Você está na página 1de 2

Isabelle Stengers - Capítulo 4 - Ironia ou humor?

Aluna: Marcela Schneider

O capítulo está dividido em 4 sessões, sendo elas: “Construir uma diferença”, “Grandes
divisões”, “A invenção política das ciências” e “Do acontecimento”.

A autora irá compara as visões de Kuhn e Popper que apesar de jamais admitir
proximidades, exaltam a prática científica como produto de uma novidade.
Ela faz um contraste entre a política e a sociologia, tecendo uma crítica aos
sociólogos, porem antes, defendendo-os, pois estes nem sempre são bem vistos pelos
cientistas por perceberem que a ciência é uma construção e que tem haver com
relações de poder. Não que os sociólogos queiram denunciar a ciência. Eles querem
colocar esse elemento crítico em discussão, fazendo com que se perceba todos os
fatores elementares na produção científica. Entretanto, a autora destaca que os
sociólogos tendem a ver seus saberes como uma autêntica ciência, sem reconhecer
que tudo que é criticado nas ciências naturais e exatas, pode ter relações com as
ciências sociais.
Fazendo uma análise com a antropologia da ciência, ela investirá contra o ideal
de uma sociedade puramente conformada, uma vez que a sociedade também é uma
invenção sociólogo.
Trazendo o contexto da primatologia clássica, com a tese da grande divisão,
que atribuía a missão de identificar as regras às quais obedecia a organização
específica de grupos de primatas, ela identifica que a sociedade primata era o sonho
do “sociólogo”, pois seu objeto de estudo seria tão fixo e imutável quanto é uma
comunidade de babuínos, que tem uma identidade de espécies fixas e que não se
alteram. Entretanto ela traz exemplos de como os babuínos “fazem política” e
negociam seus papeis o tempo todo. A diferença entre nos e os babuínos está na
precariedade dos vínculos, que precisam ser constantemente refeitos, mostrando na
verdade que a sociedade deles é mais complexas, pois nos temos mais pontos que
estabilizam nossos vínculos, situando os indivíduos uns em relação aos outros.
Outra crítica que ela traz é justamente a diferenciação entre o que é científico e
o que não é, em nome de algo que nos definiria. Nos enquanto modernos, herdeiros
da tradição, nos definimos como cientistas, mas não nos colocamos num olhar crítico
sobre o que somos, principalmente quando falamos sobre um pensamento
colonialista, que tende a enxergar o outro como aquele que não abriu mão de suas
práticas. Com o intuito de inserir na historia, por exemplo, a passagem da época em
que "nos não sabíamos ainda que a Terra que gira ao redor do Sol para aquela em que
"nos sabemos", ele pode imaginar suficiente uma solução "modesta" que consistiria
em complicar o relato habitual, mostrando-se que a "descoberta" não tem a
simplicidade límpida que nos lhe atribuímos.
Nos modernos somos herdeiros do fato que geramos uma nova maneira de
medir as coisas, orientadas pela diferença do que é o fato e o que é ficção (aquilo que
foi relegado ao status de não científico), sendo que a oposição entre ambos também
foi uma criação da ciência.
Em outro trecho, ela fala sobre a Ironia e humor que constituem dois projetos
políticos distintos de discutir as ciências e de provocar o debate com os cientistas. A
ironia contrapõe o poder ao poder. O humor produz, na medida em que consegue
produzir-se, a possibilidade de uma perplexidade compartilhada, que estabelece
efetivamente uma igualdade entre aqueles que consegue reunir. A esses dois projetos
correspondem duas vers6es distintas do principio de simetria, instrumento de redução
ou vetor de incerteza.

Contribuiu para a compreensão do texto os vídeos do Canal “Saber cotidiano”

https://www.youtube.com/watch?v=w4c8P9zJEAE&list=PL32xRXNtaEM46OJ_ljkU-
PSMhda8SA-Rg&index=12

https://www.youtube.com/watch?v=sURlfREZnSY&list=PL32xRXNtaEM46OJ_ljkU-PSMhda8SA-
Rg&index=13

Você também pode gostar