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Brazilian Journal of health Review

Carcinoma de mama masculino: um relato de caso

Male breast carcinoma: a case report


DOI:10.34119/bjhrv3n1-005
Recebimento dos originais: 30/11/2019
Aceitação para publicação: 07/01/2020

Rodrigo Alves Faria


Professor do Departamento de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES), São Mateus, ES, Brasil
Endereço: Avenida Braúna, nº264, casa 146, Condomínio Igarapé, CEP 29.167-124 Colina de
Laranjeiras, Serra – ES
E-mail: rodrigo.ufes@hotmail.com

Sônia Alves Gouvêa


Professora do Departamento de Ciências Fisiológicas e Coordenadora do Programa de Pós-
Graduação em Ciências Fisiológicas da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES),
Maruípe, ES, Brasil
Endereço: Avenida Judith Leão Castelo Ribeiro, nº200, Edifício Ilha do Frade, apartamento
504, CEP 29.090-720 Jardim Camburi, Vitória – ES
E-mail: gouveasa@yahoo.com

Cleide dos Santos Coelho


Enfermeira do Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes e Mestranda do Programa
de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas da Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES), Maruípe, ES, Brasil
Endereço: Rua Professor Antônio José Ruas, nº51, CEP 29.070-640 Maria Ortiz, Vitória – ES
E-mail: coelhocleide@hotmail.com

Wilson Denadai
Professor do Departamento de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES), São Mateus, ES, Brasil
Endereço: Rua Macanaíba, n° 96, CEP 29.936-620, San Remo, São Mateus-ES
E-mail: wilsondenadai@bol.com.br

Sergio Wilson Alves Pereira


Médico Especialista em Ginecologista e Obstetrícia e Mastologista do Hospital Evangélico de
Vila Velha (HEVV), ES, Brasil
Endereço: Avenida Adalberto Simão Nader, nº 117, Apartamento 302A, CEP 29.066-370
Mata da Praia – Vitória - ES
E-mail: drsergiowilson@yahoo.com.br

Neuzimar Rodolfo Serafim


Médica Especialista em Ginecologista e Obstetrícia, Mastologista do Hospital Evangélico de
Vila Velha (HEVV), Professora da Universidade Vila Velha (UVV) do Curso de Graduação
em Medicina, Vila Velha, ES, Brasil.
Endereço: Rua Gelu Vervloet dos Santos, nº 280, apartamento 1103 C, CEP 29.090-100.
Jardim Camburi - Vitória - ES
E-mail: nrserafim@hotmail.com
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RESUMO
O câncer de mama masculino é uma doença raramente diagnosticada em homens,
correspondendo em apenas 1% dentre todos os casos de câncer de mama. Os principais fatores
de risco relacionados incluem histórico familiar, doenças crônicas, terapia hormonal, obesidade
e alterações genéticas. A forma diagnóstica mais frequentemente encontrada é o carcinoma
ductal invasivo, que se apresenta de forma indolor como uma massa subareolar sendo
diagnosticada por métodos de imagens seguido por biópsia. O tratamento preconizado é
cirúrgico, seguido ou não de quimioterapia, radiologia e hormonioterapia. O câncer de mama
masculino apresenta pior prognóstico em relação ao câncer feminino, devido a fatores como
menor tecido mamário, localização e disseminação precoce. O presente trabalho propõe a
apresentação de um relato de caso de câncer de mama masculino, objetivando a elucidação da
incidência e comorbidades associadas.

Palavras-chave: Câncer Masculino, Mama, Carcinoma Ductal Invasivo.

ABCTRACT
Male breast cancer is a disease rarely diagnosed in men, accounting for only 1% of all breast
cancer cases. Key related risk factors include family history, chronic diseases, hormone therapy,
obesity, and genetic changes. The most frequently found diagnostic form is invasive ductal
carcinoma, which painlessly presents as a subareolar mass being diagnosed by imaging methods
followed by biopsy. The recommended treatment is surgical, followed or not by chemotherapy,
radiology and hormone therapy. Male breast cancer has a worse prognosis compared to female
cancer, due to factors such as smaller breast tissue, location and early spread. This paper
proposes the presentation of a case report of male breast cancer, aiming at elucidating the
incidence and associated comorbidities.

Key words: Male Cancer, Breast, Invasive Ductal Carcinoma.

1 INTRODUÇÃO
Configurando-se nos dias atuais como um relevante problema de saúde pública no Brasil
e no mundo, o câncer de mama é considerado uma doença de comportamento dinâmico, em
constante transformação, descrito como uma doença de caráter heterogêneo nos níveis
moleculares, patológicos e clínicos (LAKHANI, 2012; ANDERSON, WF et al, 2010; BRAY,
F et al, 2018). De acordo com as estatísticas mundiais do Global Cancer Observatory em 2018,
estimou-se 2,1 milhões de novos casos e 627 mil óbitos, já, o Instituto Nacional do Câncer
(INCA, 2018) descreve como a neoplasia mais incidente entre as mulheres, para tanto, as
estimativas para o ano de 2019 no Brasil são de 59.700 novos casos, representando 29,5% no
pais (BRAY, F et al, 2018; INCA, 2018).
Entretanto, mesmo possuindo maior incidência no sexo feminino, pesquisadores tem se
dedicado na compreensão desta modalidade no sexo masculino. (GIORDANO, SH.
2005; KORDE, AL et al 2010 e 2013; OTTINI, G. 2010; DEB, S et al, 2012; JOHANSSON,

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I et al, 2012; BRINTON, LA et al, 2014; CARDOSO, CF et al, 2018; OTTINI, L et al, 2012
e 2019).
O câncer de mama em homens é considerado uma doença rara. Estima-se que, para cada
100 novos casos de câncer de mama nas mulheres, apenas 1 caso em homens será encontrado,
correspondendo de 0,8% a 1% do total desta modalidade e em menos de 1% dentre todos os
tipos de cânceres que acometem os homens (BONFIM, RJ. 2013; CARDOSO, CF et al, 2018;
OTTINI, L et al, 2019), mas, por razões ainda pouco esclarecidas, a incidência em homens
parece estar aumentando (HODGSON, NC et al, 2004; SPEIRS, V et al, 2009; ANDERSON,
WF et al 2010; KREITER, E et al, 2014), mesmo assim, ainda configura-se como uma doença
mal caracterizada, visto que, a baixa incidência e a falta de dados de estudos prospectivos
randomizados possibilita com que o seu tratamento médico seja baseado em evidências de
estudos com um pequeno número de pacientes ou em estudos de câncer de mama feminino
(KORDE, AL et al 2010; ANDERSON, WF et al 2010; GIORDANO, SH et al, 2004).
No entanto, embora o câncer de mama em pacientes do sexo masculino e feminino
compartilhem semelhanças, possuem muitas diferenças, em geral, o prognóstico é
semelhante, mas, as taxas de sobrevida global são menores para os homens em decorrência
da idade mais avançada no diagnóstico entre 60 a 70 anos, resultando em níveis mais altos
de comorbidades e estágios mais avançados na apresentação, sendo então, uma modalidade
rara antes dos 30 anos (NOGUEIRA, SP et al, 2014; ANDERSON, WF et al 2010;
GIORDANO, SH et al, 2004). Contudo, o destaque se dá pela menor quantidade de tecido
mamário, a maior proximidade do tumor à pele e ao plano muscular, também, a localização do
tumor mais centralizada, favorecendo assim, a invasão de forma mais facilitada de estruturas
adjacentes e a disseminação vascular e linfática precoce (BONFIM, RJ. 2013; CARDOSO, CF
et al, 2018; BRAY, F et al, 2018). Encontramos também, outros exemplos de fatores genéticos
descritos na literatura, tais como, histórico familiar (BRINTON, LA et al, 2008; SATRAM-
HOANG, S et al, 2010) e, as mutações herdadas nos genes BRCA1 e BRCA2 (OTTINI, L et al,
2003, 2012 e 2019; FRIEDMAN, LS et al, 1997), fatores, como PALB2 (DING, YC et al,
2011; BLANCO, A et al, 2012; SILVESTRI, V et al, 2010; SAUTY DE CHALON, A et al,
2010), receptor de andrógeno (GILBERT, SF et al, 2011; YOUNG, IE et al, 2000), CYP17
(YOUNG, IE et al, 1999) e CHEK2 (WASIELEWSKI, M et al, 2009; OHAYON, T et al, 2004;
SYRJAKOSKI, K et al, 2004). Fatores associados a uma relação anormal entre estrogênio e
andrógeno, tais como, Síndrome de Klinefelter (HULTBORN, R et al, 1997; BRINTON, LA
et al, 2010), uso do exógeno de estrogênio ou testosterona (MEDRAS, M et al, 2006;

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THELLENBERG, C et al, 2003), obesidade (JOHNSON, KC et al, 2002; EWERTZ, M et al,
2001; BRINTON, LA et al, 2010; NG, M et al, 2014; PEREIRA, SS et al, 2014; OMS, 2017),
orquite / epididimite, que, embora especulativo, possam estar associadas à menor produção de
andrógenos, resultando em uma proporção mais alta do que o normal de estrógeno para
andrógeno (BRINTON, LA et al, 2008) e finasterida (LEE, SC e ELLIS, RJ, 2004; YONEDA,
S et al, 2000). Dentre todos estes exemplos, possuem também os fatores associados ao estilo de
vida, como a falta de exercício físico (BRINTON, LA et al, 2008), exposições à radiação (RON,
E et al, 2005; FENTIMAN, IS et al, 2006), como os campos eletromagnéticos (MATANOSKI,
GM et al, 1991; TYNES, T e ANDERSEN A, 1990), calor (ROSENBAUM, PF et al, 1994),
compostos orgânicos voláteis químicos, dentre eles, tetracloroetileno, percloroetileno,
tricloroetileno, dicloroetileno e benzeno (HANSEN, J. 2000; PALLI, D et al, 2004;
VILLENEUVE, S et al, 2010), ordem de nascimento, sendo mais acometidos os primeiros
nascidos (SORENSEN, HT et al, 2005) e fraturas ósseas após os 45 anos (BRINTON, LA et al,
2008).
De fato, o câncer de mama masculino de início precoce associa-se à síndrome de
Klinefelter e mutações no BRCA2, mas, eles explicam apenas uma minoria desta modalidade
entre os homens, visto que, esses casos ocorrem quase uma década antes do câncer de mama
masculino típico, por exemplo, com idade entre 58 anos para ambas as mutações da síndrome
de Klinefelter e BRCA em comparação com a média de 67 anos de idade no sexo feminino
(EVANS, DB et al, 1987; SASCO, AJ et al, 1993; BASHAM, VM et al, 2002). Segundo
Gordon, NH et al, 1992, e, também O’malley, C et al, 2005, os afrodescendentes tem uma
incidência maior de acometimento por câncer de mama e são mais propensos a serem
diagnosticados em idade mais jovem em comparação com a raça branca, principalmente quando
consideramos fatores socioeconômicos. Entretanto, segundo Sineshaw, HM, et al, 2015,
pesquisas futuras devem se concentrar em como podemos abordar melhor as barreiras no acesso
a cuidados ideais e resultados igualitários para todos os homens acometidos.
Em relação as características clínicas e patológicas, os homens acometidos geralmente
apresenta-se indolor, com uma massa sólida normalmente subareolar, sendo o mamilo
envolvido entre 40 a 50% dos casos, podendo estar associados a algumas alterações na pele,
que incluem, retração mamilar, ulceração ou fixação da massa sólida à pele ou em tecidos
subjacentes. Ainda neste sentido, quanto à frequência, menos de 1% dos casos é bilateral, sendo
o lado esquerdo frequentemente mais envolvido em relação ao direito (ANDERSON, WF et
al, 2010; OTTINI, G e PALLI, D 2010; VERMEULEN, MA et al, 2017). Dentre as

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características patológicas, obviamente que a anatomia das mamas são diferentes, uma vez
que nos homens consistem principalmente em ductos sem a formação de lóbulos, supondo
um padrão diferente de carcinogênese nos homens em comparação com as mulheres
(SIEGEl, RL et al, 2015; SHAABAN, AM et al, 2012). Raramente os homens são
diagnosticados com carcinomas lobulares, sendo, a grande maioria entre 85 à 90% carcinomas
ductais invasivos, com menor frequência do subtipo luminal A em relação ao luminoso B
(LEONE, JP et al, 2015; KORNEGOOR, R et al, 2012; SHAABAN, AM et al, 2012; HILL,
TD et al, 2005).
Outro fator que têm sido fortemente implicados na etiologia do câncer de mama é a
obesidade, visto que, o câncer por ser uma doença crônica não transmissível interliga-se a vários
distúrbios metabólicos e em associação com a obesidade desenvolve diferentes tipos de
neoplasias, dentre as várias, temos aquelas associadas à disfunção hormônio-dependentes,
alterando os padrões que envolvem o eixo Insulina-IGF, estrógenos, progesterona e
adipocitoquinas produzidas no tecido adiposo visceral, promovendo a resistência insulínica e
aumento na produção de insulina pelo pâncreas, afim de, compensar o metabolismo da glicose,
condição esta que, favorece o crescimento tumoral a partir de seus efeitos mitogênicos, anti-
apoptóticos e angiogênicos, atuando diretamente sobre seus receptores nas células ou,
indiretamente, por mudanças no metabolismo de hormônios endógenos. Além disso, diminui
também as atividades antioxidantes e aumenta o estresse oxidativo (PIETRO-HONTÓRIA et
al, 2011; NG et al, 2014; KADAIR-PERSON et al, 2011; WOLIN et al, 2010; ROBERTS et al,
2010; COTTAM et al, 2010; CALLE et al, 2003; CALLE et al, 2004; IARC, 2002).
Para auxílio na consolidação do diagnóstico requer a utilização de alguns métodos de
imagem, como a mamografia convencional ou a radioisotópica, ecografia, ressonância
magnética, ultrassonografia ou a cintilomamografia (NASCIMENTO, FB et al, 2015), sendo
confirmado também por estudos histológicos por meio de biópsia por agulhamento “core
biópsia” ou, com a excisão completa do nódulo (OTTINI, G e PALLI, D 2010; ROBERTS et
al, 2010; OTTINI, L et al, 2003, 2012 e 2019; GIORDANO, SH. 2005). O tratamento
preconizado, na falta de protocolos próprios, segue o estabelecido para a neoplasia de mama
feminina, compreendendo inicialmente do tipo de tumor, localização e estadiamento, podendo
ser realizado quimioterapia neo-adjuvante, o tratamento cirúrgico, seguido ou não, de
quimioterapia adjuvante, radioterapia e a hormonioterapia, de acordo com as indicações
clássicas já definidas na literatura (BRANT, JM et al 2017; PEIXOTO, RD e HAWLEY, P.
2015; SALADORES, P et al, 2015; SANCHEZ-SPITMAN, A et al, 2019).

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2 OBJETIVO
Relatar o caso de um paciente do sexo masculino que desenvolveu carcinoma na mama
esquerda, bem como, o tratamento estabelecido e condutas tomadas.

3 CASO CLÍNICO
Paciente do sexo masculino, 63 anos, raça branca, recebendo seu primeiro atendimento
em 15/08/2018 na Unidade Básica de Saúde. A queixa principal foi o aparecimento de um
nódulo em mama esquerda, não doloroso, porém, com crescimento progressivo há 6 meses.
Relatou histórico de câncer de mama familiar em prima de 1º grau e em dois outros tios por
parte de mãe e pai, não sabendo informar o tipo. Quanto ao hábito de vida, relatou ser ex-
tabagista há 20 anos, etilista social e sem uso de medicação contínua. No exame das Mamas
constatou-se nódulo periareolar palpável, irregular e móvel na mama esquerda. Nega saída de
secreção ou outras alterações. Prosseguiu-se a investigação através da ultrassonografia mamária
bilateral apresentando nódulo hipoecóico na região retroareolar de mama esquerda de contorno
lobulado, maior eixo paralelo à pele, contendo microcalcificações em seu interior, medindo 2,9
cm e na região axilar esquerda contendo linfonodos medindo de 0,4 cm e 1,1 cm. Encaminhado
ao serviço de Oncologia e posterior ao de Mastologia do Hospital Evangélico de Vila Velha.
Solicitou-se pela oncologia avaliação pré-anestésica, laudo para exérese da nodulação,
estadiamento e risco cirúrgico do paciente. Avaliação pré-anestésica sem alterações,
estadiamento T2NXMX, classificado como risco cirúrgico classe 1 (baixo risco). Solicitado
pela Mastologia core biópsia, apresentando forma filiforme, cor parda-clara, dimensão maior
26x2mm, sendo classificado como carcinoma mucinoso da mama, de grau histológico de
Nottingham 1 (diferenciação tubular: 3; pleomorfismo nuclear: 1; atividade mitótica: 1). Não
se observou componentes “in situ” e invasão vascular. Imunohistoquímica apresentou receptor
de estrógeno positivo em 95%, receptor de progesterona positivo em 5% das células de
interesse, intensidade fraco; Ki67 positivo em cerca de 40% das células de interesse e HER2
positivo, luminal B. Sendo assim, conclui-se que os achados são indicativos de carcinoma
mucinoso de mama. Devido baixa resposta à quimioterapia sugeriu-se tratamento cirúrgico
como procedimento inicial. Diante dos resultados de exames laboratoriais o paciente foi
liberado para cirurgia, tendo o termo de consentimento informado assinado e orientado a
realização de jejum. Após mastectomia total de Mama Esquerda com linfadenectomia seletiva
guiada pelo linfonodo sentinela, realizou-se a dissecção e secção de linfonodos da cadeia axilar
esquerda com abordagem pela mesma incisão do quadrante e enviado para congelação.

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Colocado dreno de suctor 4,8 mm. Pós operatório sem intercorrências e alta da SRPA após 120
minutos. Alta hospitalar na manhã seguinte da cirurgia.

Figura 1 – Mama esquerda exposta evidenciando pequena retração mamilar na borda superior

Figura 2 – Incisão cirúrgica evidenciando o linfonodo sentinela de Mama esquerda corado pelo azul patente
administrado por via subcutânea antes da incisão cirúrgica.

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Figura 3 – Peça cirúrgica completa retirada

Figura 4 – Término da cirúrgica com o fechamento da incisão cirúrgica e a instalação do dreno suctor 4.8 mm.

4 DISCUSSÃO
O carcinoma de mama masculino é uma doença incomum, e a maioria dos estudos
possui limitadas amostras de pacientes, por isto, é considerado raro (BRAY, F et al, 2018). Sua
incidência em países como os Estados Unidos e Reino Unido não difere do Brasil,

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representando entre 0,5 e 1% de todos os cânceres diagnosticados a cada ano. Como nas
mulheres, a incidência nos homens aumenta com a idade, tendendo a ser aproximadamente de
5 a 10 anos mais velhos no diagnóstico refletindo no pior prognóstico (INCA, 2018).
Estruturalmente, a mama masculina é semelhante a feminina, exceto no que tange ao
volume e aspectos fisiológicos, sendo constituída principalmente por tecido adiposo e fibroso,
sem muitos elementos lobulares (CARDOSO, CF et al, 2018). Devido à raridade do câncer de
mama no sexo masculino, a etiologia desta doença não é bem descrita, mas alguns fatores de
risco são semelhantes aos observados para o sexo feminino, por exemplo, história familiar e
radiação ionizante (SIEGEl, RL et al, 2015; SHAABAN, AM et al, 2012). Estudos do tipo
revisões sistemáticas resumem os fatores associados à esta modalidade em homens, e apesar
das associações a grande maioria não possui fatores de risco identificáveis (ANDERSON, WF
et al, 2010; OTTINI, G e PALLI, D 2010; VERMEULEN, MA et al, 2017).
Fatores genéticos e histórico familiar em parente de primeiro grau associa-se a um risco
aumentado de 15 a 20% dos homens com algum histórico em comparação com apenas 7% da
população masculina em geral. A incidência de mutações no BRCA varia de acordo com a etnia
e o histórico familiar, onde, mutações em BRCA2 representa até 14% em comparação
com BRCA1, por este motivo, é recomendado que homens diagnosticados sejam encaminhados
para aconselhamento genético e testes de BRCA. Entretanto, outros genes podem estar
envolvidos nesta predisposição, como os supressores de tumor de homólogo de fosfatase e
tensina (PTEN), síndrome de Cowden, proteína p53 do tumor (TP53; síndrome de Li-
Fraumeni), parceiro e localizador de BRCA2 (PALB2) e genes de reparo de incompatibilidade
(síndrome de Lynch) que foram associados a um maior risco (ROBERTS et al, 2010; COTTAM
et al, 2010).
Em virtude da baixa incidência em comparação com as mulheres, não recomenda-se o
rastreamento de mamografia ou mastectomia profilática em indivíduos afetados. Outro fator
que predispõe esta doença consolida-se no estímulo excessivo ao estrogênio devido à terapias
hormonais, contendo compostos estrógenos ou testosterona, disfunção hepática, obesidade, uso
de maconha, doença da tireóide ou uma condição herdada, como a síndrome de Klinefelter
(HULTBORN, R et al, 1997; BRINTON, LA et al, 2010). Embora especulativos, orquite,
criptorquidia e lesão testicular podem estar associadas à menor produção de androgênio,
resultando em uma proporção maior que o normal de estrogênio para androgênio (PIETRO-
HONTÓRIA et al, 2011; NG et al, 2014; KADAIR-PERSON et al, 2011; WOLIN et al, 2010;
CALLE et al, 2003; CALLE et al, 2004; IARC, 2002).

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A maioria dos homens quando diagnosticados apresenta uma massa firme e indolor,
geralmente subareolar, com envolvimento dos mamilos em 40 a 50% dos casos, sendo a mama
esquerda mais frequente que a direita e menos de 1% dos casos são bilaterais.
Aproximadamente 85 a 90% dos cânceres de mama em homens são carcinomas ductais
invasivos com mais frequência em forma papilar intraductal e geralmente é de baixo grau, e,
99% positivos para o receptor de estrogênio, 81% eram positivos para o receptor de
progesterona e 97% eram positivos para o receptor de andrógenos. As avaliações imuno-
histoquímicas demonstram que 42% eram do tipo A luminal, 42% eram do tipo B luminal, 8,7%
eram do receptor 2 do fator de crescimento epidérmico humano 2 (HER2) positivo e 0,3% eram
triplo-negativos (LEONE, JP et al, 2015; KORNEGOOR, R et al, 2012; SHAABAN, AM et
al, 2012; HILL, TD et al, 2005). Outros tumores raros que ocorrem em homens incluem
schwannoma, miofibroblastoma e hemangiomas (OTTINI, G e PALLI, D 2010; 2012 e 2019;
GIORDANO, SH. 2005).
Concluindo, a biópsia é fundamental para confirmação do diagnóstico por meio dos
ensaios dos receptores hormonais e da expressão do receptor 2 do fator de crescimento
epidérmico humano (HER2), influenciando as modalidades de tratamento (ROBERTS et al,
DING, YC et al, 2011; BLANCO, A et al, 2012; SILVESTRI, V et al, 2010; SAUTY DE
CHALON, A et al, 20102010; OTTINI, L et al, 2003).

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