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Bárbara Brito do Nascimento

R.A: 6787669

Unidade 1 e 2 Direito falimentar e recuperacional.

1) Quais são objetivos da recuperação judicial?

A LRE, em seu art. 47, menciona como objetivos da recuperação preservar a empresa como
unidade de produção, geradora de postos de trabalho, tributos e riquezas, invocando sua
função social e o estímulo a sua atividade econômica.

Art. 47. “A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise
econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do
emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação
da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.”

Os objetivos da recuperação judicial são, pautados primeiramente em evitar a falência e nesse


sentido, ela ocorre quando gestores acabam perdendo o controle do negócio, passando para
um administrador judicial.

Na recuperação, os donos podem seguir na gestão e tomando as próprias decisões sem


interferências, devendo necessariamente cumprir as metas que apresentaram aos juízes.

Acarretando assim a uma segundo objetivo da recuperação: a possibilidade de manter a


empresa operante, e sem deixar de produzir, ou seja, permanecem mantidos os funcionários
com seus empregos e funções, garantindo certa estabilidade e fazendo com que o trabalho
não seja prejudicado, e nem caia a qualidade.

É possível também se falar sobre a relação de confiança com os credores, tendo em vista que a
ausência de pagamentos deixa vulnerável a credibilidade da marca perante todo o mercado,
dificultando acordos e investimentos.

O plano de recuperação judicial precisa ser aceito pelos credores, a empresa, quando o
cumpri, retoma gradualmente sua confiança, no mercado, sendo esse também um dos
objetivos da recuperação judicial.

Estes são alguns dos objetivos de se realizar um pedido de recuperação judicial, pensando na
ótica das empresas, que conseguem se manter, manter sua produção, seu quadro de
funcionários e a relação com o público.

2) Qual é o juízo competente para processar um pedido de recuperação judicial?

A competência para processar um pedido de recuperação judicial é do local em que se


encontra o principal estabelecimento, que deve ser aferido no momento de propositura da
demanda, sendo irrelevantes para esse fim modificações posteriores de volume negocial.

Entretanto, existe uma divergência na doutrina acerca do que é o local do principal


estabelecimento, uma determinada corrente demonstra que é a sede definida no contrato ou
no estatuto social, já a segunda posição fala que é a sede administrativa, local onde ocorre a
administração da atividade comercial.
A corrente majoritária é no sentido de que o principal estabelecimento é aquele que tem o
maior complexo de bens, adotando um critério econômico, e evitando fraudes.

O Superior Tribunal de Justiça entende que o local do principal estabelecimento é o centro


vital das principais atividades do devedor.

3) Quais são os pressupostos para que o empresário consiga valer-se da recuperação judicial?

Para que o empresário devedor possa valer-se da recuperação judicial, é necessário que ele
exerça regularmente as suas atividades há mais de 02 anos, além de atender aos seguintes
requisitos:

(i) não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em
julgado, a responsabilidade daí decorrentes;

(ii) não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial;

(iii) não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com
base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; (Redação dada pela Lei
Complementar nº 147, de 2014)

(iv) não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa
condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei.

§ 1º A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros
do devedor, inventariante ou sócio remanescente.

Conforme dispõe a lei.

4) Comente as fases da recuperação judicial.

A recuperação judicial possui, de forma simplificada, três fases: a postulatória, a deliberativa e


a de execução, a saber:

a)fase postulatória:

O pleito para Recuperação Judicial se inicia na fase postulatória, sendo este o momento em
que é apresentada a petição inicial solicitando a recuperação, sendo finalizado com a decisão
judicial em que determina o processamento do pedido.

b) fase deliberativa

Na sequência, vem a fase deliberativa, onde é formulado o plano de recuperação, devendo


este ser aprovado pelos credores e havendo alguma discordância, é convocada uma
assembleia geral.

c) fase de execução

Por fim, ocorre a fase de execução, situação em que ocorre o cumprimento do plano
aprovado, agindo de modo ao alcançar o encerramento do processo de recuperação.

Estes são os três grandes procedimentos em que a recuperação judicial percorre.


Dentro destes, existem outros procedimentos, normas e exceções, todos previstos na Lei
11.101/2005 e como esse assunto não é exaustivo, decidi por expor, somente as fases
principais.

5) Por quanto tempo o devedor empresário permanecerá em recuperação judicial?

A empresa devedora permanecerá em recuperação judicial até que se cumpram todas as


obrigações previstas no Plano que se vencerem até 2 anos depois da concessão da
recuperação judicial. Durante o mencionado período, o descumprimento de qualquer
obrigação prevista no Plano acarretará a convolação da recuperação em falência.

Por sua vez, o Plano de Recuperação poderá conter estratégias a serem desenvolvidas em um
período superior a 2 anos. Assim, o descumprimento de qualquer obrigação constante no
Plano de Recuperação, após o prazo de dois anos, ensejará ao credor postular a execução
específica ou ingressar com o requerimento de falência.

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