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15/08/2021 Gmail - Follow the Money - Newsletter - 28/02/2021

Victor Hugo <victugo93@gmail.com>

Follow the Money - Newsletter - 28/02/2021

1 mensagem

Fernando Ulrich <ulrich.assinatura@liberta.com.vc> 28 de fevereiro de 2021 19:07


Responder a: reply-liberta.activehosted.1080.12585.181052@s6.csa1.acemsc5.com
Para: victugo93@gmail.com

Olá, Victor!

Seja bem-vindo à primeira newsletter semanal do Follow the Money. Aqui traremos um
resumo dos principais eventos da semana, movimentos do mercado, notícias
relevantes, além de perspectivas originais sobre o cenário que se desenha.

Nesta edição de lançamento, contudo, vale a pena explicarmos por que "seguir o
dinheiro". Popularizada pelo filme "Todos os Homens do Presidente" de 1976, a frase
"siga o dinheiro" sugeria acompanhar o rastro do dinheiro para levar aos suspeitos de
um crime. No caso do filme em questão, tratava-se do escândalo Watergate que
resultou na renúncia do presidente americano Richard Nixon.

Mas quando aplicado à economia e aos mercados, o ato de seguir o dinheiro é um


exercício poderoso e fundamental.
Metade de cada transação ocorre em dinheiro. Ativos
financeiros são precificados em dinheiro. Nossa riqueza é medida em dinheiro.

Trabalhamos o ano todo em busca de dinheiro; não para consumi-lo, mas sim pelo que
ele nos permite adquirir. Bens e ativos se tornam mais caros ou baratos dependendo da
quantidade de dinheiro na economia, da abundância e do direcionamento do crédito e
do comportamento das pessoas em relação ao dinheiro.

Seguir o dinheiro significa monitorar com atenção cada palavra dita e vírgula escrita
pelos bancos centrais – os donos e criadores do dinheiro. Significa também estar atento
aos diversos sinais do mercado financeiro que nos fornecem pistas sobre o
comportamento futuro dos preços, sejam eles de itens de consumo, sejam de ativos
reais.

As variações da oferta monetária e do crédito não alteram a natureza das diversas


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mercadorias e ativos numa economia, mas podem alterar a apreciação subjetiva de


valor dos indivíduos e, com isso, gerar excessos, momentos de euforia e armadilhas à
sua vida financeira e ao seu patrimônio.

Siga o dinheiro para identificar oportunidades e fragilidades, para ser agressivo e


para se defender. Não podemos prever o futuro, mas podemos – e devemos – nos
preparar.

Resumo dos mercados nos últimos 7 dias

Brasil

A bolsa brasileira fechou com 7% de queda em relação à sexta-feira anterior, o pior


desempenho semanal desde outubro, concluindo três semanas seguidas no vermelho.
Os motivos são claros: deterioração política do governo Bolsonaro e alta dos juros
longos globais (mais abaixo). Em 2021, o Ibov registra queda de 7,55%, o pior
desempenho entre os principais índices mundiais.

A interferência política na Petrobras e as mensagens trocadas entre o presidente e seu


ministro outrora poderoso, Paulo Guedes, causaram um enorme mal-estar nos
mercados. Apesar dos atos simbólicos com a MP de privatização da Eletrobras e dos
Correios, a agenda liberal de Guedes parece cada vez mais esquecida.

Resultado: bolsa em queda, estrangeiros retirando um


recorde de R$ 9,2 bilhões em
apenas três dias, curva de juros abrindo e o dólar testando um nível de R$ 5,60, apesar
de quatro intervenções do Bacen durante a semana (sendo duas apenas na sexta-feira).
O real brasileiro se consolida, assim, como a pior moeda de 2021 entre os emergentes,
com a taxa de câmbio acumulando alta superior a 7% neste ano.

Mercados Internacionais
O
movimento da semana foi, sem dúvida alguma, a alta dos rendimentos dos bônus
soberanos, encabeçados pelo Treasury de 10 anos. A expectativa de inflação mais alta
no mundo e maior endividamento público são fatores por trás da subida nos yields.
Leilões de títulos longos do Tesouro americano decepcionaram na semana.

Muita atenção estava voltada ao pacote de ajuda de US$ 1,9 tri do presidente Biden que
seria votado no sábado pela Câmara americana. Conforme esperado, o pacote teve
aprovação no sábado e agora segue para o Senado. O impacto nas contas públicas dos
EUA depende do pacote final e os números são assustadores. Não se fala em bilhão
mais, tudo é trilhão.

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As principais vítimas da alta das taxas longas foram o ouro, a prata e as ações. A onça
troy de ouro caiu para US$ 1.732, patamar não visto desde junho do ano passado, e
agora registra dois meses consecutivos no vermelho.

Bitcoin e ativos digitais


Assim como os demais ativos, o bitcoin sofreu nesta semana, tombando mais de 20%
do topo de US$ 58 mil. Até o meio-dia de domingo, a cotação rondava os US$ 43 mil. O
destaque dos últimos dias foi a ADA, cripto da rede Cardano, que ascendeu à terceira
posição em valor de mercado total.

Live da Semana
Síntese dos
principais pontos:

Excesso de liquidez está causando forte inclinação da curva de juros, o que


provocará ações do Fed tanto na parte curta quanto longa

Cenário é oposto ao que ocorreu em set/19, quando havia falta de liquidez

Tesouro Americano deve usar seu caixa inundando sistema com dinheiro

Taxas de juros de curto prazo no interbancário podem ficar negativas

US10y subindo por expectativa de inflação e/ou economia normalizando

Federal Reserve não pode: i) perder o controle das taxas de curto prazo e ii)
permitir que taxas longas subam em demasia

Gráfico da Semana

Taxa de juros do Treasury de 10 anos (Fonte: TradingView).


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Fato Relevante 👀
Agência reguladora americana aprova a vacina da Johnson & Johnson para uso
nos EUA. Mais de 236 milhões de doses de vacina já foram administradas em 103
países.

Em sua recém divulgada carta anual da Berkshire Hathaway, Buffett afirma que
"bonds não são o local para estar hoje em dia."

Depois de meses de influxo de recursos e disparada dos papéis, os ETFs da Ark


Investment (focados em inovação e tecnologias disruptivas) tiveram uma semana
recorde de resgates. Vale ficar de olho, pois várias posições dos ETFs são
ilíquidas, uma retirada maior pode causar um venda acelerada com repercussões
em todo o mercado.

O que esperar para a próxima semana?

Fiquemos atentos às negociações da PEC Emergencial e as contrapartidas para


compensar o gasto com auxílios emergenciais. Brasília pode causar mais volatilidade
nos mercados. O câmbio tem sido a principal variável para expressar o risco país.

No
calendário de indicadores, teremos, nesta quarta-feira, a divulgação do PIB brasileiro
de 2020.

Lá fora, pacote de ajuda fiscal nos EUA e o comportamento dos bônus soberanos
longos seguirão ditando o humor dos mercados.

Bem-vindo ao Follow the Money.

Forte Abraço,
Fernando Ulrich

Todas as opiniões aqui contidas representam minha visão pessoal sobre os acontecimentos globais, não sendo, portanto,
recomendações de investimentos.

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