10 de 1.11n >i5>1cn1a de articu laç~
l')ac;.t.i1"llC' con1plexo e . con ~<:qüe111 emente oneroso, c1,lrc lr..itor e .. scraper".

ci) M r•lhori.:i do coefic iente de a cfurên cl~l


pelo emprego de descnhu11 1ndis a<fequados nos l'ncu..
e, cvc111ua hncntc, de correntes e mcsn10 d e esteiras dddptdda) t•x1ernan1e1"1le ao p11cu1T1'1tico
(blindngcm do pne u para rnclho r f(açJo).

1.4.7 - Distribuição de cargas nos equipamentos de pneus


Os fabricanres de equipamentos fon1<.-"CCf'll, nas especificações têen1as. a d 1(lnbu1(ao de cargas par•
máquina vazi.l e ce1rregada.

Figura 1.88 - Dis tribuição ~ c.arga tlO!I " tnolOKt<IJK'f" CAT-631 ~ CAT.627

• •mo1oscrapcf" com rebocado< de um eixo (CAT 631)

p1 a 67% !P.,,) P1 • 53% (Pml


Vuio Carregado
{ P = 33%
2 { r, 4 7%

• .. ,llOtoscr.11)er·• com moto r traseiro (CAT 627)

p1 = 59% (!\,) " · - '10% <P.J


Va-"iO Carregado
{ P1 = 4 1% { P2 52% (P.,,)

1 12 Manu.>l P..•t.co de~


• caminl'1ão fora-de-estt.adJ (CAT 769)

P, = 49,6% P 1 = 33,3%
\a.zio Carregado
{ P2 = 50,4% (Pml { P2 = 66,7% (P,,,)

~::;~~~~~~~~--......, ........\ )

Figura 1.89 - Olstribuiçlo d<' C-3rg.l no caminh<io fora-c:h.•-<:$lr.tda CAT-769

• c aminllões basculantes, "dumpers"

'ª falta de dados do fabricaflté, pode-se admitir. conl o veículo carregado.


p2 = pm = 2/3 do peso total.

'esse aspecto é que o "'nlotoscr;aper tw in", com motor no eixo cio "scra1ler", se revela particularmente
nteressar1te, 1>0is, graças aos dois e ixos motrizes, supera com rnenores dificuldades os problctnas de
baixa aderé rlcia, ada1l tando·se melhor aos tr;)l) alhos corn rampas fortes, e aos terrenos que posslram
más condições de aderência.

Exemplos:

1 Quais as ramJXlS máximas que podcerão subir os cc1uipamentos abaixo indicados, qt1ando p lena·
n1e11te carregados, r1u1n terfeno com coeficiente de aderência í - 450 kg/1 (terra solta) e K = 60 kglt.
supo11do a \•eloc.idade constante? (Resistência do ar desprezada).

• "Moloscrnp•<" G\T 631


Peso total carregado: 80 t - > P1 = Pm = 0,53 x 80 = 42,4 t.

'ª condição·lin1ite de aderência, teremos:


f.Pm- KP +lO . P .i

450 . 42,4 - 60 . 80 + 1O . 80 . imOx

lm~x = 19.080-4.800
80
'" 17 8º'
- ' ,.

Genera lidades 113


Caminhão CAf.769
Pe<o tot<il carregado: 62,4 t > P2 • Pm = 0,667. 62,4 = 41,6 1

( . P"' - KP + 1O . P . 1

450 4 1,6 ~ 60 . 62,4 + 1o . 62,4 . ;,....

.... •
14 .976 ~
•4• e
L
624

• Moroscraper CA1-627 (tração nos <fois eixos)


Peso lotai carregado: 62.1 1 -> P1 • 0,48x62,1 29,8 1

P1 • 0,52 x 62, I 12,1 t

f (1:1 1 + P2) = KP + 10 . P. i (1raç5o 11os doic: eixos)

450 (29.8 ... 32.J) 60 62. 1 " 10 . 62, I . ;.,..

27.9~5 ~ 3.726 • 621 . '•W<

2) Sendo conh<.-c:idas tlS Ciu'actcr1sticas do '"mo1cxcrapet"' CAT 621., detennirJ.Jr qual a soma dd.s resis-
tências IOl.J•~ opostas ao movimento de nw1w1rJ que o reboc.ado< não tenha C"ooclições de carr<"gá-
lo sozinho sem o auxílio do ·pusf)er"'. Não h.~ dccli,•id.ld~ 110 terreno.

Peso próprio do •mo1oscrapct'" va,.o: 27.719 kg.

f\><o da carga V,. y, • 15,3 X l ,J: l'l.890 kg.

Peso toial: P1 • 47.609 kg.

f<fo<ço 1ta10< mJximo do robocadO<: 40.000 kg.

\(X"ílciente de Jcl~r~ncia: f • 0,45 (terra solt.:i).

A C01)dição de Jc-lcr~ncia entre as rotJ:is motriz.e:. e o solo limit.:t o f..')Íorço total riplicado.

( P,. - ~ = !R - K P

l);:ir.i o "'n1otost.1<tper"' 621 - > f. f>,,. • í . Pt. O.~ 1 - IR = KP1

0,45 • 47.609 X 0,51 - 1( • 47,6


Qudndo ,1) re!'.is.tências atingen1 esse valor n ccirga do "motoscraper" ~r~ ~)0))Ívcl wrncs'ltC com o auxí-
W') do "pus:hcr", pois as rodas motri7eio com("('an1 a palinar.

~undo-5e o trator 08 como •pvsticr· (P1 • 38, 1 O, a somatória rep~ntad.l pela resistência ao rola·
rrento do tr.ltOt e do •scraper-. acrescida da) rcsistênc:ias ofcr~idJs pek> corte e carga da terra no
"«.r>per", n•o podcr.í superar• soma dos esforços tratores do "poshl'f" e do •motoscr•per".

sendo:
~ .. 4iOm<ltória das resistências;

i - cocflcicr,tc <le (lderê11cia cJo Lro'.'llO' "pusher" - 0,6 Vt

- c;ocfic;.ic1•tc de rolamen10 do trator ·'1>u~hef"' = 0,03 til


r,. - c ocflcic1ltc de aderência do ...motoscraJX"r.. -= 0,45 1/l

K. - cocfte1etlle de rolamento do •mot~dper"' = 0,06 Ili

P ~ P""' total do trator = 38, I t


• peso total do .. n1otoscrapcr'" -= 47,6 t

~ peso sobre roda motriz = O,S 1 r,

l:R K'.,. P, = 38, 1 (0,6 - 0,0J) + 0,45 X 0,5 1 X 47,6 = 32,6 t.

Se a~ rcsistêncitlS opostas ao fllO\·imento do con1unro •pus~ e .. nlOIQt.CrJf><...'f"' super.irem 32,6 t, havc--


Q de início o p.1tinamento da e:steir.l e da roda motriz, impos.sibilil.lndo a carga.

'Se K' fosse un·1c~íicientc que represenrasse as r<.."$i!.tências totais (l(Ofrid-'S no •motos<:~per" durante a
~;i trf!9:1srência ao rolamento + rc.-s1:.t~1·1ciJ .lo corte + resistência cl..1 t..irg,l}, 1crfan1os

K' 2 ,6 ~ O 68 t/! OU '80 knlf


ª 347,6 - • " ff

Seª' r~is1(•1lC: i ,1~ sobre o ..sc.raper• durante a carga com o ...pu:.hef" iu1>e1are1n 680 kgft, have<.i o
.,am<•n10 d.as rodas mottizcs e da esteir'1.

t .4.8 - Estudo das forças motrizes


1~c,.cl)
que 1n1pulsionam os cquip..1mentos, vencendo as rcsistênc;as opMtas ao movimcn10, dcpcn
- em úhima análise. das ei1ractcrís1ic,a, dos •notores com que >'10 cquip.-iclos.

"- utêncla cJese1'lvolvida pelo motor~ o íator l)rimordial que c:le 1cnni1ltl o co1n1>0rta 1r1ento da m6quina 1
fJe""\<:k> c1n vlslu {!~suas aplicações.

P.:i o ~tudo das forças mot..-izcs será nccc-s~rio, então, conhecer a potência desenvolvida pelo PIP·
- ~V) motor instalado na m~quirta .

Generalidades 11 S
N Torqua • (kgnl) ou
(0,H.P) Conjugado mo11l, (C.,)
ev

Figura 1.90 - Curvnli caracleris"licas do n"Kllor


" "·
fn! do rom do mo1orl

Essa dctcrrr1inaç.ão é feita num ba1·1c.o ele p rovas, pela medida do cr.ll>Jlllo <'XCCl1tado na unidade de
tempo, atritvés da aplic.ação de om procc:t:tO co1no o írcio de Pro •'I)', d1narnôn1e1ro erc.• e a potilncia
assi1r1 calculada dcnomina·se .. pocênc::i,, ao freio" ou "brake-horse powt.'f"' (Bt IP).

Nesse (•n~'liO, ~
funç.io da velocidade de rot.açlo do eixo virabrcquim.
constata-se que a potêrt<ia
aument.indo com esla, conforme uma c urva que é característica para C.Jda tipo de motOf°.

• Par.1 uma rotação "mAx· li1n11ada por um dispositi'"º dcoom1nctdo govemador de velocidade,
J po10ncia atinge o seu valor n1t1..xin'IO.

• L11trC:t;.ln10, outros fatores influc111 rlta potência do moto•~ alé1n cio 1J(1111cro de ro tações do seu
eixo motriz:

a) duraçJo da carga;

b) den_,.ida&: e iemperatura do ar;

e ) CJrga dos acessórios do motor.

Dependendo de todos os íatorcs citados, temos duas modalidades de pot4!ncia:

• de çapacidadc, dcter1nlnO'cla no banco de provas, sem os acessórios, con1 rotação


~'.>Olíl11cia
111jxin1a, durante apenas 5 mi11u1os, ,1 0 nível do mar, pressão 760 n1m Hg. Esta !>Cria a 1>olêl'I·
ciíl miixima c~ue o motor íorncccrla c 1n concl içóc-!S ideais d e ensaio;

• po1ênci.) de de$ernpent,o, determinada na saída do eixo do vit'1brcquím (no volante), rTiotor


com todos os acessórios, rotaçJo m.ixima limitada pelas condições de uso no veíc1.1lo. nas
condições de pres5'lo e temperatura fixadas pela S.A.E. (Society o( Automotive Enginccrs): 746
mm t lg e 29,4°C, carga contínua.

A potC-ncia de desempenho (ou potênc ia no \'Olantc> é a que nos inter~~ conhece<, por ser determín::t·
da cm condições que se aproximarn ~ siltld4;,·do real de uso do moto1. Scr.i dcsig11ada pela notação N0 •

A potência no volanle N 0 passa às roda~ 1no1ri1cs através dos órgãos ela 1ta1lsmiss5o, já descrita a11terior·
1nentc, entre í)<C; quais a embreagen1, c.:1ixa cio cãrnt>io, co m~ ndo íinal etc.

Nessa lran~mls<~o haverá perdas por alrilo no.; n1anc.ais e engrenagens, de maneira que J potê11 ci~
redlmcr1cc disponível nas rodas motri;c4;.") wrá dacla pela cxpremo:
em que ri m é o coeficiente de rcndimc11to 1nec.5nico da transmissão, cujo valor rné<lio é tl 1n = 0,80 para
~qu inas novas.

'?ara equipamerltos n1uilo desgastados admite-se Tlm = 0,60.

~ função básica ela transn1issão será reduzir o número de rotações do motor,. no volante, r>ar:i um
1"JUmero bem menor nas roclas 1notrizes e compatível com a velocidade de deslocamento do veículo,
-..ima certa n1archa.

Olam.;a-se raz...io de desmtlltipl iC<ição à relação

111 e ';; (1\, >> O.)

-<>de:

,.. .: númel'o de rotações do eixo cio 1notor;

= número de rotações da rod'1 motriz.

~ uma dcter1ninada n1archa, escolhida 1>ara CCl'ta combinação de engrenaget1s da caixa de câmbio,
ernos um valor m fixo. Entre1anto, se 1nudarmos a combinação dessas c ngre11age11s, haverá vari aç~o do
"Únero m .

"" u.ma potl!ncia co11s1ante,. os e-síorços tratores aplicados nas rodas motrizes vão dcpencler cxatan1cntc
~ razão de <tesrru;ltiplicaç~o, íixttc:la l'>ela escolll a de un1a cer1a 1narcha, e serão tanto maiores <1ua1llO
-.enor for o número de rotaçÕêS das rodas motrizes (n,).

~ o utro laclo, o torque o u conj ugado, aplicado às rodas rnolrizes, pode ser ref>l'esentado por um
~io cujo braço ele alavanca é o r.lio do pneumático, n1edido do ponro de co111ato do IJneumático
CDt'O o solo.

C,==E,·r E,= ~,

Er
r

Er

~ 1.91 - Conjugado nlotrii

~ ê o esforço trator apl icado às 1·odas motrizes e que impulsiona a máqu i1)a,. vencendo as resis:tª11cias
:>Stas ao movi1nento.

'f\;xjemos determ inar o esforço 1rator desenvolvido por um eql1ipamento, conhecendo a 1:>0tl!ncia e a
.ek>c:idade de deslocan1ento.

Generalidades 117
Pel~' c.f<.:finiçiíu c.Jc potência

N • • .L.L:J.:.=f·v
1 l

No caso. 1 é re1lrec;.e111ado 1>elo esforço trator E,.. e temos:

N - E,. V

1' -..~.
V

em que

v ... vclaçid..1clt: cio vcít.ulo;

N , • potê11cia d ibJ)or1ívcl 11ds rod as n101ri zcs

N., · 1ln1
r:. - V

usando-se:

No cm k\1\1 Cl HP ~ 0,746 k\111)

t--0 Clll 1t 1>

No em CV
V em km/h

E, em kg

temos

í. = 274 N., . ri,,, (N 0 cn1 H._,)

!:< • 2 70 N,.V• 'lm (N,, cm cv)

A velocidacJC' <~ trc1nslação pode ser determinada pela ex1>re..sJo

v-2nr.n.,

na qual

r - raio d(l rod~1 motrl.t (r'tl);

nr ; número <lc:- rot,,çõcs ci;i roda motriz (rpm);


'essas ltnidadcs, lcrcn1os:

v .,... 0,377 . r . n,

r , k
2 70 --=iN~,,~·
U377·r·n.""~"fil'--

C=E, -r= 716~

t·on1ugaclo ou rorque em kgm n.1 roda motriz;

pot~ci:. n<l roda mo triz em cv;

nú1Y1oro de rot'1çÕes da rocl;;i r11olri7',

~Jndo que n, 'le : ; . temos:

mt"'-1 <"•» t..'A'I

(", = 716 ~: 01 "'' cn1 cv)

e. 727 Ns
"•
m(N, cm HP)

~ - e"<1>rcss.., o i nd ica o conjug:t<lo 1no1rii. clii.1:>0nível 11a roda pro 1l 11lsor.1, C'n1 funç5o da porê:nciJ (N,) o
1U:mcro de rotações do maior 1lo volarue (nJ, ~11do m "- 1,a4Jo de dl"smuhipl ic;:ição.

~e "" de rorquc mostrada na íigur~ 1.90 é representativa da exprc'SSJo .•cima.

~ .. upcrpcxiç.io d.;:is duas Cl1rvas. <lie potência e de torque, vem<» que d polência máxim<l nJo
..::..,,-.c;oondf" o torqoe ou esforço rr~tOf •l1.1x.1mo.

·ri1.1f' máx imo é obtido a umJ rot.1~.Jo 11, n1c11or do que a rot;ição máxim.1, ~ velocidacfe governada,
~ "'""ponctc ~ 1Q'>/o ou 20°/o a 11·1a1s cio vJlo r do torque na máxirl'la rc.>r~1c.jo do 11-.otor nm.h·

,que 01(Jxit110 é Oblido a 11 rol dt_.Õt.:> por 111inuto. c1ue equivale a 2/.1 .11>roxin1ada1nentc d~ r1m.i't·

<lo e.11 c.011r.l q ue E. = Jf.. e q ue o 1'J io da rod.J motriz é consldnlc, M!'guc--se que, co11l1c-cid;i ....
~ c~rac:t<-'lfÍstica do Iorque de um n1~ pode-se determinar aç ç111'\•f't'O de l"Sforço trator disponí\'el
~ id•~ ftlOlriLCS E,.

Generalid adM 119


Essa) cufvas, como veremos, s3o fundamcnt\lls para a determinaçJo (la:, vclociclildes de 1ransl.aç." lo da
m áquif'IJ e. conseqüent~nle, p.;1rc1 o c.tlculo ck>s tempos de cíclo.

Pa.ra melhor fixar esses conceitos, mostra~mos alguns exercicios de apltca(:iO.

1) Determinar o es.torço trator naj rod.as motrizes de um equipamen10, conhecencfo.se os s,csuintt-


daclos:

llm • 0,00

n, • 150 rpm

r- l,20m

m.,..,. 12

A vcloc.1dttclc de translação será:

v • 0,3 77. r . nt

r • l ,20m

n, - ISO rprn

V - 0,)77 X 1,20 X 150 i i 68 km/t1

e o csloiço 1ra1or se<á dado por:

270 Nc. . 'ltn


1' V

Pocfe..se calcular o esforço trat<>< n-. roda d1reto,1-r1ente pela expressão:

onde:

Nr • 90 X 0,8

nr - 150 rpnl

r= 1,2 rr'
-e. • /"16 150
90x0,8
)( 1,2 ~
286 kg

= nr . m = 150 x 12 - 1.800 rpn,.


Um "dumpet" plenamente carregado (P = 27 O deve trafegar numa pista horizontal, co1n K = 29 kglt,
à velocidade de 48 kl'n/1\, sc1,do conhecidas as características do veículo.

N0 ;: 162 CV, a 2.040 rpm, l)m = 0,85 er a 0,75 m

mtrgunta-sc:

a) se o veículo terá torque suficiente para impulsioná-lo, a essa velocidade;

b) qual a mínima polênçi;i no vf>lanle <1ue o 1notor dever ia desenvolver para quê o Iorque fosse
suíiciente;

e) se m = 12, q ual seria o número de rotações do eixo do motor no volante, nas condições vigentes.

:i:R = KP = 29 X 27 = 783 kg

E~in = 783 kg.

C,mrn= 783 X 0,75 = 587 kgm

v = 0,377 . r . n, ou

C= 716
N.t,,
. !Jm

4!: ''~ículo não terá torque suficiente para i rnpulsioná-lo a essa 'telocidacle.

587 = 716 N•,x


7
gss
Nomin = 1 64 CV

potência mfr1ima no volante, para im1)ulsionar o veículo nas condições vigentes, seria de 164 cv.

n0 = 12 x 1 70 - 2 .040 rpm

Generalidade$ 121
1.4.8.1 - Diagtamas ttação x velocidade
Pl!lrd urna máqu,na provida de 1raosm1ssao mecJ.1ltea, isto é, com diversas combin~:ocs de engrenagttrlS
na caixa de ç.;imbio, podemos dercrnlinar pel..t ~l( 1>1 ~cJio

J\ <·un.·as do t0<quc cm função do númcJo de rotações do motor no volante ou em função da vclocida+


de dr- 1ranslaçjo

e, ... (, ... ~ -
270 Nn V· ''"" • (

Po<k>remos, aindJ, representar o csf0tço rrator em função da \.Clocidadc pela expt~'-10 j.á vista·

270 Nn . 'lM
V

E. ltgl
t· mereh1 1

~2:?marcho
~
1 1 ~mar cha
11 1
,,,.,.., ~
;

'''
----t---~---+-- V ( ktn/h )
v9 , vo: v9' v,,
V ( km!h)
lorque 1e Velocidade nl'I• divers.a.s Esforço trator x Velocidade
marchas llran.smis.s&o mcdnic1) (TransmisNo meeAnica)

Fjg"'°' 1.92

onde 1Vg1• vg2 evg11sdoas"elocid.Jdc-sgovcrnad.b rias diversas marct1dJ, COft• raz~dcdesmultiplic.)Çlio


r~tivamenrc, m 1, m2 e m 1 e com rotações n01 , no1 e n01 , no eixo rllO(li2..

.
O J77x r x E• 1t
""•
vg1 ~0.377 xr >< ~~

vg l • 0,377x r ><

P,1t;a um cqui~1n1cn10 1)rovido de tra1lsmissão hi<lrJulic.a com conV('r'iOr de torquc, ji\ <lcscrito, :t'.S çur 4

vas de esforço tr.itor x velocidacJe .!lssumem aspc<.tO diferente, tendo em conta as pecul iaridades ck.-sse
tipo de transmi™º·

122 Manual Prc\ttCOde fscavaç-de>


E, Reduzida llow·rangeJ Sobremarcha (High -range)

1! Low·range 1! marcha )~ ---------


1~ High-range 2~ marcha 2: -----------
'...'...'.........
'' ...', .......
3~ marcha 3~ - ---------

... ......_.._ ~2! Low-range


- ~-- 2! Hig h-range
~-- .... /
-··-- __' ' . . .....,,....<
·-.li,.. .... - .... . , /
:.:-··......C::~
3: Low-rango

, ' ' ----~--""·-..~-..,.;-


-~ --...
_.,......3: High·range

...... ,,

cada marcha, dependendo das er1gre11age11s planetárias acionadas, temos a variação contínua dos esíor-
~ :ratores con"I as velocidades, de maneira q ue há infinitas coml>inações 1:>0ssíveis entre esSc1s grandezas.

a Jlri nc ip<1I íunçdo cio conversor de torque é de ajustar automaticamente a carga, representada
'1"1l,
~ somat6riil elas resistênci;is, com o esforço trator necessário 1>ara superá-las ou, no mínimo, igualá-
dentro elas fai xas de velocid;;ides de cada mar<::l)a. Nota-se, pelo d iagramJ (Figura 1.92), q ue as
ocidades d ifni11ue11l quando aun1entam os esforços tratores. Assim. para valor~s elevados de esforços
~ (Oll torque) teremos, ilt.•torr1a lic ;;u11e111e. velocicJades reduzidas.

~ contvcJo, os esforços tralor<;.'S ru..-ccssários 1xi.ra vencer as cargas existentes ultrapassaren·1 a faixa da n1arc:ha
e- ..iso, o motor sofrerá parada por falta de torque. Ser.), p0is, nec~do alter.ar a marcha para uma faixa mais
c..aida ("'low-range"), ou mesmo 1nudâ-l.l para outra n1archa de Clue resultem maiores csíorços tratores.

ariedade das aplicações de transmissões com C01'1verS<:>r de torque le\'3 o fabricante ele ec1uipamcntos a
::aaeoei a opção de várias 1~1arcllas avante e a ré, ocu11 cliferentes faixas de velocidades p.-1ra as diversas co11di-
·cs do terreno, rampas em aclive e declive e, tarn l)ém, à 00t1clição da máql1inil est..1r vazia ou carregada.

~.,,. os tratores de estei ras e carrcgadeiras em geral 1X>Ssuen1 três rnarchas avante e 1rês ã ré. Can1i-
~ b.lsculan1es e alguns veículos '"fora-de-estrada" utiliza1n quatro marc has avante e lll'na ov clvas à
(h "motosçrapct'S" e caminhões "fora.de-estrada" 1>ar;;1 gran-cles dislânçias são providos ele até seis a
marchas avante e unia à ré. Alguns possue m ainda a opção entre marcha redu:iida ("lowMrange") e
,,.z,...,r...,,.,-mnarcha (''high-rangc") para as d iversas (aixas de velocidades existentes.

ag onncipais vantagens e-ta transnlissão hiclráulica con'I conversor de t<>rque po<ien1 ser assifll resum idas:

C!dequar aut<)1natican1ente a carga variável com o torqt.1e Ol• esíc.>rçc.> trator dese11volv ido pelo n10(or,
---ra~és da tra11smissão, pe la mudança da vclociclade. Isso in1pecle ql1e o motor, dentro de certos
mites, pare por (alta de torq ue, j á c1ue ele gira inde.>endentel1'1ente da variação ele carga;
permite a mud<'lnça dentro da n1esma marcha da roduzida ("IO\\'·í.'"tnge") para a sobremarc ha ("l'iSl'-
range"). ov mesmo de un'la marcha para ot.1tra ( 1•, 2ª 0t1 3ª). sem que haja ir,terrupc.ão do fluxo de
"Ol'que para as roclru; motrizes; d\lí o no1ne "pov.•cr-shih" (mud;inça con1 carg.:1) dack> a essas 1ransn1issões;

Ge neralidades 123
J) transn1iss..io do torquc, com a possibilidade de absorver os <..hoc1uc.-s. mudanças rápidas de velocida·
dt! ou ele e, fOfÇCK trator~. sem afetar o mecanis1110 de 1rt1nsmissdo, 1.1ma vez que o movimento do
fluido hidráulico, no interior do converso<. vai absorvê~l.is;
4) 3umento d1 r;ipidel': nos movimentos da máquina elirninan<k> <> acion~mcnro de embre~gcm1 al.1·
vanca.s de cdn1bio <k> velocicL1ctc e de r~~o;
5) aumcn10 da vida ú1ll do motor e da rransmissJo p!la aMorç.to das va11açõcs súbitas de carga;
6) reduç~o da fadiga do operador, liberado no manejo d<' uma «'roe de ol•vanc•s;
7) indirelclmente. toda> as vantagens anter-iores resumem-se no aufl"l("'fllO da pmciorivid..'lcle da m..iquina..

Estes diagr•nlaS uaç:1o"" \'eloc:idade são muito 1mponantes porque permitenl il detenninação da veloci·
dade de translaçJo da 1n6qui1la, desde que seja conhccidn <1 so1nat6r1a das resisrên<::ias.

Q v\.lndo há n1ov imcnto u1tiforme (6v = 0), as resistências ele i11érc it1 :>ílo nulas e há equilíbrio e ntre as
íorç.al> n1otriz.es e J:. resiStf•nl<"S, ou seja,

F, .. l:R.

E,
(tg)
Esforço 11ator maximo limitado pela adetf6nc11
E , .s:: 1. p .. (t g)

2: mo1eha_.--...._
A "------.:._.,...._____+:.:R,

3: l'na rccol~
, ,. ,.~----..,.o;:;:++ m,

"lkmlh )

Figur.11 1.9 4 - Oi.tgr<tln"' lra~lo x velocidade - transmisslo n1ecJn·ieot

Este p1incipio ~ <> c11w r<"g~ ex cálculos de tração dos veículos em g<'fail e das m.iquinas de terraplena.gem
em particulõJr. ,Ver 1.4.1.)

Se E, super.ir IR., isto e. E,> :tR. ha\.-erá sobra de esforço 1raior e o veículo passará a ter um movimento
acelerado. l$t0 pcnniiir~. us.arlCJo.se determinada marcha, avrnenrar a ~locid3ôe da máquina, isto é.
acelcrá ...la desde que hai1a ~br;) de esíorço trator. cm face d., soma d;is rt"Sistências, inclusive, a resisté-n·
eia de inérci.J.

Na figur.:i 1.93, lcr(a1nos as velocicla<les V 1 (li 1rti'1rc;l1a), v., (2• marcha> ou V3 (3ª marcha) para as
somat6rias de re<istê1'ICÍ<l I R 1, l:R2 e .!R 3, respectivamente.

124 Manu..t Prt.tico d~ Escavaçêlo


m8rcl\fl (k1nil1) 1: 2: 3.•
Avan te 0 - 3,5 0 - 6.3 0 - 9.7
A ré 0 - 4 .2 0 - 7,4 0 - 11,4

1 1
Tração x velocidada

07

1\
•e 20
~ i.- 1 ~ m arch a

.3e .........
e 10 ~mar~ha
i,_ o
4
....
6
-3 : r TI{:l1Ch 8
1
6 10
2
• Servotra nsm issáo velocid a d e - knlfh

F;gur-• 1.95 - Oiagrarna traç~o :e· vcloc·i d~lde - trator co1u servotra nsmis.i.ão CAT-0 7

Exercícios de a plicação
Q ual a marçha que deverá ser usada n u n1 " motoscr<1pcr" CA"í 63 1 ·C, con'I as c.lrnctcrístic.:is abaixo,
p ara strbir 1..1n1c1 rarr1pa i = 2So/<1>, nt1n1 solo argiloso solto?
K = 50 kgfl e Y, = 1,4 Vm 3
o.dos:
"'eSO próprio: 33,5 l

Carga coroJ.da: 23 ml

Diagrama tração x \•elocidade - abaixo

~ próp rio + peso da carga = peso total


p t - 33,5 + 23 X 1,4 = 65,7 t.

"'5 resistências serão (.Av = 0)

l:R - KP + ·1O . P. i + 28,3 . P . ";v


l:R = 50 X 65,7 + 10 X 65.7 X 25
Er = L~ = 3.285 + 16.425 = 1 9.710 kg o 19,7'1 t

Gen e ralidades 125


e.
kg

llO. ll0.000

50000 50000

40.000" " 40.000

30.000

20.000 - - ---- -- ~-·- :.9.:?!~ ~ - 20000

10000

'' ''
O+---+-+-~+-~~~---<r-~~~-1-~~~-+0
5 10 15 ( kM>h)

PJ.r.i 2.R 19.71O kg interceptan1os JS ct1rvas <ia 1it e 2.i n1archas com .as vt:locid.1dcs de v 1 = 2,5 kn\/h
ou v 1 1,8 li.mlh. No e.aso deve1i4 ser sele."< lon~da a 1a ma rcha. corn ~ veloc1<lad~ de v 1 = 2,5 km/h. por
ser m.11or, o que representa menor lt.'Olpo de e,;1clo e, conseqüentemcrttc, m..iior 1>roduç.ão de m._lqu1rY
Além dtsso. a t• nMrcha ap..-esent.a. no Cd)(), inato< sobra de esío.ço troalCN' que podefia ser u1iliudo par•
\'Cncer f>OS'Í\<"1s aumentos nas fOJças resistentes.

2) Q ucJI a ra1npa máxima que o ..O"IO«~c ra 1:>e1.... (CAT 63 1-C} tio cxcn1plo acima poderá subir, plc11J ·
m~n lc CJrrcgado? Admiti mos qu<- h.i .'.'<h.v l'ncia suficiente entre os p11c.-us e o tcrrel'10 .

Do diagro1rtn traç.'\o x vclocicktcJc 14....YIOS:

e...... =4 1.000 kg
P1 - 65.700 kg ou 65.7 t

E..,....11 " l.R • KP + IO.P . i

4 1.000 - l'.:R = 50 . 65,7 • 10 . 65,7 . irn.J;x

1.""J• 37.715
ª 65,7 xl O ~
57º'0
" (29°)
~ o coeficiente de aclerência fosse f e 450 kg/r (terra solta), o es(orço trator máximo não poderia ser
ICado, pois haveria 1>atinamento. A nova rampa, limitada 1;>ela conclição de adel'ência, seria:

,.,,,.. CAT-631: P, = 0,53 P, = 0,53 X <>5,7 = 34,6 t

Fa = 450 x 34,8 - 15.660 kg - Er

Fa=E'r = KP + 10.Pimã.x

Fa • LR • 15.660 50 x 65,7 + 1O . 65,7 . i n~x

im.ix = 19o/o (100)

Generalidades 127
Referências Bibliográficas
(1 ) Abrosimov, K., Oromberg. A. Katayev. F., Road 1\1aking Mac:hinery. i\-1osco 1t .vtir Publis.hcrs.

(2> A~:.ociac;ão Brasile ira d e Normas Técnic.1s AIS NT,. Classiíica("ãO e Terminologia de Máquinas Rodoviárias, P-T0--51, 1968.

(3) Associação Brasileira de NQrnl.as Téc:nicõ't,s - A6NT, Solos e Pa\limcnlaçâo - Normas Brasileiras, 1958.

(4) Church, Horace- K .. Excavation Handbook, McGrJ\V 1-1111 Book Co., 1961 .

(5) Coste> Je:u,, M.i<1uin:i$ 1>:1.rô\ Movimicntos de Ticl'ras, Barcelona, Edi10tes Técnloos AS$()(i:tdos, 1970,

(6) Cours de TcrrassenlC-nl.t, p<'r tin groupe d'lngénieurs, Paris, Editi()ns Eyrollcs, 1961.

(7) D~, Dilvid A., Con1lruc.:tiun E(1uipmcnt Cuide, NevvYork, John Wiley & Sons, lnc., 1973.

(8) Dr.apinski, J., Hidr.iulica lndustrioll 8Mi<:õl, Ccnlro d e Trcin;)nlt:nlo C.ama1go CorrC:-a, 1972, pág$. 147 e ss.

<9J Fran<:isco Burity, Classif'íc.ação dos 1Vlateriaís de Esc;;ivaçjo, Revista da Cons1ru(,,'âO nf.I 67, p..ig. 24, novembro <le 1962.

(10) C3b~y. Adil, Maquinaria Au x iliar de Obra, M ad ri, Edilori<ll Tccnos.

(1 1) Galllbru, P.. Maquinaria General en Obras y ,\1o~·iniien tos deTierm , 6<'!rcclona.. Editorial Reverte S.A., 1964.

(12) M . O. Morris, f.arth Co1npaclalion, Keprint from Conslru c;lion M elhods :.'l nd Equiprn~nts, Ne-.v York, McGraw·Hill
1>ublishing Co., lnc.. 1961.

{13) Aianual de Produção Caterpillar, Catetpillar Brasil, Ed. 33ª. 2002.

(14) N i c:l~ls, jr. l•lcrbcrt l., Moving t he Eart h The \Vorkbook of &c--.\·a tic>n. Nor1h Castle Sooks, 1966.

(15) O liveira, Nelson Bctti, Trans1nissões Hidráulic-a.s.

(16) Pereir.1, M~irio Sr~ndi, A ,'1\«-â.ni<:a d os Solos e a Técnica Rodoviária, A~ iaçJlo R0<loviá1ia <lo Brasil.

( 17) Pcurifoy R. L., Con1truction l>ian ning. Equiprn~nl .and Mcthods, McCra..v-1 lill Book ConlJ>any, lnç., 19Só.

( 18) Production .1 od Cosl Esl irnaling of Malérial 1'1\ovcm cnt with E.lrthn\Oving Equi p11lent., Tc1ex Oivis ion, Cttn~ral Motors
Corp .. 1970.

( 19 ) Rego C h:.vcs, C:Sndiôo, Terraplenagem Meca.nizad a, Rio de l-'neiro, Edílora ~odovi3, 1955.

(20} Rodas, R.avl V.)lle, C."\rretcras, Callas y Acropistas. Buenos t\ lres, Edllora EI ,\\c,.'llC."U, 1970.

(2 1} Tema Tcrr,1 Mnquinl\ri('I SJ\ ., Equipanw n te>s d t Compa claç.io - Seleç5o e Apli c~ç5o, C(l r•lJ>ina~, SP.

(22) Vargas, M ilton, lntrod uçJu à Meclinit.";L dos Solos, Editora 1\ltcGra\v-t'lill d o Brasil, 1978.

(23) Yodcr, E. J ., Princ-iples o f p.,,.·cn1cnl Ot.~ign, Joll n \.\1ill-y & Son?>, lnc., 1959.

128 Manual Prático d e Escavaç3o


=sti mativa de produção
dos equipamentos
2

• 2.1 - Produtividade dos Equipa mentos de Terraplenagem


estimativa de produção dos equipainentos <le terraplenagem não é um processo preciso, pois além de
ol!'l)ender de cliversos pa râmetros de decerminação difícil ainda exislem outros fatores a leatórios que
ueol clé form a decisiva no desen11>enho das m :íquinas.

m, p.lra os c.ilculos de estimativa de produção, son1os obrigados a rocorret, 1nuilas vezes, a julga·
~os cx.1opiniões pessoais baseados em experi&1ciJ Jnterior para a obtenção de resultados corretos,
comparados posteriormente con1 a realidade.

~~os ressalvar que, se utilizarmos os processos de çálculo indica<los neste capítulo, corrigidos
i.ando necessário pela experiência anterior, chegaremos a resultados muito próximos da reJlidJ.de.

.. mos que as máqt1inas de terraplena,genl executam e1n seu trabalho quatro operações básicas, que
iJOemocorrer em seq~iêncici ou, às vexes, com si1nvltaneidacle parcial, a saber:

• escavação ou corte;

• carga da caçamba;

• transporte;

• descarga e ~palhame<>to.

o.a. algun$ eq uip(lnlCntosqve realizam todas essas operações básicas. Como exe1nplo pode1nos citar o
;&K>r de este iras que executa as três prime iras si1nultanea1nen1e p.i.ra, em seguida, des<:<1rregett e est>a·
~1 o material escavado . Há ot1trc>S, porém. que apenas efetuam p.,rte das operações indicad;is. As
·dades escavocarregadoras, como a pr6pria designa<,:.lo indica, apenas executam as duas primeir;;is.
?ara completar as outras duas operações, temos q~ie empregar outro equi1>amento in<lependente: a
ida ~ tra•)sp<>rla<fora.

2.1.1 - Tempos e movimentos elementares. Ciclo. Tempo de ciclo


O trabalho dos equipamentos ele terraplen.agen1,. feito através das citad..1s operações básicas, se repete
i!....avés do lempo, ele íornl.a cíclica, isto é, ternlinada uma seqüêilcia <le operações, inicia.se a seguinte,
-.a mcsnla ordem ante<ior. As quatro operações básicas constituem, pois, um ciclo de operaç.ão que se
~e num certo ~p aço de tempo.

Gelo é o conjunto d.'\S: Ol)CftlÇÕCS que um equipamento cxe<:u ~a num ce.110 lapso de tempo, voltando,
en seguida, à posição inicial 1>ara rccomec;á-las. Tempo de ciclo é o inicr\lalo decorrido entre duas

129
passagens cons.ecutiv.is d.i m.íquir~..i J'.>ür qudl<1uer ponto do ciclo. ConvcrlCIOf101,1-se que o tcmp<> de-
ciclo 5<'j3 me'Ctido ;i partir do instant~ em que o cquip;amento inicia a escav.lç.:lo Jté o momento <!m q~
retornJ. .1 ~.... pc;Kição inicial. É claro que a ftx.1ç.\o do início da n1(?(hda do tempo de ciclo é a.rb1t.r-.írit1.
e poderia ser ((lila em qualquer fJw do t1clo.

Analis.indo-se ait quatro operações b.i~ic.J' <llJ(" constituem o ciclo. ' 'erific..l·W que este pode ser <k.-com-
posto rlutnd s,eqüêtlCi3 de movinlentos ele-ment.ires tC'p('tidos OJtravés d<» ciclos conseclrlivos.

A CS'<C~ rY1Qv1mcntos elctncntares corres1>onrlrn' 1cn'1)0S c lcrnc11l<tr'C' ql1f• jl0<fe1n ser observados e nlccJi-
clo~ 1lun1 sr< 1nde n(1mero de c iclos. Scr,1 fM'l'l.,rvcl, e1)tdo, aplic,1r vi, n1C-c.odcx do simplificação do tral)a
lho ideali1"dõ10 por Taylor, ar1al isa11do-'e t.uicl.:i.clos.an1e11te os n1ovilncnto' P tflmpos eletnentares c 111 que
poclc ser <lc(.01r111osto o ciclo ele opcrt>çJO p.-r;i se trnlttr a eliminaçJo dO!I l<''ITlf>OS de parada dcsncccs-
stirio~. l.1n1t>ém chamados temp05 p.,rasit.ls. <1uc a lime ntam o período de <..1c;.lo reduzindo. enl conseqlil'-n·
e ia. a produtividade.

~v~lrldo w os, tempos element~rt'S num gr.1nde nútnefo de cicios. ver1fic:J se que alguns dei<..') M:
mantC!tn mais ov menos constantes p.ir.i um <icferm1nado 11po de ~u1~\nl(......110, enquanto outros s.ln
muito va11J.veis, fX>ÍS dependem d1rClamC'tltC das distâncias pereotridas. (X prirTIC"iros s.âo deooniin.l~
lCfl1pô5 Íllr(0$ ·~ C 0$ OUtrOS tempos V.")riáV<'i~ (IJ.

Entre os IC'n'l1>0s fixos temos os terr11Jos tle c:trga, cl~c..irga e manobrJs, p-Or Sí!l"('m constantes, indcpc1l-
de11tc1nc111c elas distâncias percorridai., 1•t1111 gr..1nclc número de ciclos rct>eticlc.>s. Os ten1pos "\•ar i ávei~
sào tet'l'lpos de transporte carregado nu v.11io (rctorJ'10), que cJe,)tH1dtt1l1 t·1;~1~nci almcnte das clisttinclas
percorridas.

2.1.2 - Tempos de ciclo mínimo e efetivo


Te1npo de ciclo mínimo é a soma1óti.a de todos os tempos elcmcnt..lres, de que resulte o menor tempo
de ctclo, cm que 3 l.ltefa pode ser C.XCClttJd-1.

Te mpo de ciclo efetivo é aquele g.1s10 rcalmrntc 1>elo equipamerlto pdra exe<"ut<'l r o ciclo de 0 1>era<;(io,
CCHl1 1>UlJdo~ oi; tempos de parJdol (t ,) c1u~ ocorren• 1lecessariamcn1c 11c> clrc·t1rso de n1oitos ciclos.
1

Tempo disponível é o tempo em que tcmO> o equipamento a nossa d1~1<,.4o para executar a tarefa no
prazo, ou sei.a. o turno de traWlho diárto fixado.~ importante assinalar que só O"" tempos de J);)rada qut-
oc.orrC11l durJn?e o turno di.lrio de trabalho 'Mlo considerados no 1cm1)(') de> ciclo efetivo.

2.1.3 - Produção de um equipamento


Produ<,Jo cio í'q11i11a1ncn10 (Q) é o volumf' escavado, trdnsporta<lo e cl~scarre-gado na unidade de tem-
p o, rc:.1>rCt:~nt.1do 1>elo 1>roduto do volumf• soltn d'1 C'1<;a111!:>a (C), pcl<> núfn{"rc> ric r iclos (f} efell1Jclos 1lol
unicl.:idc de tt...·nrX> (frcqüCncia).

Q =C. í
&a:.s a freqüência., se11do o inverso do período - teI11po de ciclo, no caso - , ternos:

Q=C +'
oroduç.io m.ixi n1.i ou tcóric.:i do cquip.in1cnto scri.i:

"YOdução c ícl iva seria:

~1.4 - Rendimento da operação ou fator de eficiência


...ma->e rendin)e1110 da operação oo fato r de eficiência (E) is rclaçdo:

E= Q,,
~
-~. porém:

-..mto, o re ndimento da operação seria a relação, ettl geral i11fe rior à unidade, e ntre o ten1po de ç iclo
,.... !'TlO e o de ciclo efetivo.

ou

:r.i o rendirnento <lepen<lerá dos valores assun1id0$ 1>elos le1npos <le parada l:tP.

'1!: : : = O , teremos E = 1 ou 100º/o e o tempo de ciclo seria n1ínimo (t('m;..>-

:.r- ~~ _ x- O, 1crc111os E < 1 ou 1OO'Yo e o tcn1po de ciclo seria o cíctivo (te~) .

...a.......to, o re ndinlento da operação é afetado dircl411nc11tc pelos tcn1po:> de p<1rada$ çonçluindo-sc q ue


il:-~nto de produç~o será conseguido pela diminuição c:lestes. Daqui en1 diar1te, sempre nos referire-
- produção eíetiva, que é aquela que realme11te nos interessa na p rática. Ela é, en1 ge<al, ex1)ressa
olun1e r11edido 110 corte. con1 sua 1nass.a específica natural ()'11) , porque a tcfra1,lc11agem nornial-
.,..,....,4! é paga pelo volun1e geométrico do corre.

Est imativa de produção dos equipam entos 131


Q.._-1=C·cp 1 -1-1-
"'

e teremos:

2.1.5 - Fórmula básica da produção de um e quipamento

1 Q.; = C-cp,.~·E 1

expressão que indica a produção de qualquer máqui na de tertaplenagem, sendo:

OeJ ::: produção efetiva, medida no corte;

C = capacidade da c.:1çamba, em volume solto;

<p 1 = fator de empolamento ou de conversão de volurncs;

tcmrn= te1npo de ciclo rni'l't irno;

E = coeficiente de rendimento da operação ou fator de eficiência.

As unidades mais en1prega,las são:

Q (m 3/h)

e (m'>
l(l'nín (horas ou 1ninutos ou scgu11dos).

1 .E
1"< n,,n
' lhl

Q (m'lh> = O"'" . cp, .

Q (m'lh) = C<""J . cp 1 • t
3.600
tscogu"~ .
E
""'"
Exemplos:

1) calcular a produção ele sabendo.se que sua capacidade solta. é C=20 1n3, e o
u 1n "motoscraperN,
tempo de ciclo 1nínimo t<mln:: S min, :t<lmitindo·se E = 0,75 e q> 1 = 0,80.

º
Q(m3 /h) • 20·0,80· 6 -0,75=144 m'/h (no corte)
5

132 M.lnu<>I P1titico de Escavaç~


2 Calcular a produção de u1na escavadei ra cuja capacidade é C = 1 jarda c úbica (solta) e o tempo de
ciclo mínimo t< =30 segundos. Admite-se E =0.75 e <1>, =0.60. (1 jarda cúbica " 0,76 m').
QCm 3/h) = 1. 0,76. 0.80. 3 ·;go ·0,75 " 55 m'lh

2.1.6 - Aumento da produtividade


<\/\alisando-se a f6rn1ula básica da produção de u1n equipan1cnl0, tendo en1 vista o au1ncnto da proclu-
"" idade, verificamos que exislem três l)arâmetros que inflvern 11a prod1..1çâo:

• Capacidade da caçamba
E evidente <1ue, para conseguirmos 1naior p rodução. haverá necessidade do enct1irr1ento total da ca-
~ba, dcselc que a carga total não ultrapasse a c arga máxima prevista pelo f.;ibricante.

Volume coroado

f
Volume 1aso

~ 2.1 - Cap..1c·id;ade da <:açamba

n ,.'Olumc solto de material ca,regado na caçamba con1preende a chamada capacidaele rasa, definida
- lo volume geométr ico da mesm <:'l, adic ionado ao excesso de material constituído pelo volun1c coro-
iido. Como esse volu1ne cor"oado é var"iávef e deJ>ende do $ngulo de t.'llude natural do mate rial solto. a
..\.E Society of Aulornotive Engineers) estabelece nor1nas Pª 'ª o seu cálculo, admiti ndo talucle 2: 1 ou
~ conforn1c o 1ipo de caçao1ba e ele solo.

!lfssa forma, os fabr icantes costu1nam fornecer, na ficha técnica da máqui na, as capac iclades ras.a e
voada. esta com ta ludes 2:1 e 1 :1, denominando-as capacidades 5AE.

--.assa es1:>ecíÍica do matel'ial solto também influi na produção, havendo i nteresse em que haja algun1a
V"""tpactação do m;iteri.al, de mocJo a transportar maior carga útil por viagem, dentro do mesmo vol u-
- iecoroado. Esle eíeito é partic ularme111e obsetvado no encl1ime11to ela caçan1ba do "scraper"', na qual
""\a~erial que penetra en1purra o que já t."Stá na caça1n ba, com1)riminclo-o e al.•m entanclo um pouço a
i......:;. massa espec ífica solta (y,). N as caça1nbas das Cdrrcgadciras, cscavadci,as e das unidaclcs lra nsporta ·
libiras esse efeito d e adensa1nento não se verifica .

.,. outro 1.;iclo. às vezes,


obriga<los a não efetuar o cnchirr1C1'1to tu1al da caça1nba, quando a
sorrlOS
~específica solta do material é elevada, pela sua narureza, ou por excesso de umidade. Nesse caso,
1-CUla-se o volun1e máxin10 de enchimento da caçamba dividindo-se a carga máxima prévista pela
..6Sa específica solta adn1i1ida.

Estimativa de produção d os equip amentos 133


Pot exemplo, un'I Nmotoscrapcr"' ele 24 m 1 (solto) com capacidade ele t.tlrgJ n•jxima de 37.000 kg
transpork1 u1r1 m.J.tcrial com yj = 1.8 tln1l. Qt1al se<.1 o volume m~ximo q11e poderá receber sem ultra·
passar a sua carga m.iximal

V. - fi"

20.5 m <solto)

Convém .i<~lnlllatquc a capacidad~ do:t <.açJn'lba é um (at0< que influi pouco na produtividade e, desde
que reccb.i o volvrne 1náxin10 de 111Jt~ri.i l f)rf•visto 1>elo fabricante, o supervisor do serviço não fth•i<fl
1)()Clcrá h•fluir para o aumento da r>rc:>cfu1iviclaclc do equipame1lto.

• Tem po de ciclo mínin10


Oulro fator qL1e, como vimos. inílui n.a 1·>roduç~C> dos equipamc-11tos é o l(\1111><> de ciclo mínimo, consi._-
t1ndo n~ som.1 dos tempos. i ixos e dos var1.iveis. Estes dependerão da~ cli~t.incias pcrcortidas. EntrctJ11to,
par~ que seja rC'õJfmente mínimo, é ncct.'".ário c1ue não haja pa radas~ que os movimentos element.lr~
que o conqi1uem sejam cxccut.xlc» t:om a Olel'lOf duração possível. correspondendo às \•elocidades
nWxirTM:. desses movil"ner"llOS.

Assim, qu.llqUC't n"tOVimenlo elernenrar como ~vação. descarga, transport<" etc., que não seja executado
dentro do lcmpos considerados mínime))-, ou seja. COfn velocidades menores do que õJS considerada~ idt:ai"-,
signiíic,1r.i um.i r<'<111ena perda de lC1lljX> qu~ 1xxleria ser evitada, correspondendo a um pequeno tei11Jl0 de
1:>a1ada l)drasil;i. Desde que os movh11e1llôs etco1cntarcs sc-jan-. cfctlvamcnlc executados co1n os 1cn1(>01i
elenl(.;!nt.1rC'q, n1frllo10$, o tempo de ciclo ser:1 n1Cnin10, resultando t.'fTI J)mduc;.~o 1Yt:lxin1a.

• Coeficie11tc de rendimento ou fator de eficiência E


Este é o par~met10 dii fórmula ge<al de produçâo, que pode ser aíct.ido de forma mai.s diret.a pelo
superv1SOt da obra. no sentido de aumento d~ produção, ao contrárK> do qlt<" oc0«e nos dois (atores
citados J1ltcr1ormctlle. oos quais a intlttfn<.i.l Wquele é ir~xpressiva.

O cocf'Kicntc de rendimento ou fa10< de ct1c:Jênci~ exprime, em úh1m:t .Jnális.c, a relação entre<> núme.
rode 1-.oras efetivamente t.rabalhada-; t• o nú1T,ero de horas que o cquipa111c11to fica à disposição da obra
pJra a CXt.'<.uc.;Jo de uma tarefa, ou seja, o turno de trabalho ad1ni1ido.

n'' de horas de trabt1lhcl (.•(c•1ivo do eqt1i1)a111cr1lo


[
n('.> de horas cli.:;1m11ívci~ cio cc1uipan1c1llO

5.:'lbc·SC qt1c t1m..1 máquirld poderá executar certo número de ciclos. duran1e algumas horas, sem q\1c
haja par.-icl.ls. Entretanto,. com o dec0trer do tempo. l'laverá fOf'çosament~ o ~1parccímento dê paradas
provcn1<.."f1tcs de causas as mais diversas, d<' maneira que. na realidade e desde que o número de horas
de ob5erv•ç3o «'!• grande, teremos 5"mpn' E < 1.

En1rc as inúmera~ causas de parada, oa gr.lndc milioriJ é facilmente idcnlificdv~l:

a) dc(r1tos meclnicos do equ1par'l1cn10;


b) n1ás condições meteorológicas;

e) n·1.1s condições do solo;


dl l•lld de hal);1;c1ade ou imperícia do operador;
e) organi7açJ.o deficiente dos serviços;
f) esperas devidas a outros equipamen tos;

gl 1ipo do equipamento.

-rata-se, cvicle1)ten1en1e, de fatores totalmente aleatórios que exercem i ndi\•iduahnente influêr1cia ne-
tiva no desernpenho dos e<.1uipa1t1enl<.)S, 01as c1ue só pode1n ser levados en1 conta de forma global.
ara condições 11or1nais, con1 esses fatores adversos, aclmite-se c~ue, para máquinas de esteiras, cm cada
minutos do equir>arr1er1to à d isposição 1en1os 50 1nioutos de trabalho efetivo, ou sej a:

"'ata máquinas de pneus, em condições análogas, su1Jõe-se um rendirt1ento ligeir«'l1nente i1lferior, ern
"2Zão das más condições meteorológicas, afetarem-nas d i retamente, isto é,

E -&-07<
- 60 - , ~
Esses valores, recomen<:la(IOS pela maioria dos íabricantes, refel'en1-se a 111áquinas e1n bom est~1do mecâ~
~o e as paradas ocorridas origina1n-se das próprias condições da má<.lltina, isto é, (lependen'I direla-
..-.ente do estado ele eíiciê11cia mec..:,nica do eql1i pamento Cver tabela 2.1).

'""Crelanto, em con(lições reais ele l1tilizaçJo, esses valores têm sido avaliados n1ediante observações
~ jzadas em largos períoclos, chegandowse a nún1e1·os becn n1ais l:iaixos. ~ que, 11esse caso, l1á ou1ros
':;iC._:ores negativos que concorrem l)ara dirni1'1uir o clcsefllpcoho do cqui1)amento, especialn'le111e as conw
:::a-;ões meteorológic..1s desfavoráveis, tais <:OrY•O ocorrênc ia de chuvas inlensas, solos cortl excesso de
~de, assim como falhas de organizaç5o <1ue se refletem na eficiência dos serviços. Estes fatores
~. portanto, ligados às condiçõ~ lôc.."\i~ dê lr3b3lho. O .. Bureau of Public Roacls"' determinou, por
:a da <lécada de 1950, em várias obras, que o renclin1cnto n1édio glob<:il seria ela o rcfen1 de 73% para
«1..i·pes compostas por diversos equipamentos.

obras rodoviárias o rcndin·1c."J1to 11tl'Clio v.:u·iou desde 89o/o pJr~l "'scr.a1)ers"' reboc.ados por tratores de
e'! teiras, até 63o/o par.J pás n1ecânicas. (Cí. David A. Day •·constructiorl Equipment Cuide"' - pág. 7.)

~s realizados pelo " 1-tigh,vay Rc:se<irc h 6oard" c.h egar;im ê;'IOS scgui n1cs fe-suhados ob1idos cm gran-
• l'\lJmer(> de ol1r;i!:> e el'n co11dições bas1<1nte diversas:

~"adeirõls • re1'ldime11to global R = 54º/o


~aper" rebocad o • 1·cndimc11to global R=8 1º/"

-oc.oscraper" - rend;mcnto global R = 70 110

~ dados íornecidos pelo manual de proclução da ·rercx GM oferecem valores diferentes, conforme as
4

~ições vigentes classificadas em 1rês categorias:

• condições favoráveis: solos pouco comilactos; pistas bem conservadas e sec.as; carga e1n (!e-
clive; su1Jervis1io constan1e e eficien1e

E= 21. =0,92
60

Estimativa d e produção d os equipamentos 135


• condíções médias: solos mcdlanJmcnte con1pactos; pistas de: material solto, secas; carg..i em
nível; supcrvisdo intermitente

• condições desfavoráveis: n\<ltcriJi~ compactos ou muito úm1dc»; ~rca de operação restrita;


1>1ç1.,.. úmida.s e e-scorregadi.l\i CJrga cm n1cia·encosta ot1 cm <lcllve; supervis...'lo deficienlc

f. - ~g = 67°/o (Ver Ref. Bil>lloi;r.ifica n" 3)

Das LOl1\iCler.u;ões até a.gora feitas, rt.~uh;i que o (ator de eficiênçi.J d u opcraç!'io E ~ fator de suma
importdncia na proclução dos cquipan'IC'lll~ <-. por conseqüêoc:ia, 1lo custo dos serviços. Assim, a rent.;i.
bilídJ.dc ílnanccira de uma empresa c1uc se dedica ~ 1erraple11agem mec:.ni1.1dJ csr.i ligada intcirame1l·
te "' esse tator (.

A. atitude do supctVisor da obta pode 1nflu1r <k- maneira decish.4l no .Jumento ou diminuição do rend•·
menlo global, ao procurar climinar1 n..1 m<'dlda do possi\-el. os temi)<>) de parJda. reduzindo-os a um
mínimo Por outro lado. a estimativa e adoç.lo do valor E iniluem no dime1ls1onamcnto da equipe a ser
dctcrn1in.•da f>ilrJ o cumprimento cJos 1>ral"o> dos cronogr.:lmas, de nla1lci1J c.1tie o l'lanejador da obr.i
deve 1>rocurar admilir valores reali:,l..as l>ascJclos na experiência e no bom o;c.•n'io. Caso contrário, muito
provJvelmC"nl(' ..~..,.~ prazos e o~ cu:,lo:, ~criio (acil1ncotc ultrapas~d~. (V<'r 3 .6.)

A ex1>erié11<.;iJ pessoal de muitos supervisor.:> de obras de movin1ento de tC"rra lcm indicado c1uc °'
princip.:1i> íator(.'S adversos, que influem no fator de eficiência E, são o estado mec:iníco do equipameo·
10 e/ou o tempo ~corológico, ele '>()(fP <1ue. num caso real cnl que ~ disponham de máquinas j.:i
muito us.id.1S C' desgastadas e/oo estdçôes do ano sujeitas a freqUent~ prccipit.lÇOOs pluvioméltic:as, e»
valores m&lios globais acima indicados poc.k>m ser ainda bastante d1m1nukkb.

P.lr.a oricntaç3o dos plancjadores e orç.-1m1-01i~1Ai de obras de terraplc11oagetn, apresentamos uma tabela
em que s.lo levadas em con1a, simultanc.a:mcntc. as condições mec.inicas d"s m$quinas e as de tr~balM
vigentes, rcsuhando em diversos valort..'S de E.

Co11dlçll"~ d~ tr'1balho C•lndi(õlO d <' ('~~jênc ia n1c:clniCo.l


excelente Uo. Média MA

-
Excclcn1~

,M'd..,
"~
0,84
0,78
0.72
0.63
1 0.81
0.75
0,69
1 0,61
1
0.76
0,71
0.65
0.57
1 0.70
1 0,65

0,60
r 0,52

Constata·st qvc 0$ fabricantes admitem como villor máximo E = 0,83 ou l • 50160, que corresponde r.io
Lrabalho ~íet i vo de 50 min para cada ho'a (ou 60 min) disponíveis de opcr<iç;iO.

F m SO ~ 0,83
&O
Cssa pcrdJ de 1O min por hora c:o rr~por1dc ol tCn'"lpos ele parada con~id~r:ido~ 11\Cvit.ivcis, causados por
diversos f~1tores :
a) paradas devidas ao operador cio equir,ametltO;

b) espera por outros ec1uipa1nentos e1n c iclos combina(IOS;

e) mal'1 obras indispensáveis (posicionamento);

d) movimentaçâc.> dent1u da obta;

e) n1anutençilo leve de carnpo e lubr ificação;

f) aguardo (espera) para início da operação.

'ess.a perda de 1O niin não estão com1)utad<1.s as paradas para rnaoutenção ern ofici11a ou a paralisação
dPI. ida à ct1uva.

~ "alOr'es decrescentes da tabelas.ão devidos a 1>aradas par.1 manutenção que são aleatórias ôlJ paradas
Deridas à Chlrva e St.1as conseqüê11cias. Neste últinlO caso. pode-se avaliar o efeito no desempenho da
:era. pelo conhecimento prévio de fa1ores locais. isto é, a píccipitação pluvi~I mensal em mm obtida 1

*'5 õtgãos n1eteorológicos, para qualquer região do país.

-routro lado, pesquisas levadas a efeito cm obras de campo n1ostram a inflvência dessas precipitações
desempenho da prodl1Ção da obra. ao lo11go dos diversos n1eses do ano.

~estudo foi efetuado no Estado de São Paulo, duranlc S anos, e su\.\s conclusões eo11stam do a rtigo
.o icado e1l1 revislJ técnica, a saber: (ref. bibliográfica n° 4 - Cap. 3).

a~ c hu\•as até ·100 1nn1 mensais ;:ifet<Jm l: em até 1So/o <le paradas;

b) cht1vas de n1ais de 200 n1m n1ensais afet.c11t1 E em 1n ais de S0º/<1>;

e' c huvas entre 100 e 200 n1m: a l)ara lisaç5o pode ser admitida como proporcional aos valores
acima indicados;

d as chuvas até 5 mm por dia não interferem na prô<'h.rção.

estas infor1nações será possível en1 loe.:iis detern1inados fazer-se previsões dos efeitos negativos das
~,paralisações) oon1 boa probabilidJde estatística de acerto e seu efeito no fator de eficiência E.

;ra.sil obsctva-sc que as 1113iorcs prccipit;ições ocorrem nos meses <-le novembro, deze111bro, janeiro
• ~eiro, é1X>Ca em que a produ1ividacle das obras sofre forte redução. con10 se verá a seglrir.

-.;;it'ltt~rio, nos 1neses <le maio até agosto as precipitações são bastante reduzidas, o q1.1e permite bom
...... ,..enho de produção, obtenclo~se valores elevados para E. caracterizan<lo ess.:1 é poca como a
!!"Gt""..,.io da construção. C01n esses eleme11IO$ pode-se esti1l1ar <::011l boa n1arge1n de segura11ça estatística
eb"O das chuvas e sua iníluêr1cia na avaliação das paralis<Jções e nos valores asst1midos pelo fa tor ele
ência E, ao longo dos rneses do ano. <:01110 se pode co11st.:ita1· 110 exen1plo a segui r:

Estimativa de produção dos equipamentos 137


l0<4llld.tdc•~·- - - -

pr«ipilaçio ~I fn1n1) p.1ralis."11çâo por chu\-• "'


280 1 6°'"
250
i
''°
'""'"~º
t Abnl - ''º
130
. 5°'"
30%
1 f\1,uu is ,S%
-Junho
Julho - IA
IS 1 S%
5%

~-
Ai,;o~ó
Sci~rnl)(o - 10
75
1 li%
150,'-
Outubro
No~o
- I SO
' l40
JO %
60""
: Oez~mbto 2!"_ 60'!<.
"() l• ....K• . . ~QICU ~., S« .t'l,-;lli.ado M'I (Mb, (""'° p.t't,.....V. ~do~ dlV,.,ll\.llÇIO 6f. ~ ~ ôt- SIU •:fW'~. P.u..
e.ak1.il..!""K" o f•ICJI óto ~l<ll reli. tnh .11 r'r'lk, p.a..t ~ k:aJ ~ <lOl"r'lt-' • pttd.11 dt 10 m.n.'hot11 ·~ pelos, fb"°"f'IJr,.
com .ts, pe- d.u ck-.odo ) chl...-.i. como ..W•MX

P3radas Parada~ oor ~ -


tp lt.'011)0
Nc>nnais (min) C'huv.t (1l'1in) ( n1in) (11il (n1in) E ...
10
10
0.6. 60 (36)
0.6 )( 60 ()())
• 46
1 46 ,.
I< H/60 0.23
14/60 0,23
10 o.s • 60 (1()) 40 10 20/60 0.33
10 ' 0.3 )( 6Õ (18) 28 l2 3:U60 0.53
o.o.;, wm
M.:uo

1'
10
10
·--
o.os li: 60~Jl
13
1l . •7
•7
' 41/60 0,78
47160 0.78

'
10 ' o.o; x 60(J: 13 •7 41/60 0.78
10 o.o;"' bO tJ> 13 •7 <7/60 0.78
i setembro 10 0,1;'1C60tC)) 19 41 4 1/60 0.68
· oulubro 10 0,J '60 (18) 28 12 32/60 0,53
novembro ' 10 l 0,6- l( 60 ()61 1 46 14 14/60 0,23
de1c1nbr<1 1 10 ' 0,6' 60 (361 l 46 1 14
- -
14160 0,23

Ponder..1t,.'.'iO Jnual 0,23 X 4 + 0, 78 X 4 • 0,33 i' 0.53 X 2 + 0 ,68 - Ú, 1 1

fo,11/12 - 0,51 E• 0,51

F\>ftií1nlo, neste exemplo, o fator de eficiência global durante um ano kri.t

E 0,51

Conlo as cOnlpos1ções de preços sJo c.ilcul.1cL1s tldn1itindo-se o cál<.ulo de 1:trocluç5o dos equipamentos
çon1 o (31or r ~ 0,75, a prodtu;ão re<1I ol.,1ida ou1n local e1n que E 0,5 1 resulta em valor'es n'luito
i nícriort·~ n<> tias composições, oc;isio11,111do c u s10~ 111aiores e prazos nlais dil..1t,1dos.

O~ custos e prazos podem ser c.,1lcul1'tdos. d(" ma1lcira geral, pcl.;-is exp• t!>~~ôe:

Cu~to hor.iric> tl.1 <'qUIJ>C ele máquinas


(:u'ilO :
Produç•o d.1 equipe

138 M.oo.ioJ Pr~t>COde E~


Volu111e a ser niovido
Produção ela cc1u ipc

Como esses dois valores \'(Iriam inversamente com a pr0<iução, teremos no c aso da d iminuição do fator
die eiiciênçia E c u stos rr1aj<Jrado:; l:! prazos de t;:xeç uçâ<J mai<Jres, como iá (fito. Daí resulla a irr1portânçia
ia avaliação prévia do fa1or de eficiência, quando se leva em conta o fator c l imático, representado
las participações r>h.1viaiS menS<'liS.

~ resultados con.'i1ar1t(~ d<> <1uadro a seguir pr<)vlt'fn <las obras cJc 1crraplen agerr1 reali.z.ac;las na im1>lan1a-
Jo da Rodo-.1ia dos Bandeirantes pela Dcrsa - Desenvolvimento ~odov iário S.1\. entre 1976 e 1976 e
contidos na referência bibliográfica n~ 12 deste capítulo, referentes à execução do trecho de 20,5 km, nas
ce~nias de Sd<J Pêlulo. em q ue foram 1'1lovirnentados mais de 51 .000.000 1r1', no r>raz.o de 24 me~es .

..,_.a melhor i 1llCrprctaçdo dos resultados. cor1vém ir1dicar as CC>ndiçõcs gerais de trabalho (;;:Xis1e1llt!'S:

• lopogrttfiJ ;:iciclenlacla con' rtlinpas n'luito v.Jriáveis;

• varieclacle de solos, incll1inclo-se os l>rej osos;

• regin1e ele chl1vas con1 gr(lncles preçiJJitações durante meses de verão (1nédia de 183 n1m/n1ês);

• região povoacla e com csiabc lccim entos i11dustriais;

• grande 11ú111e1·0 de inleríert!ncias: redes c lét1·icas, adutoras. travessia de v ias locais;

• n l1merosas ol>ras ele drenagenl sL11:>erficial e SL1bterrán ea;

• liberação dos trechos por etapas.

')s resultados globais ele eficiência d e Ot:>er~çiio, de ;:icorclo con1 o tipo de ec1ui1:>..'l.111Cnto e1nprcgado, for.:un:

Horas parad3$ oor: Equipan1entos


-r . -
· - :..-~iotoi:craper"
e/ 2 motores
•Mo(osér3pci"' -
•1

e/ 1 motor . rebocado
s<r<1.P('r"
01

·-

'
oroblenias aclmi11i sl fativos % 19 18 17
~utcnçJo m(.-cúnica % 24 16 26
~as e solos ú1nldos % 18 16 13
"l wl de horas paradas % 61 50 56
1
-..nras trabalhadas % 39 1 50 44
~ de efic:i ênc:i~ glob;1.I 0,39 0.50 0,44
l
"'de efi ciênci<1 excl \1inOO
• • «' oerd;i-: n<IOlir'IÍSltlltilf,'\S O,S8 0,68 i 0,6 1

;1'""'dendo·se co11st.Jtar as segui ntes observações:

o\s elevadas perdas resultar1tes de problemas acln1inistrativos, clevidos provavelmente à presença das
interferências locais j á m enc io11adas, mas Ql•e podecn ser 1nenores ot• mesmo inexistentes em o utras
condições de trab<ll110.

Estimativa de produção dos equipamentos 139


2) ;\s í>(Jrt1cld~ dcvicfai lti cf\uvas e/ou solos ú1t1idos e às condiçocs ele eficiência mcc~nica dos cquipa-
mcn1os 1êm gr,1ndc inílui;nci.l no clesempenho produtivo d..ls rn~qu i nas. rcs1>0nclcndo por cerca de
30 a 40% doo tempos ociosos d.ls equipes.
Not<.'-W que nas pctdas f"nC(~nicas1 as maiores esperas etd.m dt."Vidc1s ~demora na aquisição de peças
de rl'p<»içJo, f.ito que nom1almenre não é mcocionado entre as c-ausas de paralisação dos equipa.·
mcntos. Esse íato dcmons1ra a importância dos almox..1r1f.idos nas obras e do setôf de aquisição de
peças d(, r<p<><iç.lo

3) A c.onclusJo tm1) 1mportan1e é q1..re1 na ausêoci01 de dados próprios ob11dos da experiência de cada
um, cons1a1J-sc a ncccssidJdc da adoção de fatores de cficié1lcia mais baixos do que os normalmc1l-
te ind1c.;1dos 1\0S manuais. especialmente quando se traia de obras de longa duração ou quando os
trab.JUwi. forem exct.l•tados em plena estação clluvos.a.

O limiLaçdo da (lrO<lutividadc
As or>eraçUe!!I <lo ciclo ele tcrraplenagern podern ser cncar<>das sob n n..,prcto do estudo de tempos e
n1ovimcntos ("mc>rlon - time stucly"), no sentido de $0 conseguir ccono1nia ou n1aior velocidade nos
111ovimcnlo:. indlspcns.ivcls.

Assim, podem s<:r t.'"SliJbclcciclos alguns princípios gerais pJrJ o .1urucn10 e otimização da produ1ividad<'
dos equipamcn1Q6:

1) AproveitJr, ~pre qv-c posiível. a assistência de rampd, <1uer n,a escavação. quer na fase do tranSa
porte. 1>ara aumentar a "-elocidadc do cquipanlcnlo, com economia da potênci.J consumida na
oper.açdo <econon1ia de combustí,-el).

2) Utilizar, de prcíerêtlCia, vek>cidades conslantcs cm Ir~ rc.1os para eliminar as resistências de


1néfc1a. Com tt m~ma finalidade. e,·itar as aceleraçõc-s e d~dCClerilções bruscas, que consomem
energia e. portanto, c;ombt.t'-tÍ\•el.

3) Quando houver ciclos con"lbinados de duas máquinas llaver~ necessidade de se operar dentro da
co11(1iç.lo de ~lncronismo, para que se eliminem cs1l4!rt1 .. (les1 1ecei.~ rias.

4) As unlclnclcs l>.islc;i,., d.is qt1nis dei:>endc a produçdo (ltator "pt1sher", carrcgncfcitas), dcvc1n ser 1ná-
quin..is bem dimcn~lon;ldas â tflrefa e, sobretucfo. c1n bo1n c~tacto mf'c:lnico, para não interferirem
nt1 procluç:to, c1uc 1>oclcr;i sêr paralisada em c.;iso de suj falta tc1n1:x>rnrit1.

• 2.2 - Estimativa de produção dos diversos equ ipamentos


Pam o cdlctdo da pro<JuçJo c&e qualquer equipamento d<!\·~ dclcrminar o tenlpo ele c iclo que, por wa
vez, depenei(- <t_,, vclociclades ~vQlvi das em qualquer trect\O cio rrajcco. A de1ennin.1ção das velocida·
dcs ser-J 'S4..·rnprc fc1l<1 na condição IR - my - O. à qual corresponde a vclocidadc uniforme e máxima. Isso
oc0<n> quando o con1ug;>Cfo mo1or e., é igual ao conjugddo rc:oi>tcntc e, IC,.. • c,i. Ver (1.4.1).

2.2.1 - Unidades escavo-empurradoras


Para a esti mativa de produção de um ttatôf provido de 1.tmin.i, u~mos a fórmula básica já citada
a11tcriormentf'.

Havcr.i r1ccc-ssic:l,1~ <I(" '>(" c..ilcular .J CJpJcidade da Hio1i11.:i. ott seja, a qu"ntid<ide de terra solta ,1cu1n u·
la<I~ a sua frent~. :ipM n cort<'.

140 M.'.lllUdl Pr6t1(0 etc ES<:av,)Ç..\O


f----ll
,/'•r===~,,;;;.;;;;:;-;-;-;;;;;j-1 ....
...""~
ot;.______
... -\-..'
,/',, , H
_J_
,
- - - - - ---~' .....Y'"

figura 2.2 - Eh:rncnlos <1u<• in ílt1('1n 11<1 capa<'idad(' d.a ISn1ina

Será, ta1nbérn, C$lim ado o tempo de c iclo 1nínimo gasto pelo trator para t.-scavar, lransportar e desç.arre·
;u o m.:itcdal.

Determinação de cap.1cidadc solta. da lâmina


Para se avaliar a capacidade ele uma 151nina de largura l e altura H, há vários processos aproximados.

Entretanto, qualquer que seja o material, será rJreciso que se conheça., ainda que aproximadamente, o
.ingulo de talude natural da terra soha o:.

?Na solos argilosos, temos ex • 45° ou 1:1. Já para solos arenosos admite.se que a • 30º ou 1,7: 1.

,,i·'.'
H

e
Figura 2.3 - Ângulo de talude natural para solos arenosos

?.w'a solos are,1osos - íónnula prd.lica

H
~ = tg30º = 0,58 ou B= 0,58

,
C = 0,8G · H- · L (solos arenosos)

?.iw'.l solos argilos0$ - íórmtila rJrátiú'l.

'..este caso, a altura do volume ele terra pode superar a allura H da lâmina cn1 'I Oº/C), em razdo da coesão
3' material.

...:,"':-
i1 1.1 H

·~·1.1 H j_
fiigun. 2.4 - Ârtgulo de talude natural para solos argilosos

Estimativa de produção dos equipamentos 141


C=O,G·H' ·L (solos argilosos)
'
Outro processo bastante prático, e de resultados mais corretos, consiste em escavar un1a c.arga con1pleta
ela lân1ina, levando-a a uma área plana. En1 seguida. leva11ta-se a lâ11'1ina, e rnpurranclo o material.

Isso formará ur11 1non1ículo de terra com a forma en1 pla111:() e 1>erfil abaixo l'e prcscntados.

e, L e,

Figura 2.S - Eslimaliva da ca1>acid.ade da l.\mlna

Faz-se a medida de divers;is espessuras e alturas procurando-se as médias

h=

e tcn1os:

C=·~ ·e · h · I. <solto)

De terminação do tempo de ciclo mínimo


1'1um corte e aterro, íeitos com trator de lâmina, a máql1in.l executa i rlúmcras Of)eraçôf>s de corte,
transporte e espalh;;lmento do matc-rial, com distâ11cias de tra11sporte muito diferentes,. desde as rnais
curtas até as mais long.:is.

C.G,
- C.G
o
b,
RovcrsOo e m udonço - - -_;,.:-- -'> Rovor,,_o o m udança
do marcho D, do n'u'lrcha

Figura 2.6 - Oeterminaç.ão d:i rampa média

Para si1nplificar o problema, admite·se !)ara o cálc ulo do ternpo de c iclo uma d istânc ia médi<l de
percurso, rc1)rcsc1'>lada pela disl<it1cia entre o centro de massa do corte e o do aterro, ou seja. O, com a
rampa n1édia i"r

142 Manual Pr.1tico de Escavar.;êio


Os tempos vari~veis de ida e tetor1lO serão calculados cm função dessa d istância média D.

Por outro lado, durante o c iclo do tr;itor de lâmi11a, isto é, d u ra11te a ~cavação, transpot'te e eles.carga
espallla1nento). os esforços 1ratores en1pregaelos para \'e11cer as resistências opostas ao movimento s.ão
bastante desiguais.

O ciclo pode ser dividido em três partes:

Escavação ou corte
'-esta f:.sc as rcsist&ncias oferecidas ao dcsloc.an1cnto da 1náquin'-l são 1>rovenicntcs do corte da terra
pela faca da lâmina e dos atritos q ue ocorrem entre 1:i;;1rtes ela máquina e o solo, bem coano da própria
c.trga de n1aterial que se acun1ula à frente da lâmina.

Essas resistenc i<is, elevadas e


difíceis de serem qua11tiíicadas. sctão co11trabalanç ...1das pelo esforço trator
w torque) das rodas motrizes. Entrewnto, h (l a l i m i taç~o do êSÍOrço tra.1or máximo pela condição de
.aderência, isto é, se as forças ativas c1ue i n11>ulsionam a máquina superarem a iorça ( lê aderência entre as
es.teiras e o tem~flO, es1as irão pati11a(, p(ejudica11do ou até in1possibilit.:indo o movimento da m.Jc1uina.

"'-Ss1m o esforço trator n1áximo que pode ser a1>licado à esteira será (Ver 1.4.4):

E~x S f. Pm

_....,que

=coeficiente de aderência entre as s:ip:itas ela esteira e o solo;

; peso adere1'>te = P1 = peso total da máquina:


_ , = esforço trator máximo aplicado sem pa1i11amento.

:_- terra solta temos f = 0,60. P'dra o solo natural, ainda não escavado, o valor pode cheg.:ir a 0,90.
~s.:m, u1n valor 1nédio razoável pode ser est.JL
>elecido em f = 0,70.

de-se então detern1inar e, com esse valor, indicar a velocidade de escavação pelo diagrama
Ermix
.ão x velocidade. A dislância 1>erc:orrida pelo trator para escavar e car(egar a lãn1i na é em 1nédia ele
5 m, o cp..1e pennite c.Jlcular o tempo de carga. Normalmenie usa-se a ·1o1 111tu·cha, que produz os
..-ços tratoies elevados, con1pa1ívcis con1 as altas resistências presentes clur~nte o corte.

Ti::ansporte ou en11>urramento do material


.r6tlte o transporte, já co11cluída a escavação, o material fica soho e a lâ1nii1a apenas rasa11te e1l1
,;ti;J.o ao solo, de 1nodo c1ue as resistências d iminuem bastante, SêfldO reduzidas ao atrito ele
-rvreg;imento da massa de material ernpurrado sobre o IC((e110 natural. bcn1 co1no atr ito interno
~o da n1assa c 1n n10\•in1ento µ .

• alor pode ser calculado pela expressão:

e . 1:.. Jl = P•. r

Estimativa de produção dos equipamentos 143


onde:

e = capacidade da lârnina en1 volu1ne soho;


y~ = massa específica do solo soho;
µ = çoeficiente de atrito da carga;

f = coeficiente de aderência;

K - coeficiente de rolamerltO.

Enl tet1r1os práticosµ é avaliado en1 1,3 til e a resistência oferecida no transpo11e será:

A velocidade da máqui na no en1p1.1rramento (transporte) (vt) será também determinada pelo diagrama
do esforço trator x velocidade e o te-rnpo de lnl•'ISporte será:

sen<lo D a distância mé<lia de trJnsporte.

Retorno da má<1uina senl carga


A5 resistências opostas ao movin1ento na volta do trator seriam

!R P, (K+ 1Oi) = E,
onde:

K =- coeficiente de rolamen10 elo trator;

P1 = peso total do trator;

i " tampa {aclive).

A velocidade de retorno, v r, setá calculada pelo diagra111a tração x velocidade e o tempo g.-.s10:

o
- V,
1r-

t, = tempo de retorno;

O • distância média do transporte;

V,=- velocidade de retorno.

144 Ma.ilual Pr~ticode Escavaçao


Assim, os tt!tTif>O!> variáveis seriarn:

15 ~
l: 1::"'""' = i.:,... + 1~ ... ._...,.,. • v,• .,._,., + +
[
J

sendo: I: ty em minutos

D ...'f'll metro~

e h•mpo de ciclo mínimo. somando·se os tempos fixos, ser.i:

~ rempos fixos referem-se a duas m\1dança.s de direção (revetsJo> e duJi mudanças de marcha, de
a i.nte :t r6 e vice-versa.

~..- tratorc~ <.on1 tra11snliss..1.o n1ccSnica, n cl otn ~sc ~t( -. Q,3 mine 1>ara tr,11•sn1iss3o "poi.ver-shift" O.OS min.

de c iclo devem ser calc,1IJclos 1')ara o trajeto em ni\1el, ou seja, tcrr<.,..·10 hof'izo1,tal. Quando
C,..., tt..·mpos
.quipamento trabalha em declives ..p"rccc, como já vimos, no 1rajc-to cm f'ampa, a assistênci~ de
~1. que in11>ulsion.a a máquina forncc:<.-ndo-lllc um cs:(orço tr.a101 <ldicion._tl que, evidentcrnc11tc,
~ a incr~entar a produção pelo aurm.-.1to do "-Olume tran<port~do 1>ela ldmina. Por outro lado, a
-eliori<i.1dt" ~ n'.'fomo diminuirá, já que a mdqu1na nessa situ.aç.1io d~.i vencer a rcsiSlência da rampa..
~ ~ignifica mai<.w 1empo de ciclo e* ~11 conseqüência.. menor prodttç3o.

" ..peri«:nc1a mostra que o auml'nto <le volun1e escavado supera a pcrd.J de produção, o que Oca
Ji3:-ilf' n.1 l.'.'tbela de correção da produçJo cm íunçJo da ctecliviclade* poi) com o aumcnlo desta, a
prc "'9ÇJo crc!l<.C att! a ram pa de 30o/o, p<'rmancccr'ldO quase inv~ri.1vol .:i p:i.rtir desse ponto.

- . . 22
~ moédi at%)
I~
. ln«em«ito da produçlio (~Q)

1.00
' ·s 1.07
, _' 1112
' .~ 1118
~ 1,22
r~' 1,25

' 1,26

Estimativa de produç,30 dos equipamentos 145


C~lculo da Produção

1• Proceuo
Nsim, p.ir;a c..ilcular-se a produção de um equipamento de 1.âmina, 11.ab.lll,.tndo cm ~mpa íavorá\~I.
procccJc..s.<• ~ l"Slimaliva no<mal (i O e, em ~uida, aplica-se o incretncnto de produçiio.

2n PrõCl.'SSO
Pode-st! csllnlar a produção deternlln~nclo-sc as velocidades dur:in1r í'I <'">Ci'lvação, o transporte e o
~Clor1l0 va1lc) pelas fónnula$ já c11urlçi.ldas :lnteriormente.

3" Proét.'SSO
Para <.~1m'-'ltiv.-i-, ele produç.5.o mcn~ J>tt'< 1~~. n1as válidas para qualquer trator d(> 15mina, sJo usa~ os
grjíit.os a seguir e que m<>Str.lm o inctetncnto de \•olumc escavado com o aumento da declividade e o
aumento do 1cm.po do ciclo.

2.
.s ----- ----· ---- /
.:--'.:.t- lo- · -.. -.
1.3
----- ---- -----
iE-.!·..1. _ ----- ---
- :;::.:::' V
o

o. -
•20 •10
~
-o- - 10 20 u

Figt..n 1.7

11---+- - - 1 -- - 1- - - -1----l
3....
•1---1----1 ---+---+---t----:V"--~.-f":7'1-"""'
.....
i •+---r---1---t--+-~~.._,.4-s -"'.~q""'..
i3 • t - - - t- - - 1
J•j--~j-~~~~?J;:.~:::::_~

40 80 100 120
'"º 160

Figut'il 2.8
':..tabela~ (or,l1l1 organizJdas com as seguintes hi1>61cscs ele ~1 1 1...ulo:

al duJs mudJnç.t~ de n1archa 0,20 niin

b) \elc>etdJdc ava11te {I• marcha) 1,9 kmlh

cl '1.Clocid."\d~ de retOfno em nfvcl 10,6 km/h

aclive(+ 10%) 9.0 kmlh

aclive (-+ 20%) 7,8 km/h

aclive(+ 10%) 5,3 km/h

aclive(+ 40%) 4,2 km/h

E p<ocesso aplic.,.~ para cstin1ativas de a nteprojeto, o nrlc c:c dC'~cj a ,1 ordcn1 de grandeza da proclu·
"->ffl sra11cJ(' l)l'l'Cic-.Jo.

caso de dc~j.:i re:m·sc valores mais risorosos, recomE"nd;t.c;c o ut-0 cio 2v p(ocesso.

--.-... ~

.... -
.... ~--~------~--~---~---~
4IOO ~ ---t--

4200 B
....
...., -~r--i---+---+----1---1--~

~r~==~====t=:==t::==t:===lt=:=:t:::
....
J:.
3400
~ (
00001-~,---\----11-----t----+---+----+-
noo 2IOO ~ \~::tls;:::::i~:::::t:::::::i::::::t~-~-t--
21500 J . - \ . -- _ , ..
1000 2400 · D·~\ \\ 1- ..._ -
2200 \.'\ ---

·--
1000
2000
.... I- ,, '"\~---+---il---
' - l-- -

, ,.oo rl::-":j~;j:~::;:::j~;;:;;;::t::::::::t::::::t::::::j::::::j
1600
' " "'-.:.. . . . L~gel"ld:t:
A - 011R·1 1U
toO IOO 1- .......... - 8 OtlR CD

"~ ••
...º•
e 010R.1ou
lOO ::

... ''°... -
D - ()ol)R - 9U
e

-
E Q8R;1>8R Sfuof' 11.au
1 1 ~ f 07K 56'.e IJ.71,;
ol 100 200 300 C - OIC-7U

o 30 eo 90 120 150 ~
DISTÂNCIA M~DIA DE OPERAÇÃO DE LÃMINA

•JI "t) h.,"t'i,t·~ cm v.1tlos ntudos de campo '~:i.l 1z:3dcK ulb d11tott-nt~ condw;ões de opcr~.IO Coruuhe os f;iwe-ç dt-
M11U d.11 • ~~ Mf.'ilte.os.

? .9 - PY.odu(do f ilÍlnó'ldõt - tfin1inas universal - 07G a 011 R

Estimativa de produção dos equipamentos 147


MCS/ft~r
.... • •
"' ...
... ... •
~ ...

~ "' ...
- ~
'
'
'
'

"'o
•<(
<> ""' ...
- F

'
'
·:~
'
'
1eg('nd11:

o ...
:::> " - &24·S
o 8 - &l4·S

..
a:
... ... ::;; ~ § ~ D
••
C - 07C.7S
O - 07R Série li· -S

·-
E - 814..S
f - 06R Sbie li #...
F •
• •

DISTÂNCIA M tiDIA DE OPERAÇÃO DE LÃMINA

1'ot.a· t~ 8f'Í1c;o !»~ ;1;-..e em vi~ CShldot cko c ..mpo 1e11os sob d1fetente <:endiçik-t de 0~1 ,}Çlo. C..on..ut1e °" íaulfn dl:"
COor r<"t~tl f'l.!I pA~i" • 14~.

1\ p1od11Ç30 t~llM.lldll do 83<t0 com lit.mh1.1 U11ivt1~.1I pcK11~ ~r ~nir.0011.ld., n.'I ~Ao o\~:inllM'IO .,to (.:;aiv!(), r~te manv.,I.
af(l.JIU tLt pr()(l\1t;.\o p<'lo M.inu.\I de P1odui;lo C.1tt1r1>ill.lr l l • t'dí(.\o.

figurd 2. 10 - ProdU(30 cstimada- l ámin<1s Rt l;t'f- 06, 0 7, 814, 824, 834

A produçJo de um trator de ldrniria da linha CittCt"pillar pode <er calcul.id;i .tlravés de curvas de produ·
ção e dos f01ores de CO<Teçào apresent•d"' • ><'Suir:

Q,4 <m'ih) - Q~.,. x í•torcs de correç.lo.

As Cl1rva" fornccen1 a produção máxin'\a polra as lâminas rela (lil1niltt• S) e l1r1ivcrsal (lâmina U) e >:ÍU
baseada~ n;,1s seguintes hipóteses:

• fator de eíici.:ncia E = 1 ()()9,4 (Q""',);

• tempos fixos para máquina$ com transmissão "'f>O'ver-sh1ft": O.OS min;

• a m:iquin.a C:Orta e preerlClle a l~min.1 cm 1S m, em seguida ertlf>urrôl a carga para despej~- la


rom lempo de descarga rgual a O;

• densidade do solo ·1, = t ,3 7 m' (solto);

• coe-íicienlc de tração (cstcl rolc:): 0,5 ou mais:

• ltl.rnina de comando hidr.iulico;

• marchas: dê esca\•aç.ão: I~ av.-irltc, empurramento: 2• avante, retomo: 2ª à ré


~res de c orreção das ço11diçõ1.:.s de lral>al ho:

Operador
- celente 1,00
.egular 0,75
._., 0, 60

uterial

1,20

~ção d ifícil conl:


~ incli nável con1 cilindro hidráulico 0,80
·na inc linável Sém cili11dro l1id rául ico 0,70
jjr.e em caixão (trincheir;i) 1,20

C!peração lado a lado ·1,15-1,25

...oilidadc

chuva ou neblina 0,80

io- de eficiência S0/60 0,84


40/60 0,6 7
-.Q"tSlllissão direta 0,80

~ na angulávcl (A) 0,50 - 0,75


..Z-. na amortecedor;i (C) 0,50 - 0,75

....ir:- na reta (5) 1,00

....ir:- na (material leve) (U) 1,20

...,.emento de produção cm declives


F;gura 2.7 e a T;:ibela 2.2 indica:m o au1ncn10 de J>roduçiio con1 a máquina opera1,do em decl ive, pois
_ me carregado pela lâmina aumenta com a decfivi<fade.

IBT'lf)lo - Processo O\""r


~r a p rodução de un1 tralor D8R com l~1ni11a universal U. escavando argila cornpJCl3 e sec.J, à
~i.:i méd iil <le 60 n1, em declive de 15o/o, usando n1étoclo ele corte em trincheira, operador com
idade média. O solo tc1n "f- 1,37 tfml e o fator d e eíic:ie11cia de oper ação E= 0,75.

gráfico (Figura 2.10) ele produç.ão dos tratores, obté1n-se para o D8R, com lâmina U, a produção
!!5 """""lada de 550 1nl/h de 1nateria l solto, na distância de 60 m.

Estimativa de produção dos equipam entos 149


AfRlla comp..lcta 0,3 -
Opcr"dor méc:ho 0,.75
e~ fm tr1nchcd•
fiik>f dw t:ft( M'OCI~
1,20
0,75 --
U1n•"" U 1..20

-COf"•t\·'º th> ramp.1 l, 18

Q = 550 " 0,8 x 0,75 x 1,20 x 0,75 " \ 20 " 1, 18 = 420 m1/h (>olo solto)

?dtôl obt<.v-se li produção no corte b.litJ muf11pl1car pelo f(ltor de convetwo de volumes.

Exemp~ de cslimativa de produçl o de trator de lâmina (2• processo)


Trator: CI\ 1 06 - transmissão 111ecJnica

Ldmino l'eta: 6S com ca1,acid.idc de i,0'1 n1l (sollo)

Terreno ,, 1ano e horii:ont\11 (i - Oo/o)

M11s.sa c."Spccfíica solta do material: y~ = 1.1 t/n1J

1\.-so t0tal do rrarôf: P, = 14,6 t

Somat.6t1a dos tenlpOS fixos: I:t 1 = O.l mio

Oist~ 11c.iJ de transporte D - 30 m

Cocí1cicntc de rolam ento do trator: K úO kg/t (terra solta)

f Jtor t le co o vcr~iio <le vol umt.--s = cp1 = 0,80

Fator d~ eliciê11cia: 0.83

Coefici~(" <lc .1dt.'"rência = 0~7 (1err.) firme úmida)

1l VclocidJd~ de escavação
As rcslstf.nclas a serem supcróldas dur<intr- o corte serão equil ibrada!> pelo ~lorço trator. limitado pe
aclcrêncio.

º" tabela 1 1aç~o x velocidade do 06, ccmos:


Esfor(o tr.,tor nl'I barra - 060
\U•<:h.-t'\ Velocidade Vclo<'1dadc a ~(orç-o tr.a.lor m;ú;;imo
-
avante (km.Ih) ~ (l<m/h) 0r.g)
3;\<.1AI(' ~ré llcgl

H. 2,7
•.O
l.d
•.&
11.'.'iOO
7.7".,0
8.9•0
6.080

,,,
IP 1 ;,6
7,9
1 6.9
f),7
s 180
3.JSO
3.960
2.560
J 5-' :li•.1 , 090 -
-
t, = 11 .500 > 10.200

V 1 ~ - 2.7 k1n/l'I.

- \C!-locid"dc de transporte do m~1eri'1I

I.R - C.7s. µ • R, • C. ~f~. µ + t<. P1

l:R ~ 3,04 X 1,3 X 1, 3 + 0,060 X 14,6 - 5, I + 0,86 a 6,0 l

µ • 1,3 til (coeficiente de ,11r1tv da terra solta sobre a rc::rr:i 1\;:_1turJI)

tabela:

Rt-torno va1io

l:R - KP a 0,060 x 14,6 •O.') 1 - > V_;.. ::= 9,7 kml11 (à r(')

t, =2,560 > 0,9

~de ciclo mínin10


15 x0,06 (30 15 )0,Q(, 30 X 0,06
1\m4!\ - 0,3 + + +
217 4,0 9,7
lt;mfn .- 0,3 + O, 13 + 0,23 + O, 19 1,05 11',Ín.

~ão máxi111a

3
Q ..... s ,o1,05
4
• 60 -~174 m'' h <soltol

Q,, - 174 x 0.80 x 0,8J ~ 116 m'Jh tr'tO corte).

:i ela IJroduçJo co11sidera11do ran1pJ clcscent'.lente


J
lli>lo ,interior. ~up0ndo·SC que ;i 1n $quina oper.Jsse n.:, ram1>a tl.-....<l't'Klt'l'll(• i = 20%. a procluçdc11')()(Sfo
e 1lculada 1>rocuran<lo--se a 1·10\'\I veloc lcl._1eJe eh! reeu,oo, com a 1ntic1uhl11 subindo oti ran1pa de 1nard l3 à r~.
tR • P, (K •!Oi)= 14,6 (60 + 10. 20) = 3.796 kg

E,~ 3.960 > 3.796 -+ v,, - 6,9 km/h (ré)

Estimativa de prod~3o dos equipamen'tos 151


Assim, o eíeilo da ran1pa resulta 11a d imir1uição da velociclacle à ré ele 9,7 a 6,9 km/h.

Tern1>0 de ciclo mínin10


30 X 0,Q()
.. = 0.30 .. 0,33 + 0.23 +
t,.~ G,
9
= 1, 12 rnfn.

Produção máxima (declive: -20°/o) acréscimo de volume= 1,3 (figura 2.7)

= 3,04 X 60 X 1,3 = 212 '-h ( f )


Qmá.'C ,
112
m1 soto

O au1nento d e prodoçâo na operação com decl ive de 20º/o enl relaçâo à operação em 11ível ser.á:

2 12-122
174 = •

A Tabela 2.2 fornece i ::: 2QC>/o ~ l\Q e 1,22. coníirmanclo o resultado acin1a.

Trator: 0-\T 04 - trans1nissão "povver~shift"

L!in1ir1a reta: 45 com capacidade de 1,89 mJ

Terreno plano e horizontal: i - Oº/o

Massa es1>ecffica solta do n1atcrial: y) 1,3 t/1113

Peso lotai e.lo trator: P1 = 9,2 t

Somatória dos tc1npos fixos: !.tr ::: 0,05 1nin

Distância ele transporte: D= 30 m

Coeficiente de rolamento do trator: K = 60 kglt

Fator de conversão de volumes: cp 1 = 0,80

Fator de eficiência: 0.83.

1) Velocidade de escavação

Pelo d iagrama esforço trator x velocidade, obtém ~se v 1• = 2,2 krlllh (1 a marcha).

2) Velocidade de transporte <empurramento da carga)


C.'(.- µ = 1,89 X 1,3 X 1,3 = 3.2 t

µ • 1.3t/t

R,= K. P, = 60 x 9.2 552 "0,6 t

I'.R • 3,2 + 0,6 = 3,8 t

Do diagrama, temos: v 11 = 2,8 kmfh (1a 1nJrch;i)

152 Manual Prático de Escavaçao


- Retorno

!R - K. P, - 0,6 t

Do diagra1na, temos: v 2a ;;: 6,0 kmlh (2ª marcha)

~po de c ic lo m ín imo
·15 x0,06 (3Q -15) X 0,06 30 X 0,06 l OB ,
l<m•n = 0,05 + -~~- + ------'-- + • , Mlll
2,2 2.8 6.0
!"!odução m áxim a

)
Q rn.•'( = l,89x60
l,OS
, (s
= 105 nl o 1to

O.; = l 05 x 0,8 x 0,83 = 70 on' (cone).

Se a máqui11a trabalhar e1n declive i =- 1Oo/o, a p roclução do trator CAT 0 4 s(!r:i:


Ji.S "'elocidad cs ele escavação e transporte são idênticas ao cálculo da p rodução em nível.

. ., "'elocidacle de retor110 setá:

l:R = PCk + 10. ô)

! R =9,2(60+ 10 . 10) = 1472 kg=1,5 t

:lo diagrama. temos: v2.. ~ 5,3 km/11 (2" 1narcha)'

lcmin = 0,05 + 0,41 + 0,32 + 30 x 0,06 = 1, 11 mfn


5,3

Oe acordo com a Figura 2.7, o ir1crerr1ento de ' 'Oll1111e devido à tl ~ l i vidade é de 1, 15.

-odução m áxima

_ ·1,89 X 1,15 X 60 - 117 ''! (soho)


Qm.j:,,;- 111 - ll''l i )
'
O.; • 11 6 x 0,8 x 0,83 = 77 m3/h (cone)

lncren1ento da produção ~ 6~ = 1,12

T•bela 2.2 i ndica 1>ara i = - 10o/.i> A Q = 1,12, coníirmando o resultad o acima.

_~ o di~J.nl.1 csfwço tr.Jt<N ,.. v'f.>IOdd.l<M P')•.l :t f1\drc.h<t ~"'.tf'll'e /JOIQVC os "'""l'<"liS de f1'<;>duç,Jo 11,Jo fom«t>m OI d~õJm.1s f»r,l .>S
"'<lS ,1 t~. As 116lock!.adc$ <1Vd'ttl(", que $.lo 11m ~ mcilOl'a., <.brJo rf.•51.11(.Jduj 01 l.Jl'Of d.i ~r.i1.ç--1,. i)lô 6 .1 proxl4'(4o c.ikvliJdJi $CrJ
~ro Inferior .lque.'c (;;t;SQ S<'f.1!11 IJS;td::i~ h 11ctloc:idMit•> J r(o.

Est i mativa de produ ção dos equipamentos 153


2.2.2 - Unidades escavolransporlado ras
2.2.2.1 - Tempos variáveis
O cálculo da produç..'o de · 1notoscrapcr- apresentJ SC' 1r1ais cornplcxo do qu(' o cJo 1ra1or <Jc I~
scnclo necessária a cletcrmi1l01Ç~o (la velocidade prov.ivcl 001 aicla trc-cho do 1raje10 para, cnl *"·
obter-se o cJ lculu do tempo de ciclo. t prt'Ciso dcc:osnpor o triljelo em segmentos para serem d1 .....
o comprirncnro e a inc-linaçJio da rclmfM
Consideramos o trajeto J>dr<;ial de uma unidade csc.,1votr.1nsportadora, com JS c.ar.acterística.!t •
ir'lclica(fas, ad1nhindo-sc que scj :im conhecidos t.amh6m os va l ore~ de q>1, y1 e K cio solo, e o f)CS() t(lj
n·1áquina va11a P., e í', d;:i MC''Sn"la c.arregJ<..la.
1,••
.o
B L, e

Oetenninaçdo da veloci~de
->
Trecho AB etn aclive. máquina carreg._ida

A condiç~o llflra d eter111h1ar-<:e a veloc.ldaclc já íoi indicada em 1.4.61 te1'ldu-sc a igualda1;le l.R •
havendo, poi:... n1cn•imcnto uniforme <A. O).

2.R =KP. + 10 P, ·i1 +28.3 ~' · P

Cof,heccndo-sc I:~,;i :: f. , c nlramos co1t1 c ,tc último valor 110 diagran'la tração x velocidade. veriflQIW::
11

C'tn ql1e ponto intcrcep1an1()) as curvas das div(.'fS35 march.Js d 1spo11fveís.


E.. ít)

>Rlll +--~.....:..-"''>-•......_ 51
..... 1-------j~-2'IN--..,

1i&vr.l 2.12 - Oii1.gr.Jrt1<• lra("ÃO x velocid<tde

(leremos a velocidade do trechoÃ8, em "'°'•imento uniforme, V, - v 1•


Conhecida .., velocidade 1>rov~vel do trecho, podemo$ calcular o te1npo de tr.lJCtO
l'l\lll! l~l"l)I . (),06
1
"" = v, (km/h \

154 Manual Pr.lbCO de ESColVol( .a<>


Trect~ st - i - 0%, máquina carrcgadJ:
IR,,é=K P, +0+0

e tirarnos a velotidddC V.e• "2


donde,
~;· X Q,06
V 2 (Km/h)
-+
Trecho CD

Como ~1 rampa 6 descenclên lc, terem~:

!:Rc.; ~ KP, - 10. PI. i,

lrt.~ hipóteses podem ocorrer na ramp.c1 descendente, dq>endendo dos valor~ assumidos pcl,1 <!'"'pres-
"""'º acin1a.
•> l:Rço> o

b) l:Rc6 -o
e) l:Ra, <0

'.t primeira f,ipótcse, se a sornat&ia d.1~ r("'li.iSlências for posili\•a. ul1lizamos o diagrama ttaç.'\o x velo·
1d.:ide para " dcterminaçJo d.- velocidade.

, ... hipótese b. scgu~ que ~ = i,


10
k
~IU.ando i1 asSt11,~ o v-alor"' i \. não hoia\'Cf'.i rOf'ç;is aluando na máquir..a e ela po<k'f~ descer a rampa na
10
locidacle m(ix1nla com scgurJru;.a. poilii, n<.-s1c caso, a5 dccl ividacles SCl'dO reduzidas e iguais a ~.
10

oi.a hipótese haverá SC!n"lprf assiste.t'lcia e~ rampa (:tR < 0) e nJ.o 1'.>0deren"los l•'í.ir o diagl'an1J esforço
e
•or x veloctdade. A máqu1rla pode1 teoric~mente. ~cr rampas de qu.aisquer dc..'<..lividades corn wkx:-i-
de- máxim.a. H~~ entretarl(O, .J limitaç.lo cLi velocid.1<1<' por ra.zões de sc:.-gurançc1 da IN:quina 1 e o opera-
111' tende a f\.'<:lu~ i ~la tanto ffi\li~ quJnlo maíor for ;i dcclivid;idc, .1pl1c<lnclo os freios do eqt1i1).} 1·r1~1to.

""'trcclloc: longos com rJn1pas fortes, o uso continuaclo (Jos freios O<"asionaria, ern 1>0uco ten11>0. o seu
.Jecimento e .i conseqüei1tc perda de cfte1ência.

, essa raz3o, ._1s n1áquin41s com trans1l'11'5J:o hidromccS.nic.a são providas de t11n freio hidrodln5mico
'"ºminado rc.'lardador (ver 1 .3.3.5), que tcr..i a funçao de estal>i li rar .1 velocirladc.• 11\ls ri\1"llí'·'\ longas e
·inadas, C:lC("fcendo uma força de frcnagcm que t)JO irá deter i' máquir1a, 1nl'ci, npenas, l'f"dl17ir e
n~er a velocidade de descida den1ro e~ limires de S<."gu1ança.

-:urvas do rl'l.1rdador (figura 2. 14) representam a ca1>Jcidacle de frcnJgem h1clrcKlindn1ica disponível


cada 1narcl1J quando a c:n.m;;ira cJo rct\1rcladol' PStá co1nple1amontc cheia ele óh.•'O.

Estimativa de produçao dos equipamentos 155


Determinação das velocidades
Para a prin1cira hipót<."Se (a) u~remos o diagra1na tração x velocidade.

Poso bruto

"°1 ''° "°°1


... .., 'º 15 ~ 2$ 30 50 15() 00 100 200 300 500 700 lb JI 1000
1 1 1 1 1 1 1 111 • •• •1 1111111111111'1 i 1 1

•OOO •ooo kN

..,..
30 ' -
'-
'-
'-

..
20 '-

5,21 •
~

'º• --
•....'-
7
•• '-
'- /
/

•- - 2'-

~·>
... - •t-
1 .S~

'-

... ...
2 '-
'- .1'-

- .....
..~

Velocid•do

Figura 2.13

Con10 esses cliagrao1as util;z.am o cor1ceito de rampa efe(iva para a determinação da velocidade, será
r1c.-cc.-ssário defini.la.

Na expressão:

pode substituir·se a resistência de rola1nc1lto KP por uma rampa equivale1lre, cJenominada rampa fictí-
cia, de modo a ter.se:

KJ> i : 10 . P. i1 ôll K = 10. ;, ou i1 - w


k

156 Mcl•lual Prático de Escavaçtio


Substituir1<lo-se oa ex1>r"essão anter'io<

~R = 1O.P.i, :t 1O.P.i = 1 O.P (i, :t i)

x i é a rampa efetiva, sendo:

- i é o aclive efetivo e será se1'l)pre i1+ i > O

- i é o decl ive efetivo e q1.1e poderá ass1.1mir v(lfores positivo, nl•lô Oll negativo,. dependendo das
4Tandezas de i1 e i e as velocidades serão calculadas:

- i > O - > diagrama esforço trator x velocidade

- i = O ,_ a velocidade da n1áquina será a máxima

- · < O - t diagrama do efeito <etardador.

-so do d iagtarna rraçJo x veloc idade coi-o auxflio da ran·1pa efetiva

Se-ido o peso total do equipan1ento P e i, + i o aclive efetivo, procura-se a interseção das duas retas,
cllef'"lindo o ponto A .

- ..ç.a-se u1na horizontal, passando por esse po1l10 até i11tetceptar uma deter1ninada n1archa. Oa f se
~ a vertical até o eixo das velocidades, determinan<lo-se a velocidade com que o "'motoscraper"
- rá a rampa.

lf!'lo. idcntc
que se pode fazer a rncs1na dctctmi11ação, rl1arcando-sc no eixo vertical o esforço tr-atot
•.Jlado Er = LR, traçando·se uma horizontal até encontrair-se a marcha correspondente. Os dois
~da s veloci<.lades devem, é claro, coincidir.

..-pio:

'Ji.owrminar a velocidade do umotoscraper", cujo diagrama é o ir~dicado na Figura 108, sendo o peso
de 52 te K = 50 kg!t, com rampa (acl ive) de So/o.

2:R = 50 X 52 + 10 X 52 X 5 =5.200 kg - 5,2 l.

'iiliSC.ilndo-se no gráfico Er = LR = 5,2 t, detetn1i na·se a 3;i marcha com v)~ = 10 km/h ou, então:

l:~ = 1 o . p . (if + i) = 1o . 52 (5 + 5) = 5.200 kg = 5,2 t


50
=- 5% e i 1 = - = St>k e o acli\re efetivo i -t· i. = 1Oo/o.
1 o '
~1co, col'no já explicado, temos v3. ... 1O km/11.

Estimativa de produçao dos equipamentos 1 57


Poso To~I

1
l - -+--3 martlia
., 1
--- ~

- ...
-'
..

-- 3
. - 1--i•"

r-,o-·k-~ 1cm 1 h
..
"
A~~~.._,~,_._~_.,,1.-'.~~-r.,
' 'º
'z..-~--,.fo . . . . is . . . , ~b . . . . 1•J , • . :ak . mpll

Vel ocid~
Figurd 2.14

Uso do diagran1 ~1 do retardador (i > i~.

À se1nelhança do ql11? foi feito para o aclive efetivo, se a 1l1áqt1ina descer a ran1pa i. o declive efetivo ser~
if - i e o peso total P.

Procura-se o crvzilmc11to das duas relas definindo o ponto A, e. 1:x>r aí, traça-se uma hori 7.0ntal até
interceptar a marcha (ponlo B) c1ue dará a velocidade estabil izada pelo retardador.

Determinar a velocidade com que o "1notoscrapcr'' <.i c peso total 106 t desce a rom1>a de declive i = -15•/o,
co1n K - 50 kglt.

Marca-se a reta vertical relativa ao peso de l 06 t até interceptar a reta inclinada rel<1tiva (ponto A) ao
valor do decl ive efetivo i, - i, ou

·rraçando-se u111a horizont<,f, atinge-se a Sª marcha das curva.s do rek,rdador (ponto 8) e lê-se a velociclade.

vs• ;; 21 km/h.

158 ~nual Pr~t ic:o de Escava<:(\(>


Con1pletado o traje10 de ida, deven1 se< de1etmit•adas as novas velocidacles nos trechos de tetorno com
a máqui1'1a vazia, ou seja, Vr;c . v s e Ve. pelos mesmos processos já dcscri1os.

2.2 .2 .2 - Te111pos fixos


Os ternpos fixos do ciçlo de um "niotoscraper" referc1n-se a :

• tempo de carga;

• 1empo de posicionClmentoj

• tem1X> de aceleração e: desacele:ração;

• ten1po de nian obra e descarga.

Temp o de carga
Apesar ele ser considerado um tempo fixo, o rempo de c~rregamento de uma unidaclc escavotransport;idoril
depende de v~ri os (atores:

• coni pacidadc do solo;

• ram1>a favorável;

• habilidade do oper~clor.

Esses (atores poc&ern i11fluir fi!voravclrnente ou não, dependendo elas condições vigen1es, de sorte que os
"alores inclicados r>ara os diversos tempos devem ser consicler"clos conio niédias, podendo h aver di~­
crcpâncias razoáveis com os 1en1pos efet i v~1n1 entc cronor11ctrados ern condições reais.

'c1~ tabelas a :>eguir, as conclições clcsignaclas c;o1no favoráveis, médias ou desfavoráveis são cle(inidas
conforme 2.1.6 e baseadas e nl dados <ia publicação '"Procluclio1l anel Cosi Es1in1t11ing of Material Moverr•ent
"'·i1h F.arlhn1oving Equipment"". (Rc(cr~11 cia b ibliográfica nu 3.)

Os te1111)()S de posicion an1ento e es1>Cf3 do "n1otoscrapcr" rcícren'l-se às manobr<1s e ao ten1po gas10


para o acoplamento com o tratof "pushcr".

Os tempos do "n1otoscraper" co1n clois motores são 1ncnores porque, sendo autcx:arregáveis. 1>odem
-niciar o carregan1en to. ainda que não haja "pusher» à dis1:>0Sição.

Para condições médias a soma dos 1cmpos fixos para un1 "motoscrapef" de L1n1 mo1or con1 dois eixos
será: !t1 = 1empo de carga + 1cmpo de l)Osiciona1neo10 + tempo (-fe manobr.:ls e descarga • 0, 8 .._ 0,6 +
6 = 2,0 n1io.

Resta adicionar o ten1po de aceleração e eles.aceleração qLie d~pe11derá cio tilX> de 111áquina e rambém
da n1archa usada.

Tt..mpos fixos
O 'vtanual de Prcxluç.io Cate,pill:u..., (.l3A ecliç.iio) i11clica os seguintes tempos fixos para vários tra1ores "pusher"'.

Estimativa de produção dO$ equipamentos 159


T•bela 2.3
1"1odelo "pushcr" ·' Tenl1>0 de c arga (lnin) 1 Manobra.." e descarg;i (111in}
613 Autocarregávcl 0,9 0,7
62 1G 1 08R 0,5 0,7
62iC 1 06R 0,5 0,6
62 1G 1 09R 0,4 0,7
627C 1 09R 0,4 0,6
62 7G I PP A 111ocarrogA\'el Ô,9e 0,6
631G 1 D9R 0,6 0,7
63 1G l D 10R 0,5 0,7
Obs.1 "Tenipo de CJlf'S.l por pa.r.

Os tempos de carga diminuem com o emprego de ''pusher" com m aior llOtência.

Tabela 2.4 - Tempos de carga de "motoscraper-" (mi n) ( fonte: R:efcrência bibliográfica n• 3)


CoodiçÕe$ de
TrJlx.lho
1 "Mo!QS<'r;tper" <le
j 2 ..-ixos tum um motor, . com111\tOIQ$Cr.1 rier" de 2 mOfóref
lr~o nas 4 rodas
'"'Atolú$çra1.>er" ('(.Htl
elt!vador, si ...push~r"
• coin "pushcr" C om '"'pu$1Í~ - ;<;;;; "p"tif;tr --.
F(IV()rá \'l!iS ! 0,6 0,8 0,8

0,5
,\l\édias 0.8 0,7 1,3 1,0
Desfavoráveis 1,2 1, 1 1,8 1,5

Tabela 2.5 -Tempo de posicionarnento e espera (min)


1 NMotoscr<il)Cr"
Condicõcs de
Trabalho i'' "MOtOSC'n'l.l)(':r" de
2 eixos c orn u1n 1uotor,
conl ""puslltr"
NIY\otoscrapcr.. de 2 motores
' com tr<1<:5o n:tS 4 rodas
(om i)üshcr"'-- • SCn1 ifus.Jl<'r''
com elevador

Favorá\Cei s 0,4 o, 1 O, 1 o
,\Aédi<'aS 0,6 0.2 0,2 0. 1
~favorav~is 0,8 1,5 0,3 0,2

Ta~la 2.6 - Tempos de manobras e descarga (min)

Condições de
Tr;.tbalh<>
1 "Motoscrapcr" de
2 t i"ôS con1 um motor.
Í "Motoscrapcr"" de
2 motores eom tracão
"'t>.1oto$cr.ipcr"
1 com ele\•ador 1
Favorávei s
1 con' "put.hcr"
0,4
oas 4 rod.u
0,4
1
0,4 -
,_.\éc:ll:is 0,6 0,6 0,5
Oesf<'lvoráveis 1,) 1,0 0,6

Tabela 2.7 - Tempo de ace leração e desaceleração (n1i n)


Trator de pneus M in.ulO$
(íransm ... Po\\'Cr...,hif1")
• 2.i marc:;ha (0-16 kmfh) 0,4
'\• mitrch;i (0-40 kmfh) 0,7
Trator de pneos l ~e 24 ma1clus{l6 km/h) 1,0
(Transm. Mecâni ca) 3• e 4-l marchas {36 km/h) 1,S
s• 1uarcl..a (48 knv'h) 2,0

160 f\1anual Prc1!t1code Esca'la<;ao


Ca1Clll'1r a produção de um "motoscr.:ipcr" 631 , r1u1n trajeto co1n as caractt..>rísticas abaixo.
Dodos:
Características do solo
K = 50 kgit

"'· = 0,80
Ys = 1,3 t/m 3

Características do "motoscraper" 631


üpacidadc: 23,7 1'11)
Peso vf.lzio: 43,41 1
Tetnpos fixos: 2,0 1nin
Fator d e eíiciência: 0,75

Características do trajeto

Determinação elas velocidades


Tre cho ÃB- máquina carregacla P = 43,41+1,3 x 23, 7 = 74,22 t
:!:R.G - K . P - 1O . P . i = 74,22 CSO - 10. 3) = + 1.485 kg

V ..,; • 52 k1nl11 para a 7.l marcha

ou

5 0/1 O - 3 = + 2o/o

P1 ;; 74,22 t V~ = 52 km/h.

:!:R, 1 = 74,22 (50 - 10. 20) = - 11.133 kg (força ativa)

sancfo-se o diagrarna ele efeito retardador para:


p = 74.22 1

ir.o: - i = 50/1 O - 20 = - 1 So/o (declive efetivo)

Vil' = 21 k111/h para ~ 4c1 1narcha

Estimtitiva de p roduçao dos equipamentos 161


Pe.o To1al

,. 20 «> 60 60 eo roo
Ett~ Tr•tOf'
• 'º 30 150 200 300 lcg. 1000
43,4 1 74.21
( 11

.."'
70
60
..

n

so carr odo
30%-
60
40
/ ,..,.
20.. _

30
// / 1 5~-

•• '·\ 1! march o ~/ / ,.,,.__


'º,.
J.!1~85
1
f\2! m•,ch•
/
1

/
/ / /
/V //
/ / ........_
, •

,,
/

'º / / / / ..,._
• , '\ 3:: m-;chJ / / /

•• , ./ ./

" 3 '"7
/
4-;: m.trcl'I•
/ 1
s· m•,ch•
/

1
_,.._

.
.//
3 / &. march{ "'
// V/ ~ / /'!'\:: /l 7•mar~o
'.5 ~
// V
/ /
' i-
/f 1./
.

~485
1
••
/ // V v /

1 1
1-
/ / / ... 1 1
o 10 30
•• 60 80

Trecho dl. máquir1a '\•azia P = 4),11 l

~R.~ ~ 43,41 (50 + 10 . 20) 10 .853 kg (diagrama traçõo x vclocid• d c)

iflc + i • 50/10 1 20 • 25o/1.1 {..1clivc efetivo)

Trecho RA- m~quina vazia P = 43,41 t

!R .. -43,41150+ 10.31 3.473 kg !diagrama traçào x v~loc1dadc)

ih<' + i - 50/1O + 3 = + 8°~ <~•clive efetivo)

V.,~= 27 kn1/h parêl ê1 5" rT'lilfChil

Tempo de ciclo nlinimo


181" 0,06 60 " 0,06 60 • 0,06 _1;_8:;.;3;..•_0"',"'º~6
t • Yt +l:t =2.0+ -r- + +
- ' 52 21 9 27
O 10 20 30 40 50 10 70 80 90 100 l 10 120 130 kg x 1.000
•;l.41 1 74.22
•1
1 1
1 1 1 ..
• 1 ./
r1 .'
Va.iio

34.000\9 V /'.
25..,.

,, / __;.
C•rv•
.1
,.
1
1 /
l;

- -:
.... .::::_
-~
,.,

=~
>

-- v
.
. .....
1 Q>
1' > ./ , E-"
I•
2= marcha

1
1

1 -- 1
'·'
/
-,__ -.
..... ,....
J......-:
ll

1.... ,_ 3: Ma n:tl..
li
1
1
,_ f~ l/
- ·~
...
.
.

. "'"
,
'
~
4~ m.arehl li

s~ .;;.,cha - 1 -1

--·· - ...
'?' 1
. -;
~
1
·~ .# . ~
-:::.. .......~·· .
-·- ....
V

~
,-- -, e: r;,_•rcti.a 7: tMrcti• .
..
l ,. !
.
-

....
o 5 10
-
t 20 35 40 45 50 u

l cmh'\ = 3, 19 min

3, 19 .
1,.., -=4,25m1n
0,75

60 45
Q-23,7x0,60x - x "'268m 1 / h.
3, 19 60

\ cloc1d.id<' mN lia (no trajeto)

2 (l SJ +&O) ~ = 401\,4 ~ - 24,5 km/h.


1,19 min mul

183 + 60 ~ = 639, S m 38,4 km/h.


0,38 min m il'

lSJ + 6 0 a 300~ •Ili km/h.


0.81 min

Estimativa de produç:;o dos equipamentos 163


2.2.2.J - Ciclo do trator e mpurrador ("pushcr")
SabencJo.se (lltP a m;lioria das unidades C$CÁ\votransportadoras 1'K'Cessi1a do auxílio do trator "'pushcr"'
no momcnro do carregamento, é prccí~ sincronizar os ciclos respectivos.

Terl'tllOS, pois. que faze< a análise do ciclo <kl ..pusher" par.:l, ec11 seguicb. estudarmos a sincronização
com a opcroç.\o dos •motoscrapet<".

O ciçlo ck> ...,>usher"' pode ser decon1posto c1n movimentos elementares:

..
'0.·\. ,_ 2
-· -·-·-·~r-11
Tnll8'» do molOscteper

1 )roQnobra de •ptoeit'1M~.io
l -
J-~lO
""""'°
.f Empuxo fNI PM• oK.~~ do ..w=,.,,-
S- \'lanobr.J de ft'tOlnO • ~•

A somri tios 1crnpos elementares constitui o t<•1111Jo ele ciclo do "'pusher-v <tq,), q,1e pode assumir valores
d ivcrsol!o, coníor1ne as condições vigcntc;.'S.

Tabela 2.8 - Tempo de ciclo do "'pusher"'


Co~ Lt.1'«J"c•~ Coná1Çõn mHi.ti CondiçÕ6 ~i:avOr.htii

t.~nobf.li e conui10 0,6 0.8 1.2
1,2
.
C.1rcpm<eneo @ ernpt.ixo 0,6 0.8
0,2 0.4 1,0
~·do c. lc. lo
Tocai - 1.sm1n 2.0 min -J.5 min

2.2.2.4 - Oeter111i11ação do nún1crt> <lc "scra1>crs" empurrados por u1n "l)ll~hcr"


A condição ideal para a determ1naçc'io do nú1ncro tle "'motoscrapers" servidos por unl trator "pushcr" é
a de sinc-roni~mo. ntl qt•.ll 1liiO haverá CSJ){'(ª de nenhuma das máquinas {balanceamento).

Pilra esse cjlculo será necessário conhecer o tempo de ciclo mínimo do •motoscraper"' CE = 100°.4), isto
é~ admit~-sc qoe a operaç.io sej.l Ceita sem p.Jradas.

O número de unidades setVidas por um •pushcr"' será na condiçJo de sir.c:ronis.mo:

tempo de ciclo mfn1mo do "motoscra:pe( (E :: 100%)


N" de •motoscrapct" parii urn pus,htr"' -
lempo d<: <.itfo do ~,,us.her•
N= hr..t11 do "motoscrapcr"

''•
Ou.as hipóteses podem ocorrer:
a} N ~ nQ: inteiro ((:Ondiçiio d e sin<:ronis1no perfeito);

b) N = no fracionário.

Se arredondarmos o número fracionár io para menos, isto é, at'.lotarmos o número inteiro imediatJn1ente
inferior N, teremos N 1 < N . Neste caso haverá urn número de "motoscr.:ipers" menor do que o número
teó1·ico e a 1>l'Oclução será por ele$ clec.errnir)ada ou governada, e o "pusher" trabalhará co1n folga.

Ao contrário, se ado1armos N 1 > N, haverá espera por parte d os .. rnotoscrapers" e o "pushcl'"' vai govcr-
n(lr (l prodlrção.

A experiênc ia de c..11n1po indic.a ser p referível que os "1notoscrapers" não tenhart1 ten1po de espera, melho~
rando a 1>roduç.ão, isto é, as escavotrarlSpôr'tadoras devem governar a (>rô<lução (N 1< N) e o trator "pusher"
ttabalhará co1n algurna espera. Esse tempo oci-Oso pode ser aproveitado para a nlelhoria das condições da
área de corte, regularizando a pista, fazendo a pr'é ·escarificação quando o material é compacto etc.

"''º ca1npo há, aincla, a possibilidade de tentar..se a eliminação da CSf-:>er'a do "'pushef'' o u do "moloscraper"',
aun1en1.<1nt'.lo·se ou d inlinuindo·se as d is1:i1lcias percorriclas 1lO 1ranspor1e do corte ao ;i1erro, com o
conseqüe1ltc aun1cn10 ou di1ni1)uição do te1n1)0 de c iclo, buscando a m el hor condição de balJ1)cean1ento
das unidacles.

Entretanto, diversos f~tores J le.'.ltórios como o estJ.do de cíiciência nlec.5nica do equipamento, operador<..-s
mais J,abilidosos Ol• nlais lentos tornanl, em geral, difícil a sincronização perfeita durante toda a operação.
Conclui-se Qlle a Sl1pervisão eficiente da área de cone é u1n (ator i1r11X>rtan1e 110 incremento da produção .

Torna-se claro que o rendimcn10 do "'moto~craper" deVé ser admitido co1no E = 1000/o, pois, caso
co ntrário, se adotássemos E < 100º/o haveria sobra de " n1otoscrapcrs" nos c iclos c.n c1ue não existissem
paradas evitáveis.

Exernplo:

Delerminar o llÚ1nero de "motoscrapersN setvidos 1>0r u1n "pusl)e~, conhecendo-se tcp = 2,0 111in e lc,,nrn
do "motoscrapcr" = 8,0 min.

N ;;; S,O ;; 4 urlidades


2,0
ttabalt1ando se1n espera.

Se, lcmrn = 9,0 n1ín


N 1 = 4 l;>roc.:lução gover'nada f)Clos ''moloscrapers"

90
N = • = 4,5 unidades
2,0

N, • 5 Produção governada pelo "pushe('

Se usarmos N = 4 unidades ("motoscrapers"'), o "pusller" terá folga; conl N = 5 u1lidad es l1averá sobre·
carga do "pusher" e espera dos "motoscrapers".

Estimativa de ptodução dos equipamentos 165


2.2.2.5 - Otimização da produção dos "motoscrapers" e do "pusher"
Detern·1inados princípios permiten1 o au1nento da produtividade pelo mel hor aproveitamento dos c qui ·
pan1cntos disponíveis. Entre eles:

1) Fazer, sempre que possível, o carreganler1to do qmotoscraper" e m declive, aproveitando a assistê11cia


de rampa, que result;t tempos d e c.., rga reduzidos, com menor 1>ot~ncia despendida pe los 1no1orcs.

2) Evitar, no retorno, a utilização de trajetos com ran1pas ascenclentes m uito fortes, que conduzem a
velocidacles de trar1slação muito baixas. Às vezes, u1n camir1ho u1n l)Ol1Co 1r1ais longo é com1>ensa<fo
pela 1riaior velocidilcle obli<Ja em rarnpas rrtais sL1aves.

3) A boa co1lservação da 1>ista é outro íator que traz sensível ilL•mento na velocidade de cJeslocamento
ela rnáq1..Jin3, <tlém ele poupá-la de choques e im1>actos, que pode1n acelerar o dt:Sga$h: ou 1ne$n10
produzir quebras mecânicas.

Admite.se que se a resistência de rolamer'ttO ati ngir 1 50 kglt, ou n1ais, a locomoção d os "moloscrar>ers''
será seriamente afetada, chegando a inviabi lizar a sua utilização.

Note-se que a experiência de cam1Jo n1ostra, ben1 con10 a análise teórica feita a1'tteriormente, que o
estado das pistas é, talvez, o falor c1ue pode ser <lecisi vo no aumento 01.1 dim inu ição da produção
real, comparada com a estimativa feita analitica1nenre. A resistência ele rolamento de terret•o (Król),
como vimos. clepcndc em larga escala do afundamento que, por sua vez, varia con1 as condições de
compactação e regularidade das 1)is1as. A velocidade oblida no trecho será função, e1n últhna a ná-
l ise, das boas condições de rolamento das p istas, clesde qt.1e tenl1amos i constante. (Ver Tal-,ela 4.3.)

Por outro lado, estudos de eficiência mostraram que as perdas de ten1po en1 urn c iclo erarn clevidis a:

• fraca marlutcnção da área de corte 5o/o

• posic ionam ento ine ficie11tc 6,6°/o

• C<lrregamento n1uito dewnoraclo 16,6%

• emprego de • pusher" inadequado 5º/()

• estradas mal conservadas 41,6 º/ci

• n1ar1utc11çdo mc.'Cânica ineíicie1'1te 16,6º/o

• 1na11u1cnção deficie11tc na ál'ea ele a terro 8,4%

100%

Observa-se, portanlo, que as perdas de p rodução derivam em boa parte do es1:.do de conservação
das pistas.

4) O 1ra1or "pusher" deverá ser dimensionado para que a potência do 1notor sej a con1patível com os
esforços resistentes que vai e11frenlJr.

166 Manu.11 ?t<itic:o de Escavação


Ern prirr1cira aproxin1ação, adota-se a rc.:gra de que a potÇncia do ''J) USh cr" cfe,,e ser cfi1ne11sionacla
1>ela ca1:>acidade da caça1Tll)a cio "' rr101oscrap~r"', obedecenclo às relações if1clicadas na Tabela 2.9.

O uso di: tratores inaclec1uados resulta no ai.1ml;!nto inútil do te1n1>0 ele c;;arrt.-gamento devido à (alta
de potência.

A lén1 disso, recome-11c:la-se escoll1er o "pushet'' qoe apresentar a melhor condição mecânica, pois,
sendo a máquina básica nesta oper<\ção, suas paradas, caso n ão haja outr<> trato1· para substituí-la,
interlerirão de íorma negativa na produção, até a interrupção total.

Tabel<'I 2.9
Tr~tor
OBR
"'pvs hcr'' Potência (HP)
305
" !\1otosc r<'pcr"'
621C 1 15,96 m :J
-
C..ipacidadc coroada HP/ n1'>
20
09R 410 631C 1 23, 7 mJ 17
08R 305 627C i 1S,96 nll 20
09R 410 637C 1 23,7 m
3 17
011R 650 657C 1 33,6 m' ' lS
Ol>S.: O emp•tet,'O de tr;uores de enaior potêncJa redu1 o tempo de C.,Jf&J. podendo ser us:ida:s relaç~ HP/m3 supe1lores :is Indicadas.

5) O esforço tratot 1a.inbérr1é decisivo na cafga <:lo "scraper", conseguir1do·se o encl1ime11to 1an10 mais
rápido <1uanto n1aior o esforço tralot disponível.

Ad111ite-se1 corno tegra prática, ser necessário 1 kg ele esforço tracor 1>ara carregar 1 kg de terra.

1-\ssinl para o e nc hin1en10 de u n1a caçan1ba de 15 3 m.l (621 G), com 1nater ial Ys = 1,3 tfml ou sej a,
1 1 1

20 t, saria necessário o esíorço trator 1nirlimo de 20.000 kg.

6) A velocidade ele cncl1in1ento da caçimba decresce corno decorrer do tempo de c::irregan1ento, ern
r<:1zão elas maiores resisté!ncias oferecidas à c111rada da 1crra pela que já cst::i na caçamba. Represen-
tando esse íato graficamente teri<:1n1os:

'º°"
90%

0.1 0.2 o.a 0.4 o.s o.eo.10.eo.91.0 1.5

Isto significa que após 0 60 min a maior parte da caçamba (90°4) estará cheia e, prolo11gando-se o tempo
1

de carga, o aumento obtido será muito pequeno. Par.;a a carga total ( 1OOºk) seriam necessários 1,5 min.

Entret.:tnto, ~1 duplicação do tempo de atrregamento sigoific.a, .:tpen~ s. o .:ti.1rr1ento ele 1Oºk ou menos, no
\ Olun1e de leira 11a caç,amba. ~preferível não co1n1>letar o carreg<i:n1ento tot..11 cio "'scraper", eco1101ni-

Estimativa de produção dos equipamentos 167


zando apreciável parcela d e ten1po em cada ciclo que_, repet-ido centenas de vez:es nt1m tt1rno de traba·
lho, significará se11sível aun1ento d e pro<luç.ilo e, portanto, dirninuição de custos.
Exemplo:

Um " nlotoscrapc1"' 62 1 G carregado com auxílio do "pushcr" necessita de 0,6 rnin para completar 90%
d.a capacidade 1náxin1a da caçan1ba. Para COflSegu ir-se a carga ple11a de 100º/o, o tempo d e carga au-
menta para 0,9 1ni1l.

Verificar qual a produção do equi1la1l1e11to nos dois casos.

Dados:
Pes.o total 54 t
Peso \'azio 32 t
ca,.,acidade 15,96 m3

Fator de convers.ão de volumes 0,80


Fator d e eficiência 0.75
Coeficier11e de rolaolerltO 70 kg/1
Pista sern declividade ()<'!.,

Distâ11cia de transporte 200 ni

Transporte carregado l:R = 54 X 70 = 3.780 kg

Do d iagrarna tração x velociclade obtém-se V = 23 km/h

l 'rans1>0rte vazio l:R = 32 x 70 = 34 km/h

O, 200 X 0,06 20() X 0,()6_ ,


l 0 caso t(:niín = ,.., + + -1,4 7 m1n
23 34

200 X 0,06 200 X 0 .06


2"casotcmin =0,9+ + = 1,771ní11
23 34

Produção 1° caso Q = 15,96 x:0,9 x0,8 x 60 x 0,75 '" lS l rn'th


1,47

Produç.ão ~ caso Q: 15,96 X 0,8 X 6() X 0,75 : JlS m '/h


1,77

No tut110 de 8 h 11a lª hipótese produz-se 26 m 3Jh x 81'1 208 m 3/dia, o ql1e eql1ivaleria a n1ais 36 n1in de
operação por turno.

Assinl, conclui-se <1ue 11ão é interessanle l'rolongar o tempo de carga para co1lseguir-se 1.nn peql1eno aumen-
to de 'volume, de 1nancira que esse tempo fixo de carreg<unento eleve ser, na medida do possível, respeitado.
Pode-se determinar graficarn ente o ponto de cnct1i1ne1llO da caça1nba ciue dará maior produtividacle ao
conjunto "'scraper" e "'pusher". (í-onte: folheto "Optinlun1 Load lime" - Cate11>il lar Tractor Co.)

168 Manual Pr~tico de EsCilvaçao


Capacidado do
"scraper"' lm*)
T
Curva de c<ftr91t

A e o O F B Tempo de carga
(Tempo de ciclo· Tempo de carga}
Figura 2. 19 - O tinliuç.io de tempo de carga

AT - tangente à curva de carga

OA = tempo de ciclo - tempo de carga = All - OB

OB = tempo de carga

AB = tc1npo de ciclo = Te

TB = carga c1n 1nl de umJ viagem do "'motos<:raper" = V


TB
= = tgn =
carga e1n nll /viagcm
_ -
e ;;;;i: Q;; produção
AB tempc> de c iclo/viagem T,

Como AT é tangente à curva de carga, qualquer outra reta tirada de A será secarite à referida ç1,,1rva,
TB
conduzindo ;i un1 v;ilor n1enor de tg a.. 1ogo a maior declividade corresponderá a - = lg Ct = Q, 0 1.1
AR
seja. à 1naior produção d.-i equipe, pt1r;i 3 carga V da caçamba.

Pode.se u1il izar o mesmo raciocínio para se (fetermir1ar o tenlpO de carreg.-in1ento que dá a n1elhor
produtiv idade.

OC : 1empo de ciclo do "pushcr"- tempo ele carga = CD - 00

CP = lttngente à curv:t cJe carg.i

PO = capacidade da cac;arnba quf' dá 1naior produção

00 • t~mpo de c.afga 1nais favorável pal'a o "pusher"

O tempo de carga ( õf) que conduzirá à maior prodL1ção estará enl re OD e OB, conduzi1"1do a n1enores
custos.
O número N de "scrapers" servidos 1:x>r um " 1>ush cr" será

AF rcn11:>0 de ciclo do •scra1:>er"


N=~­
CD temJX> de ciclo do "1>uSllel'"

Estimativa de produçiio dos equipanler'ltos 169


Para a o ti mização ela produção, cfevc·M.' >Jbcr se os ... scrapcrs-"' ou o "pu ~ her" guvernarào a produçdo. S4.
houver sobra ele "'scrapers"'. com sobrccarg~1 ixtr\l o ... pusher". o tc..'mpo de carg" poderá se... dir1l1nuíclo
para oo. lm CilSO contrário. com sobra ck: tt.'1111JO para <> -pusflêf""· o tc-mpo ck- carga poderá ser õi.

Os valores escoll1idos entre oo e oo condu1ir.SO a tempos de espc..~a mínimo~ p.1ra os •scraper" e par.
o ...pushcr"".

2 .2 .2 .6 - Te111pos e le m entares l)a ra o conjunto trator de es teiras t.'Onl "scraper N


O conj unto 1r.1lf1r de esteiras com "sCrJJ>Cr" ter.i sua produção Cc1lc11l.uJa ele íor1na scn1c lhantc à do
"n1oloscr~ll'.>ür". Apcr•<.lS os letnpos fixos scrllo modificados:

tempo ele carga sem "pusher": 1.1 rnirl

lémpo de"ª'&ª com ..pusher"': 0.6 m in

tempo de ck~ clrg.:11 e manobra:


tempo de •<eleração e desdceler•ç.lo: 0.2 min (trans.m1sslo mecânica)

tempo de ª"clcrca(JO e desacelerac;5o: O.O min {transmlss-'o .. Powcr·Sl1ift")

Logo. 1e 1en10 ..:


s~n r "'1')u,hcr": t t, ~ 2,3 min
com "pu,hrr"': llt =' 1,8 m in.

2 .2.2.7 - Fator de redução d e velocidade


fá vimos que .lc; v01ri01çõcs de velocidade, c~rvadas nos equipamentos, implicam o aparecj~nto M
fo,ças inerciJi\ resistentes - no e-aso de incremento de velocidade (oKCl~ ..lÇ~' ou fOt"ças ativas - nd
hipótese de reduç.,o da velocidade (frc•tdgt:m).

t-.o item 2.2.2. l, alfavés de un1a al"1Jli"A.· do~ '<-'gn1entos do trajeto percorrido p.elo "motoscraper"'. VC'ri
fica·sc que« n1<~qui11a poderá ter ou n:io vf"lc:.i<.i<J.1cfc inicial no corncço de cada segn1ento; alérn d isso,
na i)d)s.1gen1 ti<.· lirTI trtx:t10 a outro, IX>Cl<}r á llaver m ucla11ça ele n1arcl1a., c.001 aumPnro ou d i1ni11ulç:io cl.i
velaçicl.1clc c;fclc1n1inada pelo cliagrama 1r.1ç .io x velocid ade. Esla seria ..:a velocidade m áxim a teórica
possível n ac1l1~l l' .,t:g1nento.

EntrclJnto. dois fatores influenciam o alc.1ncc dessa velocidade teórica; a velocidade inicial que u
máqu1n..1 possui r\O começo do trecho e. tJn1bl-m. o comprimento total <lesse trecho.

~ fácil im._gin.1r qt1c o equipamento, pan1ndo do repouso até Jtingir a vcl0<.idade de regime (teórica)
tem de se ac~ler.ir, surgindo as resitttênc;ias de inércia, vencid3S atr<'.'lvés da utilização do esforço 1ra.1or
íonlccido pela~ marchas adequadas. 1'ol.J. ~(·que vJo sendo sucessiv.Jm enle vtil i.1.1d<1s as que produ~<:m
esíorç~ tra1orcs menores e, CO•l Secflie 1, lí'-r11c-11tc, maiores velocidades.

Have rS, Jo;c:i n1, lllll lc rnpo ele acclc l'ação qt1c ir,i cle1:>e11dcr. cvidcntcn1cnlc. da velocidade i11ic iJI.

~ ncct.."):tdrio considerar que.. se o segmen10 .1 "wí'r 1:wrcorl'ido poçsl1ir ( om('.'lrlmento m1.1ito re<ll1..z1cfo, 1"1,10
have.-.1 tc1n1x.> :.u{ic.;icr1te para acelerar a máquín:. até atingir a velocictadc de regime. À medid.;i que os
comprimentcx aumc-n1an1, a sua influência ~obre " velocidade a ser Jtir1gJd""1 cvidcnremente diminui.
Podc·sc, Ct)tâC>, adn1itir urn fator de rcduçiío da velocidade 1ná. xi1na~ rcduzindo ·a a média no trecho
<1ue irá depender d a veloc idade ir1icial e do compri1nento.

Veloc idade média no tl'ccho = vclociclade 1náxima x fator de rcduçtio da velocidade.

Esse íator dcpcndcl'á, tal'nbém, da relação peso/potência da máqt1ina, já q11é as resistências inerciais
dependem d iretamente do peso total do equip.1n1en10 .

A relação peso/potência é definida Jlel.a express5o:

( -
Peso total do equipamento
------~~----
Potência no '.rola11tc

A tabcl;i a seguir indic..'l os Íiltorcs ele rcduç.10 dtl vclocidi'dc, levJnclo c1n COl'•la ..,s corlsidcraçõcs c ilddas.

T:ibcl:i 2.1 O - FillOr de Redução di'ti velocidade máxima à w loêid.adc média


Comprimento do Trecho cm nÍ\-el 1 Unidade em n10..,imen(o, entrando no treclw
ttec;ho (n1) (i = 0 %)
Velocid:ide inicial ;; O
~

cm nível (i a: 0%)
-
cm declive em ac.liv(!
-
r S 136 kg/HP
0 - 60 0,)4 - 0,4) 0,65 - 0.68 0,68 - 0,72 0,60-0,65
61 - 120 0;45 - 0.53 0,72 - 0,76 0,76 - 0,18 0,67 - 0,72
121 - 180 0,53 - 0.60 0.78 - 0,82 0,82 - 0,86 0,72 - 0,78
181-lOO 0;60 - 0,67 0.84 - 0,86 0,86 - 0,88 0,80 - 0,84
301 - 460 0,67 - 0,75 0.69 - 0,91 0,91 - 0,93 ! 0,86 - 0,89
461 - 6 10 0,75 - 0,80 0,91 - 0,93 0,93 - 0.95 0,89 - 0,91
611-760 o.a.o - o.as 0.93 -0,95 0,95-0.98 0,91 - 0,93
761 - 1.070 0,85 - 0,90 0.95 - 0,97 1,00 0.9:J - 0,9.)
1.071 - >1 .071 0,90 - 0.95 1,00 1,00 0,95
136 kt!ll•IP S r S 172 k)Vl'IP
0- 60 0.32 - 0,36 0,58 - 0,60 0,65 - 0,63 0,56 0,58
61 - 120 0,36 - 0,46 0.63 - 0,65 1 0,65 - 0,68 0.60 - 0.63
121 180 0,46 0,5 1 0.65 0,67 0,67 - 0.69 0,63 - 0,65
181 - :JOO 0,.51 - 0,5& 0,68 - 0,71 0,71 - 0,75 0.65 - 0,68
301 - 460 0,56 - 0,64 0,71 -0,74 0,76 - 0,80 0,69 -0,7 1
461 - 6 10 0,64 - 0,68 0.74 - 0.78 0,76 - 0.82 0,71 0,74
611 - 760 0,66- 0,i2 0.78 - 0,84 1 0,84 - 0. 87 0,74 - 0, 78
761 - 1 .0 70 0,72 - 0,76 0,84 - 0,87 0,87 -0.92 0,76 - 0,64
. 1.071 - > 1.071 0,76 - 0,&6 0.87 - 0,92 0,92 - 0,95 0,84 - 0,87

E."<emplo:

Pelo processo esLudado anLc:riorme1lh?, deu:rn'1ioou-se <1ue nl.im segmento de 200 m de extensão, en1
d:Clive, a velocidade máxima tirada e-lo diagrama tração x velocidllde é de vn,J11: = 22 kmth. Sabendo.se
que o peso total do "'motosc.ra1>er" é de P = 36 te a sua potência no volante •" ~= 250 HI), detetmioal' a
elocidade média e o respectivo 1e1ni:>o ele pel'Cul'So.

Estimativa de produção dos equipamentos 171


A urucl.a<lc cst'1 cm movimento ao entrar no trecho.

r r
36 ·000 ~ =144 kg /HP
250 HP

Da i.bcla, para l = 200 m. em acli'"'· o fator de redução ~ de 0.65 • 0,68. Adolando-se 0.65,

vn, 0,65 x 22 = 14 krnlh


e o tcmr>o cl<" pcrc1.1rso será:

c;;om velocidade máxima: ZOO x


22
º·º6 z O. 55 min

cnm velocidJde média: 200 x 0,06 - 0,86 min


14

O bs.: OutrJ fornla dê considerar as acelerações e desacelerações na ~1i1nativa de tempo de ciclo


mínimo S<'ria l'dicionar, aos ten1pos fixos, o 1er11po g;asto nessas op('r.lÇÕM, 1l1cdiante o emprego dos
valore< j~ Indicados. (Ver 2.2.2.2, labelo 2.7.)

Verifica-se c1veos resvltados obtidos ~los doi4l processos ele cálculo se aproxi1n..i1n, co11forme o estuOO ;;a ~uir.

Tomando-se os valores máximos da vclocldadt" em cada trecho. ealculJtlos no cxcn1plo anterior cle-
produçdo <lo "'mo1oscraper"' 63 1 e. e apll<:<1ndo-se os coeficientes de rcdu(dO indicados na Tabela
2.10, teríamos"-.$ seguintes velocidctd~ mé<f;_., 1lOS trochos:

Trecho i\!:. P 74,22 1 (máquina carTeg.1d•l

450 1IP

r•
74 22

450
º • 1 65 kg /f IP
Fator de r~lucr:io - declive x vMb - vm

l 1 •183m

v,,~o 0,71 X v_;; • 0,71 X 52: 37 km/h

r • 165 kg/HP

Q,6 J X V;!. • 0,63 X 21 = 13 km/h

R • 165 kglHP
Trecho ÇA
.... ,, = 43,41 1 (máquina vazia)

N0 = 4 50 HP

43.4 10
r= =96 kg / MP
450

Fat'ot de redução - aclive x v,~""- = v,n

0,65 X VÕi = 0,65 X 9 = 6 km/h

r= 96 kgll

L1 • 183 m

0,60 x vBÃ - 0 ,8 x 27 • 22 km/h

R = 96 kgli

Tempos variáveis
.,. 183x0,06 60x0,06 60x0,06 183x0,06
L.l :=; + +--~-+
V J7 'l J 6 22
l:1, = 0,30 + 0. 28 + 0,60 + 0,50 = 1,68 m in

Tempo de c ic lo nlfnirno - com vclocidaclcs n1édias corrigidas

tcmrn li!! l:"tf + 1tv =2,0 + 1,68 =3,68 m in


O tem1>0 de ciclo 1nínin10 ca lculado no exem1>IO á f1 terior, coo1 as velocidades n1áximas, era ele J, 19
minutos. Adicior1ando-se o tem1:>0 fixo de aceleração e desaceleração 0,4 min, tirado da Tabela 2.7,
para equipamento com trar1srn issão ''Power-Sl1ií1.. 211 nlatd"la, ternos:

tc:mín = 3, 19 + 0,4 = 3,59 min

e os do is valores são 1n uito pr6xin1os.

Pode-se resu1nir os cálculos fei tos no exercício antetior 1nediante o emprego da Tabela abaixo.

T..ec:ho OistSncitl ! ...... ~


(k><)
Vel. ~i;lrinta
(ltm/h)
F'-'tor dt Vt'IC:W::itL'.\dC
média (1.:111/ h )
T~1n1w:> d e
pcrc:urso (n1in)
(m) (%) correção
....-
A8
BC
f-
183
60
- - '3
- 20
.. 1.485
- 11. 133
·-· 5 2
21
0,71
0, ó3
37
13
.
0.30
0.28
'

CB 60 + 20 + 10.853 9 0, 65 6 0,60
8A 183 +3 .. 3.473 27 0,80 22 0.50
Tempos vJriávcis l:'v = 1,66 n1ln

Estimativa d e pro d uçiio dos equipamentos 173


2.2.3 - Unidades escavocarregadoras
2.2.3.1 - Cêlrrcgadciras de esteiras e pneus
O c iclo de uma carregadeira, c1uer seja ele esteiras, quer de 1)neus, pode ser c!eco1nposto nos seguintes
movime ntos e lementares, q uando trat>a lhando na carga de um veíClrlo transportatior.

d, 3 1 • A venço ot6 o corte

--.......--•
7

+----1
2 ·Carga de caçamba
3 ·Retorno earre-gado
4 · Manobra
5 · A vanço até o vcfc:vlo
6 · Descarga
7 ·Retorno vazio
8 · Manobre

Figura 2.20 - Ciclo de oper<tção d<'ls carrc~d eiras

Nesses 1novi menlos elementares há tempos variáveis, que clependem cliretan1e11te ela distâ11ci;i J:>ercorri·
da., e tempos ditos fixos, que permanecem mais ou menos constantes no decorrer de muitos ciclos.

Carregadeira de esteiras
O tempo de ciclo da carregadeira de esteiras i nclui: carga, manobra, descarga, bem como o temr>0 de
transporte 1n ínin10 clcíi nido pelas d i :.tânc i a ~ d 1 e d1 , percorridas c1n d ireção ao taluclc e ao veículo de
transporte. respe<::livan1e11te.

Os três primei ros são considerados tempos fixos.

Tempo de carga
O te mJ)ô de carga da Cá Ç<1rnba clepende do 1naterial a ser escavado:

1\gregado s de gra nulometria uf1iíorn1e 0.03 -0,05 n1i11


Agregados misturados e úrn idos 0,04 -0,06 mi11

Argila úmida 0,05·07 min


Terra, matacões, raízes 0,05·0,20 min
Materiais concrecionados O, 10-0,20 min

Tc?mpo <fe manobras


Inclu i o tempo básico de transpotte (ida e retorno) detetminado pelas distâncias d 1 e d 2 , corresponden·
tes ao espaço míni n10 percorrido para o operador colocar o equ ipan1ento na posição d e corte ou de
descarga, além de quatro mudanças ele direção e o tem1::>0 de g iro. Para um operador eíiciente a soma
desses ternpos atinge 0,22 mi11utos.

Ten1po de tra11s1>orte
~ o ten1po gaito no movimento da n1áquina para <lproximar-se <i O local de carga ê <iO veíCl.JIO de
transporte, be1n com o os tempos de retorno .

174 ~~anual PrAti.Co de EscéWáÇao


O tcrnr><> IJ<isico de lr-'lnsporte pode ser estimado admitindo-se que as dis1d11ci ..1.. n1ínimas a J)t-rcorre1
sejam d - d, 3 me as veloctdades de ida e retorno se1am respec11vamQ-nte

V,- 5 km/h e V,= 8 km/h

tempo de ida: 2 x 3 xo,o~•0,07


'>
3 x o/ or,
tcrnpo ele retorno: 2 )( • (),()5
8
l:1, - O, 12 n'lin

Subtraindo <PP(~ valor do tempo d<' manobras (0.22 min). rest.lri.a O. l mln para as quatro n1 ud~11ça~
de dirc."Ç.JO e tempo de giro. Tempo de manol>ras O, l O + O, 12 = 0,22 '""'·

Tempo de descarga
O tempo de descarga da caçamba cm c:iminhõc< oscil.t1 entre 0,04 <' 0,07 min. Pode oc:orrer. <linda, um
ternpo ele espe:f~t da carregadeira., enquanto aguard,a a manobra de po~icion..tnM;?nto da unidade <lc
transporte. Esse tempo de posiciona1l1cn10 é lk1)tdnte variável i~ qL1C d<'pende em grancle parte das
c ond1çoc,.. vigente~ no local ele carga; hnvcndo boa coordenaçao entre ,1s unicfJdcs, poderá ser esthna-
do ein O, 1 1nin .
O tCt)lpo ele ciclo lolal 1)ara a c~rreg.1clel r,1 dtr tt:.lcil'as, na cargd de can'linhõcs com terra, será:

Carga de argila úmida: 0.06


Tc.-rnpo de 1nd1d.>ras: 0,22
Descarga: o.os
ll"lllpo de ciclo básico: 0.33 min

A esse 1c1npo poclcroJ se< adicio11ado, se hovver, o de posicionamento ele O, 1 n'lin. obtendo-se o valor
total de 0, 111 min.

Carrcgadciras de este iras


, .\<\ntlt'ln Potência Cai.p.tc . Coro.td:t Carga de Tomba mtnlo
m'
j •n ç ""'
52
llP
70 11
(O
5.8)
•39 e 67 •o 1 1.1 s b.61
9Sl C
•6J e
97l e
90
119
IS7
111
160
210
1,75
2.30
2.80
- ....p..!_l.56
9.9J

19,77

M odelo -
Carregadeir;t41 d l'.' 1)n e us
-----
f'QJ~ncia
kw
Côlp..'\c:. Co t oada Cdr1td df.' Tombai1lenlo

~ •c·•~'----------1
,-
HI' ml (1)
924 G 96 129 l.7 a2.I
938 e 11 ~·~·'~2'-----------1
950G li
119
136
1''º
18)
2.J a l,O
2.7 a 3,S t 0,61
962 G li 1 152 70• 29a38 ·~ 77 - - - - -

Estimativa de produç.')o dos equipamentos 175


O tempo ele c iclo básico das carr<.->gadeira.s <le 1>n~l1~ articuladas é de 0,45 a 0,60 minutos. devendo s.cr
corrigido, a partir de variações provc•licn1es d.J~ condições teais de tl'abalho, d<' ~cordo com os scguin·
t~ vdlor~:

1'-"-<1lC'rloll)!

Misturados (várias granulomctrias) + 0,02


Até 3 mm ( 11$) + 0,02

Oc 3 n'l1n ( 1/ 8 11) a 20 m m (Jf./') - 0,02


DP 20 n u11 (3/,;) a 150 1n1n (6") o
De 150 n1m (6'") e n1 d ia11tc + 0,03 ou mais
No corte ou fragmen1aclô + 0,04 ou mais

1'1\aterãais empilhados
De 3 m (10') de al1ura ou mais o
De 3 1n (10') de allura ou rnef\OS + 0,01
Dei.carregada por cam inhão + 0,02

Oi versos
M~n•o fll'Op(ictário das c.arreg~deitas e c._1mínhõcs
c~1nir1llÕ(.-, de terceiros atC t0,04

Opcraçlo contínua até -0,04


()pe<açlo des<:ontínua até +0,04
Dcsc.lrga etn QÇamba reduzida alé • 0,04
Ocrttilrg() c1n eql1ipame nto fr.ágil a1é; 0,05

O tcm1>0 n16clio de ciclo de carga das c.irr<"gJdciras CAT será:

f\.\udt'IO Tc;rnpo de Ciclo Médio ,,


914G-962C 0,45 - 0,50 min
96(,G 980G O, !t-0- 0.55 mtn
988C - 9'JO 0,55 - 0.60 min
992G 9'1•0 0,60 - 0.70 rrin

Esses 1e1npos nlédios deverão s.e:..- corrigidos pelos fa1ores das tabclt:1s .1p1C)C•11adas an1eriormen1e. de
acordo com as condições IOCõlis.

f?' tor de ca rga da caçarnba


Está l igado;\ nJtt.1reza cio m aterial a ser carrcg.riclo, levando-se e n1 conta o voltunc de vazios existente:,
entre os ir.lgn1~ntoc; cio material e que cfcf)('"nclf'rá ela sua granulomctria. Além d isso, a força de dcsagrc.._
gaçJo e a prf"(f'MÇól de dcr1tcs na borda da ca(..1mb.:1 sdo fatores que JÍCl\lm il carga.

17 6 Manual Prbt<O de E.scavaçoo


Tabela 2.1 t
Fator de car~ da caçamb<l f
Agt<"g.ldo.; úmldos m lsturada5 0,95 - 1, 10
Ag,,cgados uniformes au~ 3 mm (1/ 1,") o,gs- 1.1 0
3 mm (1/ . i até9 mm (l/,.'") 0,90- 1,10
12 mm ( 1/.,, .:i1ê20mm (1 /4•) 0,90 -1 , 10
24 mm (1'') ou acima 0,90 - 1,10
Rocha iral!lt\i?ntada
Bem Ír;.}gn)('r\lad;i - 0,80 - 0,95
Regularmente fragmentada 0, 75 - 0,90
Pouco frau11,ent.)d tl 0,60 - 0,75
Outros
M istura de terfa e peclras 1,00 - 1,20
Argila úmicb 1,00 - 1,20
Terra, mat.;içó<:s e raizcs 0,80 - 1,00
1"1ah'lt'i..'ll COf1crC'(;ionaclo 0,35 - 1,00

Figur:. 2.21 -C1rregadeira de pneus na operação de carga

O volun1e solto do material conticlo na caçamba será obtido multiplican<lo·se a sua car>acidadc pelo
fator de carga .

Quando as carregadeiras petcorreren1 distâncias n1aiores do que as fi xadas no tco11>0 de ciclo b~sico,
haverá necessidade d~ sere1n re<::al<;ulados os tempos variáveis, usando-se os gráficos fomeciclos J)elos
fabricantes nos manuais de produção e somando-os ao ccn1po básico.

Até J distfinçia de 1O m, aproxi1nadatnentc, os ten1pos de percurso para (IS carregadeiras de p1\Cus são
próxitnos aos gastos pel<Js de esteiras. A parlir dessa dislância, dada J maio r velocidade d(1S unidades de
pneus1 será 11ecessjfia a consulta aos gráficos específicos de cada 1i1:>0 de cqui1xin1ento, semelht1ntes aos
ela Figura 2.22.

Est imat iva de p rod ução dos equipam entos 177


~ m•n
1.0
",•
u
E 0.8
E

ª..,..,
u

0.6 ..,... (., --
..;o.t\'-•

3.
o~
E
0,4

º·'
-- --
-- -- ------
- -
T. - -
- --~ ª"ª"'•
- - - - 3•\t f&
.
!!!
10 20 30 40 50 60 fm}
Pe rcu rso n u m sentido

Figur~ 2.22 - Tempo de percurso pó)ra ~~rrtg.-d~in de a;letrólS

Determinado o IHnpo de ciclo bási<:O par.l cad..l equipamento, é fácil o c-'lctrlo da estimativa de produ·
Ç<io, desde que se conheça a capacidade da caç.>mba.

Desde que .'I c~1ç.11·11l>a seja dotada de un1:1 C'l•.11la c;oldacla de nominadil ,,~ ra ..t crra~ 1xw:fc.se admitir a
utili.c:.JçJ<> eia ca,,acidacle coroacla 1>ara os c~lclJlos de produçJo.

Convém notar, entretanto, que na 111n111.1 <~irregadcira podem ser adol.1c~1s caçambas de capac 1 dJ~
diferentes. dependendo da mac;sa específica solta (y\) do materi.al que vai ~r carregado. O que li1nita a
capacitbdc da caçamba é a carga m.iximd de operação, admitida pelo fabricanre. para o !i4..>u peso
próprio ~,,,.,,to ao da c.arga.

Tratando ~ clC' carga excêntrica, ternos un1 1nom<.•f'llO de tombamento que ~"j equilibrado pelo peso pr6·
prio da Ctlrrcg.._1rl<•ir;:1, CSl:>ec"ialmente 1:.elo motor que se coloca atrás ck> eixo lril"Piro, SCl'Vindo de <XH"lttapeso.

A carg3 1llSxu1·1\) r1a caçarn l)a é limitada a liO(ltc, d;:"t cond ição·lin1ite de <=<1uiln>1 io estático, o u seja, odn"li ·
te-se o <0t·f1< 1cntc de segurança igua l a 2, para o tombamento.

Oividindo·~t· ti car1ta máxima admisSÍ\tt•I IK'lo y, do material QllC' v.11 wr trabal hado, dctermina-<e a
c.apaciciaclc- id~.<\I da caçamba para ª' condições vigentes.
178 Mdnu.ll PfAtlCO de Escav~o
c.arga máxin1a aclmissível na çaça1nba
Volun1e cl\l caç.arnba =
n1assa específica solta cio mater ial (y4 )

Corno os materiêlis ê1 seren1 trêlbalhacfc>s con1can-egacleiras têm rnassas especfíicas diíerentes. poclem ser
usadas caçan1bas com voll1n1es d iversos n;i mesma m áquina. Os rnateria is n1ais pesados deve111 ser
carregaclos co111 caçan1bas de n1enor vo lunie, para não uhra1>assar a carga n1áxima de levantamento da
lanÇ<'l, o que pode.ria levar ao 1ombarnen10 dt) equipan1ento.

Co11sultando-se os manl•t1is, pode-se conl,ecer a c.a rga 111áxima de operaçiío cecon1end3da pelo f;ibri-
c~nlc e clctern1i11ar-se ;i cap.oic id(l;de da caçamba adequacla ao tipo de material usacfo.

C-1,:icid.:'ltk- m~xim:i 01)er.'lcion3J


(kg) 1
Carrcg3cleir;i 933 C 1770
CJrregJdeirJ 953 C 33·10
Carregadeira 973 C 6750

A carregadeira 953C operando com caçamba de 1,75 01 1 só pode carregar 111atecial co1n a massa
êSpecííica máxi1na de 1, 9 t/1nl para não ultrapaSS<1.r o memento de tombamc1,to. A tabcl;;i 2 .1 2 inclica as
massas espe<:íficas de d i fer~'tcs 1na1efia is.

Tabela 2.1 2 - Densidades Típicas de Materiais


kgl1n)
- kglm> ..

Basalto 1960 CeS'\4)

6at1xita, Cauliln 1420 l>ri1ado 1810


--~ila es1nagJ:do 1600
".Mn.:td:t nJtu1.1f 1660 Calc.irio
$(1(;(1 1 480 bfit;ido 1540
límlda 1660 csmag;;ido 1540
fl.'1ls.tu'a ele atgila e c ascalho Areia
seca 1420 Sf'Cil, sr1h .l 1420
ú1nicla 1540 úcni<l.3 1690
Roct-. a dOCOlllp<>S.tJ molhada 1840
75°1,,. (()(;h.(l, 25º4 1erra 1960 Mistur:1 t'l.c areia '1 <irgila
50º/o rocha, 50% letra 1720 soha 1600
25% rocha, 7S<Yo tcn;i 1570 Mlstura de ateia e cascalho
Tcrr;.' 1720
SiCC<'I, Gomp.._i.<:.1.Jda 1510
"""'
ú1nida 2020
úmido, <:$Colvad a 1600 A renito 1510
Cranito 1 Xisto 1250
britado 1660 Lava
Cascalho britad a 1750
p ltrvn 1930 Pedra
~co 15 10 esm<igad..i 1600
seco, 6-50 mm (0,2-21 1690 C'lvJoot de Ma<lelra 400

'
úmido, 6-50 nun (Ô,2·2u} 2020 1
Estimat iva de produção dos equipamentos 179
A estimativa ele 1lt0<luçJo será íeitd attavés tia f6tmula ge1al de produção

f - fator de carga da caçamba

e = c;ap•C•d•dc da caçamba
cp = fator de cor1vetsão de volun1es
i., = tcm1>0 de ciclo b~sico
E =fator de eflclPndn
e~emplos:

1) Determinar a produção provável de Um.') c.-irrcg.xleira de esteiras, CUJd u1>acidadc da caçamba ~ 1 'r"
,.rdas cúbica> (1,33 m'l, cujo rempo de ciclo básico é de 0,43 min. O "'3terial a ser carregado é
terra úmid.1.

"'• - 0,80

E • 50/60

~ta a terra úmida o (ator de catga ~roi ( • 1,00.

60 50
Q • 1, 33x1,00x 0,80x - x - z 124 m'th
0,43 60

Se o tempo de poskionamento de O, I m111 fos!JC ehm1nado pela boa coo•dl-naçAo entre as unidJdes, .1
produção seria de 1 61 m1Jh para o lcn1po de ciclo básico de 0.33 min.

Por esse exemplo pode-se av.,liar ;i im1>0rt!incia da eliminação de pequenos tc1t1pos de es·pera par.'.'! ..l
r11ell101 ia sul:>stancial da produ ção.

2) Oetennintir \\ produção de carrt.'gadcira de Jl•'l eus de 3 jarclas cúbicas, com distância de 60 m no


tra,nsporte, ~m 1ª marcha à fre nte e à ré. O tcn1po de cicJo básico<: de O,SO min, o mater-ial de carg.a,
rocha bem ír.alura.da (0 > 6•), cmpilhad;i, com ~1ltura de 2 m. A (rota de veículos é de terceiros.

E 50!60

Das 1~i,.,1as obtemos:

f;ttor de carga da caça111b.J. rOClla bem fraturada ( . 0,80

malc,ia l c1n p illla nle11c:n ._10 c1uo 3 nl + 0,01 m i r1


frota ele terceiros + 0,04 rnir1
r11atcrial > 0 6" ou 15 cm .. 0,03

tempo de ciclo básico 0,50


Do gráfico de tempo de percurso:

1en1~)() de percurso para. 60 n1 (ida) 1• marcha 0,55 min

1en1po de 1>ercurso para 60 m (retorno) 1,. marcl1a 0.45 rnin

Tempo de ciclo total = 0,50 + 0,08 + 0,55 + 0,45 = 1,58 min

Q = 3 x 0,76 x0,80 x - 60 x 50
- a; 58 m 3/h
1.58 60

2.2.3.2 - Escavadeíras
O c iclo de u1na esc.1vadeira co1npreende vários movin1entos elementares:

• carga da caçamba O,l

• giro carregado (l)

• descarga (t,)

• giro vozio (t,,}

Assim, há tempos fixos como a c.:1rga e descarga da caçamba e tempos variáveis de gi ro que dependem
direta1nente do âl'1gulo de giro util izado. Este, por sua vez, depenclerá do posicionamento da unidade
transpo1·t.:1clora en1 relação à escav(lcleira.

Entre1an10, l'l;i ou1ro ele1ne1110 que afeta o desem1>enho dessas unidades, denomina(la altura ótima do
corte. Compreende·se que deverá haver uma relação entre o volume da caçarnba e a altura do talude
de terr.l c1uc vai ser escavado.

Se esta altura íor pequena e 3 caçamba de grancle capacidade, co1npletado o movimento correspon-
dente à carga haverá apenas o e1lchimel'1to parcial da caçamba. Para o enchimento total é necessário
repetir a operação. inlroduzindo u1n lcsnpo parasita evitável. Para tanto basta utilizar uma caçamba de
volunle m enor.

Por outro laclo. se Lisa.rmos uma caçarnba de di1nensões n1uito reduzidas em relação à altura do barran-
co, haverá perda do n1aterial escavado, c1ue não é reco lhicfo ,.,ela caça1r1ba, surgi11do a necessidade de
nova operação de carga do material restante.

A util i zação da altvra ó tima de corte, co11dicionada pela capacidacle da c;iça1Tiba, resulta no au1nen10
da produção do equipamento; ao contrário, o uso ele qualquer altura, rnaior ou 1ncnor, irá din1inuí-la.

O tipo de rnatcrial tan1bém exerce influencia no desempenho das cscavaclci ras, eles.ele que não se ,1tinja
o enchimênto 11ormal da caçamba~ em razão de ''azios que permanecem devido ao tamanho e íorma
das partículas ou fragmentos restiltantes da Slra clt"Sagrcgação.

À se1nelhança do que foi dito em relação às car~egadei(as, aplica·se o ía1or de carga, que leva en1 conta
os vazios do rnatetial dentfo da caçamba.

Estimativa de produção dos equipamentos 181


Ta~la 2 .1 3
F-.tor
0.90 .l 1.00
Tefl'A comum 0.80 a 0.90
~---------------------~
Teu.- ~uglk.>\.a compacta 0,65 a 0,75
l ertd ,11gllos.1 ú m1da o,so .a 0,60
R ~hJ hcnl fr:ih1rt"1da 0,60. 0,75

-----
Roch.1111,11 fr,11urada
----------------- 0.40 a 0, 50

fe11a.s ~.s.1~ considerações, pode--~ calcular a produçlo d<!' uma escavadeira, 3pl ican©se a fórmul.
ger..tl

Q = C. f . •1>, .1. [
t,

e volume d.i caça mba;

1 =l.11or de carga da caç~ml>d;

cp • fator de empolamer-.to do solo;

1( = len>J>O r.k• ç ic lo de uma r .-:irgJ C<le1,ende do ânguln df' giro};

Ee f~ tor (lc efic iênc ia.

2.2.3.2.1 - Es,·avadeiras com lança Mdrag./ine""


As mC(m.1s considerações fc11as qv.into às esc:avctdeira( com •shovel'" podcni \('( réite:rad41S para o C.l~
da lança •drag·l ine", no q ue <:oncerne à alrura ó trmd ele cone• .lngulo de giro e o fator de correo<,.l o F

t1n $>Cguid ,1, são a1>resent.id.:t) ~1 ) tdbc las com os valores. inclicados pela PC & SA f>i.lra o caso da c.1ç.1n1l)t1
"t lr.tgªI inc" .

TJbcla 2.14
bcilvação com ..dr3K·tÍn~"'
ltompo de ciclo dC' a.rg.a em ~n<kK - Rm tspcras
Altuni ótim.1 dt" cc:wle
C.ap.ac:id~de e.sca"~i;ão fScil bcavaç.-.o m~iil lJ('.l\'.11(°10 difícil
d.J e'1ç.amllol ângulo de giro i• ngu lo de: giro lngolo de giro
J3tdllf
cúbi1..;t,. 45"' 90" 135• 'oo<> •s• 911" 13S• 1EJO" .,. 90° 135• lUO"

..
v, 1 16 19
,.
22 25
1
20 24 28 31 - -
1
1 "'
1 y,
,.
17
19

21
20
22
23
25
26
27
29
l7
29
lO
32
1
21
23
2J
25
26
28
28
30
30
32
33
35
33
35
36
38
2 ';
1 27
77
29
JO
32
32
j.1
35
37
38

., ••45
40
39
• 1
'2
l

Ll ~ 22 26 JO JJ
'
26 J1 ló 39
•O li
)0 JS

N.int~: PC & SA
-1~- 27
-31 J.> 27 l2 37 37 42 47

182 M:lnu~I Pr;)tico de Escavd<;30


Tabela 2.15
~l ~~~:!..~.ti~.~ .~~.~Ol"~c P"l~ª ~ca~adciras co1n "drag-linc" (rn)
Ci1>aéi'dade.da-éã{ãrTlba.
!a rdas cúbicas Escavaç5o fácil Escavaç-3.o média Escavação difí<il
'h 1.65 • 2,01 2,40
y. 1,80 ' 2,22 2,6 1
1 1.89 1 2,40 2,79
1 •k 2.10 2,55 3,00
1 'h 2,22 2,70 J ,21
1 .y, 2, 3 1 2,85 3,39
2 2,40 2,97 3,54
Fonte: P<:: & SA

Tabela 2.16
Fator de correção para ângulo de giro e alturi\ d<' c:ortt
. _ l;i;cavadtir.;ss corn "dr.)g.linc"
Ângulo d<" glro («)
'altura 61ir11:i do cort e•
\ltura d<' COrt.C' tm '1. d:\
'
•s• 6-0' 75º
.
90' 120 ... ·15()•
-· 180º
-
40 1,08 1 1,02 0,97 0.9) 0,65 1 0,78 l 0, 72
1,06 t,01 0, 88
~
1, 13 0.97 ' 0,80 0, 74
'
80 1, 17 1,09 l,0 4 0.99 0 ,90 1 0,82 0, 76

'ºº
' 1, 18
i '1 • 1 1 1,05 1.00 0,91 0 .83 0,77
i 1,09
120 1 1, 1 7
. 1,03 0,98 ' 0, 90 0,82 0,76
140 1, 14
.1,06 1.00 0.96 ' 0 .88 0,8 1 0, 75
160
Fonu:: !'(: & SA
'
1, 1ô 1 1,02
- 0,97 0, 9, ' 0 ,85 0,79 0,i.l
'
2.2.3.2 .2 - Produção efe1;va das escavadeiras
A té aqu i admitimos qt.1e o coeficiente de rendimento é E = 1004/y, hipóteSé c:1ue poderá ~r L1tilizada
d urar)tC u1r 1certo r)ÚO)Cro de c iclos. No decorr'ct do ten)po de obscr'vaçâo 1le<essari~ 1ncnte \'âO ocorrer
tenipos de espera devidos à n1a11utenção da máql1ina às niás-c<>ndições meteoro lógicas, à falta de
1

sincr'o nismo da operação e à mudança da niáquina para n1elhor posicionan1ento, en1 conseqüência cios
quais a eficiênc ia ele operação se redui sensivelmer)te, ocasionanck> a c~ueda da l)roduc;Jo.

Estudos levados a efeito 1lclo "U.S. Highway Rcsearch Soarei" (HRB), através de granclc número de
observações de escavacleiras em trabalhos rodovlátlos, mosrraram que, devido aos fatores acima apon-
tados, e1n co11diçõcs desfavoráveis. o teni1:>0 ele operação 1>rodt1tiva poclia atingir apenas s oo/~ do ten11:>0
d ispo1lívcl para o tr..lbalho, ou scj;:i, o v~lor ele f podia ser est1m<ido em E 30 0,50. Sob condições
60
. 1avoráveis,
m ais . c..->sse va1or aumentava at11\g1n
. . do -se f: = -45 =- o. 7 5
60
Esses resultados pem"litem c:1ue seja ad1nitido um fator de eficiência médio da orden1 de 60U/o, ou seja, E = 0,60.

.\ssim, n c)S exem~>los de eslim:itiva de 1>r()(lução l'l'láxin1a a1>resen tados ser'á necessátio, para se calcular'
a procluç.10 efetiva, sob conclições m éclias, multipl icar os resultados obticlos pelo fator E.

' º exerr1plo 1, a produção efeti\•a a ser es1>etalta cio e<1uiparne11to seria:


Q., (m3Jh) • 0,60 x Q,,.,, • 0,60 x 92 "' 55 m 3 /h .

Estim<;Jtiva de produção dos equipamentos 183


Por outro IJdo. 4..'Studos <lo t-IRB mostraram ciuc o ângulo de giro adolJdo t'fll mJ is de 80.000 c iclos
observados variava de 45º 3 900, sendo 79° o .lrlgulo cuja freqi.iê11c1a (01 maior. dentre o total dos ciclos
;anowd<M..

Desse :i1l8ulo mt.'i(fio constatou-se que <:C<Cõt de 45° eram utilizados no giro sobre a área de corte e os
r~tanre-< 14º 4iõbrc a área. em que se posicionJ\lô) o veículo de transporte.

Isso i1tdic..a c~•,H' .l u1íli.1..ação de giro<, tllÍ<'ritlr<'li. ;t 4Si) é muito rar.1, pois as nt.lrtobr.-i~ da lar1ça e da caçarnbi'I
conll0ft'let11 un1a parcela de tetnpo c1uc c•c1uiv{1I<' .1f• l (•rnpo cfe giro p;ir(I 4r,u. F-m outras pal avr~s.. 1>ar.i giros
n1t1 i 1 0 11~1ur nos o opcr..idc'Jr tcrn1h1dri.,1t>1>c•rt:t1r"'> )em q ue a caçJ1n l>,, c1ttiv(.")SC na al1ura e oa posição ele
desc.1rgd, dcrlldndancto, por isso, um tempo nrJicion.11 p,1ra con1p lei.,1r <:~~"!!. º l "-'rilt;,.ões.

2.2.3.2.3 - escavadeiras acior1adas p or co111dr1do lridráulico


A introduçJio d~ ~cavadeiras de ac1on~lmcnto h1dr<iulico data de pouco rt1Jis de uma década. Ess.c f~to,
a li.1du ;. C),istência das carregadc1ras de esteira'> ~ de pneus, determinou a r..ipida obsolescência das
unidades acionadas a cabo, com el(cec;Jo cLis esc\lvadeiras •drdg·lit1c·.

Isso ocorreu porque os equipamentos huiraulteos apreseil tam di\:{"fS.lS v.in1~1gctlS em relação às m.áqui·
nas a cabo:

1•) ;.1 orX'r(lçJo e o manejo do equip~mcn lo hidráulico são mais (áct•is, rc."(fu71ncio o lr<lbalho d o o pera·
dor c~1~<.:iahnente quanlo ao fX>Sicionamc nro rApido e preciso da caçJn1b;1 nl\s 1nais divers;is oondi·
,~~ ( l t' eortc-;

2'1) m.:iirn po1/\r1("ia <lo motor, J).'.lr('I a m<'<m" <"apacid.lde d<1 caçamba, rcsuhanclo em maiores forças de
le=v.1nt<1n1ento ela c.irga e de ck-<..'lgrt-g.1çJo rk material:

3.1) elim1ntt<;Jo de píoblêmas de m.:inutt.'fl<,JO mccânic.a existentes llO J<:.Ontlr"nentO a cabo, COtnO por
exemplo a rupt11r<l e emenda de catx~.. dt- AÇO, desgaste dos guirlC.11()),, poli.JS; embreagens etc.;

4•) n1a1or p1oduçAo horária dos equi1>Jn1<•nl<~ hidráulicos resuhante d~ fato~ mencionados.

A p roduçjo dt1> c:.cavadciras d<.: c1ciu1'ld1nen"l hicfráulico dcpcr1dc ele c1u.1tro t<.~rt11>0S elementares:

• cnrgi'I cl.i caçélnlba;

• gir<> com ~' máquina carreg.Jc.l..i;

• descarga·

• giro dt- retomo vazio.

Nesse c.ctmJ><) 1lota·se, ein Jlrimt-iro luga,, CfU(' o c iclo das esca\radc1raç dt• menor porte é menor do que
as ele 1n ,1101 1a1nanho. o que é con11~''"••'lc> <•nl 1c.•r1nos de produção pela n1alor c ap::.cidade da~ últim as.

Por outro l.ido, ,1s CC>11d ições do foc:41I ele t1db(lll10 iníluencia1n ~1 proclt1tlvlcl.1ctc• <lill\ 1náqui nas ele for111(1
t.1ccntu.;id~. ;\l\atcriais compactos, escavaç&-s m.1i4i 1"Jr()fundas é cx1-,1êntitl ri<- obstáculos subterrJ1·1eo>
diminuem ~ procluçJo, pois os tcrnpc» de ci<.lo tcnd<.-m a aumentar ' o í.1tor de efici~ncia glo b..ll clti
opcraçJo a din1inuir.
Obs1~cul0< subtcrriinoo. como gplerias de esgocos. duros de elctricõda<l<:- e 1clrío1><•••:idutoras de água 1epreser1
:am rcd~ sigtlifaüva da produção das r('troNieavadeiras, espec:ialme.lte n.1s ro.\a., u1b.:tnas. l\ss.i1n, os vetl~
.... incl,ados para o c.ilculo da produçlo das cscavaooras pressupõem ••. - ; . ou ndo desses obst.iculos.

o\> 1ndic.açócs constantes da.s tabel3s a seguir do fcrtas cm três condi~ ~ t1.Jb.llho na escavação:

Condiçôt.-s ~ra a escavação


Escavaç3o lilcil
• $()lc1 povoo COlllpacto

• Profundidade 40o/1;1 da profundiclodc 1nó.xima

• ÂnAulo de giro até 300

• Desc.arga cm pilha ou camint1do

• Au-hl<.ia de obst1uç6es

&Qvaç5o média
• Solo con1p41cto de argila dul'.:l com rocha ftagmentada < 25%

• Profu11didnde SOo/o da profundicl,\lrle n16xil'na

• Â1lgt.1lo de giro até 6()'>

• Pou<.J:i. obstruções

bcavaçlo dilócil
• Solo compacto com 75% de ír.lgm<'ntos de rocha

• c.1rg._1 t.~11 can1inhão junto à vala

• Pr.,,,~nyi de pessoal na área de trabalho

f:savilçlo r11uito difícil


• i\>\at('r1al de 2• alterad<>: catdrios, xi:i.lOS, etc.

• ~oíundiclddc até 90% clci prorundid.ide m.á.xima

• Ân&ulo de giro at·é 1200

• Presença de obstruções

• Áre• de despejo limitada

Estim:rtiv<l de produç-lo dos equipamentos 185


F;:1to~s que influem na p rodutividade
• Material compado- Jumenta o lempo de C.lrg;, e descarga da caçarm,..,

• Ângulo de giro n1..ti0r aum<"nla o lemp.:> de çiclo

• 1t;:1~)ilidade do 0 1:x:rd<J<,r 111elhora a produtividade

• P1cser'1Ça de obstá<.-ulos e de pessoal n~1 áred ele trabalho pocle ser r.• tor li1nitantc da pl'OClllÇ:iO
&cav..(3o fácil
• terra pouco COfllpa<ta;

• prorundidade da vJl.1 rncnor do que 40o/o d.1 ni~xima;

• .i11gl1lo ele giro até .le'.f';

<k'<carga em pilha:

operador eficiente.

Esc41vaç~o média
• terra meclian.rinicnlc COll)j)<'.ICla;

• <."K.avação dté 50% (l,1 profundidade m..ixin1.1;

Jnguto de giro até 6<r;

• poucos obst:iculos;

• 01>erador m ediJno.

Esca\IC1(30 clifícil
• tNTa mui~o comp..~t.;a;

escavaçã.o até 90o/e da profundidade m.Sx1ma;

• 5rlgulo <le giro até 1200;

• descarga en1 veículo~ c1<• p<'qoeno l'orlc;

• pcs'!o..'ll trabalhan<lo r1J vala,

obsl~culos freqüentes
Fator de carga da caçamba
------~~~~----~~~~~~---~~~~~--~·
~1b 1.00- 1.os
I'"'""'"'S···. mch.l
RocN pouro fr:l§?'lrllt•-wb
1,00- 1.0Ç
0.85 -0.95
",:x.f\.a b4:m ' -'t':.:""'::.:.:•W..::::::.._______ 0,95 - 1.0S

Escavodeir• fronlol 5090 FS - CAr (5,2 m'>


Tempos de ciclo para d iversas contfi(lies de escavação
16s - 22s
23s - 29s
31s - 38s

&cavadeira_,. eom lança rclrOMCavadora


Tflnpos d e ciclo para diversas condiç~s M esc.avaçã:.:º' - - -
CAT 120 C (0,95 m') CAT 330 e f l ,9 ml)
., (mtn) 0. 1"I' 0,22 0,22 - 0.25
15
&fia
('lt'g.1
(mln)
• 'º 1J
0.28 o.n
. 13
1 0.3 0,3S
("'I!) 17 19 18 21
lf(t.:il (m1n) 0,33 0.18 0,40 0.45
(Jql) 20 23 24 27

["~mplo:

Estimar a ptOdu(dO de uma retrOPSCa'•d<leirJ que opera numa esca,·açdo de v..tl'1, sob condiç6M mMJ-.s,
senda o matctial constituído de areia t: c..asc;.alho.

.apaciclacfc; 1,05 ml

'"'Pº d<' ciclo (condições mé<lia<): 2 1s

0,95

.ator de co11vcr5-âo de volumes: 0,85

Q.., -l,05x0,95x0,83 ~Zl45m 1 /h E z100'll.)


li

Estimativ-. de tcn1po de cido par;i C$C;ivadciras com lanç.i retroescava.dora


- CAT l20 C AT JJU C
3.• m
rotun<lldJdC
r.1rgv d:l <. a(..lrol>.1
2,) Ol
0.09 0,09 -
iro c.1~;11u11.1 c._drret~ó.lda 0.06 0,07
(1 '·-.P'"IÔ'L" c.1ç.1mba 0.03 0,04
L~roc.,c;;.-ndM V<lLia 'o.os 0,07
~I 0,2] min 0.27 min

Estimativa de produçlo dos ~uipamentos 187


Esti111.ativa <lo ten1po cJe ciclo para t"Scavadeiras com caçamba fr ontal

C.ltg.1 cl:i c.açambJ. 0. 1&


Guo t .af 0,08
D<spc-jo elo QÇlmbo o.os
Guo C.l(.~mb.I
Tola1
~•Lia
º·'º
0,41 min -
Fxc n1plo:

Estio1ar d p rocluç:io ele urna CSCJvadclr-a " i;ho velN {despejo íro1-.tal) que carrcg.1 terra e n1atacõcs. e1n
local ele cs.t-~• vdç;io d ifíci l.

Capacidade d.i caçamba: 2,30 ml

Tempo de ciclo: 31 • (es<:avaç.io difícil)


Fa10< de carga da caçamba: 1, 1O
Fator de conve<são de volvmes: 0,90

3600
Q ...,, = 2.3x1, 10x 0 .90 "'26Sm'/h (E = 100%)
31

2.2.J.2.4 - Pr,)rlução d,1s cscav.1clciras c111 valas


Q uando a~ rctroescavadei ras {'"back-shovcl ..) l rab.alham em vai.as de cli111cnsõcs prefixadas, poclc-se
expr1m1r .l produçJo ern metros l inet1res execur:idos de v ala por hora ou por dia.

Sendo Q a produç.Jo da escavadeir<J (medid.l no cort e) e V o volume por n1ctto linear de vala, a produ·
çdo em metr~ lioeJres de vala (MV) ser~:
1
MV (m/h) = Q (m /hl
V(m 'lml
Ad n1iLindo-sc c1ue o terreno sej a autoport;l1'\IC". i1'10 é, permanece est:ívcl quando cortado na vertical, o u
próxirno dela, a colocação de tubulaçõP< Pxige a abcrtur'a de valas com ~s lnrgur.1s o-.ínimas inclicadas
na labelo o segu ir, de ;icordo com a NA 1ncrican Conc rete Pipe Associalion"', 11;11·a t''bo"
de concrt:to.

..• OllmtVu do tubo .. ,,..)


. .
.... ....... .'...
poff:gJlcla'- <m

. . . . :·:
...:::·:.:· . . ...

~"
" 11

hi ~
..,.
15

61
o.ss
•1,0•
1,2
1, 49

.,
li 91
1
1,70
1.92
'"•' a 1
1 2 "2.S-4
J,05
,,,
181
.f.17
rL L
,.~
Exemplo:

1) Calcular a produção de uma escavadeira em metros lineares de vala sabendo-se que trabalha na
abertura d e vala para c;olocação d e tubos de concreto de 1,06 n1 (42"), em solo de argila cornpacta.

A profundidade da vala é de 2,5 m e o material areia e cascalho. A condição de escavação é


consi<-ferada média.

A pr'odução do escav.'.'ldeir.J será:

CapJcidJde da caçamba: 0,85 m 3

Fator de carga da caçan1ba: 0,95

fator de conversão de volume: 0,80

Fator de eficiência: 40/60

Tempo de ciclo: 19 s

Q = 0,85 x0,9Sx0,8x...;3;..ó:.;;O.;;;Ox
19 60
40
=82 m 3 /h (no corte )

Volume da \rala por 1netro linear'

Para tubos de concreto de 0 = 1,06 m, a largl•ra mínima da vala será:


L = 1, 92 m e H = 2,5 rn
V= L X H X 1 m = t,92 X 2,5 X 1,00 = 4,8 m 3/m

MV = 82 (m ' /h) ::17m/ h


4,8 (1nJ /01)

Ess.a produção refere-se somente à escavação para abertura da val<1 e empilhart1enlo do mate(ial.

2 Um err1preilei(O contratou a abertura de vala à razão de 1.000 rri/dia co1t1 n1aterial de escavação
fáci l (argila arenosa), se-1'tdO o ' 'Olume (no corte) por 1netro linear \ f = 1,5 ml/m. Sabe1,dowse que o
turno diário d e Lrabalho será de 1 O ll/dia. pesquisar:

a) qual a produção n1ínima da cscav<ideira neccssá(ia para comp letar o trabalho, adn·l itindo-sc
o fator de cíic i@ncia de 50/60?

b) qual o equi1>an1er1to a ser escolhido?

MV ~ 1000 m/dia = 100 m/h


10 h/dia

Estimativa de produção dos equipamentos 189


ProcJuç~o mínima =MV x V 100 x ·1,s = 150 mJ/h (no cotlc)
Supondo-se a escolha d.J r<."lto<.")(.avadeira, terí(lmos;
Tempo de ciclo (esc.w•ç.io f.lcol): 15 s
Ca1JJC i<J•<J1:.: 1,05 m l

1-.-lor cfc carga da c.lÇarnl).1: 1,00 (argila a<cnosa)

f-alor de convcrs.,;W de volu1nes: 0,77


- 3600 50 )
Q=1,0~x~OOx0.77x x ;; 162m ih
15 &O

Logo, a 1>roduç.ão da relrOC)(...J\•Jdcira, nas condiçõ~ especificadas, su1:>erariil ,, 1>rôcluç-iio mínirtl.1 to


seri:t J r11~iquir1a escolhid<t ( 162 > 150 ml!h} con1 fole,.-..

2.2.4 - Unidades transportadoras


J\$ unid:iclcs tran>portadordS s.Jo tilili.t.adas em oper"ç_,o conjunta c()f"l'l as CM:avoc.-.rregadoras, rcalí.tan-
do Ji operações- básicas <te trJn~po.-te e de desc.-irg,:•

'\lom\.llmente. a condição de ~lan<;:eamento entre .lS unidades é estc1bel(."('.itL\ pek> sincronismo de>
ope-rJçJ<>, is.to é, ha\>eria penn3nentetne"nte um veículo s<..11do C:."lrreg~do pela unidade cscavoca~dor•.

lsta condiçõo é obtida de~dc que- o íluxo de matcridl <arregndo seja absorvido pela frota de cran~J>Of1l'.
~cr11c.1uc h~1ja cspcr.a de qual(fUC..'-f das máquinas.
Em 01.1tt\l) pdlavras, a produçJô Clil uni<l.icle e~c:.•voç,1 rrcg41dora será igual à ('-'P.l!Cidad~ de pr<><fuçao d:i
frot.l d<' trJnsporte.

Q uni<f..ldP es.cavocarregador3 • Q fro1a de ttansfX)ftc.

2.2.4.1 - Condição de sincroniinlo


Sc1'ldo a frota de transporte C'onslih1fda 1:>0r N vcícul~ dti <.:tipacidade C, cujo IPmpo ele ciclo de lrJrtS·
porte seja T,, temos:
1
Q~.1 '~~•,~ "" e . <P1 t E NC cp 1 T:°1 t (E 100°/o)

Admitindo·S<! q1.e a cap.-.c1Wdc >alr.t da caçambrl (1.-. unidade de tran5porr~ 'itja igual a ..n .. \.E'7es .l
c;apacid.lde solr... da c.açambJ d.l carreg;;ideira.. tenlOS:
C - rl.C

e
e N. n.e
-=
t, T~

ou
T
1' =_e_
n . te

190 Manuitl Pr0'\t1co de Escav.)(40


1\.i\as n . t<:. é o tempo de carga do veiculo: n . te = 1('"'~

T,
N' = - ... -
l·.;;
c;..m"po
~" d-"e-'c'-·ic.;;l..;o_d;..e'--'tr..;oc.n.;;•i:;P::.º--":.:
•..:<::.E_=_cl.;;00..:..o
o/..:;•>c__
t<~ tempo d<-- cJrg.:l do veículo

Conclui-se, assin1, que a condição ele balanceamento entre a 1.1nidati e escavoc.arregadora e a frota (le
tra11sporte será obtida 1>0r N veículos de1er1ninados pela relação acin1a.

Acfmite-Sê E = t OOo/o, 1>ois se adotásse1nos E < 100º/o p.:1ra urn cios equi1>an1entos, nos ciclos em que nào
houvesse esperas, e isso pode ocorrer <lurante 1rn1il<>S c iclos, 11m cios equi1>an1entos, a carregadeira ou os
veículos. teria espera desnecessária .

Por outro IJdo, a experiência mostra que cfeve haver acleqi.1ação entm a C<l1:>acidacle da C;1çamba da
unidad\:? carregadora e a da transpo1·taclo ra, e o número ,,.n,.. deve estar compreendido entre 3 e 6.

Con1 clu"s c.:tçan1b'-'d"s, prov.:lvelfnente devillo à rapidê:1.: da carga, poderá havc< espera no f>0Sicionamc11to
da unidade transportadora segui nte e, con1 nl~is de seis caça1ubadas, o tcmp<> de carga cresce inuti l-
mente, fazendo con1 que a unidade trans1X>rtadora aumerlte desnec~ssarian1cntc o seu tcn11'° ele ciclo.

O número N poderá não ser intci<o. Nessa hipótese optare1nos pelo uso do nú1nero inteiro imedi~t~­
m ente inferio< 011 superior.

'º caso de adotarn"los o nún1cro inteiro imediatamente i nferior, l1averá pequena falta de unidades
trans1:><>rtaclOl'aS e a carregadeira terá espera. A produção global será governada pela frota ele transporte.
' ª outra hipó1ese l1ave1á, obviamente, es1>era da uniclade transportadora e a produção será governad:i
pela proc-f1.1ção máxima ela carregacleira.

'5.sim scn<'.lo:

Q = produção da carregadeira;
q = produção dil unidade de trans1>0rte in<livi(i1.1al;
' = nt."1mero de unidades de trans1>orte.

'\a condição de $incronismo:

Q= N .q

Se ~ não for inteiro, terernos:

~tando N 1 > Q e a carregacleira governa a produção


q

N1 < Q
- e as u11idadcs de transporte governa1'l'I a prodt1ç ão
q

Estimativa de produçao dos equiparn entos 191


CC)(l~m notar que, nd pr<itica, ainda qu~ teocicamenrc obl1\'kscmos um núnlero inteiro par.t N, difte1
metlte o balanceamcn10 previsto seri.a efet1\•0, élimini!ndo·SC 05 tempos dê espc..-3 na carga.

Na realidade, o tcnipo de ciclo de tr_.n51>01te Te é íreqüent(l1ncnle afetado f)Or Íiltores imprevistos que
tc1'ldenl, en-. geral, a {'ll1m~n t.i- l o, con'o f)(}r cxc1'1'1plo o u so cio cquipamc11tvs de 1rans1)orte COf'rl carac-
terísticas diferentes de (ICSC1npenho, sej~11>cJr fat)r icação, sej;l por estado 1ne<:ânic;o deficiente. A própri•
atitude do operador <>U 1rtotorista poderá levar a tempos de percurso de transport~ maiores ou menOftno.
fV(!nlu~1lmente <lté os ptoblcmas do ITáfttg0 local poderio ak-tar a produçl.o de maneira scnsf,-cl, cspe--
cialr~n te nos traballt<» em LOna urbana.

2.2.4.2 - Tempo de ciclo de transporte


O tempo de c ic lo cln unidade 1ran51l0rt.irlora scr.í fo nna.dc> f>(•los seguintes ten1pos c lc n1en1arcs:

• 1empo de carga da unidade !t,)

• tempo de transporte carregado U,l

• tempo de mllnol>ra e dcscargd (tt)

• tempo de rclorno vazio CI.)

• tempo de potilcionamento para a carga (\)

~.lo c.onsidcr.ados fixos os tempos de carga, manobras, d~;trga e posiciorlarTiento, enquanto os de


''·'ns1>01 tc são var1Ave1'i, pois deper1dem d:i~ dist~ncia~ percorridns.

O tempo de c.a~ dd unidade dependcr,1 dd rclaçdo ~ =-11 (•n1rc as capacld.ades do veiculo e da c~ç.am­
c
00 da unidade c.arrcg..tdora. Desde Ql~ C')>d 1clação seja fi'lf.a<L1, o tempo de CJrga :.er-á exprc:'i.SO por:

se11do ~ o tempo de ciclo da carregadeir~1 .

P.ira os caminhões "'fora-d<:"-~trada· de dC1c;arga tr;:Jscira c·R~ar-O ump'''), ou de descarga pelo fundo
c•Bo1tom-Oump"'), ~ tempos são forll('('t<Sos pelos f;tbricanlcs, de acordo cont " tabela a seguir.

Tab(!J3 2.17
Tc1npo de manobra e dt~aTga rc n1po dé pósir l1>n.nn1f'nl11 "~' C'i'rg<'
Curtdlç!\o de "'Rt'.'lt Dump.. '"Bollom ()ump'' " Kc.l'r Oun1p"' " Oottoni Oun1p"'
operaçlo
l".i'l()(õi..·~I
- - -- -
(luin)
1.0
(min)
O.J
( n1in)
, o.1s
tmin)
o.1s -
-1).siJlvoriWI
A\lodiJI
- - -- - 1.3
1.S-2,0
O.ó
1.s
: 0.30
0.50
0.50
- - - ----1
' 1,00
Tabela 2.16
Tempos fi xos par:. \t;igões ("6ottom-Oun1p'J
Co11d iç~lo de ' Tc1n1:w> d e m3nobra (2x) e d es(:<''8" (n1in)
c.>f>Cr.1 (':3 0 Urn "'-"8'10 ( O n1 2 a 3 t>ixos Dois vasõt'S acopJados, n1ultieixo
F.lVóráVCI 0.4 0,6
Média 0.7 0,9
Des.í.ivofável
'·º 1,2

Os tempos variáveis serão calculados para as unicl<icies lr(lnsportadoras de acordo com a mesnla siste·
mática a 1Jres.e11tada em 2.2 .2. t, or1de foi estudado o caso das unidades escavotransportadoras.

1• Decorr1posição do traj eto errt segrr1entos, dos c.1uais sej am conhecidos os com1>rimentos e inclinação
das rarr1pas.

21 O~terminação da soma das resistêl'1cias em c::ida tree:ho.

3• Determinação da velocidade em cada segmento, pela utili7...,1ção do diagrama tração x veloci<"l.:tde.

4l Determinação do tempo gasto no percurso de cada segmetlto, através do seu comprirnento e da


veloci<la<le da m-ác1uina.

2.2.4.3 - Fa tor de redução de velo cidade


~mesmas considerações feitas enl 2.2.2.6 s.50 válidas para o caso das unidades transponadoms. A velo-
cidade média, a ser atingida num determinado trecho, dependerá da velocidade máxin'la c.alculada con·
iorme já indicado, afetada por um fator de redução, que por sua vez é função das seguintes variáveis: a)
relação 1:>eso11xitê1'lc i.i; b) velocidl:lde iniciJI ou finJI; e) comprirnento do trecho: d) futores desfuvoráveis.

a) Quanto n'lenor a relação peso/potência, mais f.Jcilmente o veículo conseguirá a sua acelera·
ção e o íator de redução será nurnericamente 1naior, e inversan'lente.

b) A qtrantid.Jde de mo\rin1ento com que a unidade cntr.1 nun'l trecho, dependendo da vclocida·
<Je inicial ou íinal, afeta sensivelmerlte o fator <le redtrção.

Um \1 eículo que entra ou sai de um segmento, na (ou próximo da) velocidade máxima, terá o
f~tor de rcdl rção muilo l)Crlo de 1,0, cnql1anto aquele q 1..1c i n ici~ o movimento ou deve dimi·
fll1ir a velocidade ao (inal do tl'ecl10, terá ol)vian1cntc valorc..-s mais reclu7.:idos.

ç) A quanlidade de n1ovi1nen10 e a aceleração Cou clesaceleração) afetarn a ~:>en ::is o início (ou íim)
do movimento do veículo ''º trecho. O co1n1)rin1enlo será outro ÍJlor a ser levado en1 conta,
pois, qt.1ando for mt.1ito c urto e o veícvlo parte do repouso ou com veloci<fade inicial baixa, não
llaverá te1npo para <.tlingir a velocid..icle de reginle, e o f<.ttor de redt1ç.50 ser.:l grancle.

J)or outro lado, quando a velocidade inicial da \1nidade supera a velocidade máxima calcula-
da para o trecho, e este é de pequeno co1n prio1ento, o fatof de redução ele velocidade poderá
ser maior que t ,O.

d) 1-lá certos fJtOres negativos o u obstroc;ões no trajeto que p-Odem diminuir St•bstancialmente a
velocidade, cli1n inui11do paralcla1neotc o (ator de rcd\1ção: ctirvas fechadas, n1á-visibilidade,
estreitanlento da 1>ista, corlgestior1anlef'llO <le invitas u1)idades, resistênçia ao rolamento variá-
vel, pistas tnuito ú1nidas? grandes 1recl1os efn declives pronunciados etc.

E«imat lva d e pro dução d os equipamentos 193


A seguir b.JO aprcscn1.ida5 as tabelas do ÍJtor de rc<lt1ção, levando-se <'m ('õnl.1 os itc11s já mer1cionado~.

T~ be Ll 2.1 9 - r;ator de redução da velocidade m~xima à velocidade n1(-dia


r<ll6 J,.WHP Trt'Cho horil0t1t•I - Untcbdoe ~ movimenlo quAndo ~ln no ttt<:ho
Cun1pr lnw:n lo do
trt thó (m )
Vdod-dilM i:nl d~I • O
..,,.. nn.et d ttli\'C ..,....,
o O- 0,40 0,65 0,67 1.00

60 - 120 0.40-0,SI 1 0,65 - 0,70 0.67 0,72 1(Vcloddadc
160 0,51 - 0,56 0,70 0,75 0,72-0,77 inicial n1..-..1or d(J
1'20
180 300 0,.56 - 0,G7 1 0.75 -0,81 0.77 0,8l que a v...<toçiddlk!

Joo-""º 0,67 - 0,75 0,81 -0,88 0,81 o,qo m.i.,xim.) <-lkul.ld..\

4JO - 600 0,75 - 0,80 0,88 -0.91 0.'l0-0.9) para o lle<:hti

600- 750 0,80- 0,84 0.91 - 0,9J O.~I o.~s

l ;50-1.o;o 0,84 0.87 0,9)-0,95 0.95 - 0.97


> 1.050 0,87 0.94 0,95 0,97
13 6 IQVHP<t < t 72 lcltfHP Trttho horiz.ont.tl '
Unidadt em mo\ iml!nlO qu3ndO entra no lrcc:ho
1C.Omi>rlm<'nto do
lf"t"<..i tu (111)
Vel<>dd.tde inid -31 • O
f'nl nível dtclivc acli\•c
o O- 0,39 o< 0,6] , ..o
60-120
60
0,39 0,48 0,61 - 0,67
º·""
0,6• o.~a 1 (Velocicladc
120 180 0,48 - 0,5·1 0,67 - 0,70 0,08 -0,7•1 1J'11Cial m.ttOr do

180 - 300 0,5-4 - 0,61 0.70 0.7S 0,74 0,8) que .. veloc:1d.lde

300 ....º 0,61 0.68 0.75 - 0.79 o.aJ 0.88 mlo<imo calc..lod>
-4.S0-600 0,68 - 0,74 o.•9 -o.84 º·ªª -0.91 para o trecho>

600- 7SO 0,74 - 0,78 0,3' - 0,87 0,91 0,91


730 1.0liO 0,78- 0,~4 0,87 - 0,90 0.9J 0.95
> 1.050 0,&'1 - 0.91 1o,90 - o._::_ 1 o,q•, -0,97
1

Exemplo:

Octcnnindr a 1>roduç.ão de um caminh.io (Of'1.·dc.."-cstrad.l (descarga trawiroa) que trafega numa pista com
as segu1ntt!') <.aractc<ísticas:

o) Tr.1jcto: ~retorno

(Aterro)

J\ L 1 - 1.600 rll B L2 = 1.200 nl e


b) Caract(!rÍslicas do c,;1minhão:

Potência do volante: N o = 225 HI>

C-ipJcid <1de coroada:

Re11dimen10 me<:âniço da transn1issão: llm =- 0,85

l'eso vazio

Vclocidaclc mfixima: VmS" • 56 km/h.

M<1rc:ha E~ft•rÇ() lr.'llC)r máximo (kg) ( transn1issão n1ecânica)


,, T 11.000
-

2' 6 .500
J• 3.000
4' 2.200
5' 1.200

e) Característica da lerra:

1>eso específico solto: r, = 1,2 Vm3


coeficiente t le ro lamento: K = 60 kglt

fator de convctsão de \•Olumes: q> 1 = 0180

Nota: Ô!> te1npos ele açeletaçlio e desaceleração scri:io levad os cm conta a1ravés do coeíicicntc de
redução de velociclade.

d) A unidade é ç,:i.rreg;;i.cla por uma carregadeira com C = 3 1/4 jardas cúl>icas de c:apacidacle
(2,48 ml), 1empo de c iclo d e carg.J ele 0,5 min1 ( - 1,0 (fator de carga da caçamba).

Adotar E= l ôOºk para todos os equipamentos.

1 Cálculo das resis1ªnci3s em c.1da tteeho

...
Trecho AS - Máql•ina carregada P = -16,6 .... 1,2 x 14,0 = 33,4 1

I:R = KP - 1O. P. i 1 = 33,4 (60 - 1O . 4) = 668 kg

Esforço 1ra.1or nas rodas motrize$ E, = 668 kg.

Estimativa de produção dos equipamentos 195


Logo podere1nos usar a Só> marcha. e :i ví"locidade no trecho St!rá

V , = 270. N 0 .l'J~ • 270 x 225 X 0,85


"77 km/h
"" E, 668

velocidade máxima = 56 km/h

Adot.Jndo ;i velocidad e-l imite ~ V AÜ - 56 km/h (5~ marcha)

- >
Trecl10 BC M~quina carregada P - 1'3,4 t i - Oº/o

l.I{ - KP = 60 X 33,4 = 2.004 kg


Usaremos a 4~ m<lrcha, com a velocidade de

V, = 270 X 225 X 0,85 :: 26 km /h


BC 2.004

-
Tr<'ChO C"O - Máquil'a vazit.1 P - 16,6 t

l'.:R = KP = 60 x 16,6 99ú kg

Usarc1nos a 5" 1narcha, com a vclocidark>

V . - 270 x 225 x 0,85 ~ 52 km Ih< vel. limite a 56 km/h


CB 996

-
Trecho BA - Máquina ' 'azia P = 16.6 f

ER = KP + 1O. P. i 1 - l 6.b (60 + 10. 4) = 1 .660 kg

Usaremos a 4a 1n~rch::., com vclociclu<I<' d e

270 X 225 X (),85


"31 km/h
1.660

Fator de correção

33.400 kg
Máquina carregada r• = 148kg/llP
225

16.600 kg
M6c1L1in<.1 vazi a r • =74kg/HP
225
->
Trecho AB

~'a tabela 2.1 .9 ent1amos corn r = 148 kg/H P


L - 1.800m>1 .050 m
} fator de correção de velocidade • 0,92
velocidade inicial =O

-+
Logo, a velo<:idade 1né<lia no trecho AO será

... = 26
Vm- X 0,9J ;,, 24 km/h

-+
Trecho BC

r = 148 kG/l~P
} Fator dê correção dê velocidadê =0,93
L = 1.200 > 1 .050 m

com velocidade ioicial, em nível

v•..,;; = 26 x 0,93., 24 km/h


-+
Trecho CB

r = 74 ki;IHP < 136 kg/HP}


Fator de correção de velocidade = O, 94
L = 1.200 > 1.050 m

com velocidJde i n ic i ~I, em nível

V"<Õ =52 x0,94 ao 49 km/h


-+
Trecho BA

• = 74 kg!HP < 136 kg/H P }


fator de corre~o de velocidade = 1,00
l = 1.800 >1 .050 m

com velocidade inicial, aclive

Vm,;: = 31 x 1,00 = 3 1,0 km/h

Estirnativa de pfoduçao dos equiparnentos 197


Tempos vari._ivci~

.._. 1 .!SOO X 0,06 1 .800 x 0,06 ·1.200 X 0,06


L. l D + -t +
' 51 31 49
200 6
+l· X 0,0 = 2, 12 + 3,48 + 1,4 7 + J,0 • 10, 1
24
!:l.• 10,1 min

Tempos fixos

e , 4,o
- = = 5 , 6 cac.;tl1r1 1>c.l~ n
e 2,411

Adota 1'1'10'> n - e;

l"nrp,à • 0,5 x S = 2,50 min

Tempo de carga = 7~5 min


Tempo dC" m.'lnol>rti e descarga (COrldições médias) - t.J m in
lempo de posicionamento (condições média:sJ • O.J mj11
2:t1 • 4 , 1 m1n

lempo de ciclo de transporte mínimo:

r
t <:m" l:t, + 2:•..,,. -4, 1+10,1 ~ 14,2 mi11

te111po de ciclo ele 1r.1n~p<)rte mínimo


N(j ele C.1m i1lhõcs =
tt!1111Jo ele ç.._1rg;::i

- 14,2
2,5

Se adotásse1110:. s.c:i:. unidades, corn a carregadeira gov<-rn~1ldO ~ p roduçdo:

60
Q-2.48x0,8x1,0x-;;;238m •/ h
0,5

Produç:&o d~ l•m (':lmi nhao;

Q 1 l,40 x0,8 x
60 :: 42 m'lh
14,2

198 Manuill Préttico d~ 1 scav~ c;ao


O volunie real transportado pelo caminhão é de: S caçan·ll)áS de 2,48 ml, ou 12,40 ml.

Produção da frota de can1inhões:

Q, =6 X 42 = 252 mJ/h

Assirn, a frota de trofisporte teria á capácidade de tr.1nsportar 252 mllh, mas con10 essa produção é
maior do que a da carregadeira (238 01 lfh), esta máquina passa a go\1er11ar a produção da equipe.

Se adotássemos cinco unidades de transporte, en1 vez ele seis, <1 J)rodução 1náxim..1 da frota seria:

Q, = 5 X 42 = 21 0 m 3/ h

menor do que a produção da carregadeira, que n.5.o nlais governaria a produçJo.

2 .2.5 - Unidades aplainadoras


As unidacJcs aplain;idoras são, como já vimos, máquinas p;ira acabamen10 da terraplenagem, sendo sPV
e«iprego muito diversificado. Por isso, é impraticável a <le1erminaç50 da estimativa dê produção, a não
~r para algun1as l<1refas si1nples, como o es1)alhan1ento e regularização de ca1nadas de terra para a
compactação,. através ele muit;is passa.elas de ida e retorno da ISmina do equipamento.

Figura 2.2s

1;j Processo
..\ técrl iCtl en1p reg~cl ;i é a 1>assagern do 15olina en1 ti·ajeto ele idó.', várias vezes sobre a cafnacla, a.t~
conseguir a sua regularização.

S<>ndo:
T • tempo cmpr~gado n:. Opéração dê éspalhamento (mí1l};
' =velocidade cio trajeto de idd (cspalharrtento) (krnlh) (fase ~:>roduc i va);

-., : velocidade do trajeto ele retorno (km/h) (não-produtiva);

Estimativa de produção dos equipamentos 199


Lt = dist.lncia percorrida avante (m);

L, = distância pcrçorrida à ré (1n);

N = número de 1>assad;:is para regularizar cad<1 can1ada;

E = fator de eficiência;

1 ; largura da lâ•n irl<).

T =(L 1 • 0,06 + L.- 0,06 ) x -N ( n11•n )


v, v, E

Sendo L a largura (n1) e C o comprimento Cm) da. área a ser rcgul:irizada, COl''ll a camada de espessura e
(m ) a produção da fnoto nivcladora na tarefa de esp.all'ta111ento e regularização será:

LxCxex60
Q(m"lhl =
T

Exe1nplo:

Uma motonivel.Jdora CAT-1208 dC\-c fazer a regularização do "bota-fora" colocado numa área de L = 25 n1
e C = 100 n1, necessitando de qua1ro passadas de lâmi na par~' o acerto da c01111;icla ele 0.40 n1.

1= 3,66 m;

v, .. 20 km/h;

E = 50/60.

O nún1ero de passadas total 11a área será: -1.L. x 4 = 27 passadas, 11un1 só senti<lo (ída)
3,66

100 X 0,06 100 X 0,06 ) 27 , , .


T = + - - ~ 42 1n1n (rempo eret1vo)
( 6 20 0, 83

2S x 100x0,4x60 , , Ol• 1429


Q= ~ 14_ 9 l'l'I 111 ;;; 3.570 m 2/ h
42 0,4

200 Manual Pr~tico de Escavcu:.10


(
___ .._ ________
__________________________ .._ _________, ' 1 \
1
( ' )
')(
1 / - - - - - -· -------
1
J --------------------------+ ------- 1
1
' ..... _______________________ _.., _______ ....
1
\ /
/
'

Figura 2.26

2 11 Processo
Outra 1écnica que poclc ser ernpregada é a passagc1~1 contínua da lâmina entre o iníc io e o rérn1ino ela
área a ser regularizada. fazendo-se o giro 11a cxtrc1nldadc e rctorrlando cm sentido co" trário.

sendo:

Q = 1>rodução da 1noto oivelado ra ' ª regularização (o'l:Jfh);


1 = largura da lâmina (m );

vm= velocidade n1édia da motoniveladora (km/h);

e = espessura solta da carnada (m);


'.: = número de passadas por ci1n1a d.a;

E = fato r de eficiência.

, 1x vMx ex E
Q (m / 11 )= -~~-- X 1.000
N

~ área A a ser regu lari7...ada, 1>0r hora

Estimativa de produção dos equipamentos 201


fxen1p lo:

C.llc.ular J ~irea a ser regularizada por hora por uma moton1veladora tAT· 1206, de 1 = 3,66 m, sendo
v,.,. - 12 km/h (id;a e retorno), neccss1t.Jnck> se dez passadas por camad.1 f • SC:V60.

A Cm' /h) = 3 •66 x 12 x O,Sl x 1 DOO = 3.ó45 m'th


10

OU Q - 3.645 X 0,40 ~ 1.456 m lfh.

Excn1f>lo:

Dt:.1ctmhlar o número de motonivel~1clortl> nl'Ct~o,;ário para o espalhanlt411to e regularização da terrJ


transport•d,, I"" •mo1oscropcrs•, cuja produç3o é 500 mllh (solto), o que será feito cm cam•d"5 de
0.40 m :wlto) com dez passadas da lãmína por camada.

A ~rca coberta por hora, S('nOO a "'Pl"SUrA dJ umada de 0,40 m , ~:

U~ n clc1~.;;e ,1 u1oto11iveladora CA'í-1208 co1u 1 J,66 n1 e velocidade cfti 1• 111arcr1a ele 4,4 km/h, a ár(•tt
espalh~1da l>f•la motonivelaclora scrj: (1 a 0,81)

1X V X E
;\ - -- x 1.000 N -. 1(l p.1">sad..1s
'
),66 X 4,4 X 0,83
A,. ' 1 .000 -1.366 m'lh
10
área cobc_
· r_1a__ = l.250 _ ~
Nt'ímero de unid.Jclcc; - 0 91 1
jrca CSJJdlhrida 1.336 '

1ogo, uma «•otonh.rPladora sc-r ..í suficicnlc.

2.2.6 - Unidades compactadoras


A prod~.:io d.l~ unid:Kles ÇQmpa<:t.ador.i> pode ser est1ma<b conhecendo·iC os seguintes elementos:

1 : la'lluro ut1I do rolo (m);

e- c~pcSsl1r:i da carnada {cm};

v : vel0<.icl..1dc do cqui1);imcnto (knV11);

1'1 - número ele pass.ldas para atingir o grau de compactação, por c.:11n.1cL.1.

E - fa lor de cfici~nCiJ..
Q (m }h) = 10 x 1 x ex v x E
N

O nde Q e Ne"' podem ser express~ e 1n \'Olt1me solto, no corte ou no aterrn.

A ex1) ressão aci rna, e rrlf)ora forneça res1.1ltaclos aceitáveis 1Jara a produção das unidades con1pactadoras,
é aproximacla porque alguns dos seus par5rnctros são intctdcpcndcntcs. Assim, a espessura e e o número
de p._1ssadas N são intcrdcpendentt.'S, isto é, aun1erttando-se ou diminuindo.se a es1:>essura da cainada
haverá n ec~ i dade de maior ou menor número d e passadc1s para consegt1ir-se a homogeneidacle da
n1assa c51:>ecrftca adotada e1n toda a can1acla.

Por outro laclo v e N ~o tcimbém intcrJigados, co1tíorrnc se constata na operação de rolos v ibraLórios, já
que, aume11tando a ve!ocid.:1de de rolamento, é necessário n'laior 11ómero de passadas para alcançar-se
a compactação desejada.

Convé1n observar que t1á d ificuldade en1 estin1ar-se, i:>or a11tecipaç.âo, o número de passadas n1íni1no
para atii1gir-se o grau de compaclação desejado, pois esse parâmel ro depende de falores aleatórios
con10 a u111idade natural do solo, a velocidade do rolo e o f)fÓJ)rio tipo <lo e<1ui1>amento tJtil izado.

A prefixação do fator de eficiência também apresenta d ificuldi1des, pois os fatores condicionantes deste
parãme1ro são bastante aleatórios, especialmente quando o prazo para exec1.1\ilr a con11>actação é longo
e pode a lcar1çar a estação de chuvas.

E1n condições norn1nis, levando-se e1n conta apenas os (atores que dependem da operação cfo rolo,
po(ie-se estimar esse fator em E= 0,75, desde que a operação seja contínua e as condições meteorológicas,
satisfatórias.

Todavia... se a 1>rodução dos compactadores for prevista para prazos maiores, a eficiência do trabalho
reduz-se St1bsta ocialn1e nle devido ds 1nás co11t1ições 1netoorol6gicas reinanles, excesso de urnidade no
solo, problen1<is 1Tiecânicos do equipan1ento, falta de coordenação dos trabalhos etc.

~essa hipótese, admite-se a redução do íator de eficiência para E e 0,50, o que, em (1!1ima análise,
signific<J reduzi r .:l produçSo cstim.Jda J n1etadc ou duplicar o cc1uipJmcnto d isponível para. a
compactação.

O fato r ele eficiência reduziclo significa, port anto, q ue o climensiona1nento ela equi 1>e de con1pactação
)(!fá ícito co1n bast~ ntc íolga, <.:vi tando o subdimc11siona1ncnto q ue iinpl ica o risco de lermos a frota
de "'n101oscra1>ers", de alto custo horário, paralisada parcialmente pela falta ou inadequação das
máqu inas con1pactadoras, ele custo l1orário relativamente baixo. Tal fa to afetaria o dcscmf)Cnho
ecooô1r1ico~íinancei ro da obra e levaria ao não-cumprimento dos prazos de execução (Ver referên-
cia bil)liográfica n" 11 ).

Exemplo:

D imensionar a e<1uipe de çorni>actaç.ão de um ser\•iço de 1erraplenage1n e)(ecu1ado por "moroscrapet""'


cuja produção geral é 800 m l/h (no corte). A compactação será feita con1 o rolo compactador CAT·8·1 5,
com as caracleríslicas abaixo indic.fld(ls. A es1Jes,sura das camadas é de 40 cm (solto), sendo necessárias
cinco passadas para atingir-se o grau de adcnsa1n cnto desejado.

Estimativa de produçao dos equipamentos 203


Os fatores de convcr)..iO de volumes sJo:
v_.
cp, =- • 0,80 e
v.,,.""",

1 • 2 " 1,02 = 2,04 m (2 rolos)

V• (.,4 kmJh

[ - 0,50

Produ(;\O do CO<llj).Klador:

Q : 2,04 X 6,4 X 40 X 0,5 X 1o~ 522 m' /h (soho)


5

Q - 0,80 x 522 • 41U m'lh (corte)

Q • 0,85 x 0,80" 522 - 355 rn'lh (ale"o)

•d . d produçdo dos •mo1oscrapcrs• 800 (m 1/h) (no corte)


N e un 1ca
1 es '= = 41 8 (m 1/h)(no corte) = 1,91
produção de 1 compact»dor

Logo, adotaremos 2 unidades O\T--815.

204 Manual Práttco df' Escavaçao


Referências Bibliográficas
(1) Cnterpillllr Performance Ha ndbook_. 33ª e dic,;Jo, 2002.

12) An ln lroduction to Production and Cost Estim3ting. General 1'v1otors Sco1land l imited, Terex, CM.

()) Produetion 3nd Coi:t E$1im:iting oí M:iteri:il Movemcnt \1.1ith E.."lrthmoving Equipmenl, Tcrex, CM, 1970.

14) E$('õlvador.lS. fo lheto d;:i " Po\ver Crane ~nd Shovel Associa1ionq e da revis1.a lngeniería lntemacional-Construction,
McGra\V· l lill lnternalional Corp.

15) Oay, O.J\•id A ., Constr uclion Equipment C uid<', NcwYork, John Wilcy & Sons lru:: •• 1973.

6) Rego Chave$, Când ido, Terraplenagcn1 Mecanizada, Rio de Janciro, Editora Rodovia, 1955.

n Earth ,\1oving and Conslruction Data, Allis Chalmers Mfg. Co.. 4 l ediç:io, 1956.
8) Petiriíoy, R. l ., Construction Ptanning, Eq uipment <1nd Mc thods, 1\.1.CCrt1v1.Hlll 8(l()k Compo'.lny, lnc.

9) Sales Pron1otion Manual - Conslruction A.1achincry. Boletim da "'Kom<'tW, Ltd., Tokyo, j(lfMn".

10) Church, l<'IOrJCC 1<.., l!xcavation H~_n dt>ook. M<:C"'°'\v~ Hill Uook Company, 1981 .

11) Foissblad, urs, Vibratory Soil a nd Ro<k Fill Compaction, º>"1a.1>_.c fl.iaskii' A. 6. $\veden, 198 1.

12) Carvalho. Cui l h~rme C., Exen1 ~ão da terra fJle-nag.t-m, An<tis do li Se1ni1~rio OERSA - Rcxlovió'I cio$ Oandei1an1es,
OERSA·Oesenll()lvimento Rodoviário S. A., São P.lulo, 1978, pág. 149.

Esti mativa de produçao dos eq uipamentos 205


-
Seleção dos equipamentos
de terraplenagem

• 3.1 - Generalidades
O problema c:L1 seleç.io <lo equir>.:imento de terraplenagem ideal, para a realizaçâo de determinada
tareíJ.. está n.:i Jnálisc de todos os fatores que exercen1 influência no seu c oc11portan1ento.

A cx1.:ieriência n1<)Stra que v~rios parâme:ll'OS prccisa1n ser cQnhcc-idos ou dctc.-n1ir1ados para pcrn1itir a esco-
ll\a da fro1a de n\áquinas 01ais indica<la, o que rcsuha cer1a con1plexiclade na soluÇc:"iO do problema. Há a
considerar, t<lmbém, que em muitos casos pode lia'rer 1nais de unla configuração ele írota que salisfaça à.s
condi(,ões vigentes, ficando a escol~ ao atbítrio de Cr'iférios pessoais, econômicos e de cronogran1a.

Será n1uito útil, envet~nto, p.1t.:i cleterrrtinar~se a soluç5o m;:iis vJntajosa, o conheci1nento clesses parâ1neiros
e sun i11fluê-nciJ. tlO desempenho dos ec1uipamentos.

Os fatores que infloenl ness.a escolha podem ser ç lassificados em três grupos:

1º> Fatores n~ lurais - são aqueles que dc1>end<."ln das condições vigentes no loc..11dos trabalhos, como
topografia mais ou nlenos acid~otada, oatureza dos solos existentes, prcscnçJ de lençol (refilico,
rcgirnc de <.:lluvas etc.

2º) Fatores do proj eto - são representados pelo volume de terra a ser movida, as distâncias de transpor·
te, as rJnlpas e \l.S din1ensões d;;is pl;:ataformas.

3~) Fatores econômicos - podem ser resumidos no custo unitário do trabalho (custo do 1nc1ro cúbico
1novimen1ado), que, tnl úhinla análise, (; o falôf prc..'do1nina111c e, frcqücntcn1cn1c, decisivo na
escolha a ser feita.

O cuslo u1lilário depende. por sua vez, do investimento tottll, rcprcsenlado J>elc:> custo de aquisição das
máquinas da frota e, t<11nbérn, da sua produtividade.

Rego Ch;:ives, enl seu l ivro "Terraplenasem M ecanizada" (pág. t05). es1abclcce os rrês princípios que
regem a escolh.;1 econômi~ dos e<1uipame1ltOS .

..E1n tcrr-c111lcnah>(:f't1111c,."(;anizada.., COfl'IO já vio1os, a 1\aturcza, as condições e o volume d..1s obras '1 exect.1tar
sJo os principais fatores a se< verificados na dctem1inação do equipan1ento mais apropriado. Essa escolha
deverá obedecer, semp<e que possível e dentro dos meios disponi...-eis, aos seguintes ilrincípios básicos:

• recluç..'lc:>, t.;1nto quanto possível, das inversões de capi1al;

a C<1uilíbrio de trabalho cntfc as divcfsas unidaclcs mecanizadas, a fim cJe Qt.•e o fendin1ento,
por máquina, seja o máximo;

207
• custos unitários de produçdo S<.-mp<e menores do que aqucl~ que resullar1am do emprego de
outras m.iquinas ou de outrOs quõ'llisquer rnécodos de tra~llt0.•

1nt síntese, os três princf1>ios citados dctcro1inêln1 o e1111)rcgo do equl1~1n 1ento nlaic; í'COnô1nico f' que
co1lduz a 1n~norcs custos.

Enecessário frisar que, em certos casos, os outros fatorl"S naturais ou de projetQ podem eliminar, por
1:>eculiaridado próprias, <JS sofuções maiio <.""COnômicJs <1u(•, t\eSta hipólCSC, dcixari01m (Jc ser viáveis.

• 3.2 - Fato res Naturais


3.2.1 - Natureza do solo
A natureza do solo é o l"inM.·iro fator a SCt" considerado no c.~tudo d..1 sclcç~o <.k> equip:"1111(!nlô. ck:venclo ser
clcccrminadas as principais ttliilcterístiç~Ct ffslc.1s do solo, como a gr:inulornc--tria, resistência ao rola1»e1lto,
rt-presenuid.J pelo ooefocicntc de""ª""'""' I<. capacidade de "'P""• ~ ~ç.10 das ""'li"'· <wnidade natural e<c.

Quando os solos locais a1>rcsenlam baiK• capacidade de sur>0rte, devido ao excesso de unl1dadc ou à
r>resença de 1na1éria O"SJnica e rcsistê11ciafi ele rolamCflt<> muito clcvJdas, esses íarorcs priltican1cntc já
clhninam toda~ .ic; soluções cruc envolvam mJquinas ele pneus, pois e .. tas enírentdric1f'r1 probl~rr•as <ie
afundamcrllO exccS5iVO e f.aha de adc,encia, que in'lpc<lirl~lm a sua utili1açào ou conduziri.im a custos
nlOito elev.idos e antieconõmicos.

Nes'Sê caso, res1,, a opção de emprego de nl~quinas de Ktciras. as c1u:-iis, graças d ~ua boa Rutu3ç3o e
i>dcrêt1cia, poclrriam levar a c~bo a movimentação ele lt'rr.Js prcvistJ.

Em ~ extremos, COCTIO por eKemp&o os \Olos argilosos com maléfi;> orgânica, muito úmidos (solos
turfosos), com ba1Kíssima caf)W'cid.."\Cle de ~uporte, nem podem supot1ar o peso próprio de urn 1r.1tor de
esteiras, ndo restando sendo il hipótese de se.• proceder 1t i.ua remoção com escavacfeira~. dada cm ÍMJ'>OS·
siblllclade <fe qt1f'llqoêr tr5ícgo de l ratores s.obrc eles.

Quando o greide da plataform.1 d ser rerraplcnada interfere com o lençol freático, • umid.a:de em Clll:tcS·
so pode redu.i:1r subsrancialmc-nle a Cdp.lCidack! de supor1<" do solo, equiparando-o aos so&os turfosos.

3 .2.2 - Topografia
A topografia lo<:ttl, mais ou mcf,OS ac1d.cnta<la que tt"Sult.l e1n rampa.s, aclives e ck.\(livcs também mais
1

oo meros pronunciados, ~ rator muito importan1e a ser tcvado em conta, pois certos tipos de cc:1oipa·
mcntos ndo podem set" cmpegados, dcs.de que não co1tsigam vencer JS rampas, por íalta de pot~cia
ou aderêncict c..•n1re o trt?rn pr<)pulsor e o solo. Por outro l;ltlo, quando os declives sdo n1uito accntl1ndos,
il Í<llt<t de scgu1.-nça na opcraç~o pode levar ao irnped1mcn10 de su.1 utílização.

Assim, entre <'qU•pamentos do mesmo hpo, alguns, p<>f" suas características construti\las, aprescnt.lm
mj1iorcs poss1b1l1dades de uso em rampn( acentu~das, oomo por c.-xNt1plo o •scra1>er-' rebocado por
trJlor de es-teir_.s ou do "'mo1oscrapcr"' com dois n1otores e tr.a:çiio nt111> quatro rodJS.

3.2.3 - Regime de chuvas


lm certas regiões em que a precipitação pluvial é in1~ c/ou frequent<- cm cert.as ~s do ano, esse
ía1·0 deve ser COl'tsiderado na seleção do equipamento, pois a ocorrência de preci1>ilações f1cqucntcs
constitui unl íttior ~xtre1na1ncn 1 e ne-gativo 1la produtividade cios equlpan1cntos e. tonseqüe11tc 1nen1e,
no!i custos dos serviços 1>or eles realizado5.
• 3.3 - Fatores de Projeto
3.3.1 - Volume a ser movido
Cite é um dos íaton.:~ preponderantes n.- ~"co lh J do cquipame1llO a ser utilizado, porque. sendo gra1,de
o volume a ser movicSo1 significa un1 íalurJmento elevaclo que pcnnitir.i o emprego de mác1uin."1s em
quantidade e qv::iliclJde, implicando grandc.-s i11vestimento~ .

Inversa.mente, pequeno!. volumes a sert'm 1rabalhados 1êm. como resultado. o cm1>rc.i;o de equipame11~
tos de menor produ11vidade e de menor custo de C11quisf.çJo.

O volume a ser terrapl~ado, por ovtro IJdo, sendo de pcquc1la expressão, pode resultar em pra1ns de
execução muito c urt~ p.ira os equipamentos de a lta pmdutiviclade, de softe qu<' \.C torna clesaconsel~vel
o seu uso, devido às despesas com St'll dc~locan1en10 e no (aturarnento diminulo se con1porado JO
1

resultante da u1ilizaç3o n1ais intensiva d~.) 1náquinas.

3.3.2 - Distância de transporte


( .ncontcstável que, se considerado 1nd1viclualmente, é o principdl fator a ser levado em cont~l na
sclcç5o dos equipan1('nto~.

Sabe·sc que as opcr~1ç~s de carga, descarga,, manobra<;. etc. clc1na1\dam tcm1l0s rcl\'llivamente l)eque·
nos, se cotejados com ~ rcmpos variá\.'cis que deperl<lcn1 diretamente da distlncia percorrida.

l'wl.lnto. o custo""""" ope<a<;ões é pequeno. quando comporodo com os de tr.ln;porte Pil"' as d1st3n·
e.ias n1é<lia.s e longas e que constituen1 ~ 01Jior parcela no cuslo de produçJo.

Sabe1nos que o cuc;10 do serviço 6 obtido p<!la felação:

em que o numerador é o custo glob.11 e o (Jcnominack>r é ;i produção global da equipe.

~ produção das 1náquin.i.s individuais está na razão invers..i cio t<...npo de ciclo, ou

Q;'
r1
1 '
I
Logo, ql1;:into maior a distância ele tr;'IOSfXJrt<'. n1ais l0tigos scr,lo os tempos varl~vcls e, J)Onanto, 1nJi0«.')
~ temr>os de ciclo e, inversamente, ml'nor St!r~ a PfOdução. Po1tanto, teremos cut.tos cada vez maiort.-:..

..... ,im, para as distlncias cor'tSiderad"s ~uenas {menores que 50 m), as m~qu1nas de esteir.ls (Om
mina. embora sej.Jm de b.aixa veloc1d.lck> (<1 0 kmlh). sJo as indicadas, porque os custos r~ufr.ntcs
igualmente. baixos.

Deve-se levar erll cont._1 que os equipa1ncntos, clesenvolve1lclo velocidades maiort!'S enl distâr1cins çur-
:..t), nJo conscgucwn a lirlgir a velocidade rndxinla, pois, durilntc a aceleraçdo j~ ~tlca n çam a ;cOllll do
11 rHro, não se conscguir1do o apro,•citdmen10 de sua principal varltagem: a velocidade.

Seleção dos equipamentos de torraptenagem 209


E.rUtt!l.ln(o. pata dist3nclas além de 100 m. o tempo de ciclo do lr.Jror de lâmina joi se torna muito longo.
reduzindo drasticamente a prod~o.

PJr.I di~táncias m.tliOr('S é m~i$ interes~ntc usar equ1pamet'll05que1r0t1l51>0rtam maior~ volume5 ("'scra1~r4'
rebocado 1>0r trator de eslciras) ou rnais. vt•h>7CS ("motoscrapcr").

Íl!>tlldOS feitos pelo t-IKll índic.iram que, nd (,,ixa de dist.inc itl"I c1'lt1c 50 e 200 m, o "'scraper" rcbocJdo
era utili.t:.1do mais frequcnlcmcnte.

Os ...mo1oscrapcrs"', pequenos e médios, com reboc.-.dor de u1n eixo, el'Clm prefL"fiftos rl3 iaixa de 100 J
400 m, 1)()r &..---scrlvolverem velocidade!t m~iOrf\Ç (alé 50 kr'r\/h).

Os ck• grande capacldaclc e os de cfois n1oloi't-s, que dcsenvolvcn1 a1é 60 kr1\111, ~Jo n·1ais indicaclos 1>.1ra
J (Ji'(,l cfe 300 até 750 m.

P.lra di>tdocias ma10ttS de 900 m, n terrtpo de ciclo das ~·ot,..n:SpOftadoras tá se torna, 1ambl-m,
nluito grande, exigindo o e-mprego de 'vcÍrf,.s urlidades ~ra &upr1r a pequena produção indivsdual, o
que lcv.i a um investi1ne1lto n1uito grandr.

AS"iin1, é preferível adotar-e:(', ~1ra ~1s dis1Sncias longas, cqu1p.:unt•n1os de baixo e U'-IO, ,, <1ue permite unl
número grande <lC uniclades na irofa de lrJn<lipone sem, c..:on1udo, Implicar ir1vcs1hr1C11lfO cSen-.asiaclo alro,
e C.1rrq.;Jdos sempre por mácauin.-s csc.avocdrrcgCtdo<as.

• 3.4 - Fato res Econômicos


Pt>lo e1tpos:to, pode--M! cl'>n"i:ta1ar distânciJS nos qu:ti.s certos tipos dt- máquinas COtlduz.e-in ~ costos onitjrios
n1cnorcs. ou seja, 6 1>01><ii(vcl definirem-se (Jix.I'; de ulilizaçJo oconônlica para os <llvCt'Sos equipamcn1os.

t evidente que a cscolh.1, levando-se cn1 t.<>nl,l, tão·somenle, o custo, deve supot <1ue outras cond i<;Õ('S
se1am SJ.ttsfcilas pelo Ntt1ip.1menro. no que concerne. por eJCemplo. às rampas, naturc.ta do solo, voh.J
Oll'S • -.erem movidos ClC.

'lum mercado de tr.ibdlho competitivo, cm que as obras Wo licitadas quase exclusivêlmen1.e med1\lntc
c1i1(.rio~
de custo, IOrt'lil•"i<" óbvia a in11><>rt~ncia da sclcçdo oorrt·la do equ1pon1cn10 que condu1.l a(>S
111eoores preços ooit.:\rios.

~ outro lado, na rcalid.l<lc. a escolha ck.>ttn1l1\'a de uma cqt1i(X' de\lerá ser feitot mcd1.Jnte a eslinlaliv.i
bt.<Tl re•ltsta da produç3o pro-"<ivel e do"-"' custo, pelos ml<odo\ já estudados antcrionnente.

Como s..lo muitos os 1>t1•«in1e1ros que 1ntCl'\-&n na <.-scolha~ ~ó "C'r.1 possível chegar .1 un1a solução defini
tiva atrolvés do conh('<.:ir11en10 de todo~ os d\ldos do probfcn1,1, verific.ando o dcsetlipenho de vl:'iria~
t.'c111ipc.•4i diíercn1e-~. para. ílr1aln1cn1e. t..c)r~t luir, com segurança, qu.11 a n1ais econõm1ca.

PJr• dr...iemiinar---sc com mJior certeza as das quais ~l tdm menores cuslas J>Jra o m' CSC'a'\ado e
di~1.1nciJ5
11Jn<portado pelos di~ cquôpamenll». foi efetuada simul.lç3o ""' plan•lha e4ecrôruc.l, r...,ndo-se v.iri.>S
cqui~ de máquinas e dcrermillcl~ °'
<t"'-pecti\ios custas cm ft1nçM> das diSl.inci.h dr transponc, a. s.alX!r.

íquipe nu 1 • trJtor de lân'lina ele 2,5 ml de capacid..1dc C(>nl 140 HP.

Equipe ng 2 = lrdlO..- de llmin.J ele 6, S ml de cap.acidddc com 335 HP.


·-
(,q 1•Tr•OI ....... 140 HPt24 m1

....
,,_s ......
(~ , • , ...., ......... $3~ ...
Situação 1
. Eq. e: · Canog + camlnh5o tofa·d...-1r11dli (2:4 m')


-
'
;-

í*.~= Eq, a· US 15 m' ( p . 1 -1)


··--···-····----
50 ----------··· - .1400 ································-···················
2700 ··--······>

• lq.:lla
Eq. 2
SHueç.80 2

Eq.• 5 o 7: , - . , .

Figura ~. t - t 3hc.ts econômicas de! ulili.i::a\'flo do:i cc1ul1>.l1ncntos

l qu1pc nº 3 = motoscraper d e 15 1n' e.te capacidade com 3JOb liP.

Fquif>P 1lº 4 ~ motoscr.af)Cf de 24 m 1 de c.'\pac:idade cOfn 450 H I>

fqu1pc nº S = arrcgadc-ira de M.teir;i\ com c.aç~mba de 1,5 m 1 e <.;>minhões basculantes de 6 m •


[quipc ri' 6 ~ ca~;,. de pn<'U' "'"' c.l~omba de 3,7 ml e ciminhües l0<a-de-<?strada de 24 m'.
fquipc nt) 7 escavadeira de e-.t._-oira~ (rt.'lro) ç001 caçamba de 1 m 1 e CilminJ'K5<"\ basculantes de 8 m•.
Í C(llll>l' 1l'1 8 -: motoscraper cloe 1S m 1 lip o "'push-pull"'.

Os rt.-su llaclO\ cld i.in'lulação cst5o 1·cprcscntados na Figufa 3.1, clcnlOfl'ilf.1nclo os scguin1cs conclt1sõcs
gené1 ic.a:t:
1> O) cquip.i1neo1os de grande ponc aprcscnto.un cuslos 111etlOrCS cn11ocl.ls as f.tixõlS de distâncias de 1ran~
potle, embor;:i tenham custos horM"i0> WP'l"'iores aos dos equipJmctltOS ~ menor porte. Isto se expli<=4'
gr.>Ças ~ alr.i produttvidadc que apn..,.,.14.1m, «>mJ>ensando ampl>mcnte os altos custos hotários.
2; na !.lixa de d1~1dncias até 80 m, o tr~lor de 335 HP é mai$ econ6m1co t.'fn relação a qualqu-.>r d.i_.
outras <"qt1ipcs.

3 NJ faixa <lc 100 a 900 m, a cq\.1ipe: nª "), COIYI motoscra1:>erc; dr 1S mJ de CJi>ilcidadc, é a que
.;1pre:lo~n1._1 1nenor ç usto, çom cxceçlo d<' f"quipe n° 4.

4 ·, A cqui1Jc ''º
6, formada por carrcgndC1i ra de pneus e c-3minhôt"S Ít->r.1--c_lc--c)trad.l, é mais cconômicrt
ctn rclJç:io .) equipe no 3, J partir de 900 n1, t..·, a1:>ós 3000 01, se co111p.1tadn à. equipe no 4, co1lsti-
tuíd;;i cJc 1notosera1:>er de 24 m •.

31 As equipes n'° 5 e 7, consti1uíd.i4t por carrcgadciras ou escavad4>iras de porte médio e çaminhãP\


baK'lila r\1~ & 6 e 8 ml~ lê:m cuqos muito próximos cm quaisquf'f' d1çt.3ncias, podendo-se- afirmar

Seleç.ã o dos equipamentos de terraplenagem 211


que s.ão praticamente equivalentes. Cm relação à cqui~ nº 3 de motoscroaper de 15 mJ,. ela ~ m
vantajosa a panír ele 2000 m e, se comparadas l. equipe rfJ 6. tem custos mais elevados para q
quer distância de tr• mporte.
6) l tlfret<tnto, deve--)t: considerar que as equipes nm 5 e 7, I'°' utilizarem equipamet'llos de custo d.
aquisição muito 1ncnor cnl relação à cc1uipc n° 6, ;ustifiCJ o c11lprcgo muito fre<1üeo1e de escav.JdC>•r• ...
e can1inhões b..1scul,1ntcs, em razJo do investimento inirit1l 11luito b..'lixo, cm obra-. de pequeno po11
e para quaisqut!r dist.5ncias de transporte. Para as obra.s de grande volu1nc de escavação, torna..-4
evidente a vantagem do uso da equipe n° ó.
7, A partir de 150 m, '1S equipes ri"' 5 e 7 Wo mais e.conõm1cas c-m relação ao~ tratores de lân1ina. ptt ~
resultados ob1idcn. ''ª
planilha.

( necessário ressalv.-:ir que as conclusões anteriores são somente válidas para o~ CltSlos horários do
cc1tlipamentos e <fcmais parSmc1rcg adorados na simulaçdo, fl saber:

O<!<:lividade média: 10'4


Coeficocntc de rol•mento do solo: 60 kglt
Fator de cficiêllcia: 0,75
TodJvia, 1'.>0de obter-se, c1través da rcfcr1d(l 1>lanilha, con1 fJc.ilidade,. restilt.Jclos "cn·1clh antes con1 ulili·
l.1f;:iO de parâmetros de valores dií~fcntcs. ln1potta obsc1vdt que os valates ele cfi~ldllcia de trJnsponr
obtidJs .11ravés cl.l planilha clivcrgem (~ dadoo indicados pelo HRB (p.igin~• 2 10). pois estei ÍO<• rn
conK-suidos com cquipc.1mentos cujo desempenho e ptodut.ivicbde são difercnt~ e c ujas conctiçóes dl
tr;tb._ilho não são espteific.:sdas.

• 3.5 - Seleção das unidades cscavotransportadoras e transportadoras


Ten do à disposiç5o divc:1so!> tipos de "rnotO'"icr;ipers" e de tinidncles transportndo1as. com ca ractcrí~tic:a~
diíercntes. con v~m procé."dcr a uma aná li ~ 1nais c uid.:idosa na seleção do tipo ele equipamento indica -
do para cada c.1so, &cvancfo-se em c:ontta ~ diversos fatores que afetam a escolha.

~ •mofoscrapers• cla(,s1fiam·se em:


1. Convencio1lal CONVl

2 . Convencional conl rcboc:'1dor de 2 eixo~ C0NV2º

J Com esteira c lcva1ória íL


4. • Pus1>-pu11• PP
S. Com motor traS(:iro tração e:m tod.1~ a~ rodas MT-TR
6. "'Scrnper" reboc~1do por trator de cstcir,1s SR
As u1lidades transport.iclori'ls classiíican1·se c1r1:

7. C'lminhõcs

8 . Vagões
descdrg• pelo fundo •bouom dump'
{ VGF

ver
NaturcZõJ do material

Rocha dtrwniuicS.
ltocha tiU.f•fíc.&
Pfdtegv•ho ~
Pt-dltcu'ho Mtt.ido
"''"
AIC'lol

figura J .l - Ado'lpl•Ç3o dos di\•C'rsos <'<1ul1);1rnenfoJ ~os d iíerentes materiais

Resii.lê11ci" ao rola1nento
K 'º"
280
215
183
ISO
117
8S
•••,,__ o.L-.IL
' '\. ~ $ q,'!l.
<?<!'<?"

Pelo quadro nnk!t itJt constata~se c1ue, COfll o 1n<tlior aft._1ncl.amê1llô doS pnct..1S, ou seja, ela resistência ao
rola1r.c11t0, além de 15 cm (ou n1ais cl(• 100 kg/l), somente as máquinas que ar>resenta1n boas caracte<í>ticas
de trac;Jo poclern trafegar ern 1ais ICrl'CflOS. ConlO ~xet11pk> o "motoscraper" de dois n1otores com tração 11as
quaU'O rodJ• (M1J, o equipamenlO tipo •pu<h-pull• \PP) e o •scraper" rebocado por trator de esteiras !SRI.

Os ·motoscrapc.-rs• con\enc~is, 1rafeg..1'do sobre pistas cujo aíunda.mcn10 ultrapasse 15 cm, ou cuja
resisi&cla ao rol3mento supere 100 kglt, ConleÇam a apresent:4'r problemas, j~ que ols resistências opos·
tas 30 movim<...-nto s.'io ele\•adas e determ1n.Jn-1 a baixa ·vctocidadc em c~da trKho.

O n1a1s inclicado, nesses casos. é o emprego do •m0toscraper"' com trJc;Jo r1J) quatro rodas.

Quanlo ao~ cnminhões e vagões, a si1uac;Jo 6 Jinda n1ais desfavorjvPI, pois afundamentos superiores a
1O crn já constitucol obstáculo ao s<!u bon1 clcscn1pe1lho. As considí'raçõcs citadas são iguahnentc
válidn.:; pnr:i tetrc nos conl 1nui10 afun dan1cn to~ d~iido ao grane-se teor <lc u1nidadc.

10•.L---

Seleção dos equipamentos dQ t crraplen.agem 213


AtrJvés do <IUíldro \'Crifica·se cive o "scrapcr"' rebocado (.5R) (cm a Ccll)d( i(lt1ck• ck• vencer as maiores ramp.i:..
(40%), "'8"""1<>5c os •moooscr.1per>• com traçJo ,,..,, quauo rodas CTR ou PPJ devido a sua melhoc ~nciJ

~ •roocCM:rapers• convencionais., comK'hoc..lck>r de 1 eixo. podem vencer r;i~ de .1té 15%; os com ci
td>oc.Kkw c:om 2 ci'JCOS e menor~ .ldcreme "iObte êtS rodas motr1.z:t-"S ~rampas de 10% (\.-er 1 4.6,.

~ CJ.m1nhõcs e vagões, devido à adcr.:ncia, t&m como rampa·li1l1ite 15cy•. Alguns caminhões "fora-
cfe-e)trada" ~ conl maior peso ader~ll~ 1>odl>m sub ir rampas de até 2.'i%..

Compacidade n atural do terreno


Os lCr1\ln<>\ m1.1i10 compactos só podcrr1 ser esca\ 1ados conl fac.:ilicl.1d c 1>or equipamentos con1 bo..1
odt'r~nciJ, como o ..scraper"' rebocado (SR) ou os "motoscr.:ipcr-." <lt.• trit(~O oas quatro rodas (TR1
::imbos 3Juda(IOS pe:lo trator empt1rrJclor.

N~ m.it<.."'f•ct•~ menos compactos s.lo uhh1Jdm. os •motoscraper-,"' <'Ofl\'tlnc~nais t importante lcmbr.i


que os rffl>OCadô«w> com dois eixos slo os "'41is .lfctados pela b.'l1xa '1dcf~1.l.

F""''ld<Hc um balanço geral das po<;•iblhdad<>S de cada tipo de •mo10..,1•per", em função dos d~
(ator<'' Analis..'ldos, chegamoo.. ao c.a1n1XJ de aplir;ação mais ;;.propriado par.\ ((lda ti1>0:

" ) "Motoscraper.N co1lvencional - rebocad or de 1 eixo (CO NV 1)


• distânciJs curtJs J 1nécticl-s;
• lt>trenos pouco ou mt.-diJ1l.i1n('nte compactos;
ia rampas nlédias < 151}-o;

terrenos de bom suporte e pou<-'ô afundamento <baix.J re!li-..têncJ~1 de rolamento).

b> "'~iotoscraper'"' convencional - rlf'boc.ador de 2 eixos (CONV 2)


d1stl.nc,ia.s méd i a~.-. g1Jn(Jc~ (maior velocidade);

terrenos pouco ou mt.-dial'"u11en1e con1pac1os;


• rn1np<is ele pequen~ de<;livldaclc (cldcr\;n cia baixa);

lcrrcnos de bom suporte e 1>ouc:c> aftindamento (baix.1 r..°'1sttlnc ia de rolamc1ltO).

e) "'Motosc:raper"' elevatório (El )


di)t~nCJ<I" curtas e mt"cf1.u;

• terrenos pouco compac10..; ""°'º solto;


• r.1n1p.t\ de p<..-quen.a d("('livid.ldc;
• terrenos de bonl s,u1xntt• e po~100 aíundamento (bilixi1 •C'Si~tt!11c1,l <.h: rolamento).

cO "Motoscraper.N com motor traseiro - tração nas q t1atro rodas (MT)


dis1otncias médias;
terrenos compactos:

214 ~Pratcocse~
• rJrnp.as de decli\ridade média J forlc < 300/o;
tf'ft'enos de capacidade de suporte b.li.xa ~ ,11ta resist&ncia de rol.Jmcnto.

e) ""Scr.lper"' rebocado por trator de ~leira.s


di~tSncias curtas;
• 1errenos compactos;

• leirenos ele c.apacid.aclP d<-• ~ufXJll<· haixa e alta resistência cl<' rolamento.

Cuslos de ctlrg.1, transporte e esp3lhamento


Os mJis CJrQIO, rlo que diz respetto ã carga, <..lo O.!! vagões e (4mir1llÕc.~. de\11do ao tempo de carrega·
mênto liof'f' bem maior do que no ca>o dos •motoscrapcrs·.

Por oulr<> l ..l<.lo, o '"scraper"' rebocado (SR> e u "'motoscra.per"' elev.itório, 1>0r di)J>Cns.arem, çm certos
casos, J <J)udoa do "pushe~ tê-m custo d<- rarr(-gamcnto muito baixo.

Quallto ac> t1«1n:,rxJrtc, JS máquini'IS mai~ lcr11a.; o "'s.craper"' rcbocddo eu c lcvt1t6rio s3o as de maiorf!Ci
cuSI (>~. t.:uqu.'111to as n13is velozes - caminllõc~ o vagões - têm c u slo& n1uilo l>.i1x<:r...

Sobre u C>l>,1ll1._1n1etito, os Qminhõc~ C' vat;ôc~ sJo O> de nl~ior custo porqt1f" <'xincm máquinas auxilia
res, (1ralotir.:li de IS1nina) p.L1r~1 completJr e unifc>rn1izar as camadas.

Já o "'m<>t()({t~r"' c lC\•atório, cuia esteira. lrJh31hando em sentido in\'<"t"O, reiclur o 1empo de des<'Jrg.a
e espalha o matt"rial cm camadas mais r('Rul..i.•'-"S, com povco uso d~ m~quinJ~ Juxiliares, é o equipa·
mento que .aprt.."Serlta menor custo de esp.1lh.1men10.

170

150 SR
;;
a

"'
'li
130 a
•• 110
1
1• 90

A
"•
~ 70

50

30
700(m)

Seleção dos equipitmcntos de terraplenagem 215


Comparac;õe! allernativêlS
Os dois íatorcs que mais influem no dcscm~nho dos t?qt•ipamento.s esc.avott.-nsportadores são a distjn-
cia do transporte e as res1stênc1as que 'C ()~ ao mo-vimetltO elas mJiquin.ts

-:o gr.lflCOd> Figura l.S remos uma cuiv•""' limica dois =npos bem ctostinlDS de ;iplic>Çlo dessas máquma>.
• "'A.., d direita, na qual ê 1n.Jii irldi,ado o uso de "'motoscraper"' (com pnct1s);

• "8", onde é preferível a ulilizaçào do "scrape("' rebocado (<"str1r.lc:).

N3 1on~ "A", let11os dislJncias maiores tio c1uc 160 me resistências tolJis cl<' !O .11~ 1 70 ks". P<ira ttc:c:a(
dlstâ1'tclas 01(-dií.ls ( 160/700 m ) e rcsistêllcia torai aré 11 O kg!t pode-se u lili/t11 o " n1o toscraper" conve11-
cional (CONV). Nas clistâncias entre 200 e 700 m, mas com resist~nci.i IOCJI ""IM:"rior a 11 O kgll, já há
vantage-m no emprego do "nlOtoscrapcr" co1n clois motores (M-0, porc1ue possui rn.Jiores 1raçdo e velo·
cidade do que os com'eocionais. Para JS rcslst~cias baixas e dist.Jnclas pequenas pode ser indicado o
•motOSCrapc,_. etevat6'io (El). Do outto l.Jdo, onde as distâncias vão ~e ~s curtas até as grandes. e as
rcsist&cias desde as baixas até as muitO ah.'s~
. seria o c.a.mpo de aplic•ç.lo ideal do "'scraper' reboc..ldo.

~ oec~sár10 observar, porém, que CS<.t..~ campos de aplicação s.30 teoricamente os mais fa'VO'á\eis, ma~.
evidcnlcm<"ntc, no uso real das 1n~quinas, enl muitos casos, elas serão utiliudas esn condiçôe!. que
fogen1 do estabelecido no gr~fico. Ass1nl un1 "motoscraper"" convencional ou o de n1otor traseiro pode-
r-Jo ser usados nns condições cm que o "scraper"' rebocado é preferível e vice-versa, dependendo da
análi:-.c de prOC'ft1ç5o e custo e m cada caso.

Co m par~ç!'io de custo enlre Nscrapcr_N rebocado e "motoscraper"


No lrajcto abaixo procura.se determin.ir qu.il do:. equipamentos ind1c:.dos é o mau; econômico.

Tr.lJCIO

A•
Figur:i 3.6
D• 300m
••
Equipe 1 Dados do 1errc1lo

"'Moto!lcr. 1 ~1 " 62 1 Coeficiente de rolamento = 60 kg/1

~QVJ~ÍO • 30, s 1 Fator ele co11vcro;;rio de

Capacidade <t>, = 0,75


Tempos fixos 2,0 mín Massa especifta solta = 1.3 lfm'
Tempo de aft·l('f'ttçio e desace&eraçdo • 0 .7 min
Tempo de ciclo do ..pusher• 1,S min

Fato( de c(iciéncia • 0,75

Ten11Jos fixo> • 2 mln

r, = r. +"'•e =Jo.s + 1.1•1 s,3 - so,41


!R - 50.4 (60 - 10.4) • + 1.008 kg
>
Trecho AB
Do diagrama t rdÇâO x ''elocida~ cio "'mo10;.cr•1:>er" 62 1, temos:

V,.;. - 48 km/h (8' m<1rcha)

-+
Trecho BC fll~quina vazia

:!:R 5 30,5 (60 + 10,4) = + l.005 kg


V RÃ = 24 km/h (6" m archa)

Ten1po de ciclo 1n ínin10:

l.t • 300 x 0,06 + 300 x 0,06 l, l 3 m in


• 48 24

t<-_" • 2,0 - 0.7 + 1, 13 - l,8l 1nin

Q: 15, 3 X 0,75 X 60 X 0,75 '° t JS m 'fh


3,85

Número d e " motoscr(lper'' pt•rêl un1 ''l) u:,ht:f'''

Adotamos J unidades

Custo uni1ário 3 •motoscrapcrs• x$150=450


1 • pusher" X $ 160 - 111!1
s
610,00
610,00
Equip;.mento e= = $ 1,50/m'
3 " 135

Equi11e 2
"Scrnr>el''' 1eUoco1do por lrator 08-DD {1r.i nsm i s~o 1r1ecânica)

Peso ~110 cio ""scraper" • 11,3 1

Pe$o tocai do •scr.1pE'< • 11,J + l J,8 X 1,3 = 29,J l


Tempos fixa< • 2,3 min

Fator de C'Íic il\ncia - 0,83


Obs.: N.lo se <.u11sidcr..:i o peso do tral<)r pclJ> razões expostas em 1.4.2.

:!:R = 29,3 (60 - 4 .10) • 1586 kg

Da tabela csfnrço 1rator x velocid ade do tralor 08-K. temos:


VAli = 1 1 km/h para f s; 4.090 kg

Seleção dos equipamentos de terrapfenagem 217


1rajc10 BA
• IR 11,3(60 + 4.lOl• 1.1 30 kg

VM 11 kmlh

~ J()(} X 0,00
"l • )( 2 • ~.J min
' 11

~"'ío ri=; 2.J + 3,3 = S,6 mill

Q a 1),8X0,73 X 60 X0,8) _ m 'fh


92
5,6

As!turnindo o (U$tO hor.irio do equip(1n1(+fllO e"' =- s 185,00, 1e1nos:


185
Custo unitjrio e= .... $2,0 1/mJ
<J2

Vc·riíica ..se que,. nas co11diçl>es do exc111plo, o equipan1en10 mn1s ecooô1nico seria o " motoscraper,. 62 1.

Nota: Os va l ore~ cJl>t i cl~ sJo apenas indico:.tivos, pois cfc~ndc111 dos custos hot.irios c1ue f0tan1 fixados
Jfbitr~1 riJmen te.

Selecionar a equipe rro1s econômica p.i1.:a a realizaçJio de um SC1'Viço de terr.aplmagern de volunll' (no
corte~ a\ialiado em 600.000 ml, no pral'O de seis meses,.

A 1• cc1ui1:>e é constiu..1ída pelo "mo1o"cr,11Jt•r" CAT 631 , tom <> tr~11or "pushcr" 09e a2il 1:>0r c:in·1ir1hlo
N(ora dc--cstrJda"' C/\í 769, carregado pn1 c.1rrcgadeirJ 966. COlll caçamba de J,8 ml e tempo de ciclo
etc carg;i de O,& m1n.

O tr•j"'O abaixo .,.q<J(.'11\>liuido ap<cs<>nto o lerreno com K 60 k!jll Y, • 1,25 lfm' e y1 = 0,70

Figur.a 3.7

1• equipe Terreno
"'Mô10,ç raper" 63 1 K = 60 kzy'l
P@-<O VJl:iO ::::. 44 t

Cap;1cidade = 2),7 m> "• = 0.70

l<'n'lpoS fixos - 1.6 n'lin

Potl!1lcia • 450 HP

fJtor de eíici('flCia - 0,7S


Tempo de ciclo do "pusher" = 1.8 min
P, =44 + 23,7 X 1,25 =74 t

T1·ajcto AB - máquina carregada.

LR = 74 (60- 10.4) = + 1.480 kg

Do diagrama traç3o x velocidade. oblctnos:

v ,,6 = 52 kmtll (7it marcha)

Trajeto BC
tR = 74 (60 + 10.2) = + 5.920 kg

v 8t = 16 km/h (3 3 marcha)


Traje-to CB - máquina vazia

tR e 44 (60 - 10.2) = + 1.760 kg

vc:é = 50 km/h (7• matcha)


TrajelO BA

t R = 44 (60 - 10.4l = + 4.40-0 kg

vtl = 21 knl/11 (4ª marCh-')

Fator de redução de velocidade

Trecho AB

74.000
r = = lóS kg/HP
450
L1 = 800 m Vm : 0,87 X 52 = 45 km/h.

máquina cm 1novimenlO - declive

Trecho BC

r = 165 kglllP

Vm = 0,78 x 16 = 12 km/h

idem - aclive

Sel~ão dos equipamentos de terraplenagem 2 19


Tr.-cho C IJ

44.000
r=
450
Vm • 0,97 x 50 = 48 ~mlh.
L2 =700m

1d er11 declive


Trecho BA

r - 97 kgtHP

L1 • 800 m Vm 0,9J X 21 = 19 km/h.

idern - aclive

,.- 800 X 0,06 700 X 0,06 700 X 0,06 800 X 0,06


41 ~ + + + -7,98 min
V 45 12 48 19

li:n1ín = 1,.6 .... 7,98 = 9,53 nilrl

Q _ 23,7 x 0,70 x 60 x 0,75 ~ 78 m'lh Cno c:ort~l


9.58

Sendo o ltJrno diário de 8 h, a produç-~\o mensal de uma unidade S('r;\:

Qm - 78 X 8 x 30 - 16.720 m'

600.000
Vo 1u 1l'lt~ a '<"' prod uz1.d o mcnsa 1111u 11le para cumprir
. o prazo: - - - - - 100.000 m 3/ mes

ú

Dimcn,ion1'mcnto do n ún1cro de u 11i<ittdcs necessárias:


100.000
----=5.3•1
1 R.720

N _ 9,58 == S.Ji "niotost.rc11>er•


1, 8 "r>u{,,l1c r•

Adot~rn os N • S .. m,>lôscr.:1pcrs", o N1>uSfl cr" tr.ib.J.lhnrá co1-.1 folga ( 1 " 1>usher"').

A 1~ cqul1->tt está dimensionada:


5 •n-1btc.>""tCf;lJX'l'S" 631
1 •pushcr" 09
Produç3o 10101 do equipe J: Q 1 • S x 78 - 390 ml/h

Custo t111i1~1io

5 •moloscr•pe~· 631 t x $ 220 1.100


1 •pushcr" 09N x s 250 - 250
$ 1.350

e= 1.350 = S 3,46/ml
390
Como adot.inlos cinco Mmotosc.rapcn", ciuando pOJra cumprir o prazo seriam necessários 5,32, elevemos
aumentar o turno de trabalho diário (t).

Q,. • 390 X 1 X 30 ~ 100.000

te 8,5 h/dia

Equipe 2
CaminhJo CAT 769 Corregadeira de pneus CAT 966
Peso v.uio - 30.7 1 C•pacidade e 3.8 m' lsoho'
Copacidó\dc 23,5 ml Tempo de ciclo : 0,6 min

Potênc:i.i • 450 1CP fator de efrc.iê-nci.1 = O, 7S

Tempos íixc>~ • 1,60 n1in


Fator d" cíic.i~ncia = 0,75

P, - 30.7+ 23.5 X 1,25 - 60, I 1

Seleção dos equipamentos de terraplenagem 221


Trai cro AH•

l:R = 60, 1 (60 - 10.4) + 1 .202 kg

V A l°i - 70 kftlfll

l:R = 60, 1 (60 + 10.2) • + 4 .8011 k g

Volt - 20 k m/h {J" m~rch~)

Trajeto CB

LR - 30,7 (60 - 10.2) - + 1.228 kg

(7.1 111\.\rch a)


Tr..1jPlO BA

1'.R = 30,7 (60 + 'I 0.4) • 1 1.070 kg

V • - 30 ktn/h
""
r.;:1tor de corrc-ção da velocid~dc

60.100
r= a1i4 kr, /I
4 50

L 1 ~ 1lOO m
"'rn = 0,'>11 X 70 = 66 knl/I)

n1~r1L1ina em movimento - d<'clive

r - 13'1 kglt

L 1 - 700 m
v.,, - 1,0 X io - 20 km/h
máquina e1"1l 1r1ovi1r1e11to aclive

r - 1\8 kg/l

12 - 700 m vm - 0,'l<I ~ 70 = 65 km/h

idem - declive
r = 68 kg/!

L2 = 800 m Vm = 1,0 X 30 = 30 km/h

idem - aclive

~ 800 X 0,06 700 X 0,06 700 X 0.06 + 800 X Q,ÜÓ • S,08nli1l


>I ::. + +
- ""'"" 66 2o 65 30

Tempo ele carga do caminhão


23 5
Número de caç.amb;;ldas = • = 6, 18 Adotamos 6 caçambada'!>
3,8

Terr1po de c.a(ga =6 x 0,6 = 3,6 min

tcn1111 - 1,60 + 5,08 + 3,6 - 10,28 1nin

Número de caminhões por c;irregadei ra

N =10.28 =2,85
3,6
Aclotamos N =3 unidacles, conl a carregadeira governando a proclução.

Volume real transportado pelo caminhão: 6 x 3,8 = 22,8 1n~

Proclução de 1.1n1 c.a1ninh5o:

Q . ~ 22,8x0.70x60 = 93 m'lh (E = l, O)
"'"" , 0,28

Qd • 0,75 X 93 ;< 70 rn 3/h.

Octcr1n inação do nú1nefO de caminhões para cumprir o llr;i zo {turnc) 8 h/dial

Produção efetiva mensal = 70 x 8 x 30 = 16.800 1n3/mês (1 cam inhão)

N _ lOO.OOO = 5,95 Adoto111os 6 ca1ninl'tõcs


16.800

Produção efctiv.J da frota de transporte

Qt.~ • 6 X 70 - 420 n1l/h .

Procluç.ão máxima da carregad eir~ CE = ·1.0)

~ J,8 X 0,70 X 60 : 266 m '/ h


0,6

Seleção dos equipamentos de terraplenagem 223


Produçlo êÍêtiva da carregadeira
Q., = 0,75 X 266 • 200 mJJh

ProduçJo c íetiva mens..:i l de u1Tia carregadeira

Q., • 200 x 8 x JO • 46.000 m>

Nt'in1ero l fc car regadeira~ nccie..-ssário para cumprir o p 1\l ~O

N = lOO.OOO 2.1 unidades AdOl.-.mos N -. 2 carregadeiras


48.000

ProduçJo máxima com a írolJ (je S unidades Q..,..,., - S )( 93 = 465 mlJl,

Procfuçc.lO m Ax1mJ de 2 carrc.~gaclC>ir~s Qrn.U. 2 X 266 = 532 n»/11

ProcluçJo rnáxima com a írotJ de 6 unidades QMJ, 6 x 93 = 558 n1lfh > 5J2 n'IJ/h.

Cor110 adot..1 mos seis camint~ p.1ra cumprir o prJ.10, concluímos que as du3S carregadeiras, traba·
lhando c.1(1.1 uma com ttb cJ111inhões, govetnarJo a produc,:áo.

A co•nJJm,içdo da equipe 2 se-1ia:


2 c.Jrreg.idc ir.as 966
6 camii1hõe-s 769

Custo unicirio
2 carregaóefras 966 x S 150 = 300

1200
6 caminhões 769 x S 200 =
$ 1.500

e= 1.500 • $ J,76fm '


532 X 0,75

Como adot.olmos duas c.arrcgadeir.i~. qt.te governam a produção, quando toori< an1en1e seriam ncccssá·
rias 2, 1 pata o cumprimento cio prazo, devemos ;iufn<"nlar o turno d i.1rio (1) paril

Qm = 2 X 200 X t X 30 & Hl().OOQ

t = 8,J) h/di:t OlJ 81120.

Com 04' t"USl0$ l1orários a dotnclo~ a1>enas i n dicativos, a cqt1i1>e 1 seria n1ais ec<>nôn1ic.i.

• 3.6 - Dimensionamento das equipes - Cálculo d e verificação do praz o


d e e xecução
Após a sck.-çao dos equipamce1tos mais indiC.Jdos para rc~lil.ar economiumentc a brcb, de acordo com os
cnténo< J.á ell:f>OStos, será ncct'<~rio determinar o ntímcto dP unidades capa4CS cJc cumprir o prazo fixado
ou, supoi1cJo.se <1ue esse número jj estc..ia estabelecido, veriílc.ar se o prazo tix~do 5"'rá ou não cun11>rido.
No pri1l1eifo e.aso, tere1nos um c:ílculo de di1-ne11siona1nento d e equipa1ne11to e no segun clo,. um de
verificação.

Em geral, no planejamento de um serviço de terta1>leoage1n ten1os, através ele dados provenientes do


projeto, o volume V d e terra (em rn 3) q ue deverá ser escavado e 111ovido, l:>en1 con10 a distância de
transporte entre corte e alerro .

Sendo P o prazo (em dias corridos) êsrabeleciclo l'ara a conclus3o do trabalho e t o turno cii:'irio de
alivida<le (em h/dla). podemos determinar a produção média diária Qm (m3/dia) que cleverá ob1 igatoria·
mente ser atingida pela expressão:

Qm será a produção minima 1nédia, 1>or dia de trabalho,. para curnp rir o pr'azo.

Sabendo-se que uma máquina tem a proclução individual estimada em Q (n1 3/h),. para o turno diário t
estabelecido, :i su ~ produção diária será:

º• <m 'Jdia) ~ Q x t

e o número m ínimo de uoi<lades (n) que deven1 ser empregad<1s para garantir o Ct.1mprimer1to do f)rai:o se<á:

Por ourro lado, a produção individual efetiva será Q = Q""" X e. en1 que O.ns.x é a p r'Odução máxiir1a da
unidade e E é o íator de eficiê11cia.

Verifica~se, 1>ela expressão~ q~u;? no cálculo de di1nensionan1cnto do número ele unidades o coeficiente
de re nclinle1110 apar'ece no denominador.

Assin1,. à n1edida que o valor do coeficiente E climi11ui, dev ido às causas já analisadas, como tem1x:>
meteorológico, eficiências mecânica do equir>amenro e de organização dos trabalhos péla empresa, o
núrr1ero de uniclatles e-leve ser aumentado proporcionalmente para a garantia do c u1npri mento do p ra ~
zo. Ao contrário, com valores elevados de E decresce o número de unidades a seren1 utilizadas.

É fácil compreender o papel relevante desen1penhado pelo fator E, quer no c um1>rimento do prazo,
quer na rentabi lidade da e1n pr'csa, sendo absolutamente necessária a preocvpação do supervisor da
obra ecn a li11g it os 1naiotcs valores possíveis de E.

Já no cálculo de verific.Jçâo,. conhece1ldO-SC o nú111et·o de unidades d isponíveis n e a produção indivi-


dual Q, a produç;io ela equipe será:

Q, (m 3/h) =n x Q (por hora) =n . Q 0 ,.. • E

Q• = 11 x Q x 1 (por dia)

eo prazo P será detern1inado por (ein dias corridos)

Selec;ão dos equipamentos de tcrraplcnagem 225


V(m') V V
I' -Q.
-- - - - = n x Q >< 1 •
(m 1/dia> n x Q., x Ex t
1

Outro fo,m.1 dr se conseguir a ctmplia<.dO ou reduçclo do prazo P SC"t•.J .1 d1minuiçlo ou aumento do


turno de trJl>.llho 1 permitindo o cumpt"1mcn10 do prazo sem o aumento do nú1nero de unidades n, isto
é, com o tqui~mento reafmenle di~lÍ\"l?'I tVer exemplo anterior').

• 3.7 - Planejamento da obra e dimensionamento do equipamento


Como j{l co11s1clcrado n(') item 2.1.&. a(, lhuv~s e os solos ú1riiclos são íato1cs muito ncgalivos 11a 1)rodu·
tivic:lt1clc d<)S equipa1nento!., pois reclu'l'111 ~u1,~1ttncialn1erite o íatv1· de cfic.lô11LiJ <>pcracional. de modo
que, J<J t>l~ncj a r-~e ;1 obr~ de tcrraplc11agcn11 dcvt....sc cJeclicar especial Jtcr1c.,.:io ~ inílue1)Cia do clim_,
~1on;il tltra>1(~ do conhecime11to do> índices 1>l,1vioméfr-icos loc.iis.

Conh(_>cen<lo .-;e a) precipitaçôe$ médias rncnS<tis (mrntmês} ~ J>OS$Í\l\··I quantiíic~r-se com boa margem
de scgura.nç.i estatística a produçJo pt'O\'õi\'CI mensal. cspecialnlC'fltl' n.1s c>l>r~~ de longa dt1raç.30 execu·
tadas cm ~·~ com alto índice pluviomt:.rtco.

Por oolro IJ(I<>, ~al>e-se que a produçlo obtidci duranle o desen\.'Ol\rimento da obra não é dislr1l>uída
igualmcn1c cm 1od.is .as í.tses. lrliCi.llmc11tc, cm razão de dii1c.uldndr~ normais de organização, taí'
conw 1nobili.taç.io de pessoal e ec1ui1>ilmcntos, execução de serviços pr<'lil'n1n,lrC"~. locação topográfica
e ou1r.1s, íi(..J. .;ibnixo <la 1nédi:t mensal prcvlslJ .

Ap~ ,1rcsoluç3o dc-ssc1s dificl1ldad~ e ~1ravés do entros.amento e ntre os diversos setores c11volvic~.
obtém·sc rápido i11cremento na produç;to. l il chamada íase de de1narra.gcrn ou aceleração. até atingir.
se a prodt~Jo n1áxim;l, que gcrJlmcntc ocorr<.~ <1u.ando 60% cio tr.abJlho foi completado. Daí par.J a
frente h(i diminuiçlo de ritmo. pois o m;aior \'Olume: já ioi exec.utJ.do, r<..">tJ.ndo ~rviços de acabamento
que s~ mais lentos.

Se calwlarmos a média mensal de CSC.a\JçJO durante o desenrolar da ol>r(t, ~ c;on\-eniente asetumir·S4?


valore:. mais baixos do que a médi..i, no come<;o e no término, aun1en1ancb-O~ 5>rog1esçivamente ~
!iuper.1ndo o v.llor médio mensal pttr<' tOnl1:>ensar a$ perdas iniciais e (111a1s.

O i n1porta111u é que a so1nat6riJ cio~ volu1•1cs rcahllCntc cxccut:iclos 1ncnsahnc111c igualem ao volu1ne
totJI previsto jJJl'J essa e lapa. Esses vJlort:> tllcnsais podem ser rcprcscnl.Jdoo; ~m histogramas nos c1uai~
il son1a .1ct1mt1fada é indicada por um.:'I curv.l, que pc:la sua form(I é clenominacl.i cul'\•a "S".

Ela permite o controle de execução. a fim de conliecer·se a situaçdo rcJI <lo ')CU desenvolvimento cm
termos de pn>dução e de eventuais dlrd\05 <1ue podem sigrliíicar o c:klscump<imenro de ptd:ZOS. além de
OUlfO\ J>'{•juÍ7CX.

A Eltt.alí,ti<....l fOJ11ece elementos p.ira determinar-se a variação das porcentJgens rPalizadas mês a m&.
atrav~ d.i di)tribuiçao normal que confirma i'I observ<tção prálica do crescimento inicial, a passagern
por u1n m~>.in10 e, etn seguida, o dt.~ré-sclmo illé o 1érrr1ino.

A:, r>0rccntage1ls indicadas a seguir 1TIO!ilfi11'll º" .-est1haclos p rováveis a scrcrn <>htidos cm obras com
dur.1ç.10 (lt• J, 6, 9 ot• 12 n1eses. Ê ptt.'Ciw ol>~rvar que esses valores sJ.o estJti>tican1er1te coriíijveis 1>~r.t
eíctvJr-)C o pltinej.:t1nfl'nto de v 111a ~ tivid.idc ele constrtiçâo, mas as concliçõc) reais ele organização e a~
técniC.lS cn1prcgadas fXJde:n1 altt!rdr o desempenho p.ara siruaçõcs mclhorM ou 1>iores do que o previsto.
Duração da o'&a (n1eses)
3 6 9 12
o/o efetuada por 1nes 23 7 3 2
so 17 8 s
27 23 13 6
26 16 11
21 16 11
6 '18 11
14 14
9 12
3 11
11
4
2

. r 1
1 ' 1
r

~r'Oduçlo 1mensal m4<tia


!
o
' 3
' • • "''"'°'

o 2 3

curva "S..
• 5
.-
Anote·se que os valores aci1na são porcentagens fJrováveis. Se houver disponíveis dados de obras ante·
riores adequados e confiáveis, estes deverão preíCf'cncialn1enle ser usados.

Assin1, pode-se fazer (1 previ~o dos vc)lumes <1ue S<~r-do e xecuta(los n1e nsalmente. Porém, deve-se levar em
conta as paralisações causadas pela cl1uva e suas conseqi.irências, con1 os valoJ'es já i11dicados 1lo i1em
2 .1.6. Assim, cieterrn in(l1n-se os d i(IS lrálmll1áveis n<",s diversos rneses. exclt1ídas as J)(lraClas por ch-.1vas.

Seleç.!lo dos equipamentos de tcrraplenagem 227


Conhecendo· se a 1>rodução horári;i dos vários equipamentos utilizados eô turno horário de trabalho
adnlilicfo, pode-se dimc11sio1lar as equipes de 1náquin3s mensalmente.

~ possí\rel também fazer-se si1nulações, aherando-se o nú1nero de equipan1entos usados, verifico.Jndo se


o prazo será ou não respeitado para atingir o volume de serviços 1>revisto.

Caso Sé veriíique algum atraso en1 relação ao prazo conlra.Lual, pô(le-se rc..--'(:uper(tr o déficit constatado
de efuas m.ineir.is:

a) se o volume enl falt.;i íor pequeno, pode-se aurnentar a eluraçâo do turno diário, dura1)te cetto
período, para con1pensar o d6(icit veriíicado.

b) se o volume for gr(lndc, será necessária a alocação ele mais equipamentos nessê período,
calcolando-se o n6mero ele unidades a seren'I acrescentadas.

P~1ra t<tl fim, há a planilha eletrôoica anexa, organizada para realizar todos esses cálculos e din'ICl'lsionar
os equipao1e1lfOS, perrnili1ldO a realização de simulações com a substituição ele n1ác1u in as ou variação
do nún1ero de unidades empregadas.

Ó programa permite efe-tuar-se O acompanhamento do desenrolar da obra (~'fOllO\v-up"), con1rola1l(IO-


SC 1nê.s a mês a 1>rodução acumulada obtida. f-or11ccc ainda o cus10 f)rO'-'ável dos serviços e o prazo de
execuç3o. A planilha anexa serve como exemplo pilra o dimensiona1nento do equipamento e para
possíveis correções de recuperação cio prazo, caso haja o registro de atrasos.

228 Manual Pr(itic:o <!e Escava<ao


PRODUÇÃO O E CARREGADEIRA COM CAMINHÕES BASCULANTES
Caracrertstica d• c•r~~dcir.'I 9S3
.-

_....
1
c.,..dcbdo e
.. 1.75 ...
r.. ~.co .
f
º·' • ll't.44
~,.,

r.,, •me.me.. E CllJ

Tempo de ode>
" º' ....
Undadn dt lr.'l'lfj)Of"~

Ctp.i.cidade e ....
Fatur vul1J1n6tf..:o f 0,8

F.ltot de.o d'..:ífftt•il [ 0."3

fftl'lPC» fi,,os tf l
""'
\ 'dOCldlde Q \li
'° ... ~

-- "' "'~
\'~ie»de . . ,..,,.... V.
1
Oislif'CQ • lfMllllõll• o
1
'~ dt dd<K dt (.119..a 1 J,-05)114

e.,. a,.~ do c.1rn111hl11 n. k:

.
T~ t.]l .f?$S7
""'
TefT1)0 do v.ieero ck- id. """
Ti>l'l'IM d~ lt«)lnO Y~llo ?.• nlin

Tempn d(' Cl(ln cr. l r.l!! "'l)()f't~ 11,114286 nlin

fTOdl.l('Jodl> (~mlftl\lo Q 21.507455 m'"'


'un'lm>de!JOI~ ·~ 4,48)3]))

PrGilu(H da irot-1 .,....


"'"' .. e.....-. ~

....
.,,.... 1
'
Clllblo do M' ~·• r Ir
1
(;..ilO hc:w.looo CM_,,,
"' IS~

CtMO flcwotflO ~KubW .. ~ 1


Cimo da #Ul.l!lll!' ... ~

Custo m• l,2'917lM 11$/m'

Selec;ão dos cquiptimcntos de terrê.lplcnagcm 229


-------------------------------.
.................
1
_ 1
l t;,8 'i77 17 dl~s (s.tm p3.r.Mb.s . - chu-..11s>
1 1

...
)1 s ~ O,S I~
2) o,s 12
23 '
)1 • li 0.65 16
~brll )() s 25 0,65
- - -'-'+--
16
--+---·-
,. 1---~°'~"'+----l----"
..... "
10
s• - 0.85 12+-----+- - - -·
Jt 4 D 0.15 ll
-t--::-+- ---:- ---=--1---t----:'7:-----+----,-+----+----1

-· J1

li
lO
ti
JO
' n
5
5
6
s
2(.
a.as
h
2&
2.&

--1-----1-----r---4-----i----1~
''
0.65
0.6$
0.5
o..s
---"-+--
12
16,
17
---1--- -
ll

.......
O.ll 0.01 0,0:) 0.02
O.S 0.17
-- --~-+----1 -
o.os a.os
- 0.17 O.I JW o..o6
O..."fl 0.!6
..,7.,ct----~---..
t----t---t----t---:'
O.li
~.~.-t----+--- ~.~,1----1-----t ..
O.OI" 0.18 O.li

0,09 0.12
t-- --+- ---1
O.OJ ~0.'-'l'-
1 t - - - -t-- - - - 1
0,1 1

º·°'
0.02

....... 12-.
1-----1·--- -1
1----1--.-200-1~----'- , -- ~----+----.,,:=-t----i--
20 12'1)) m)
1--"""'.....;.c+----,1--~.._º~-----1---)>fX)""'+----+----='+----'-------1

IO«'IO <JlOO ilOO - -"""'- ~---~----1


14(1)

10&«> 6COO •«»


84(0 6400 •m
2400 noo - -MOO
'-'-+-- -- -l----··
- ""°
3600 '""'
<18))
1 - -- - 1 - - - +-- --+---.+ - - - --"""-+----t---'""'+-----+---- .
1200 -

,_ __ _ __ ___ __ ___ __
..._ _..__ ..._ ._ ,_
800
..._ _,_,
-,....,~----t------t
Exctnplo de d i1nt:n$iOnan1tnlO

Supondo-se o volill'N.' ~ •10.000 111• ,,_., ,_ *' .-~ec.,1Utdo no,. nlC~ de 1n.l!Ç-O,
abril e m.1110. aJl.ISlar o '<Olllfl'C tcóri~o nl.irimo 1cm i.n!~rrup(lo poc dluvM,.
COM os votu~ eotrigi:dos pc·los d ~ t..Crt1v,-.mff!tr lr<1b.Llh11dm.
1 1 1 1
\'oh.11TK" diirio minim<>. lev.'lnõo~ cmc COl"ll.). ,)5 p;i.r.ldas 1>0r dluva: Proch.aç3o mín1m11 dilhM

..... \~l#'l'JC ~I m.iximo

9200
()~~·1:i>
,. 1
16 1
S1S
12SO
"""'
"~'°
20000
106()() n 4t)(l,9()909
;.i

1
r-.:út1lel'O ~ unicbdes ncc:cs,siri"'~ ~ obr;<i n.11'<'1 (1.UfVr1r o t'JrtllO: 3,341864 t'ffi março

1 1 1.2'49228 ern a.bríl


Pn:xlu<3o di~.riil oom f\lrn() de
1

<con1 uma. ur-.Wir;i)
2..8531333 ('Mm~io

C.11n1l nl~ ~ulanlts.:

3UN10
"""° 7UNID
"""'
ll~io )UNIO
""'20S

Oi...$ lnb.1lh.iw1s '4


Oi.-, diqlOriÍ\'l'.S'i
Oi.-.s oorridos "'
92
1
fa~ de ~ioênc~ glob.111 I.'. = O,il0ü63
Por.iô<ls ""'" d'IU\'3 0.29

Slr.\Ul.AÇÃO

n•l [ m 1el.i.çlo l'IO \'Olu11'K' de


Stusarnlos
f'l=7 '; •""'(O
AO.'Ol
;\\t\IQ
40.IXX>m'
l)~fic;it
1
n-l
' 1114,5213

0,785l~SI h/ cli11
Pmd,u;.io dl." m.11((> •• 8258,8627
Prodvt.)o é<: .lbri!
Ptcxfuç.iodem.iio
••22 1?.270,68
ttJS5.9J6
P.J1>1 ((lmptns<ir o défieil
l.N.sta :tur11e-n l11.r
Soma 33885A19 o turnO p.lrt:. 3,8 hldi;i.
dur.lnle o mês de maió f

St>.1ULAÇÃ0
n• 4 11011,817
"'""'
n• ·1
""'' 1101 1,1$17
n=5
""" 16926.56
4(1%(), 1 ~

Seleção dos equipamentos de terraplenagem 231


Oiniension.1111cnto dus 4:.-quipamentos
1
l)Qf~Q9.i]
..,,....~ffl1~•.b'il
..SI e..-~ cm ...aiO
... ()J tmm.w\Q
Vltm.btl
IJ erDllW.4 1
1
- ,._ ACX».1P.\ht«..\U:~T06" '- •fOOOl\'Uf'

Acumulado Bab~
~ nH ·1S4a Produc;.&o re..1 t('.JI ""t'Y1\IO
ck:ficit
9670 82)8,6617 411,1373 ·-
ITIJ fW
l'tbnl
aJ58.6627
11)270,68 "''º
9.ISS llJO>S 27529,S•U YM..S4211
-
1"1"1lo 11 l'j!"..9}&
l888\A7'>
200$2
JlllJ77 $06.4736() cléticit ''""' ~5,47?
-

Referê ncias Bibliográficas


( 1 Rego CM'CS, Clndido, Tert'õllplenagem i\iec:itni7ada Rio de Janeiro. Edit()f"J Rudovi.1, 195$.

(2j 0.ly, O""'id A., CoMtruction Equipment GuiM: 'lew Vor1.. John \Vilq- & Sot.s lnc., 197.}.

(4) Cng, $NgJO rhcn de Barros, Pf.lnejameoto do'> l'togr,1m.1 s de P.wirnent.ac;ão cm Função du Oínl;I,, ~ist.l C>nstruç5o, 2/19%,
Eclilór<• Plnl.

{5) Hulk.J de Sou z:i Kic.~rdo. F.-aix..-as EG0116111 i t.-o.1~ de lr.1n ~J')()rlc p..1ra Equip:>mcntos de ICrr;aptCttJgcm, revis ta Conslruç3o,
4/199.S, Cd1torol Pini.

•&> ~ng. t><1ul C.:.rnpbell Oif1$1Tl()re. Gerfncb de Progt<1mas e Projetos, Edito<a Pini, 1992.
-
Execução da terraplenagem 4

• 4.1 - Generalidades
Dispomos, an..1aln1ente, de várias n1od..i.lidades de equiparneutos, con1 as 1nais diversas, fi n3lidades. para
J execuç.lo d;:i terr<1plenagen1. Podenios afirm3r, en1retanto, que há sempre ~1m tipo que se adapta
melhor :is condições vigentes e executa a tarefa de forma mais rápída e e<::Ol\ômica.

Os princípios de seleçJo de equipan1entos, exa1ninados no capítulo anterior, serviriio como base 1>ara a
adoção da rnáquina julgada mais conveniente para determinada situação.

Há certas tarefas, porém, que são es1>eeíficas de determinados equipamentos. não havendo,. ncs5e caso,
necessiclade de maior análise na escolha. ~ sobre essas tarefa:io específicas que vao1os nos ocupar no
prese n té <:apí1ulo.

• 4.2 - Serviços Preliminares à Execução da Terraplenagem


A execução <los serviços <Jc 1l)Ovimc1,to de terras cm <..'Slradas, l>.."ttl'ag<!•lS o u p lataíotmas industtiais exige
uma série de Cr'abalhos p fcliolinafes indispensáveis fh''ª 1>efmitir a utilizaçJo dos cquipan\Cotos pesados.

4.2.1 - Instalação do canteiro de obras


t a primeira 11rovidênciJ a ser tomada pelo executor dos tral>alhos. Em função da dimensão da obra,,
maior ou menor proxillli(lade aos cen1ros urbanos, tCnl1>os de execu ção, facilidades locais de energia
elétrica e água potável, entre ou1ras, a const,ução do canteiro terá r...1ractcrísticas bastante diversas
quanto às instalações a sere1n erigidas, co1no alojarl'H?1lto para o pessoal, escritórios, almoxariíados e
oficinas. Como regra geral deve-se escolher um lugar, tanto quanlo possível, perto do ct!nlro de gravida·
de dos serviços.

Existe a possibilidade de se alojilr o pessoal em centros urbanos próximos, limitando as instalações do


canteiro oo atenclimenlo operacic)nal dos équiparnentos.

Essa orienlação. cinbota ecooo1nicanlefl1e ill1eressall1C?, não é tecomcnclada pela cxpcti&lcia, pois. além
do deslocanlCnlo cJiário ao IOC.11da obra, que origina perda de tempo significativa, 1xx:tc ta1nbé1n afetar o
con1portarncnto do 1>essoal e o dcsc1npenho no traballlO. resultando e m perda de produti1Jiclade.

Assim, muitos !!1npteiteiros de obras rodo\•iárias preíeren1 construir os seus acampan1entos ofcrecct1do
certas con1pensaç&.-s e facilidadt.os n'al<.'fiais ao seu pessoal, afasta1'KIO·O dos centros urbanos. quase
sempre foco d~ problemas, e criando um ::unbicn tc de trabalho autôno1no, totalmente vinculado à
execução da obra.

Um canleiro-padrào a un1a ob ra d ê im1>lan1ação rodo1Jiária dew con t~r instalações para:

233
a) es<:ril6rio da obra;

b) ..-ilinoxarifado;

e) oficina de manutenç.50;

d) alojamen10, r(;:Íeilórios ele.;

e) água potável, esgoto e iluminação.

As construções deven1 ser econõ mic~s, utilizando-se n1ateriais de custo módico e c1ue. sobretuclo, pos.
sam ser reaprO\•eitados. após a desmontagem do Jcampaniento.

A seguir a1)rcsen1an1os, para rnelhor ilus1ração do assunto, o "'layout"' de lJm can1eirú <lc ol)ras ins1ala<Jo
por firma empreiteira numa o l)ra rodoviária.

º' 9
CJDD
cHi
14
8 9
™''''''' poo
Rodovia em construç&o

012 c::J D CJ
10
CJ c:::J c:::J
1 - R(:sldl-nc!a J>'lfil c11~1hc1ros 8 - C.tS.l de í0tça (Cof'lj. C..Vado1)
2 C,,ix,1 d'Sgu.i 9 - Rc;-s.i<fênci;i ~'" c.1.sOJdos
3 - L;ibotal6'iu de c0r1tr(;llC ('-Xnic.o 1O - R..-sidêl'l<:iil p ..r.- soltei ros
4 - bc;rilório 11 - 6omt)a) de .)!)i.t$oloci n1cnto de comb.
5- Altll(IX.)fíÍ.ld<) 12 - ç,..pt~o de <tgo.1
6 Oflc1n..1 mec.111k.1 13 Rcí<M1ór10
7 - M.iquiros opC"r,11rlzes, 1omo. frcs.J e tc. 14 - l,1vag<'ft'I _, lubrific.-içlo

f;gura 4.1 - Esquema d(> c;rinlciro de obra

4.2.2 - Transporte dos equipamentos


E1n seguida :. prf..'OCupac;ão maior con siste n<J ên\•io dos equipamentos ao loc;:al da obra. ;\s máqt1in ac; de
esteiras e outras de grandes clin1ensões devc1n ser transportadas por carrc1as especiais. As unidades de
pneus, descle que devidamente autorizadas 1>elos 6rgãos rodoviários, podem traíegar nas estradas, a1:>6s
cuid.aclos especiais de sinalização a (im de serem e\•itados acidentes.

Con\•énl lembrar que as clespes.dS c<,rTl t> transf><>rle elas mác1uinas é tun i1em do orçan1e1110 que 11ãc:>
pode ser omitido. l'°is, no caso ele grandes dist5ncias, esse custo J)ode ser elev.)c&o, cfeveodo ser debita.
do da obra que se i11icia.

4.2.3 - Construção de estradas de serviço e obras-de-arte provisórias


A fim de permitir o fáci l acesso a todos os pontos do 1recho a ser in1plantado, dando condições para
que os equipan1entos pes..'ldos ;ati njJn1 JS frentes de serviços, so1nos obrig~1 dos .i providen ci;ar estr.idas
provisórias.

234 Maoua1 Prit1<0 de fSQvaç&o


Em geral s.ão obras ele baixo custo, com movimento de Lerra 1ní1, imo, abrangen<lo a largt.1ra ele 4 ou 5 1n
ele platafor1na. Procura-se, apenas, melhorar o "greide"', eli minando ou sua\1i zando as rampas de incli-
nação 1nais íorte.

N;as baix(ldas, pJra evitar os solos d e n1á qualidade o u afastar o perigo d e inundações, é necessária a
execução de pequenos aterros, c0tn os respectivos bueiros de drc11agcn'I.

P<tra essa tareía os lratores de eslei ras corn lâmi rla angulável são os n1ais i ndicados já que. na n-1aioria
dos C'..asos, procura-se un1 1raç.ado a meia-encosta, con1 secção mista de corte e aterro.

4.2.4 - Consolidação dos terrenos de fundação dos aterros


Um trabal ho prC."J)<'\rat6rio de grande importdncia é a consolidação d os lcrrcnos de fundação <k>s aterros
quando se .lpresen1an1 con1 pouca consistência e 1:>ee1uena capacidade ele st1porte, l'ern1itindo, se can·e-
gad()S COrt1 O J:i<:s-0 próprio do aterro, recalques exasera<IOS e, eventualn1ente, escorregam etltô lateral,
ocasionando o afu ndamento do mesmo.

Existem várias técnicas que consistem, em última análise, em apressar-se o processo de aelcnsamcnto do
solo, aument.indo J sua capacidade de stiporte, g.arantindo a estabilidJ:de do ate rro e a ocorrência de
recalques aceitáveis.

Estes mélo(lo~ serão examinae,_fos ern profuncfidilde c1uando tratarn1os ela f!.Xecução dos alerros.

4.2.5 - Locação topográfica


No Brasil o órgão rodoviário fo rnece o eixo da estrada locado (PC, PT, PI) e piqucteado, devendo o
e1t 1preileiro aco1r1panhar a execução clesse trabc1lho a íirn dé esclarecer as dúvidas existenles.

A íJa rtir do e ixo locado o exeçt.1la11le deverá procecJer i1 n1arcaçào cios pontos (le "off-set" !)<I ra a
1erra1>le1)agern, bern conlo o desloca1nento cJas estacas numeradas <lo eixo para o exterior dos ''off-sets'·.
garantindo su:l conservaçtio, já qlte as est..1cas do e ixo \•ão desaparecer no decorrer dos t ra l>~ll1os.

Con v~n1 d<;.'$lacar a in1portâ11cia da marcação lopográfica na execução da tc rraplcna.gcm. lembrando


que ~1 ocorrência de e rros na locação do projeto implica graves prejuízos ao cxeculanlc, uma vez que
a c orreção d esses erros é bastante difícil e onerosa.

O controle topográfico da execução cfa terra1,lenagen1 será exam i nado en1 n1aior 1)rOft1ndidade quando
tra1ar1nos da construção dos corres e aterros.

4.2.6 - Limpeza da faixa, desn1atamento e deslocamento


A limpeza do terreno é um processo en1 q t1e as estimativ<1s de produção são b<1stante 1>recárias, porque
as condições e métodos empreg.:idos variam acentuadamente de utTu, região para outra. Deve m ser
analisados os 1nétodos, cquipan1entos e procedin1cntos que irão pcrn1itir a avaliação. com 1n cnor mar~
gem de erro, dl'I produtividade das máquinas cn, pregadas nesse serviço.

4 .2.6.1 - fa tores que influem nas operaçõ es de li111pcza


1) Porte d a vegelação
O nún1ero de árvores e seu tamanho, re1,resent.Jclo pelo diâmetro dos troncos, a densidade da vege ta~
ção, o sistcrna <fe rní1cs e scv desenvolvimento subterrâneo são fatores q ue dcve1n ser determinados
através de inspeção loca l.

Execuçtio d a t erraplenagem 235


2> Uw tinJI <l.1 l~fra
A finJlid,1cl~ d(> l(•rtt•no indica os difcrc.-ntc.•, tipos ele lím1:>e:za a serem <'fC'tu.idos. Dependendo dd im-
plantot<;jo J M.'f feita cs1rad.1s. ban.l~<'""· rctlorestamento ou ativi<la<~ Jg.rlt·olas -; as exigênci.Js ck:
c.a.d.J caw s.c.•1Jo m;t15 ou mêflO) riõ"Of<r.-d ...

)) Corldi~c·1't...., <"-• '-Olu


A profundid.'lrl<" eia: c...1mada ~ terrd tvt-Kt-l.1.I, J p1cscnça maior ou menor d<- matéria orgânica-, tror de.·
umldadP, ,, exis1ência de bloc~ cfC' roe lla (>U m.i1.1cões s.ão fatores que utflucn'I na escolha dos cquip.-a-
me11to)o e 1'10~ processos a serem u'iados.

4) Tor>ogralio
Rctmpd!t ele gr~nde dC"clividade. v.'.'llt'lt, .... 1ff'd"i fJantaoos.as e forrn.açcJ(.'"S rcxh~Js afetam a operaçJo de
certos cquiJ).'m<•nro,

5) fspe<.1íi<.:.l<.6'.-, dl obra
O mõfl10 ~ f>C>"~1vf>I afirmar quJnto 01.0 t.im.anho dl obra, pra70 dC' E'"x<'Cuc;M>. d1sposiçlo final <lo entu-
lho resultante. e~igL'flcias de con~açío dM solos. que influem na ~leç3o e vtiliz~,c;ào das máquinas

A!>!lin1, t..onc ltii--.<' <tue a inspe(:io do IOC".'tl ~ indisl)<:risável 1>ara a cl\·er1guaç.\o dos fatores favoráveis ou
dcsíav<>rlivc•i~ aos ~erviços de limpei.a,

Esse!! &ervi<;(>' Clt" limpe7.<1 d3 faixa t<Jn11>n."t.'lltll·11111Cos ilt!l''IS J)rinc.:ipdi:t: J) Ucnul)a(l.11 rcrnoção da vege1a-
ç..io <' rfc-.,tnramC'nto; b) retirada dei t.~ut1. 1 d,1 tfc tcrr;i vegetal; e) rcmoc;~o ck.r- blocos de rocha, pedras
isol<1d.-~. 1r\,1t.l~Õf·-. etc.

A derrut)c1cb da \o<"g('t.lçâo é icita. de.· ptcfcrCtw :J (Offi tratores de csteirJs c<>nl 13m1na ou c.om implernentos
~f)("C•d•'· apfc)1>1i.r1tloo. .'.b tareia$.

A primcir.l c,rgênc1a é que o cquip..1mcn10 em1>regado no desmatan1ento ~;. Mtruturas metálicas de


protL'ÇõJO.) c.'lb1n.:t do operador e d 1lrc>1irí~ mJqtJina para protegê-lo~ da qt1C"dtt de galhos e ramos sec~
ou m<..-)tílO <Jd ,lrvore que ser.i dcrruh,1c1,1.

Ocvcrjo :ter C'SflCCittlmcntc proteg1dõs ,, c ..'lbillJ, o 1no1or e acessórios (filtro dr nr), l is1has hidráulicas.~
cilindr°' hiclr'1ulicos e o guincho tr,1st•ir<>. O rtidi.ldor e a parte i nfcriu1 e!<.) bloco cio motor (c~rter)
dc..·vcn1 )t:r protegidos por chapas clc ,1(,,·c, c'u tc-IJ'i reforçadas, pois Íit.Jnt CXJ><>o;tos ao choque com tron...
cos e m.lt.'I('~ d1• rcx:.ha-., <1rraSl~tdM f>t>l ..1 l.1111in.:i.

A ê);pe11enc a indica que o emJ>rC1tO de tr.ito~ de maior potência. 1CAT 08 ou 09) é o mais apropriado
pelo aumt'nt<> de- produç.ão obtido e rettuçlo dM ClKlOS em obras de gr.lntk• porte. As máquina5o de
mcnot" porte-. IO f"l\ai<t u:tada.s cm Jr(•.l\ mi•rw>rf•o; qt1e in'l."iabilizam in\.~l1mc1-.ws inici01is em máquin.is de
gr.tndt- pul~"f1c.1.i e peso 1>róf>rio elrvado.

Qu<tnl<> ,10 tipo d~ transmissdo ck> lrt:lhJr, ll.i <lit<•rcnças em suas .J1)l1<.~1c.õc•, ''º élP~bravamento e nas
ativicl.t<lt~s ,1gric:<1f;i.t;,

O dc~mdl11m<.•nto <' o destocame11tc.> )JQ opcr.1c;.;õcs c1ue exigem grande! movinic.-1taçâo das máq-.1Íll.JS.
com mu1t..'I\ n1d11obrcl> e mudanç.ils de direç~o. h<'m como grande vdr-i,lçdo cio 1orc1ue exigido cfo motc>r.
i'-'essc e.a ..<>. recomenda-se o uso d~ )CrvuCrdrl>n\i)~O com divisor ou t.<1nll('Nlr <lc rorquc ('"power-
<hift"'), '1"'-' .... .1ilLlpt.t 1r1uito bem a (.'")$J) <.:()()<lições.
A tfansn1issão cl ireta ou n1ccânica é recon1et1dada aos trabalhos que exigen1 esforço 1r;i1or const;inte na
barra de traç.Jo, caso do preparo cio terreno para fins agrícolas, con1 o uso de correntes arrastadas
(corre11tão), grades e arados rebo cados ém grandes <listânc::ias e com vel oc idade ço11sta 111c. A
servotrans111isslio com divisor ou conversor de torciuc n5o é inclicada p:lra est~ Ctl~o~, já que .i1>resenttl
te1'1d&ncia ao ac1uocir11cnto excessi vo do íluiclo l1idrSulico, jlfejudic.Jndo o seu desem penho e p<>dendô
produ7.:ir avarias no mecani smo.

t inlcrcssJntc, ai11da, .i util iz~1ç.10 de tratores com guincho tr<1sei ro e Cil.IJO d e aço, implen1ento empre-
gado para a d errubada de árvores ou remoção de tocos.

Podê-se destacar clo is processos u1ilizados no destt1a1an1coro: a) corte em paralelo e b} corte cm retângulos.

N os cortes em ~r;:t lelo (Figura 4.2) o rra1or percorre 1rajc1os paralelos, 111as co m sc11tidos contfáfios,
empil hando o "e111ulho" nos do is lados. A distância percorrida em cada lance deve variar entre 30 e 60
111, ficaoclo nos lirnites econOmicos do equipa1n e1llo . A 13rn ina pc r111anccc na 1>0sição normal, se111
angul.flgen1, devendo,. cada !)assada corresponder~ su:t largura .

. ,
. .> ',
-
;D .•',
/). -
. . -4-- ',
; : .~ . \
1
/ t>:·. : e::.'..,
~ ------·- + -- - ____..... ,.
......,..
/ p.,..; .
... u.
I

. ..
, .,
~
1
\
:. .. i::.
K
'-' .
••
.
.
e;.·
,.
' '------ - --..------ . . G:
'
- - - - - - -30 a 60 m- -

.
1~ e taPD
600 120m- -..
---- 1
..... ' o. I .' i.
,/ .r .. 1\

{/ .ae~ -ª1r
i ->\· 1

~'.\. l . ',,
1 1 \
f
1 J:--.:_ f ·!
'\ \
' r ••
___ ______ _,.._ ___ ,,.,,,
~
J . <
-J
'
', ,
-
/
I

'' .......... _'2:·· -;, ; < ;l·.\


- "'i < 30 60 m*-30/$0
1
m4
~'
Figura 4 .2

Execuç:i:o dé> tcr raplcnagcm 237


O corte ern retângulo p0<te ser feito cm perímetros crescentes ou decrescentes, com a lâmina em posi-
ção angulada (1il etapa), dei_xanclo o "entulho" enleiraOO. A seguir s.erá: e1llpurraclo p<1ra os dois lados,
formando pilhas (2' etapa).

A dimensão máxima dos retângulos rle\•C atingir <lc 60 ;i 120 m.

Esses dois processos são enlprcgados c1u.:tndo a vegetaçiio é de pequeno a nlé<iio porte, en'I terrenos
1Jlanos ou pcw.1co ondulados.

4.2.6.2 - Equipa n1e ntos empregados na li mpeza


Empr ego de correntes
O clesn1atan1ento poclerá também ser feito com o emprego de correntes, pesadas e reforçadas,
arrastadas por dois tratores de 1nes1110 mo<Jelo que trabalham em 1>aralelo. É especial mente indica-
do para a limpeza de grandes áreas de vegetaçdo de arbustos ou árvores de pec1ueno porte, ot.1 seja,
nos cerrados. O tcrrc110 deverá ser pouco ondulado, com pequenas decl ivi<lades e apl'esentar boa
capacidade de suporte. ~ necessário que o c on11Jrin1ento cl.:i corrente alcance, no mínimo, três
vezes a distância entre os tratores para evitar que a q ueda da vegetação os atinja. Por outro lado,
essa d istância l)O<lcrá ser diminuída, quando a resistência oferecida JJela corrente for elcvacJJ, ou
::-i ~n11entacl ;i em caso contrário.

A corrente deve possuir alguns elos com artict.11.ação, no mínimo a cada 30 m, t)ara evitar que sej a
tor<:i<la em razão das condições de trabalho.

e• comprimento
da corrente

O - csisrancia
C 3D

-- --D---J
Figura 4.3 - Oe-sm alnn1ento c01n corrent e
b~rra
tfansversal

- _,
- >

faca
cor1an1e

Figura 4 .4 - Lârnina desmaladora

Emprego de lâmina desmatadora


A Indústria Rorne oierece urna lâmina d<..'Smalddora com a borda ir)ÍC1ior 1>rovida ele f~1ca de corte m uito
aíiacla. A máquina se aproxima da án'Ore com certa quantidade-? de movimento (m.v.) que pcrrnitc o
corle direto do tronco pela faca. Há. na 1>arte superior, uma l>arm trans\rcr:;.al que empurra os cle tt itos,
impedin(IO que atir'lja1n o trator e a cabina do or>erador. Na pitrte later<
1I esquerda posslri um esporão
po11tiagudo que, penetranclo no tronco. produz a sua ruptura, para depois aplicar-se a faca de corte.

En'\1>rego da lânlina angulável


Enc1uanto a lâmina desmatadora faz a clerrul>ada COl'ta1'\do o tronco, a lâmina normal executa o tomba-
mer1to total da árvore, inclusive das raízes, que s5o arral'1cadas d o solo. Caso se e1n píegi1e a lânlin.:i
dcsn1a1adol'a será ncccss;:irio, cm segi1ida, J)rôCêcler-se à operação pot vezes demorada e onerosa do
cJes1ocarn en10.

Assin1, .:i IS1n ina normal se aplica com vantagc1n em áreas de vegewção ele pequeno a m~dio pôr'le,
evit;indo-se o repasse para con,pletar a retiraclJ cios tocos e raízes.

As árvores com tronco de até 30 cm de diân1etro são ren10vidas c;orn a lâmina pouco elevada en'I
rclJ:<;ão ao solo. Para as co1n d ifíme1ros entre 30 e 75 c1n, a lâmin.:i ser~i levo;.ntada até a alti.1ra máxir1'la,
a firll de aun1cn1ar o nlon1cnto ele ton1bamento, m;is o empuxo da máquina deverá ser apl icado gradu·
aln1e111e, sem choques, para evil<:lr-se a quecla de galhos secos e 1:>0ssíveis danos na transmiss-Zio.

Na derrubada de árvores d e grJnde porte - diâmetro além de 0,75 cm-, convém aumenl(lr <l altura do
1)01,to de aplicação do en1puxo através de unl a rampa de terra pol' Ol'1de sobe o tr<1tor, retirilndo se a 4

terra e seccionando as raízes, do lado oposto.

Quando as raíz~ são supC"ríiciais esse ptocesso é eficiente, mas quando profu11das, com rn uitas ranlifi-
cac;ões, é necessário escavar-se ao redor delas, cortvnclo-se JS ramificações horizontais. Em seguida,
procede-se como já indicado.

Execução da terraplenagem 239


... --;. .
.
...

A lâmina angul~vcl, nAo sendo implemento dimensionado 1>o1r.J a clHtubada. 1>0Ssui produção menor
do que a lãmina d<-sm.lt..1dora. ~las expetiências levé1dt1'- a eil•1to, 1xxf<-.'"S<." acrescer de 25 a 35o/o ao
tcm1:>o g.;is.to çom a 13mina desnlatadora nas mesmas cond1çOCS.

240 Monuat Ptdtko de Eicavõçôo


Empurra<lor <le tSrvorcs
~ um impll"lltcnto forrl1.ado por um quadro reforçado coloc.:ido wbrc .i ll1t1ina e qu e eleva o ponto de
apficação da forç.'.'I (em1>uxo E), com maior mon1ento de lOl'Tiba11x"l1lO (F, x d), .aumentando a sua eficiência.

Tem aind<l a "antagem de deixar a máquina mais afas.tada da oil'\.·Orc. lrvrando-a,. em parte, da queda de
galhos secos.

Fii;ur.l 4.6 Empun~dor de ~rvõ~

Eslimaliva de tempo para a derrubada


O gráfico fornece o tempo aproximado em minutos p..lr:t a derrub..1da de :irvores~ em função da potêr1·
eia do rr:.tor. US..1ndo· W' 3 15mina angulável {cun.-a 1) e~ llmina dõmat.xtora (KGI (curva 2) e o diâme-
tro dos troncos das ~ítvorcs.

1 018Qcm

200
16b

100

C"uf'Vll 1 - lAnl1fWI .11l"gul~~<!:I


( t;l"'.11 l t:iolnt"WI OOStNI~ - 0.735
fonlt-: M/iodos ~ ctesbt~"~ - ~tw 8r..wl

Exemploo
Calcul.:.r o tempo empr@g3do para derrubar unia árvore com 0 60 a 90 cm, u~ndo..se um tr.-tor CAT
06 com lâm1nJ arlgufjvcl e corn a lãmin<t desm...1tadort1 (KG).

Obl I N 165 l·IP lâmina angulável - curvJ - 1 - ICOlfX) • 5 n1in


l{l1nir1t1 desn1a1aclora cu1va 2 1en'lpo = 3 min

E1eecuçao da terraplenagem 241


.....
... ....
Fig.ur.a ol.8 - Da.tC>Qdof f~~ 4.9 -Andnho

Enlprego d o deslocador
O clc~tclct1dor C"'stumpcr") 6 unl lmpll'mento cl<..~ l in(1clo :'! remoção de toco11o cfvix"'dos após o corte: da
~rvorí> com a lâmin.;1 cles1n tt1,1tlo1._l.

O prirKíp'O de SUJ. aplicaç.Jo ~o llSO da ion;a conccnrr;:id..1 do empuxo do trator •lUmJ. .irea reduzida e ao
mesmo tNnpo da força de lw.>ntJmento da 1.1m;n.o. A tutVawra do deslocador ~ '°''
prquena latgtr.> pem>•
tem • "1ITado no solo ,. >phc.><;lo da !orço IX" baixo d:> tu<o. "'''°"'el<b<>
oom tod..,.. as ramnocaçõe.

Qua1'lclo o sistema de raí7~ ~mu i to d<.-scnvolv1dt>, 1orn.,..sc ncc<.-ss.ário o tor1e p 1 ~vio das raí7CS sccun·
d.í1 iJs com a 15mina do lttltor.

Em 1Jrego do ancinl10
Lstc 1m~>lcnlento é irt.oqü~11 tcnlC1lt<' vs.-1do na c~rrolJdcl.1 tle- C3poeiras e ccrrdtl~ c1ut> a1>resentam vcgt.•·
cac;do <"-" pequeno porte e cliamc110 tios troncos menor <lo qi.e 20 c-m

t utilil'ddo t..'lmbém no cnlc.r.Jimento ou formaçJo de pilh.ls (~iras) do m.ltcrial ~nlPrtormente dcrrubJ•


do. f>c.Js.. ui dentes bem es1Mç._,<ifx f' .1 própri<l l.im1nJ t<·n1 .1l>erturas que JX'm"lttem J terra escoar, St-'JM~
ra11ck> <> ..<·nlulho'" .acumul,,do n;is !eiras d.a terra vegtt..11.

4.2.<>.3 - l'rodução dos t.."'quip:tnlcntos cm1>rcgados n:t derrubada e cn11>ill1a 111e11to


A'!J. t!.,i1n1ativas de produç..,o t.Jo fc.~i tas de duas m:inclrols <livcrst.ls, de <1oordo c.om a natureza da vcgC"ta
ç.to. Nas <le potte pequeno e <::om árvores de diâmt-CrM recluzidos, a vélocid...,<lc ela 01áquina na dcttu
bad.) "'<"rái const411nte. o que 1.:ic1hta a previsJo de ptoduçJo. No caso de c.•'ii\.tirem árvores de médio .a
gr•r1ck· potte runto com • w-getdc;:3o rasteira. o cqo1pamc"nto terá sua proc:lut1vl(l.ldc muito .iic...-t.,)<M~
sendo nC'Ccssário remo\'C..lob 1ndividu.almente. o qw i1n1X'dc a. dcfiniçJo de- uma velocidade m("C.i1ól,
d~\.endo~sc empr~ar ootm prOC<."SSO de cálculo.

• Prt>du\J:O da rnáqllina C'nn' ví"locid.idc constJntc


~ ÍOt' 1)()Ssfvcl j rnáquioa O"ltlnl<'r un1a velocidade cons1,,1ltc 11t1 lim~a. J procl~u,.:to poclc ser express.."I pc>r:

onde:

Q • produçJo em ha ChectArc> por hora;


l • largur~ d3 IJrrun.l {ni);

v • velocidade da máquina (km/h).

E~sa expressao pode ser dada em m 1Jh:

Q l . V • 1.000 (m2/hJ.

Por e~5c 1>rocc~so pode ser estimacla a procl ljÇ~o (le trator~ com 15minn, anc.inho. çorrente, ldmina
d(.')nlt1l<1dor,1, d<.-sde que, como já foi dito, seja possível (lclmitir u1na vcl(>Cidodc 1n6dia do ec1uipJ1nento.

Exe1n1>lo:

Estimar :. produção de um tra1or D8L, com l~m1na as, trabalhando f'm vegel.içlo de cerrado com a
\eloc1dadc média de 4" marcha <2• sob~m.lrcha) de 6.8 km/h, sendo .J largur.i da lâmina 4, 17 me o
iotor d<- ctlc1ência E = 0,75.
l'r- XV"" "'
Q 1ha / hJ = - - - -
10

4 17
Qlha/hl= ' xú,S 2,UJ ha/h
10

º"
QCm2/h) = 4, 17 • 6,6 x 1.000 • 211.JOO m 2/h

• Produçdo da mJquina com corte e enle11.it1l4..'11to


Quando Meic;rc \>cgctação de porte médiu oo 8'.lndc, com di:imet'os 1nfcr10tes e superiores a 0,30 cm,
a ·1ndúsrr1~l~ Rome... alabeleceu uma e~pf'bS..tO que 1(.-va em cor11a o tempo gastO cm eortar e empilhar
• \t.:get.:1çJo, .itravés de um fa tor .. B que dcpcoc&erá das velocidades variSvris empregadas na operaç.'io
e exprimír~ o tempo básico fXl'ª o 1r.11or d~m.11ar um hectare (10.000 l'n2) Lom vegeraçâo leve e
\Jtili1dndo ,1 ISn11na dcsmatJdor.1,

O l(.'tlll>O ele t.orte 1x>r hectare é (::tlcul:\(&o llClil seguinte e)r(pre~são:

onde:

- '!'!' rempo por hectart-, em minu1os·

X "' fator ele clcnsidade (conccntraç3o) d<' rnackoi,ol~ <luras (n1acleira ele lei);

.\ fa10 1 c.lc clcnsicladc Cconcen traç~'->) ch:i ci1~;

B 1c1111>0 bt~lii Co de cada modelo ele tmtor, por l1cçta r ~;

'1 • minulO'i 1>0r árvore, coníorme di5nlC'tro;

Exccuçlo da terraplenagem 243


'.! • qu~ntidadc de áNore por hectare, t.'fll cada classe de diln1ccro por heétare;

O - ~" lolal dos (lidrnetros com 1ntCf'\·alos de 30 cn1. de lcxl.l!t as á"'OreS por lwc:-t.:trc, medidas a 1,80
m de J.hura do solo, lonfo rme lev(lnt;:.nic 1ltO de" campo;

r .. n·1fnutos pot 30 ("l'll de cli5nletro J.dic io11t1is, par.;i .irvorê~ Jc;irna de 1,80 nl de clidtnctro.

A presença de macki-ir.l~ duras aíeLl o tempo tot.il a seguir dcmon'\trado:

• 75 - 100% ~ rni:\deira dur-.a Oldicionar 30% .;io t~lpo torai (X ... 1,J;;

• 25 - 75°/., d~ 1l1Jclcira dura - {X• 1,0);

• O - 25% clt_• macieira dura - (X 0,7).

F.10<es de p<odvçâo p.lra denubada com 13minas desmdt.xlora• Rome K/G. (Aplie.lvcl quando o ,..,,.,_
no fXhS.ui inclin<>Çào menor do qve 10%, IX>M supor1e. ~n1 pedras e COtll C.WTib1n.ação de madeir:ts
molrs e duras.)

T<tl>cla 4.1
1T••10·,--.-,,=.--:.-ro-.,b:"""••'"c_o__________,o;"·.im.
,.......,1-:o- - - "-----·"'o
";".;-... ...,..
,,-.-
.-cõ,...
.,..
-~a.,

.... por
minulot hMtMe
....,.
30/fia <m
"'M, ..
6-0/'30 cm
•M•"
90/ llO
"'M,"'
('m 120/130 cm 1.80 pi c-acb JO an
•f•
140 1tP tOO o.a •.O 8,0 -
200 llP
Jl5 HP
62
45
0,S
0.2
1.8
1,J --
3,6
2,2
1t
6
3,6
1,8

-11(1() 1IP 39 0.1 0.4 l ,J 3 1,0

O fator de concent<aç~o ou de mai0< densodode de á""º"" com menos de 30 cm de diãmeuo, p0<


h<'CIMC, é mootrado p0<:

A 2.0 c:1uando ._. dcrlsid:t(fe for n1aio1· d o q ue 1.460 árvorm/hN"t.1rc;

A • 1,0 qua11do a dcn.s1<la<lc (0< de 990 .d 1,480 árvorcslhect~rc;

Se cxi&tiren1 cipós, 41dot.lr A = 2,0; no caw de muitos Cipós cn11~laçados, A • J.O.

1'-t 1 .. número de m1nuttK necessários p.lr d cortar á""Ol'es com diâmetros de 30 a 60 cm ao nível do ~lo;

MJ: idem para ~l'V()(C( de 60 a 90 cm;

M _, • iclem pa~.'.I árvOl't'S ele 90 a 120 <.111;

M,1 .. idem para árvores de 120 a 180 c;rn.


Diâme1ros acin1a de 1,80 1n

O!> númetos desta coluna são indicativos, para cacla modelo de rrator, dos minutos necesS<irios (a cada
30 cn1 ele diâ111etro) para cortar ár\•Ores con1 diãrnet1·0 superior a 1,80 n1.

Excn1plo:

Estin1ar a produção de desmatal'ncnto com um trator D8·L, provido de lâmina KG, na:, seguintes c.01'ldi ·
ÇÕ~S: tcrl'eJ)ô ele pouca in clinação, solo de bom Suporte e boa drc11agcn1 COl'll 85'~ ele m;:icleir.JS dur.JS,
con1 m1..1itos cipós e a qt1in tc cootagc111 n1éclia de árvores por l1ectare.

Oi:lmeitro <030Cm )0<0GO 60<090 60<0120 1 120 <0180 mais de 0 180 csn
NVmero 6 N N, N, 1' N• F
de á""°'es 1.100 )5' 6 6 14 460

Ten'los:

8So/., madeiras duras: X = 1,3

Densidade entre 990 e 1.480 árvores con1 0 < 30 ç 1TI: 1. 100 { A = 1,0 X 2

Presença. de ci1,ós (x 2)

DS· L Potênc;o 335 HP: M 1= 0,2 IM2 • 1.3 I""'' • 2,2 I M4 &I B - 45

.•
D 1a1nctros .
Sl•J>er1ores a 1 80 m : -480 = 1 6 F =1,8
30

logo: T = 1,3 (2,0 X 45 + 0,2 X 35 + 1,3 X 6 + 2,2 X 6+6 X 4 + 16 X 1,8)

T a 222 rninutoslhectare 01..1 J,7 M i a

Produ ção no em~> i ll)a1ne1'1to (cnlciran)ento).

Para cálculo da produção no enleiramento (íor1nação de pilhas), a Indústria Rome apresenta a fór1t1ula
a seguir, lJ.San<lo-se a lân1ina K/G ou ancinho.

sendo:

T = ten1po para o enleiramento e1n 1t1i1\/11a;

B - terr1po básico 1>ara c ada trator por h a;

1\1\ - n'linutos l'ºr árvore, em çad~ cl<lSS'I! ele diâmetro;

Execução da terraplenagem 245


N quJnCi<l;idc de ánrores por hccl.i1'.'. ~1r(1 cada classe de di3.1t'l<.1ro, ol)lida 1lo campo;

O ~'• <IM diâmetros cm mlha de 1cKl.is as .irvor<."S com 0 > 1,80 m, o~ida no <.atnpo;

F ~ rninulOS por metro de diâmetro, J>-lra 41nt0ff'S com 0 > 1,80 rn.

Fatorts de produç.lo para enleirclmetllO

Tabela 4.2
Tra1or l c-111110 básico Oi5nu:rro (cm) Oiãmet•o •dm• d~
1nln/h1t JU/60 ç1n t>0/90 ('!11 90/120 cm 20/1110 cm t;'60 1>1 cada 30 cru
·e• ..."',.. ".\~" ..M3" • \1,," "F"
140 t-IP
2(JO H J.'
185
1)$ º·"
O.•
1,2
0.7
5,0
2.7 ;.•
111
JJS H_P_ _ ~"-------__;;,;.·
0.1 o.s 1,8 1.6 0,9
460 HP q1 0.08 0, I
-
1.2 , 1

A tabela pô(Jc <er uQda para ancil1f10> e l:lm1nas angul~'reis, sendo o t>spaçanl("nto das leiras de 60 m .
0.3

Em áreas com vP~et<lçào densa de 1>cqu<.'no cl1:io1clro, com poucas ou nc11hun"l1l .1rvore, o tet:l'lfX.) l)J!tico
" B.. deve 4;<.'r fC"duzido cm 3Wk.

Convén'I '°'ssin."llar q ue c.-slas fórn1ulJ~


$.lo JJ>tOximndas e devenl ser cn l endhla~ n1Jen.is como u1n.:i orictl·
taçJo ger;.I pJra obter·Sê as estim.i1ivJs dc...>scjadas. c1uc devem ser' oorrif1ida~. qUó.lndo nec~sário, peltl
cxpcrit!n<,;iJ pessoal e conhecimento <'~f'K'C'Ílico !la área.

fxt'fllplo:

tlti~t • produçao de enlciramcnto d<• ''m trator 07G, provido d<: dncinl"IO enl terre.10 plano, sem
deslocclmento, com a seguin1e con1.'IP,C'm m~1a de árvores por ha (07C.· 200 liP~:

< 030<:1'1'1 30<0W W < 0!l0 60<0120 120 < 0 180


Ntíineto li 1 N, N, F
l dt: ,Íl"V'Qfl~ J
1. 100 __.__
35 6
- o

T . 1Js + o,4 x ls + 0.1x.6 .... 2.1 x & .. s." x 2 . o


T - 180.2 mónlh• ou 3,00 Mia

• 4.3 - Utilização dos diversos equipamentos na execução


da tcrraplenagem
4.3.1 - Trator de esteiras com lâmina
O tralor <lc <"Stcir.ls com lãm in ~1 é, \ol'm dt."1vi<l.l, o equipamento mais vc1 ~.'i 1il '11ili~~1do na rerraplen agem,
em lodJ~ as -.uas Iases. desde o início .alé o )éu l~rmino.
figur.a 4 . 10 Tr.ator d~ Uiminai com abin.a protrg;cr.. 1Wta dt'smatamento

4.3.1. 1 - Cc>rle em meia.encosta


Um,1 da( aplh .:u:,:f>eS mais frcqüetltcs cio tr.th11' dt> ldmina é a csc.1v.1(.,C> f"m secç.:io mista, e111 <1uc há
sirnulto:anc\11llen1e corte e aterro.

O trator cl~ 13n1i11a angulável ("<lnglc- ('fo:r.<:~t") é indis1>ensável na t."!t<.-Ovac,.do en1 sccç.lo mista, uma vc1
que, à ml"c11da <iuc a n1.lquina se desloca. h~ o hdn5P0rte lateral d:i tt'rr.l, levando-a da secção cm corte
para a K'<.çjo c1n ateffO, ob1endo-se a compcn!t.iJção lateral.

<
\

'
\
\
'---
FlgurO'I 4,11 Corte c111 mcia~nCO$I-'

Assim, <1 1>161x1,,. máquina \·ai faze-ndo a pl.1t~(orma sobre a qual lrCJbcllha.. compactando, com as suocs..
si\'aS pt1ç~'ldas d.as ~reiras, a terra já colcxMit no al('ft'().

Entrt:'l.1n10 d monlagem da lâmina angulá,.~I. sendo rTIÓ'-'el e articulada, ~ mais fr.ig1I do que a da lân11n.a
*
rela, po< isso <.leve evit.ar a pene1ra~;io muitn profunda da lâmioo no tc..-rtcno,. it fim de não ocasion:ir
avari.l~. Al~m disso. a a11gulagem cl..1 lti1l1ifld c..riil un1a componente excfficrica cm sentido oposto ao movi·
nlc11to do equi1)am~nto, alterando ;i dircc.:to cio d<.-sloc;amento e quC' c;cr~ rttnto 1tai1ior quan10 1nai:. pro
nunci,1d.1.., for('m a ::ingulngcn1 e a proíu1lCllcl~'cle cio corte. O opcraclor, para compensar esse f.;110, tlPve
tral>Jll1dr acion.indo IC\'C1l1ente a cmb~agc1n lateral opos.ta ao corte, r('alinha1'ldo o 1r:itor.

Quando a inc.lin.aç,1o l~te<.JI é muito fo"<'· 1)()r61n, o corte não pode !.Cr fpl10 '"ª" co1'1dições ex1)0~1.1'1;,
co111 "1 máquina se deslocando no scn1ido do eixo. Nessa hipót~.drv<"·llC inicialmenle escavar et11
sen1ido perJX.-nd1cular ao eixo d.a cstr~ld.l, de tirll..l para baixo. com p.1~<.ldas de pequena exten~.

Exe<:uc;lo da t erraplenagem 247


Figura 4.12 - Corte com o canto da. 1an1ina

Feito esse l igeiro <lesbaste do terreno prossegue-se à escavação, pelo processo descrito anteriormente,
com o trator trabalhando no sentido do eixo da estrada.

Pode-se co11seguil', la1nbé1n, o início do corlc numa secç~o co1n decliv i<lade laleral n1ui10 gran<le,
executando-se a escavação com o can!o da l~min;a i ncl in<ida lttteralmente. Feita a p lataforn'la com
largura suficiente 1).lra conter J 1náquinn, prossegue-se à escavação corn a 13n'lina na posição norn'lal.

4.3.1.2 - Escavação e transporte a c ur ta d istânc ia


Sempre que a d istânc iti en1re os centros de n1assa de corte e aterro for l'ec1uena (inferior a 50 m), a
exec.uç5o dJ terr;i1>lcnagem de pcc1ucnos volun1es deve ser íc ita con1 trato1· de esteiras con1 lfimina, que
concluz a ptcços unitários bastante baixos, se coniparados com os o ulros equipamt.!nlos.

Nesse caso, o trator de lân1ina executa todas as operações da terraplcnagcm: escava, 1ransporta e cspa-
ll1a o 1naterial através de Sticessivas passadas da lâmina. À meclida q ue o marerial se acun1ul.a diante
dela, aumcnta1n as resistêr1c ias OJ)C)Stas ao movimento até que o operador perceba a falta de torq1.1e do
rllôtôr, 1>ela diminuição gradativa ela velocidade. Nessa situação deve ele levantar a l.5mina, clcixando
c1ue 1>arte ela terra se escoe. dir11i11ui11do 11ova1nente as resislências e ganhando velocidade.

Em terrer1os pouco acidentados. as pequenas d esigualdades do solo, trans1nitidas à lân1ina que se en·
contra con10 c1ue e111 l:>ala n ~~o em relação à rnác1uir1a, se tr<1nsfor1nam em rnov imenlos ele maior am1:>li·
tude ("nosi ng"), que dcixan1 a superfície do terreno 111ui10 irregular. ls10 se corrige no 1raj c10 do re torno,
em 111arcf)a à ré, abaixando a lámir1a sem, contudo, encostá-la no chão. í.:izendo o acerto das irregula-
ridades nu1na 01,er3çlo ele al is.a1nento.

Quando se trabalha com a lâmina reta, ela pode se apro(und;ir no terreno, levantando a parte traseira
da máquina, o q ue se não for corrigido resultará num corte desnivelado. O operador d eve levantar a
lâmina, horizontalizando a máqt1i11i.\, e prosseguir à escavaç.ão normal.

Ou1ra reco1-rW?ndação in11>0rtaote nos tr<il:>alhos com lf!mina é o aproveitamento <fa assistência (le ram-
pa, esca\•ando, sempre que possível, na diteção d as ran1pas desce1lde1)tes, evilarldO o cor'te em can1adas
llorizontais. Já vi111os c1ue. relativamente it r>rodução. isto significa o aumenlo subs1arlC::ial cio volume de
terra movido na unidade ele 1c1111X>.

4 .3.1.3 - Preparo dos cortes e a terros


A ntes da c11trada dos equipanlcntos ele pneus, elevemos preparar um caminho inicial 1>ar.'.'I pel'mitir a sua
passagen1, inc l uindo-se as praças de manobra no corte e no aterro.

Quan(IO a inclinação natural do teITeno é m uito grande no sentido do eixo longitudinal da estrada,
in ici a~se a escavação 110 corte, próxirna à linlla de passage1n, empurra1)dO a lerra para o lrec:ho em

248 Manual Ptâtico de Esca\·aç:io


aterro, atenuando a ranl1Ja de 1nodo a permitir o tráfego das unidades de pneus com maior segurança
na descida e menor resistência ao rnovilncnto no retorno.

Além disso, 11a pr6pria secção transversal en1 corte, quan<io a inclinação lateral do terre110 é 1nuito acen·
tuada, é ir1dispens.:ivel a correção dess.'\ rampa para que o "motoscrape~ possa iniciar a escavação nun1a
p lataforma tanto quanto possível horizonta l, junto ao p0nto de ""of(set", ou seja, na crista do corte .

Figura 4.1 :1 - Prepare> dos cortes


..._ ---------
Esses serviços de !)repa ro ou "emboque" do corte são, de início, feitos notmalmcnte com trator de
làn1ina, pilra em segt.1ic:la o é<tuipame,110 de pneus 1:>rosseguir na escavação.

4.3.1.4 - Espalhamento de terra na pc>nta de aterro


A terra transpol'tada para o aterro por " motoscraperN, caminhões ou vagões deve ser espalhada em
carnadas conl espessura uniforn1e, a íim de permitir a compactação com os equipan1entos CSfX.-><:Íêlis.
Esse trabalho é feito por tratores de lâ1nina, porque os volumes ele terra são pequenos e empurracJc>S a
pequenas distâncias.

Em geral são empregados tratores de c-stciras de pequeno porte {ou motoniveladora), íazer1do-se o
espalhamento r10 trajeto de ida e a regularização no retorno com a lân'lin.:1 abaixacJa.

4.3.1 .5 - Escar ificação


Os tratores de esteiras de grande porte s..lo fn uitas vezes providos de escariíicaclores na 1:>arte pOSterior,
comandados por cilindros hidráulicos e utilizaclos em terrenos muito compactos, quebrando~ lh es a resis·
tência i'IO corte para em seguida ser po~sível a sua remoção co1n l$1n ina 011 "1notoscraper"'. !\'\ateria is
duros, classificados <:orno de 2.t categoria, 1>ode1n sofrer desmontes com escarificaclorcs reforçados e
rebocados por tratores de grande empuxo, evitando-se dc$Sa forma o cn1prcgo de explosivos. (Ver 4.4.5.)

4.3.1 .6 - En1prego do "pusher"


Os tra tores de esleiras corn lân1irlas conlum (desde que reforçada) o u esp~ial são e 1l1pregados na
operação de einpurrar os Nrnotoscrapers"' no trajeto de carga.

Já vimos que as unidades con1 scrvotronsmissão tipo "po\vef-SlliÍl"', co1n co11versor ele torque, são as mais
indic.adas parêl tal trabaltlo. Con10 são 1T1áqui1las aco1>IJdas, sub1netilias a esforços e irnpactos que varian1
de intensidade, convém que operem de fonna c:or1jugada, variando a velocidade para que o esforço trator
se adapte perfeitamente à h1tensidade das resistêf1cias opostas ao 1·n ovin·,er1to, senl a ocotrência de cho-
ques l>n1scos <1uc poderiaJll claniíicar ou desgastar prematuramc-111c as peças da tra11smissão.

Além d isso, deve haver a adequação e ntre o tan·la nho cio "pusl1ef" e a capacidade do #motos<:raper'',
perrr1itindo a carga 1c·>til 1 ch-!rltro cJo te1npo previsto pelo fabricante.

4.3.1.7 - Emprego na lin1pcza da faixa e al.>ertura de estradas de serviço


Essas tarefas já foram analisadas em 4.2 .3 e 4 .2 .6, respectivan1ente.

Execu<;ão da terraplenagem 249


4.3.1.8 - Acaban1e11to dos taludes
Os tratores de lâm ina podem ser empregados no acal)arner,10 dos talv clcs dos cortes, u1il izanclo·se a
inclinação lateral da lâmina e execu1ancJo o co11c con1 o canlo da mc sn1a. Est.:1 operac;:Jo. tod(lvia,
1presentêl o inconve11iente de obrigar o ec1uijJêlmento a operar com forte incl inação1 sol>rccarregando
<
os esforços sobre urna das esteiras, o c1ue ocasiona desgaste desigual na parle rodante.

4.J .1.9 - Exe cução de valetas


Embora haja t->(1uipamentos apro1)riaclos para a al)(;!1'1 t,1ra de valeras. como a rctroescavadeira, 11a falta
deles, o trator de lâmina pode set utilizado. A lamina será inclinada lateralmenre e ô c~ nlô c;la lân·1ina
fará o corte no centro da valeta. Atil'1ginclo·se a profundidad e desejad a, a lâmina deve ser nivelada,
prosseguindo-se à esca,,aç.io.

-.
Fig ura 4. 14 - E:w:e c;:uçiio d" vale lll con1 o c.tn l() da lârnin:t.

4 .3.1.10 - Escavação em trincheiras


A escavaç5o em trincheiras é usadá no empi lhamenro <fe materiais, p~nu ilin(IO q ue maiores volurnes
scj an'I acu1'11lrlados à frcr'ltc da 13n1i na, podendo élumentar a produç.lo cn1 élté 20o/o.

f igura 4.15 - Escavação em trincheira

4.3.1 .1 1 - Operação conjunta de duas máquinas


"''as esc.avações de material solto Oll nos trabalhos de rasp<tgem (cortes de pequena altt1ra)1 pode-se
aumcn1ar a produção com dl1as máquinas idênticas trabalhar1do lado a lado, 1nantcnclc.rsc as lâ1ninas
próximas. Bons resultados são obtidos nos tral>alhos em material solto, com grandes volumes a serem
l'nc'>viclos.

4.3.1 .12 - Tratores de pneus tom lâmina


Os trabalhos de lâmina são apro1)riaclos aos trat(,res <le esteirds, graças às suas boas condições de ade-
rênci.:i e flutu(1ção.

Entretanto, quando se deseja maior velocidade e rnobilidade nas operações, 1:x>dc-sc utilizar tr.Jlorcs de
lâmina montados sobre pneus.

250 ,.,,1ani..a1 Pratico de Escav3Ç()c)


Figur.i. 4.16- 0 1>er;açlo conjunt;a de m;(quin.JÇ

Figura 4.17 - Carr4.'g-11-m1._-n10 com ..fM'-'h.puU•

É cvi<lc.-ntc, <:t•ll'<..-tanto. que tais equipanlcnt<» têm condições ele J<.lcr~1,ç1..- e flutuação inadcqua(las.
raz3o pcl.:t qu..•I os projetistas ;;tdicionam <li~ilivos conlo tração cm 1o<t.1.. ,1c, rcx:IJs, diferençiais travant~.
esteir.ls articuladas que se ad~prarn externamente aos pneus etc.

ls10 sigr'li(ica e<1uipamcnto~ de gl'andC' porte, <r>nl c lcva(IO peso ."lderc•nt<• "ª' rt,dôls n"lotrizes. ql1e, i'lit1<I<,
às car.ic-t~l'Í'41 i ca<1: tnccSnicas cit.ld.Js, 1'€"~u.1 lta <•1n <ll~tos de aquisiç.io muno clcv ..1clos.

"5sim. só m(-s1no na hipótese de se cx1g1r n ..l obr.:t grande \'elocidad~ de d<.-sloc.amento é que se:? justifica
economic a1nc..'f'llC o crnprego dess.Js unidt1d<~. Quando utili7~ldcx çomo •1>u,hcr". podem atender a um
"úmero mak>r de *motoscrapers...

4.3.2 - Unidades escavotransportadoras


SJo utlH.ca<ldS11<.1 execução da terraplt"flagcm num.l larg.l faix() de di:.tlr•<..•o)> média<;. e longas, en• 1ral>.l·
lhos qu<' nJo ptxl~rn SCI' executaclo.;; <"<>nl ljmin.J. ou com carregadeira:. e ct11"11inliões.

Quando usddas rucionalrl"lenle, s..'\o nl:ÍClltin..i:i. ele .:ilta produtiviclilclc ciuc <.:onduzc1n ;,) custos bn1>t..u1tc
baixot:, se c:on11)..•r.ido~ co1.,'t os de outro<> <'quip.lm~r1tos.

Entretanto, a )Utl ulilit.açJo pode ser prcjudl<-.ld..--. por (atoreS> ad\·cr,.o> ~urjlidos º"'
esc.Jv;)ç,âO, no Lrcln:.·
porte ou na dt.--s<:Jrga, que. se não (orem climinJdos, diminuem sul>>l·'''c;i,thnente a produção, com o
.-:: on~ÜC'ntc- :i.umcnto de custos

Exec.vçao da terraplenagem 251


Por is..'>O, será conveniente o exame de alguns desses fatores e a forma de se conseguir a otimizaçâo do
dese1npenho dos "scrapers".

4.3.2.1 - Uniformii:ação da frota


É aco1lselhável o en1prego de equipamentos de mesma ca1>acidade, tipo e velocidade para uso no
mesmo c iclo, pois, caso contrário. dS u11idadcs mais \•elozes serão retardadas pelas nlais lentas. <1ue-
brando·sc o sincronisrno ''ªoperação.

Quando for necessário t.1til izar equipaol entos de característic~s <Jiferentes, a experiência mostra q ue a
velocidade n1ais alta resulta en1 produção maior, sendo 1:>referfvel carreg."1ren1.sc as unidades mais lentas
com n1e11ores volufrtes, d(! 1na1ueira que deseovolva1n maiores velocidades próximas das mác1uinas 1t1ais
ráJ)idas, con1pensando-se a carga 1l1enor com maior rlúmero de ciclos no turno de trab<llho.

4.3.2.2 - Técnicas de car regamento


A opcrdÇão d e carga de urn "motoscraper", e:1nbora considerada como tem1;10 fixo, clepende cJe vários
ía1ore$ qve podem ac.1mentá-lo ou d in1inuf-lo, com a vari:.ção corresp<>nde11te na produção:

1) Con·10 prinl eira providência deve-se evitar o congestionamento das máqt.1inas na zona d e corte, o
que atrasa a 01)eração de carga, gera11do tempos parasitas e prejudicando a operação do tr.1tor
empurrador - m~quina básica e que detern1ina o rendi11-.enlo do cot•junto. A área de carregamento
deve ser, portanto, bem ampla, sc1n obstáculos que retardem a movime11t."1ção das unidades.

2) Outro fator de aumento de prodt.1ção é o carregamento em ramp.t1 descendente, .:i.proveitando-sc: a


assistência de rampa. que se adicio11a ao esforço trator da mJ.qu i1l a, estin1ada em 10 kglt dê peso
próprio do equiparnento para ca<la 1o/o de rampa. Assim, um "'nlotoscraper" COM 50 t., descendo
uma rampa de 8°/o recebe uma ÍOr'Ça adicional de 10 k.g x 50 t x 8o/o ;:; L1.000 kg.

Ap licando-se a regra pr.ítica da necessidade ele 1 kg de esforço trator para carregar 1 kg de terra, :i
assistência de ran11>a, nesse e.aso. 1lCrnlitiria carregar 4 .000 kg de terra sem dis~1ldio de energia. Ela
pode, tan1bé1n, reduzir em até 0,2 m in o tempo ele carregan1ento.

3) Deve-se instruir os operadores dos "'motoscrapcrsN a iniciarem o corte sem auxílio do .,.pusher", até
o ponto em que si11tam a falta de torque do motor ou haja o pati1lamento das rodas n1otrizes,
conseguindo o e11chinlC1)tO parcial da caçamba. En1 seguida. o "pusher"' conl pleta o carregarraento.
Esta operação, em solos pot.1co con1pactos, pode reduzir ern até 40'Yo o tempo de carg;i.

4) En1 m;:iteriais arenosos há tendência de a terra se acun1ular na frente da caçamba sem, contudo,
conseguir penetrá-li!. Nesse caso, usa.se a téCrliCa cio "bombeamento", abaixando-se o .avental so-
bre o material amontoado e, e1n seguida, movimenta~sc a lâ1nina do "'scrapcr" para c irna e para
baixo, cortando maior 01..1 menor profundidade ele ca1r 1ada. Esse processo 1>er1nite cargas maiores,
ainda que signifique o aumento do tempo de carg,a.

5) ~ interessante, ainda, mencionar o sistema de passadas alternadas na carga dos "scrapcrs", isto é,
entre duas cargas consecutivas deixa-se urna faixa sem cortar, de largura l igeiramente mer\Or do que
a d,1 caça1nba. Uma terceira passada sobre essa faixa permitirá carga mais ráplcla, já <ll•e não existem
resistências larerais nos bordos externos do "s<::raper"',

6) Em materiais argilosos, secos e con1pactos é 111uitas vezes necessário proceder-se à pré-escelrificaçiio 1>ara
se conseguir o carregamento rápido dos "scrape~". 1'-'essa hipótese, é conveniente que um trator co1n
cscarificador permaneça na área de carregamento, conseguindo.se a ícagn1en1_ação dos materiais duros.

O 1nes1no pode set feiro quando se trata de escavaç...lo de mate1·ial de 2a categoria.


l! pusad•

7) O) tr~1torC"s empurradores, quancfo OC'IO«>"i, podcnl ajudar na conserv.1çao da área de carregamento,


niv<'lftndo as irrcgularidacles do tcrrC1lo <lcixadas r>ela passagem cios i.srrapcrs'', permitiodo n1aior
vclocldnclc da!> máquinas.

81 O efeito de adensamento do rna1e1·ial {alé de 25ºÃ:i) que es1á s~ndo "ª''cgddo ~obtido ~lo avanço
da compo1ta do ejetor aré as proxin1ida<k.~ da parte anterior, c;onscguindo·se cargas maiores cn1
pc'SO. (Ver 1.3.4.2.)

9 l prclertvel~ muitas vezes, CNrcgar·sc " caçamba com um volun\C' ligc1rnmcnte mcnOC'" (10%), desde
qt1e se gant'c tempo no carrega1ner1to, dumentando·se a produtividJcle, Olinda que com menor
"·olumc transponado por viagem. (Ver 2.2.2.5.)

10) Na carg,t <lo "'1notoscraper" há, ainda, Jlgutn~c; observações de carjtor pr~tlco, visando ao aumcnl<>
de f1 roclu ~Uo e certos procedimer\los c11.1 l: dcvcn' ser evitados par.:'I 111clhor.:'lr a operação e a 1nallv-
l4?nc;an dil máquina:

a) a dctcnninaç.30 da espes~ura cio C1>ttc da c.anlada. obtida pelt'I profundidade da lâmina cortanlc, é
es~ncial, pois se for muito prolurlda Ju11lC'nta as resistências opoçtas ao nlOVirneoto e. em consc-
qt""1<.i.l, o tempo de urga. 5" for mal< superficial haverá ,.,..,;.,..demora no lCft1'0 de c.>rga;

As.sim. o corte deve ser o mc&t> profundo possível, petmitindo, porém. que a carga se faça num
tempo raLo.ível e com velocid.tdc cofu.tante. sem sobrecarga do motor e sem patinamcnto
dos pneus. Se ocorrer a diminuição d;i rotação dos motO<e5 ela própria má<1t1ina e do "'pt1shef"'
ou se .is rodas patillarcm, deve o opcl'i'ldot diminuir a profundicl.idc do corte;

b) se ~• Utr8a rc<ll izar-sc C'1n 1crrer10 con' afloran1entos de rochn ou 1natcriais de 211 catczorl:.
n·• uilo co1npactos~ a trf-lnsn1i~~:'io 00 "'nmtoscraper"' deve ser C(1locada no rieutro. a fim de
cvit'1r in1p3cto~ violentos que <>t.orrcn1 neste tipo de carreJ:;.<1rnerltO, fic.Jndo o empuxo a C\'lrgo
do tralor empurrador;

e) .a trava do dif~ial (ambas as md.ls mo1rizes recebem o torque e gir~m à mesma veloc1da-
<k'1 ctNc <cr utilizada sempre que haja possibilidade do pdt111o11mcnto das rodas motrizes. Se o
tr~1vamento não impedi·IO, o •pushcr"' (~'<?completar o trabalho ~zinho:

d) a fim de evitarem.se tensões excbltr1c.as, o trator emplrrrilCfor e o "motoscraper'"" deveo1 1ralla·


lhJr '11inhados, sendo o n1ovimcnlo do conjunto scm1>rc ret1lfneo:

e) quando a caçarnba estiver cheia, elevar a l:>ard;i cort.1 n t ~ <'lo "'CO<"rapcr" lentamente par:i quf' ~
l)tirtc íinal do corte íic1ue rcgulnr, setn degr<tus;

O para cada condição de obra, devc.'-'SC fazer um estudo do "'lcn1po ótimo de carregan'lento•, .l
fim de aumentar a produçlo e cfic1êflCia da obf-a.

Execuçk> da térraplenagem 2S3


4.3.2.3 - Transporte
Após. a1lálisc d o ciclo das unidades escavotrans1>or1acloras,. ve:r iíica-se que os lempos sastos no tr<lnspor·
te representan1 a 1naior parle do ciclo. Os ten1pos de carga, mi1nobras e dcscatga consomem ap~n as
u1na fração relativilmente pequena do n1esn10.

Por essa razão, as perdas de ten1po no transporte são as que mais influem na 1>rodu1ividade e, pon:..nto.
1'10 custo da terraplenage1n executada pelos .. scrapcrs".

As pis1as de tr.'lnsponc devem ter largura st.rficiente, ser beni conservadas, se1n irregularidades e com
boa drcnagcn1. Caso ltn1 desses itens não esteja adcqu;ido, a velocidade da máquina é reduzid1, flc.Jndo
bastante abaixo das velocidad es 1náximas. aumentando desnecessariamente o ternpo de çiçlo .

Além disso, as pistas mal conse rvadas pr<)vf>Can1 c hc>c1l1es e i1n1)aclos qt1c são transm itidos à estl'utura
das n1ác1uinas att-.:ivés dos pn~us, que rêm,, portanto, maior desgaste e vicia útil menor.

Como os pneus n3o absorvem todos os impactos, csle~ são, e m grande parte, transmitidos e a.bsol'vidos
pelos elcn1cntos esl rulurais do "motoscrar.>er", podendo oc.1sionnr triocas e rupturc1s.

As pislas de transporte devem apresenrar, portanto, a1g.,1n1as características que resultam no a umento da
velocidade da máquina e são, portanto, fatores q ue incluzcm a<> incremento <la produção.

• Boa capacidade de suporte e baixa resistência de afundamento


O aíu1ldetn1ento das rodas, causado pela ruptura do solo ou pela s1.1a <leJorn1ação elástic.J, é o 1>rir1cipal
fator que ir1ílui negativ;:inlc11tc nas velocidades a serem atingielas nas 1>istas. Assim, as eslradas de serv iço
que apresentarem terrenos fracos, instáveis ou de comportafncnto elástico devem ser substituídas por
solos de boa capacidade de su1lortc e haix<t resistência ele rofa1ner1to, dcvida11)en1e compacta(fos.

A rabeia 4.3 1nos1ra a ráj>icfa perda de velocidadt! com o aun1e nlo do afundan1ento. Para exem1>lificar,
o " 111otoscraper" CAT-631, coin peso total de 62 t,. num 1recho de 200 n1 de cornprimento, leria sua
velocidade recluzid.:i ele 25 1>ara 6 k1n!h. Corn a resistencia de rolan1ento variando de 40 1>ara 90 kg/l, o
ten1po de percurso aun1entaria 1,52 min (de 0,48 para 2 ni in).

Tabela 4.3
---
R, (kg/O
-Afundamenlo
(cm)
-- l:R
(kg>
,
Vele>cidadc nláxinta
3• mar(h<l (sem declividad<-
i = 0 %) (km/h)
20 o 1.240 46
30 1,7 1.860 42

40 • J,4 2.480 25
50 5,0 J.100 1 22
60 6,7 3 .720 • 20
70 6,3 4.340 l 14
60 10.0 4.960 12
90 11 .7 'i. 'i80 6
100
- - 1J,3
- 6.200 2

• Conscrvaçdo das f>islas


Mesmo en1 terrenos de bon1 suporte, a l'CJ>Clida pa~sagem dos "rnotoscra1Jcrs" sobre as mesmas faixas <la
1>is1a tende a ondulá-la e a formar cavidades c1uc dificulram o de-slocamento da 1náquina, reduzindo

254 Manual Prático de Escavaç.ao


m uito a sua velocidade e transmitindo impactos à estrulura. Por outro lado, quando há períodos sc1n
c hu\•as, o solo perde rapidamcr1tc o tc.'Qr de u1nidadc, formando CSJ)Css.:. c.:.n1t'lda de pocir.:i que se c lcv.i
co1n a 1>aSSc'lgC1n dos pneus, di1l 1i1luindo a visibi lidade do operador e envolvendo a máquina. Essa
11uve1n ele 1:x>eir.:i recot,re as partes expostas e adere às <1uc corltê1n lubr iíic.antcs, graxas ou óleo diesel
dcrra1nado, íorn1ando uma JJ<.lsta aderenle de efeito nocivo causado pela abrasão. alé1n de compro1nc-
ter a segurança <Ja operação.

É indis1:>ens.ável o emprego de rnotoniveladora para regularizar a pista, devendo essa n1anutenção ser
realizad a secTipre que se per<:eba qt1alquer perda de velocidade dos '"motoscrapcrs".

A fim (lê con1barer a formação de poeira, deve-se umedecer as pistas com caminhõc..:.s-pipa ou acliciona-
ren1-se substâncias estabilizanlc.-".5 que retê1n a umidade natural. co1110, por exemplo, o cloreto de cálcio.

• Largura da 1>ista
Infl ui no cle-sempc11ho das mãquinas porque, como se ~be, sempre q1.1e elas se ç ru.zam ern sentido
contrário o u mesmo ultrapassam algu1n t!Cjuipamento estaciona(IO, há forte reduç.lo da velociel.acle. ~
necessário que a secção lr.Jnsversal da 1>ista seja compatível com a largura cio equipan1e1110 de maiores
dimensões <11.1e vai trafegar l'1ela. A experit1ncia recon1cncla que a largura to1.:il seja no m ínimo três vezes
a da máquina. [ ssa providência facilit..i. o cruzamento, a ultr<tpassagem e mesrno um cquipar11cnlO
est..1cionado, ocu1, ando uma fai xa, não c hega a interícrir no fluxo dos outros.

•Drenagem
As pist..'lS <fe,1em a1>resentar boas cc>ncliçôt.:is ele cscoamcr1to das águas 1Jluviais. Se necessário, providc11~
c i<tr caiolt::l''llOS transversais de 1 il 2o/(), evitando a íom1ação de poças d'água e o urnedecin1ento exces-
sivo d o solo, c1ue di1ni nt1em sua Ct1p.:i.cicla<le ele s1.1porte.

•Visibilidade
As c urvas de pequeno raio, con1 \•isibil idacle redltzida, qt.ie obrigam o operador a d iminuir a velocida-
de, devem ser evitadas. Se l)Or qualquer razão não puderem ser climi1ladas, é preciso organiz"r o
tráfego nesses locais a fim de evitar abalroamentos e diminuição da ''elocida(le.

Todas essas 1nedidas, e outras c1ue as condições locais i1~d i c1 uem. devem ser implantadas para consegui·
rem-se na pista as \'elocicl.ades que os cálculos de produção moslraram como adequadas aos diversos
trechos, para m inirYtizaren1 -s~ os tempos de tra11sportc.

Instruir o o perador 1>ara utiliz~r. :,e1nprc que possível, .is n1arch.:is ele maior velocidade em c~d.J trect10
do trJjcto e nos declives longos acionar o retardador para cor',scguir. tarnl)é1n, a n1aior vclocid~1dc
compatível co1n a scgutanç.a da 111áqui11a.

4.3.2.4 - Co111bi11ação de ciclos


t possí\rel d imint1ir o tCmf)O <le ciclo total n1cdiantc a co111binaçiio de ck>is c iclos 1>-1rci.1is e eliminação
de manobras.

Consideremos o caso de t 1m corrê com dois aterros próxi n1os que vão ser preenchidos co1n o materi.)I
provc11ienrc do 1nesmo .

A cscavaç5o poderia ser feita com dois c ic los individuais, de acordo com o esquema a segui r.

Execução da t erraplenagem 255


I \ Mtinobra

=-.--:)
Cicro5 111(hv1du8•$
Oesc~rga Corte A&torno

M&nob'• : -.,.-(=
e......... ~-:) e.-+-:- , M•nob"

R;,tlotno Cer re DttSc.Arga


Cicto5
combinados
Oos•mg·
.. j Con 11 Retorno

r..1.,nobro c~+:--'-1----:::
=----<.._--.,._------,_==----:) Monob"
fle101no Corte bescarga

Figura 4.19 - Com bina{ão de ciclos

Co1'líor111e o esque1na dos ciclos combinados, poden1 ser elimi 1ladas <:luas rnanobras na região de corte.
econon1izanck> os icmpos respectivos, ou seja, 2 x O, 15 min = 0,30 mif1 por c ic lo.

Se o Nn1o toscraper" efetu.ir dez vi<lgcrls por hor(.1, no tur110 de traball10 de 10 h haverá o ganho de
100 x 0,3 m in = 30 minuios, para 111aior produção.

Nesse ciso é convcr1ic1'llC ob1er-se o balanceamento de "'motoscrapers" con1 os tratores e rn1>urradores,


utiliza11do dois "'pushers" con1 o número dobrado de unidades cscavotransportadoras, cada ~Jm deles
trabalhando c)u1n único sentido.

4.3.2 .5 - Descarga
A clcscarga dos n1aleriais argilosos, quando muito úmidos, é difícil clcvido" suil aderência às pared es da
caçamba e à formação de grandes totrões de terra.

Para essa operação co11vérr1 lev~·111tar o fundo da c.aç.a1nba a un1a boa altura, de rnar1eira a faci litar o
fluxo do material entre a lâmin~ e a super fície do terreno, ao mesmo tempo em q1,1e o avcrital é levan·
tado,. permitindo a saída de parte do material por gravidade. Em seguida o ejetor antra e1n ação cn1pur-
rand<> o restante da terra.

Caso haja tendência ao empil h.Jn1ento do n1aterial d írente da caça1nba, d ificultando a descarga, o
operador deve abaixar o avental lentamente sobre o material acumulado, forçando a sua passagem
Cr'lh'C a caçd1"l'tba e o lerreno.

Nos Nmotoscrapers" com esteira elevalória 1>0<.Je-se conseguir o esvazian'lcnlo mais r.ápido. i 11vt!r1~11do o
sentido do seu movimento.

4.3.3 - Un idades escavocarrcgadoras


4.3.3.1 - Escavadeira. co1n caçamlJa ''shovel''
Escava se1n1)re em talude situado acin1a do nível da máquina. Q uando a altura do corte é grande e,
portanto, maior do que a 1tláxirna de alcance cio "shovel ", costuma-se empregar duas ou mais escavadeiras
trabalhando em p lanos cliferentes, ou seja, a técnica cio terraceamento nos cortes.

256 Manual Pr~tic.o de C.scava~


As alturas dos cortes são fixacl.as pela altura ótima já definida em 2.2.3.2, iltravés d.a qual se obtém
melhor carga ela caça1nl>a e, por conseg1.1inte, maior produção.

A fin1 de evitar as perdas ele tempo para posicioname1,to das unidades transpol'tadoras, costuma-se
uti lizar unia escavacleira que trabalha con1 duas unidades, carregando uma delas enquanto a outra se
posici<.n1<1, e vice-vel'sa.

Essa técnica só pode ser a1)1icada en1 cortes de certa largura, conforme n1ostra a Figura 4.21 .

As escavadeiras con1 *shovel"' slio usaclas nos cortes de materiais de 1• categoria, ainda que compactos,
sendo também utilizadas no carregame11to de rocl1a fraturada e1n cortes desse material, devido à força
disponível no braço móvel e na caçamba.

Nos ú hi n1os anos as carregadeiras de esteiras e ele pneus, graças à sua n1aior mobilidade e grande
caf)<'\Cidade da ccu;an1ba, passaran·1 a substituir <•s escavadei ras com "'sl1ovel" .


11\tu1i> Ot11'n&
de w1te
1 " ~· ,.

. , ;.
..

Figura 4 .20 - Tcrra<:<!am c nto em <:Orles

Entretanto, o lançamento d;is escavadeiras "shovelN co1n con1ando hidráulico$ mais rápidas e n1ais
pre<:isas, ocasiono1.1 a reconquista da posição anteriormente desfruta<ia por esse tipo de máquina.

4 .3 .3.2 - Escavadeiras com caçamba "drag-l inc" ou de arrasto


A escavadeira com •'' drag-line'' é uti lizada em terrenos 1>0uco consistentes e situados abaixo do nível em
que se encontra a n1ác1uina.

Execução da terrapletlagem 257


Os principais usos desse equi1,amento são:

a) Remoção de solos n1oles, com excesso <le umidade e prcse11ça de matéria org3nic.:i. Os solos
com essas car<1cteríst1cas <lemonstran1 baixa C<'lpacidade de suporte à ação d e cargas e im1)f?'-
dc-m o tráfego de qualquer equipamento, inclusive o trator de esteiras. Assim, s6 pock?m ser
retirados com auxílio de u1r1 t..->quipan1c11to coin "'drag~line"' que esçava a d istância e até a
profundidade de alguns melros.

Embora as escavacleiras possuan'I esteiras com sapatas bastante la"Sas, condl•Zindo a pressões
f'l'línin1as sol::irc o solo, quanclo a Ctip.tlcicf(lde suporte é rnuito baixa, torna-se necessário execu·
tara "estiva", ou seja, a colocação de madeira ro l iça na forn1a de u 1TI estraclo para aun1e11tar
a :irea de distribuição da carga .

~
.

Figura 4.2-1 - Posic:ionamcnlo das unidades

PocleMse tambérr1 const1uir 1>istas de acesso COl'n solos óe nlelhor c1ual idade forrnando urna
camada ou "colchão" de 0,50 a 1,00 m de espessura que resiste e dis.tribui a ação das cargas,
pern1ilindo a passagem ela escavadeira e das unidades de rransporte.

b) Al>ertvra de 11alas de grJndes din1ensões e desde que não haja escora1nento, us<lndo-se os
taludes com o caimento conveniente.

258 Manual Pr<ilico <le Escavaç.&o


e) Abertur~ de car\Jis cfc drenagem. cort.J·rios, limpcz<l cl~ ct.1rsos d''1g\1a etc. Nesse caso a ca-
ç,u11bd "drcag-line" per1ni1e a escavaçdo, a intl.1 que t1IJt1i)(O cio nível do lençol (reático, ou scj;;i.
J ren\OÇdO de solos sul>mcrsos. Nessa hipótese conv~m u1ilí1.Jr a c.Jçamba perfurada com
unia )éric de dbcl'tt1ras ciue possibilit.am, dur.1ntc u carga. a scparaç~o da água, que escoa
rapidamente.

Torn:.-se c laro que nessas condições o fator de carga da caç~mba diminui sensi'elmet1te,
atingindo até 30% ou menos, isto é, em c.add caç-4ln\ba retira·se efetivamente aperl.as essa
porcent.Jget11 <k: nliltéria sólida, o que significa d1m1nu1ç.Jo exprt"Ssiva de produção e aumen-
to dos custos correspondentes.

l=1n rJ l'JO <lo b.1l:inccamen10 deficiente da máquina é l"K..'CCS)~ r10 que a esc.:1vaçào seja proce-
dicf.1 4'C"1n1>r~ co111 ;is esteiras paralelas à direçlo do .311asto da c.Jçan1ba. verificando-se, aind:.,
.J convc11i(\1lc i:i da C()locaçào de contrapesos na 1~rtc postttt"ior da C-1.1bina.

fig.ur" ... 22 - USO do "'Or;iig·line-'

4.3.3.3 - Escavadeiras com caçamba "'dam-shell"" ou de mandíbulas


As escavadcirJ~ com •clan't~I- destinam-se às mesmas 1aret.lS indicad.l~ 1:>.:lra as com caçamba ..dr.ag.
line... Entrct._1n10, as caractcrís1icas próprias deste implemento modificam o seu uso cm relação àquelas
esc.iv..t<kifa), fm primeiro lugar ~ o alcance ou raio de aç3o bJst..1ntt" rNlu1ido1 coe cornparado ao "drag·
line"', que limita sua vtili7-açf-.o. Em seguida, não exisli1'1do o anJMO da C..'lçan1l:>.1 n1as apenas a sua ele,•a-
çdo \ler1ical. é emprl'g~cl.l níl c-c;c:oil\•,ição e ren1oção de lcrrcl denlto de v.:tla-.. ai11da que fortemente escora-
das, pois .:i CJÇJ1111xl "clan1 shell" pode ser levada verticalmente att' o Íl1nclo d.:1 vala cm "poços", i sto~.
locais cr11 que o l.>SCOramento é redu7icio, esr>..1çando-sc C01"1vé 1,ic nlcn1.._...,,c o c:itron<:an1e11to da vala.

Execução d a terraplenagem 259


Figllm 4.23 - Escavação com "Clam-shell" em vala escorada

4 .3.3.4 - Escavadeira com caçamba retroescavadora


A retroesc(1vadora é. t~1mbén1, unl cquipan1c1'tlO utilizado 1la escavaçdo abaixo <lo 1~ ível ern que se
encontra, adaptando-se às 1nes1nas t.arefas i ndicadas para a caçamba ..drag,-line".

ApriE:senta,, entretanto, a desvantagei11 de possuir um alcance ou raio ele ação reduzido, se comparado
com esse último equip.11ncnto.

Além disso não 1cnl a c~1 1>acidade revclacla pelo "clam-shcll", de escavar em valas escoradas, li1nitando-
se à abertura de valas de largur:. rêduzida que deven'I ser posteriorme nte escor;;iclas.

Pode ser us.ada como equipamento S\.rbstituto do "'drag-line" na ;ibertur.:-i de cariais, remoção de solos
im1>róprios etc.

4.3.3.S - Escavadeiras de acionamento hidráulico


Nos últimos anos surgiram esc.o,vadeiras con1 açion<.1mento 1:x>r pistões hidr.iuficos qtie, clevido à rapidez e
precisão dos seus moviment~, resultando em n1.iquinas de l.>00 proch.1ç5.o, têtn a1n 1>liado o seu campo de
aplicação, praticamente eliminando os equi1>amcntos movidos a cabo, com exceção da lança ...drag-line"'.

260 Manual Pl'~tico d C? e.sc.avaçJo


Figura 4.24 - Relroe~cav;adei ra de aci 0f1:.lmento hidrjulic:o

Temos hoje escõJvadciras hidr<iulicas com c.:iç.-imbn frontal ("shovcl"), c..1çan1ba rctrocsc.a,1adcira e n1cs·
mo do tipo •clam-shell" (ver 1.3.4.3.2) utilizadas na escavaç~o desde materiais compactos até solos
muito moles e saturados, que (!presentam baixa cap(lcidade de suporte.

Quando for neces~rio trans1X>c1ar os solos removidos a distâr'lcias 01édias ou grao<les, os veículos de
transporte são titil i;i:"-ldos juntamente com os ec1uipamentos de carga e os solos locais clC"VCn1 possuir
apacidade de suporte suficiente para pennitir o tráfego de caminhões .

.~sim, algu1nas hipóteses devem ser adnliticlas para o uso desses ec1uipa1ncntos. Quanclo os solos pre-
sentes são moles e saturados no fundo da ç~1va, ~1 rctroc-sçavadcira se J)O"'icion(l: sobre o terreno nalur(l:I
mais firn1e e renlove o 1natcrial inst..lvcl cn1 nível inferior. Os veículos de tr.:ins1>ortc trafegam 1ambém na
parte superior, que é de 1naior suporh?. Quando o solo suporta a escavadeira ffidS não o can1inhão,
colOC<, ·se a ese.;1vadeira ..shovel .. º"
p<1rte inferior e os veículos na supe<ior.

Se as condições locais permitirem, pode·Sê usar diferentes níveis de tr(lb<ilho. ficando (l rctroesc.av<1cleira
na parte mais alra do terreno, escavando abaixo do nível cm qtrc se encontra. e a carregadeira front:i:I
rrabalha no nível i1lferior, ca.rregaodo os veículos dê transpcu1e em pla1aformàs diferenlêS.

Dessa íornla, consegue.se a separação das pistas de transporte em dois tra jetos independentes, evit.a1l·
do-se as i1lterferências e o congestionamenco dos '-'efculos tra1lsportadores.

4.3.3.6 - Carregadeiras de esteiras


As çarregadeiras de esteiras têm · sc rcvelack> çon10 os c...""quipamen1os mais versáteis na terraplenagem,
graças às característic..'ls 1ncc!lnicas introduzidas pelos fabrica ntes, c1uc pcrrnitcm a sua ulilizaç.ão nas
tarefas mais diversas.

"' n1ais comum consiste na escavação de cortes e aterros em que a distlncia de transporrc seja longa.
exigindo o emprego de tinidades transportadoras.

~técnica do 1crracea1ncnto, 3 semelhança do que foi dito 1>ara as ~cav.:iclciras com ·'shovcl .., é a m.1is
indicada para abertura de cortes.

Execuçao da terraplenagem 261


---
[J
Figura 4.25 - Carg.a de can1i11hôes cm níveis difertnles

A a ltura das bancadas é limitacla 1)elo alcance nláxi1no da caça1l1ba lla posição de corle.

Devido à grande ca1)acid:ide das Sl.•as c.:1çaml-,as. se çomparadas çom as das escavac&eiras, a 3ftura ótima
de corte não será de tanta in1portância no caso das c.c:irregadeiras cor110 fator que afere a pfodução.

As ç.(lrregadeiras, sendo máquinas que apresentam boa mobilidade, têm a van1agem, em relação às
escavadeiras, de se deslo<:areo1 até <1S unidacles ele transporte, nâo possuindo tim local fixo p.:ira a
operação de carga. As escavadeiras, por se manterem imóveis no carregamen10_, ôl)rigam os tr:insporta-
ctores a se posicio1'larc1l1 de11tro do seu raio de ação.

Corn isso, os ternpos de espera e posicionan1cnto das t.inidacles de lransportc são rcduziclos e até climi-
1)aclos, diminuindo o tempo de C.Jrregamento, co111 au11\enlo da 1>rodutividade.

Figura 4.26 - Carga ólltcmad~ de caminhões

262 Manv~I Prâtico ele Escavc}Çao


Entretanto, poderão ser usadas e1n 1n uiras o utras tarefas como al,ertura de valas rasas, espalhamento ele
terra~ remoção de ma1acões de rocha, raízes e terra vegclal, transporte de 1nateriais a curta clisttinciJ,
carregamento ele roc;h a fraturada etc.

4.3.3.7 - Carregadeiras de l'neus


As carregadeiras de pneus, devido à defici~ncia de tração e à baixa fl utuação, só poclen1 ser llSa(las, ao
contrário das <:c1trcgadcitas de esteiras, e1n terrenos firmes, com pouca umi<laclc, lin1iranclo sua apliça-
çdo ao cotte e carga de n1ateri ais de fácil desagregação (Ou já <fesagregaclos), como areia, pedregul ho e
cascall10, pedra l)ritada e rocha frnturada.

Con10 já Jnteriormente registrado, ecn v irtude da sua velocidade de clesloc.amento e à facilidade de


manobras com a cli~t.:-çdo a(ticulada, é equi1>an1ento extraordinarian1cnte útil na carga de ma1eriais,
quando o fa1or ra1>idez e alta proclução estejam en\.1o lviclos.

Figura 4.27 - C.'r•ég:tdcira de pneus en1 opc ...ação de c..rga

4.3.4 - Unidades aplainadoras


São as n1áquinas que fazein os trabalhos de acaban1ento e de coníorm(lção final ~s cotas ílo 1>roje10 da
terraf)lc11age1l1, devido à prccis.ão de movin1entos e à colocação nas mais variadas posições que é pos-
sível clar à 15mina.

Nenhun1a eqt.iipe ele terra~)lenagem pode prescincli r de unia n1otoniveladora, en1 todas as fases dos
1raba lhos, já q ue ela 1:>0dc desempenhar as mais clivers.as tarefas, en1re elas:

a) corte, transporte e cspalharr1ento 11os trabalhos de r-dspagem, isto é. escavação de altura redu-
zida e pec1uena d istânci;i cfe transporte;

I>) espalhan1ento e regularização das çamad(IS a s.cret'n co1npactad<1s nos atr..Yrôs, bem como a
homoge,.•eizaç~o do teor ele umidade ótin1a;

Execução da terraplenagem 263


e) aca.barrl<:nto dos taludes dos cortes e das plataformas, coníonnanclo·as aos perfis longitt.1dinais
e transversais do projeto;

d) manutenção de pistas para os "n101oscrai:>ers" e cios carninl1os d e servi<_:o;

e) abcrlura de pequenas valetas de drenagem;

O escariíiec1ção leve de terrenos com1>actos e co1n teores de umidade n1uito baixos;

g) l impeza da faixa, quancfo l'louvcr vegetação rasteira e pequenos arbustos, bem como a remo-
ção da cama<la (!e terra vegeta l desde c1ue não haja raíLt.>s ~ toc:os.

4.3.5 - Un idades compactadoras


A utilização elas unidades compactadoras será estudada juntan1ente con1 a descrição do processo de
adenS<i.111ento dos solos. Ner 4.6 .)

• 4.4 - Execução dos Cortes


4.4.1 - l ocação topográfica dos cortes
Para a execução dos cortes é necessária, en1 primeiro lugar, a locação fOJ)Ográfica que irá dc l i1nitar de
manéira precisa a área a ser rrabalhada pelas rnáquinas.

Como já vim<'>s, geralmente os órgãos rodoviários íorrlecem o e ixo locado com estacas de 20 e1n 20 nl,
bem co1no a marcação dos PC, PT e PI.

Ao executor ela obra c.abc d ni arcação dos pontos exlren1os ela secção transvetsal d os cortes (0~1 dos
alerros) clla1nados de pontos de "ofí-sct".

Estes pontos s.ão n1u ilo i1nporLoi.nt~ para a boa exeeução dos trabalhos, pois, caso haja erros de locação,
ocorrerá o alargan1ento ou a d im inuiyc1o da boca (!O corte. Daí pr0 \ ém a íom1aç.ão de su1)erffcies
1

côncavas ou convexas no tah.1de, em lugar das planas e inclinadas, com graves prejuí7.0S quer no aspec·
to estético, quer q uanto à modificação cios volumes e dirn ensôes previstos no projeto.

l>ctra a locação desses pontos é necessário cQnheçer os seguif1tes e lerr1entos do projeto:

a) nota de sef\•iço, ou seja, a indicação. de estaca ern estaca, das alturas de coite (ou de aterro).
ou seja, a co1a vermelha;

b) largura da plataforma;

ç) ângulo de talude de corte (ou Jterro) adotado.

Considereo1os a secção lransversal liO terreno, nun1a estaca q ualque(, na qual seja pos.síve l d efini r-se o
ângulo " i" de inclinaç.i o do terreno nah.1ral.

264 Manual Pro'.itico de ESCcl\13(.\0


Eixo

H. 1
!H
.,. 1
~ ---- 2L
-.J
x. •• ·I
Figura 4.28 - Elemtnt~ par~ a locatão dos c~t tf

Da f'igura lCrTlOS:

H - altura do torte no eixo - cota VC(OlClh..l do Pf<>ieto;

2 L - IJrgura d~ platafonna;

h<' • difcrenç.1 cio cotas en1re o "off-scl"' esquerdo e o eixo;

hd =diferença de cotas entre o eixo e o "'off-scr" direito;


x .. = di4lltdnci~1 horizontal do "ofí-~t"' r~qlt~r<k> ao eixo;

x 4 -- d1stdrlCia l"K>ri.zontal do eixo ao •o((•.;;e1.. direito:

Cl = 3ngulo de t.'lude de CO<te (<lo PfOJ~~ol;

i = :tngulo de inclinação do 1erreno 1latural, M secção.

H+l tga h,
+-=lga
x. x.
h,
- = tg1
.
mas
x.
H+L 1f:Cl .
x. + tg1=tg<:<

ll+L tga
x.,,.,.--~'-.-
1ga - tg•

Exe<uçao da terraplenagem 265


Assim, podemos calculitr a distSncia horil.ontJI cio "oíf-sct'" csqtJCrdo Jo eixo, pnr1indo dos elementos
conhcci(k;>) t-1, l , tga e tgi.

c hcga1'Cn'º' a Xd• clis,tância horizonlctl do ...oíf-sct"' direito ao eixo

X ~ H+ l tga
~1 tgo. + tgi

As dis,tSnciJS <.los •oíí-sct"' são variáveis, pois dependem da cota vcrmclhJ H. No caso em que 11 • O e
tgi • O ler~rll()) x ... .-. Xd = L. e as di~ldnc"iais ck> "'off...sct"' se confundem com a metade da largura cb
platalonna (I ).

Há.. J.inda, ,,.1rcrcs~ em se calcul3r :is altur.1s do corlC', t;:anto no ponlo de •oíf-scr"' csquer-do (HJ q'1anto
no dirc-ito (l ldl. 1"1'lcdiclos na '\'ertical.

O.;. figurti tc.:r1loS:

H.
-~- = tga ou H, = ( X, LI tga
X• - L

Essas allu1 tl~ ..:ic> in1r>0rtantcs par.-i o con1rolc 1opográíico da execução d<>S cortes.

Q Lt-tlndo n (\O :..e: 1JOde determinar o ~ flgulv • 1" na secção tr.-insvcrsal (i vari.iv('I). crn íunÇ<1io das irrcgu-
laricfacic•~ cio terreno, ª" fórmulas .:ic:1nl.l n ..10 podei.lo ser usadas. Nt.-ssc t;.;.)SO, r>Odt-...~Sê determin<'lr a
posição corrct..1 dos pontos de "'o(f..wt" <.om o t.'tYlprego de nivelan1en10 goo~trico e através de .:ilgu·
mas 1cnt..111va-s:

COr1e 6.?0 ""

lJ
5.00 m1
1
1
Col"te 4,50 m

H
Coo u 3,00 n1

M• 3
Ofr·••1
1n
JH., 6,20 m $.OOm
Atualmente. co1n a introdução de progra1nas de computador no projetú geométrico de estr-ad;is, é possívC'I
detern1inar~se os po11tos de ...ofí#sct" da terra.p lenagen1 e-om boa precisão. além de outros elementos de
proj eto. tais como área das secções tri'tnsversais, \'Olume de terra entre as estacas, o volume tola! da
terraplenagen1 etc.

4.4.2 - Controle topográfico da execução dos cortes


Na real idade. as estacas dos ..off·ser' não são colocadas na posição e·xara. ficando afastad:is, par.1 maior
segura1~ça, S m de cada lado (Especificações Gerais do DNERJ, já que as n1ác1u inas cor"neçanl a escava 4

ção exatame111e nesses pontos e os piquetes poden1 dcsapal'ccer na primeira !)assada dos equipamentos.

Nos pontos de 1<ofí set" são colocados piquetes com a indicação da altura de corte (Hc e Hd). Através
4

dessas marc.açõcs será feito o controle da altura de escavação, pois a estaca cio eixo, çom a indicação da
cota vern·i elha, desar>arece logo no início dos trabalhos, não podendo ser restaur3cfa, a ,,ão ser c1uando
J profund i cl~1clc de corte desejada seja atingida.

Assim, a êSC3\'a<;ão deve prosseguir até as in1ediações elas altufas Hc e t--ld, quando os traballlOS serão
paralisados. Faz.se nova loc.:1ção do eixo. oa plataíorma inac.:1bada do fundo do corte, a p..'lrtir cios
reíeridos pontos de "off~sel'".

Em seguicla, proce<le-se ao nivelarlletltO do terreno no eixo relocado, C.Jlculando..se as pequenas ahuras de


cottc (ou evenlual1Y1cntc de atetfO) e c lalX>l'd·SC nova 110La cl~ serviço p~1a o ~cabar,letllO da plataforma.

Esse acerto final da p lataforma é em geral feito com a lân1ina ela n1otonivelacfo,a.1>0is se 1ra1a de sc1viço
de rasp.:1gc1n, ot.r seja, cortes ele pequena altura e de precisão 1las n1edidas.

Feito esse trabalho de acaban1ento1 teremos a pla1aforma da estracla 1>erl'eitamente conforn1ada ao greide
do pfojeto. A5 Especific.lções Cérais dê Téfra1llênagem do DNER fixan1 a variação n1áxin1a elas altul'as
de corte no eixo e nos ..ofí·set" em :t 0,05 m.

É necessário, tambén1, aco1npanf1a,...se a execução do corte, a firn de que seja obedecido o ângulo de
talucle (o.} estabelecido no projeto, de maneira que sej am respeitadas as d irrte1,sõcs íix,adas na secção
tr.insvers.,11, especialme11te a largura da plataíor1'n a.

Quando 1)ãO existe tal controle, é 111uito co1nLn1·1 os operaclores das máquinas 1)ão exe<'..'.lJtarem o corte
do ta l ~1de cor,forrne o <"ingulo de projeto1 de modo que a lilrgura da pl.Jtaforn1;i poder:i estreitar se ou
4

superar a din1ens1io correta, com a alter.:tç3o involun tária do referido â11gulo.

Figura 4.30 - Alarg<tn1enlo ou estreitamento do corte

Execução da tel'l'aplenagem 267


Se1ldô a o ângulo de tal ude do corte, podem ocorrer duas hipóteses:

1i.) o â1lgulo ele ralucfe execu taclo n' > n;


2") o ângulo de talude executado ex'' < cc.

No primeiro caso a largura da plataforma será 2 L' > 2 L e no segunclo 2 LN < 2 L.

A Norma ON ER-ES 280/97 estabelece os c 1·i1ér ios 1>~l ra o con trole e .aceitação das dim en sões das secções
de corte, a saber:

7. 1.1 .1 - Levantamentos topográficos apor1tarJo se a altura e largt.1ra da plataforma n os cortes aten·


de rr1 à secção tran sversal especificada •lo proje10.

7.1.1 .2 -Os taludes de corte deverão apresentar, .Jpós 01>eração de tcrraplcnagcm, a inc linação
p re'\.tista no pro je to.

7.2 Vetificação fi l'1 al de qualidade.

7 .2 .1 O acaba1nen10 da pla1afor1na de corte deverá atender à conformação da secção trans,1ersal


indicada no proj eto, admitid(IS as seguir1tes tolerâncias:

a) variação de altura n1.ixin1a, para o eixo e bordos:

cor1cs cm solo: :t0,05 m

cortes cm rocha: ±0, 1O m

h) variação n1áxi1na de largura de 1·0,20 m para cacla semiplataforma, n ão se admitindo varia ·


ção negativa.

Essas especificações i1nplica1n a tolerância de erros mínimos no ângulo de talude, tanto menores quanto
1"11aior for a allura do corte. Admitindo~se o ângulo de talude de 45 graus e o erro de +0,20 m n a largura
da semiplataforn1a, para alturas de corte (1lO "oíí~selN) de S, 1O. 15 e 20 n1, os erros angulares no talude
seria1n respec1ivamente: 1<>10·, 35', 23' e 18', o que indica o controle rigoroso que se deve exercer na
medida desse ângulo. durante a e xecução do corte.

4.4.2.1 - Processos práticos d e controle do ângulo d e talude


O encarregado ele can1po dos serviços de lerraplenagem dispõe <le r>rocesso prático pilra exercer esse
co11trole.

ConstrÓi·se um gabarito triang1Jlar com sarr.:ifos de madeir.1, c 1Jjos catetos obccleçam à 1ncsnla relação
de ângulo de talucle, o u seja. n o caso mais con1um 3:2, fican clo os fespectivos catetos conl as d i rn ensões
de l ,5mel,Om.

Aplica·se o triângulo con1 a hipo1cnusa sobre a sur>crfície do talude e coloca·se um nível de l>0lh.J sobre o
cateto so1Jerior. Qua11c.'o a l:x)IJ)a estiver cer1tra<ia, a hipô(enttSá deve se assent<1r perfeita1nente sobre o talu<le.

Essas verificações nccessir.in1 ser íeitas a cacla 3,00 nl de escavação, altur<i alca11çada, em 1nédia, pela
15n1ina da motonivcladora p ara executar as c orreções que se fizeren1 necessárias.

268 Manual Pr~tico de Esava<ao


figu ra 4.3 1 - Cab~rilo de m<1d eiró.1

Convém lembrar que a correção dos defeitos decorrentes da alteração do ângulo de talude é 1nuito
difícil de ser feita. Quando ocorrer algum erro, para se recompor o talude em conformidade com o
projeto, pode·se tentar a utilização de uma escavadeira co m "drag-line"' para efetuar a remoção da terra
que, porventura, tenha IJcado em excesso, n1a.s isso in1plica un1 trabalho difícil e bastante oneroso.
A ssim é preferível exercer-se o controle do ângulo <i e tah.i<le com bastante c uidado, eh.irante a exec1.1ção,
a fi1n <le serem evitados os problemas já mencionados.

' ,
,,
-- . Ex.eüso de ter,•
• i;,er rttmo,,,idti

.,

Flgur:i 4_'\2 - Acerto do t alude

Execução da terraplenagem 269


4.4.3 - Escavação de materiais de 1• categoria
Segunclo as Especificações Gerais do DNER, ..o corte é um segmento dõl rodovia cuj a i m1,lantação
requer escavação do 1naterial constituinte do terreno natural, ao longo tio eixo e no interior cios limites
das secções do projeto, que definem o corpo estr.<1dal".

Os cortes podem ser:

a) em secção plena (ou em caixão) - quando a in1pla11tação corrcspo1,de ao encaixé, completo.


da secção 1ra1lsvel'Sal ''º
terreno natural;

Eixo

., . \
\
\\
\
'-----.. ---, \
1 \
\
\
1 \
Corto em s~6o mi.ln•

Figura 4.33

b} em meia.encosta (secç ão mista) - quando a implant;ição corresponde ao encaixe, apenas


parcial. da secção transversal no terreno natural, caso em que 3 plataforma apresenta parte
em aterro;

e) em rdSf:>agem - quando a sua altura não supera 0,40 m em secção plena ou 0,80 ni em secç3o mist;1.

A seq\iê1)cia cor1stn11iva dos cortes deve ser:

1) Locação topográfica do eixo,. " off-sets" etc. (Ver 4 .4.1.)

2) Lin1peza da íaixa, ren1oção da vegeta~o e ele obstáculos. (Ver 4 .2.6.)

3} Ren1oção ela ca1nada de terra vegetal. (Ver 4.2.6.)

4 } Preparo do corte. (Ver 4.3.1. 3.)

5) E1n prego dos equipamentos relacionados para as 01:>eraçõcs de corte e ttanspol'lc.

6) Acabarnento do corte.

Os equip.o'ln1entos 1nais usados na escavação ele 1ª categoria são os tratores de 13n1ina. os "n1otoscr.:ipcrs" e as
carrcgadeiras e caminhões, sendo a escolha íeit,1 ele ~cordo co111 os parâ111etros est;ibelecidos Capíiulo 3. "'º
De n1odo gera.I, toda a escavação de 1•categoria... com distâncias curtas (< 100 m), deverá ser execuk1da
con1 1ra1or <le lâ1nina, equi1>an1ento do qual resultam para estas distâncias os rnenores custos. Mesmo
nas ql•c aprc..'Sen tem distâncias maiores, toclo o volun1e de corte que fof oco11omicar11e11te vi ável deverá

270 ManuJI Prjtico <te Escâv'.'.IÇJo


ser feito com esse eqt.1i1>anlento e o restante pelas outras máquinas: ...mo1oscraper" ou carregadeiras e
cami1'lllôes, dentro elas respectivas faixas econõ1nicas de d istância.

O acabarncnto dos taludes e cl.:i pl~ltaforn1a , 1,._1ra conformá-los às cotas <lo projeto, será feito con1
n1otoniveladora.

Quanto aos solos, aqueles que forem julgados tecnican1ente inadequados para a execl1Ção do aterro
serão le\•ados ao "bota-foran e substituídos J)Or volumes equivalentes de material de qual idade aceitá·
vcl. obticlos crr1 caixas de c1ri1)r6sti n10.

Como regra gemi, quando encontrarnos no corte solos de boa qualidade de suporte, devernos colocá-los 1las
camad:is finais do a1en-o e que constituirão o subleito do pavimento. ainda que haja neçessidade ele estoe<.1-los
e rec.arregá-los. A e<:onQmia da espes~l1ra do pavimen10 pocletá compensar em 01uito esse cus10 adicio11al.

Se ocorrerem solos de ótin1a capacidade de suporte (solo A2-4-HRB, por cxe1111)lo). sefá prefer ível
estoca.tos para o uso posterior t:."01 ca1nadas de reforço do subleito ou n1esrr10 ••a sub-bast?.

4.4.4 - Em préstimo e "b ota-fora"


Qua11do 11ão há col'n pc11sação entre os \ o h..1n1cs de corte e aterro, haven<lo excesso do f)ri11)eiro, as
1

solJras das 1nassas ele terra são colocadas e1n ctepôsitos definitivos deno1ninados 1obota-foras". Esses de-
pósiros clevel'n ser fei1os em locais previan1ente escolhidos; junto aos aterros. alargando as p lata.formas
ou n1odificando os caimentos das saias dos aterros, dimh,uinclo.lhes as decliv idades a fim de evitar o
risco de escorregamento. Para n1elhor enlrosJn1ento dols massas de t erra~ essa operação deve ser fei ta
concomitanteo)e1'lte con) a execução do atctto.

Quando o volurrlt;.' de terra dos coctes é insuficiente para o preenchimento tot.al dos aterros, é necesxirio
recorrer-se aos ...empréstin1os"', desde <1ue estes sejam 0011stituídos por solos de qualiclade aceitável. Em
princípio, deve1n ser feitos juoto aos cortes, pelo alargan1ento elas plat.:i.forrr'-:-is e/ou climinl1indo a i11clinação
ck>s taluc&es. Nos uecl'lO:S em curva~ se.-r11)~ q ue 1-:>0s.sível, 110 lado interno, pata mcllt0tia da visibilicladc.

Quanclo por qualquer ra...:ão fot des.aconselhável o empréstimo com <1largamento cios cortes, podem ser
abertas caixas de e1npréstimo fora da faixa ele domínio, desde que devidamente autorizadas 1>elos pro-
pri~tári<"•S lirlcJeiros à nova es1rada.

4.4 .5 - Escavação d e materiais de 2• categoria - Escarificação


4.4.5.1 - Generalidades
Os 11lateri(lis cl;issificados com o de 2.i categoria (ver Rochas braf1das) são aqueles que não podem ser
esca,•ados cfe íorma normal e econômica ,,elos equipamentos usu.Jis, a sabe r: tratores de lâminJ,
"'01otoscrapers•·, escavadeiras e carregadeiras, devido à elevada rcsistêc'lcia mecânica à con1p ressão, que
pode atingir valores estinlados e ntre 500 e 1 .000 kgtcm2 ·

Para o desn1onte desses 1nateriais devem 5et uti l ii ados escar iíicadores ou "rippcrs.. (ver 1.3.4.1 ),
q ue são montados na parte posterior cios tratores de este iras ele elevada potênc ia e grande esforço
tr.ator (> 50 .000 kg). Recomenda- se, nesse caso, o Cl)lprcgo de ec1ui1)a mcn1os com mais de 250 H P,
isto é, tratores pesados, ela classe dos CAT 08, 09 e 01 O.

Dacla a extrema diversitJacfe dos solos e os cliíeren1·e-s graus cfe co1npacidade f!llC011ttados no seu cs1ado
natural, ~ difícil léntar quantiíicar a produção desses equipamentos e, por conseguinte, detern1 i nar~se
con'l precisão o custo de tais serviços.

Execução da terraplenagem 271


Entrelanlo. nas rochas braodas? 1>oderr1 ocorrer algum~1s caracteristicas próprias que facil itam a desc1-
gregação:

• íissuras ou iraturas 1'la1urais;

• eslratiíicação ou lllminação de ca1nadas;

a planos de clivagem favoráveis ao corte;

• ~ 1 aclo de alteração da rocha (decon1posição) causada pela i11te1npérit!;

• heterogeneidade das ca1nadas.

~\ segl1ir, algumas características favoráveis das rochas <1ue permitem a es~rific.ação leve ou pesada.

Escal'iíicaç.ão leve: cstl'atiíicação; grar1des fr~turasº"'


fiss~·,~s; 1>lanos de c l ivagem ("veios"); alto ( e()I' de
umidade; larn inação em camadas finas; alteração profunda da rocha (<lccomposição).

Escarificação f)esada: rochas <le granulação fina com ci1nentação; rnaterial sem fall'las ou planos de
c livagem; rocha ho1nogê11ea e de cle1lsidade 1nédia; resist&nç ia ao im1>acto; rocl1a en1 estágio inicial de
alteração.

Q ua1"llO aos <.--quipamentos empregados, os segui ntes íatores intervªm no processo de desmonte por
escarifiC4;lçâo:

• p<>têncio do motor e csíorço trator na barra de tração;

• 11úmero de dentes <io escarificador C<le um a cinco);

• comprin1ento dos dentes;

• velocidade de desloc.amento ( 1ª n1archa).

E, em função d eles, poderá ser estimada a produção cio esc.;1r ificador.

Na p rática, a experiência a<fquirida com o tipo de rocha anteriO(Mer~te trabal hada e o equipan1en10
uti lizado i11dicam a melhor 1nar1cira de realizar a operação de forma produtiva. ~ importante apl'ovcitar
as estratificações 0(1 planos de ç l i,ragem mais f.Jvoráveis ("veios", ria li11g uagcm comum). além d<: i nten-
sificar-se a forç.J de tração da máquina, dimi nuindo o nú1nero de dentes, concentrando-a até no uso de
um único dente.

Ao contrário do que se pode supor, a expêriªncia mostra c1ué nos m;;ttcril.lis n1cnos resistentes o efeito
destrutivo da passagen) dos dentes fica restrito ao local do corte, de modo que a desagregação 1otal de
certo volume poderá exigir número maior de passadas do escarificador.

Os rnatel'iais 01ais resistentes, q uando naturalmente fissurados, frat1.1rados ou estratificados, soíren1 a


fl1ptura ele n1aior volun1e " cada passacla <lo escariíicadof. desde <1ue os "veios" n(ltufáis sejam bem
aproveitados.

27 2 rvtanu.al Pratico de Esc.avac;Ao


4.4.5.2 - Tipos de cscarificadores
• Escar1f1cador radial
'fcstc tipo o operador pode variar a pos1ç.lo da ponta do den1c do ~car1f1cado<. desde o ní\lel do
terreno au\ a profundidade de penetra<~º m~xoma sob a ação de p1>tõcs hodraulicos. t utilizado nos
tratores de pequeno porte, co.-,tendo at~ cinco dentes. Aplica-se melhor ~m locais de espaço reduzido:
próximo de paredes, funda ções, n1uros de Jrr1mo etc. Podem ser ad,pti!Ck>s t..i.mbé:m às carregadeiras de
este iro de v.lrios po<te> (CAT 943 o 971).
Olmont6és I - '
(CKCanlicaclo' r~(li 31)

/
I
> I ,. ,..---
/
__,.......,.; ;
/
/
p /
/

/
/
M I
'•
""' .•
poma
"°""ª'
o

o
~
I
I
' I
~- '_,
' 1

M

o
l N ----

m•1eim 1t L--~-<
profv ndidade

Ex.ecuç3o da terraple"age m 273


• Cscdrific.ador com paralelogran10 fixo
Este .arrJ1ljo m,1nt6n o ângulo do ciente constante cm todas as pro(unclid.Jdcs de escavação, sendo
usado em '"'tores de porte médio (CAT 04 .><> 07).

• ES<.arilic;.ador com paralelogramo radial ajuSIA\el


O ângulo dt" ataqve da ponta do denle 1><>dc K"r modificado e aj ustado par.1 nlJ.ior eficiênci3 em todas
os prolundidodos, sendo utilizado nos tratore< pc<•dos (CAT 08, 09, 010 e 0 11).

A t<tbt>l;l J sc~v ir reprodvz as especific.lçôes de vm escarific.."ldor r~dl :i l <04 H) ú as do D8L çon·1


cscarlll(\ ICfc)r tipo pnralclogtaolo.

Tabelo 4.4
bp.."C:ifit•l\Ôt"\I d<h nairiliadort'$
Oimeó~ ~ o.lc-;ancM; • Rip~r"' r~i~ ([).IH) • M,pptr.. p.ll'•log.ra.mo (()el)
Prolundicbdc m.\l(tn\il de escarificaçlo e .....2 cm 1 6 cm
.
A ltuQ l'l'Wci~ de l(oo.·•nr.Jmenro '"'
--------
l9,1 cm s; cm
Alc.tncc 1nJJun10- ni\lt..4 do solo L 64 cm 1 ;;7 '""'
Ân~ulo RlJJiUllO pa-,-.-.-.ppe<"-
-.~,-.,.--
---,,.- ~26~.---------2-7'-------------.I
Fo~.. dt" f)l'rK·lr.1<;lo
----- 11.)40 l.g

.1) cuno - no caso de existirem 1n1p..1tlos. pois quanto mais curto, n\C'nor a JJOssibilicla cle ele
fuptl1ra;

b> 1l'llcfmcd~rio - em condições dP imp.i.tdo moderado e abr.asJo normal;

<:) longo - em solos abrasivos. qu.Jndo 1'130 há risco de impacto~.

4.4.5.3 - Produção dos escarificadores


Embora nJo seja Ul'I' processo exato,.,-, t."Stirn;)hva de p roduç3o consiste cn1 cn)nometrar o tempo gas.h.>
nn <'SC'arifi(';iç,10 ele certa disl:inc..ia (i11c.:lusivc 1nnnobfas) e 1n várias 1ent.11ivas. E1n seguida, mcdc-.5<' n
vOllnT'C no C'~tt•do 1latvral corr~spondenre :io m.1túrial rompido e-n c•t(l.:t tic.lo, lal.endo-se a n1C'(lia cio
volume desJs;treg~do por c iclo. A C)(JX~fil'nciaclcnlonslra que esses volum~ dc-Ví'nl ser rcclu:tic:k>s c:lc 10
<' 20%. pdrit ajL1Stá-los aos obtic~ e111 out"X processos mais exatos.

Con'l.ém ª''\tnalar que, pela facil idade e r;ipid<'7. C'Cile método~ o ma.-~ u~do.

Fxemplo:

E)t1n1ar a produção de um escarificdclor mo111(ldO num trat·o r D8l d1S1)()nclo de um só dente, sc11do
conhccido5 os seguintes dados:

D ist.incia C'ntr<' passadas • 1 m;


·rempo dt' 1nar1ol.>ra = 0,3 m in (levan1aml'nto <..' abaixamento do escariíic..c1clor e giro do trator);

Velocidade da 1• marcha; 1,5 km/h.

Tempo de uma passada

IQO X 0,06 .
t - = 4 n11n
1.S

~ • 4,0 + 0,3 = 4,3 n1in

Voh.J111e esc....:i 1·iíi~do por c iclo

1,00 x 1,16 x 100: 116 m' (cone>

Produc;Jo:

60
Q• 116 x-~1.6111 m 1/h
4,3

A proclu<_llo Jjust.ida será Q • 0,8 x 1.6 18 • 1.295 m lfh.

O v:.lor .'\pr~en 1ado é a1>enas esti111alivo. cJ~ve11clo c;cr coníirm:iclo pC"IO~ valores reo;iis obtidos 11a obra.

Custo da c:rcariíic:ação:
Sendo um trabalho executado em condic,c~ muito severas - ocorrênciJ de choques, desgaste forte pnr
a.brasdo e lKO da plena potêncta do motor-, o custo horário das m.1quin;is us.id.JS n.a escarificação deve
SCf acrt'"1('ido de 30 a 4()%,; devido aos elPV.1dos gastos com a manutcoç!lo.

4.4.5.4 - Uso de diagramas bc""'lscados na velocidade sísmica dctcrn1inada em testes de campo


Os diagramas de dt.wmpenho dos <>~c;ir1fic(lclorcs, cstin1ado pelas vf'locidadcc:. <1~1-s ondas sisn1icas, (o.
ran1 obtidos en1 experiências de canl1>0. l cvJtlJ~ a efeito con1 diversos solos e rochns. Considerando·SC
a cxtrc111d clivt1rsidadc ele solos ê roe i'~~. n1esmo entre os classifiC.'\Clo~ nlJm dctcrn·1innclo 1ipo, os grjfi.
cos dcvc:-tn ser <'ntc11didos como mera inclic.:iç..io de escarificabilidaclc dos n1ater i.:iis.

Por isi;.o1 p;ira o seu uso correto1 d~'i'm ser obseivados:

• A peneiração dos denle> no matcri•I é fator decisivo para o sucesso d• esarificação. indcpcn·
<1cnt<!OlCnrc da '"-elocidade ~i,mica estimada. Materiais muito homogêneos como argilit~,
c..alc.irtos, rochas sedirncntart"\, ~ gcr.-.1 de granulac;.âo fin~ C.'fnbor.l .Jpresentem velocidades
sísmicas compatíveis com~-. bectrific..aç.3.o, na rc..llid.lde. devid<> l penettac;ão difícil dos dcn
tes, às vezes não são c)Cari(ic.~vci~ ou a procluçào é muito redt111da e os custos elevados.

• NC$S.Cs casos. o uso prévio ele:' <•xplosivos, apl iados nos locais n1\lis comp<ictos, per1nite a
dc:.,1g1egação ou fratura1nf>"lo ll."lrc ial desses n1ateriais e. cn1 seguida, o uso normal dos
csc..<1riíicadorcs.

• A esc:.1r1ficação depende. csn grande parte, da habilidade e. l~i>te.iJ l n1et1te, da experiência do


oSX"rCl<ior no traball10 com 1natcriais semelhanres..

Execução da terraplenagem 275


• O ~t..u;k> <fc tlhcração (decomposiç:io mhlcralógica) dos rochas é 01uito irnportantc p.Jra a sun
c\Cariíic.Jl)ilidade. Como já vimos, rocha§ de Jlta rcii)tÕncia mecânica inici.il, sob açdo ele
agentes ~''"*º~í(oficC)) Ot• de águas subtc"nnca~. !ofrern forte altcr'1çJo, ler1do sua resistência
fll(."<.411ica diminl1íd.i, permitindo a e!tcarific..JçJ.o con1 ccri.:1 facilidade. Isso é especialnlcnte
const.1t~ldo Crll argili1os. filitos_, folhelhos etc.. que, <ob aç;mo de- ;.1guilS pluviais ou umidade,
lOln.am·se,. em pouco tempo, facilmente ec;.ariíicá,e1~.

Veloeid.aâ S'S-""llU O 500 1000 2000 3000 4000 .....


W..4'ttO!I P°" ....
~ pot ..........,. •
"""° "*
1000
100()
o 2 3 4 s 8 1 8 ' 10 ,, 12 13 14 15
T•tt• "99~•t
Â!CJ!tl
Morftnll
Aoch•• r9nNI
(lr.,-.1'0
8n••lto
Tffl. .
Roch•• a.edlm•nla1-
ki!l"'ll""'
A•wl\•IV
Mot11<k>
A•Q ..ito
Congton'l11111tao
tslKhlt
c~•~o
C•ld'IO
A:odus m~•mM'lkH

......
X '"'
Mln.,•t. •
~
ml~lo•

..e.,,...........
....,..,..,._..•
,.,,.

lndetermin.00 i===:i N•o..e«••1fie8.,,.t 1$\\\\\SSSj

Figura 4.3S

4.4.5.S - Processos de escarificação


À vislJ cio <1u1• Ít>i c.\xpc)CilO cm 1.2 .3.1. há dois processos pri1'lc11)ais de cscariíic;iç,'io:

1) uso exclusivo d~ ~~t;.nrifi(.2(lç.Jo;

2) uso de C'StJfilíc.acl0t~s ~utilização descontínua de explo~ívo:i. de bauca potência.

Normalmente ~ritl tt•nta<fo. em prim.eiro lugar. o uso do "'rippct" com tratores de potfncias diferentes,.
Mbcndo-se qu~ o aum(lnlo da fOJç.a de tr01ção nos d<.'ntcs aumenta ram~m a força ele desagregaç.ão e de
penetrtlçào do ~~rificador, t0tnando maiOl'es a eticiênci-. e .i produç.\o.

Nos tratores pe<ados, o <."><..clrificador é provido de v.iricx dPntfl< qw podem ser retirados. transferindo.
se toda a força par.1 1Jm 6nico den1e. o que normalmcnl<' C'OM<'gUf' a escJriíicação dos solos e rochas
cm processo de •ltcraçao.

Para o sucesso da opcraçdo é preciso, no campo, fazer algun1d~ tt:n1,1t1v.1s 1>ara determinar o sen1ido e ,
direção do (!')c;.arificador, procur.lndo-se os p lanos de c livagem (veios> mais favor.1veis ou a ocorrência
de fraturas naturais que facilitam :i penetração dos dc1lles.

276 M~nuilll PftlliCO de i:SCOV"CltO


NO'> locai,, e111 que essas providênci:l'> n~o
sur1ircrn efeito deve·se, então, providencia r o uso de expio ·
sivos nos mt:1leriais 111ais compactos ou que se .iC"ham nos estágios iniciais da decomposição da roch a.

A remoçlo do malerial já escarifica.do ou detonado será feita por lr.llõtt'S de ldm1na ou .. motoscrapers•.
depend~ndo da dislância do transporte.

Em resumo. a escarificação deve ser implJntada através do método ela~ lcnt.ltivas feitas no campo,
cxpcrime1lt...1ncJo.se vários equipamentos e unplcmentos, variando·sc a potl'ncí.1 cl.a máquina, o núme--
ro, a proíur1didadc e o â ngulo rios ÔC'ntc-s, ,1 d ireção do corte otc. A melhor soluÇio e m c ;:ida c aso
partic ular de1>~nd erá da corr1bin"çlio ólpropri.'ldJ <~esses fatores.

4.4.5.6 - Pro dução estimada dos escarificadores


Na fase de o rc,..an1ento das obras de tcrra1>l{lnotgcn1, quando há expcc.Wtivtl do uso de csc..i rifi C.."l<lo res,
pode-se (a1er 1..Jma estimativa prévia da sua produção com grá(icoç iomecido> pelo "'Manual de ProdlJ
ção Coterpillar".

1 -lf---1- ~-+---t---+''"°

2000

-
+---

t •
Figura 4 .lf>

O gr.íftco apresentado refere-se à produçdo do trator DSL, com wlocidade sísm1c;i estornada nas seguin.
res hipót~:

• trator ~ utilizado na csCJr1ÍiC.l(do;

• u~o de IJOrta·de ntes simples;

• cíiciênciJ de 100%.;

• a 1:>rodução é apr~nl ada e111 condiçôt."S favoráveis e adver~as. Cond i çôc;.~ adversas são repre-
sentadas por m ate riais com estra1lficação espessa ou com g1..1nul.tç40 fina e ciment._1çâo ou
outrOI'\ fatores que poss.anl d1m1nu1r a produção.

Exe<uçlo da terraple n.agem 277


4.4.6 - Escavação de solos brejosos e turfosos
Os SOl(h btei<XOS ou tutlOSO~ sJo encontrados princ1~lmcnte nos fundos de- VJI<". ttanspottados pt:1os
agento Jtmosiéricos. em espcocial as .iguas pluviais e os CUffôOS d'água.. acumulafldo..se ncx ponlo-i n 1.i1s
b.a1x~ cn1 sedimentos qt1.lse scn1pre horizoniaico. S.\n <"onslituídos por .:.olos Onos (argila e silt<'). com
apr('Ciávcl porcentagem de 111J1~r1a orgSn1ca e altos tt'OrCS de u midade . pois, c 111 geral, se situam .abJixo
cio ntv<'l do lençol frc.ltit..o.

Atrav~ cfpt,o;;:is caractcrísl i cil~ 1x>d<"•SP concll1ir que M' trntôl de n1.:iterial co 1n Ut1ixísshna c.apac id.idc- de
o;;uportc, de co1nporta o1e1,to .._.1.i'il ico e alt.."l compt"es~ l billd01 cl e, sendo to talmcnt<' impróprio para util l tJ~
çao cm ~ tetros e. especi;:ilmcntc, como terreno de íund'9<,~o para qualquer ul1r.1 de tCfra.

Msim, quando encontrados em obras de movimento de terras, é ncces.ç.íria wa remoção, ou pelo


mcnQ\ d tentativa de es-tab1li1a~o parOJ possibilitar o seu emprego como IC'rreno de f\1nd.içJo dos
a1~rros. (Ver 4 .S.J .)

A rc1110<rJo (Jos so los brcjosos in11Jlica dois 1Jroblcmas 1>rinci1Jais: 1Jresenç,1 de' l c 1 1~·c >I íreático em nrvt'is
cl<•va<lt>< e- presenç a de solos ln"távc is, c onlprCS!i> Ívcl!t, do co nsistênc ia 111uito 111o lc e de baixa c apac ida·
de de S\1portc,. impedin<k> ,1 c;_i rc1.il aç~o de veículos, mcsn10 e~teiras.

A e"<1(t~cia do lençol freárico ~ nível elevado cria ~io ptoblema à rt.'fft<>tJo ~W-S solos. AJ.><» sua
rclirada. no local acumulot-sc gr<ltlÔe quantid.Jde de Jg\..ol que. misturacb com partículas de solo, fonn.l
o lodo. devendo ser elim1nctdo. ca~ contrário torndr.i in>l.ivel o aterro cc11'l.,l rufcto. ~ interessante .:ino1ar
q1.teo P~Soe' tipo de solo brejoso, qu:indo a presetlta b.._1ixos 1core-s de umidade, 1><>de .itingir razoável CdfJi:t-
c id..iclc ck! su1)one. Deve-se, con"lo p rin1ei ra te n1aciva <lt• consolidação, Í.lzcr <> rcbaixame l'1 to t'.lo lcnf;ol
fre ático, dil1'1inuindo o excesso ele umidade atravéo; ele v.il"s laterais que init.iJ1n ~1 c;ecage•n do tcrrc 1io.

Pode·)(! l('•l lar, lambém, o rt.fl4'1xamenro do lençol c::on1 o uro dos processos usu\l i ~. mas esses n1('{odos
exig<:"m que o solo natural se1a ~rme.áveL sendo aplic..1<kb tom sucesso em solos arenosos. tor-nandc).<e
pc:>UtO Mtciences nos sol~ JrgilO>OS.

A b.lixa capacidade de suporte- e J cons1stC:OC:ia f'lluilo 11lCll<' desse material Impedem o tráfego de c1ua1s-
qucr v~iculos de pnevs, me!tn10 va7ios, perm itindo. d) vc"c:~. a passagem de trato1c» de c-steiras, emtm r.1 cl ~
formn llf<"c") ria. N os casos 111.,1-. clc>,favoráve is o própr io tr;~fego de cquipan1crlf()'i <le esteiras é i rllpo~ívc•I.

Escolha dos equipamentos


1-\s con1ick-ta(ôes já feild~ demons1ram que, cr1trc ~ l."<(Ulf-,.1men1os djsponfvcl,, «>mente as esavtlclc1r .a4i
montaclJo, -.obre estei~s pock.'ffl iCf' utilizadas na ren)O\Jo de» solos bre;osos.

O tr:.nspone deve SL.,. Ceitu com ~iculos ~. traít..-g.ando em pis1.as pre,:>arada( com material escolhido
e cuja espessura não sejtl inft'ftOr .1 1 m, parJ SUJ>Oft.)1 ._,, c.argas aplicadas com \ 1n1 m ínimo de dfund.:a-
rn ~nro do< pnoos. Dentre os equi1l.1men1os utili:zado(, :1 pr~ícrên cia rec.1i par:i ti~ rc1 roesca vadc i r.1 ~ e t.\l:i
p rovidJ • t\)IYI lança "drag·lh\C". As primeiras possuC'nl il vantagen1 de n1.•io r r;1piclez e facilidade de
r11nr1o t>rn, alén1 de der11;.·111cli1rem pc>uco espaço para su ~ operação.

As t.'S<.av.xJciras com "dr<lg-linc• sJo mais lentas e OC:ll?"nl maior átea de tralkllllO, JJ:>rt"SC'lllam, porém. grande
ak.Jnc~. p<.•n1ít1ndo a remoç.JO de ~madas extrem.inleflte moles sem nece5)tdade de rra~r4se sobre- cl.as.

As t.abclas a seguir fornccetn dados técnicos de tllHurls equipamentos dispo11ívcis para a rcalizac;.10
dt~~ 1r.l balh05, o q ue facilitar~ a ~leção da n1áquir1J mais indicada pard c..1da caso.

278 t.ftJnun Pr~ t1co de Esc.avaçào


Tabela 4.;
Attro~:1vadcirc1 AlcanCt' nwximo (m) -
Proíundld.i.de máxima de corte (m) -
320C dt •lc.ntt
C-1 m'
8t~ock:),9 nl RJ.98 10.71 7 bl
8r.1c;o~l.')n1 R2.98 9.36 6. '2
Br•ç;o de J ,,; n1 Rl.58 q 4~ 6,ll
320C d4> m.'l-..U
c-1.J n,•
Braço <I<' l,4 1111'v\2,4C n.91 1 ~,ft;I

320C de longo :1IC'otnce


e 0,4S n 1) l 5, 72 11,&R
330CL 1;'1 11('à dC' &,S rn 1
IC l ,<lm 1 1 11,6"4 8,t)tJ
l.1.~de6.Sm
1 C- l <4m> 10.92 •.li#
l.11nça d~ 6,18 m
C•2,2m' 6.W
1 10.21

-
Tabel" 4.l>
bcavad('i1•o11 coo1 " dr.\g· line" Raio ti•• çlrt1 (m) Profundidade n1.6xinl.'\ (nl) A l c.lnce máx imo (m)

l::~: ~ ~~· ::~:~ :: 9,00


12 ,(>()
•,..00
~"llé 5.00
. atê7,50
'
.:ilC 12,00
Jlé 16,00
la.n(a <W 60' «18 m .-atC 9,00 ollé 19,50
1
Método de ataqu<' dd CSGa.\~ç.io

Para remoçJo de solos turfosos rc.'C-omcnd.l·SC; retirada do material imf>tcstJvcl cm faixas alternacL.1\;
i'I
esgotam<•nlo ela c\gua do lençol íre.ltic.<>; lirnpc.t.c1 do lodo rcr11anCSCCt'ltC.

• A rc1irJda do male<i<ll não rlí'VC sc·r ícilil de íorma indiscrln1inJcl,1, ltl,1' Qfdt:nadamcnlc, rltl'cl-
v~s da .lbcrlura de c.:iixas nhcrnncf.Js, isto~, se íorc111 al>e1·1a~ ctua' º"' mais valas silnul1anca-
men1e, convén1 que :.e deixe cn 1 ~ cl<ls um;J fai>C;J de terreno 11.:1turo.1I .:i1nd.i intoc.ada. ~si<.'
1>rocc..."'Ciimc11to faci lilJ o trdl>alho porque lirnitJ bast.intc a qc.Jtinrid..tcle ele água e de lodo a SCf'
r~1irad<X de cada vez. Quan10.) l~1 rgurj e número dess.as l.aix.-\, li fix.l(Jo de valores depencJe...
r.l elas particularidades loc.ai~ f' dn p.qu1p.rtme1llO de cscavaçdo C'Séulhido.

Como no-, fundos de vale o lençol lre..~tico se encontra en1 n íveis eleva~. após a abertura cbs
vai.is Jcumuf..-.se granclf> valumt· ck• Sgua que deverá ser retir,1cld <.om bombas de sucç3o do
11po submersível. apropriada) ~o e'\goldmctlto de áglicl. e locl().

• A1>ó:t o c;."Sgo1an'lcnto, pcr1ll.1nrC"<' no fundo <la vala uma cao1ada ele lodo de espessura variável
c1uc, se não for re1t1ovida, p<>d<: c.01l'1pro1ncter o coniport~mt'n l c) do aterro executado no
!()(",il, IOn"lando· O instável e p rcjutli(.J11clu "' com1>ac1açlo.

Execuç.30 da terr-aplenagem 279


<

\----- 3" feixe 2: fa111•


,---,1! •• ,...
- ---- T -,- - -r
:1
'
.
1
1
r

'
1
'
1
'
'
1
EST. ' 1
018 • '' 11
+ 1 -- <----,1t - ~' -~--~-+-!---+-

1 1
' 1
'' 1'
'
1
1
1
1
' 1 1 ,,
1 1 1 1
11 1' '1 1 '' !'
..1.-- .J- --1.. __ J __ _L __ J _k'
-- - - - - - 1
<

----
'1 Rernoç4o do lodo

8ombl t-ubtn•l'$ív•I 0 G.. ,_

3 e11-001amen10
Sccçilo AA' ~....:..::.:.::::....~~~·····.

Figura 4., J; - Remoção 00 solos l uríosos e ~rnchi men lo da v<.ll."t

O equipamento indicado para a ret1'ada de lodo é • e.cavadeira "drag-line•, provida de caçamba


perfurada, que permite o c>eoamento da .igua. mas retém <1 matéria sólida lodosa.

Rccnchin1cnto das valns con1 malerial irn1>or·tado


Se houver a troca ele solo.;, il\IO é, se a c:unada b rejosa for sub:.-tituída por novo ntcrro com solo escolhi·
do (ver 4.5.3. 1), o teenchimento das faixas: csca.vad.as deve obedecer a alguns 1>receitos.
• Imediatamente após a retirada do lodo e da água acumulad(I~ deve-se lanç.c:1r as pri1neiras
e.amacias com solo, de preíerência bastante aren(')so, para permitir a pctcolação da água e
in1peclir c1uc esta atinja as camadas inferiores do aterro por capilaridade. formando-se um
colchão (le pelo menos 50 cnl de espessur.3.

• Deve-se iniciar o espalhamento do solo em camadas, a partir da extremidade para o


centro, segundo a secção transversal da vala, trabalhando-se nos dois lados. ~ impor-
tante deixar unl cain1cnto nas canladas para que as águas pluviais atinjam a parte 1nais
profunda da ''ª'ª
e 011de podem ser re1novidas por bon1l>JS de sLrcção (ver Figu ra 162),
perma11ecenclo um trecho aberto entre os dois l ados do aterro e c1uc será fcchJdo poste·
riormente. Einbora possa parecer trabal hoso, este procedirnento é par ticularme1'lte iodi·
cado na époc.1 das chuvas, evitando que a água se acumule no aterro, umedecendo-o e
prejL1di cando (t compactação.

• 1\ experi~ncia 1Tioslraque as pri 1nciras camacfJs esp.:alhaclas até 1,0 m de al lura permanecem
01uito úm idas, o que impede o sel• a<ie11sa1nenlo adequado. Nesse caso eleve-se obter um
1Tifni n10 de adensam ento através de repetida passagem dos equip3mentos sen1 se preoçupar
com o grau de compactação atingido.

• O pró1>rio solo do atel'TO desloca, através de seu pc~o, para o 1:ionto n1.:iis b;iixo d.;i vala, algl•m
resíduo de lodo ainda prese11le e <1ue poder.i ser retirado posteriorrneote.

• Co1npletada u ma faixa passa-se à seguinte, assegl•rando·se um 1>iso firme f>ara os \ieículos de


transporte trafegarem n:t Ctaf>a 1>osterior.

• O uso de faixas alten,1aclas pe1·n1ite o en1prego de uma ou m ais equi1>es de escavaçdo e trans-
pol"te simultanea1Tiente. visando à rapidez dos se(\•iços, ao mesmo tempo que possibil ita o
trabalho conjunto sem intericrências ou congestionamenlos que aíe1a1n a prc>e:luçãc).

4.4.7 - Classificação
Os nlaleriais existentes no corte serão avaliados em volume pela fiscalização e devidarncnte classifica-
dos para pagamento, co11formc as definições das categorias de escavação.

Os solos de más caracrcrfs1icas de suporte, derivadas da existência de macéria orgânica e/ou excesso de
un1idadc, devem ser removidos a fim de ~vitar problet:nas 1\as funclações dos aterros. A lgt.1ns órgãos
rO<loviários estabelecem preços unitá rios 1>ara o corte, remoç.<io e cs1)alham~nto clcsscs materiais brejosos.
Eles serâo coloçados e1'n "bota~fora'· de n1odo a não causarerr1 transtornos à obra.

• 4.5 - Execução dos Aterros

4.5.1 - Locação topográfica dos aterros


1-\n.:ilogamente e:10 que íoi <fito para os cor1e-s, a providê11cia executiva inicial é: a marcação dos pontos
de "off.sel'" dos aterros.

No caso cios terrenos com decl ividacle constante, isto é, 11os quais é possível clefini r o ângulo ... i"?
pode1nos usar expressões aná logas às deduzidas para o caso de corte, pois? invertendo-se a figura
de um corte. teren1os, evidenten1ente, a (igura de ufn aterr o . Assin1, ~ distância do "off·set"' es·
q uerdo do corte é idêntica à do "off~set" d<J cl ireita elo ater ro, e vicc. vers<l, podendo~se escrever,
para o caso do aterro :

Execução da terraplenagem 281


~·;.
:Oi w

H l t)\a.'
x·, tg (1 '+ tgi
1 - ti +ltgcc.'
X 1J •
tga '- tgr

_..
F'igura 4.JO .. Otttr1ni11açlo elos "oÍÍ·let!.. dM 1ttm>f

.._ _,
A 3.50m A s..eo m
••
:•• 4.20m
• ••KO
5'"
--X',
off·•o1
dlro110

4.S.2 - Controle topográfico da execução dos aterros


A" l"'l..l<:JS <fc i.off-set"' também são cofoc,,1da" p.lra maior scguranç.a. de ~1cordo com as Especifi<~çõei
do ON FR, a S m do local exato. "'<»'*'do atrtro 'Slo fixadas crvzet.u de mJrcação indicando as altur.u
da pl.,ttaforma em rc-!açào .lOS pontos. de "OÍI ~·, Gtllc.ul.ada.s pclas CXf)fl")~!

11.
- tga. 'ou H. - ,X 1 l) IS«'
X''" - 1

H,,
---"- ;: tg a. ' ou 1-1.i ( X'.1 - 1 ) 1gu'
x·.• - 1
Ess.a.s c.ru.cctJ~ ~crvcm para o controle t.l.J alll1ra do aterro. o que nd.o é possível através de cst;icas do eixo
locado, logo recobertas de terra.

Na hipótese de <ltt-rros de grande •ltur.a. J) crvLet..S devem ser ~alonM:J.,s Jté que se d-tinja a COl.l do
greidc d<?finili\IO eia plataforma.
oo'o do gre1dc do proJe.10

H
f 18.00 m
Adn1i1e-sc unt erro de 1 5 cm entre as coe-n.s d.1 pla1aíonna da tcrraplcn..1ge.11 etn relaç.lo às coras do pmjc-10.

O controle serei feito pela s-ek>caç:io do t"1xo e a1rt1vés de seu nivela~nto. Aqui t.ambém as operações
de .acaban1Cnto se.ão feitas com a ldmina <Ll motoníveladora.

O coouole d.i> rampas poderó ser feiro< om o u>0 de g•bari10 de madc>u.1, !l 5C'melhança do que já 1oi dilo
no c;iso dos COrté'S. alterando-se apenas J rclJ<,Jo entre os c.atetos. que ser' cfe 3 n.a horizontal, para 2 n;:i
vertic:..tl (3:2). Pode-se tambl:m cxccut.ir o mesmo CC)ntrole com o u~o de tc."'<Xlollto e mira gaiduad.1,

Figun 4.41 - Control~ topogr~fiC'O do ~ngulc> do t.-lude

Co1ll o rif>Jrelho nxo no ponto de "'OÍÍ·SCIN rc~I. m~rça·~e o flngt1lo o.' (no caso 33"' 41 no círculn 1
)

ver1ic.JI e rolin'l.•~se a inira, colocada 11a c1 ista do nterro. Se a inclinaçJo do tJluc;lc estiver correl\\, ser.i
hda ''ª n1lra a altura h, igual à .altl1ra do .1p.i1~lho.

t ~rio rt.'16Jlt.ar que os erros cometido\ n.l irlCl1nação do ralude Yo ~pre onerosos para o executor
da obra, poos «!a plaiaforma flC<lr com larsur• maior do que a de projoto, o volume dcvctá..,,. cubicado
pela din><·n<do do P<Oi"'º· Se a l<irgura ÍK..lr menor do que a p<ojelilda, o m>p<e11eiro deverá alarg<l·la,
trabalhando <le t>olixo para cima, numa op!''•'(do cli(íc.il, chei.i de riscos e com custo muito oneroso.

4.5.3 - Estabilidade dos aterros. Consolidação das fundaç~s


A execuçlo cios a 1crros implic~ dois problc111a~ ptincipais, c1uan10 ;. tiuc1 c._... 1,1bil1dade: fundaç~o <-
com1)'1 ClttçJo.

Ainda que a compaclação da n1 as~a clo .ltcrro fosse fe ita com todos os cui<lados t(-cnic..os, a sua estabili·
dade pode.ria ficJ.r prejudicada irren1ediavc·lr"cntc s.c o n1csn10 ndo livM\C" como fundaçiio uma carn.t·
da de bom SUJX>r1C, resultando cm rc<..llqu<...,, cxccssi1.'0s ou, eventualmente. <-'fll escorregamentos late.-·
rai\ que <.on1p1ometeriJn1 totalmente a sua utili1ação.

Execução da tert~pl cnagem 283


Algum.,) tdn1~clas t~m capacidade de surX>rtc tJQ ~ixa, a lém de possuírcrr1 a lra compressibilid.\lcle. que
qualquer at~rra executado sobre ela.s apreM::nt.ari~ um comportamento h•<l~jJvel no que se re(Cfe aoc:
tee.Jl<~u<"S Oll C'~Of'fegarnentos. Trb Wo os principais ripos de ocorrências:

a) Recalque por adensamento


Resuh01 da prcssJo pro\leniente do ~ próprio e das c.a.rgas m(n..eis que- 1ra(c-g,:1m sobre o aterro, nas
e.amacia., t'ôffijll'<"SSivcis~ ocasionando ..1 diminuiç.ão lenta do \'Olumc de \'OlZiOS 1>ela expulsão da fase
líquida, de-vicio no '1lln1ento da prcssJo ntutra, r(•sultando no adensamen10 clJ c;unada e, cm conscqúên·
eia, ''ªocorrC:11cia de recalques.

' ··-·-·-·-···········l·······- - f º"


c.rn.acs. de ba•Jt•
cai.-c:.....,. dt
•upol"-e
bitAZ 1 4 • J AJA,...

Figura 4.42 - Rer.;1lque por adcnumenlo

b) Ru1>luro 1')(}r i\funda1nento


Pode ocorrer qc1ando a carr:ada 1>0rt;)ntc for de m1.1ito ba ixa cap;:tciclJclê cJ(' scir>orte e atingir grande
profundidad<'. Nc~se caso, o corpo do Jlctto soírc um desloc.Jmc1"1to vertical e afunda por igual r'IO
tertcno n·•ole, havendo J cxpulsdo ldtcral do n'laterial de nlá qualid<tde, com J íor1naçJ.o de bulbos.

,,--- ............. .
/ ''

Figur3 4.-43 Ruptur>l por afundamento

e) Ruptura 1'.IOr c-scorrcganle1110


A ru111ura por e~corrcgamen to aconlcçc c1uJnclo o a terro é construído sobre u1tl a camada muito mole,
com baixa l'C'Sistêocia ao cisalhamento <" q1.te se apóia sobte u1•kl mais r(•ofol~t<'ntc. Na ocasião de c huvas
iJ1tensas. o aumento da pressão hidrost..1ti<:a, devido à elevação do lençol freático. se 1Tadut: pelo au·
mento dJ prn>lo nE-Utra, reduzindo sensi\~lmentc a resistência ao clsalhamento,. formando uma super·
fície de escorr~amcnto
-- --
que afeta o clletro, b ·ando-o à. ruptura.
' ,,
',
'

,, • ~C1moa11 d e b11i •íil


/ r"•itttncl• ao
ci••lhttntnlo

~m.O. d• m••or
rts.111enc•• 90
FigurA 4.44 - Ruptur;i por escorttg.1mt'nlo ç.. .ttwtm~to
~ fácil corlc h1ir-~c que, exisrin<Jo solo~ n1u1lo moles, materiai'i com grar1de.) 1><>rcentagens de matéria
orgânica, solos brejos.os ou turiosos, impóe·se. antes da execução do nt('rro, ('adoção de a lgl1ma medl·
d~ viktndo ~estabilização do terreno ele fundaç-do.

Vários processos de estabilização têm sido utilizados com sucesso "" con>truçào rodoviáTia ou indlNr1JI
Entret11nto, a soluçdo tecnic<1mente corret;i pode SCf' muito onerosa. obrrg~rldo o projetista e o conqruror
a optarem por outras soluções mai$ ccon6mic._1.), tendo em vista as condi<;õcs vigentes cm c.ld.a caso.

Os proccs>us (I<" con~o l idaç.;o mAi$ utiti1ados são, resumidamente:

4.5.3.1 - Rcrnoç-ão do solo de má qt1alidadc e sul.>stituição por rnatcrinl de 11lelhores características


Es1e processo 6 aplicável quando a ca1nada brejosa é de pequena c"pt">..ura, (•occ>ntranclo--se logo :lbal-
x.o de um;' de bom suporte. (\ ter 4 .4.6.)

A e>Cpctiênc•a mostl"a que, até 3 m dP profundidade. a remoção ~ o proc~.so mais econômico e rápido
de consolidaç.io. se comparado com os outros métodos.

A escotv~çlo, nPSle caso, é trabalt10 1ípico p;.ar.-a J~ csc.lvadeiras com ·drag.l1nc"' <lltC podem operar ~>rC'
a camacL.i. ele topo, a qual, geralmente. apr~nta um mínimo de suporte, por se encontrar com teor etc
umidade baixo. Mas, à medidi! que ::;e aprofur1cl~• a vala, o material se tor11il M1.1ito mole, especialmente
depois cSc Jl11'\gir o nível do lençol írcático, quase sempre elevaclo n.-is l>aixadas.

O 1na1(\rial ele rci>osiç.do deverá ser, de prcfcr<!ncla., arenoso, para prrrnhir ,1 1~rcolação da água (graça)
à sua alta permeabilidade), conseguh,do-se, dessa forma, algu1na con11>acltl~Jo 1tcssa can,ada, quar1do
ior impratic~vel o uso de equipamentos. Todó'l,•ia, com bombas de '>tJCÇ.30 1x>dc se conseguir o reb..'lix3 ..
mcn10 do IC"nçol e proccdcr·se ao laru,..,mento de materiais secos, permitindo o uso de equipamento!t de
compact~çlo.

Este procesw apresenta como ~ntagcn-. .1 r~1pidéz de execuçdo e ~ pc:»1ib1lidade de se 54lber com
certc~a se todo m,arerial imprcstávc·I foi, de fato, removido, gar;1n11ndo-<e a homogeneidade do aterro.

4.5.3.2 - Deslocamento do material instável


Qua1lclo ;i <.:a111~1da é muito mole::, "ponto ele n5o permilir a pass.a.ge1n das n1~c1ui1las, ou poss1.1i c~pcssu~
ra n1uilu g1Jiicle, torna11do impratic.ávc....1 <>lt n1ui10 ortefosa a remoç:lo. somos obrigados a aclot\lr 01.•tros
métodos.

L.m dos processos utilizados é aprov~uar o f>CSO do próprio aterro para prO\-'OC.lr o deslocamento do
material ln(tável. lateralmente, a1ravés da mobilização de tensões dl' (is.1ll1a11lCnto que ulltapa.ssam a
sua capacidc1dc de resi:i.l~ia.

Assirn, <..om u expulsão da camacli mote. o ma1crial do a1e<ro afunda, vinc:k> a ocupar, parcialmente, o
espaço antes ocupado por el<l. A porç'-'o deslocad" vem aílorar na liupcrfícic, ao lado do a terro, el~an ~
do o terreno n<Jlural pela formação cl<• l>l1lbos.

ProsSCQ1.•hldo-sc cm várias e tapas. obténl·:.c d cxpulsdo tolal da c~in,ndn 1nolc, substi1uinclo-a pQr solo
de mc•lh<>r <1ualidadc, al(! enco1ltrar o 1erre1'IO firme subjacc111c....

As d~vantagens do processo estão no< orl!>un10 excessi\'O de terra. que ocorre freqüentemente par.i se
conseglur a Mt.lb1hzação do a1crro, Ol"K"ra11do dem3siadamente o cusro da5 obras. Outra dificuldadt (> 00

Exe<uçJo d.a terraplenagem 285


&ui~ lolof•l

"
- ------~"1 n--~_e:_ -
-----------.

. ... .
~

Camada f•rnl e
'.
f-lgurd 4.4.S - Método d~ desk>camen10

não ser possível o controle efetivo da homogeneicbdt> da c.Jmad~ sendo normal a pennanência de
bolscJcs de material mole que podcn1 prejudicar o comporta1nc.-n10 cto a1er10, <,('O) que haja pcxsibilicl..1
de de rc1oovê--los.

4.5.3.3 - Deslocamento por e•1>losivos


H~ <.as()). c1n que a cama(t.1 mc>I{' lit1porta, sem a ocorrê11cla ele escorregamento l aicral. o f>CSO do atCl'l'O,
de rn .1ncira qt1e o método de expulsão não é aplic;civcl. Por outro l.ldo, )Cnclo ,1 tam.ada profu11cL1
lornJ -~<" anticconômiea a su...1 r<"moç:io.

Tem sido utilizado, com t'xito. o processo de <kslfK.anlento do mater'ial inst..ivc1 com o emprego Jc
explosivos.

A IJ.n1J resiste às pressões devidltS ;a )(Jbreearga do alcfro µclcl llUa peqtte11a c:oof:iJo e JJrcssõcs hidrost.itit ,11'
exiSltH1lt'>. A clcto n aç~o de exploçivos Cdinar11ilc) cm fi.u.1 1nassa provoca uma 0 1'1da de c l1oquc, cuja
energi.a é tiuficiente para su1>cr,1r d p4;.'quena resistência do 1natcria(, expuls..1n{ro r> l~'ll'fa lmentc confor·
me método a seguir desctito.

O prO<'MSO pode ser ini<..io.ldo <.:Ofn uma série de d<'tonações superficiais, anlC-( do lançamento do aterro,
de maneira a liquefazer~ c~m~1da mole superficial. 1m.-cJja11te a dispersão da fase sólida na fase líquid.1.
bem como a rcn1over o entrelJ~ado de raízes lia vcgt1Aç.So.

Em ç.cguicf,1, larlça-se o 1n.11t•rl,1I ck• aterro cm espe?i~uril 01aior que a de 1>rojetv, lcv;indo-sc cm col'1t.:i o
rcct1lql•C de-vido ~ expuls5o e.lo matcri.11 n1ole.

Complet.Jdo o aterro, execut.lm-SC çinco linhas de fu'°"' para a colocaçjo do explosivo. Uma clel.as
coincide com o eixo da rodo"'ª· ourras duas com .lfi. ('x1rcm1dades da crisl-1 e J~ duas laterais com o pé
do ateno. Cada linha de furo di~t.1 3 m da seguinte. 1X>Ssvindo tal profvndidc.de <roe coloca .l carga n~
me1<>dc da espessura da cam.-.da mole,

286 M anual Pr.:'ttteo de Escav~


Caroa explo&ivo Corgn cxplossva
Terreno hrme

,'
.',
,r-----..
,
,
'
"' Turfa
Lll~,""-,:C..,~,~-~,~-~,~-~
:',',"',;,,,. .. , ,
//,,;// , ,,,... ..
"' ,,,,,,.
"', "/ ' "lodo
/,,,,,,,,/,,,,
,.,,,,,,,,,., ,, , /,.,.,.,,,,.
., .

Figura 4.46 - MéfQdO de dcsloc01111cnlo por explosivos

O explosivo usac!o pode ser a gelatina a 4(>(>A, resi~te111e à água .. corn 1..1n1 çonsun10 de 150 a 200 g/ml de
material <feslocado.

A cJc1onação é ícita cm eta1>.."l.S, cxploclindo em primeiro lugat a linha do eixo do aterro, cm seguida as
duas laterais e, por frm, as cx1rc1nidadcs junto às s<1i<1S (ver Figura 4.46).

Após a ação elas ondas de choc:1ue, lodo o 1r1a1crial ios1ável de\'erá ser ex1)ulso sob o aterro, havendo l)
Jbati1nento da massa de terra. ~ necessário que se efetuem algumas sonclagcns a fim de se verificar a
perman~ncia de algum bolsão de material 1Tiole, que poderá ocasionar proble11'\as fulul'OS. E1n caso
positivo é indispe11sável repelir o 1>rocesso, até a remoção completa do solo instável.

4.5.3.4 - Drenos verticais de areia


O processo dos drttnos de arcid, tarribér"n in11,ropriamente de Nestacas" de areia, visa acelerar.
c~an1<."1do
a c urto prazo, o adensarru~nto da can·1acla 1l1ole, aun1entando a resistência ao cisalharnento.

Exccuçao da terraplenagem 287


Os dreno~ vt.'rtiç.1is 2130 construídos por sorldas rotativas ou pela crav.1çJo cfC! tubos (camisas) com altura
suficit:ntc p ... r.i atingir a camada profuncla ck: L>on·1 su1>0rte, sendo o n1.i1cri.ll hltcrno removido por jatos
de ~guJ .

Em seguida Wo cheios de materi3I fihran1c, possuindo alto coeficiente de pcnncabilidade em relaç3o


ao da C.lmada mole.

Urna ranlada cl<' areia é lançada sobre o topo dos drenos. nun1~ largur;i ligcir~mcnte maior do que a do
futuro aterro. Eni seguida; execut<1·sc o .i1e1ro c;ol)rê a camada fi ltr-:\ntc.

Aiorro NA

• -·. - ..........
, • •
....:.. _ry. .......... .. ..,·. ...
-

. , • , , •• ,
: .. . i
.
>
V
V
", , • , ' ,,.,"' ", • , ,, - • ,,. ,
,
", • "' "' " '• ' ,, ' "., "
V
, ,,' • ,,." " / V
'
. , ,,• ., ' • • ,,
• V
"' " ' '
' f:S 20 -
' ' •'
li' 1,. 'ºli
GO
V

.
.i. 'ºIli ~ 'º"' ~

Flgurtl 4.47 - Orenos de areia

A prcss.do otll)ill.lCI~ pela sobrecarg<1 do aterro faz com que a ágl•a da cam:icfa n1olc pcrcolc até cncon·
trdr o dreno vertical, que é o caminl10 n1dis curto e cJe maior perme.ibilidtic~ para o seu escoamento,
até atingir õ't b.lSC do aterro e sair pela carn.acf,, dftl'nante.

Dessa forma, o adensamento da camacb mole é acelerado atraVÍ"S d• rdopida perda de água, reduzindo
o volu1ne de vazios pela aproximaç.ão da' partículas do solo.

Ao mc..1no l<'m1>0, 1)()(ém, a saída da Agua oe;.sion;:i o aumento da rc."SiSténcia :io c isalhamcnto Jlela
diminuiç3<) da p r<"ssão neutra, concluinck>·$C qu(', c0tn este processo, consegue-se ucn a dens...'lmento
acelcri!<:lo, aliado à melhoria d<l c._1pac.1cf~,cl c• ele~ su1l0rte do solo e diminui11rlo n risco de escorregan1cnlo
lateral da carnada n1olc.

O din1cn>ionJ111ento do~ clrenos é feito através dos conhecimen1os da Mcc-:lnica cios Solos. Em gcrcal, o
diâmetro do~ (tiros vai de 20 até 60 cm, sendo a distância entre os drcnos d1 ordem de dez vezes o valor
do diSmctro.

4.3.3.S - Oulro:. processos


Outros pmccs~~ de estabilização do~ terrenoç insl.i\•eis podem ser ut1hzados cm condições locais es~
ciais. de maneira a torná-los n1ais vi.iveis e econômicos do que os Já n1t!11çi0t1ados.

a) Rc111oc;.Jo de solos lodosos com dr.Jg.,~ de svcc;lio


Nas zo11..ts lhor:incas ele nosso p(lís exlste1'll 8'•1ndcs formações gcológicus recentes, conslitufdas por solos
finos M:di1r-.en1.1fes, ex1tema1nentc ir1stávch•• c.Orli baixíssima capacidade de SUj'>Orte (inferior a 0,5 kw'en12),
alta con1pr~21ibilid<1de, comportamcnlO cl~stico, )('ndo dcnomi1'aadci~ '"argiltl marinha'" ou "vasa'" e c1ue atin..
gem grande5 profundidades. Esses m<ttcridiS, é óbvio, constituem sério probl~ t00lico-econôm1co JUrd Cll
implanl.lç3o de qualqu<>r obra civil, como edifie<1ções, obras-de-arte e. especialmente. a e><ecução de ater·
ros rodoviários 01..1 ferroviários,. platJformas i11dustriJis e conjuntos habitacion..-iis. O exen1plo clássico, no
Estacfo <le São Pal•fo,. é rer>resentaclo 1:>elas planícies costei,as da Baixada Sarllista, nas <iua is as espessuras da
camada de argila marinha atingem até 30 ou 40 m de profundidade. Há, ainda, outro fator altamente
negativo represent<1do pela ação das marés atingindo níveis c.1ue às vezes soperam a superfície do terreno
natural. Ngsas condições não existe equipamento de rcrraplenagctn convencional que poss.."l, ao mef"los,
trafegar sobre esse material sem sofrer afundamento. i \ solução encontrada ten1 sido o en1prego de dragas
de St.1eção autopropel idas que dispõem de bombas hidr.iulicas de alta potência para a sucção do lodo,
recalcando-0, e111seg..1ida, ;itravés detubl1lações para locais 3propriados. Podern ser utilizadas rl1CS1110 q ua11do
há materiais ;irenosc>s 01..1 çon1 pedregull10, ele 1naior co11sistê11cia,. pois possuem ta 1nbé1n lança com
desagn..-ga<IOf giratófiO que faL o <lcsmootc do n1atcrial e <lq:>ois a sucção da n1isturo da 111atéria sólida e da
água. Quando há necessidade d.a troca de solo, a própria draga 1:>0de escavar e recalcar solos de boa quali·
dade, arenosos, que levados pela tubulação de recalque são espalhados e sedimentados cm camadas. Após
a separação e percolaçào da fase líquida, o solo aren<>SO seco adquire estabilidade, dando condição ao
emprego dos equiparnentos normais ele construção. A <iistância <ie transporte do material dragado, percor-
ret1clo as tubulações, pode a lec1nçar até alguns quilôn·1etros,. qua11do usadas draga:> de grande porte.

b) El'11i:>rego de berrnas de eqt1il íbrio


Sob certas condições é possível evitar o deslocarn ento dos 111ateriais instáveis, clura11te a execução do
aterro, constrl1indo-se c i.madas later.lis que servem de contrapeso aos empt1xos rcsult.lntcs da carga d o
a1erro J)l'incipal, cJen01ni11aclas bcrrnas de equilfb1·io.

Evita1n a fo rmaç~o dos bulbos e o deslocamento do material instável, ben1 con10 o afunclan1c11to cio
material de boa qualidade do aterro, obtendo-se um processo de estabil ização ráp ido e econômico.

Batm:i

Figura 4.48 - 8ernl.1s de cquilibrio

cl Emprego de sobrecargas
Pode..se colocar excesso de carga no aterro, executando-o com altura n1aior do que a do projeto, a fim
de que as maiores pressões ger,ldas por esta sobrecarga (pré-adensamento) apressem o processo de
adcnsarnento,. reduzindo substancialn1ente o tempo de recalque.

Sobrec-;,rgo

Figur:l 4.49 - Emprego de sobreC01.rg..'\

Execução da terraplenagem 289


~ necessário, f)()rém, que o aun,enlo <fas tensões de cisalhamento não leve à ruptura do solo i1,stável
''ª
e ao afundamento do solo do aterro . O volu1ne de rnaterial usado SOl)re<:arga pode ser retJtilizado
em outro loca 1.

Este processo 1:>errnite o emprego sin1ultSneo corn o 111érodo dos drcnos de areia, co11seguindo~se maior
red uçlío do tcrnpo de recalque.

d) Em1Jrego de mantas d e geotêxtil


Com o desc11volvin1cnto das mantas de geotêxtil, íor;ern feitas e~ri~n cias con1 uti lização <lesse mate~
rial na c~ral)i l i zaç.ão de aterros sobre solos moles saturados.

O 1>rincipal 1>roblcn1a t'.lo contacto entre essas camadas é a 1>ossibilicladc da ocorrênci;i de rupti.1ra da
camada n1ole e o afunt'.lao1cnlo cio aterro, havent'.lo a 111istura <fe '1mbos.

A introdução de- 1nantas de geotêxtil na inlerface atcn-olso!o, cn1 razjo t'.la gra11(le resis1t7!1lcia à tração e
:ilta pérmeabilidacle desse material, impede o aparecin1en10 clesse problema.

Há limitação p:tra a altura <lo aterro e1n função das características da trianta, mas os fabricantes j á
a1>res.enta1n produtos mais resistentes q ue permitem a execução de aterros con1alguns 1ne1ros cJe ahura.
Será sempre conveniente consulta para escol ha do n1aterial 1nais indicado em cada caso.

O utra vantagen1 d o processo é c1ue se pocle prc.~ef\1ar o terreno mole e instávet lançar,do as camadas de
aterro d i retan1e11te~ se1T1 renlOçâo da vt..-g.etaç.50 rasteire'.!.

l;ste método de estabilização é indicado para aterros de baixa altura c1n cstradJs secundárias ou v ici11ais,
(leviclo ao baixo çusto, facilidade e rapiclez de execução.

• 4.6 - Execução e Compactação dos Aterros


Pode~se afirmar c1ue a construção dos aterros é a fase em q ue n1aiorcs cuidado) dc..-vcn1 ser ton1ados no
cn1prcgo correto das técnicas e procedimentos rec:oo1e11dados, pois a 1)"1á exec-.1ç5o desse trab.:illl o tem
sempre conscqü&1cias desagradáveis e oneros(IS ao oonstrulor e .-io L1suário elas obfas. O maior proble-
nla é <1u::tnro à execu~io ck>s aterros sem que o adensamento dêseiá,.1el seja obtido enl todo o 01aciço de
terra. As falllas cometiclas refletem-se, às ve:;.:es, decorriclo mui to tcn1po após a construção, em recalqlres
excessivos, escorregan1entos da saia do alerro e erosão rápida devido à :i:ção d:is ágl•Js pl\1viais.

Assim, a compactação é trabalho de muita resfX)nsabi lidade, exi~indo fatores adversos ê :i:lêatórios que
petturl)a1n sua operação, como: chuvas, excesso de u1nidade do solo e variação i1nprcvisívcl nas suas
características e qtre con1ril1uen1 para a má qual idad e do aterro.

4.6.1 - Execução dos aterros


A maior preocupação será sen1pre a de se obter as n1assas específicas incficadas l'elas Especificações d as
Obras e tujo estudo será feito em seg1..1ida. tntrêlanto, algun1as regras básicas (fcvem ser obedecidas.
visando-se ao botn dese11volvin1enlo e à qualidade dos serviços:

a) iniciar o aterro sempre no ponto n1ais baixo, em camadas horizontais;

b) prever o caimento lateral o u longituclhlal para o rápiclo escoamenlo das águas pluviais, evi-
l~ndo-se o seu acún1ulo em qual<1uer ponto;

290 r..1anuat Ptat:co dê Escava<;:lo


e} há três etapas d istintas na execução: o lar1ça1l1ento <lo rnaterial pelo eql1ipamer1to de trarlspor-
te; o espalhamento cm camaclas e a con1pactação proprian1cntc dila. Scn11)rc que as condi·
ções locais permiti re11i, os serviços devem ser o rganizados para qlre se te11ha un1a o u 1nais
frentl.os de trabalho ern que as cita<las etapas sejam deviclarnente escalonadas. Obl~nl-se, as-
sim, mais íle.xibilidadc e maior rcndin1cnto na OJ)eração, mini1nizando-se as interferências do
tem po meteorológico e cfas falhas mecânicas cios e<JlJipamentos;

'

1 - l,,inç.)n'l(:nlO do nt.." leti,11


2 - t.'Sf)il)h o1rt1ento e ' ' *ul ,11i;u1ç .i.o
3 - comp<1aaç3o das camadas

Figura 4 .SO - Elapas de execu ção dos aterros

d ) a situação mais ctesíavorável clurante a execl•Ção <lo atefro ocorre quaodo a C<l1nacJa está
cspall1ada e o nlatcrial solto e pulverizado;

Have11do preci1>itações p h.1viais nessa etapa, a percolação ela ágt.1a aun1enta a u1nidade do
solo muito aci1na t ia ó ti1na, sendo necessário uma sccagcn'I 1:>0slcriol'. Em 1nalcriais al'gi losos a
di1-.1inuiçâo do teor de u1llidadc é 1lll•ilo difícil e den'lor.:-ida, quel' sejJ feit.:-i por ev.ipor.:iç3o
natural, quer seja induzida atra\1 és de equipanientos es1>eciais JX'ra revolver o solo como
araclos, grades, lâmir'la da moroniveladora etc.j

Concluindo, é preferível r~5o se iniciarc1n os trabalhos de compactação qu.indo há grancle


possibilidacle ela ocorrê11cia de chuvas. Se a can1acla já esliver lançada e regularizacla, haven-
clo o risco de pl'ecipitação im1>revista e repenti na, faz· se a passagem de rolos lisos ou pneun1á-
ticos para "'selar"' a camada, is10 é, o sel.1 tOJX> será adensado. mclhol'a1'ldo a im1)ermcabilidadc
e evita ndo qt.1e a água nela 1)ene1re, minin'lizando·se o au1nento indesejável da umiclade.
Qua1~do os trabalhos forem reiniciados, basta escarificar-se a camada selante e misturá-la
com o solo mais seco;

A experiência mostra que a temperatura ambierlte, o teor de t.nnidacle da at1nosfera e a


inci<iênci a cios raios solares são os fatores que mais i1,ílt.1en1 11a eva1Joração da umidacle,
permitindo rápida secagem do solo. Se as condições pcr1nancccrc1n desfavoráveis, ha-
vendo, por exemplo, baixas temperaturas, teor da un1idade do ar elevado e tempo nl•bla-
d o, será rl l el f)Or 1>rocedel'-Se ao rebaix:an1e11to da unl idade do solo ar tiíiciahl1cn1e con1 os
cquipa1ncn1os já cilados;

e) os traball1os de tefraplenage1n execur~dos e1n terrenos de topografia desfavorável implicam


aterros de g ra11de altura e taludes cle gra1'lcle ex1ensão. Con'lo os ec1uipan'lentos usuais não
1>0derr1 J1>roxin1ar·se alé a li 11ha de crista d o aterro, permanece u1na espessura variável (cerca
ele 30 a 50 cm), que 1'l âO recebe o número suíicicntc de passadas, ficando con1 baixo grau de
con1pactação;

Exe<ução da terraplenagem 291


Cobo de 6Ç.O

Figura 4.5 1 - Compaclação dos Uludes

Posterionnente, quando ocorrem chu\1as fortes, a água percola entre a p<;irte 1n,al çom1>actada
e o solo bem adensado. que é quase impcrme...ivel, formando un1a Sl1perfície de escorregamento
<1ue produz deslizamentos parciais, çom o arrançan1ento da camada prorêrora da grama,
i niciando-se o processo de erosão do a1erro;

Nessas condições, embora não seja fáci l, lorna-se neç<:.".isária a melhoria da compactação da
superfície da saia do aterro;

U•na solltção é o uso de compactadorcs de pequeno porte que descem pela re(erida superíi-
c ic rebocados por tratores, co1npactando--a adequaclan1e11tc.

4.6.2 - Pressão estática e vibra ção


Enquanto o solo está no estado solto, sob aç.io da press.-:.i-o ~tática produzida pela roda m etál ica d e um
compressor. ocorre i1licial n'lente a deformação pláslica, sem comportamen10 elástico. Mas. à medida
q ue a densidade crê$ce, ele se ton1a mais elástico. Será possível. e1lttlo, apli<:<ir-se ~teoria de Soussinesq
par\l o cálculo das tCl'\SÕC'S que ocorrc1n nas ca1nadas subjacen1es do solo, quando sob a ação da~ cargas
<ie rolos compressores ou pneun1áticos rias passadas finais da cornpactaç.ão. (\ ter Apêndice nQ 1 .)

Ensaios de compactação têm demonstrado que as pressões verticais ê de ci!>alhamento. surgidas no solo
pel.;i ilÇào da c arga estática dos co1npressores, determinan1 o grau de co1npactaç5o, obticlo a d iferen tes
profundicfacfes, sob as rodas dos con1pactadorcs.

O adensamerlto por v ilJraçdo é consegl •ido através da rápida sucessão dê inl pactos sobre o terreno que
produze1n ondas d e pressão na massa do solo . As suas f.><1rtículas entrarn enl movimen10 e a fricção de
grão a grão é su1>eracla. tendo como conseqüência a redução do volume de vazios.

A vibr.ição pura e sin1plcs constitui um 1>roccsso eficiente apenas nos solos granulares ou nas areias.
Qua1ldo há mistura de m3teriais finos C~1rgila e siltc}, não se pode pr<:.-scindir da combinação da vibração
con1 a l'ress.10 estática, a íim ele serem gerac;fas tensões de conl1)ressão e c isall'1atr1e11to c1ve consigam

292 Manual Prá1ico de Escavacdo


vencer as forças de adesão e coesão en tre as 1>artícc.das <lo solo. Nos materiais fortemente argilosos a
parcel<l de coesão é suficienten1ente alta para in1pedir a aproxi1naç5o dos grãos apenas pela ação
vibratória, se11do i1n1rerativa a aplicação simultânea de pressões estátiças elevadas para çonseguir-se o
seu melhor entrosan1ento.

Em rest1mo. na compactação 1>0r vibração des1aca1l1..se dois fatores essenciais qL1e possibilitam densida-
des elevadas:

a) o CSt3dO de movimento das partículas do solo, oriund(') da vibração, que elimina o t1trito
interno, pern1itindo a aproximação e o rearranjo dos grãos;

b) lc1·1sõcs de co1nprt.--ssâo e cisalhanlcnto, geradas pelo peso próprio do co1npac-tador (pr<..-ssão


es1á1ica) e parcialmente produzi<las l)elas ondas de pressâo.

Q uanto 1naior for a coesão do material, tanto 1naior deverá ser a pressão, para a1>regurar a boa co1npac1ação
do solo. Assim. 001> materiais arenosos e pedregulhos, pequenas pressões de 0,5 a 1 kgtcm2, a liadas .io
eíeilo d i11ii1nico ela vibraçdo, s~o suficientes. ,.\o con1rário. nos nlateriais coesivos (argilas) as pressões
estáticas devern atingir de 3 a 5 kgfc1n2 para co11seguir su1>erar as forças de coesão e alcançar-se alto
grau de con1pactação. Isso explica por que vibradores de placa leves podem atingir densidades altas cm
camadas cJe pouca <..-sp<..-ssura, ao mesmo 1empo cm que 0$ rolos vibratórios pesados pod<:1n adensar
camadas cspcssas de solo.

O gráfico n1ost.ra a correlação e1llr'e a p tess.ão vertical dinâmica e a profundidade atingida para diversos
tipos de solos e com compactadores de peso 1>róprio cliferente.

Pre-ss&o vert~I !kg cm'I


o 2 3 4 5 6 7
....
20 ...; .
E
w
•O
E
• ......
60
~
~
ll 80 ~ -;

~
.,
e
2
100
120

..,...
140
.
160
;a • rolo vibralório de),) t
b .. role) vi1.>r:11(irio 00 lJ 1

figu ra 4.52 - Pressões "ertica is em íunção da profundidade

ParJ um compJctad or vibr.il6rio leve de 3,3 t. a1>lic°'do em solo ~1rgiloso, a pressão de cosnpactação
m ínirna de 3,0 kg cm' é atingida na profundidade de 20 cn1. Para solo are1lOSO, à ptoíu11didadc de 50
cm, atinge-se a pressão vertical 1n íni1na de 1,0 kglcrn 2. Conclui~se que esse ec1uipan1ento pocferia
corn1>actar esses nlatcriais até as p1·ofund idadcs indicadas. atil"igindo-sc u1n grau o:iccitávcl. Por outro
lado, un1 con1pac1ador r>esac:lc> de 13 t poderá adensar camacias argilosas de até 50 cm e 1,50 m nas ele
areia, pois n estas proft..1 nclidadcs gera 1>rcssões dentro das faixas ;:icima especificadas.

Execução da terraplenagem 293


Pode-se conclt1ir q ue comp(ICtadores leves, trabalhando en1 n1atetiais arenosos, atinge,.n J>roíundidades
ele 50 cm. Em solos atgilosos a camada deverá ser reduzida para 1O ou ·r 5 c1n. Par:. ~ompactadores
pesados. as profu1)<Jiclacles seri;irl'1, 1es1,>eerivan1e11te, 1,50 e 0,50 m . Assirn, as esr>essuras máxilnas das
camadas a seren1 com1>actadas \ 1ão depender elo peso pró prio do rolo e tipo e~ solo. Co1'1vém assinalar
que estes são valores experimentais c1ue devem ser recluzidos nas espessuras n1áxin1as i ndicadas para
vários ec1uipa1rientos e solos ( liversos. (Ver Quadro 4. 1.)

Resumindo, para o adc1'lsamcnto das areias e ni<ltcriais t;ra11ul;:1res é preferível o uso da vibração e de
seu efeito di1lâ1nico. Nos solos argi fOS<)S a compactaçtio será obtida pela ilÇào preponderante das tcn·
sões ele compressão e c isalhamen to, para vencer as forçõls internas de coes5o, senclo c1uc a vibração terá
pouca o u nenhuma influênciJ no aun'lento da dc1'lsidaclc, q uanto r11aior for J coesão do l>Olô argiloso. À
n1edida que esta atnn enta, a press.ão estática apl icada cleverá ser an,pli~lda, isto é, d cvcrn ser usados
rolos <le maior peso estático ou com pressões dos p1'lcu1náticos mais elevadas.

4.6.3 - Seleção dos equipamentos de compactação


Verifica-se que a e-scol ha do equipamênto para deter1ni1lado serviço de con1pactação é problema bas-
tante con,plexo, pois alénl da d iversidade das 1náquinas d isponíveis e dos tipos ele solos é preciso
considerar as caracter ísticas pró prias do comportamento de cacla l1n1.

É possível esta belecerem-se alguns princípios básicos que regem a escoll'la, le\•ando-se e m conta os
tipos predon1inantes de solos, basicamente d iv ididos enl três grupos:

a) solos coesivos: l1á parcela pre1>01'lderanle de partículas íinas e muito finas (silte e argila), nas
quais as íorças i nternas de coesão dl>Sen·1pe11l1arn papel in'lportante;

b) solos granulares (não-çoesivos): há muito pouca ou nenhurna coesão e1~tre os grãos, existin·
do, entretanto, atrito i11terno e1'ltre eles;

c) n'listuras de solos: cncontra n1-~ materiais coesivos e granulares 1nisturados enl 1>ro1>orções
diversas, não ;iprcsentando car.:icterísticas tí1)icas 11c1'1'1 dos solos coesivos nen1 dos gra11ulares.

Assim, a cada tipo de solo deve corresponder, para sua compact.' lç.âo, equipan,entos adaptados e eficazes.

Para os solos m uito coesivos (argilas plásticas), alén'I ela peq uena ,,arcela do a t<ito inter1'IO, som ente
elev.iclas pressões estáticas ou o amassamen10 são capazes etc produzir esforços internos que vençam a
resistência oposta pelas forças coesivas, sendo que a vibração não 1>roduz o deslocamento dos grãos,
tornanclo-se inócua con10 agente de con'lpactaç.lo nesse caso.

Os equipamentos tipo pé-de-c~rneiro, ele elevado peso próprio, autopropeliclos e que produzen'I o
efeito de amassarnento aliado a grandes pressões estática.s, são os mais indicados para esses solos.

Nos solos granulares ou arenosos a vibração adapta-se n1uito bem, pois obtêm·se. con1 facilidade, o
escorregamenlO e 3 acomodação das partículas e o conscc1C1cntc .au1ne1)tO do atrilo inlCrno, com n..---du-
ção do volun'le de vazios.

Os c quipan1entos corn dispositivo vibratório são util izaclos conl sucesso nesses n1atcriais, especialmente
qt.rando a freqüência da vibraç5o entra cm ressonância con'I a oscilação do 1'11atcrial co11stituintc do
terreno. Nas mis1uras ele solos, 1>0r não a1)rcsen tarem, como já foi d ito, ne1n as c.irJcter1sticas tí1,icas cios
solos argi losos nen1 as dos arenosos, é bastante diífcil prever con1 segurança qual o cqui1)amc1110 cfe

294 Manual Prático de Escavação


compac t:iç..io q1.1c lror.t n1elhores rcsultaclos. A pareei" de matcritil coesivo i'Ccit<:1r.1 melhor o adcnsan1cnto
pela 1>rcs~o cs1dt1ea e pelo amassitm(•nto. Jd a parte arenosa scrj flhlis bem 1rabalhada pelos rolos
vibratónos. Oes$a forma os rolo!> combir1a~. como os pés-ôe<arn.e1ro v1bra1órios,. autopropelidos e
de grande peso próprio atingem ampla f:t1xa de sotos misturados conlO O> argilo+~iltosos, s.iltosos,. sillo-
~rcno50) etc., tomando-os aplic.:Í\leis a um.1 cxtcns.t garna de solos. Os rolcx pneum.áticos pesados corn
pressão clC\..:Lda dos prw-us, que desenvol\l("t"n forte aç.ão dinâmica de am.a$WOlCllto, também se .iplicam
aos sol0> rtusturados, espec1almcnte <1uanclo providos de rodas de gtJndf"( di~rnerro e largura <csra
.;aumcnt.l a açJo de ~dcnsamcnto c1n proíund1d1cle)• . 1\1\esmo ex rol&; pncurnáticos leves, rebocados,
mas que d1!ij:14X.'l11 de rodas oscil."lntM, com efeito de amassamcrltO, t~ 1n cam1>0 de aplicação amplo,
sobrctuclo nas misturas em que haja pfc.'C101ni11:lncia ele areia.

Conçídcr.,ncto o iá t!Xl)OSto, a conch.i>JO J <1ue ~chega é que, de mo<lo R<'rJI, n..tt> convén'l prefixar o tipo
de 'oqui1>arnC'l'ltO a ser l •tilizado na comp,lCt<•ç.lo cJc um solo, S<.'1ldo aco11~lh.lvel q ue a escolha seja fc11a
em h1nç.50 da cx1>eril.'0Cia, testando-se os diversos equipamentos d1sponív<..'i5 Jté a determinação da<:JJele
que mell'IOf' M: adapte às condições vigentes e que conduza à compact.."l~jo r.\pida e econômica.

Por ess.a ra.t~O ~ que se prefere, no início dos trabalhos de compactaçlo, ~xtt.utJr pistas ou *candlas"'
experiment3is óftde são teslados os diver105 ~ipoimentos e a1ustados ~ dcm..-.is parjmetros que influ-
em no pro<.esso, como a espessura cfa. c.im.ada solta.. o número de P.l"'~ld:lir; e a vcl()(:1(lade cio equipa-
mento, ,.. umicjade do solo, o uso de lastro t"te.

P(1ra orie-ntJ<;3o genérica, 11a selcc;3o dos f'r111ipnme11tos de co1npac1;içllo, o quddro a seguir indica os
tipos mó.li$ nproprinclos, para os \ 1:irios solos. c1uc oçorrcm freqi.ienlc 1nl'nlf' no"' tr.-ibJlhos de terraplenas;cn'l.

APl•OltC-tO dos COn'IP8Ctado!eS

P. .o ut•llCO
- • •m~N41mento
_ Peso fft•iJ<» •
v.broç4o
- Vlbr111ç.8Q

Ae1lo p11oum4i11c.o love pe10 vst4ti c.:o


Rolo pnvumill•CO poudo o omessemcn10
- pe.o e&tát1CO
Rolo do O••d• •mas.sAmento
Rollo Uso
~e1.tboo
tl~s)
es1•t1ec .......
(ou d• m•lh~°"º es.1ático

----"====:...___ ---·J
•Po
...... ....--
~me'l~o t··~'oo1•·t. v•bf•t6110
pl•e.t•

'
~OS:t~JCO
-ma:s:Nm.ento
v1btaÇIO
autoPrOpehdo, PC'NIOO
1mpec;to

Figurõl 4.S 1 l.C>11"1.§ dt! apliciição doi co1u1>..lCtadorct

•\w~w 1.

Exccuçâo do terraplenagem 295


Qu.1dro4. I
....
--
Tipo dt r~liiJ f,.pes'>uro-s máximais Uniformicbde Tipo de ~:ilo
mJ;~imo (0 (após comp;>eL><3ol cb C-.llm;11d.ll.
P~.lmc1ro ~1'11ia> 20 •Ocm AtgiJ.3$ e siltcs
-
Pé-dc-c.Jtn.·1to 'lbraMtio )0 40cm MJ:Sturo>s a1cia com

Prtt.-um.ílioo lt".'<"

Pncum$tlco fX'"-'ld<>
Vibr.1tório com rod~s met.ilic.:i.s lisas
'15

35
)0
1
IS cm•

J!. cm•
50 C lll
1
-
-Muilo
- Soa
Mullo
--~

l~o.1
, s1f1eeargila
~1isruras - arcltl com
s1!te e argila
Prnlic.imcntc todos
Areias. C.l!êalho-.,
n1.ite1 i~i' J.iro.1nulJtt..')
IJ~ n14•t:Sllco estático O rodas) 20 10 cm Reguf.1r Materiais granulare.s..
brita
Cr.ide (mJlhas)
-
10 (.01
120
-
lloJ "'\lteti.J is gr<'nV l<l ff..'

Coml.Hn;1dos
-
20 lOcm - ou em bfococs.
• P,-.;11ica~1etodos

4.6.4 - Fatores que influem na compactação


Sabe.se que, cm razêio da extrema div<-tsldc.dc dos solos e da \ ·ariedad<! dt· <'C1•1i1>amcn1os dispontvcis, a
cornp;,1clJÇ:io é um trabalho em que njo :.e 1>odc 1>rcdeterminar con1 sc1;urança a forrr1a mais rtlpida e
cconô1l1i<.d ele executá.lo. Ser:I cn1fío ntC'~li.li."'rlo o conl1ccimcnto dos p(lrí1n1~tros que in(lue111 no 1:>ro-
ccsso,., íin1 tlc !-lju:iotá-los de modo il se co11scgL1ir nlaior tíiciência e 111clhorl"i rc."'iultados na compactaç.lo.

1) Energia de comp.,cwção (E)


A obt<"nçdo do adensamento dos solos c-st~ int1n14ment<:- ligada J ~nergi~1 lrJnsíC<icLl do compaetador ~o
solo. qycr nos ensaios de laboral6'io. qycr nos equipamentos de COOlP<l<.laçJo. /\ energia transmitida
d<..-pende de quatro fatores principais:

• pe50 próprio - pressão cstJtic•: (1>)

• número de passadas: (N)

• velocidade do rolo: (v)

• espessura da camada: (e)

p
E•f-'-- '1)
( v, e

Pode-se af1rm~r. de modo geral. que .:i energia de con1pactação transm1tidi'I crescerá até certo ponto,
com o aL1me1"1tO do peso próprio (prt.'Ssão est~11ca) e cio número de pas.sJdas. Por outro lado, sabe·se que
o aum<'l''ltO da vclocidacle e da ~SJ)~~uro.1 <ia ç;unada, ao conrr~rio, din1ir1ui os efeitos da co1npactaçAo.
Enl tcrn10s 1>r:\ticos isso significa c1uc se cl <.~cjannos obter n"IJiorcs gtau:io de ,1dc1lsanle11to d ever~mos em
primeiro l ugar tentar o aun1er1to do peso f)rÓpl'iO e do número ele pas:.ada~ do cqu ipa1ncnlo e~ por uulfo
lado, clunlnulr ;i velocidade de rolagcm e•• e~sura da camada. Nos itens segyintes, ;i influência de
cada um dos pilr3metros sera analisadJ índivicf~1almente.

296 ......,...1 ..,.,..., de Esuvaçao


2) U.nidodc do solo
Já vimos no estudo teórico de compttct~çJo que a umidade do solo dcSClnpcnh~ l)<'lpêl fundamçi.ntal n~
obtcnçSo de densidades máximas par.t dctcr11linado lipo de solo. exigindo w J u1ilização do 1cor ótin\O
de umidolck> ''°
processo de adensamenlo.

Todavi.:1, os solos em seu estado n.itural se '1f)f(.'5Cnlarn, muitas ve.ies, com um1d.ade muito inferior ena~
épocas de pouc.a chuva) ou muito supcriOf' 1durantc o período de chuvas> ~ ótima.

Ora, fl'Xilmlnando-se a curva (IC cornpa<.1.1c_Jt>, verifica-se que rias duas hipóteses, ai nda que o oc1uipa
menlo for11eç.a suficic11te energia de cc>n11>·lClJc,.ão, r)dO se conseguir~ Jlingir ô f'>eSO específico máximo.

Será ncccs~rio, c:!nldo, efe1uar-se a oorrc.-<;do do teor de umidade 1:>elJ iJTigaç~lo das ~madas, na hi~X>­
tesC' ~ () ~olo c_'Slõr n1uito seco, ou 1>eli\ aeraç3o (revolvimento) quat'do se t:nc:ontra muilo úmido.

A irrigaçdo, se necessária, de-\'Cfá ser fcila com cOJminhão-tanquc, proviclo ele barr.a de distribuição con1
bomba hidrJuli<...a. para garan1ir a mesma \•aUo cm todo trecho 1rrigoido <'conseguir a homogeneizaçJo
do 1cor de umkLl<le em toda a extens.!o da camada.

~o ca!lo de cx<-csso de umidade hav,.r~ necc-<<idade de se aerar o matur1JI, isto é. fazer com q1.1e
baixe o teor ele umidade a1é as p•oxiniidadcs do teor ótimo. rcvolvcnclo-sc o solo com arados,
grade:, d<.• c.li)t.<J, ou con1 1>ulvimis1u1adorai., expondo-o à ação <los r\lios solares e do vento para se
obter CVílJ)OftlÇ:Ír> r.-ír>irla.

Essa 01x:-r11<,:J.o deve ser repetida até quC' S<." consiga o teor de umidade d~cjJdo. Na f.Jlt3 de equipJn"len,..
tos est>t..'-iai:, ele g1tAdcJmet1to, as motor1ivcl.1doras pro\•id'1S de escariíiudor e l:i1ni11a. c1n s.ucessiv\1$
operações, ele cscavJç.lo. eoleiramento e espalhamento produzem o mCS1110 efeito.

Essas operações. IC\-adas a efeilo para ~IOf'~r a umidade nalural do sok> ls proximidades da umid:w1~
órima. retdrd..irn a compactaç3o, rccfu7indõ seu rendimento e aumentando seu custo.

As csr,ccificaçõcs ele compactaç.lo permitem que o leor de umidade: pcrtntlll<'C";il clcnlto de uma faix.1 d~
algun'i pontos percentuais acima e abaixo d.:i umidade ólima determinada no ensaio. A ral:ãô deste f,110
está 11a in11)o>>ibilidade prática dC' obtf'r·se ess~ teot e1n todos os pontos da carnada (ver 4.6.5), tando
en' viSl:t as diferentes umidacles cntontr.1cl,1i. r1t>lt (liverS(>S hotizo11tcs do> co1lcs e. sobretudo, o ~u
aumento r1uando ocotrcm chuvas.

Essa regra. tO<laviJ, nf;o é absolut~. A ~xperi@nci.l rnostra que há certos ~olos cm que se atingcrn
as densidades máximas com umidades ligeir.Jmcnte mais altas, no c ham.ido ramo úmido da cur·
va de comp~ctação. Seria o e.aso de ccr1.is. argil.is plásticas quando adcnscldas por rolos pnC"Umá-
ticos leve~ ou m~ios. com rcsultad~ con1p.1rávcis às densidades conseguidas com rolos pesados
c"atam("ntP n;\ umidade ótima. Isto 5.crvc pôlt.J alertar a Fisc.Jl1z.1çao dos serviços de tcrraplcnag<"m
que~ ~s vezes, C'<igc o cumprimento in(lc>cfvcl das regras especiíicadJs p..tra a compactação, quan·
do. na rcaliddclc, pequenos ajustes, quer na umidade. quer na C)pc::.iurd ou oo número de passn -
das, possibilitam o alcarlce do J~r(1u cJe Lo1npJclação especiíicaclo mais ÍJc:ihnente e, porta•"ltO.
con1 mais economia .

Para <.01r11)lt·111c1,tar c ilan1os certos ninrerial:, ,u'Cr)O.!IOS <1uc possucn1 curvu> de comp."lctação <;lfÍpiCls,
muilo al>aulad\I~, e nas quais gfandcs v.1ria\;Õt:1t ele umidade resultam cnl ligcno dccres<:imo da dcnsida
de máxima. pc-rm:ineccnOO esta. cJm11c) rto grJu de con"lpac1açào desejado.

Exc<uçJo da terraplenagem 297


3) Ntí1)1~fo ele passadas
Este é um f~ltOt quP, afetando a produç..w do cc:1u1p..1mento na ra7.10 1n"crsa. pode aumentá·la ou redu·
Z1·la substan<:"iõ11lmente. refletindo dif(!ll.ln"tMIC no custo do serviço e 110 seu p<a.zo de exccuçM>. HJ.
intet"~"" naturalmente, em determinar-~e o menor número de ~.s quc- t.:onduza à densidade ffld·
xima <k>!..cJa<b, wb as condições de umidtde ótima.

lr.so W pode ser ÍC"?ilO com segurança atrJvk de tentativas. desde que 0) ou1ros par;irnetros eslcj.:1rn
fixJd~ . ..Ur ~~ nlotivo reco1ncnda-sc a uxccuç:io inicial da co1npac.ta(.JO rlO campo cm pistas cx1:>eri·
men1a: i ~, para a ajus1agem <leí1nitiva dos l).i1Jmctros, cspecialrnente o número mfnin10 (lc p.ciS~dda ...

O gráfico dem0t1stril o efeito conjugado do número de passadas e ela velocidild<' do rolo no grilu de
cocllpaeta<;.l o obtido cm e nsaios clt• r.an11:>0 co1n u1n equipamento. Con"-lclln·~f' que esse grau aufncnlJ
substancialm~nte n;\s primeiras passadas. ma4i as subseqüentes n;io contr1l>uc111 signific.ltivamcntc p..-.ra
essa clcv.iç.io. isto é, há uma tendência para que os incrementos de dl'ft)idadc sejam cada. vez menores,
com o incr~m~to do número de pa.ssad~<. Ao w insistir na rolagém n._'o se COMC:?gue melhorar o grau
de COmPJC~.Jo de í<W"ma s1gn1f1cativa e. dO ~ temfX'). reduz-se b.lst!lrlt<" •l produção, coc11 f04'te
renexo no custo do adensamer1to.

100'r-- -
~
t
.:"
~
~ 95

!8
j!

..L . ~

5 10 12
1 VeJoc1dedo do l'Olo 1,5 .,m h
2 VelocK:lade do 1010 3,0 '"" h
3 Vcloc•d•d• do rolo 6.0 l!:m h

Figu'"' 4.54 C r.lu de con1pttc l<ição cn1 funç!o d,nt velocitl.;1dcs

NJS t.-SIÍll'•dlivas de produção costuma·sc J<kllar, prcviJmente. um nún1cro ele p<l~s;id;:is aclcquado ao ec1ui·
pamcntu que se pretet'lcfe utilizar e ao tipo e~ solo existente. MJ$ trJt..1·SC apena~ d~ um.1 previsão que
poder.S ou nlo )Cr- ooníirmada nos testes de '.anlpO. Estes deverao fixar o número ck! passagens mínimo do
cqu1p..11'1"K"nto para alingir·se: o grau de comp.lCl·l(do c--pccific.ado par~ dttt-rmi11ado lipo 00 solo.

"'º <aso ~ rolo) vibratórios, usados em (()lôS granulares, qu.ando se .atinge o grau de adensamento
dcscJ.:tCk> <" in~i~El'-se em prosseguir na rolagcm. pode ocOITer o p1oblc111a d.1 ..supercoJnpactaçdo". 1s10
é, o <olo j.1 suficicnlemente compac1ado n.do 1nais J l>soive a cncrgi.J que ll't' (: íornc.oeida, devolvendo..a ao
próprio rolo, qL'C 1>oclc ser a(eiack> no) seus 01ccanismos pelo exces~o cJc in1pac1os ou de vibraç~.

'I) Espessur.i <lt• camacla


Por rdtô~ ec.:onô111icas é prcícrívcl que a <'<pe~sur;i seja a 1naior possível. 1 n1rctanto, há outros (~lorcs
que dctcrminanl n allura da camad;i cspdlh<'da, corno as característi<:.'1.S do n1.1teri.ll ê o tipo ele equip,1
mento emprrg.ado.
O quadro de apl icação cios equipamenlos fornece as espessuras 1náxin1as reco1nen<ladas 1>ara os diver-
sos cornpactaclores (ver Quaclro 4. 1 ). A pr;1tica, 1l0rém, indic a q ue, de modo geral, é preferível a fixação
de valores menores a fim de se garan1ir a cortlJ:>actação uniforn1e em toda a altura da camada.

No caso ele n1ateriais argilo-siltosos, usando-se o rolo pé-de-carneiro, reco1nenda-se que a espessura
solta da camada não ultrapasse 20º/o ela altur.1 da. 1>ata cio rolo. Na hipótese de ser utilizado rolo pneu-
mático, a espessura da camada d~·e ser f>CqL•e11a, 1:>0is as tensões verticais diminL1en1 rapidamente co1n
a 1>roíl1n<liclaclc.: (ver Apê1,dice nQ 2).

As especificações de cornr>ac1ação de solos, ~n obras rodoviárias, fixam cm 30 c1n a cspcssl1ra mtixi1na


i irlal das ca1naclas, após a rolager'l1, aconselhando-se espessuras nos-mais em torno de 20 crn, para se
garantir a ho1nogeneidade. No caso dos materiais granulares recomenda.se utilizar camadas de, no
máximo, 20 cm com1>actados.

Cabe observar, porén1, que esses 11úmeros são resoltant(;.."S de recomendações genéricas, sendo lícito
n1odific~-los, alimentando-os ou diminuindo-os e1n função dos resultados ofereciclos pela pista ex1>eri-
01c11tal.

O que realn1cnte im1:>0rta é que a espe-ssura adotada, cm fu11ção do equipamento l1sado, garanta a
homogeneidade da can1ada, isto é, que se obtenha a mesma densidade em toda a sua massa.

5) Hon1ogenei zação da Cc'"lmada


É i1npotta11tc que a can1Jcl\l sollit, antes da comp(lçtaç.:io, se apresente tanto quanto 1>0ssívcl pulverizada
de forn1a ho1nogênca, ~•na presença de torrões n1uito secos, b locos ou fragmentos de rocha. Esse íator
assun'e gra1"lde im1>0rtância quando deve ser aumentado o teor de un1iclade, para se ati1\gir a umidaclc
ótin1a en1 todo o volume d;i camada, pela pcrcolação u11iíormc da água.

Os in1plcn1cntos usados 1).Jra essa t.-irefa s5o os já n1encionados grades e arados especi.iisl al~m das
motonivel.:l<loras, os quais, revolve11do a terra em sucessivas passadas, conseguem o objetivo visado.

6) Velocidade de rolagem
Conm o 1naterial solto oferece, devi(k> ao afundamento, resistência elevada ao rola.nento (cerca de 250 kgll),
ini<:ialmer1te se <feve e1nprcgar a 1ª 1nar'cha do trJtor rel>oc(1dor, qlre possui n1aior esforço tra1or. Alé1n
disso, como .:i.s patas do rolo r>é-di:-carnciro penetram a certa 1>rofundicl.\ldc n.a c01n1ildJ solta, il movi-
men1ação cn1 velocid<.lde baixa 1>er1nite a aplicação de n1aiores esforços ele COf1lpac1ação.

Con1 o adensamento do solo as 1>atas vã<) penetldndo cada vez n1cnos e a resistênci.;i .JO rolamento
dimir1ui, pennitindo o uso de marchas ml1is \relozes e de 11'ienor íorça de traçdo {2ª 11"1archa).

Embora llão se possa estabelecer regras fixas, verifica-se que as faixas de velocidades de rolagem scria1n
maiores para os rolos 1'nel1n"IJticos (1 O a 15 km/h), segui ndo-se os rolos 1>é-de carociro (5 a 1O ksn/11) e
4

as menores p;;ira os vibralórios (3 a 4 kn·i /h). As velocidacles n1aiores são recomendadas para os pne-.amá-
ticos 1l0rquc, en1 razão de seu porte, aparecem ações d inãrnicas <tue íacililam a compactação e mos·
Iram com maior faci lidade os 1>ontos íracos onde o õ.ldensamento 11ão se com1>letou devido, por exe1n-
plo, ao excesso de umidade.

Recomendam-se para os vibratórios menores velocidades para c1ue o efei to das vibrações seja mais
intenso, resultando no aurncnro de 1'roívndidade das cama<las atingidas, ou seja, de maior espessura.
Parcl espessuras const~ntes, a velocidade baixa l)ermite a con1pactação con1 mcr1or nún'1cro de passadas.

Execuc;ao da terraplenagem 299


7) htfh.1êncla da amplitude e íteqü6nc1t1 cft1S vibrações (rolos vibratórios)
No caso dos rolos vibratórios,. a ampl11t1(~ e .t frcqiiência das vibroaçõcs slo fatores importantes °'
adensamento cios solos granulares. A <'Xp<'r~i21 olOStra que os melhores efeitos de compactação s..ão
obtidos nas ireqü~ncias entre 1.500 e 3.000 v1bf'a~õeslm1nu10. Como as curvas qtie relacionam es.tt-
cfcito com o aumento da freqüêncit1 s.to 1nu1to pouco abauladas, duplitando-se a freqüência (de 1.50'
• 3.000 v1b<ações/minuto) obtém-se pequeno •umen10 do efeito de compactoc;Jo.

J~ o at. 1é)(.in10 da amplitude signiíica ~ensívcl a un)ento no a(Jen~mento <'.' '"" 1><ofu11didade a1ingido).
em toei.:. f.:.ix.1 ck.- frf:qüências. Os rolos vibratórios normais têm amplituc:fcs de onrla que atingem de 1,5
a 2.0 m.-n ron1l>i11adas com írcqü~ncias de 1.500 a 1.800 vibraçõesln1lnut(). O uso de grande am1>lituck.-
e alt.i fr<"c1üflnc ir. das v ibrações n5o é Jc;onsclhávcl porque resuha esíorço> clcmasiada1nente altos no~
rolos, '<'ndo preferível a utilizaçJo de n1.1i0< <lmplitude com as freqüências médias já indicadas. ~
importanl(' ,\pf'ôvt.•itdr o efeito d.a r~or1jn ci;a das vibrações do siste1na rulo vibratório ·sofo, que ocorre
norrnalmentc na faixa de 800 .a 1.600 vibr.ac;ôcslminuto, resultando em maior e-feito de adc1lsamcnto e-
('f'n maiores proíundidades atingidds p<-ltt~ vibrações.

f
~
---,c..
1
2

o
~
w

1500 3000 •500


l • ampl.tude • '1ibr.'m•n
1 • amol•t~ 2•

Em resumo, c~scs fa10fes slo l~·ad~ cm con1a na expressão:

Sendo:
P pOiO t."}tJti<.:O

<11 ~ amplitude

f írequênc1.1
v = velocidade do rolo

Já c1t1C o aun1eoto da amplitude produ1 m.iior C"ÍCitO d~ c;ompactação do que o da Íre<1iiência, alguns tilJO!i>
de ro los vibra16rios s.50 equipados conl cllsposhivo que pennitc o uso de cluas nm1>l1tt1dcs dife<c.1tc.-s.

No po1\IO en1 que se atinge a CO•ldição d<' rl"sson:incia., a vibraÇdO das partículas ck) solo é somada :.
forç., de i1npat 10 e;. amplitude das vibrdçõcs do equipamento, obtendo-se. cnt~10, gralrs de compacttçdo
elcvetc:los com 1nenor número de passadas.
4.6.5 - Especificações para compactação
As cspcciíicaçõcs 1110<lcrnas de conipactação diícrc1n busta1'llC das alltig~1s, qt.1c cstal:>elecii'l1n n1inucio-
san1er1te os 1><1rân1elros, fixa ndo o tipo de equipamento a ser us.ado, a espessura da camada, o número
de passadas etc. J\tualn1entc, fixa-se apenas a m<:lssa específica a ser atingida no campo, deixando-se
todos os fatores já c itados a crité1·io do executor e da fiscalização da obra. Assim. terão estes ampla
l iberd.:.de de test:!r os equipamentos d isponivei s no solo existente, somente ajustando os clivctSos
parâmetros no sentido de se consegt1ir a co1n pactação bem-feita e de maneira econôn1ica.

Chama-se grau de compactaç~o C à relaçAo:

G o/o = "( C:ollt.\(M> X 1 00


r,...
na qual:

Yu mpo = massa específica obtida no aterro executa<fo ("i11 sit1.1")

~fmix i;;:massa especifica máxi1na obtida no ensaio de l'roctor, no laboratório, com a energia de
c0tnpactação especificada.

As Especificações atuais referen1-se ao grau de con1pactação a ser atingido.

As Especificações Gerais de Te1·raplenage1n do DNER estabelecem que os aterros de\terlo ser co1npact~dos
até 60 c1n abaixo do greide, atingindo a n1assa específica aparente seca correspo11de1'ltC a 9So/o da 1nassa
específic.1 obtida no ensaio ONER~ DPT· M 47·64.

Os últil'nos 60 cn1 do aterro, <1uc sctvirão ele subleito 1>ara o pa.viinento, serão compacta.dos até atingir
100°/o da n1nss.J específica obtida no ensaio mencionado.

A u1nidade do material deverá ser a un1idade ótima determin<.lda naquele ensaio, con1 a variJ.ção de z 3º/o
e a espessura das camadas já adensadas de 20 a 30 cm.

Quanto à qu<ll idade dos n1ateriais, a norma determina que deverão ser evitados, na execução do aterro,
solos com Índice de Suporle Califót1lia rnenor que 2 (CBR < 2) e com expansão n1aior do que 4o/o.

São freqüent~. lil.•Tibém, as especificações que se referem ao grou de compactação c1n relação aos ensaios
do Proctor Normal (Norma AASHO T-99-57), e ao Proc tor Modificado (Norma AASI 10 T-180-571 já
nlcncio11ados c 1n 1.2.6.1 , e estabelecend(Fse os valores de G a 95 ou 100c;Al da massa es1:>e<;ífica máxi-
ma obtida naqueles ens.iios.

A ABNT a.dota o n1étodo MB ~33 p::.r<l o Ens::.io Norn1.JI de Compac1aç.ão de Solos e que equi\'ale ao
Proctor Normal.

~ecome n dações sobr e o grau de compactação


De 1nodo geral o objetivo a ser a ti1lgido é um grao de <::ompactação adequado às finalidades do aterro,
levandoMse em conta os rec.alqt1es: permissívcis, a influência do tráfego, a capacidade ele suporte deseja·
da etc. A t;;ibela a seguir mostra as densidacles de aterro r~()111endadas para as diferentes aplicações,
con10 norma geral, e que pode111 ser alteradas dependendo das condições loc.ais.

Execução da t erraplenagem 301


T~bcli'I 4.7
Aft'frCJS rodo\llários 90- 95% do ProctOI' ,WKf1(1udo·
9S - 100% do Ptoctor Simples
Barra,;~ dt" lil'"ff~ 9 5 - 100% do Ptoctot 1\iOdrfic;wlo
-
Alerros se«> fundaÇÕl!'S de précftOS 90- 95% do Proaor 1'bfil1<.1do
9S 100% do Pnx:tor Simplie$
Clmada~ de: I~~ tfll ~virnentos 95 - 100% do Proctor Mod1fiudo

Nos solo\ muito argilosos, quando se cli::.ej;:i alcitnçar cle11sidadcs clcvaclas (C > 95o/o P.S.), dcvt.-...~t·
pr<.-scrcvcr o Proctor Modificado (ver 1.2.6. 1, T,1l>ela), util izando equiramcnto) pt.:osaclos que al iem a
JJress.:io ~st~ ri ca com o efeito de amas&anicnto para atingir o objetivo.

Na construçJo cfc estradas procura-se aumentar o grau de con1pactação c1uilndo h.i a previsão cfc tr~fc­
go pes..i.do 'º"1 alt~ls cargas por eixo e con1 írt.oqüência de solicitaçõe.., muito elevada.

Recomenda~ gerais
Quando n3o é possível atingir o grau de compactação des<tjado con1 o equipamento disponÍ\.-el, dcvc-
se procurar Jtrcscer a energia de com1).}Ct..içlo por unidade de volume do solo, aumentando o número
de pasi..J.das do equipamento, diminuindo "' velocidade do rolo e/ou ;J ~spcssura da camada solta.

Todos esse~ f~1ores aumentam a cncrgio ele comp.1ctação l incJrn1cnlc. O gri'ifico a segui r nlostra a
elev.Jç5o do grau de compactação 001n o incremento da e nergia fornt.:t:icl.1 tJnlC> 1>ara os solos c:oesivO!i
quarito parti os l)r~nulares. A energi<t fornecicla será,. por sua ve.z, func;lo êle:

1 . Soio. gtanula•es
2 3
o. comp.1ciaçlio relativa (PM.?$
• 5
' . SOios cont\IOS Enetgl• •!ll

Figur• 4.Sb · Autnento da d ensidade em lun(l() d1 tntf"gia; de compa(._"laçâo

4.4.6 - Seqüência construtiva


Cor1clui·SC', 1>0rtn11to, que não é possível c-st,11.>olcc:t.or 1.1 m esquerna rígido na~ prescrições para ex<..~u tar a
Côf111J.ac1Jc;Jo. Ao con1rário, a ê><pêri1nent..1ç-.10 e o método de tentativas s:io M r>rocessos n1ais indicados JXI'ª
se ch(.."gal' à exercuçiio rápida e econôn1ica do adensamento mecânico dos solos. cxcluin<Jo..se, definitiva~
mente, :t fixaçc>o arbitrária dos pat.lmetros como o número de passadas, a ~>esst1ra da GJmada, a vclocida·
de do cquopa111<!1l!O etc.
A manC'ira cotret\'I de se enírenlar o prol>lc11tJ. consisle na seleção do matt•n.il .1 !ler c:mprcgado no atei ro
e na escolha dos equipamentos supostos C'Omo o-. mais apropriados par<1 o c..Jw.

Em ><.-gvôd.J, poss.-.mos à fase de ojUSlagetn. j~ no <<>mpo, executando • compoctoç.Jo cm •p;sios• cocpcrimcn


tais. conch.1itldo se. por tcntltivõl.. qual o número de pas.sadas, espessura. w:Coctd.lde e ceor de umklade mais
;.,..,,sveos poro <e obt.,,. o grau de comp.1c1oçJo dl.-.ejável. dentro das condoçà<.., vrgeolCS naquelo obro.

A seqüénciJ construtiva da compacraç3o de ,itcrros scri;:i res1.1midJn1cnte:

a} 1,,nç.1nlClllO e espalhanier'llO do 1ndlerial t:ôm os ·•r,1otOS(l'(lp('rs"" ou unid;:ides de transporte


prOC\1rando-se oblcr, aproxi11·1aclJn'lcntc, a espessura solt\'I ~ll OIO(f\l,

1>) Regul<Jrização da camacla, utili1.11lClt>·SC <l 1noto1liveladora 1>a1c1. o dc:<:rto ela a ltura da camõtd:t
soltJ dentro dos l imites impos1os pcl.:t::. l,;sp<..1<:'.iíicaçõcs. Admirr-f;c que a espessura d.."l cao1adíJ
solta seia de 20 a 25% m.,1or do que <J <Jltura final de carn.idd, a1>6s a compactação.

Mais r1gonx.1mc-..1tc ela pode ser c.ilculada 1>el~ expressão:

e. = cs1>csst1rJ da camada solta


e<' • cspcssu1 ,, (l,1 c ;in,ada co1n pactacla
Y, - 1nassíl c~pccífica. do 1n;1teri;il comptiC"tado
y, n1a(c;3 c~1>e<.ffica do ma1erial solto.

C) Homogeneização da camõlda (pulvc1 1Laçdo) pela remoção ou fragmcntaçélo de torrões scc:O>,


m<Jtcrial conglomerado. bloc0< ou matacõcs de rocha alr('1'acb ele., obtendo-se a pulveriu·
~•o d<> solo de f0<m• homo1\~n~•.

d) O<:lcrm1naç.ão da umicL1dc nJtur.al cio solo (hn), através de um métoc:Jo expedito, como o
aparelho "speedy". por exemplo.

No prin1e1ro caso set'.Í nccess..ír10 proceder ao abaixamento do teor dê umidade do solo,


.atr.-ivk da aeração, emprcg;in<k>-se Jr<1dos de disco, gradM ou mo<oniveladora.

No lt!rCe1ro caso devem~ u111cdccer o m.Jtcri.il utiliztJndo c:an1intK>cs pipa.

e) ICi1.lnclo o n1a lcrial clentro da í11ixll eia umidade ótima 11rí"vio;1" 11.1.;, E~1>a.ificações~ 1>.a~~·~c;.
f.1 ..e rl.1 rolagerr1, usando-~c o Cl1uiµJ1ncnto n'lais i ndic.1do 1 C'(>m o nl"in1cto de passadas suíic..i~
t•ntc para se atingic, cn'I tod.1 n e-amacia. o gtau de coolpactaçJo desej:.do.

A rolagcnl (leve ser feit.1 em 1>a~C.dd!t longitudinai$, dos bordos para o eixo da pista. c.onl
superposição de, no mínimo, 20 cm <.'f1tre duas ~"'ss.ada11o, c.orlt.t"<.ut1\IJS.

Exe<uç.Ao da terraplenagem 303


O Con1rolc da compactaç.ão
Por ftm, será necessário ex<.'Cut._1r o controle cL\ compactaç.io. com1>..1rando o grau obtido corri o
ptpçerito nas Especiíic-.içõcs. C.Jso o mfnimo ndo seja atir.gido, ~ opcraç3o deverei ser repet1d.J.

4.6.7 - Mé todos de controle da compactação

1} Oe1crm1n.:-tç:io da. umidade campo


O proccsw cx1X'dito mais comumente empH:•g;,c:k• (:o do aparelho '"•1>et<ly n-.oistuíc 1esr" que, por ser
1nuito cli(undido, dispensa maiores csclarecinlentos.

Fn1r~1.1nto, v J~ l'clho que, em últhna a n á ll~, lncllca a píessdo do g~~ .1<~c1il cno produzido nõl rcaç3o
química cio umidade <lo solo com o c;irburcto de cllcio, necessi1a de- (rc'ql•t.•nu-:. (1(criçôc."S, para que os
f'éSl1lt .."ldCK <fi('ja1n pouco afeta~. Por i')SO 6 conveniente que se laça um periódico ensaio em cstuí.a, a
1 1O"'C, parJ .;,\ determinação COtTCt.J d.i um1d,ldc d"' amostra,. comparanc:k>-a C(')m OS 1csultados do "speedy"'

2) Oete<mlnoç~o do grau de compataç.lo e


A dctcrn1inaÇJO do grau de eotnpaCLlÇ'-10 G. obtido no campo. dcm.1ndJ ,1 detern1inaç.jo da massa
específic:a ólparentc '"'in situ'"'.

Vários prorrc;c;o~correntes íoranl de~e11vulvidos para efetuar de maneira rá1)ICl<t e JJrecisa essa dctcr111 i·
na~.ào: 1r1étoclo ck> óleo; método do funil de .1 rt'in; n1~todo do an1ostratlor; outr(')S prõecssos.

Método do óleo (ONER - ME 37-71)


ExecutJ -SC um furo de 1O cm de diSrTtetro por 15 a 20 cm de 01ltt1r.l, rc-tiranclo-sc cuid.adosa1-.1e1\tc a
terra, e det~rmina-se o peso P úmido do mJl(."fiJI que ocupava o volume V do furo, que não se conhece.
Pclra o c~lculo cb massa específica y, resta .i c:k:tNm1n.-.ção do \"Ciume V.

Basta colocar numa pro,•eta certa quan11d,>dc dP óleo de motor <SAE 301, cujo massa ospecífica (7 61<0)
é en.sa1ad• J>f<."Viamente no laboratório, JX"\dnclo·w o conjunto t01ra • ó leo (P'). Cm seguida, enc he-se o
furo ~té que o óleo ocupe o \'Olume V, em suJ totalidade, e novamente JX'S.il•Se J tara + óleo (I>").

p. I' '
Assim ;;;; V é o volume i)rocurado
y óleo

A ma1<a ~rwcrfica da amostra ens.iiada é dJda por:

e o grou d~ comi»Clação sera:

Método da ••• 1. (DNER - ME 92-64)


É scmclha1lte JO ~nteriormcnte descrito, apcn.1s com a S4.1bstituiçdo do óleo por ílreia fina e seca. A
difCít.':flÇ~ de peso. antes e depois do c11c•11111ento do (u10. observada no (rJsc.o c;on1 areia, dividida pelct
massa espccffica da areia (·/~ fornece o volume V procurJOO.
--------- p•

P'- p"
v- -y,-

Figura 4.S i - ,\.1étodo do funil de areia

M étodo do amostrador
O amostrador é um cilir1dro oco, con'I a parte inferior em bisei e cujas d imensões internas são conheci-
das, permiti ndo o cálculo do volume V. E cravado no solo por percussão, retirando-se a amostra cujo
J:>eso ú1nicto é P. C(Jl'll'lece11do-se o 1oor <le u rnictade da a1nos1ra, calcula-se o seu peso seco cJe1er1ni1'lan"'
do·se cliretamente YC3mpo'

Este processo tcn1 a van1agcm de traballlar con1 a amostra não pertl1rbada, o que daria niaior precisão
ao nlétodo. 1bdavia, algt.1ns objeta1n ql1e a percussão do amostrador pode C<1usar uma compactaç.;i.o
.adícional cJa a1nostra, falsea11do os resultados.

Método com materiais radioativos ("Nuclear Moisture Density Meter")


O processo baseia-se na en1issão de um 1naterial rcldioativo (ráclio-0-berílic>) que envia raios g<1ma e
nêutrons ao solo, onde são parcialmente absorvidos e refletidos. Os raios gama refletidos são detectados
por tul)os Geiger·Mueller, ler1cfo-se d ireta1nente nu1n a escala a densidade do material.

Os r1i?ulrOl''IS reíleliclos são detectados l)Or' u1n sisle1na que per1tlite a leitura d ireta d o teor de u1nidade
com precisão de O,S libra 1x:>r pé--cúbico (;;: 0,008 g/cm3).

O processo. alén1 de rápido, por leitura clireta faz a determinação "'in siU.•"' com a amostra não perturba-
da, eli minando a influênci a pessoal cio operador que ocorre nos outros 1riétoclos. t l á. entretanto, oeces-
sid•de de freqüentes calibrações do • 1>arelho.

A única clesvan1age1n é o risco r>otencial ele ex~>OSiç~o à radiação, por falha na \'ed<tçào do aparelho.
Entrctan10, a Comissão de Energia A tôrnica dos Estados Unidos lil:>erou o seu uso. desde q ue certas
medidas d e precaução sejam observa<:las..

Métooo de Hilf (MB-3343 ABNn


O método de H ilf tem a vantagcnl de ser realiz.:iclo con1 an1ostr.:is retiraclas do 1Jróprio terreno em
processo de compactação, obtenclo-se em pouco tempo o grau de com pactação do solo e o desvio do
teor de umidade, dispensando a amostragcin e a detcrn,inação dos parâ1nc1ros da compactação, do
º ' atcrial de cortes ou de locais de empréstimo. (Ver ref. l)i~>liog. 110 15, pág. 309.)

Execu~ã o da t erraplenagem 305


J) Freqüência dos ens.:"lios - 1-\s Especificações Gerais de Terraplenage1n do ONER prescrevem:
Un1 ensaio de cornpactação (Curva de compactação - DNER - DPT - M 47-64} fio n1alcrial do COl"JX> do
ate1ro 1>ara cada 1.000 1113•

Um ensaio para deterrninação da rr1assa específica (.. i n situ .. ), para cad<i 1.000 m.3 de n1aterial
compactado, no corpo do .1te"o (Ensaio DNER - DPT - M 92-64).

l"ara as ca1nadas finais C60 cm al>aixo do grcidc final), u ma dctcrm inaçlo de massa es1>e<:ífica "'in situ"
para cada -100 metros de extensão de camada, alternadamente no eixo e bordos.

4.6.8 - Emprego de critérios estatisticos para o controle da compactação de aterros


Na execução dos (lterros de uma estrada. frec1üentemente a íiscalizaçdo se de1)ara corno prol>lerna ela
aceitação ou n.io cios serviços executados, tendo em vista que os resultJdos obtidos na a1nostragcrn
podem ser, ou não? uniformes, havendo algt1ns em que o grau ele co1npac1aç<lo 11do foi atingido, en·
quanto a n1a ior parte se revelou satisfu16ri:t.

U1-.1 critério elementar seria adotar·se a média ari lmélicJ dos resultados dos ensaios, a ciual deverá
alcança~ o grau de com1>acLação dt.!sCj<t(lo, cles<le que individual1nente l1111 valor 1nfnimo seja atingiclo.

Por outro lado, pode-se apl icar a análise estatística elementar, desde c1uc haja um número suficiente de
amostras n .

As 1nassas es1:>e<:íficas "i11 silu" dctenninadas pelos ensaios (X;) podem ser colocadas em ordem crescente.

Pocfemos determinar a nlécl ia arihnética

e a moda que <: o valor que ocorre com n1aior freqüência, ou ainda o desvio.padrão (para n < 30),
expresso por:

CJ -
/:i:.<x-xl'
- ~ n- 1

Conhecidos X e o, os coeficientes Z, constantes da 1-abcla 4.8, permitem determinJr a probabilidade po/o


da ocorrência de valores abaixo de ~ - Zo e acin1a ele ~ + Zo.

X-2'11 X

figura 4.$6

306 Manual Pràtico de Escavaç~


Tabela 4.8
z Probabilidade (o/o) p
o 50

,
0,68 25
15,9
1,96 2,5
2 2,3
2,58 0,5
3 o, 1
Cor1siclerando o inte1valo X :t 3 cr <Z = 3), ad1nile·SC que pratican1ente toclos os valores estejam den tro
do inlcrvalo. Para Z = 1 1-.avcrá o risco de 15,9% dos valores não perte11cere1n ao intervalo.

Como o q ue se deseja é o valor míni1no do grau de com1)aClação. poclcr·se·ia aclotar o valor Xl'l,í'l'I = - 3o .
1>or razões técnico-econô1nic.as,. o ONER em seu plano de amostragem adn1ite um valor inferior a 3 (Z < 3)
e adota Z - 0,68, o q ue corresponde a um risco de 250/o" cios valores ndo Jlertencetein ao intervalo.

Pelas mcsnlas razões o DNER recomencia, a inda, qva11do o número ele amostras é pequeno, a adoção
de Z. de acordo com a tabela a seguir, como gar<Jntia <.ie c1ue lodos os valores X; prov@tt1 cio mesmo
u11iverso e clevenl estar enquadrados no i nte1valo >? ± Zo.
N z
3 1,0
4 , .s
6 2,0
9 2,4
10 2,5
20 3,0

Xmfrt; X - Za

Exemplo:

Num trecho de estrada em que se exige o grau de compac tação mfnilno G ; 95°/o do l'.S., foram
coletadas 9 amostras individuais X, cujos r"csu lt~1dos est5o al,aixo. Pesquisar se o S-el"ViÇO de compactação
r>oderá ou •lãO ser aceiro. nesse trecho, pela Fiscalização.
An1<>slra Xi% -·
1 95
2 97
3
·I 'ºº
102
s 1O!>
6 103
7 93
8 100
9 99

Execução da terraplcnagem 307


A médiu ser~:

x.- x x,-x (X1 - X)1


95 99 .... 16
97-99
tOO - 99
-2
+1
•1
102 - 99 +3 9
105 - 99 +6 J6
103 - 99
93 - 99
••
-6
16
J6
100 - 99 • I 1
99-99 o o
:i;oc,- x>'= 119

CJ ; /_!:_(_X~;-_ _X_)_2 9 {11 9 - .!, 9


V n- 1 v-ti6
O i ntcrvillo de confiança é dado por:

X Zo.

P.ira N • 9. temos L ~ 2.4 (da tabela). e os \.·alores máximos e mínimos seriam:

X..:.= 99 2,4 X ),9;; 90

Vcriíica-sc que 1orlas as arnostras Cl>lhicla.. c.,t:1o contidas no ir,tervJlo d(: corlflança. Resta determin<tr se
o valor Xmrn é co1npatívcl c om o mí1,imo ~1,eciíicnclo para o grau de cc>m1>nct.1ç3o Go/o.

De ilCOrdo com o plano de amostrabi.em do O NíR~ adm itindo-se o risco cl~ 25% (7 = 0,68) dos valores
n.ão ~ enquadrarem no i1,tervalo de con(iança, o valor ~n seria:

x_p X - - (129
:tN +0,68 o)
X m•n 99 - 1,29
J9 + 0,68 ) 3,9 99 - 4,3 :: 95.
(

O valor mír1i.-no provável do grau de com1>acraçilo, calculado com o ri~co as$1..nnido de 25%~ coincicle
com o mínimo es1>eci(icaclo J><ira o serviço ~ o trecl'IO compad..tdo dcv<:r~ sct aceito pela Fisc.alizaçjo.

Para mai0t~ C'SClarccimeotos do assunto, recomcnd..1mos a &citura das re(ereotias bibliográficas 6, 11 e 12.
Referências Bibliográficas
( 1) Especificações Gerais do DNER, Terraplenagc1n, 1969.

<2) E:uth Compaction, rehnp1esslo cfe Constr~1clion Melhods a nd Equip1ntnl, M. O. MOl'ris, Ne'\v York, M c G ra\v-1..Jill
PublishingCo. lnc., 1961 .

(3) E<1uipam.;.'fltOS de Cornpactaçau - St:leçdo e A plicaçdo, Ten.a Tel'ra "''aqvin~ria $.A., Canlpinas.

(4) Revis la Conslrução Pesada'"° 34. novernbro de 1973 . Ar1igo "'Técnicas e Problemas de Compaclação•, p..ig. 20.

(5) Revista O Emprtiileiro nSt 53, junho de 1972, artigo "'Explosivos colocam 4 km de atec-ro sobre o brejo", pág. 28.

(6 ) P;avi1ue ntaçlo, v. 11, Dime nsionamento, lnstitutoMilitJ.r de Engenh3riJ.., not.:isdeaul.t do Eng. Murillo lopes de Souza, 1970.

(7) Manual do Engenheiro,\'. IV. Obras de Teua, E<litora Globo, 1955.

(8) Catcrpillar Performance Ha.ndbook. 18 lh cdilion. Co'ltcrpill3r lnc:. f!>cor13, Illinois, USI\. 1987.

C9) Método§ de desbra,·ainento, K<>m3tSu Dr'asil S.A.

(11) Lopes de Sou;i;a, Eng. Murilro. Controle l'e cnológico dos Ser'\liços de l'.l\limentação, 1ns•ituto de Pcsquis.'ls RodoviJn.-is,
publica ção n i:t 377, pág. 12, 1970.

(1 2) L~s de Souza, Eng. Murillo, Pavinu!ntação RodoviáriA,, 2• edição. Instituto de Pesquisas Rodoviárias, pág. 233 e
seguintes, 1980.

( 13) Foissblad, Lars, Vibratory soil a nd rock ô ll compa;ction, Dynapac Masl::in AO, Solna, S\•,,.eden, 1981.

(14) Escarific.ação d e solos, Apostila de treinamento, Kon1atsu Brasil S.A.

(15) Varga-s, M ilton. Introdução à MKlnica dos Solos. Ed. McCraw-t-fill do Brasil Ltda., 1978.

Execuc;.'ao da tcrraplc nagem 309


Operação e manutenção
dos equipamentos de
terraplenagem

• 5.1 - Generalidades
Se considerarmos o montante do investimento necessário para a composição de um<i equipe mínim<t de
tcrraplen3gem, é fjcil (lvali.;tr o alC.Jnce e<;OrKlmico dó au1nentô da "vi<la útil" dos ec1uipa1nent<>S, ist<> é,
do período enl que a máq \1ina produz economicamente. ou seja. no qual a rcn1uneração <los serviços
por ela prestados su1:>era o~ St:US cu:;tos.

À 1nc.-did:i que a 1náq uina envelhece. dC\•ido ao desgaste nat1.1rJI que sofre em S\t;:t ulilizaçào," prol,ahi·
lidadc de falhas nleC.'inicas aun1enta consideravelmeilte, ocasionando paralisação freqüente par.) os
reparos nleónicos, significando duplo prejuízo, porque,. alé1n de deixar de produzir, ela passa a ter
despesos de mantrtenção, o que reduz ele fornla sensível a sua rentabilidade.

Daí a conclus:io óbvia de que o proprie1ário <leve ter a preocupí.lç.âo 1:>ern1anente ele procurar aun1entar
a Nvida ú1il"' da sua n1 ~q uina, para ser necessário substituf·la somente <lpós o decurso de longo prazo.

A rnaneira 1na1s sim1>lcs <lese çonsc...-guir o aurncnto (la Nvi<la ú1il" cozlsistc na operação e na 11'lanutcnçâo
correias do equipan'len10. Isto significa acloçJo de uma slitie de medidas de ordcn1 pr.1tica n'lui10 sim·
pies, m;1s que, infeliz1nente. ne1n sempre 5'áO observadas. l'C."Sull<tndo cn1 prejuízos indt..-scjávcis.

• 5.2 - Operação dos Equipamentos


Toda máquina \<em acon1panhJda de um ...1"1anual de Operaç3o" que mostr<l o seu funçionamento e o
dos acessórios, lx-1n como todos os cuidados que devem ser to1nados durante asu~1 1.1tilizaç._1o:

1) Em primei ro lugar é l'lreciso notar que os equi1>amentos mecãnicos, ainda que projetados e
dimensionados correiamente pelos fabric:ante-s 1>ara os lrabalhos a que- se- <l~tina1n, não podem ser
sujeilos a <.-sforços supc1iorcs aos linliles de 1csis1éncias dos nlatcriJis usados c11l sua construção.
Caso n~o se observe esse preceito, a nláquina podcrti sofrer unl clC"Sgastc prem<1t1.1ro, além d.tl 1>0ssi·
l>ilidade da ruptur.;i de algunl componente.

2) É necessário submeter o 01:>erador a um período de treinamento na máqvina, a fim de que ele possa
ope1.i-I;:, nos nivcis d<: produção 1>revistos pelo rabric.ante, sem que haja, contudo, um desgaste
excessivo, conhecendo os seus movin1entos e manobras, bem como os 1nostradore-s do p.;1inel de-
controles.

3) O operador eleve S<'r conscicntiz.:tdo ele que é o prin1eiro ele1nento com responsabilidade n.a manu-
tenção mecânica da 1náquina, percebendo enl J)rimeiro lugar as anomalias surgidas no seu funcio-
na1net110, conw ruídos estranhos, vibrações, vazanlentos etç. e comunicando aos responsáveis pela
manutcnc;Jo.

311
4) Os rnanuais de operdçãO semp(e 1>rescfeven1 q ue a máquina deve ser aquecida ar1tes de ir1iciar o seu
trabalho norn1al, para que o ó leo do ''C.al'tef"' citcule e1n iodas as peças do circuito de lubriíicaçdo,
evitando o d<."Sgastc anonnal pelo atrito gerado entre p<..-ças 1nóveis 11ào lubri íicadas.

Além disso, todos os co111po11en1cs que trabalham e1n temperatt.1ras elevadas devem <11ingir a 1cn1pc·
ratura e as folgas normais, p;ira serem $ubr'llelidos a esforços 11or111ais con1 a nláquin<i em oper.;ição.

Analogamcn1c, dCf>Ois do uso intcrlso, o motor e os demais sistêmas se c ncontra1n cm temperaturas


altas comparõ.'lclas com a do ambiente. Será necc-ssário deixar o motor ft.tncion<ir sem c:c1rga, esn baixa
rotação, para que o resfriame1110 se 1Jrocesse lenta111e1lte, itlll)edindo a ocorrência dê trincas de
con1ração, como, por exemplo, nas placa$ cios ec1beçotcs dos cilindros.

Tambérn é extrernamente prejudic ial a colocação de água fria no sistema ele reirige1<:1~"io. pois esta,
entrando en1 contato co1n a tampa elo cabeçote aquecido, atf.iv~:, dos canais ele c irculação, fatal·
mer11c ocasionará o aparcci11le1lto ele trincas que permitem a perda de co1n1)ressão ea 1>cnetração
da água na câmara ele con1bustão.

5) O oper;idor deve se acostortlár à roti11a ele verificar o abastecin1ento da 1náquina, não só do comN
bustí\•él, mas t.'lmbém o nível cJos depósitos cios diversos lubrificantes e do flu ido dos sistemas hidráu-
l icos. Não é incomum a máquina parar 1>or falta de combustível, sendo necessário paralisá-la Pª'ª
escor\1ar (retirada do ar das tubulações) o sist~n1a de alimentação, bein como a bomba injetOr(I e até
os i11jctores, com perda de tempo absolutamente indL:.séjávcl.

Por outro laclo, jarnais se eleve pôr a rnáquina ern nlovi1nento com o nível dos lut)rifican1es abaixo
das n1arcas norn1ais. Os equipan1en1os de tcrra1)lenagcn1 poclcn1 1rabalha' em posições de bastante
inclinaçdo, de sor1e que a tor11a.da da botnb<i de ó leo pode fie.ar parcialnlCtllC descoberta, prejudi-
cando a vazão normal do óleo e a lubrificação de peças vitais.

A ágv<i a ser adicionada ao sistema de reídgel'açã.o deve ser li mp(I e l ivre de corpos es1ranl1c:>s
(r}edaços <le es1opa, por exe-1nplo), que acabarão por obslrt.1ir algu1n 1>0nto das tubulações e levando
ilO supcraque<::irnenlo do 1l10lOI'.

6) Deve.se parar a m.iquin3, desde que os mostraelores do painel indiquen1 !)ressões muito baixas ou
elevadas, fugindo da faixa norn1al, especial1nente as dos lubrificantes. do niotor, ílt1ido cio sisten1a
hidr.íul ico ou do conversor de lorque. A lé1n disso, se a ten1peratura do siste1na de refrigeração
ultrapassar e se mJ.ntiver acimJ da normal, deve-se cxaminat a causa cJcssa anon1ali;;t.

7) Finalmente, recomenda-se manter a máquina limpa, pois o ó leo e a p<'Wira ac'lerida Í01l'nar)l tn11a
Cfosta que impede a constatação dê vazamentos, ltincas, falta de parafusos etc.

Conclui-se c1ue-, com medidas si1nples de rotina, 1Jôde-se evitar uma série de proble-nlas com sérias
consec:1üencias, razão pela qual há um d itado, conheciclo entre os que utili z:a1n eq1.1i1;>zuncntos 1nc·
c..inicos e q ue aíirn1a, con1 1nuita verdade: "A boa mé.'lnutcnção coincç;. com a boa operaç..~o da
1náqui11a"'.

• 5.3 - Manutenção dos equipamentos


A manutenção ~)ode sei' definida con10 o conjunto de processos utilitados com a íinalidade de obter
dos equi1)amentos co1ldições de funcionamento que resultam na sua produtivi(lacle nláxima e, ao mes·
mo tempo, buscar o prolongamento de sua "'vida úti l"', pennitindo a operação econômica ern maiores
pra zos.

31 2 Manual Pr<litko de Escava(QO


O conceito atual de 1l1ar'tt1tenção é ben1 1nais amplo elo qt•e ern tempos p<1ssados, qua11do havia maior
preoct1pação co m a assistência 1necâoica ao cquipa1nc1ltO, d esde c1ue esle apresentasse algum prob le ~
ma de íurlcio namento.

Hoje a n1anutenção mecânica j)(Oprian1entc d ita 11ão pode estar d issociada dJ lubrific.;ição e 01>eraç.ão
r<Jcionais do equipame1110. po is, na verda<le, esses três campos se acham intiman1entc ligados, de sorte
que. se um deles se revelar i neficiente, poderá influi r de fo1·n1a negativa no res11ltad o glol)a l desejatio,
que é, e1n últirna a 1lálise, o aumento da st1a "vid a útil''.

5.3 .1 - Manutençã o mecânica


As íall)as 1nec.G1'tic.JS J)rOvêm das peças dos seus diversos sistem as, c1uando algun1a parte vita l é afetada
ou danificada.

Várias são as causas possíveis d esS,\IS ~n on1.:i l ius, c nu1nc radas no livto "ManutCf)çàO Mcctinica Básica" do
prof. J. OtJJ)inski:

·1) Pro j etos o u esfJe<=ificações inad ec1l1ados a os requisitos do l rabal ho da máquina, ocasiona11do o
desgasle p re1n aturo e até a ruptura de algum componente.

2) f <llh as de filbricação de peças ou mon1agc1n defic iente ocasionando 1r inC<1s, tensões excessivas.
folgas exageradas que gcrarn ·vibrações ou impactos, falta de a linhamento das 1:>eças e tc .

3) F~lt-.:i ot1 deficiência


da n1antuc nção: são as peças que se desgastam prematurame nte ou soíren1
danos pela ausência da manule nção e/ou deficiências no atendimento.

4) Operação inadequada. devido à sobrecarga, c hoquêS, vibrações, r@<>ultando nJ n.1ptura de unl c lc 4

mento, que numa re ação em cadeia atinge outtos co1r1por)e1'ttes, produz.i1'tdô um da no d e grande
mo nta .

5) liá a considerar, tan1bém, co1no causa dos p íoble 1n.o1s 1rieclnicos, nos equipamentos já muito usados,
o d esgaste n.:.tu fal elas peç.-1s, re<lt1zintto !h(;."S as di1nensões de tal forma c1ue os esforços normais podem
4

determinar a ruptura de algum con1poncrlte, ou a inda a ação da fadiga (fo material. quando solic itada
por esforços çíçliços. ocasionando a progressão lenta da secção já tornpid.a ar'tle<io(mente"'.

5.3 .2 - Manute nção co rretiva e manutençã o preventiva


En1e11de·se por manutenção corretiva aquela q ue se pre<x:upa apenas em corrigif as fall'taS já cletectadas
e que prejudic;im o funcionan1ento no rmal da máquina.

Essa for1na de encarar ~ n1anulenção pode levar a situações difíceis, porque a quebra das peças ou as
fall1as cfe um sistema podem ocorrer de forma a leatória, exJ tame rite no mon1ento cn1 que a máqui na se
faz mais necessária.

~ prt.'Ciso le1n l>rar c1ue <l ruptura de um componente pode a íe1ar oulras peças q ue trabalham em conjt1n~
to. Ser ia o caso ele u1't1a en gren age1n da caixa d ~ câmbio quando, sofrendo a ruptura de u1n dc nlc, os
ped aços sol tos poderian1 cair exat.1me1'tte entre o utras engrenagens sen1 defeito, ampliando os danos.

A qt1cbra de u1na m ác1uina básica d e lJm ciclo de prodt.1ção, q uando não subslituícla, pod e interro mpê·
lo, deixando oc iosos vários outros equipan1entos, aurrientando os 1>,ejuíz.c)S. Seria o caso da paralisação
ele u1na escavacle ira o u carrega<:leira qt1e tral:>alh(l com unidades de transporte. ou de um trato' .. pusher"
qt•e carrega vários Nmotoscrapers".

Oper aç.ão e manutençao dos equipamentos d e tcr raplenagem 313


Em conseqüência dessas possibilidades cxtrcn1amcnte desfavoráveis à produtividade e rentabilidade da
obra introduzi u-se o conceilo da ma11u1e11ção preventiva, que vis.a principaln1ente evitar o u prever1ir o
aparccimc1'lto de falhas n1ecârlicas durante a operaçiio, delecta1'ldO os de(ei1os antes <le sua n'lanifesla-
ção e. sol'lrcrudo, evitando a ru1)tura de c ornponcntes funda.111entais pela substituição sumária de peças
que, já tendo atingi(IO certo n(11ncro de l'loras de traball'lo o u desgaste 111~xin10 admissível, COl''lsti1u en1
r isco ele quel>r..l a Cl•rto pra7.o.

O emprego da manuténção preve11tiva sig1'lifica vantage11s óbvias, 1n3s, 1>0r ser t.1m programa de im-
plantação difíc i l e. por vezes, de cus.to elevado torna sua aplicação anticco11õmica p<.lra as e mpres.:'ls d e
1>equeno porte.

Ah~m d isso, o progra1na de manutenção preventiva en\rolve alguns 1>roblcmas diíiccis, tais c omo a
determinação dos itens considera<-fo s c r íticos que, se forem cta1lificados en1 serviço, r'oden1 signiíicar a
pal'a lis..:-.ção da n'láql1ina.

Igual dificuldade reside na pesquisa e fixação da idacle crítica elas peças e cios lim ites de (lesgaste
admissíveis, pois, da deter minação cotreta desses valores, depcnele o S\•cesso ele todo o J)rograma d e
manutenção preventiva.

Esse progran1a é feito pra1ican1ente atr.ivés de revisões ou inspeções periód icas, baseadas no 1'1Ú1nero ele
horas trabalhadas Oll de q\1ilômetros percorriclos.

Par.i os cquipa1ncntos ele tcrraplenJgcm, JS revisões mec5niC(IS periódicas 5-50 feitas após o decurso de
certo nún1ero de horas de l rabalho, i ndicadas pelo marcador de horas da n1áquina que, por SllJ. vez,
registra um nún1ero proporcio11al às rotações do 1notor.

Comumcntc as verificações prcvc111ivas rccon1cndadas pelo fabricante s5.o feitas a c.aela 100, 500, 1.000
e 4.000 horas, examinando-se os componentes o u sis1cmas rnais sujeitos a apresentar problemas.

A cJd.1 100 h s.50 íeit<JS veriíicações sin·11>les, corno rea1Jerto d e parafusos, tensão das col'reias de
acionan1ento, vazan1entos de óleo, regulagem ele sislen'las etc.

Decorridas 1.000 h é feita <'.' i11sp~5o mo1iS det~lhada do motor, 1ransmissão e conversor ele torque,
freios, sistcn1as ele direção# hidráulico e elétrico.

A 4 .000 h já se recon1endJ a revisâo do 1'11otot, a des1nontage1n e ins1:>eção do conversor de Iorque e da


transn'lissão, do sistema de direção, além da ins1>eção mais cletalhada dos sisle1n<1s hid rá~1l i co, elélr ico,
de freio< eic. (Ver 5.4.5)

Nas 1nác1ui nas de esteiras a 1nanutenção preventiva preconiza cuidados especiais para a vcriíicação do
desgaste oorn1al das peças e dd ocorrência de quebras. trincas ou desgastes anormais qt.1c, se não fote1n
detectados a le1npo, poderão reduzir sulJstarlciot1lni«:n te a vida útil das esteiras..

~ io1portante obscr1•ar que essas \terificações e inspeções devem ser feitas ainclfl que fl máqt1in;i~ ;iparen·
tem ente, não apresente anormalidades.

Os defeitos apresentados d ificilmente ocorrern sem que haj a indícios 1'tévios, isto é, geralmente 1'ode1n
ser constatados sin1on1as que, se percebidos il tem1)0, aju<:lan1 a localizar o pto blema. <lntes c1ue surjam
consec1iiêrlcias clesagrad:íveis.

314 Manual Pr~tico de Escavaç:k>


Por essa razão, reforçando o que já íoi dito, deve-se ressaltar o papel cio operador e dos res1X>nsáveis
pela tnáqui11a oa n1anutenção preventiva. Qualquer anormalidacle que persisL:"t por algu1n leo1po deve.
rá ser ob jeto de inspeção mais rigorosa pela ettt.JiJ>C: de rn."lrlutenç~'io. Às vezes, trata·se ele proble1na de
fácil soluç.!io; ein ourras, porém. podem-se co11statar ialhas, que. se não forem sanadas, serão extrema-
mente prejudiciais aos n1ecanis1nos internos do equipan1c11to . Por essas razões, deve-se alertar os ope·
ra.dores qlranto a certos indícios n1ais freqüentes de anormalid<1des ou clefeitos mecâ11icos.

1'-'o caso das n1áquinas de tcrraplcnagcfn, os n1otorcs diesel, as transmissões e parte rodante s-Oo, devido
às condições severas de operação, os mais afetados. e, JX>rta11to, devem ser objeto de alenç.50 especial na
manutenção preven1iva.

1\.\anutenção prcditiva
A nla1lule11ção cleno 1ninacla preditiva é v m novo conceito de exames periódicos de con1ponenles e
sistemas das máquinas pare) detectar-se ua prioriN possíveis fall1as n1ec..~nic.._1s, evitando--se dessa forma a
ocorrência ele c1ucbras. i1n f>tevistas que podem significar danos graves aos 111ecanis1nos.

Como exemplos desse n ovo enfoque. te.nos vál'ios pl'occdimcntos como a anJ.l ise periódica do ó leo
lubrificante do 1notor ou d e qualquer o utro sisterna, o emprego de ultra-som e do n1agna-ilux para o
exam e de trincas internas e.11 1leças melálicas e 1n<1is rt..-cerlteo1e111e a ressonância magnética.

Para a análise de ainostras do óleo ltrbrific...intc, cm1)rcga-sc o aparelho dcno1ninado espcctroíotôn1etro


Petki11s- Flrner. São rctiracJas amostr.as periódicas do óleo lubrificante em exame e dercrminam-se pelo
espectro fotô 1Yietro as concentrações de partículas rnct<ílicas en1 1>p111 (partes 1>0r n1ilhão). A elevação das
concentrações é indício da cxistê11cia de desgaste a r1onnal. O defeito será <fetectado anles de causar
clanos in1previstos ao mecanismo a que não se tem acesso direto.

O uhra·som e o magna·ílux S<i.o exames 1>ara detect<'lr-se trincas internas ou superficiais, invisíveis a olho
nu, sendo especialmente indic.Jdas no caso de rupturas internas 1:>arciais JlOr í:tdiga do matetial, dificil-
n1cnte identificadas por outros processos.

Outro exem1)IO é a determinação da alcalinidade do ó leo do motor enquanto não se atinge o período
de tl'o ca periódica. Con10 é freqüente o uso de combustíveis co1n 11rescnça de enxofre, cstC reage co1n
o va1>0r de água da coml)uStâo, forrna11do ácido sulíúrico que é forte agente corrosivo. f'.'este caso,
deter1ni na·se o gl'a1.1 ele alcali nid acle do ó leo, pela determinação do TBN (Total Base Nu1nbcr), ou l>Cjil,
à quantidade rem(lnesce111e ele hidróxido de pot.5ssio CKOH) enl n1g.tgrama de ó leo ql1e não foi ne\1tra-
lizada pelo ácido.

Q uando se usa óleo diesel com 1o/~ ele enxofre, recomenda-se que o lubtiíicantc novo tenha "íBN = 20
e quanclo ;:itingir TBN = 1O será necessária sua troca antec ipada.

Defei tos n1ai$ comun$ nos n1otores diesel:

• superaqut.'Cimento do siste1na <.ie refrigeração en1 condições 1lormais de lr.1b:tlho;

• vibrações, ru ídos a no1mais, batidas i1lternas;

• furnaça 110 cano de esc.ape e1n c1uanticlade ou coloração anormais;

a cor 1>ret'1: excesso d e con1bustível con1 queima incom1) leta, h~bri ficante q uein1acfo na exp i o~
são etc .;

Operação e manutenção dos equipamentos de terraplenagem 315


• cor bra11ca: 1lJO flá C>Cplos.lo em um ou triais c ilindros, devido à falha do bico injetor, falta de:'
con1pressão, ar no sistema de injeção etc.;

• cor azul: óleo lubr1fic.olnte na câmara de combusl3o;

• consumo excessivo de con1bustívcl ou lubriílc.1n1e;

• dilniouiç.ão de p<>t~n c1a pela fal ta de conlbl.l)tívcl ou ele ar, fa ll1a ela bomba i11jetora etc.;

• prest;.\O baixa do lt..1brific.,nte;

• partida difícil, em virtude de deficiênciétS do ....t..tema clélrico, bdteorl.l ou compressão banca.

Dcfci1os mais comuns na.s trans1nissôe$:

Mcc!l.r1fcos:
• difictildacle no acion~1n·1c 1·1 to da embreagem principal;

• dificuldade ou imp<Xi;ibilidade de engrcn.Jr ou desengrenar alguma marcha;

• ruídos ou • roncos" nas caixas de engren.ag~n10;

• dificulda<ie no acionJ1ncnto das en'1brc.'.'lgc11s lalcrais ou no gil'O dt1 m.iquina;

• francos o u l>atidas .'\11onnais.

Hidr.iulicos:
• movimentos lentos. e f.llta de 1orque;

• aquecimento anorm.al do c;istema;

• 1>rcssão anonnal do fluido.

Parle rodante:
• v('rif'ic.ação da tcns.Jo d., esteira e ''-'gulagcm;

• medida do <IPsg.;u.tc dos componentes: cios, buchas, S.tpalêts. rol<.1t-s etc.;

• alinhamen10 da estPlr.l e da roda de guia;

• v.i1.lmento de ó leo dos rolclcs de lubriíic._1ç.,<> pcrn1ancnte;

• inspeção de lrincas, rl1pturas, folgas cxcesslv.ts dos diversos componer1tcs.

Sistema de injeç-lo dos moco1cs d icoel:


• t~res de pressão de 1n1cçáo - falta ou excesj() de prcssd.o;

• vOJzamentos de ~r;

3 16 Manual Pr~t.tco dt Esuvaç.Ao


• entupimento das tl1bulações com COfJ>OS estranhos;

• tempo insuficiente de ir1jeção.

Sistenlõl elétriço de p<lrticla:


• fa.ltJ. de carga das bate rias;

• conexões dos cabos com deíeito;

• d efeitos no n1otor de arranque;

• gerador com defeito, baterias sem carga;

• ruptura da capa de proteção, com terra ou curto·circuito.

~ e\•idente que as in dicações acima servirão apenas para chamar a atenç.30 do OJ>Crado r ou <los rcsporl-
sáveis pela máquina para os defeitos mecânic:os mais c::om uns. Os manuais té<;;11icos de ofiçina, referen-
tes a.os diversos equipa1nentos, es1udarn l'°nnenorizadamente os componentes e sistem as da máquina,
descrevendo o seu funcionamento, desmontagerr1 e rr1ontagem, berr1 como os defeitos que p ossam
surgir e a 1na1lcira correta de id entificá-los e corrigi-los. Nos 1na11l1ais de origem norte-americ:.ant1 a
enurneração dos (fefeitos 1nais comuns e a 1naneira de con s.el'tá-los deno1ni1lafn.se "trouble shootingN.

Sistema de monitorame nto dos equipamentos


Sendo a m anutenção pl'eveilti va a 1nelhor 1naneira de presel'v.lr os nlecanisn1os das m áquinas p ara
aumentar a vida útil, os f.lbricantes, valendo-se do desenvolvimen to da eletrônica, cri aram un1 sistema
de n1onit0f'anle11to ele-Irônico através da irnplan tação de sensores nos divetSos sistenlas da 1náql1ir1a
para cfetectar de irr1ediato a ocorrência de fall1as n1e<:ânicas rnuilo a.111es de se(e1n 'econhecidas pelos
responsáveis pela 1r1anutenção e evilan<io () asravamento do prol>lerna.

Os J)l'incipais sistcrnas 1no11itorados sdo:

• !)ressão do ó leo lubrificante do motor;

• pressão do óleo no trem de forçai

• témperatt11'a do l íquido (le arreíecimento do 1notor;

• te1nperatur..1 do óleo do sistema hidrátrlic:o;

• indicador do nível de combl1stível;

• número de rotações (lo motor {rprr1);

• i1ldicador ela 1narcha de tra11sn1issão;

• contro les eletrônicos da dirc..'Çâo ~ transrniss.ão.

Esses indicadores s."io instalados em pa inel na cal>ine jvnto do operatlor, Cc)rn (:ícil lei1ura, luLes ver1ne-
lhas de advertência e até sinais sonoros.

Operaçao e manutenç3o dos equipamentos de terraplenagem 317


Em ;ilgun41 C'ql111>a111cntos o mo1)itotamcnlo é n1ais completo, íotnccenclo ao operador quatro níveis ele
avisos de .1dvc1t.,ncia, cSepc..-ndcndo do;1 gr..ividade da ocorrência.

• O)fo.ltmc c~tcgoria 1: identifica os sistem..ts qve necessitam atcnçâo do operadot-. com mau
h.1ncionamcnto mccdntco ou (.ill\ttS. nos indicadores de- dcscmpcnho;

0il~rn1c categoria 2: 1nd1ca so~r<lquN:1mcnto rlOS diverws sii,.temas d" máquina;

• cif;irmC' categofia 2-S: alan11c ~onoro constante para alert.Jr sobrC' condição séria em um ou
nlais sistcn1as, exigindo to1nacla df' 1nNlidils ele co1'l'CÇJ0 i1n('Clldt-"' ,,,,,,l PvitJr cl.;tnos;

• al,..rmc c.••tcgoria 3: soa a l.-trn1tt sono10 e lu.t vermelha pisc...anclo, ,,,,,;i


advcn:ir o opctadot que
J n1.Squina deve ser i1nediatan•e11tt> (>ar.ilisada para evitai' COO)C(f~l ~n<.1.l\ graves ao Sistema cm
p..in~ e ao próprio equipamento.

lu~ piloto de acfvertênca..i do líql•idu d4: arreiecimento;

• luz piloto da carga da bJtc.•ria;

• Ili/ 1>il010 da pr~qo 00 ó leo do 1no1or;

• h.1.c 1>1loro da tenlper.Jtl•rJ cio 611;..'0 cl;i 1ransrr1issão;

• ltr7 piloto de íalh;l no p,1ir1cl ele n1onitOl'J1)lCnto.

5.3.3 - Oficinas de manutenção


Uma 4..'qui1>e de m.iquin.as de letrap~tlclgt"m l'"'iG~ oficina de manutcrw;lo polr.l e)(ecutar os reparos de
íalh3s rnctJnicas e manutenção p,.evcnti~.l-

As máqu11•i1~ dt• rnovimento de terras s.âo, sol> o ponto de \•is.ta meclnico, ~~t.antc con1plexas e possu·
em nlcca111lf>n1os <liversos com pr1nc1p10<. ~ íu1lCion.amento 101almentc diferentes.

A tcndl!11liil ~ l lt,ll, no setor, é a da cs1:x..'CiJli1ação, d ividindo..-se a oficil1J cn1 setores, n1as sempre solJ i'I
l"Cspon::i"1bilidadc de u111 encarregado g<'r;il (I~ bo111 nível técnico.

Assim po<_lcm ser citados os seguinte$ sc..otorcs:

Motores diesel;

• Si~t"111a d,,_. alimentação e i11jl.>çdo do combustível;

• lr.inSl''l1issõc:i 1n<.-çânica);

• Siblcrnas hidráulicos e transmissões hi(lro11'1cc.51licas;

• Esteiras e demais componentM RC'cupera~Jo das peças;

Si.,._l"Md) el~ricos;
• Ft.1nil.:iria, serralheria e pin1ura;

• Borracharia;

• Usinagcm;

• Desn1ontage1n, lavagem e limpeza;

• FerrJ.mcntaria.

Uma oficina de campo de p<..--c1ueno 1xine exige instal<ições, cquipan1e.11os e íerramen1as J)ara (!tender à
manutenção (l~s 111áquinas, tais como:

• Barracão cobeno, com pé·cfireito 1níni1no ele 5 m;

• Conjunto getador <liesel.elél rico de j)Olênçi(I com1)atível co1n ~ carga instalada, inclusive
i h.1 m inoção;

• 1\llác1u ina ll<tr<i solcl;;i elétric.J e conj unto para solda a oxigênio;

• Fura(IC1ra fixil e respectivo jogo de brocas;

• Serra mecânica para corte;

• Compressor de ar de pequena capacidade;

• Torno mec.:inico;

• l>rensa para cndirei1ar peças;

• C-..vJ.lcte metál ico e talha para 2 t. no mínimo;

• Macacos l1idrát.,licos p~ l'J 5 t, no 1t1ínin10;

• ...Kil'"' de fcrram~n tas comuns;

• " Ki1" ele íerr;imei1tas especiais ~'ll'a algu1na..-; 1ná<~uinas;

• Equipamento ''ª'ª o teste de inje1ores;


• Equiparnc1ltú para t<."St~ do sisrema elétrico;

• Jogos de tarrachas para roscas diversas;

• F:;cbolos com n1otor elétrico;

• Forj~ co.n insuflação de ar;

• Corf;idor de c.1l>OS de aço.

Opetaçao e 1na nutenção dos equipamentos de terraplcnag em 319


Um dos priocipais cuicrados que se deve tom.:i r nun1J o ficino, c-spt.."'Cialrr1c ntc as (lc çan1r>o, é quanto a
sua localização, a fim de livrá-la ela presença da poeira prove1l ien1e de estr~d.as de serviço, instalações
de britagem, usi1las ele asfalto e tc.

1\ poei ra e o pó são extrcnl an1cn1e prej t1diciais aos eq-.1ipamentos porque produzen1 o desgasre por
abras5o. Assirn, 11ão se ad1n itc poeira dentro de oficina m ecânica em q ue r>eças de precisão s5o
manuseadas. A lé1n disso,. a pres~nç.J de 6 1eo e graxa íaz com que a poeira e o pó fiquem ad eridos aos
lubrificantes, formando um a pasta altanlCl'>te abrasiva.

5.3.4 - Almoxarifado e estoque de peças para reposição


A lén1 da o ficina, será necessário instalar o almoxarifado de peças de reposição para os equipan1en1os,
com a imediata s-.1bstituição das que $C d<lnificam ou se desgasta1n d uranle a operaçJo.

Em consec1üência do grande número de itens envolvidos, não será possível a aquisição e estoque de
todas as peças,. pois isso envol\'Cria a in1obil it:açiio <lc gra1ldc parte do çapital de giro da en1presn.

O J)roblen·1a se resolve, en1 parte, através do estabeleci1nenlo de critérios para a determinação cios itens
de maior consumo e aqueles que são coosiderados crí1icos para o funcior1amento normal d a 1náquina.

Entre os prin1eiros podemos c itar as chamacl(ls peças trabalhantes que, pe la sua util ização, tênl urn
dcsg.:is1c n1ais rJpidc,, vis10 que fican1 sujeit..i.s ao atrito pcrn1anenle, alias prC$SÕes de contato, alén1 da
presença de materiais abrasivos. Nesta categoria pode-se me1lcionar os componentes da pane rocJante
dos t1a1ores de esteiras, f<:icas da IS1nina e partes cio 1necanismo das máquinas de controle por cabo
como polias,. eixos, cabos de aço, guioc hos etc.

Outras peças são de desgaste m ais l ento, mas, con10 estão sujei tas a esforços co11sideráveis, têm
probabi lidade m aior de sofrer avar ias. Neste grupo podemos c i1ar todas as peças móveis, ai nela que
recebani lubr ifiçação constante, com o engrenagens da transmissão, coroa e pinhão, nlar)cais, rola-
m entos de esfera, p(lr tes n1óvcis do motor (1)i::.tôcs, anéis, eixo do vir.1breqliinl, bielas, casqui lhes
etc.), con1ponc1ltes d os sisteo-.as hidráulicos (retentores, n1anguciras de borracha, bombas hidrá,1li-
c.as ele engrenage1'1S etc.). Fi nal mer1te, há o utr os eq uipan1entos c1ue di ficilmente sofrem avarias e,
eo1 geral, não são estocaclos. Entre eles as peças estruturai s, as carcaças da caixa de c.1n1bio, do
diferencial e do comancJo final.

P.:lra <.tlguns itens, considerados crí1icos no funciona1nento da máquina, prhl cipaln1en1e quando há
várias ur1idacles do mesmo tipo, con,,én1 n1~ nter con11>0ne.ntes de reserva, a íim de evitar o r isco da
J)arali::.açâo da mác1ui11a ou, em se tratando de trator NpusherH o u c.:1rregaeleira, da interrupção d a pto-
d1.1ção tOtill da ec1u ipe.

Assim, convém n1;inter e1n estoque alguo1as peças básicas como bo1nb.:i. injetora e bicos injetores, f.."Stci-
ra conlple1a de reserva, pneumáticos de roelagen1 es1:>ecial etc.

Por outro lado, a <1uestâo se torna m;iis complexa quando hã equipar'l'u~tltOS <fe d iversos filbrica11tcs que
reqt1erem a am1>l iação dos estoques, aumentando as dificuldades de seu controle e exigin(IO grande
imobi lização de capital.

A melhor política é procurar, cJe11tro do possível. uniformizar a equipe, usalldo os cquipamen1os de um


só fal)ricante. Q ua11do isso não é possível, é J)refcrivcl a co1n pra d e nláquinas que tenh(lm, pelo menos,
algurls componentes idênticos, con10 1110tot, tl'a1lsn1issão, sisterna de i njeção etc., e a 1>0ssibil iclade ele
intercâmlJio das peças de re1X>siçJo.

320 Manual Pr.ahco d~ Escavaç.)o


5.3.5 - Manuais técnicos
0$ f"bricante< de equipamentos id6ncos íorncccm ao usuário todas aç nlfonnaçõcs sobre a opetaç:io.
princípios de funcion;imento e m.-nutençao da máquina.

• 1\r1._1nu.JI c&o operador: q\•C mosrra rodos os delalhc:.'S de funclonam~ntO e lubrificação corrct.a
cl.-i m~quina.

• M,111uJI de peças: com (O(fos os co1n 1:>0nente-s desenhaclos 1· Olilluciosa1nente numerados,


con·, ldcnlificação de cadJ pc_•ça, dos 1>oraíusos ao "ch\\S)i". l ~i.c> 1>0~\ i bilila a rápida carac:teri.
z:t1~0 ele cada componente e a 'ilia ;.iquisiçdo, se.n dúvidas ou rngo.nos.

• Manual de manutenção ou dr oíic1na: no qu.JI se descrevenl o funtionatnento, os mérodos de


dcsmor1t~gcm. reparo e remontJgcm dos sistemas, sendo ab...olul.uncnlc indispensável a sua
ut1liz.aÇio na dic1n~ de ttip.1r<h

• 5.4 - Lubrificação dos Equipamentos


Generalidades
'1.'\o ~ nc•ccss~rio enfatizar ~ i1n1>0rtjn<- id dct lubriíicaç~o dos equipamentos ptlra, junto com il su:i
operaçno ral icn1.,1 e a 1na!''lutcnçào preventiva, procurar o aun,ento cfíl vlclll ú1il e o rctarda1ncnto da
~ubstltu1ção das n~áquinas já ci.:sgas1;id;i..,.

o\ util iL.J~Jo no11nal da máquina imphca d~ga.s.lc progressivo, atingindo t"'f>{'CiJlmcntc ilS partes ~·Ci$
~ as que r.cam crn contato com matCl'iai< J.brol)iYos .

.\s prinCip.liS causas de desgaste são:

O atrito entrP o~ compor.entes com movimento ou dcsliza111coto rcl<11ivo, embora llaja lubrificJçlo
entre c lM, resulta en1 desgaste lento, m.:is inevi l(~vel, reduzindo a dimens..1o cf,1s pl.<ças e aumentan(lo :.s
folgas previstas no projeto da n1áquina.

A corrosrio. (.On~idcrada con10 u1r1 dos ÍJtores ni~ is im1:>0rtantes no dr~g:istc c m certas peças dos n1oto..
res, derivo da (orn,ação de áciclos corro,.ivo' 1>1C->vc11ic111cs de resíduos de enxofl'e 110 ó leo con1bus1ívcl.

A abraido originada de matéria estranha que penetra em determinados componc11tes mecânicos, co1no
poc1r;is, llro11'1 ftulas de solos muito fi1,os, oo da formação de subprodulO\ dcnlro da câmara de combus..
ião. resull•ndo no dcsgaS1e preman1m dc<5<ls peça..

Os ll1bríílc... nll..., s.io produtos que, pe-tas <;.u.a' coiracteríslicas. reduzem os agentes de desgaste citados..

O a1rito entre t1S superfícies redu1-sc sulhtJnçi.-.lmt:nte pela íormac;do de uma película de lubrificante
que, ele certa forma, sep3r3 ª" par'!("\ 1116v('iS C'm contato.
A corro.sJo é çon1b~1ticla r><>r sul)'S1ant.i<l5 que irn!)e(lem as transforn1açõ~'I quín1ic.l\s elas quais resut1an' os
agcntt.."S corrosivos.

A abraslo é d111,inuída pelos processos c:lc (Jhragem do combustível <' cio ilr que 1>rocuram eliminar as.
partículas sólid.as de grande dureza.,, respo,ts.1veis por esle tipo de dcsgas:~.

Oper4'çlo e- manvtençào dos equipamentos de terraplenagem 321


NJo obst.11'1(~, ;ilNn dessas funções cor1sid~.tclJS prirnordiais, OS lubrificar.rts servem para 0011'3$ final icbô.."S:

• rcduc;.io cL1 força ou potênc1:. ntt~~Sria para a operaç-l.o d.a máquina e de seus componentes.
pcl.J sensí,·el redU(.âO do arriro ~xl~rt'nte entre superfícies mc1jlicas móve;s;

• d1,~i1>ac;:.ode parte do calor g<."f.lck> na operaçãO de compo~tes mcclnicos que se atritam


ou provenie1'lte da grande quan1icl.1ctc de calor result<tr\t~ dot qutlmJ do combustível, atravéi
d,l 5UJ çirc;ulação e passagem cm dis~ipadorcs de calor;

• duxílio ''ª vedaç.30 das cS1t1Jr,1s tlc (.:Ornl>ust5o, no interior das quJi~ ~:ln geradas ah..;-i:,. p rc:i.Wci
d<' ro1n 11ressão, su1>0rtadas pelo~ n n ~is dos ç il indros e pelo lubd(i(,1nl<' c1ue perma n ec~ rl~~
fols;a" 1nínl1nas existentes c11trc os anéis e J camisa do cilindro;
• rc1l1oç~10 00.s substâncias ~brasiv,1s. através d.;1 circulação do lubriíle."lntc e: sua reten~;o por
fihrM.

5 .4.1 - l ub rificantes
Sabemo> que, quando duas superfíci<"" 11l("l.íl1c.a). tstdo ern ront<>lo dueto e providas de movimento
relativo, o apoio entre elas scr.i feito dC\11do Js irregularidades microscópicas ('ntrc a lg1Jns ponlos de
co11tatc> de 1>eq1JCníssima área, nos quai1t >ubsisiirlo cargas e pressões clcv.icll'S, aun1cntando a te1l\pcra·
tur.J e proWK'.:indo <' fusão e a solda cl~ 111('{JÍ5, w a dura~'áo do con1.:i10 for COt\tínua e p rol ongad~.

l>or 01..1ltO lado, o desgaste rcsuhanlc 1ornt1 ,,, '\u1>crlícics polidas e, conscqücntcn"IC!lle. expostas à a~Jo
inci~t'j.ivcl dos Jgcntcs corrosivos. rei1Pr.'t1"lclo o processo de desgaste.

Por css..- r.Jl~O, procl1ra·se introduzir um.i sut>,ldnçia cnlre as p.:trt~ rnt:t..~li(.:JS que possa petfnancccr
entre el.is, ainda que submetida a cl~vad."I" pressões e temperaturds, graças à alta resistência elo
cis.alhamMtO de qu(> é prO\•ida.

As sub<.1Soc1as que satisrazem a ess.Js cood1ç~ ~eras de l'ra001ho s.,';o d~ninadas genericarnerlte de
lubriOcantes.

Dc11tre cl1ver'd~ 'ulllildncias de origem 11Jtu1JI, <ininlais, vcgc1ais ou min<:'r.1lc:, v.iri.is 1>0ssuem propricda·
dcs lubrJOc.ontcs. Todavia~ os 61eo~ 1nil'terais prc>v<'n1enres da dêSliltiçJo cio pC'11úleo slo os rnais indiCJ·
dos l">ilr.1 t.JI t.1>01 devido às suas caraC1crfc:rlc.is ln1rlnsccas, e cios quais 1·•0!. o<.u1>artunos daq ui em diante.

t.n1rc .is propriedade~ nc;llt1rai., cxigicld> de um lubrificante d is tingucm-"'C clu~\: .adesJo e coes.do. A acf.c-
são é a propried.1de de as partículas do lubr1ÍIC4lntc ;iderirem fortemente;. $Uperflc:ie de materiais mctj,-
licos. A ct'X"Yo. devida =- intera.ç:io de forças de natureza molecular, permite que as partículas do lubf'1·
ficante >e u1·1Jm Um41S à< outras• .Jind.J que~ a. forma de pêlículd~ muito finas e submetidas a pl"CS~
entfe JS supcrlí<.ies em contelto.

fm rt"~umo, o lul>rific.ante deve sei uma sulx:13ncia que possua caractcristic.:is de adesividade e ~o
para se m~ntcr no 1>equeno espaço existcntr rntrc- duas su1>Crfíci~ nt6vPi~ em contato, s.ob a fonna de
u1n.:i 1:>elíc..ula que n.'io sofra soluçao de cont1nu1dade, ainda <1l•e sot) pr(•st;.,io.

5.4.2 - Características dos óleos lubrifica ntes


Viscosic.fade
~ a P'C>P'1t't1Jclc essencial de um lubt1licJf,,C, rcpre--entada pela resistênci.J int<'«ta oferecida pelas n10.
lé<:ulJs do fluido ao movimet1to relativo d.J.:. suas diversas camadas.. ''~"1m. qu.ando uma camada desliza
facilrncnte em relação às outras. dizemos que o fluido tem pouca v iscosidade (ex.: água). Ao contrário,
qua11do há resistência ao desli zamento n1lítt10 das cam;i.das, dizemos que h~ alta v iscosid;ide no fluido
(ex.: ó leo lubrificante).

Em termos práticos, a ''iscosidade é medidíl pela maior ou menor f~ci l idacle de escoamento de 1,1m
fluido a determinada tcmp.cratura, ou seja, a medida c 1n scgu11dos do tc1npo necessário para que o óleo
lubriíicante escoe por un"l oriíício sob a ação da pressão e do seu p~ e-specííico.

Sob esse J)rincípio (oran1 construídos \•ários medidores de viscosida(le (viscosímetros), sendo o mais
enlprcgJdo o de SJ)'l>Olt.

Nesse aparelho a viscosidade é 1nedida pelo número de segundos necessários para que 60 cml de ó leo lubrifi-
~i.nte escoem através de um orifício de cliâmetro e com1>rimento padroniz..i dos, a determinada tempera.tul\t.

1\s ternperaturas utilizadas para o ensaio pocle1n variar, adotando-se ()'>F (-1 8ºC}, + 1Oo<>F C+37,3ºC) ou
+ 2 IOºF (+98,8°C).

Assim, a viscosi<iade é expressa 1>ela llnidade der-101ni n.ada SSU, isto é, Seguncfos-Sa)rbolt-Universal, a
certa tc 1npera1ura.

U m óleo h.1brificante, com viscosidade 70 SSU (a 21CJ'>F), possuirá um grau ele v iscosidacJe corres~:><>n de n te
ao lC:.'tYllX> de 70 scgu1'1dos 1hlra o cscoon·1,-.1to da an·l()Stra no viscosí1nctro Saybolt, aquecido a 2 t O"f.

Varia ção da viscosidade co111 a temperatura - Índice de Viscosida<le (J. V.)


I! fácil veriíicar 1>ratical'nel''lte a iníltrê11cia da tempetatura na velocidade de escoan1en10 dos lul>rifican ·
tes. Em geral, a temperaturas baixas, o 6100 se torna n1llito viscoso, escoanclo lentarnente e rt•Ostra11cfo
un1 11ú1nero SSU 1nui10 elevado. ,\o co1"ltrário, a altas te1"l"lpera1u ras, ele se 1or1'la 1nuito íluido, escoando
com n1(1ior íaci l id.:icle e ra1>iclez e inclicando um nún1ero SSU bastante reduzido.

Graficamente a variação da viscosidade com a ten1peratura é re1>resentada 1>elas curvas típicas para dois
ó leos A e 6 ou por retas e1n escala logaríuníc.:, .

Exarnina11do-re o segundo diagrama, ve'iíica-se que para os dois ó leos A e B. variar1do-se o ir)tetvalo da
temperatura de T1 para Tl ' a viscosidade (medida em SSU, por exemplo), diminui em n1aior proporção para
o ó leo 8 do que para o óleo A. Dizemos, c 11tão, que o primeiro tem o ind icc de viscosidade (l.V.) me-11or do
q~re o segundo, pois ;t reta A é menos inclinada {tem coeficiente angtilar menor) do que a reta B.

8
1
A 1
~ IA

] i
-··1·----------
TEtmpcra1ur:1 T,

Figu1<1 5.1 -Varia 1,,".ào d a \•iscosida de com 3 tc:m1~ ratu ra

Operaçao e m anutenção dos equipamentos d e terraplenagem 323


Lm síntc5C', u1"ll óleo lulJrificante tt.'<á maior 1 V. quanto menor for .a varidÇ~O d3 viscosidade, no mesmo
intervalo de ten1pcra1ura.

A comparaçJo será feira com dois outr0> ólt..'05 cujos índices são fi"'1dos ('f1trc O e 100. arbitrariamente,,
a um. dc1enninada 1emperatura (100''fJ. mas que a 21~ apresentam os rrês a mesma viscosi<bdc.

Sendo:

l • viSC<Kldndr a lOOOF de u1n ólc..'O com l.V. ~O, fixado arbitrdr1c:.1ncnte;

H = vii.toi,h_t,,clP a 1O<Y'F de outro óleo con1 1.V. = 100, fixado arbitrariarnPnte;

U .... vi5cosidadC' a lOWF de um ó leo cujo l .V. o;c deseja detern1inar.

O Índice ck! Vi)<.osidade sefá:

L-u ~
IV - - - xlOO
(L H ) 1of'1

'----~--------1---Tempereture
100-f ..... rFl

Figur.a 5.2 - Vi1ri0t(3o do índi« dt' viscos.idade com i'I tempt-rarura

Em tc11no:. prJ1icos, a dctermin~ç:io do 1.V. de lJm ó leo é i1r1pottJnt(• p.1r.1 a vctificação dos limite:.
atingidos pela viscosidacle, quélndo h.1 gr\lnclcs variações de tempert"lf(1r.1 nnlbicnle en1 que se u~1 o
equipa1ncr,to (clviJo, 1>or exemplo}, ou n''Cs11lO num e<1uipamento de 1crra 1> I C'1lag~rn C(lrC trabalhe num;i
rcgi.'.'io 1r,u1t<> frit" ou muito quente.

Note-se que o l.V. poderá ultrapassar a Í.lÍ)(a de O a 100, sendo comuns hOJC etn dia óleos cujo l.V. ~
bastante •uperior a t 00.

Ponto de fulgor ~
inflamação
Ponto de- fulgor~ a temperatura :t qual un'I 61ro lul>rificante aquecido desp1endc vapores que se infla.
marn, i.c cm con1a10 com unl3 eh\lm.a, por breve l:ipso de tempo.

O 1>01110 de ir1flamaçâo se situa cerca de 'lO :t 4<Y'F acima do ponlo de íulgor ~a c hama deve se 1nanter
durcinlc !)Cio 1't1c11os 5 segunclc>:,.

Este c11~c:1io )C de\tina à análise da contanllnaç~o do óleo com prodtatos mn1~ voláteis como o óleo di('scl
ou a gasolina. Além disso, es.tabelece o limite máximo de temperatura de ai>licação do óleo, a partir da
qual há o risco de inílamação.

324 M..noal Prbt1CO d~ Esca\açAo


Ensa_io <le corrosão
M eclc a ação cortosiva de um lubrificante, que geralmen te posst.d resíduos de enxofre liv re, e seus
compostos corrosivos, sobre a supcrlícic polida dos metais. O método utili zado consiste ern testar a
d escoloração de uma lâmina de cobre, su jeita .ao maior ou menor ataque dos produtos nocivos.

Índice de 11eutralização
É o peso em m il igramas de hid róxido de potássio (KOH) necessário para neutralizar (pH = 7) u1n grama
de óleo. A razão prátic.:i desse ensaio reside na determi11ação do grau de oxidação atingido por um óleo
já usaclo, indicando a perd<l dos aditivos que a inibc111.

Ot1tros ensaios
Notn1aln1e11tc os lubrifican tes são sujeitos a outros ensaios que possuem, todavia, pequena i mport~ncia
para o usuário,. como: peso específico, dc nsidacle, ponto de congelamento, cor, resíduos etc.

5.4.3 - Aditivos
Eml:>0ra os óleos lubrificantes m inerais. resultantes c'l a destilação cio petróleo, e denominados óleos
minerais puros, tenham as qualidades dê adesão e coesão para o uso nos equi1:>a1nei11os. e.-n deterrnina-
das ap licações específicas há necessidacle de se melhor;:ir o seu desempenho pela adição de substâ11cias
que reíorç.;1n1 o u desenvolven1 novas Cilfactetísticas '-'Spcciais e às quais denominamos aclitivos.

O s aditivos podem ser definidos como substâncias o rg.ânicas que, por reações químicas ou por ilçi'io
direta. fornecem novas características a um ó leo lubrificante ou reforçam certas 1)r01)rieclades naturais.

Os princi1:>ais aditivos c lassificam-se em:

Deterg~ntes: co1t1postos Ct.1ja ação consiste na l impeza das superfícies rnctál ícas, impedindo a formação
de depósitos como borras, verni ies, resíduos cafbôrliCOS da combustão r...~c.

Dispersantes: substâncias que man têm em c;11s1:>e11são os sec:li n1enlos e outras irnputezas, evitando o seu
de1)6Silo nas parles baixas dos sistemas de lubri ficação.

Inibidores de oxidação: impedem a ocorrênc ia de n1odifioções quíniicas que altcrao1 as características


do óloo, aumentando-l he o tempo de utilização.

lnitJidores de corrosão: d imi11uc1n a ação elas subsi..:;.ncias corrosivas sobre melais não-fertosos.

l nibidOfCS de ÍCrruge1t1: previnem a açâô da UITiidade (vapor d'água provenicnlC da C0 1nbuS \~O) sobre
os metais ferrosos.

Redutores de de-sgas1e: aun1e11tan1 a resislên cia do óleo à ação de pressões elevadas, reduzindo o risco
da ruplura da película. lt.1brific.ante.

Reforçadores do índice de viscosidade: 1:>erm ite1n amp liar a faixa de temperatur<1s exttemas de aplica-
ção cio lubrificante.

Redutores do ponto de congelamento: sua ação teduz o ponto de congel<imento do lubrificante, per·
mitindo o seu us.o c m tCrrlpCraturas 1n uito baixas.

Antiespumantes-: eviram a formação de bo/11as de ar o u espumas pcrsiste11tes.

Extrema pressão: evita o romp imento d a pe lícula lubrifican te wb pressões muito elevadas.

Operaç:io e manutenção dos equi pam entos de tetraplenag em 325


O~ J<litivos são 10COf'J'>O'.ldos ao óleo pelo filbric.intc. tcr1do enl vista o tipo d<' fllllicaçlo do lubtific..1n
te, par• lhe fornecer J.S caraetc-risti(:as ne<n~rias às C01ldiç6M de uso.

5.4.4 - Classifica ção dos ó le os lubrificantes


·rendo cm conlc1 d~ dJ)lic ações d iversiflcJcfa<: dos ó leos Jubrificnntcs nos equ1pa111cntos, será ncccss:irio
clJ.>)ifi<.~-los, a te11dc11(k> ~<: car-.cterístic.ls c.Jc cacJa um.

5.4 .4.1 - Oassific•ç3o API (American Pelroleum lnstitule)


A API cta.ssifi.ca os óleos para motOfCS cn1 duas linhas:

A linh" S para serviços ou para rnolôreS 00111 ignição elétrica (,,_..1k iJP1iti0tl} e a li1\ha C para motores dlC$el
(<:<J111prcss;on ignitio11). A letra seguinte indic..i n tipo de n1olor a g.1i.olina para o qual ele é lndica(fo: SJ SL SM.

Por exemplo, o ó leo SJ é utilizado em motores: a gasolina f'lc- afio desemper1ko c1t1c operam cn' condi·
ções de tcmperalura.s cl~v4'.tdas em lon&~ períodos.

P.ir.1 o.. motores diesel, os óleos classific.ant·se em vártos l•J>O>, conforme a aplic.1(00.

• CF-2 óleo n·•or>0grau pata uso cni motores dic$CI de 2 tempos.

• CF óleo nlo1tograu para motores a 4 1empos co1T1 tornbustível com 11,._,is (le 0,So/o de r nxoírc.

• CF-4 óleo multigrau (muhivitiCM0'1 para mo«Otl.... a 4 tempos com inje<;;.10 direta.

• CC-4 óleo multigrau para moto1es a 4 tempo~ t0tn nlel'k>S de O,S% de enxofre.

• CH-4 óleo 1nultigrau para motorM D 4 tempos.

Constat.a--sê que os ó&e<x minerais pur~ (~ .-ditivos) podem ser usados cn1 nlOtores a gasohnJ t;.'fn
~n. iços lê\-es.

P.1r.1 <>s motores a guwlina ou a diesel jd sSo Cltl:>t-çiíicados 6100~ com aditivo.. dt•lf'rge 11tcs, inibidores ele
corros<lo e de <lepósito\, antioxidantes cl<.•• l le!t<Je que o nfv<•I (le serviço sej\\ 11 1odcraclo ou pes~<fo.

O> í.abricantes de lubrlflc.anles colocan1 no óleo mineral puro diversos aditivos P'I'ª tomã·k> capai ele
suporur as m.ais pcsaOO~ condições de tt.ib.ilho e a utilizaç.30 ck! combustnrei~ corn aho teor de enxofr..
que produzem subprodutos corrosivos na combustdo.

O(, pmjc-tistas e fabric.,111tc$ dos equi1>amcn1M, levando cm COlllíl os de.talhes ele cons1rução e !uncioníl~
111f>1llO dos 1l101orcs, r-ranc:missões e dc1nais componc11tcs, cs1x"ific<11n o uso dos lul>rifiçantes n1(1i"< .1cle-
quados cm terniôs ele viscosida<lc, uso de" .lditivos e coricliç~ de serviço.

5.4.4.2 - Óleos pora engrenagens


~óleos para cngrcMgens sã.o classiitc..Kkx <-m vários 11ívcis de "'Cl''tiço e denominados Gt. Os níveis dP
SC'fvi~o designados por Cl -1, CL·2 e CI -3 sjo utili2ados cm divf't'SOS lipos de Cflt;tcoagens, cnconlrJdos
n.1 1r.1n~missão mec~r• IC~ de veículos e cqui1>amentos, dt"pcndcn<io das condiçõc~ Jc ~c1viço.

Os lipos CL-4 e GL·S s.lo indicados pdrJ as engrenagc.1s hipóiclcs de veículos ou equipamentos, isto é,
aquelas que dcscnvol....cm ah;is pressões de co111ato entre os dentes das engrcnagl'ns. Para rc..-sistir a tais
ptessões são colocados aditivos especiais que i mpedem a ruptura da làn1ina l ubrific ante de um ó leo
c o1n u1n . A11ter iorrne1'tte, esses lubrificantes especiais eram denominados EP (ex treo1a prcssâo).

5.4.4.3 - ó leos de multiviscosidade


O óleo ideal, do r>onto <lc vis1a da viscosidade, seriJ aquele q ue, sob tempera1uras 1't)uilo baixas, ainda
íosse ca1>az de fluir ou, sob temperaturas altas, tivesse v iscosidade suficiente 1>Jra garantir a lubrificação.

Foran1 desenvolvidos ó leos de alto índ ice de v isçosid'1de (I V > 1OS), cleno 1ninados .,.Multi. grade". que
atiogern la,gas faixas de viscosidacle soi> le111peraturas extrenlas (baixa e alta), ser1do designa.cios por
20W/40. 1 O~V/30 e o uuos.

1000 1

•• 100
Temperatura (<'C)

5.4.4.4 - Classificação $.A.E. (uSocicty of Au1omotive Enginecrs'')


1\ $;\ E c lassi fica o s ó leos lubrificantes em funç;io d:i v iscosidaclc e cJo can1po de aplicação em 1noto res
ou transm issões, estabelecendo número(, arbitrários crescentes co 1n o a1J1l1eo10 da viscosidade.

Tabela 5 .1

1
- .
' Óleos p<tra "Cólrttr"
SAE )300 Jan(!iro 2001'"
-
. - --·-
Grau de
Viscosid<'dC
Vis<~id.a~-s
v isc:os:id.ade
a_8;:iix.ls Tc1nper.ltura5
---, Viscosidade - ·- Viscosididt>S á Ali.as Tê1n1)cratur:is
Viscosld:'lrle
-Mh, imO
"(('$t.. ;;i 100"'0 r \tiS'i:cÍsidade ~
Máximo
SAE mái<imab {cP•) 1ná.xinlólf(CP) (eP a 1500C)
ow ó.200 oté - JS'<: 60.000 até -400C r 3.6 -
S\ V 6.600 a !é - JOOC 60.000 >IÓ -35-C 1 3,8 -
10\'\ I 7.000 ;)! ~ - 25°C 60.000 a té - JO'C • 4, 1 -
-
'
15\ ,Y 7 .000 at<- -20UC 60 .000 a1é - 2 S"C 5,6
20\ .Y 9.SOOat.: - 15°C 60.000 .:it6 -20"'C 5.6 -
2 5\ .Y 1J .OOO ;,n é - 1<1'C 60.000 a\6 - 15"C 9,3 -
20 - - 1 5, 6
'
< 9,3 2,6
30 - - 9, 3 < 12,5 2,9
40 - - 12,5 < 16,3 2,9'
40 - - 1 12, 5 < 16,3 J ,7'
so - -
-
16.3 < 2 1.9 3,7
60 - 2 1.9 < 26,1 3,7
• cP - OCllU·Po1~
C'.51 - C(.'l'lt.i•Stokc

Operação e manute nção dos equipamentos de tert aplenagem 327


Tabcl\l 5.2
Óltos p.Jr_. lr01nsm6são
SAE 1306 Junho 1998 Propost.l de ,\tud<an\_.
Gr..u dt Ttmptt;1lura Máxirm. Vk<oild>dt Grau de Vi«-0$ídildt Cintmátic.11
YJK~ict..de p.lr.11 V .scosidadc CWtt'fft.AliCJ. de VJSCOSkLtdc .t 1ocrc., cSt (ou mmits)
SAE M 150.000 mf'.Lsec,-<." 1OO'"C. <.SI (ou mm1/s) SAE
Mínimo \U»:imo - Mlnil'WIO Múimo
71YW 55 4.1 1 70W 4, 1 -
75W 40 4, 1 75W 4, 1 1-
80W 26 7,0 - llOW 7,0 -
-< 11,0
~
8SW -1 2 11,0 8SW
80 7,0 < 11 ,0 80 o
85 11,0 < 1JÇS 85 11,c• < 13,S
-
90

1JO
1-
1-
1J,S

24,0
.< 2<4,0

<41,0
90
110
140
1 1J,S
18.5 '
1 2-1,0
< 18,S
< 24,0
< l2.S
·-
190 1 J2.S ' < 41,0
-250 -----1. - .
41.0 - l.>O ! 41.0 -
5.4.4.S - Graxas lubrificanles
Nos componC'ntel\ mecânicos externo~ (engrenagens, 1>0r exemplo) e que n.\o ilo contidos em carcaç.."ls,
O USO dt: ó leos lul)riílc.antes torna-5e impr;iliC<\vcl porque, além de fluírem f,, ciln)('nlC, fica1n suj~ilOS :t
conrarn lnn(~O de inlpurezas.

ParJ tJ1s pontos é preciso usar lubrilic:anre mais e ncorpado, que tcnh._1 bast1tn1e acles..lo às partes tr1et'1li -
c.is, f111inclo em temperaturas mdi) calltas e qttt." resi>ta à ação da águJ .

Esse produlo é a graxa, íonnada pela mi"ura de óleo lubrificante (85% cm peso) com subs13ncias
espc.'Ssanles, em ge<al, constõtuída de sabQes de base metálica: c~lcio, <ódio. lítio ele.

Das propriedades das graxas inter~SJm dilctamcnte para sua 3J)licaÇáo:

• l'onto de gota: temperatur~l à qu:.I a graxa passa do estado f>a~toso para o líquido e pass.\l a
fluir;

• Consis1ência: mede a dore1(1 dtt graxa atrav~ da penetraçao de um amos1raclor-paclr5o. H~


~is graus de consistência, cl~c O (m.ai\ fluicla) até 6 (rnaís cspcss.a).

Qwnto tlO s.1bdo lemõ":

• gr•x•< à base de e.lido: '"'"'""' bem à ação da água, mas po<suem ponto de got.1 baixo
(190"f), o que limita seu emprego p.ua temperaturas de opcra(.oO oorxas (l 60"F ou 70"Cl;

• graxas à lxi_sc de sódio: ten1 1>0uCót lt"Sis1ência ao con1a10 co11't a água, porém possuen11cmpc·
ratur."I m<ixima de opcra ç~o elevada: 25Q'l'F (120"C);

• graxas à b~se de lítio ou b.1rio: s:io .,., que aprcsentám melhores c \lr~ctcrfsticas de resi)tência ~
ágl1a e à 1emperatura, sendo recomendadas ~rc1 o uso cm c.oncti\ôes severas. São denomina·
dtis "'multi-purpose" ou de aplícaçJo geral para aviação e 1ndú~1ria aulomotiva.
Graxas à ba$C de sabão metálico simples
Espc1>santc i Tcmpera1ura Máxima R4!Sislência à Água Apli c<&ÇÕ~ TípitA.S
de Uso Prolongado
Cálcio 80'C ;\llJ Resi~tl..-lCia (r<!'jx:lc) Mancais s..1jcitos it t.•mid,idc
Sódio 120C'C Fr.tca (emulsiona) Equipamentos industri.:tis antigos
lubf!ficnçAo freqüC"ntc
COfl'l
Alumínio 80"C Soa Re-Si$t~nc::i~ Mane.ais di? b3iX3 rot3ç:lo. aplicações
1 com umi<Mde. Uso decrescente
Litio 140"C 1 Bo;:a Rcsist~nci<'l Aplicações ;)vtOMOti\.'JS e industl'i,l iS

Sistemas dc- c lnssificac;ão de gra.xas NLGI


(National l ub r icating Cr(.'<\Se lnstitutc)

Aplit;:.lÇ.dO Oas..iificaçtío NLCI 1ipo de seo•i90 Produto t fpioo


Ç h::tSSi$ LA Serviço pouco severo e rclubrific.lç.io Sab5o de c.i.lci o OU S.lbSo de titio
frcq ü<-'iUC. coin po01uo de g<>l3 mínulle)
de 80'C
Chassis LO SefViço COOl .:ih;is c<irgas de c:lloque:. Sab5o de lí1io (com adi1ivaç.ão EP)
gr:indc cxposJç-!'o à água e rclubníic:;;iç.'io
não (r~üente. com ponto d~ gO(,,:i n1ínin10
<le I S~
Col:>os de CA Scr...iço nOtn\31, eom po11to de gota S'1blo d e lítio Cdo tipo "pliC::lçôe$
rodas rninimo de 80"'C ITI(Íllipf.-s)
Cobus de ce Sc...-viço SC\·ero, com ponto de gota Sabão de IOio (cio tipo 1núlliplas
rocft'IS 1nínirno d(: 17SoÇ \lplic;.;içô<.:s> O U SJb.lo de lí1io
(com aditiv.lçâo EP)
Cubos de cc SCf\.'IÇo muilo se\lefo~ em :ih... ~ Co1npl exo clC' Hlio
rod:is 1crn 1>et.tltur.-i' OtJ e n1 condições tltt IÍj)() (COOl .ldilivJç:to f P)
pár.1·C·anda,. com ponto de gota
do 220"C

5.4.5 - Prática d e lubrificação dos equipamentos de terraplenagem


5.4.5.1 - lnstrlições gerais
Na lu briíi c~ção ck>s equipamentos de tetrcl1)lenagc1n dcvcnlos. c1n pri1neiro lug.lr, COllllcccr e seguir
fielmente as instruções do manual de <>per<lção e manutenção forneciclo 1>elo iabrican te.

• A regra ~ ado1ar o tipo de óleo lubrificante recomendado 1>ara os vários co111poncntes de


máquinJ e com a viscosidade SAE i ndicada./\ grax;;i lubrificante deve ser, tambén1, utilizada
no tipo e consist ênci a reconlendados.

• Os J)eríodos ele verificação e troca cio óleo devem ser observados, conforme indicação d o
referido manual e segui1ldo o marcador de hor.as instalado na máquina, c uj o número é pro·
1>orcior1al <10 de rot<1ções cio rn otor. Assi1r1, haverá diferença apreciável entre áS horas de
oper.aç.ão rnarcadas num c ronômetro e .JS apont;idas no n1arcadôr.

Os óleos de qual idade superior, especial111c1ltc os que dispõcn1 de aditivos alt,1 nlcnte detergen-
tes e di51:>ersantcs, mantêm os resíduos e impurezas cm suspcns..'\o na sua 1nassa, de tnodo que.
ao fim de certo número de hor<1s ele uso, se acham contaminados con1 materiais abrasivos ou

Operação e manutenção dos equipamentos de terraplenagem 329


e orro~ivos. além <lc soítctcm t">xfd.1ç3o dos componet'ltes. H~ o ·•cnwlhC'C1mcnlo" e a c-ontami-
™ÇJO do lltbrific.ante. razão IJ(!l.i c1u.-il ele deve ser drenado e suUstituído por óleo novo.

• Alguns íabf'icanrcs de ~ui~n1cntos ptocuram u.nifonnit.ar o tipo de óleo utilizado (Série l.


pot t'Xt-ntplo), recomendando-o para uso. com "'iscosidade SAE Un1C.."l (JO. por exemplol. para
o "c..artCf"" do motor, C-.l1xJ de c-jnlbio. cmbre;,gcm princiPJI, transnlissâo e comando final,
facilitando a aplicação das cai'<:tS de lubrificação.

A1>cr1as no s is1crna de contrnlf" hich ~íulico adota-se um óleo brm n1cr-.os \•is.co:t0 ($AE 10\1\1).

• () 1>erí0<fo de troc;i dos lubr i íic...~1nu:•' tias 1n ~c1uinas de fabricnção rC'c:entP foi '1 u•nentado cm
r,11,lo ela melho ria dos prtX.c~~os cio monitotamooto in"lpli'lnlJ<.los e da qualidade dos óleos
en1µ1~Kddos :

• 1roca do lubtiíicante do n10tor t.> dos filtros: 500 h;

trou do óleo do sistema h1clrtiulKo: 4000 h (c0tn a1nosttagc.'1"ls 1>eri6dicas);

ílhro do ó leo do sistema hidr~ullco; 1000 h;

n lroc.1 do liquido arreÍCC(..'<:lor do rllOtor: 6000 h.

~ pr~~iw r~"SSi.llvar que no e.aso (IC ulili.t~1r se combustível com allo:,. teores ele enxofre, recometlda~~c
o exé\mf' periódico do índice TBN parJ co11trolc da acidez. (Ver 5.3.2 .)
a Os cuidados de limpc7a com o ~istcrna ele purificaçJ.o do .a1 sjo (unclamentais para o aumento
d:. vidl útil do mot0<. pois t!limin.i1n j(fJnde parte da..s impureLJs contidas no ar e que são
d'\f)1r.JdJ:S diretan.ente para " c.lm.:lrot de combustio.

Jli vimos que a abrasão é uma d., .. caus;.s mais comuns do dc~g.t~:e prem.:ituro dos motores e
das peças mó\-eis de um~1 n1dqui11a. Assim, 5e o equipalll('nto tr.lb.alhar em ambiente com
MôfMiais nocivos em s.us1>cru.~o (poeira, pó de pedra pro\<en1c1ltc da brilagem etc.), dc,•c-s.c-
1N'Ollletldar a lim1>e..i:a di;ír1d clO't ~lfl'mentos filtrantes e a ~uJ irocl'I :io fim do período cstalx.._
le<ldo pelo fabricante.
(1nbora o ó leo lubriíic~ntc lcr1llJ os nditivos detergenles e d i;1>c:r.. anlt--., Sê ~ quanticl.:tdc de
impureLas sólidas no dr íor rnuil<-> grttnclc, será conveniente J redu<,Jo dos períodos. de troe.-.
recorncndaclos 1>ara o próprio óleo lubriíicante.

Outr.ll recomcrKlação impon.anre é <'Vil.lr a mis1ura de ólt!'O'- clt proccdéncia. di\."ef'Sa, quer no
.trtn41.tendrr"ento, quer nos l'("'S('fVat&K>s das moiquinas. aind.i qLK• S<'fam de mesma \•iscosidd-
de. Isto porque os óleos de iAbrica.ntcs di(e<cn1es, ainda qt•<" 1nd1cados para utilizaç.lo no
m~ l<>C41 (..carte<", por exemplo), podem ter aditivos que incomp.111bilizem o uso sin1uhd·
nco. Deve-se escolher lima l inha de (al)ricaç.io idônea e v1 iliz~1r O\ ó looi. 1econ1endado~ pelo
(,"lbrlca11tê, 1>roc-u rando sen11>rc rp(lul'ir o número ele 1ipos envolvidos nn lubriíicação.

lo<ios os sisten"las ele lubnfic:u;lin tlíl 1l1úqui na cl ispôen1 de u1n l)Mc:C''tli() <lc íiltr;igen1 cio ó leo,
lur,1 v~s de elementos íiltrc1r1tes tel'novíveis que r-elêm as im1·>l1(t•ta' ~61idas. resíduos da conl-
l'>u~1.ic,, 11ocira.s, limalh;J:t, e que devem ser subs-ti1uídos ~o fin1 do prazo est:ibelecido ~lo
(.ll>ricJnte. Por razões óbvias o óleo do c.artcr do motor é o mal• sujeito .i contaminaçJo e .1
su.i troca é fei1.a em períodos m.-iis curtos.
• As máqui11as de fabricação rece11te t&1n rnor)iloração e le1rô11ica e111 111l1itos sistc1t1as para il-..
formar o operador sobre o seu funciona1nento.

Por outro lado, scr1sores colocados em vários setores do equipan1(H)tO facilita rn e controlam a
o~raçdo t! 1nanute11ç~o:

• Sistema eletrônico de d ireção e da trans1niss.ão controla as mudanças de marcha e de di reção,


corn e li1ninação de 1novin1cntos l>íuscos Oll inJdeqt1ados, contribuindo para mel hor uso e
n1anutenç5o.

• Controle e letrônico da pressão ela embreagem com mudanças de n1archa suaves, regulando e
n"todul~ndo c~da embreagem individual~ cm função das co1ldiçõcs adversas de 01>eração.

• Módulo d e controle eletrônico: funciona para o controle da eficiênc ia do rnotor, através de


sensores no sistema de combusrível, entrada de ar, arrcfccirr1cnto do r11otor e exaustão. Arrna-
zcna, 1ransn1itc e iníor1na sobre o co11sun10 de combustível. rotações do motor e outros (!:.cios
de diagnósticos.

• Medida cm tempo real de pressão do comb1.1stível, temperatura cio n1otor. dados de excesso de
velocidacle, superJqueciinento, baixa J'.>rt!Ssào 'Je óleo e restrições à achn issdo do íluxo de: ar.

5.4.5 .2 - Plano de lubrificação


1·oda máquina e-te terraplenagen) deve ser l ubrificada de acordo co1t1 o cliagra1n a enco11tr.-.do no 1nanual
de operação e 1n~1n ute11ção e que está reproduzido no seu próprio corpo im 1)resso numa chapa n1etál ica.

Nesse diagra1na estão inclicados com c lareza todos os pontos que devem receber lub rificação, o tipo de
produto adequado e o pcrí0<lo ele hoías ele llabalho en"t c1ue se eleve 1>rocecler à adição do óleo e à troca
por um novo.

As vctific::ições ou (rocas en"t geral ocorrecn a cada 1O, 50, 125, 250, 500. 1.000 e 2.000 h de operação,
sendo algumas cf.e Ol)rigação diária ( 1 O h). semanal (50 h) e mensal (.250 h).

O pla110 é es1:>ecffico par.'l cada tipo de m.áquina e de fabric,;1nte, pois,. mesmo entre eqvif)arn entos de
mesma fabricação l1á, freqüenternente. difetenças sensíveis na qual idade do lubrificante recomendado.

A prática inclica que o plJno de lubrificação de\•e ser. antes <le tudo, shl1ples, cvitando·se o uso de vários
tipos de lubrificantes. Os diagta1nas m uito compl icados, e.is.anelo-se óleos de d iversas 1>roc.e dências,
dificilmerue são cumpridos na prática d iária.

Outro cuidado importante é a limpeza tanto do lubtiíicantc quanto dos locais que vão recebê~lo. es1>eei·
ali11ente quanck> se trilt(I do l•SO de graxas. Estas, pela stra <'ldcsividadc, se mistura,las com impurezas, se
transfo rn1an1 1l u1n agente ele desgaste, formando lnna pasta abrasiva <lê efeito nocivo.

Assi1n, o :irn1azenan1en1<J e o manuseio corretos dos produtos dcvetn ser a 1>rccaução maior do encJrrc-
gado da Juf)riíicação. além de procurar n1antcr a ide11tificação 1>recisa, nos reci1>ientes, da marca, v isco·
sidaele e outras <:<1racter ísticas do ó leo.

É comun1, desde que esses cuidados elementares n5o sejao'l efetivados~ o uso inclcviclo dos lubfificantcs
pela troca de embalagens mal identificadas.

Operação e manutençAo dos equipamentos de t erraplenagem 331


Os c.>quipamentO> ut1hzados na lubrificélçdo vJo cleM:lc a a lmotolia, cngrax.:adeiras de pressão, bombas
cJe óleo n•.Jnuais, até os chamados conjuntos ou ..comboios• de il1br1f1c•ç~o.

Este C:OOJlinto é montado num •cha>.si'" de 01ninhdo, contendo os larnborcs com os diversos óleos e
graxa~, impelidos por ar comprimido. Pf&.>(-nieftrc de um compressor .11i 1ns1alado, e distribuídos por
mangueu.l4' enrol;1das em carretéis.

Compro.uor de ar Óleo A

,____...,....,.,.j.....,1--0'loo •

Figur;1 S.3 .. Conjunto d~ lubrifiCõl('ãO

A vf:'lnt11gem do uso do conjunto estd nJ su.a rnobihdade, pOdendo atender 4 várias equipes de m..iqui-
nas. com rdp1dcz. l1mpe7a e sem o risco de haver troca ou eng.ar-.o cb óleos recomendados.

De\.e--sc clctuar a h.1bntíc.ação das rNquina"' num período que ndo obrigue a sua paralisação íorç.ada,
com prejuízo para a produç3o, sendo O> mais indicados o intervi.lo do almoço ov antes de os traball~
serem 1n1c13ck'X.

Mu1t.JS v~1M, colc)ça -~e. 1ambém, no cornboio, o tanque de con1bustívc l, fa1cr1do.sc o aba.stccinterllO
simuhdnCamente com a lubrificaç.'io.

5.4.5.3 - Abastecimento de combuslívcl


Atualmente o uso do motor d ie$êl, grt1ças ~ ~u<l econon1ia de con1bustívcl e à sua robustez... é de cmpre·
go qu.-.se univcrs;il nas máquinas de tcrrt1plenagem.

Recomend.l-:.c o u.-.o de combustivcl ccnlrirugado para se eliminarem _.s 1mpl1rez.-.s que podem cau~r
problern.1s no 'lii,Terna ~ injeção tbonlb.l ou bicos injetores). devido ao diâmetro muito reduzido das
tubulações.

Outro pon10 Importante, já mencionado, é o 1oor ele enxofre máximo JÚnlissrvcl, em razão dos produ-
tos corrosivos qt1e ~:io formados durante a coml>•1s1ão.

A As·1M (1\nlfl'rican Society íor resting Mi>t~rl:. l s) tcr1·1 duêls especific..1çócs pa1·n cn1·n1.,ustíveis d iesel clesig..
nadas por ni» 1O e 20, sendo as porcent(1gt'n:, rll.ixirt1as de enxofre 0,5 e 1·~. re<pectivamentc. No c.iso
deste teor superar 1%. recomenda·sc o uso de óleo lubrificante da C1pccifici1ção Série 3 ou CF e a
diminui~~º clcy. períodos de troca. conforme a indicação do fabr1et1ntc.
Referências Bibliográficas

( 1) Orapinski, J., Manual de M;.,nulcnç5o MecAnic-.\ Ráslc.\, Edltor.1 McCr.1 ,v-Hill do Brasil, 1973.

(2) Albuquerque, Olavo A. L. Pires e, lubrific.ação, Editora McCfa\•1.Hill do Sr3Sil, 1972.

(3) l ubrificação de Veículos Automotivos, Boletim Técnico da fl,.\obi l Oi! do Brasil.

(4) Curtlo d •~ l..uhrificac;!ío Téx;,co, Texaco do 61Jsil S/A.

(5) Manutentão Técnica PrevenliV<t Euclid, Exptln S.A.

(6) Rica(do~ H. S.• M.lnutenção de Equipamentos de Tenaplenag<?m, Revis ta Engcnhari;) 1tu 301, jul. 1968.

(7) Nich<1l s, H . L .. He.1vy equipmcnt rcpair, NOl'lh C.1s.1le Books, 1980.

(8) Recontendaçõc-s técnicas de lubrificantes Shell, m:.rço 1984, AS.SCS$0rin de Oiwlgaç:Ao Técnica.

Operação e manutenção dos equipamentos de tcrraplenagem 333


Estudo econômico dos
equipamentos de terraplenagem

Até .)ql•i íoram abordados apenas os aspectos técnicos envolvidos na descrição.. produção e operação
dJ.s máquinas de movi1nen10 dé térra. Entl'eta1lto, além desse ponto de vista, há a consiclerar o estudo
econômico do desem1>enho desses equipamentos, porque o objetivo finJI será a rcalizJç.âo da
lcrraplc1lJ.gCOl de forma tecnicamente corr~ta, 1nas, tanlbém. econômica, conduzindo a menores cus·
tos por onicl3cle de secviço.

A manéira habitual de se comp utJr o cu sto dos ec1uipanientos é por hor-d de u tilizaçdo, pois 1:>ermitc a
a1)ropriac;ão cio tcm1>o cm que a má(1uina é usack1 nas d ivcrsJs obras, 0\1 mesmo nos diversos seiviços
específicos clieotro de unla só obra, fJcilit.Jodo a distribuição correia dos custos enrre elas.

~ evidente que para se atingir esse o bjelivo será necessário conhece(e<n·'SC as diferentes despesas que
incidem na propriedade e operação de unl t..oquipamcnto, dctcrni in;indo o seu cuS>to p rovável horário
de utilizaç.ão.

• 6.1 - Estimativa do Custo Horário de um Equipamento


Deve-se assinalar que a cleterminação do custo horário~ tarefa basta1lte difícil, cn'l razJo <la d ivcrsid<Jde
de fatores que nele iocidenl, alénl da grande v(lriedadc de equipamcntos existentes e cujas caractcrís.ti·
cas píóptias s..ío diferentes.

Além disso. as condições específicas <te uso da máqu ina, provenientes de circunstdncias locais como
topografia, tif>O de solo, caraC1ctística.s especiais dos servic;os, 1:>0dem infl uir sensivelmente no au1nerlto
ou diminuição dos custos.

Pot isso a dctemiinaç3o prévi;;l dos cuslos só é feita sob a íorma de cs1iniativas, basCJd..is e1n hipóteses
razoáveis, que podem se aproximar ou fugir <los custos reais apro p1iados, clc.'f)cndcnck> da correç:io dos
par~h11e1ros adolack>s e da cx1:>eriltl1C.:ia J)\..-SWal do orçanlC'otista.

Por ootro lado, há divetSas formas de identificar e estin1ar os cu5-tos parciais, 1notivo pelo qu.tl nen1
senlpl'e os l'esuhados $ão totalmente coincidentes, se1ldo co1nun1 encontr(lrc1n-se números <livergente-s
p."lr(I o custo final de utilização de um equipamento.

E1n sin t<."SC, ~'C'*S<l ~1ssin .:il.:ir que s..io c~lculos esrimarivos e oon1 certa 1nargc1n de inseguran·ça. 1\1\as,
dcscie que as hipóteses adnlitidas previame-nte não se afastem en'l demasia elas verific.:1d;is na realidade,
os custos estim.;idos se aproxiln;im c:los reais. O resultado correto dessa deterrni11aç.'io v'J i clepencler,
portanto, en1 grande parte, dos dados disponíveis e da experiê:11cia do orçan1cntista.

Por isso~ toroa-se io dispcnsávcl a imp lantaç3o de um sistema de apropriac~o dos cu stos reais obtidos no
uso da máquina, a íi1n de seren1 delerminados c>S dados prá1icos que pcnnhil'do a corrcçJo de íalhJs,
porven1ur;l existentes, nos parãmetros adotados previa1nen1e.

335
Entret.inlo, qu.ando o orçamentista nJo dispõe ele daclos provenientes dcssil apropriaç.;'io de camJ:x>,
deve retorrer aos nlanuais técnicos d~ i.11brlca11tes ou a publi~aÇQCS cspc.'Cial1z.1d..1S que noon<lln1ctllC
apr~nt.Jnl toclo\ os índices necessários ~r.l essa estimatn.•a.

Os custos que nonnalmcnte ocortem 0.1 11tili.1.Jç.3o 00 um equipamento s.\o classificados cm trCs gru·
pos: de propriedade ("ownenhip cosi•), de operação e de manutenção.

6.1.1 - Cuslos de proprieda de


6.1.1.1 - Ocprcciação
S5o dcspc5ns d<'C-ôrrt:ntes do sin1plc..'S dtO de possuir :i máqt.tina, aincld q1.1c ela 1}:to sej a uti li.lada.

Esses ctistos sdo ta1nbém chamados dC' fixos porque s.Jo mais ou Olt!t'tV) h•vJri.ivcis, indcpcn<ten1cn1cntc-
da otlividJdc do equipamento. Eles são pro~nien tcs de um fato que n.do ~µit:11tk c:1'1 vontade do proprie.
tárlo da m.áqtlina. isto é, a perda do seu valor com o <Sccorrcr do tempo.

Ess.i dinlinuiç.10 de valor provêm da aç.lo do t<"n1po e do des&lstC físico. no<mal no uso do equipoimt!n-
to, sendo denominada depreciação.

A dcprct.1aç:io cJevc ser encarada sob dois aspectos principais: cont~l>1l·Í1«'"'I C' econômico.

No J)rimciro caso, a lei define a depreciaç,10 co1nn "a <hminuiçâo do valo1 cot1táüil dos bens do ali\rO,
resultante cfc> clC'Sgõste 1:>elo uso, açJo dd ftnl ureza e obsolcsc~ncia 1lorn-.1I".

Assin1, un1 eqt1ipa1nento adquirido por detrrn11nada quantia, ao fim de lerto número de anos, soírer~
uma ~v~1loriL.a.ç.10 inevitável que pode alé tlnul.'lr o seu valor. Ao ser atingida ~sa pctda de valor ck-vc,
então. ser wbstituído por um novo.

Oe<<a lo<m.1. d<.>ntro de certo pra10 fat•I. <><orror-.\ urna despesa c0«<>spondcn1e> ~ perdi de valor d•
nl~quin..J, fato esse aceito pelo própno lmpnsto de Renda.

Por ou1ro lado. não seria razoável larlçdr·M! na contabilidade ess.J de<fX")><l no ato da compra, pois a
pefd..t de valor (clespcsa) ocorre attilvés de certo período de tempo.

O íisc<> 1>rrmile, entretanto. a deduç,10 r>·•rclal d<._-ssa despes.J e1n l'drccl.:ts anu<'liS, em número que
depende da vida útll fi xada para aquele c..oquipamcnto.

Para as mJquinas cm geral, a lei permite o ab..-it1n1ento à raz.io de 20o/o ao a.no. i:Sto é, admitindo-se que
a dcprec:i3ç3o 0<.0tra em cinco anos.

Qu.;1nto aos cqu1p;imentos rodovi~rios q~ operam em condições de dMgaste mais rápido. o fisco
per1n1te, êm t"'rtos casos. a depreciaçlo act"ICrô\da cm quatro anos, ou se1a. 3 25% ao ano.

Isso, e111 rcrmos práticos, significa que 2~ (ou 25%) do valor de t\qui"iç.do da 1náqui11a pode ser
lançildo c<>1no despesa, din1inuindo consc..'(lücnlcmcntc o lucro tributável naquele .lnO. Ao fim de cinco
dno:, o vnlor conrál)if será zero e i\ 1n,tc;11.lina estará totalmente deflre<"i.'.lcla conl(tl>iln1en1c.

Sob o .1~i>CCtc) ~onõn1 ico, a deprcciJ<,~10 df'Ve ser rratada de modo 101:.lnl('nCc <liv<>rso. Na rê:tlidade
não dC\IC ser encarada como um custo. porc1uc se trata da. formaç.áo c5c u1na fonte de fundos para a
substituiç..to, ao tempo certo, do equip.imcnto cll'Sgastado e de alto custo operacional. e cujo valor de
revenda seja muito baixo ou mesrno ''ulo. En1 resu1no, a depreciação não é uma despesa, mas uma
remuneração para novo i r,ves1irnen10 no íu1uro.

Veriíica~se, desse modo, que o concci10 cconõn1ico de depreciação se acha intimamente 1ig;ado ao de
vida útil do equipamento.

CrSth
Cu sto hQrllrio

Cuato total IC,I

r-,....,..ih,.e:: r.-~=---custo mfnimo


Mt1nu11tnçtlo

Horas de oper&i;ao

..L Vide Util

Figura 6.1 - Determinação da vida útil

6.1.1.2 - Vida útil provável


Em prin1eira aproximação a v1<ia (iti 1 <le u1n equipa1ne1110 é o ten1po necessário para o retorno do
capital investido, atrav~ da s~ração periódica ele determinada quantia, proveniente do trabalho da
máquina para que seja possível a sua subst itt.1iç.ão no momento oportuno.

En1re1an10, há a considerar a existência d(! vida útil téC1lica, que se disti ngue da v ida útil ecor1ôn1ica. A
prirr1eira depettderá, clcnll'C oulros fatores, do proj eto adequado, das condições de operação e especial-
nlente da 1nanl1tenção cio equi1><1mento. Pode-se prolongar a vida da 1náqui1la sob o aspecto n1ecânico
a1ravés de reparações normais e refornlas torais. de sorre que exis1en1 1náqui11as de terraple11agem lraba-
lhan(:IO durante algumas décadas, algt.1mas poucas êllingindo até 30 ou 40 anos.

Levando-se cm conta os íalorcs econômicos, poré1n, a vida útil êConõ1nica será muito reduzida, isto é.
o intervalo de tc1ripo em que há i11teresse eco1lômico cm manter-se cn1 uso o equip(ln1ento dura apenas
alguns poucos anos.

As razões i')al'a que isso ocorra depet1dem do 1>ró1>rio desgaste físico da máquina pro\•eniente do uso,
fazendo com que as des1>esas ele: manute1,ção aumentem prog,e5sivamente através do tempo, tornando-
ª cada vez menos rentável.

Por outro laclo, a:> g1ar1dcs modiíicações n1ecS1,icas, introduzidas freqüentemente f)C:los íabricanles,
poclcrn gerar outro f.Jtor de perda de valor eco1)ômico: a obsolescência. ~ o C3SO tí1>ico da i ntroduç.ão
das tra1)S1nissões hidromecSnicas (tipo "l>ov.1er-Shift") qt.1e at1n1entam sul)stancialmcntc a produliv idadc
dos equipan1entos, quando comparados ~s tra1ls1nissõcs n"lecânicas, alén1 de outras vantasens já c itadas.

Os c ustos obtidos com essas n'áquinas são basta11te reduzidos em relação às mais antigas, tornanclo estas
obsolel3$ sob o aspecto econômico.

Na prática, entretanto, é bastante difícil estabelecer co111 seguraf)Ça a época eo1 Cll •e a vida útil econô~
mica foi atingida, isto é, e1n que outro equipJn1ento novo semelhante procluiira custos inferiores aos da
máquina em uso.

Estudo econômico dos equipamentos de terraple nagem 337


Vários processos já têrn sido otilizados na dcterminaç~o correta e rc.ilist.J do núnlcro ele ar1os 1>rová·
veis da vida úti l econômica dos equipamentos. Un1 dos n1ais us.:idos é o cio custo 1'll íni1no horário.
Pllra sua fixação prccisan1os J'ccorrcr a dados ;ornccidos pela asJropriação dos c ustos reais, motivo
pelo c1ual não será 1>0ssívcl definir com precisão, antecipadamente, qua l será a ·vicia útil p rová,.rel ele
u1l1 cc1uii>a1nento novo.

O rnétodo do custo mínimo horário se bJscia '' ª


co11siclcração de q ue os custos ele clc1:trcciação clin1inuc1TI
com o passar do te1npo, enquanto os de manutenção tendem a cresçer progressivamente.

Assim se conclui que nurn deternlinado momento a soma dos dois c ustos passará por um m1n1mo,
situação que deíi11irá o íi n1 da viela útil do equir,;:ir1·1 ento. As despesas de 01,cração não influem porque
se mantêm n1ais ou n·1enos constantes através do tcmJ)O.

Quadro 6.1 - Vida útil provável (•)

Tratores de e:.tei1J
Típ(>
03 - 07 f6
r.. vo<áveôs
CondôçÕ<'S
12 .()00 h
Jl'M)) CJU
T C<>Ôdôçô(~ m édlo,
5 ,lllO') ()U IQ.()()ô h
Condi~·õo.
4
SC\•C-raS
anos ou 8 .000 h
1 08 - 1)1 1 i 11 (!nos ou 22.000 h , 9 tinos ou 1a.000 h
7,5 anos ou 1 S.000 h
.\i101on1 vclador<"t 1 10 anos ou 20.000 h 1 7,S anos ou
1S.000 h 6 anos ou 12.000 h
Caminhão for.--.--<Se.esl(,ldJ , 12,S .'lnc>s ou 25.000 h : 10 :'lnM ou 20.()0C) h 7,S ;;ino$ ou 15.000 h
,\lt()l()(;C-r ·' l)Cf 613/Glli . G :ln()S ou 12.000 h 5 Jnos ou 10.000 h 4 anos ou 8 .000 h
Outros 10 anos ou 20.000 h 7,5 anos ou 15.000 h S anos ou 10.000 h
'
c.1rrc.og.1cleiras 91 0/966 6 arK>'S ou 12.000 h i 5 anos ou 10.000 h ·• anos ou h a.ooo
de p neus
C;:irreg.:i.dclras de cs1cirJs
9801992 7,5 onos ou 15.000 h
, 6 anos ou 12.000 h
'
6 anos ou 12.000 h
5 .lOOS OU 10.000 h
' 5 .lOOS OU 10.000 h
4 anos ou 8.000 h
Compa<.:t.ldorcs ' 7,5 anos ou 15.00Q h 6 anos oo 12.000 h 4 Jrl0) (>li 8.000 h

-Escavadclr~'s front;iis
- ' --- -- 1
9 ;)1ll)S ()U 18.00C) h
-- - 7.S vnQ'\. ou 1S.000 h 5 anos ou 10.000 h
(") Os ~(odoi de .,,.l(t;i, Úl1I prov.~..·('I sJ.o diatfos crn hor-.n de ~crviço oU (ln1 .ulOf, .1dn1itind<>><M· ;a util iz,1~30 nlódi;i de 2.000 IV<ino. ()t•e
~ um rloxlo 00 l•SO mui to d ~f11n<hdo.

Do ponto de v ista prc1tico ess.as detern)innc;õcs só serão interessantes se aplicadas no c,;ilculo ela depre-
c iação de equipan1en1os idênticos aos já possuídos e a serem utilizados posteriormente.

Por c.-ssa rdzâo, os fdbricantes dos t'<Jt1iparnentos íornecem valores es1imativos cl.1 v ida útil prov.ivel,
lcvanclo e•n consideração as condições vigentes durante a sua l1tilizaç.'io, que 1X>dcn1 variar bastante.
dependendo de fatores locais, car.icteristicas cio equiparne1110 e co11dições de tral>al ho a ele in11)os1as.

A Catcrpillar, através do •·Manual de Produção" (Quadro 6. 1}, estabelece a vida útil provável dos seus
equipa_n1entos sugerindo três zonas de apl ic.ação, dc1:>endcndo da exist~nc ia de C01'tdiçõcs favoráveis.
médias ou severas.

As condições favotáveis seria1n o traba.1110 e1TI trajetos longos1 co1n ran1pas de pouca inclinaç501 n1ale·
riais nâo·abr.asivos, aceler.:lção média do motor con1 uso parcial da 1:x>t&ncia d isponível, solos de bom
suporle ele.

Constitue1'1) COtldições severas trajetos çurtos,, manobras freqüen t~'S, ra1npas de forte decl ividade, prc.
sença de rocha ou outros materiais al>rasi,•os, uso contínuo ela potência e1n plena carga, solos de baixa
capacidade de suporte e alta resistência de rolamento.

As condiçl.>es n'lédias serian·1 as i111er1nerliárias enlre os dois casos cil<t(los.

338 Manual Prãtico de Escavaçao


Assio1, pocle-se cleíinir a depreciaçdo enca(ada co1l10 u1na das pafcelas do c usto, ou cotno a re.nuoera·
ção cSevicla 1>ara a formação de um iundo destinado à substituição oportuna da 1náqui11a irrecuperável.
dada pela expressão:

Depreciação hofária 0
ª Valor i nicial - v.1lor resiclual
ti vida úlil ( en1 horas)
O v~IO< inici~I (VJ é conslituíclo pela sorna ele todas as despesas concernentes à aquisição da máqui1)i), como:

• preço de '•enda a vista do equipamento, com impostos incluídos;

• des1>esas com financiamento,. se comprado a prazo;

• íretcs e armazenam ento;

• seg1.1ros.

O''ª'°' residual (Vr) é o valor de reve1"1da d3 nláquin a ao fim de sua vida útil. ~claro que pode'~ variar
bas.tanle, pois será afetaclo pelos ct1idados de m<inutenção preventiva, operaç.ão racional, lubrificação
etc., que tendem a aumentar a vida úti l. Ao contrário, a i nexistência des.ses c uidados, além de abreviá-
la. reduz substancialn1ente o valof de revenda.

Se a máquina, pelo seu desgaste excessivo e "'.is condições gerais, for julgada irrecuperável. não com·
1le-nsa1'ldO a sua reíorn1 ~, o ''afor resiclual cai rá para o m ínimo que será o valor cJe sucata, ou seja, a
venda das peças julgad as a píoveitáveis, a1)()s sua desmo111agem.

Verifica·se, portanto, c1uc a maior clificuld aclc, depois da fixação correta da vida útil, está na avaliação
ou estimativa desse valor fi nal, após o decurso da vid;i ú1il.

1-\lguns admiten1 um valor residual ec1uivale1lte a '10 ou 20% do valor i nici al, desde que se considere a
econorni(I estável, sem inflação.

Outros preconi zam a adoção do \•alot residl1al nulo, especialrnente c1uanclo o regime é inflacionário, o
que signiíica o au1nento da depreciação hor.iria e a fo(mação mais r:'ipida do Ít1ndo p;ira a substituiç:to
dos equipamentos.

6.1.1.3. - Métodos enlpregados no cálculo da depreciação


A Matemálica Financeira dispõe de vár ios métodos que podem ser empregados no cálculo da deprecia-
ç.Jo de u1n equ i~>an"le 1110: da função linear; da so1na dos dígitos; ex.1X>ne11cial e cio fundo de arn ortização
("'sinking fund").

• Método da função linear


Nes1e processo, ta1nbén1 denon1inado de depreciação linear, ad1nite-se que a perda de valor se faz
segundo uma reta, ou seja, proporcio11almente ao ff:fll i)O clecorrido e serve para de1er1nilla( a parcela
de custo cortcspo1ldcntc <'lO capital consumido com a desvalorizaçiio do equipa1nento. Este n1étodo
possui a vantagem de ser sin1ples, coincidindo com os valores consta111cs na contal)i lidadc da empresa.
além de ser aceito pelo Imposto de Renda.

Pode-se adotar a perda de valor, admitiodo-se um valor resi<lual que seria representado pelo valor de
rever1da da 111áqu i11a, ao esgotar-se a stia vida útil, como já foi dito. Há, ainda, a possibi lidade de

Estudo econômico dos equipamentos de terraplcnagcm 339


assu111i1-sc um valor rc5idual nulo, qu,u1do se deseja a recuperação do capiw l de forma mais r.át)i(ln crn
regimes inOacionários ou quando o equipamc1110 for co11siderado irrecupcr.i\•cl no fim da \•ida útil.

/\ deprcc:1.a~.ão l"K>rária do equi~mento pck> método linear é rcprCSCl)l.Jda pcl.J expressão:

D .- - \'n - V,
H

Onde:

\f0 - \•alor inic.ial

H =- vida útil ;,is.sumida em horas de L11ili.1ação

Scnclo n a vidJ (1ti l en) anos, e assu1"tlir'ldn-~c i'I como o 11úmcro de horas cl<' t1tlllzação efetiva da n1áqui-
na por 4lnO, temos, <Jinda, H = ;;i • •.,
V -V,
º• • -"'--'-0

ª" n
ou

Conio já íoi dito, a normalmente assume o v.:ilor de 2.000 h/ano p:tra :.s 1>rl11ci1>t1i:. máquiila$ usadas na
1crraplcf1ngcn"I. r»,1r.'l cquipa1net1tos auxiliares J)Odern ser adotaclos valores inferiores 1..01"llO 1.700 h/ano
ou 1.600 l\/Jno, caso dos rolos comp.1ctadorcs.

Exemplo:

Determinar ~ dcprcc.i~ção horária de um tr.ltor de esteir.1s cujo valor de aquls.iç.30 é de S 40.000,


admi1indo-se a vida útil (condiç6ês severas.) de quatro anos,. com a urili1aç~o .Jrtu.al de 2.000 hfano. O
va!Of rcs1dutJI estimado é de 20o/o do valor in1ci<JI,

v.. - 0,2 v. - 0,8 v•


D •• n><a n>< a

Oh =0,8 x 40.000 s $ 4.00 I h.


4x2.000

Po<Je..sc rcpl'cscnt:ir graficamente a deprcci'1ç3o linear:


v.
,;-- - -Ocprecieç&o linear com vtilor residual

............................. Oop rcci o~o lino11r com v• tor res.ldual nulO

V' ..... -···. -.... .... •.. - · · -...••.. ·· - ·-.

2 • 5 (anos•
Vid<t ótil

Figura 6.2

• Método da somJ d os dígitos


A experiêr1cia i ndica c1ue a desvalorização real 0<:or1id a çom os equ ipa1-nentos num mercado não segue
a proporcionalidade do métod o l inear. A perda do valor' comercial é bem acentuacla nos primeiros
anos, tendendo a estabili?:ar-se com o decorrer do tem1JO.

J>ara atender a esse fato, foram divisaclos outros p rocessos, dilos decrescentes 1:>0rque a in1e11sid.:'l<le d a
desvalorização clecresce com o tempo e, portanto, 1n ais de açordo çom a realidade.

O 1nétoclo ilQ\.ii de-scl'ito, conhecido co1no do sorna dos dígitos, é clecrescentc:

Sendo :

n = vida útil cio equipamer110

N = t•m ano qual c~uer

a razão de depteciaç~o nesse ano é expressa por

n-N+l

~"
Ln é a soma dos n núrneros naturais, isto é, uma progressão ari lmética Cl1ja soma será I.n ,.. ( 1 .._ n) ~, e
2
teremos:

11 - N + l
n
(l+ n) x -
2

No pti1neiro a110 o valor d éjl(et:i:i<k' será:

N= 1

Estudo econômico dos equipamentos de terraplenagem 341


No fim cio c:<'gt1ncln :ino, terceiro e dcn1ais anos tcn'los, suc.<.~siv~ull ~ot c•:

n-2+1 n -1
Vd ! "' Vd 1 - V0 • Vd 1 - V., n
0
(1 • n ) - li+ nl
2 2

' -l Vd Vd, - V 0 n-3+1 = Vd. - V,. -''-2-


• n -
ll+n ) -
n
(1 n)
2 2
n-4+1 11 ~
Vd,. • Vd 1 -V0 -Vd.-Vn----
( 1+n) n
- (l<n) ''
2 2

n- 5 i· ·1 11 4
Vcl ,., Vc1 4 - V n = Vd .1 -V,.----
(l +
n
n) -
n
(1 111) -
2 2

Svpondo se J vid._1 ú til médi.1 de cínco anos reríamos:

n O V.Jk>r inicial V0

n e 1 Vd -V 1- 5 - } =\·• { 1 - -
5 }•
,. •{ n .. s1~ " 15

10
•V . -
"
•0,667 V.
15
5-1 1() 4
n•2 Vd, =0,667 v.-v.--~ v.. v.
15 1')
( 1+ 5)1
6 2
v• . - = 0,400 v..
15
5 -2 6 l
na) Vd, -0,400 V0 - V0
5
=
15
V•. - -
15 v.. - 0.200 v.
(1+5)
2
5-3 l l 1
n-4 Vd,=0.200 v.-vo =- V -- V •- v. = 0,0667 v.
11 + Sl I 15 • 15 o 15

5-4 1 1
n• S Vd 1 = 0,Q(,(,7 =
V0 - V0
11-s11 IS
V
..
- -
'5 ''º - o
2

e a curva de df'1:u·c•ci;1ç.l o drr~ente pela soma dos dígit~ ~cria pdr'1 a vida títil 1'1 = 5 anos:
o.1oov.

0.8V<:> ~pr9C;111çao dec1oseonto cxpon oncial


Depr&e1acao doc.r(li;,cento pol o soma dos dlgi1os
0,6 V.1--___:~ 0.490 V0 0,400 V0
i>teciac.ao linear v , ...o
-.._ ,,..~ ,-0.343 V0
0,200 v..

ov.

• Método exponencial
Baseia-se na a plicação de porcentage1n constante sobre os valores depreciados an11almente. Senclo "r"'
essa porcent..1gem temos:

depreciolçã.o valor residual (ou tle11rec iado)


l il ano V Q-V 0 r-V0 ( 1 - r)
2º ano V o ( 1 - r) - V o ( 1 - r) r ~Vo (1 - r)2
3~ ano V 0 ( 1 - r)l - \ t0 ( 1 - r)Z, r - V0 (1 -r)l

V0 ( 1 - r)º 1 - V<> (1 - r) 11 1 . r = V (1 - r)11


0

ou

r = 1- •{V,
vv.
V
logo r dcpendc,-á da relação-· que p0<lcrá c;er pesc1uisacla no merc;iclo ele ec1uipan1c11tos novos e usados.
v..

~ra V, ;;; O, 1. o u seja, o v."llor residual será 10°/o d o valor inicial, obtc111os r = 0,369. Assun1in(IO-Sf:
v.
V
--!.. = 0,2 (20% do v.:i.lor inic ial), obtc1nos r = 0,275 .
V.,

Os valores depre<::iaclos s...i.o, respec."tivamentc:

V, 0, 1
r = 0 ,36 9
{-V,.
=-
1

(: 02
, I
-s{v, -:-
V0
0,2
1

Estudo econômico d os equipamentos de terraplen agem 34 3


V 0 ~ valor inicial

V,.1 a V0 ( 'I - 0,369) = 0,631 V0

v ,,, = v. (1-0,275)2=0,525 v .

v ,., = V0 (1-0,275>3=0,381 V0

v ,., ~ v. (1 - 0,369)4 - o. 156 v. V_.= V0 (1 - 0,275) 4 = 0,2 76 V0

v,s =V0 (1 - 0,369)s =o,1oov0 V6 ~ \10 (1 - 0,2 75)' = 0,200 V0 .

Os valores de depreciação decrescente exponencial se a1:>(oximam dos (Cais de m ercado, através da


pesquisa do valor ''r". pois as perdas de valor do equipamento são niaio(e.s nos pti1nei1·os anos, te11den-
do a estabilizar-se nos seguintes, atingindo u m \lafor aceitável J)3(a o vafo( residual ao filn da v ida útil.

• 1"1étodo do fundo de amortização (''sinking fund")


Distingue-se dos a11tcriormcntc ap(CSC•'ltados porque leva e1'11 conta os juros do capital investido. corri-
gindo os valores atltais dos custos ocorridos, mediante a introclução de taxa de ju(OS NiN sobre o i11vcsti -
mento.

Recordan(IO algumas noções de M ;iten1.Stica Financeira, estabelece-se c1ue o fundo de arnortizaçâo


resulta da separação, ao fim de cada ano, de certo valor para a reposição do equipamet'lto, ao c1ual se
apl icam os juros compostos e que se designa por a nuidade ov amortizaç.::i o anual.

Sendo:

i = taxa ele juros

P = c..1 pital inicial


S = capital ao fim do enésimo ano, ou seja, o capital acun1ulado
R = anuidade - (escrva ícita nos anos 1, 2 ... n

a= 1 + i

Ao fim do 1o ano a anuidade será: R


2" ano: R + Ra
30 ano: R + Ra + Ra 2

nO ano : R + Ra + Ra 2 + ... Ra"..1 = S


n° ano: R t- Ra 1 1· Ra2 ...- ... "' Ra~ 1 =- S

ou

Ra 1 + Ra2 + Ra1 + ... + Ran • S. a

Subtraindo-se as duas expressões membro a membro, temos:

Sa - 5 = Ra• -R

344 Manual Pr;)1ico de Escava.c;Ao


an - 1
S =R--
• - 1

ou

an - ,
O fator é denominado, na Matemática financeira, Nfator de acumulação de capital" (FAC) e o

set.1 inverso n i é chamaclo de "'(ator de formação de capilaf" (FFQ, sendo ambos tabelados. nos
1 a -
livros sobre o ass1.1nto.

A soma das anuidades, COlll os juros cornpostos aplicados, deverá ser igual à 1>e<da de valor da máqui-.
na, ou seja:

a"-1 ( V - V 1 )í
S =R . • V0 - V, OU R= n,.
1 a - 1

Somando-se à anuidade os juros anuais inciclentt:s sobre o capital investido VO' terenlOS

. ( V0 - V, )i
R + J~ +Vo·I
a" -1

V ·i(I- V'J
" V
R+j = V0 •i + - - - - -""-
a" - 1

Ser'd o K ;::: -v, , o b temos:


v.
. V . V 0 • i (1 - k)
1> =R + J- o·l+ n
a -1

na qual
p ;::: parcela a11val de juros e amortização

V0 -;;;: valor i nicial

K = coeíicicr)te ele valor residual

V, • valor resi(lual

Estudo económico dos equipamentos de terraplenagem 345


E:xe1nplo:

Sabendo~se que o valor inicial <..te un·r ~1uip;:unento é S 10.000, calcular o valor das anuidades e o valor
de1)reciado no prazo de cinco anos de viela útil, senclo o valor residual de$ 2.000. Admite-se a taxa ele
remuneração do e.apitai em 12o/~ ao a1)0.

V,
v. = 10 .000 V,= 2.000 K=- = 0,2
v.
i = 12º/o 1l:S

Par(! n = 5 e i = 12°/o
v.- v, . 0,12
R= x 1= 8.000x = 8.000x0.1574 = 1.259,20
ª,,_, 1, 12 5 - 1

1\nt.1iclades (an1ortização anl1al)


10 ano 5 1 = 1.259,20

2• ano S2 = 1.259,20 + 1.259,20 x 1,12 = 2.669,50

3• ano S3 - 1.259,20 + 2.669.50 x 1, 12 = 4.249,04

4• anos,= 1.259,20 + 4.249,04 x 1, 12 - 6.018, 12

50 ano 55 = 1 .259,20 + 6.0·1B,12 X 1, 12 = 7.999,50

Valor deprêeiado ou valor residual


1• a no V0 - S 1 = 10.000,00 - 1.259,20 = 8.740,80

2• a no V0 - s, = 10.000,00 - 2.669,50 = 7.330,50

30 a no v 0 - S3 =10.000,00 - 4.249.04 = 5.750,96

4•anoV0 -s, ~ 10.000,00 - 6.018, 12 = 3.981,88

s• ano v 0 - s5 = 10.000,00 - 7 .999,50 = 2.000,50

llarcelas de juros e amortização anuais j - 10.000 x O, 12 = 1 .200,00


p =j +S = 1.200 + 1.259,20 = 2.459,20 1• ano

= 1.200 + 2.669.50 =3 .869,50


e 1 .200 + 4.249,04 = 5.449,04 30 ano

= 1.200 + 6.0 18,12 ~ 7.218, 12

= 1.200 + 7.999,50 = 9.199,50 5g ano

346 rv1anual Prático de Escavaç.)o


Os cálculos de S pod<•n ser feitos pelo "fator de Acumulação de Capital" (FAC). tabelados nos liVl'os de
Matcn1át ic.J. Finan ccir.:i.

S = R x (FAC)

(FFC)

Para n ~ 5e i ~ 0, 12, nas tabelas ten1os ov.alor 0,1574 (FFC) FFC = ---''---
FAC
R = ( 10.000 - 2.000) X 0, 1574 = 'l ,259,20
s, =R X (FAC) = 1.259,20 X 0,999 ;;; 1.259,20
Ta bela 6.1
s, = 1.259,20 X 2,11 9 '5 2.669,5() i e 12º/o
n FAC
s, = 1.259,20 X 3,374 '5 4.249,04 1 0,999
2 2, 119
= 1.259,20 X ~,779 "6.0 18,12 3 3,374
4 4,779

Ss = '1.259,20 X 6,3SZ "7.999,50 5 6,352

v.

o.av..,
~---~pree:i aç-.to tine.ar com V,•0

~---O.,p1..cit1c;So duçresconto
oxponeneiel
Depreclaçào dc:tcrcsccntc
o,.;ov. pela somo dos c;1 ~gi10.

o.2ov

o 2 3 • 5 Vida Ulil
cm anos

Figura 6.4 - Curvas de deprtti:tç.!io do t..'(1ui1:t.i1n1t nto

Após a exposição dos diversos n1étodos utiliz:.Jdos, 11.a estin1;ativa ele depreciação ocortida co1n os equi·
pan1entos, ser.i co11venicntc l'roccde<·sc a unta ligeiro análise das van1asens e dC$vantagens de cada um
e da sua aplicação aos casos reais.

O método linear é, senl dúvida, o 1nais si1nplcs e o d e m;iis í~cil apl icação, :'l lém de ser ;:iceilo 1:>elo
lrnposro ele Rerld.a, permitindo considerar~se o valor residual previsto para a máquina ao íim de su:i ,dd;i.
útil. Além disso, as perdas anuais 1:.ela dcprcciaçâo S:.o constantes dura1)1e iodo set1 período ele (,1so.

Estudo e<onômico dos equipamentos de terraplenagem 347


A crítiC.l ~ e>tc processo está no afast.'.'lmcnto dos valore$ depreciados com o.ç qt1C' ocorrem na realidade.
Como já vimos, a perda de valor real do cquipd1nento, ditada pck> mcrcdClo, é acentuada, especi.almen..
te nos ptimelros anos de utilização.

O!. métodos. dcc1escentes, representddos pela depreciação d.i somo. dos d ígitos e pelo processo
exponencial, mostram a perda de valor do cquip.1mento mais com:.enldrlea corn a realidade, quer no
início, quer ''°
fim da vida útil, cnt 'IUC as variações são pequena~. tcndcrldo à estabilidade. Neste
aspecto podem ser considerados co1no o;. rnétodos mais próximos do que ocorre na realidade.

A d<."Svant.a gcn1 cfo seu uso OOl"1sis1e na discrc1:>..l\ncin entre os valol'CS co11sl.l1,tM da contabilida de 1>a10
fins de c.ilculo <lo Imposto de Rend a e os determinados por estes l)rô(~c;o,, ,obretud o qua1ldo a 1n~<1 ui ~
na é r10Vd

Acof1~lhd·~ sua aplicação para dctcnTilnar...çe o valor residual d.. máquina c1ue vai ser rcvendid.a~ antes
do tétmino 00 soa vida útil,, pois os "'.)fOfcs depreciados se aproximam do\ de t'nef'Cado.

O ~todo de *sinking fund",, que lC'\•.J cm conta os juros do capital apite.ido, int<"tessante sob o aspecto
fin.lrlCe1ro, conduz, entretanto, a valores anu•is depreciados muito afá~t.ados da re.ilidade do rnl.'1'cado,
solJrctudo n<X pri1neiros anos de uso. A van1agcm está no fato de a!> cotas de depreciação anual scrcnl
..lhas, lcv.-r1do ~ criaç~o rápida de um fundo para a reposição da máquina ao fim da vi(Ja útil.

Em nosso país o método da dcprccinç,,o llncal' é o mais u1ilizado, l)ela sun sinl1)liciclaclc e por cstcu· dtt
ac:ordo co1n as regras do íisco. Além di~\O, pclé'.:IP·W adrnitir urn valor residual p:.ra a máquina ao fim da
vida útil. o <1uc ocorre na realidad~. !ICl'l<to esse valor normahnentc fixado entre 1O e 20% do inicial.
Quando se dc!icja a depreciação mOJis r.ipida. pode-se adotar o valor rt")iclu"I 1lulo, especialmente nos
regirnes de economia fortemente in11aclon.1rla, como ocorte entro nós.

P.ata sanar a deficiência apontada a este p<KhSO, ou seja. a não-apliaç~dos juros sobre o capita\
investido. costuma.se admirir a inc1de-rKiJ de juros simples sobre o inv-Htimt nto médio, que seria um
valOf" 1ntenncdiário entre os valo~ inici,11 (V0) e residual (V,), ao 1llt!)fll0 ten1po em que utiliza da
depreciaçlo linear. E.sse valor ser~ (\.Cr Ap~ndice nQ 2}:

- V ) !!..!..!, + V
r 21l t

Sendo:

V0 - ~lor inicial

V, - vak>r residu:il .lO fim de n anoi

n • vida útil t-m anos

j ;;; taxa ele i~•ros anual (ren1uneraçJo do c:a1>ital)

e teríamos

J •lm. j

348 Manual Prat:ICO ce Escavaç.\o


6 .1 .1.4 - A depreciação nos regimes de economia inflacio nária
,\ Ma1e1nática Financeira clássic,a baseia-se no princípio da estabilidade da 1noeda, assegurando um poder
de compra estável atra,,és do ten1po. Entretanto, a ~ononiia do n1undo n1oderno, con1 raríssimas exce-
ÇÕêS, apr~ec)ta o (t::!né>n1e110 da perda de valor da n1oeda e de seu poder (le con1pra co1n extrerna rapiclez,
o que obriga a n1odificações profundas nos oonceitos de valor inicial, depreciação, an1ortização etc.

As elevadas taxas de inflação não pod~m ser desprezadas num estlrdo econômico cios cc1uipamcr11os, tuna
vez q1..1e a lteram profundamente os custos, com a agravante de saber-se que irão aun1cfltar, sem, contudo,
ser possível prever-se çorn segurJnça qual a taxa de irlflaç3o que irá ocorrer no futuro próximo.

No regime inílaclor1ário há que se proceder a algumas n1odificações no cor,ceiLO ele depreciação.

Con10 o valor i nicial do equipam ento V0 sofre os acréscinios inflacionários, será substituído pelo valor
de reposição do equipa1nento, que acompa1lha o ritmo da inflação.

Por outro lado, os valores depreciados anuahncntc sctão corrigidos em parte pela infl<lção, somando-se
duas Pilrcclas de sinais contrários, de maneira que o valor r<..'S idual poderá ser 1nc11or, igual ou n1esmo
maior tio que o valor inicial de aquisição, após o decurso da vida útil.

1'!0 exemplo seguinte é importante notar que ao fim de cinco a1lOS de vicia úlil o valor de reposição será
cerca d~ 2,5 1naior do c1ue o valor inicial, e o \•alor residual, ao (jm de ci nco anos, embora tan1bénl
soíra os efeitos i 11flacio1lários, poclerá ser n1enor, igual ou até maior do que V0 •

O q1..1e reah11ente i n1pona é que, atingida a vida útil do et1uiparner110, o f>rOf)rietário da 1náql1ina deverá
desembolsar uma imporl~nc:ia equivalc1)tC a 2,49 V0 - v, para substituí-la por uma nova equivalente.
Valor ele
raposlçao
Val or de reposiç6o com taxa
innscion<lria con&U•nte de 20%

1
1.13v.
1 1,44V• !
v. , 1. ~ V 0 •J •
ValOf rc11idual
'
'

Figura 6.S

Obs.: Os valores residuais dependerão das taxas de depreciação e de in(lação, estado geral da n1áquina
e do r11t!rc.:ado de equipa1rter)tOS usados.

Como, porétn, prever a taxa de inflação nos próxin1os cinco anos? Perguf1la que tcni dc:xlíiado.., argúcia
dos economistas e futurólogos.

Para enfrentar tal situação, muitos proprietários d e equipamentos têm adotado o critério de corrigir
anualmente, ou cn1 períodos menores (d ependendo da taxa de ioflação), os valores da depreciação, en1

Estudo económico d os equipamentos de terraplenagem 349


função dos novos valores de reposição e do v;:1lor atual de revenda do equipamento, procuranclo acom-
1>ar1har, de n1aoeira realista, o c rescimento inflacionário.

Rego Cl-iaves p ropõe a scguin1e eXJ)ressJo (Referência bibliog.ráfic.i nO 9) l>Jra J. co1·reçâo do valor de
reposição e do novo valor residl1al:

, V~ - Vcl
D = ~--
'' - n"
sendo:

V'0 = v.ilor de reposição

n =vicia útil 1>fCvista Clll anos

n' ::;:> vida já decorrid;i

D ' ;::. valor c:Jejlreciadc> corrigick>

Exemplo com econon-ii:i eslável

V0 = 10.000,00

n = 5 anos

V., -V. 10.000-0


q= = - 2.000,00 por ano
n 5
1• ano 10.000 - 2.000 = s.000.00

2• ano 8.000 - 2.000 = 6.000,00

30 ono 6.000 - 2.000 = 4.000,00

40 ano 4.000 - 2.000 = 2.000,00

2.000
5° ano 2.000 - - - - - - =O
l:q • 10.000

:r q -= 10.000,00 - fundo de depreciação 11ilo corrigido

350 Manual Prtlt1co de escav.açtio


Cot• ele dcprecia~3o corrigida !q')

10.000
q,~ %2.000
5

• 12.000 -2.000
q, • 2.500
5 -1

' 14 .400 - 2 .500 '"7


q,• ... -1 .:1v
~-2

17.280 - 3.967 5'


------ ~ 6 b "
5-3

e(,- 20.736 - 6.656 = 14 . 080


5-4
k q' 29.203,00 - fundo de dcprcciaçõo corrii;ido

6 .1.1.S - Juros do investi1tle11lo


Além da d<'p~iaç~o devem ser conc.icler.1clos, cor110 c usto de propriL-daclC', o~ juros nonnais do capit.ll
i1·1vcstido, ou ~t·jd, a taxa de retorno n1ínimtl CJU<' cle-ve remunerJr a aplicJc;;Jo cio cap11al. Se ele n.ão fosse
investido n~ ~qui)iç.lo do equipan1cnto, SC'ri;i <"m1:wegado em outra 3pliC.lÇlo financeira que gar~nt1r1.J,
pelo menos, MSJ ta:x.J mínima de rC'IOfllO.

'Toda\ ia. como o valor inicial d..... aphc.a\.t<1 '\(."f.i dep.-eciado anuafmt..'>f1le. Jté atingir o \"3lor residual ao
fim da vid.1 útil, se<á necessário ado1.1r~ o in\..-(..~timento médio anual lm tv~r Apl'ndice n9 2).
l'I +1
in, ;;; (V,, - V, } - + \ f,
2n
Se11do:
V0 =valor inici.-.1

v,. - valol' res1dl1al


n : vicb útil cm anos

Adm1t1ndo-<e a l.lX.l de juros anual nont'l.ll J ( 12% a.a.) e supondo-se" ut1hzaçdo anual do equipam<"nlo
de d, l1oras/a110 (2.000 hfano), os JUros hor:i11os cio i11vestimento Jh M:ri~11n:

Entrct.J1110. ;i inclusJo desse çusto ~'1>.11entc é 1nuito discutida, achando-~(' mal\ r:izoável que a parcela
dt! lu<.l'O, j~ incluída no BOI, rcrlll111t•re ,u(icientemente o capital invcs11do, chminando-se o custo
referente'!' aos juro; do investirTM:nt().

Estudo econômico dos equipament~ de terraplenagem 351


6.1.2 - Custos de operação
São os que ocorrcn1, so1nentc, quando o equi1>a1nento é operado para re:i.liz:'lr algum trabalho e guar-
da11'l certa proporc ionalidade com suas horas de uso. Por essa ..azJo, e 1Xtra di(erenciá-los dos custos
fixos, são denon1inados custos variáveis. As princir,ais despesas operacio11ais das 1n áqui11as de
terraplenagem são:

6.1.2.1 - CombustÍ\'eis
Devido à rápid<l e levação do preço dos con1bustíveis, este ite.n ~ u1t1 dos que 111ais onera1n o custo de
utilização de um equipamento, sendo, portanto, necessário c1uc a sua estimativa seja exara.

Uma constatação inicial indica que o cons\1n10 do çombustível depe11cle, em grande parte, da potência
nominal do nlOlOr e das condições de uso, pois os diversos regirnes de aceleração refletem na potência
consumida e, por conseguinte, no gasto de combustível.

Quando não l1á clados do labric.ante, 1>oc;le-se fazer a estirnativa 1>ar1indo.sc de consun'los específicos
1>ara os n1otorcs d iesel, com fator de carga a 100%:

C = 0,267 l/h . HP (motores de quatro tempos).

Entretanto, como os diversos tipos de ~uipa 1nento encontram C01'ldições ele trabalho d iversas, os fabri-
cantes íornece1n o co1'1sumo especííico para três condições de trabalho, designadas como de consu1110
baixo, médio e alto e que cfepeflderão do uso descontínuo da potência do motor, adn1iti11do-se fatores
de carga f respectivamente d e cerc.:1 de 40%, 55º/o e 75% d~ plena 1>0tência rlO volante.

De acordo c:om dados baseados no "'Manl1al de Produção Catcrpillar"', lemos os seguintes COl'1sumos
específicos médios 1><>r tipo de equipan1ento:

Tabela 6.2 - Consurno de Combustível ('l/h. HP)

í74"0%
Fator de car-ga
í = SS"lo - - "-l(~;- 75 % --
Con1p.1.ctadorcs
. Baixo
O, 10
Médio
0 , 13
Allo
0. 1!t -
Tr<1 to1es de tslti"'
Carregadeiras de esleira
º·
o,
11
11
0, 15
0, 16
0, 18
0,20
C1rregadelra~ de rodas 0.10 0,1 4 O, 19
'"Motoscrape,.-
Mo!onivelador,')$
0,10
o, 10
º· 14
0,1 4
º· t7
0, 19
Caminhões "fora·d~rada" o.os 0,075 0, 11
Ese:av~deiras iron1x1.is o, 10 0,15 0,20

Para motores CM-Diesel, a dois tefnp-0s, o consumo pode ser estimado ern 0,225 kg/h. HP, admitido-se
o fator de carga de 100%, ou seja. 0,256 1/h . HP, nú1nero praticamente coinciden1e con1 o con s.u1no
dos mOlores ele quatro tempos.

O " ;\l\a1lu al de Proclução Caterpillar" eslabelece o coosunlo de con1bustivcl para os diversos tipos de
equipamentos, de sorte que os usuários podem obter o consumo própr io da 1náquioa util izada.

A scgt1ir são íon1~cidos da(IOs de C01'lsu1no de alguns cc1uip.:imentos Caterpillar.

352 Manual Pr~tr<o de Escava.ç;!o


Con11urtlo de ccnnbuslí,-el (f/h)
-
J!f>O
trator 06-0SA
Baixo
19·25
. Mtidio
23· 30
- - - Alto
28-36 --
motonivela<IOr:) 140 1 1• 15 19 · 23 ZS-38
"'l"nOCO$Cr<lper'" 62 1 28·34 )8·44 47.53
cauegadcira de pneos 966 17 ·21 23-26 32-38
c.1rcegadeir;1 de ei>.!eir~s 963 13-17 2 1-25 25-30
trator 06 2A·36 4-0-45 S1-S7

6.1 .2.2 - Lubrificantes


Os lubrificantes utilizaclos num equipamento d e terraplenagen1 compreende1n: õleo do "caner" do
motor, óleo para tr<insmissão, comando final e para o sistem;:i hidráulico.

Alguns fal)ricantes inclicar'll os consu111os para os vários tipos de máquina da sua l inha, de maneira que
a estin1ativa se torna precisa.
O "'Manual de Produção Caterpillar" indicil o consu1no de lubriíicantt.'S em l/h para os cliversos equipa-
mentos, individualnlente. compreendendo os ó leos lubrificantes para o carter do motor, transmissão.
comando final e ó leo de con'lando hidráulico (inclusive as 1roc..1s periódicas).

Assim, para o trator 06H, por exemplo, os const•mos previstos são os seguintes (l/h):

c.:,rter do 1notor o, 109


trar1smissão 0,045
con1ando fi nal 0,038
comando hidráulico 0.024
IOtal 0,216 l/h

Sendo a p<)tência do 06J-I de 165 H~ ternos o consunlo deste equipamento en1 l/h . HP de:

0,2 l ó l/h E; 0.0013 l/h · HP


165 HP

Procedendo de rrraneira idêntica para Otllros equipamentos. pode-se estabelecer o consun10 médio
aproximado pari'! vários tipos, t.1is como:

tratores de esteiras 0,0014 llh . HP•


motonivelacloras 0,001 7
...motoscraper" convenciOrlal 0,00 1 1
catregadei ras de esteiras 0,0012
carregadeiras de pneus 0.001 3
L'motoscraper"' com 2 motores 0,0010

• Caso as conc:fições de trabalho sejam severas, çon10 por exemplo operaç.Jo cli:l 1nác::1uina e1n ambiente
co1n muita poeira, solos il1stáveis ou multo ú1nidos Csubme1sos) esses consumos deven'I ser aumentados
Cl'l'l 25o/Q.

Estudo econômico dos equipamentos de terraplenagem 353


6.1.2.J - Graxa lubrificante
O consl1mo mNlio de graxa pode ser e-,ti1t1Jdo c;.onforme o tipo do (.'qU•p<'lmcnto:
kg/11
Tratores de esteiras 0,02
Carr<'g,,dc1ras de esteiras 0.02
C.irrcgadciras de 1>neus 0.02
"MolOSCíilJ~r"' < 25 ml 0, 15
"Môlô~Cról1::icr"' > 25 n"l.l 0,07
Motonlvelfldoras 0.03
Caminhões fora-de-estrada 0,04
~vJde1 r~ 0, 15
Comp;ictado<es 0,01

6.1.2.4 - Filtros
O t:USfO da troca dos etemeruos dos filuos ck..l>C'~k....-á do número de un1d~ <'?C•Slet'\lCS na máquina. para a
filtragem cios ól~ c;;ombustí\.--el,, lubrificante e fluido hidrául ico e, t;unbén1, do pcríoclo cJc troca recomcnd..1do.

O ''N1a1-u~1I clc• Procluçâo Caterpillar"' (ornl.'<.C, ;i sc:u,uir, dados para a estin1Jliv" do çusto dos filtros.

r'f;li f'O'.\ lnten-alo de troc.11 ("u~to por unidade NO d~ lilll'OJ/2.000 h TOt;tl


:"'º'°' 250 h" 8 - -

Tran5m1~~

Sistern.l ~dr•iullco
1
500 h
; 500 h
-- ••
1•
-
1-
-
C~n.c­1i1n;a!
~ C~1~
l 1>f•1nJ1in
500 h
2 .000 h - 1•
1
1-
1-
Ar -~•m..if10 2.000 h - 1 -
~"Cuntl~1 õo 1.000 h - 2 -
L Cvsro

(l1~to por l1ora = l: Cu""


2.000 h

• Os pt'f'í~ ele troc.J podem ser din1inuídos en1 condições severas de ut1hz.lc;Jo ou quando o cor11bus·
tí,el tiv., l\..'Of<.'S de CO).OÍre supertOf~ às PipeCificaçõcs (\'C>t 5.4.5.J>.

6.1 .2.S - Mão.de-obra e leis wciai)


A mào--de-obra que incide sobre o cu~to do equipamento corres1>01'lde .JO ot>er~1ôor e ajudante. Para o
primeiro ;:i rel01(~0 é de 1Ih de opt.-vddor para cada hora de oper.içao dtt mti(1uina e para o ajuclante
assurnc-:.c 0,5 11 de tral>alho, desde que ele 1X>Ssa atender a duas ou 111,1i) n1~1qt1in'1s siml1ltaneamente

Dcvc·s~ l~ar c1n conta que a mão-de ol>ri0 f" {1nica clespesa opcrdcionill c~uc Ot.01r'e n1eso10 quancJo
a 1ri:.ic1uina cs1.i 1:>..1rada ou à dispo:.ic;~o.

Os cncJ.rgos sociais, adicionados ao cu5.tO direto da mã<:Kle-obra. são es1imados a1ualmcntc cm 135'•-
6.1.2.6 - Pneus e parte rodante
Os pneum<lticos, embora sej;im a<lquiri<los com a rr1áquina, fazendo parte d o seu c usto de aquisição,
deveriam ser levad os cm conta na deprcciaç.i:o da máquina.

Não ol>stante, por causa do seu desgaste rápiclo e, de certa íorma, pro1)orcio11al às t1oras de ot>eração, é
preferível incluí-los nas despesas operacionais.

Assin), o custo <leste item deve ser subtraído do valor inici31, não incidi11do 11a clepreciaçâo, 11'1as one-
rando as <les,pesas de operação.

Para isso seria neccssátio verificar qual a vicia útil dos P"eus. E1n geral, são admitidas três zonas de
aplicação: A, B e C, 11as quais a severidade das condições de uso redul sensivelmente suJ dur;ição.

O q ua(lro a seguir in<lica a vida útil pro\1.:Í\•el para os pneumáticos dos seguintes cquipa1nC1)t()S:

Quadro6.2
Zon::i A Zon:. 8 Zon:1.C
Mot0t1 ivel~tdor,.. ó .000/4.00ol' 4.000/2 .SOOh 2.500/1 .SOOh
C.rr~adeiras 4 .000/3 .00ol' 3.000/2 .000h 2.00011.000'·
"MolOS<:raoers" S.000/-4.0C'l<Vl 4.000/3.000" 3.000/2.000"
Cim1nhôes "íora-de.es1roldn" 4.000/3 .00cJI' 3.000/2.000 1 2.000/1 .000"

Parle rodante
Assim como o cu.sto dos pneus ~
considerado des1)esa 01>eracional, a parte rodante, J)Or causa de seu
desgaste m uito rápido em relaç.-:"ío à vi<ta útil da máquina, deve ser encarada da mcsn1a íorma.

No cálculo do CU$tO lior~ r io deve·se ab<lter o custo da esteira cio preço de aquisição da m ~q ui na, para
o calcu lo da de1)re<::iação, considerõlndo-a con10 despesa operacio1"lal, por ser proporcional 30 nú1nero
de floras d e utilizaç.ão.

O cus.10 01:>eracional da cslcira sctá expresso por:

. Custo da esteira
Custo horáno da parte rodante = .d , . d .
V1 a u11 1 a es1e1"1

A difietJldadc consisrc crn se estabelecer um valor para a vida útil d.1 esteira, porque rru.1ilos fatores contrib u ~
em para seu desga!>te píf?mJtvro: abrasão, impJcto, tipo cio solo, o n1ocklo de operar e fazer n1anutcnção.

\terific.;i-se <1ue a vicia úti l prov<'ivel depe1,cle diret;1n1enle das c ondições locais e da íorrna que o equif>a-
mento é 01,erado.

A presença de areia e de n'atc 1·iais silicosos in1plica desgaste rá1>iclo por abras.ão. A 01>eração em mate-
rial de rocl'la produz cfci1os ncga1ivos dt..~'tidos ao iin f>acto e à abras,ão sin1ullaneamente, pela presença
de matacões e pó-de-pedra.

A maneira de oper;ar a máq-.1ina, cosn uso de velocid<adcs altas, cs1:>ccialmcn1c na 1narcha à r~, m:ino-
bras com curvas e giros de pequeno ra io, traball'o con1 inclinação lateral influem muito no desgaste
rápido da parte l'oclante.

Estudo econômico d os equipamentos de terraptenagem 355


A m.anutenção incorrct..;i 't!'llresentada J)<!la tcnc;.3o inadequ:t.d.J da esrcira e falt.1 de controle ilO desgaste
anormal das peças .tbfC\·iam sua duração.

O própr;o solo ~ c.on1er agentes qltím1COlt que aceleram o :.t."\que ao mel(tl 1>ela corrosâo.

Ern conclusão, soriil. diílcil cstabclocerc1li·sc valores para ;i vida ú1il da 1>a1tc 1 od~l1lta, e somc1ltc com
cCH1l1t."Ciniento das co1ldi(Õe<i especíiicJs de tr.1balho será possível avaliar-se çonl maior precisAo a du·
r.l<;J.o provável da~ cs1clra\.

6.1.3 - Manutenção mecânica


A rigor, a rna.1lute11ç:.o mcc.'lnica é uma despesa operacional, pois ocorre d11ct111nente em virtude da
utill.t:~çjo do equipJn1~1to pelo procc~w <le desgaste progl'C)Sivo <las pi:ça!t, aun1cnrando as fo lgas e
re)ult:uido, por íin1, ''ªruptul'a.

Tod.lvla, ~sas d~JS de oficina, COô(,t~lntC'\ de peças ~de mJo-dc obra. não sJo diretamente propor·
ciont'liS às horas de uso d.a máquina.

SJbc· se que esses cus•o~ crescem segundo un1.,1 linha ascet\derltC, pol'ém, com descontinuidades mais
ou nlcnos proourlciadas.

t nc1u.1nto a mác1uintt é nnva, o risço de cleíeitos tnec3níc~ é muito pequeno e a 1>rodutjvidade do


<.oquiparTtento, e levada.

Com o passar do tempo .Jumenta a incidência de reparos mec:Anicos, com parJdas longas que afeuim de
iorma npgativa a p.-oduçlo.

Assirn, no início de sua vicia Citi 1, a máq11inn 1:>roduLirá u1ri fJh.1rao1cn10 granclc, C"nni clespesa.s de 111.lnU·
tcnç.lo 1nínimas, <leix ..1ndo um(l sobra d~ íurlClos que dcvcrJo ser empregado) n1ais tarde. qua 1ldO a
sitt1JÇJ0 lie invert~r.

É prec1).Q considerar, istualmen1e, as condições vigentes no emprego do equipammto que aíctarn de


modo direto o seu desempenho mecânico. Já menciona~ d influenc ia da manutenção pre,ren tiva.. da
lubr1fic.:.çlo correta e da operação racio11t1I ''º
auolento da vida Últl, reduzindo os desgastes e rcttlrd.in·
clu o P1lvelheci1ncr110 ela máq uina.

As 1onas de aplicaç3o mC'ncionadas cm 6.1 . 1.2 p;;lra o cstabclt'cimf'nto d;:i vid.:l útil influem , da mc>1nd
forn•.... n-a fixação do COf'íiciente adequacfo para expressar C» custos de manut('n(.\o e reparos..

Contudo, é bastante difit il a estimativa prévia dos custos de manutenção, a n:to ser lançando mdo dt'.'
da~ fornecidos pelu prõprio (abl'icanlC" que 1>0de, por meio dJ rede de oficintt!> cio' seus dis.t1ibuido·
rcs, determinar de forma rorreta os g(lsto'< c.orli 'eparos. tnccanicos através cios an os ele utilização clns
cl ivc·~a" unidades fabricadas.

O .. M.Jnual de Pro(h..ç4\Q <.:aterpillar'"' estabe-IC'Ct" coeficientes ck reparo incidentes sobre o valor de Jquisi·
çJo das máquiMS ou sobre~ depreciação hot.iria, que fornecem o custo horár10 COfn a manutenÇJo.

kV. k'V• e k' · 0


M,, ~ 1 .000 10.000 h

k' = 10 k
ParJ trtltOrM de esteiras, no cusro horário de manutcnçJo, calc ulado con1 b.ase na depreciação ho r'1ria
o ,., os v•lorcs de K' seriam: Zona A, K' = 0,7; Zona 8, K' 0,9 e Zona e. K' • 1,3.

QUóldro 6.3 - Valores de K

Zonl\A
Condiç&_.., ck• 01x.•1"aç:io
Zona R Zon~
o, 13
C
--
-lr,\tOr de c.•·li-ií•iraç
"Scr111>er" rebocado
0,07
0,01
O.O'J
0,04 0,06
-
-'"Moc.oscraper'"
úminh.10 " (Of ,1~c;l~'""elrold.J"'
0.07
0.06
0 ,09
0.08
0, 1 3
0. 1 1 -
Dtr~-.drira ôe es&ciras 0,07 0.09 0.13
C.tt~,--.dtoir.a 0,09
de f'Od.ls 0.04
º·°"
ft•·\oh,)niw-L--.dQr-.11
Com~dOfcs
0,04 1 0.04.t
0,07$
0,09
1- -
6.1.4 - Benefício e despesas indiretas (801)
Sobre o custo direto de utlli.c:ilçJ.o ck> equipamento, <JIJtick> pela soma dos itens anteriores. dcven' ser
acrcscicltt.s as despes.alJ gt.-'t'ais da empresa Cdes~.-1 s etc "'over-hcad ...), compr<'C•nclf'ndo os gastos com ínsta
laç~. acln1ir1i~ração, impostos, publicidade etc. que SYbsiçrem, embora o (-"(1uip.1nlenlo éSl@ia inopcr.1n1c.

Nonnalmcote a taxa do 801, assumida nas composiç&-< de preços, gira em tomo de 35% do cu>10 di""°.

Exc niplo:

Dcrcrminar o custo horátio prc.>vávcl de um "'tr1ocosc ra1ler"'. com 270 HP de potência, admitir,do-sc a
vid.a útil de cinco anos e°' utt l iiaç~ anual de 2.000 h . As condu;ões de YSO <;Jo rtlkfias eos juros anuoli)
do investimento, de 12% ~o ano.

Valor inicial V0 = S 474.000,00 n- S anos

Valorr"'Sidual v, = 15o/oV0 • 7 1.000.00 n • 2.000 h/ono

Despesas de t>ropriedadc
1> Oe1>reciJção hortiriu

Oh
-
-
v.-v
n·•
Do prf'(O de aquic;ição V°" ser.i ~ubtr.'lído o cuslo de quarto pneus, considcr.:ado como despesa operaci0t1al
(ver 6. 1.2.6).

V' 0 = 474.000 - 4 X 7.000,00 • 446.000

D .- _ V'o - V,
n ·•

º•; 446 .000 7 1.000 ; 37,50/h


2.000x S

Estudo econômico dos equipamentos de terraplenagem 357


2) Juros cio investi1ncnto J = l 2o/(l a.a.
lnvestin1ento 1néclio

=( V 0 - V, )(n+l) \t
1m + '
2"

1.,. = (4 74 .000 - 71 .000 )6 + 71 .ooo = 312 .800


10

__ l.,.X1 = 312 .800 x0,12


Jm - -- - - ' - - = 18,72
a 2.000

Despesas de operação
3) Combustível (Tabela 6.2) óleo dic>sel = $ 0,2211

1
C = 0,1 4 - x 270HP =37,80 l/h
h.HP

Ch = 37,80 X 0,22 = 8,32/h.

4j Lubriíic.;1ntcs óleo ft1brific..;1nte: S 1,45/I

1
0,0011
h · HP
x 270 HP =0.297 l / h
CJ =0,297 X 1.45 =0,4)/h
5) Graxa graxa: $ 5,05/kg
0,01 X 5,05 = 0,05/h

6) Filtros
n• de fillros/2.000 h
íihro 6100 motor a x s so.oo• 400,00
filtro óleo transmissão 4 X $ 30,00 120,00
filtro sistema hidráulico 4 X$ 20,00 80,00
fi ltro combustível final 4 X $ 10,00 40,00
fi ltro combustível primário 1X$15,0() 1 5,00
filtro de ar 1)rir11ário 1 X $ 30,00 30,00
filtro de ar secundário 2 X $ 20,00 40,00
s 725,00
725
Cus10/h= = 0,36/h
2 .000
ot Preços estimados.

358 Manual Prático de Cscavaç.to


7) Mão-<le-obra e leis sociais

operador 1 h x S 1,00 = 1,00


ajudante 0,5 h x S 0,80 = 0,40
leis socia is l 3So/o = 1,89
3,29/h

8) P11eus
São usados quatro pneus 33", 25 x 29'' E3 ao custo de S 7.000,00 por unidade.

Ad1nitindo·sc a vida útil dos pneus de 3.500 h (condições médias)

4 X 7.000,0<J = SQQ/h
J .soo .
9) Manutenção mecânica K' = 0,90

M = 0,90 X 474 .000 = 42 66 / h


h 10.000 •
Resunlo:
Custos de propriedade: Oh = 37,50

- 18,72
Jh -
56,22 / h
Custos de operação:
Combustível 8,32
lubrificantes 0,43
graxa o.os
(illtOS 0,3 6
n1âo-cle-obra e 1 $ 3,29
pneus 8,00
20,45/h

Custos de n'lal'1utençdo: lv\h = 42,66/h


Custo clireto 1 19,33/h
B.D.I. ( - 35%) 42,67

Custo horário total : s 162,00/h


O custo horário da máqoioa à dis1)0siçã<> {cvsto irnprodutivo) seria :

Dh + l• + MO = 37,50 + 18,72 + 3,29;:: S 60,00/h.

Obs.: Para o cálculo cio custo mensal de veíc ulos de transporte (caminhões), rccom<::nda-se a leitura do
Apênd;ce n• 5 (pág. 393).

Estudo econôrnico dos equipamentos de ter raplenage1n 359


6.1.5 - Custo da hora trabalhada e da hora improdutiva
O custo direto de util ízaçãode um equip:tJ11("r110 com1>c'CCnde, como J.Í v1t.to. ;is de.~ com depreciação,
juros, opcrac;Jo e manuten.ção.

n·a a
j[
C • Vo -V, • - ( V - V, ) n + I + V,-t-IJciv+
0
lrl
] -kV"
n ·a
sendo:
V0 ; valt)r ln1C"iõll

v, ;.. valor r~\1dual

J = tax~• de J"ir~ anual


~ = h<H..-s ~ utili7ação por ano
n viela útll
Oop - soma1óri.1 d;,s despesas operacional~

k - cocftricn1c de rl'paros mec-.iinicos

t-lá CilSOS, porém, enl que a máquina íl<:a à disposição da obra sc1n ser 01>era<ia. Nessa hipótese, nJo
haver.i :i inciclência das despesas opcracio11ai), c;;o1n exceção das de m.lo ele-obra (MO).

Assim, o custo do equipamento d. disp<»içJo (hor.1 improdutiva) Krd:

v. - v.
e, - - +-
n-a
j[
a
n+I
V0 -Vr ) - +V
2n
J +MO + - -
kV0
n·.a

Alguns Ó18Joc: rodoviários aprc-scn1a1n, em suas Tabelas de Preços, os custos clJs floras produlivas e
iM1) rCXlutivas. Nos1as úllimas, costun1arT1 cxclvir as <lespes.as par<1 o fvndo de rn'111u1cnç~o . A f)ord irn-
JJroclutiva flOCle ser expressa:

C, D + 1 +MO

D -. dcptccia<;do hor<iria

J = juros t10..-J.r1Q)
MO • m.'\o-de-obra
C i = COS>tO d3 hOrit improdutiva
6.1.6 - Critério para a decisão da compra o u locação de um equipamento
De 1noclo ger.JI as cn1prcsas possuem equipan1entos em número limitado e, quando há íorte clernanda n o
n1ercado de trabalho, haverá necessidade de a1..1me1)tarem-se as unidades disponíveis, pelo 1nenos ternpo.
rariamet1te. ~ preciso, então, clecidir entre a locação temporária e a corr1pra de um.a nova n1áquina.

Na expressão do custo ho rário direto, supondo-se, para sirr1pli íicar o problema, v, = O.

e =--+-
V
11· :t
0

a
" + 1)+ D""+--
j V,,. ( -·-
2 11
kV
11 -a
0

Assumindo-se a vida \ítil de cinco anos, que geralmente é adotada 1>ara os equipamentos de terraplenagem,
le1n os: (n • 5)

4 V 0 j kV
C =--+0,6-V0 +--
S· a a S· a

As despesas operacionais não são consideradas, pois ocorrerr1 nas d uas hi1>6teses.
Se11clo L o cus10 horário da 1náqui11a alugacla, o 1lún1ero de horas 1nínin10 para justificar a con1pra da
1náquina seria:

Vº [o,2 +0,6j+0,2
a
k] = L
ou
a;,; ~"1º·2 + 0,6j+0,2 kl
Exem1>lo:
Oelermin ar o 11ú111ero n1ínirno de horas de ulilização por ano p ara justificar a compra de 1.1111 tra tor de
es-leiras, cujo c usto ele locação é l = S 150,00/h.

Dados
V 0 = $ 500.000

J = 10º/+a . a.

K = 0,9

L = $ 150/h

a ;,; !
soo .000 0,2 + 0,6xO,1 + 0,2 x o, 9
150
l
, S00.000 _
a e::; X 044
, -
150

a<: 1.467 h.
Se o número de horas de utilizac;.Ao lt:mporária íor ir1ícrior a 1.467 IVJrlO, será preferível a locação da rr1áqui1)a.

Estudo econômico dos equipame11tos de terraplenagem 361


Uma 001ra opção seria utiliL~r o sistema .. leasing"' ou ttrre1xlamento mercantil.

"este sistema. pode--se dlug(1r o cqt1ipamento por tcm1>0 determinado. m.as havctti sempre a opç.io de
compra 11umcll da.ta futura. ~J h1póte-;e de cfuluar-sc tl compra. os aluguéis pagos ser.lo descontad().) do
preço de aquisição da m.áquina, caW"> o prazo contrJtu..il tldo t(-nlla r.ido .alil'tgido.

Se o prazc> for atingido h.1, tlinclil, a possibilidaclc de ccl n·11>ra do equi1>arnento pc'r uni valor rcsidunl
cst3bclccido anterionnenlo.

A Jlrincip..'ll vantagem do 'i"'te111.1 "lcdsing"' é que os p.1g.:imcntos ícit<» d título ele aluguel podcnl ser
des<:onrndos como despesa na contabil idade da en1pre'i:.1, aliviando-se o v:alor do Imposto de RendJ.

6.1.7 - Renovação de frotas ou substituição de equipamentos


Sabe-~ que durante a vida d~ urn equipamenlO as dcspc-s.1s de manutenç\"IO, de início muito redu.i1dtt..,
((!n(ICm a crescer à medida que o tempo decorre dcvitlo rtO desgaste n<.ltural 0<.il:.iclnJdO pelo uso. E~M."S
di~J:>êndios n;_to são proporcion ai~ .10 len1po de uso, 1n ac: poden1 haver picos bJ:.l<•nte <1centuJdos qua1l·
do hii nt•cessicl.ic!e de rcpar()> n1c'\(;.511icos enl componentt-4' v it<tis do cquipJ1't'lt.:1lto, conlO a parte toda1l·
lc (esteiras}, motor, 1ransmi'>\AO etc. 1-1á, portanto, custos c1escer1tes mas que n.io obtt!t?ccm a ne11huma
reg'd 1·ntitt!n·• ática, sendo, ao conuário, bastante alcat&1os.

J.í vimos que uma das maneiras de estimar-se a vidcl útrl N.onômica coos1stc na <iPtf'fmina.ção do perlo-
do cm que a soma das dt..-sfX"o;;a\ ~manutenção e(:rc...oo.cetll("') (~adiciona da~$ de drprcciação (dec~c.-n·
t~). 1).'.'11t'>a1ldc>-se por um mínimo que definirá ~e pJr.\mC"tro. Na prática diári3, entretanto, surge a
cfiíiculcl;:idc da apropriaçJo <.orrtt\\ das despcsab Oµl'rilt.io1lJ is e de 1nanu1cnç"º· o que só poclc ser
con"Cfit•ido ::itravc?s de ac;on1pi1nha1nento d iligf.!otc e acur.ido cio con1ro lc clt>"'>es custos.

Por ourro l.ldo, todo proprietário de equipamentos usados sabe que, en1 certél épQca da vida útil, sud
mi1qulna terá de ser troc.id~ por uma scmclhan~e. 1-.ov,l, j:'i c1uc, ultrapassacla a vida útil econón1ic~. o
c-us10 horário do equipamt..-nro mt1i10 utilizado tende a \upcrar o do novo.

A EnRet•l1arioa Econômica apreserllét du.ersos métodos p.ilrJ determinar-se o 1nlt"f'Vitlo ótimo entre duas
sub:.tiluições, ressalvtlndo·se que o equipamento 11ovo ck>ve a1Jrescota.r caract(\rf(tic.is idênricas ds do
antigo {'-n1 termos de pf'Odutivida<lc e <le c usto:.. Esses proccslios s3o dcno1Y1i 11 o;1clo~ cfp análise de rc11ova-
çüo de fm1:is 0~1 de subslituiç:'I'> ti" C"Q\1ipi1me11to:. ("•eplncement analysis").

lnicial1ncntc s..io lemb<ados ._,lgun), conceitos de Ma.tcnkítica íinanceira necesQrios p.lrJ o entendimento do~
m~todM aplicados na dete?rmirtJçdo da \•ida útil '-~1ca e, por conscciÜetKí'1. cLt hora de subs1i1uiç.lo.

Sendo P. S. R, n e a \·atores <k>fini<k>s no mélodo de '1motti~ação do •s.1nk1ng furld", letnos:


s ~ p (1 +i)"
que é ,1 ex1Jressão gccal dn íormaçlio cio c.a1>ital com juros cornposlos (ver A1>ê11clicc ,,Q.)).
Qu.ando um._i. c1uantia, à qual se aplica a taxa de iuros i, 6 dcsloc.;ida para o futltro, seu valor aumenta,
segundo .i fórnlula acin1a.

Ao <ontrArio. quando se n.'"torn<\ ao presente ·valOf" atualJ uma qua11tia íutur;.l. o seu v.:llOI' dim1nu1
~ul'ldo ai e"pressào:
p; s
(l+i)''

1
sendo o "'f ator de Valor Aluai'", representado por FVA', que é sempre menor do que a unidacle.
(1 + i)"

Decompondo-se o ct.•Slô <le utilização ele u111 equipa1nento, como já foi feito, c 1n despesas de capi1al
(dcprcciaç.,o), cJcvic1amcntc atualizadas pelo referido "faror de valor atual", ·vcriíic-..a-sc (1ue esras são cres-
ccotcs cozn o núrncro de anos decorridos. Ao co1ltrátio, as despesas de manute-11ção e operação são, nos
primeiros anos, decrescentes com o tempo, depois de devidamente alualizadtls pelo mesmo fator (FVA'}.

É evide nte q ue a son1a dessas despesas, enl certo nlomen10, passará por' tim mí1l imo que irá cleíinir a
vida útil econôrnica do equipamento, n1ostrando a neçessictade da sua substituição por u 111 novo.

Esses concei1os ~ão a base do método do Cl.lSto médio rnínimo, 1nuito aplicado na análise de reposiç~o
de equipan1entos ou (rotas e que, a seguir, é exposto de (ofma fesun1ida.

Se uma empres<1 adquire um equipan1ento de valor i nicial VO' cujas despesas de operação e 01a11utc n·
çdo 11os anos subseqüe11tcs são 1·epreseotadas por DOJY e cujo valor residual é V. o valor atual dos 5el.IS
custos a nuais, admitida a taxa ele rem uneração do capital i, seria:

no l " ano C1 = V - V, 1 +~
• (1 + i) (1 + i)

1l O 2° ano

Dos>J Dwi + Dt>P*


no 3u ano + • + 2 1
( l +i) ( l + i) ( l +i)

V " D .
e ~ \' - fl'I +~ Oj))
no n° ano (1
" o + ·)"
I L... (I + ·)i
J•I I

Esse vJlo r atual dJs despesas pode ser transformado cn1 a11uid.:idcs de valor R
R R R
e =--+ n l+i
+ ··· +
(1 + i)i
;. f'>
(1 + i)n

P = R[-1-+ 1 +· ·· +--1-]
l+i (l+i)' ( l + i)"

A expressão entre os colchetes representa a soma dos n primeiros termos de uma progressão geométrica
cuja razão é _!._.
1+ j

Estudo econômico dos equipamentos d e terraplenagem 363


Assin1 1emos:

P aR [tl+il"-l]oul'
(l+i)"·i
•R·fVi\

(1•1) 0 . ;
R -P-'----
(J .+.il" 1

1
O fator ( + i)" · i é o ck-nominado "F,;atOf de Recuperação <k- Capital" (fRO. que permite calcul.i1 as
1 + i)" - 1
anuidclcles R quando 1> 6 dado:

R =r. FR(" º"e·.= e•. fKC


logo, podemos ""•beleccr que R é um v•l0t anual (anuidade) que rcprescnt• • '°""' das despesih do
equip.a~n10 nesse ano (C',.1. ou seja.. o <eu custo anual médio ~rá:

_v_,~,,_ + ;
(l + i)n l j
º·l'LJ n + i>º.;
(1 -f· if' (1 + i),.. -1

O •t ator de Recuperaç;io de C.pital' (FRQ é rabet.do nos IM<>< de Matcmátü Financeira, conhecidos i e n

A exprt-ssão acima permite ukular a soi1tJ das despesas de capital e de operaç~ num ano qualque< n,
ou sc;a, o seu custo rn(-dio anual atuahiado tC',,). Num caso pr:itiço bastaria calct1lar os valoteS de C'n
cino .\ .ino, para dc1crminnr·se o nl01"11en10 em que se atinge o valor m ínimo.
Pode se. ainda, aprt-s4.'nlá-la ''ª seguinlc fo11t1a.

Exemplo:
Octcrn'linar, pelo <.usto médio anual mtnirllO, a vida útil de um tratot cujo valor de aquisiç3o é
V0 S 10.000,00. A deprc.;1açlo <! c.>lculada pela fórmula exponencial corn r - 0,)69 IV, =V0 (1 - rl"l-
A tJ"'a de remunerac;;to <lo capital e 1 10% a.a.

Ana Oc•pf..,as operaclon:.l" Anu Despesas cu? nlnnutert<"ao


1 1 2 700 1 910
l
-
2 800 2 1.050
) 2 600 ) 1320
•5 2.SOO ·- •s 1.740
l ROO 2.820
6 J.000 6 ).740
7 2.700 7 4.050
6 2.900 6 4.600
·-
-9 l.000 9 S.200
Dos dados da conlabilidadc da empresa são obtidas as despesas arluais de? operação e n1anu1enção, a S.'lbet:

Cálculo do valor de1>reciado pelo n1étodo expo11encial com r = 0,369 (ver 6.1.1 .3).
V, =V0 (1- r)"

A no Valor rtsidual
1 0,63 1 V0
2 0,397 V,,.
3 o.2s1 v 0
4 0, 158 v.
5 0, 100V0
6 0,063 V.~
7 o,040 v _
8 0,025 V,,,
9 o,01sa v 11

Custo de Capital

-
Ano V 0 (1) v, FVA' (,.)
'
V, x FVA' (2) Cu$lO de Capital
' 1
1 10.000 63 10 '
0,9090
j 5 736
(1) - (2)
42 &4
2 . 3970 0,8264 3281 671 9
3 • 25 10 0,7513 1886 8 11 4
4 • 1580 0,6830 1079 892 1
5 • 1000 0, 6209 621 93 79
6 • 6 30 0,5645 366 9634
7 • 400 0,5 132 205 97 95
8 • 250 0.4665 117 9883
9 • 158 0,4241 67 9933

Custos 01>eracionais: e de M.;.inutenção

1\no ,.Cui:.tos opcr.:.cion:ti$ + manutcnçlo FVA' (") Custos atu.:ill1,ados


' 3Custos
.
a<:umuJarlos:
1 3610 0.9090 3 281 281
2 3650 0, 6264 3 182 64 63
3 392 0 0,7513 2945 9408
4 4240 0,6830 2896 12304
5 5620 0,6209 3 489 15793
6 6740 0.56 45 3805 19598
7 6 750 O,S 132 3 46 4 23062
8 7500 0,4665 3499 2656 1
9 8200 0,4241 3478 3 0039

Estudo econômico dos equipamentos de terraplenage1n 365


CWf0$ MédiosAnu3i-'
Ano Cuos;10 ~ c.p;w1 Cui:I O'.t ~r•CÍOflill> it'
de.-- Cus.to TotaJ FRC (") e lb1o .'-tédio A
Mal'W.fl~io At..-u1nulodh

-21 . 426-t 3281 75'5 1,1000 8300


6719 1>463 IJ 181 0.5762 7595
3 81 14 9408 17~ii 0,4021 704L
-
4 8921 1230'1 Jl225 0,3 1 5~ 6696
5 9379 IS79J 2.5112 0,2638 6640
9634 19S98 6712
6
7 9795 2)062 - 292J2
32857
'0.2296
'0.2054 1 6749
_!_ i 9883 26561 )b444 o. 1674 1 6829

9 99)) 30039 39972 0,1736 l 6939


(º ) Vc:r T;.bcl a oo ApllndiCt' n" 'i

Ver1fta1..se que o custo rnftlio anual míninlO ocorre no 50 ano. Convém obsl."f"\'3r que 0$ clJSt0$ nos~. 50 e
&'anos slo muitoS pró••mo.. Assim, a suh<t•tuiçJo do equipomcn10 ou do fro1.1 pock-<.l ser feita sem pcrdos
><.-nsfveis. durante esses •nos, dependendo d.>< disponibilidades fin.>ncciras da empres> nc»c periodo.

• 6.2 - Custo Uni tário dos Serviços de Terraplenagem


Pocfc-sc estimar o c usto unitário de qualquer serviço de tl'.'rr.i1>lcf1age1r1<:on hecC'ndO-"IC o cu$tO t1or.1rio
dos dlvcts0s equip.irr1cn1oc; empenhados n o trabalho ea prod u~Jo da equipe.

Nos C:dpítulos anteriores lá foram C.."<Jm1nados os métodos de C'Slima1iva da produç.lo das divers.il.S u11i-
dades, bem como os toelicientes que permitem o cálculo do seu custo horário.
~ modo geral, o custo unitário do serviço será expresso por:

onde:

!.e._ soma dos cu~tos hotários dos equit)(tmen1os utilizados;

:!:Qh • produção horária da equipe.

Vcrific..1°se que, pelo 1>roccsso de cs1i r11c1tívJ índicado, o custo unitário totll dos serviços é c.-lcul.1do
englobando a escavJÇJO. carga. transporte e descarga. Portanto, o preço do sctviço será íomcc1<k> cm
(ur..çdo de uma d1s1ârlC1..l ~transporte f1XJ<b para um trajeto que se mantém coostantl'.

Entret.into, cm con,~\~rlCia da var1açlo que a distância de 1r.insporle pode sotr(lr nas diversas rases de
um serviço de tl'rrJpler•agem. com pc1c.ursos divcts0s e tempos de ciclo diícf'Cntcs, é rlQrn14 geral :t
nprc:.cn1ação de um p reço u n itário para o trnn.sporte, scpardd<> e.lo preço 1>ar<1 a C"C.1vação que cnglobn
o corte, a carga e tt d('~ilrga.

A (onn.1 mais simples de <e exprimir o t:U)(.O de transporte é ;,tra~és


do momento de transporte (volume.-
X distdncia), de sorte que ele permaneça independente da distJncia peroomda, podendo sec- aphColdo
P...''ªd iversas distânci.ls d(• 1ransporte, dentro de certa faixa.
RS
V·d
As unicl.ldes mais <.'fllpregadas slo mJ . d.am ot1 mJ . km, dependendo da extensão da di~.ância percorrldd.
6.2.1 - Determinação do custo do momento de transporte para distâncias longas
(d 2: 1 km), com caminhão basculante (m3 / km)
A determ1n.)ç.\o do custa do monlCOIO de lr.in~pOrte <CJ é feita pPla Clil:press.Jo aproximada

e,

Sendo:
C, - CUlllO do momC:tllO de lfarlSpO~tc;

Ch • CU'ilO hürô.1rio do equipamento de tr\\11SJ>ortc;

Qh • produçáO horária d<> mesmo (ml/h);


d = disr.incia de transporte (km).

Dcve·sc ICf cm mente que essas exprcss~ conduzem a valores aproximackx pófque vários parãmt'tros
são adotados at'b1trar1amente, tai5 como a capacidade do equipamcn10 e $U.l velocidade. de modo que
o custo do 1r•on•cnto de transporte obt1ck> scr;1 válido a.penas p;ira as condições prefixadas.

Todnvía, pa1a ílns 1>r5.titos ele paga1Tien1c) Clf>S ..ervi~os de transporte, expressões scrr1elhantes são usaclas
pelos órgJos roclovládos. em su:is t;ibQlas <lo prc.-ço$.

Sfio .irlmi1ido!. os seguintes valores:

Qh ~ produçlo h<l<ária da unidade de lr.msporl<' (mlJh);

t 1 - tcrnpo de c.Jrga = 2,5 min;

Vmi - vC"locil laclc média de ida (carregad<>) .. 30 kn·l fh;

Vf'fW • vclcx.;1dJde média de retorno (vJ7iO) 40 km/h;

"' • fa1or de empolamento ~ 0.80;

E = f;itor 00 f'r1c.1C'flCia 100%.

e, • t 1 +t., +(~ +~) · 60 (e1n 1ni nutosl


V"'' V"•

Estudo econ6mico dos equipamentos de ter-raplenagem 367


" = 4,0 + d • d ) . 60
( 30 40

te =4,0 + 3,5 d
60
Q. = 6 x o.a x --
4,0 + :1,5 d

Q. = 288
4,0 +3,5 d

e, _ e. • 14,o +3,s d> ·C


Q,·d 288·d •

e =e 4,o + J,s c1
' • 288 ·d

Sc>ndo k - 4,0 +J.5 d


283 ·d

Qua<lro 6.4
P'.lfol d - 1 km k - 0,0260
d~ 2 km k • 0;0191
d - l...,.,, k-0,0168
d·<tkm k = 0,0156
'
d•Skm 1 k- 0.0149
d 6 kro k • 0,0145
d· 7kn1 k. 0,0141
d · 8k11' k .. 0,0139
d 9 k1u k ~ 0,0137
d• IOkm ~ - 0,0135

ExC'mplo:

Calcular o cus10 <Jo 1nomen10 de ttansporte para um c:.mi1,hão basçulan1e (7 ml), Cl1jo cvslo horário é
de $ 70,40/h e para a clist~nci.1 ele d = 2 km.

Do quadro acirna~ par.J d - 2 kn1 icmos K = 0,0191

C,-K.Ch

C, = 0,0191 X 70,40 $ 1,34/m3 . km

368 Mnnual Prático de Esca..,.8(3o


1 1 1 1

...... ·- •.0·3.5d
... 4

"" 0,0191

'-..... o,01ee 0,0149


0.0141 0,0137

1 1

Figur.1 (>.b
o t 2
• • • 7
• • 10 d (km)

Para u1n t;\\minll3o de 1O m 1 de c.apJcidadc, cujo cuslo é de 133/h, ten'IOS:

e, • 0,01 9 1 X 133 • $ 2.5~/llll . km

Ex() min ando-~ o qu;idro referido, constatôl·SC que o valor de K, em funçdo d:l disttincií-"1, é uma hipérbole
assintótica cm re l aç~o às d istdn<:ids p<·rcotfid<l~ 1\$sim, a partit de 2 krn a varlaç.ão de cus10 do momento
de transporre fi. cada ve~ menor, de sorte qvc, para facilitar a sua aplicaçJo, considera-se K constante
para d1st~nci.is iguais ou maiores a esse v.•lor (-o que ocorre com a T.lbela ~ Preços do OER/SP em que
diwdncia\ matores do que 2 km tên1 um preço uniforme para o momento de transporte.

6.2.2 - Determinação do custo do momento de transporte para distâncias curtas


(d < 100 dam) - Com "moloscraper" - m3 • dam
C1 custo do momPnto ele lr,1nsponc;

Ch ""' CUSIO h Ol':irio do "motoscl':.per'';

Qh - prodL1çào horária do "motoscrdpct'" ~r11JJl1);

1:11 = 2,0 mtn;

V1 - 'elocidodc de oda (c.>rr<-godo) = 15 kmlh;


v. - \'CIOCtdade de retomo (vazio) - 30 knvt1;

C-. C.lp.lCidadc du "'111otOSCraper"' = 23,7 ml;

q> : fator cl~ empol;imc11to = 0,{JO;

E• 100"4.

Estudo econõmko dos equrpam~nros de rerraplenagem 369


Te mn">:
&O
Q .• e • <P
l:t, + ( 1 + 1 ) d . º ·"'
'\I V,

60
Q 2 3,7 . 0,8 (
2 + 1 +
1
) d. 0,6
IS 30
l . 137,6
Q,
2,0 1 º·º"'º .d
e, - ..
e 2,0 + 0,060 . d
1 . 1 3 7 ,6 . d

2,0 + 0,060 . d
~<.· rlcJu
1.1 37.6-d

Pa ra :

d = 10 clam
k. = 2,0 - 0.060 . 1o
0.0002285
1. 1 3 7 ,6 . 10

k '= 2 .0 + 0,060 . .lO


d - 2 0 d<lm - 0,000 1 406
l . 1 37,6.:.!0

Quadro 6.5
d - 3 0 d~m
4 ( la rn
k' º·ººº 1 1J
k ' - 0,0 0001<>67

' --~
om
e .1 1 r1
cam
d a 1TI
d om
'
' .
---
li' - 0,000087!)




d = 1 00 dam k' 0.0000 7 0~

370 M o n t.101 Pfó tico de Escavaçao


K'
1
1
1.0•0,060. d
K'
1.137.6.d

' 0,0002185 -
\ 0,0001406

~1 13 ,........, .0000879 1
0.0000

o
'º zo 30 ... 70 80 - -

Figuroa 6.7

exemplo:

C.1lc ular o custo do momc1110 cf.c transporte par'1 d d i s!~ncia d = 100 dam ele urn .. motoscraper"' cujo
custo horário é eh - $ 24 , Ih.

Ç, - 0,000070) X 24 1 ~ $ 0,0169/m I • dJm.

As tabelas de preços dos ór-g.)õs rodoviários costu1n..un fixar um valor médio constante para o costo do
momento de 1ranspone at~ 3 distJ.ncia d s 100 d.am, ~las mesmas rdl:ões j~ C'."Xpostas an1criomwn1e

Estudo econõmlco dos equipamentos de terraplcnagcm 371


Referências Bibliográficas
(1) Day. David A., Constru c lion Equipm cnl Cuide, Nc......., York, John V\1ilcy & Sons lnc., 1973 .

(2l Rego Chaves, C.. Terraplenagem (\i ecanizada., Rio de J:ineiro,. Editor<a Rodovia, 19S5.

(3) H ess, Geraldo et ai., Engenh arin Econômica.. Rio de- Janeiro, Departamento de E1lgenh ariJ ln(lus1tial,
Pontiííci.i Universidad e Católica, 1974.

(4) Revista Tra nsporte Moderno, nO\•. 1974, Custos l·lorjrios, Editora 1\ bdl.

{5) Pcurifoy, R.. L., Constroc;tion Pla nning, Equipme nt ;)nd Methods, McCrav.'-Hill Sook Company, lnc.

(6) Conlposições de Preços, De1>artamcn10 de Estrddas dé Rodagem do Cst;;ido de S3o P.:iulo.

(7) Earth 111oving a nd Construction Data, Allis-Çh(llm ers Mfg. Co., 1958.

(8) Revistl Tr<lnS:J}.()rlc f\.iod e rno, out. 1973, n~ 121, pág. 28, Editor(& Abril.

(9) Rego Chaves, C., O c 1nprcgo de 1náquinas e i 111p lenu~n lOS na <.'Of1Strução de ba!iCS de solo-ciment<•, Asso·
ciação Brasileira de Cin,ento Portlan d, São Paulo. 1961.

( 10) Rego Chaves, C.• Tcrraplenagem M ecanizada, Revi st~ Con!ilru(ão Pesada, out. 1977 e mar. 1978.

( 11) M achado, E. M ., Mt!10<lo do Custo M édio M fnimo, Revista Tr,1nspo rtt A1odt rno, fev. 1980, 1>ág. 34.

372 Mano.ai Prático de Escavação


-
Terraplenagem
não-convencional

lodos os pr0<.essos de escavação, carg.a e trJn)p()rte até agora descrit<K <-Jo con~i<k.-rados métodos
convcnc.iooa•s de eicecução da terrapfcnagcm.

O que ca,.aeteriz.a a. terraplenagem COt\VêOCion.-11 é a prcxluçlo descontínw, ou K"Ja e1Carrunando-se o


c-K:k> de prodU\Jo de qualquer dos equipamentOS normais verifica~ que o trabJlho re.ilmente produ-
hYO, isto é, o corte, representa apen;as um:a pequena fração do tempo ioldl, enquanto o restante é
em1>rcg.ido no lfansporte, descarga e recorno.

A tcrraplc.:nJgcm clitd n~o<onvencional é dqucla quP J)()SSui como princi~ll car.1Clcrís1ic.a <t produç.ão
cootlnua de gra1\Cfes volumes, porque os ec:1ulp.'\mentCK de corte não sus 1~1~d('n1, cJurantc o ciclo, a
csc.ivaçJo, :JOMC1llC intcrrornpida dur\lntc as n1111lobras ele: reton,o.

t fácil cOmJl't>endcr <1uc, sendo in1n terrupt3, a produÇ:So dos equipamento~ nJo-conve<i<ionais supcr.i
em largd esu:la 61 obtida pela maqu1n.ar1a notm.ll, cooseguindo-se a esca.vaç.lo de g.r.-.n<lcs volumes n.;a
unidade ~ t('mpo.

Isso, pc:w outro lado, obrrga a~ de um.1 trota de traMporte cujo baL.lnc<!.1men10 ~e ser compa·
tí\'CI icon1 o Ouxo de material desmontado. Ca~ contrário, ha\'endo número 1nsufictentc de "eículos, o
maleri.JI ql•~ ílln constantemente ser~ perdido, diminu1nOO..se a produtividade do ,.iJ.tema. ô mesmo
pode <t!r d110 com relaçJo aos cqu1panlCnt<.» de compactaç.jo.

Trata1ldo·sc cl<' N1uipJn1cntos especiais, de dito tusto de aquisição e de manejo 1,::.i;1an1e complexo,
sCM11en10 c1n cond ições de trabalho m uito cs1>L'(.it1is será economicamente interess:1n1c o seu emprego.

Rcsun1 i d~1n1c11tc, os fatores que po<k,'tn pc.."S11r na seleção <Se um equipamento n3o-convencional ~o:

• grandes volumes a serem m°"'idos;

• ptõU:~ reduzJdc»;

• condições de compacidatk!o e urni<IJde do solo;

• grJndcs dic;t5ncias de tr.Jns1>01t('.

Qu.11110 ,10 ptinlCiro itoo1, é óbvio, somcnl~ .1s OOras de grande volume proporclon3m o faturamento
necesQrlo pat.'.l IX'nnrtir a amorti:tJÇJO do 1nv~c 1 mento inicial elevado, dcntto de períodos razoáveis,
mediante om.'.l tax3 de retôfno de c.apit.11 comf)C'flSOldora.

373
As cond1(ÕM locais topográl'ic.is s.Jo n1l1lto i1nportantes, porque esses cc1ulpamentoo; se Jdaptam u11ica ~
n1~nt~ .)) 1t:gi<'.)e) p lanas ou pouco acklentJcL11.

A. altur.l do cOtte. segundo explicam~ uwc\rioM. influi decisivamente na pnxluçtlo das nláquinas, COM--
t1tuindo. po4s, i.:.10..- rell!Vanle no p1oc;csso.

Além disso há algun5 tipos de solos que, pclafí ~uas c.-ir.icre.-ística~ de con'tpacidade e de umidade natu·
rJI, se prcst.:im n1a1s favoravelmente d dl)lic.açlo dessas rnáquinas êSl)l.'<::iJis.

QuJnclo c11~a'- (.OnC'.liçàf>s se verific~1n·1 n,1 ptálica, J)Crmitindo o seu <'1n 1)1·cgo, cJ-. resultados cconôn1icos
oferclicio'.!i, :i.euuncio a informJção dos USl1ários, túm siclo con1 1,~nsactorl"!I, .1h.írn de pcr1nitir a d lni inui-
ção dos 1>1a1os cios cronog.ran1as.

• 7.1 - Equipamentos Escavo-elevadores


7.1.1 - Gene ralidades
Os cqu1~mcntos esc.l\tO.el~·adol(.."S constituem uma vari.antc dos csc.1V()('.1rr<'R.tldores, pois executa.m
as fTI4."Sm.Js íuoçõcs de escavar e c.arrt"gtlr .1~ unid11des de transporte.

A diferença (•n1rc essas n1áquir1as ·~~ide: no í.ito de os ec1uipamentos cscavoc::irtt"g.,dores convencio11a1<


poslouírt:n• o c.iclo de produçjo descontír1uo, isto é, hav·crá vários len1pos elementares não· produtivos,
enqu<lr'ttO o 1r1111JO rcaln1e11te p10dl1tivu 1cícrc.....sc a u1na pequena parte do r iclo.

Os cquipan1cntos esc01vo-elevadorclo t~m 1JroduçJo contínua, pois o proces~o ele t--scavação e elevação
n.lo ~ interrompe dt1rante o ciclo,. ocorrflnclo rnovin1{"ntos ou lt!tnpol> elementares nãcrprodutivos ape-
n.is n.a~ rt1011l0bras de retorno ou.. eventuõ')lmf'ntt'. na troca dos equipamentM tr;,,nsportador~.

~ cl.iro que. por essa ral:ão, os esc.a\'O·Cl(".<ddor~ 1f'fll produção el~·acb e continua.. que é a carac1erí.. -
t1ca J>110C1PJI dos. cquipamer1tos n3o con"vcnc.ionat:,..

A elev.1(30 ~ feita através de es.teira tran,pon.:idnra de movimento con1í11uo• .., a operação de corte 1>0r
meio de l.lm1nil semelhante às das uniclJ<k-s <.>scavo co1purradoras. O oqulp.11nt"nlo ildapta--se bem a~
tt>1 rt-nos de topografia ravorável, C<>n't r:in'tpa~ 1nui10 suaves e c1uc pent1item longos trechos de trab.ilho
contínltô.

Existc111 doi:i. 1 i1>0~ principais de escavo-cl~va<lorcs. Um é rebocado 1:>0r u1n ou clois trato1es de esteiras.
cnquar1to o 0tnro é nutopfopelido, ~ndo o lriltor parte integrante da 1nJqu111d c;.01ni'>leta.

"'ºtipo rchocado obtém-se a forç... de llJ"Jo di:.ponível n.<1 lâmin41 de cone horiLontal pela ação de dots
u~torl"S de ~•eiras de grande pottc. scnclo Qu<' um reboa e o outro cmpurr.i o conjunto simultane.:.+
nleflte. O n~t,.rial ê'Ç(;avado é encaminh..ldo d bieira. ele\.·a t6ria acion.td.J pô( um motOt' indcpendent('o
do ptÓj>r10 e ~lrr<"gJdor.

O cqu1p.lmenl(') ...1utopropehdo move-~ .itravés de esteiras próprias, .J<-ionadíl' 1>01 u1n motor, intt.-gran-
le do <.O•ljunto, do quJI fazem ~rtc 41 15mln.l de corte e a esteira elevatória. f\.('o;!(' tipo a lâmina de co11e
pode S('r l 1ori1c)nlal ou vertical e no úhiMO e.leio,, <>1:>eração df-! CC>rtte ~t!•J feita c 1n 1aludc vcnic..11.
J
2

1 - TtillO! u:l>CX.uf.!Jr ( 1\0 111')


2 - Tr11110t t:Mpun,,~01 Cl50 1IP)
3 - Motor cft" aeit>n~IO d.t ~t~ir.-i eleva1(;1ri;i (.52S l IP)
4 - Llmí".l d(' C'Of1(• \~1·ç..,I
S l ...nin.a ..tt- ( Otk' M111on1Jil
6 EitC•tl) t'lh'>'t6t1.)
1 - Pistôes f11dr.lullc:l)!I dt ~10Nme'nll0 da ~mtM
8 ~ ~.,,mb,a
' - Aflcul~Jo

7.1.2 - Produção dos equipamentos escavo-elevadores


A produç.Jo tlr~ta~ máqt.1inas depE"ndc, sobretudo, da potencia dos tr~tores rC'bocadol'CS pard rcali~ar a
01>t:raç.io d~ cortC'. A quanlicladc do o•Jtc1ial ef,c.;avJdo 1lela 15111i11a e elevado 1X"la ("iit Cira dependerá d3
seção tr~u1 svcrsa l d.1 boca ele corre e <IA vPlocidJclc cio ec:1uipan1cnto.

ond~;

Q • produç..o do escdvo-elevador (m 11min);

\f vcl<Xiddde do conjunto {m/min•.

Co1no a velociclade do cquipa1ncn10 cJc-1Jcnci erj cio tipo de material cort..,do, e da po1encia dos trator<'-<
rebOCilclorc), 1:>odc·se CXJ>rimir a j)1odu\..1l, c·rn lunção eles.ses elcn1c111os.

Terraplenagem n&Q<onvencional 375


Quddr(, 7.1 - Pr0<lução estimada para escavo-~lev"dores:, de acordo con1 a potênc;:ia dos tratores, c;om fator
de eficiêilCi.1 E : 100% (medida no corte) (m'/mln)
Put@~ tot.al ckJ.t tro1tores (HP')

Solo Jlu-.1:.I dt ~ft'.a ~ ped~ho


100
8
200
1;
300
2•
400
32
•-oo
40
600
•8
700
56
800
64
900
1 72
1000
80
Rocha muito attM11d,)
!pouco torn~("'t.\) 7 ,. 121 28 J 1s 42 49 56 63 ;o
Roch.3 1)()uCo .1ft('rada Ccoolpacta) 1
l b 19 12 i 1s 18 21 24 27 30

A 1>rocluçJo do material escavado deve ser co1n1>atível com .i capacidade dt• cai!)ti da esteira e levatória .
Assim, o potência do motor, a velocidJdc e ;i largura da esteira sJo di1nC1t)ionnd.•s para ficarem compa·
tíveis com fl prodl1ç;,io do carregador.
A cap.icid.'.'ldc dJs esteiras clev.:itÓl'ita) (- cl.Jrid pela tonelagem ele mat~riJl transportado na unidade de
tempo que, por sua vez, dependet.í da veloci<Llde <Ll esteira, da sua largura e do peso especffico do
material solto e da Jrea da secçlo tr.1nsversal da carga.

Qu•dro 7.2
Ár~a -
da k'<'t.âO tranS\'cnal dll C1feira transportadc:>r-a <0m u.; .21)- (!in"ailv de r<.-pouso)
l•tkUr• d4\ c..Ôrrtãa Área
.
,. in em (cm?
744
)6 .~]
42 107 1 042
48 122 1 J77
54 1J7 1 158
60 l>l 2 19S
66 l b8 2 651
72 18) ) 163

A produç.lo da• e<teiras elevatórias depend"'~ dos seguintes parâmetros:


c . v.y .S .60.
e = copaciclodc da esteira (l/h);
v ~ velocidade cLi correia (mln·1in);
y • peso específico do material (tln11);

S ... átea d.i secc;3o trans"Yersal da carga (.ml).

As velocida~ m.i")(imas recomenda&( p:ira as concias elcvatóe'ias, de acõ«lo com a naturez.oi do


mat<-rial, <do·

Quadro 7.3
Nalurci., do Yc<locklaM da f'5le-ira (nV1nin) p~ra .,_,. Wl(Uinte• IJr~ur.U da tsteira
M;1tcri~I 3(110 42" 48"
·-- -
s•• bO"
-
6G" 72"
-
Aluvillo fslhc .11ci<1... 1>Cdrc._-gu[ho) 2 14 214 214 12 14 2 14 214 214

'
Roe™ JltCttldil:
- Soem U'oO <!(> ~i1rifcador 150 166 180 1180 180 200 200
- com U"> dt '1(,\rifeaclc:w 120 120 120 11 )7 137 ISO ISO
- <O<h> "_.da 120 120 120 1120 120 '1 20 120
Pode--)C urg"nl.1.:ar uma tabela da 1>roduç~o clE:l esteiras elevatórias cm funçilo dos par3metros a11tcrior
mente referidos:

Quõldro 7 .4 - Produção das esteiras eltv.Jlôrias de csc;avo-elevadorcs


Produçlo (m'Jmin) (fOlto) p.Ar• vclocid"-dcs cm (m/n1in)
l~rgu"' (pol) l)i.a~tro n\aximo (cnl.) \'t'k>e.icbdfo (m/mÍ!!.)
90 120 150 IUO 2 10 .
36 45 7 9 li 14 16
42 52 9 13 1<. 19 22
48 60 12 17 20 25 27
54 67 1& 21 27 Sl 37
60
66
. ·~
7$
82
20
2•1
27
32
li
40
40
•19
46
56
2q
72
'º ' 38 IR 58 67

Ess.J prodvçJ.o estimada corresponde ao mat<"ri.11 solto e, para cxprin'li~I~ c1n cnatcrial no corte, temos os
seguint~ fJtor<.-s de COO\iersàO de volumes:

aluvião {silte +areia+ pedregulho) 0,9

rocha ah~ro'.\d:t 0,6

rocha Ír..lJ;O'IC11l.lda 0,7

ApliC•\lO:
Oetetmint.\r produção de un1 csca\1'.H?levador. rN>oc.c1do por rrator dt' 41 O t IP e cujo transporte é feito
.:i
J>Of' caminh"° fora-de-estrada f8ott01n Du1111•' ti<: 40 m*,. medida solra.

O m~1~J°'I a 'W:'r escavado é aluvião de are-1a e pedfegulho e será conduzido pela esteira el~·atOOa de 60".

Pela potência do trator, de acordo (..v1n o Ql1a<lro 7. 1, prevê--s.e a proch.1ç~o de 32 m*/min (E a l ()()Dk)
medida 1lô coite, 1>ara escavo-elevador.

O camil'1hão fora·de-estr'ada de 40 11l' (~c>ho) tnlnsportará 0,9 x 40 • 36 •l•1 ele material aluviona!,
1nedicfo no rorlc\

3~~ ~ 11., min.


32 •-

o Quadro 7 .3 in<l1ça que 3 esteira eleviltória com 60" de largura ter~ velcxlcladc máxima de 214 mlmln
p.."tra o ma•crial de aluvião.

O Quddro 7 .4 ll'IOSlra que a ptodtu._;10 da esteira el(.-vatória, com a ''elocidade de 2 1O rn/min, será d e 46
m '/n'lin e:, por1,11'llO, suficiente para al>)C)rvtir a 1>ro<.ll1ÇfiO de matcriril cscavodo:

46 > ~,~ n1 3 / n'lif1 011 46 > 16m 1 (~olto)

Terra?eoaigem nAO'<Onvencional 377


1\ proc:luç.ão da esteira elevatória, C"...,1lcul:.ida pela cxpl'<.-ssão antcrior1 seri::i:

Ç:V.y.S.60

V = 210 1n/m in

Y= 1.0tlm'

s - 0,2195 m'

C = 210 X 0,2195 X 60 = 2.765 t/h OU 46 f/m;n

ç = 46
- - = 46m ' / 1n in
y 1,0

Sendo o tempo de troc,;1 dos caminhões de 0,33 min e a manobra do escavo-elevador consu1nindo O, 12
n"lin, ao fim do corte de 240 m pode-se deterrninar a quantidade de nlaterial transportado, ou seja, a
1>rodução da frota de t<ansporlc.

Tempo de carga dos veículos de tra1lSl)Ol'le:

tempo de carga = 1,12 n1i n


troca de veículos = 0,33
rnanobra = l1ll
1 ,57 n1in

~
Cargas por hora E = -50 ) -50 "' 32 cargas/h
60 1,57

Sendo a eficiência ele operação do equi1>amento ele transporte avaliada. em E - 50/60, a produção ser.i:

36x60x50/60 .
Q= = 1. 146 m 3/ h (medido do corte)
1,57

7.1 .3 - Escavadeiras rotativas


Co1'1 stirueil'l uma modalidade dos equipamentos escavo-elevadores, já que a lân1ina de corle é substituí-
da por um dispositivo de corte ciiverso.

O princípio de operação desses equipamentos é unla roda giratória, com caçambas montadas na sua
circunferência quê e-scavan-, o 1naterial cm baocadas con'I talude vcrlical e, co-, seguida, descarregJm·
no numa esteira elevatória, erguendo-o a uma altura que permi1a o (!espejo 11os veículos de transporte.

Um tipo de escavadeira rotativa escava cm passadas longitudinais junto ao talude, abrangendo uma
altura <ie corte equivalenle a 1/2 <lo d iâmetro da roda giratória.

Um outro tipo, de n1aior porte, p0$$ui un-,a lança angulável, onde está fixada a roda gi ratóri~, e 1:>ermite
a escavação cnl arcos de círculo e o av.inço do equipamento em linha reta. O conjunto de escavação
está mont;ldo na superestrutura móvel da máquina e a esteira elevatória tan1l>ém, só que ela permanece
nu1na posição fixa durante a carga.

378 Manual Prêit1<0 de Es<ava(lto


A allvrl1 máxim.:i ele escav<.lçdo é ele 2/3 do cli~ímcrro da roda.

Este <..-quipamcnto pode ser- u~do cm ma1cti.al <lc aluvião e em solos rt."Sidu,.is f"m diversos esrági~ d~
.ailter01çJo. T.imbém no carregamento de rocha fragmentada. desde que a íragmen1ação seja comp3tíw-I
com as d1mcn~ das caçambas ~r3 petm111r 3 catga do material solto. obtendo-se um fator de carga
da caçamb.l clc\'ada.

Produçdo das escavadeiras rotativas


A produc:lo das CSC<lvadeiras rotativas é cxpressn por:

Q-N .n.f. c.

o nele:

Q : produçJo de material solro (m'lmin);


n • númt-ro 00 rotações da roda (rpm);
N -- núme-ro d<" caçamba~;

( .. f,i1or de c.Jrga da caçamba (Tabcl.1 2.1 t );


e : capaciuadc da caçamba (solla) (m').

7.1.4 - Experiência com escavo-elevadores


Os equip.1n1cn1os escavo-elevadores tê1n si<lo t1sados. no Brasil, hJ. J lguns anos na construção pc$t!dct
c;on10. J)Or e>eernplo, em estra(las e barr.igens.

Suas JpliC.lÇÕCS, entret.c-..nto. são muito lin1itdd.a),. já que exigem tcrrl.--noS tom topografia muito favorJ-
vcl, o que n~lo OCOf'fe em grandes ~te.3.$ do polÍS.

Pot ourm lado, tral.tndo·s-e de equ1pamcnro.ç importados de alto custo de aquisição, sua aplicaçdo
prátiCJ fic;a coc1dicionada a uma sé-r1e de f.itores que permil.Jm a sua opt.'fação econômica, o que.
obviamenrc. ll"<lringe a utilização :'Js ol>ras de grande ' 'ulto .

Segul'1do inlol'111ação dos usuário~ cl,1.. <•se av"clciras rotativas~ q ue já foran"I u1lllzadas cm nosso paír. c111
o bras cfe barr:.R<'l"I ~ hi(lre létricas, algun1Ji. c.:u11diçõcs de termin3m n vi abl l id~ de cio c 1l1prego desses cc1u1 ..
P~•nn..'ttlUS, entre e las:

• Cond•<óes topográficas Ía\/Or.1vcis. isto é. tetreoo plano ou levemen1r ondulado. sem o qut! o
cqu1p..1n1cnto não pode: ser usddo ou perde grande parte de ~ua cfici\:ncia de operação, o que
significa custos maiores.

• <..randc:>s volunlCS a serem movidos {M3iOn?S do que 1~ m').

• Distancias de transporte longa). cJ~1 ordt:."fll (le 5 km ou mai!t.

• Solo focal pouco co1n1>4'lcro " n,"I 11miclaclc 6tin1a.

• Pos~lbilid"dcde cortes longilu(lin;.is de grande comprim ento. o que \lumenta a eficiência da


operação pela diminuiçJo dm lC'rllf>OS da manobra.

Terraplcnagcm nao·convencional 379


• Prazos de execuç..io superiores a 10 m il horas rn1 cinco anos para permitir a cfepreciaç.:io dos
equipamentos de alto custo, sern onerar os custos unitários de íorma apreciável.

• Ec1uipame1,to ele traosporte <:ie alta produtivid.ttde pJr.J. ;:il>sorver a grande produção dos csca.
vo-elevadores, '-•lil izando--se de frotas de transporte que garantam o sincronismo de operação.

Analisando-se essas condições conclui.se q ..1e apenas obras de grande porte, especiahnente as barra·
gens de usir1as hiclrelélricas, oferecem possibilidade de uso econôn1ico desses equipan1et1tos.

A operação dessas n1áquinas, ainda segundo os usuáfios, obedece aos seguintes rec1uisitos:

• a altura da bancacia oscilando entre 0,5 m a 3,0 n1, com a média de 2,2 m;

• a altuta considerada rnais econôn1ica é de 1,5 m;

• a produção média ob1ida com as escavadeiras rotativas chega a 800 m3/11, sendo que a n1áxi-
1na atingiu 1.340 m'lh, o que significa u1n fator de eficiência de operação de 0,6;

• un1 ponlo i1nporta1') tc a ser levado cm conta é a organi7.3Çâo do setor de n1anutenç5o, pois o
desgaste por abrasão das caçarnllas e dos dentes de corte é muito grande, exigindo 8 l1or?1s ele
rt1anutençiio corretiva para cada 30 ho ras de operação;

• a con:siclcra.ção do itcnl aotcrior 1'n(JStra que o núrncro m ínimo <le rrtáqoinas, para garantir .a C011ti·
nuidade da operação, é de três unidacles, cluas ltabalhando e uma ern manutenção obrigatória.

Aplicação:
Detenninar a produção de uma esec1vadeira rotativa com as características abaixo, cuj o material esca.
vado é transportado por caminhões fora-de·estr<1da de 58 m' 1)0 corte.

n = 4,26 rpm

;-.,1 = 12 caçambas

e= 0,76 m'
í = 0,90.

1\ produção da escavadeira é:

Q = 4,26 x 12 x 0,76 x 0,90 = 35 m 3/min (solto)

Q = 0,8 x 35 = 27,9 m 3/min (corte)

Tempo de carga do veículo:

58
- - = 2,08 1n11l.
.
27,9

380 Milnu.;il Prático de Escav()ÇJO


'Se ipo de ct1rga do~ veículos de transporte:

'let iJO de carga veículo: 2,08

0,07

Man<>bra ao fi1'1'1 d e 800 rn • 0,H li nlin •

... 9S pass.iclas

0,02
2,17 mln

CargJ> por hora ([ 50/60 )~ a 23 cargas/h


2,1 7

Q • 58 x60 xS0/60 zl .)) 6 m ' /h


2,17

Terraplenagcm n3o-(onvencional 381


Referên cias Bibliográficas

(1) IW<iloy. R L., Constructõon Planrung. Equlpm<t>t aro M<thods. T6quôo. McV"''Hlll 8ool. Company, õnc.., 1956.

C2) Rego Ch.lvcs. C.• Terr.tplen.agcn1 Mcc.t11iz.td4t, Editora Rodovia, 19j5.

(l) RNi(t,, Tr.lft4l>Orlt: Modt"rno, nO 123, dC'.t:. 197l, 1»&. 12.

(4) Revl~l,1 O l-nl1)rcitciro. n° 70, nov. 1?73, p.Sg. 14.

(5) R<!vlstJ Con$ll't1ctiQn Mcthods & Eq ui111l1cnl, 1\-\t..Cra\v·Hill Public.Jtion. obr. 1972, p.ig. 66.

(6) Church. 11. K., Excav.tition Handbook. 1\11.cGtaw 1-lill Book Co.. 1931
APÊNDICE 1

Pela equ.içJo de Boussinesq.. LO'-'C, pode-1e c()nhe<:cr a tensão vcrt1çctl Oz oo cen1ro de uma plac.a cil'Cu·
1.ar ele raio a, c.1tteg-1d.a por uma c~rgd P e que conduz à pressJo unit.íri.• <1.

p p
••• q*-'.41- q

'
º•
Sendo:

7 - 1>ro(und1dade;

d - raió da áretl circular;

q • 1>ressJo de contato;

cr1 • pressão vertical à profundidade 1, no cen1ro do círculo.

Ncssn cx1>r<"Ss:io p ar<l z = constan1c, o, crC4>ce com " e para C1z - consti11'ltc t. c resce corn a.

AplicJ11do·$C cssns relações ao caso de urYI pnPum~tico que procluz.a .1 carga ele contato q (sl1po nclo~sc
a S4.."C'.Çlo de cor1tato c itcular), pocfc..sc a(irn1,1r q1.1c os pneumáticos de rr1ctior largt1ra produzem, a u111d
pro(undidJde con.ç1anl'e, tensões (o.r> 111d101cs, de maoeira que o~ )CU!. c•Ít•ilo\ ele compactação Qo mais
eíetivos do q,1<> c.K de menor largvr.t.

Apêndôces 383
Pela CX Jlrcs.~ão a1'11erior podê-~ de:ter-minar a variaç"lo d" ir1tensidadc de Oz, no cc11tro da placa para
clivef'Sas profu11didades z • a, z = 2a z = 3a e para z = 4a, corri c1 oonst<-1n te:
1

P, .

para z = a temos º:e = 0,65 q


• para z- 2a ternos Oz = 0,28 q
2•
J)Jra z = 3a 1cn1os 0 2 = O, 15 q
Ja
para z • 4a t<:n)OS <1 • 0,09 Cf
4a z 1

Constata-se que as tensões ªz na vertical do centro d.1 p laca diminuem rapidamen te con1 a profundida-
de. Assin1, b proíunclidadc 2a, igual ao diânlclro da 1>laca, a tensão o 2 ;;ttinge 28% da carga q.

Ess.:1s determinJ.çõcs permitem concluir q ue oo caso de u1n 1>neumá1ico que exerça a pressão de contata
q sobre o solo, a uma profundidade igual à sua largura, a tensão 0 1 é bastante pequena e o efeito de
con1pactação <' essa proíundidadc é basta11te reduzido.

Isso vêm indicar a necessidaele de recon1endar1nos cs1:>essuras soltas de terra, p.-,ra as can1adas ele solo a
serem COnl1>actadas por rolos pncu1l1áticos, ele 1>e<1uc11a l)rofundidadc,. para evitar o risco de n5o ser
atinçiclo o grilu ele con1pactação desejado.

Exen1plo:

A pl icando-Sê essas relações ao caso de um pneun1ático que produza a 1>ressão de CO•'llato q • 90p.$.i: ou
sej a, 6,3 kglcm1• utilizada 11um compactador com pneus de rodagem 11"' x 20 temos. supondo se que a 4

pressão de con tato fosse a mesn1a., os seguintes resultados:


11 ••
a = 51s• =14 cm -+a.,= 0,65 x 6,3 = 4, 1 kglcn1:
1 r
2a = 11" a 28 cm -+ a~e: 0,28 x 6,3 = 1,8 kglcnl l

3a = 1(>,5""' 42 cm -->a,= 0.15 x 6,3 = 0,9 kglcm'

Verifica-se que, se fossem usadas camadas de n1aior espess1,1r3 (proíundid~de),


20" hJveria o risco ela cornpactaç<lo ser ineficaz, porque as pressões resultantes da
ação das rodas do compressor seriam muito baixas par;i se ati ngir a densiclade
dcscjacla.

Assin1, a recomendação para a 1>roíundidade ou espessurJ 1náximJ ela ca1nada


solta, na hipótese do uso dê compressor com rodas pneumáticas, seri?t igual à
met(lde da largura do p11cu.


384 Mar.uai Pr~tceo de Esc.av.a.ç.!io
APÊNDICE 2
Dctcm1inação do investimento ml-'<lio 1.,,

V0 =valor inicial

V,= valor resi<lual

h = número de anos de vicf3 útil

A J)êrda de valor por ano, admitindo~e a depreciação linear é:

V0 - V,
n

\l! ano

V - \f
V - 1· o r
o
11

39 ano

4° ano V - 3. Vú - V ,
• 11

S 'l ano

V - V
n° ano V -(n - 1) t1 '
º n

F.;iz:endo-se <.l somatófia dos 11 valores, 1en)OS

LV = nV(l -
[ ~ 1
~1+ 2 ++3 +4+ 5 + ... + ( n - 1) ]V V
o~ (

Apêndice> 385
..~ 1

L: 1+2 + J + 4 + 5 + ... + <n -1> ~ -n(n 1)


1 2

-
YV nV - -

n(n- 1J(V" - V,)
2 n

rnvc"time1ito ~lio ~ 1,..

nV 0 _n(~- l)(V0 ~V, )


n

I
tllu
• V - ~2 l )(V.,-
n
V,)

I • V -(!!.::_,!)V"
1 + (" - 1)V, _V [l- .!!.::..!) + r~ )V, =
2 n
" 2 n " 211 2 n

V,
2
- 2n
V,
-:

n + 1 ' V, V, V, !n + 1) V, V,
•V ( - - + - - - - ' " -- - - + -
" 2n / 2n 2 2n 2

V,.(ll-t 11 V 11 +1} V 1 (n-t- I)


• .llt
- - 2n-+~---
211

( v., V,)(n+1) V,( n+l) - V,+V,· 11


+~-
211 2 11

(V., V,> \11 + 1)


.
2n
.V, n - V, - V, + v f . n
2n
-
n + 1 . 2
V)---
v. · n =
' 2n 2n

V - V,

Se V, - O. tt>rr-10-.:

1Ili -V • .n+I
• 211

386 M ,oinual P1~tico de i-scavaç.\o


fórmul.ls de jufos compostos

Sen<lo P • capital inicial

S • apit.il .icumulado cm n ancx

R an11id:tc1e

1 • l.lX.l de juros

dclcrn1in,1r o C~f)ita l inic ial que dPvP ser opllcaclo para se rclin.11' a t1nl1ld;iclc R efn cada u1r1 dO!> n
períodos sub~<1ü cntcs (série unifo rme de pdga1nc nto)

, .. anuid.,de R
Valor da
1+ i

R
2' ;1nuid.<1de
( 1 + i) 1

R
n o anuidade
(1 + i)"

p •R[_!_ + __!_ + ... +--


1...,.
,J
1+ i (1+i)" ( 1+i)

P • R[CT+O" - TJ • R · íVA
(l+ i)"'·i

(l-1i)" 1 •
- -..,,-- 6 cl1t11naclo ''Fator de Valo1 Alll,tl" FVA
(1+i)11 ,j

Apfndices 387
-
:=
i • l0% n FVA
1 0,9090

' 6
J,c=
4:l5n
;~
.'

tabelado 11os livro~ de Matemática financ;eira

l,[( l +i)"· i ] =P · F RC D
P -
1
( l+i) "-1 FVA

(l+ l)"·i
-'--...:..-- é deuo 111il1atlo Hrator de Recupetaç5o ( lo Capital'' - FRC
(1 +i) "- 1

1
e
FRC =--
FVA
1 - 1004 n
1
u,
FRC
1. 1000 -
. 12T
ss ·-
'
'
96
a -
~ ~

u.
U, 1 UA ' 1 -
) • P ( l +I)" =P · FAC' eP = S •S· ~VA'
(1 + i)"

( 1+ ·1)"é dc11tu11i1"lado "Fator de A cl•m u lac,;·3o d e Capitd l" - FAC' ele l lM p:igam ento sirrl J>les.

1
é dcnon1i11ado Hfa1or ele Valor At1..1al" - FVA' ele u ni r>:1gamcnto simples
( 1 + i)"

1
FAC' - --
FVA

i-1~ n
1
?
fVA'
0.9<>'.IO -
'
1
'
• ·'
'
'
' -
:~
.JU.. .,
APÊNDICE 4

Aterros Sanitários
Uma quantidade crescente de lixo é gerada por todas as pessoas,. residências, indústrias e co1nércio,
durante os 365 dias <fo a1)0. constituinclo-se nurn J)rob l ~rna para os mu11icípios que têrn a responsabili-
dade de sua remoção e disposição fi nal.

A legislação de pro teção ao meio arnbicntc, os custos do tra n~portc


e u elas á reas de despejo tornararn
o uso de aterros sanitários obrigatório, bem como o emprego de equipamentos de terraplenagem nesse
mister.

O 1nétodo n1ais diíundido de elin1irlação do l ixo é o aterro sanitário, que coloca os resíduos sólidos cm
camadas horizontais, ele pouca espessura compactada para a redução cio voll1Me e recoberto por terra
tan1bém adensada.

Há três processos básicos de aterro:

t) Método de áreas de deposição


O lixo é depositado e espalhado sobre un1a Ciln1ada já exccut.1da anterionnentc, sendo em seguida
compactado. Esre processo se apl ica para aterros que recebem até 450 t por dia de lixo, devido ao
congestion3mento causado pel<1 qo(lntid<lde de caminhões e-1n descarga. A terra de rec::Ol)rin1e n to é
trazida das proxi1nidadcs por caminhões bascula1·1tcs.

2) Método de vala
Usado em aterros de 1nenor porte, e onde o lençol freático é profu ndo e não atingido pela vala em
profundidade.

A vala é aberta, o li xo é despejado e compactado, havendo o recobri 1nento com o 1>tóprio material
removi<lo da \rala. O processo é aplicável para aterros q ue recebem menos de 450 t/dia.

3) Método misto
Combina as características dos métodos a nteriores. O lixo é descarregado, espalha do e compactado nas
depressões existentes e recoberto co111 lerra do próprio local. A área escavada será pa11e do f1ovo local
de depósito. Este processo é bom para o início de urn a terro sanitário oom ec1uipan1ento mínimo e baixo
custo de transporte.

Apêndices 389
Seleção de equipamentos
O ~ip;unento us.1do tem três funções di$.lintis.: o espalhamento e compacL)Çdo do hxo são feitos com
rrator 'le làmina. carrcg:adeif<1s de ~e1r3 e <:Oll'lp3.ct3dore$ de rodas metálie.JS liw).

/\ 1c1ra é escavada e tr<1nspor1ada por div('J'f;Oi; cquipamenlOS coníornle a d istSncia rx,vcorrida., volu1ne
a ser rnovido e outros par<imetros da tcnJ1>lt·n11gc1n.

O equipamento auJo;ilrat ~composto de motoniveladoras. esc~vadciras hidtáulicas, r-am1nhões-i"ig.-.(lcir.a


<te.

Tratores de esteira
Sdo ::is máquinas rllaii. versáteis utilizaclos no a 1erro san itário pois cs1:>all'1Jn·1, COlllpacfafn e fa1em o
rccol:>rilnc1lto das tarf't:.ldas de lixo.

disso corlSrroem cstr.idJ' de servito. retiram a vegetaÇ.lo e procedem ao dcsroc~mcnto, servindo


;\J('ffl
nos tr~ métodos descritos.

A densidade do lixo C"Omp.ictado com este cqui1>amcnto <1tingc de 0,4 7 a 0,59 t/rn,, Oflerando numa
ranlpa <le 3:1 e com J di ..tSncia de tral'lsporte m6xima de 100 lllctros.

Carregadeiras de esteira
S.t<> muito vets..itcis p.>ta os aterros peqUC(M)S n.enos de 1 iS tlth'1 - enl que se opera cOtn equipanl(!f'lto
mínimo para o espalhJrnento e cobertura das camadas.

Co1no i1 largura da caçamba não excede ri d:. vala, obt~m-sc bo;;i compactaç3o, 31ingin<Jo..sc de 0.475
a 0,590 tlm'. espcclalnlC1lle <1uando se tr.ll>alhJ co1'11 a. çaç.:1 mha cl\Cla, aun1cntJnd0·5C a pressão <lo.is
cstclrJs sobre o 1err4:!no.

Compactadores com lâmina frontal


Os c-ompactadores com rodas met~lic.a.<. com l.5mina fron1JI <lo usados para C$J>lllwr e compact.Jr
gr.lndes volumes de hxo. A densidade pode ~tingir valores altos de 0,71 a 0,95 t/m1 qu.1ndo Sé us.i1n
nljqu111as com 20 t de peso próprio.

Carrega deiras de pneus


Nt10 siío recomend.ada.s par.to uso do esp."llham<!ntO e comp._"lctaç.lo do lixo em rõJ.t.jo do risço de corte'S
e furos dos pneus c;iuSJdos por ponw de feno, pedras e outros objetos 00<1an1.,.. rntrel.ul!O. pei• su.
nlOl>1l1d.lde, são utilludas roi t.arefas de hmpcll e conservaç.io das áreas ou qu.ando o lixo íor acumu·
lttdo <"carregado em pontos de transferência. Aconselha·se o uso de pneus dleios de e--.1>uma para evit.lr
~ p1oblemas com o corte e a perfuraçJo. A densidade atinge d~<le 0,53 a 0,65 l/n1>.

Seleção dos equipamentos


Os fat0tes que in'1uer-cí.lm na escolha dJ mjquioa adequ.acb s3o;

Qu•nlidade e tipo de lixo (Vdia)


o)
~e é o (ator 1>ri1ltipal que inílui na es<::olha do N1uip<lmen10 e de ~u tamanho. O qu:.dro a seguir 5er\C
c.--otno indicação bj.sica ~ir(I a seleção a M'r (~il:.:
Sele.ç~1'' tle equipa111entos de manipulaç-3o de lixo com base na poptilação e ria lo1,clage1n d iária
Poputa(lO lon/ di;i m.iqy in~$
requeridas
O 10000 O 45 OJ ou 9JJ
20000 60000 4 'i136 04uu9l9ecompactadcw816
60000 100000 116 226 OS 06 ou 95J e OOITlf>-1C. 81 6
100000 1-110000 226-317 06 07 ou 963 eoomp.x. 816
J17-453 07 08 oti 973 e cornpac. 616
1-10000 - 2:cooooo==-- - -- - -- -....:."'---'=- -------';.:_:.:.:..:..:..;;;..;;;..:_=-'-'.;.;...;...;.
2(J()()(KI 100000 ·~ 1 680 06 D<> e 1..ornp..1c. 826
1
300000 ou m3ls b&O ou m.:ai&
- 09 n 1o e ((Hnp.:i<:. 836

A C0111~l\:\o do l ixo dc:Hliéstico varia dC" ltx ai 1,ata local, mas os númerc)~ <>l>l idV!i no~ E~tados Unidos são:
J

-
P•pel
....
VidfO
_
Coinpon~n l.C! Porcentagem em f>bO
•2
16
14
Met.ll 12
- ~

PtJ'Slico o;
Madeira 05
~
BortaChi.' e Cour0 o•
.... l ê11.lt1Í• 02

b) Quonlidodc e tipo de solo lrabalhado


A quantidade de tel'l'.l pata o recobrimento 6 t.w.(nn..tda em 20 a 25% do volume total do aterro sanitário.
Para aterros pequenos esse'ª'º' pode ser Clt.-v..ldo a SOC".4.

Se o solo for ..ire.\OSO, recomenda~ o u...n C<" má.quin.as de p~ ~ido ao desgaste sofrido pela parte
rocbntc dos lrJrorcs de esteira.

e) Dist:inciti d~ lransporle do m.1tcrial de cobertura


As d ist.lncias. 1né<lias s.io as inclicadas par~' os dive~os equipamt'f)l(K <te tcrrJ plcnagcn1.

E<(l.ii p~me nto


Trator <k• t•,11•1r.1
.
-- Disláncia (rn)
o 100
C;arrf'j;."ldc·lt.l <le J>nf'Y( O- 180
c~fl~lil de C!>lciro1 o 150
'"\.'<MOKr.a~ ~·ma de 180

d) Cnndições mt!le<>rológicas
A 1crra 1nolt1Jda o u s.ati1rada ocasiona problcn1..1s d<? tração nas máquin.is de pneus, obriganclo a uso de
e<it•ip.imt'fltO:S d e esteira.

e) EcoP-Ocificaçõcs de compactação
As dc1'lsidtldc> inílue1n na 1onelas,c1n ob1 i(l~1 J>Or unidade de volume, ele moclc> que a dutação do iltcrro
sanit.irio dPpendcr.i basicamc11tc deste l)\lr:ln1ctro. ~ra maiorec; d(•11..,i<l11cle, é aconselhável o uso de
com1)actadorcs.

Apêndice< 391
• Densidade do lixo (cm l/ml)
lixo resid<:nco•I • O, 1411 a O, 178

caminhão colclor • 0,237 a 0.4 15

aterro sanitário • 0.356 :t 0,890

ci1erro e camada de cobertura .. 0,415 J 1,009

• Eipess.urot da camada de lixo


A espessura da camada c;ompaClJdJ é o fator mais iln1JOr1ante para vJriar a densidade. Poara
conseguir-se as densidades mó..xlrnas acima indicadas. recomenda-se qu~ (1 c~mada tenha e5r.>es·
sura má xin't.l ele 0,60 1ne1ros.

• Número de passadas do equipMYltnlo


Independentemente do tipo de ~quina usada no aden'i.tmento é recomend.i,·el que sejam
efetuadas de tr~ .1 c inco passad3s para a1ingir-se det1sidades mais elC\1adas.

Rampas
O maior esforço de lrt"l~3o obtido con1 1njquina de esteira c."OnSêgue-se co1n ran,1>.1s de 3:1 . Ao contr~­
rio, os compactadotes obtêm melhor Jclen~menlo em terrenos planos.

Teor de umidade
A presença de umidade elevada no lixo fa<=ilila a compac:tolçSo, pois, de certa forma, funcior\ct como
lubrificante nos detritos, llCnnitindo nlaiorcs densidades. Ci.thna-se em SO<>k a un1iclt'cle ótima p<>rn lixo
cfonlicil iar.

f) Processo de aterro utilizado


No método de vala o uso de carregadeira. de esteira é preí\."fívcl pelas ra7ões j~ exp:>Stas. No proccs;o
das áreas reoomendam-sc os compact.J~ com lâm1n.a íront.al, por serem, cm geral, plarlOS.

Q) valores aprcscn1ados no quadro a seguir tnos:11am a influôr)Cia da densidaclt' de um aterro sanit.irio


de 500 t/clia .

Otntid.lde (_tlrn') Vidfl ut1I provâ''el {.lnO'J)


0.475 10,8
O.S9$ 13.S
0.115 16,2
0.615 16.9
0,950 21,6
APÊNDICE 5

Custo mensal de caminhão <C.)

Os cuslos fixos c1ue independem do quilômetro roclado são:

O,.,. = custo de depreciação (mensal) do veíc-.110 pelo n1étodo linear, adn1itido em 20o/o ao ano;

J,,. = j uros do investimento (mensal), admitidos à taxa de 12º/o ao ano;

l m= liccncia1ncn10 do veículo, considcra1)do os custos com IPVA, seguro obrigatório, certificado de


propriedade e en1placamento;

sm= seguro do veículo (casco) e seguro contra terceiros;


CSV,,. - conservação do veículo (lavagem e graxa), aproximadamente a ca(la 15 dias.

Os cuslos variáveis, diretamente proporcionais ao número de qui lômetros roda(fos. são:

CB'" = custo mensal do combustível;

LUB.,., ..-custo 1ncnsal ck:.s lubrificaotes (óleos do cárter, cã1nbio e diíerenci<tl);

Me = custo rocnsal de peças de reposição e m 5o~dc--obra de oficina, adn1itido em 1ºlo do valor de


aquisição do veiculo, para ct1da 1O 1nil kn1 rodados;

l'm ~ custo n1ensal conl 1>neus, c.ân1aras, reca1>agern, ad111itindo-se a vida útil do 1>neu ele 100 mil km
e 1n ais duas recapagcns.

Apêndices 393

Você também pode gostar