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Curso Técnico de Segurança do Trabalho

Adriano Antônio do Nascimento

Elaboração do PPCIA

O plano de emergência contra incêndio e pânico deve conter, no


mínimo:
•as características gerais da edificação;

•os procedimentos básicos de emergência contra incêndio e


pânico;

•o plano de abandono;

•a previsão de exercícios simulados; e

•as plantas de emergência.

As medidas de controle estabelecidas no PPCIA devem:


•Esclarecer as responsabilidades de saúde, segurança e proteção
contra incêndio;

•Garantir que todos compreendam seus papéis e


responsabilidades;

•Definir padrões específicos e mensuráveis para avaliar o


desempenho;

•Garantir uma supervisão adequada.

Além disso, alguns dos principais pontos a serem observados em


um PPCIA são:
•Saídas suficientes para retirada de pessoal, em caso de
incêndio;

•Equipamentos suficientes e em perfeito estado de


funcionamento para combater o fogo em seu início; e

•Pessoas treinadas no uso dos equipamentos.


Entre os equipamentos de segurança podemos citar os
extintores de incêndio; hidrantes; lâmpadas de emergências;
placas de sinalização; porta corta fogo; saídas de emergência e
sprinklers, os chuveiros automáticos.

Quais as vantagens do plano de emergência contra incêndio?


quando bem elaborado, proporciona diversos benefícios. Entre eles, estão:
•rápida intervenção pelo gestor que administra a área para executar a
contenção da emergência;
•concentração e racionalização dos esforços para os setores mais
relevantes, evitando que a empresa fique totalmente parada;
•minimização dos danos causados e de sua extensão, o que impede
que outros locais sejam afetados;
•preservação das vidas humanas.

A responsabilidade é, a princípio, do preposto e do profissional que elaborou


o documento, que deve ser capacitado e ter formação ou curso técnico na
área. No entanto, todos os colaboradores devem ser corresponsáveis e
ajuda na adoção das diretrizes durante o trabalho rotineiro.
A elaboração também exige um componente humano: o centro de
coordenação de emergência. As funções dessa equipe são:
•detectar e analisar perigos;
•planejar e coordenar as atividades de combate, evacuação, alarme,
alerta e manutenção de equipamentos;
•colocar sinalizações;
•fazer a coordenação de apoio exterior.
É importante mencionar ainda os recursos e meios de emergência, que são:

Equipes de primeira intervenção


Esses responsáveis fazem o começo do ataque ao sinistro utilizando os
meios mais adequados que possuem. Eles seguem as instruções do
responsável pela intervenção.
Equipes de apoio técnico
A ideia, aqui, é receber os pedidos de reparação e de meios materiais que
são necessários durante a emergência e depois dela. Também organizam a
entrega dos materiais e a execução dos pedidos.

Chefe de evacuação
Esse profissional sabe o nível de gravidade do incêndio. Classifica os feridos
conforme sua situação, ajuda os processos de primeiros socorros e verifica a
necessidade de remover pessoas para centros hospitalares.

Equipe de evacuação
O ideal é contar com, pelo menos, 4 profissionais. Eles atuam desde o sinal
de alarme, analisando a emergência e precavendo-se contra ela.
Determinam a evacuação dos setores e encaminham as pessoas para o
local em que devem ir. Cuidam da organização, o que exige calma e
paciência.

Quais são as características do plano de emergência?


Esse documento deve cumprir 5 requisitos, que fazem com que sua
compreensão seja mais simples. Essas peculiaridades são:

Simplicidade
O documento deve ser escrito de forma fácil, para ser bem entendido. Isso
evita confusões e erros.

Flexibilidade
deve ser flexível o suficiente para se adaptar a situações imprevistas, ou
seja, que não condizem com o que foi estipulado inicialmente.

Dinamismo
O plano de emergência precisa ser constantemente revisado e atualizado
conforme o aprofundamento da análise dos riscos e a evolução qualitativa e
quantitativa dos meios disponíveis para o combate a sinistros.

Adequação
O plano de emergência deve ser adequado à realidade da empresa e aos
meios que ela tem disponíveis.
Precisão
A determinação de responsabilidades deve ser bastante evidente
Etapas de elaboração do plano de emergência contra incêndio
Esse processo é constituído de 6 atividades principais. Veja:
•mapeamento completo das instalações prediais para identificar pontos
críticos e vulneráveis;
•identificação dos riscos na área interna, conforme o Mapa de Riscos
Ambiental que foi elaborado pelo setor de segurança no trabalho. Essa
é a regra da Norma Reguladora 05 — CIPA;
•repasse para o setor de Recursos Humanos sobre a necessidade de
capacitação de colaboradores, por exemplo, em cursos sobre brigada
de incêndio;
•levantamentos dos recursos e meios existentes;
•promoção da continuidade na elaboração do Plano de Abandono de
Área;
•fomento à continuidade na elaboração do plano de contingência.
Essas etapas podem ser complementadas por uma estrutura interna de
segurança, seleção de colaboradores e formação de equipes, exercícios de
treinos e informações aos trabalhadores.
Sua elaboração deve ser feita por um profissional habilitado e levar em conta
os seguintes aspectos:
•localização;
•tipo de construção;
•ocupação;
•população;
•característica de funcionamento;
•pessoas deficientes;
•recursos humanos;
•riscos inerentes às atividades desenvolvidas.

Como implantar ?
A efetivação do plano de emergência depende de alguns requisitos:
Divulgação e treinamento
O processo de divulgação do plano de emergência deve contar com uma
preleção e um manual básico. Esse documento deve ser repassado aos
ocupantes da planta, a fim de que todos conheçam os procedimentos que
devem ser executados em situações de emergência.
Em caso de visitas, as pessoas devem ser informadas sobre a existência do
plano, seja por meio de vídeos, panfletos ou palestras. também deve estar
presente em treinamentos de formação e periódicos.
Uma cópia sempre deve estar disponível para consulta em situações de
emergência, especialmente para os profissionais que têm contato com
pessoas constantemente.
O documento deve ter representações gráficas que destaquem as rotas de
fuga e saídas de emergência. Essas representações também devem estar
fixadas em locais estratégicos e na entrada principal para facilitar a
divulgação.

Exercícios simulados
Esses treinamentos servem para capacitar as pessoas a evacuarem a área
em situações de emergência. Devem ser feitos os procedimentos total e
parcial. Para risco médio e baixo, é recomendado fazer simulados parciais a
cada 6 meses, no máximo, e os completos a cada 12 meses.
Para risco alto, o procedimento deve ser feito a cada 3 meses para o
procedimento parcial e 6 meses para o total. Depois do treinamento, é
necessário fazer uma reunião para avaliar o resultado e corrigir as falhas
ocorridas.
A reunião deve contar com a elaboração de uma ata, que precisa ter os
seguintes itens:
•data e horário do evento;
•tempo gasto na evacuação;
•período despendido para o retorno;
•tempo de atendimento dos primeiros socorros;
•atuação dos profissionais envolvidos;
•comportamento da população;
•participação do Corpo de Bombeiros e a demora para a chegada da
corporação;
•ajuda externa;
•falhas de equipamentos;
•falhas operacionais;
•outros problemas levantados na reunião.

Como manter o plano de emergência?


O PAE precisa ser criado, implementado e, principalmente, mantido, para
garantir que surtirá efeito em caso de incêndio. Para isso, é preciso fazer
reuniões com o coordenador geral e chefes da Brigada de Incêndio, além de
representantes dos bombeiros profissionais e civis.
A reunião deve ser feita em ata e enviado às áreas competentes para a
tomada de providências. Esse procedimento pode ser feito de 2 formas:

Reunião ordinária
Sua realização é mensal. Devem ser priorizados os seguintes itens para
discussão:
•calendário dos exercícios de abandono;
•funções de cada membro
•condições dos equipamentos de combate a incêndio;
•apresentação dos problemas relativos à prevenção de incêndios que
foram encontrados nas inspeções com o objetivo de propor ações
corretivas;
•atualizações de táticas e técnicas de combate a incêndios;
•outros assuntos que sejam de interesse.

Reunião extraordinária
Essas reuniões devem ser feitas somente em algumas situações, como é o
caso das seguintes:
•ocorrência de um exercício simulado;
•ocorrência de sinistros;
•identificação de um risco iminente;
•ocorrência de alterações significativas nos processos de serviços ou
industriais, de área ou layout;
•previsão de execução de serviços que possam ocasionar riscos.

Revisão
O plano de emergência também deve ser, além de mantido, revisado com
frequência. Esse processo precisa ser realizado por profissional habilitado
quando ocorrer as seguintes situações:
•ocorrência de modificações significativas nos processos de serviço,
industriais, de layout ou área;
•constatação da possibilidade de aprimoramento do plano de
emergência;
•término do prazo de 12 meses da última revisão.
É importante deixar claro que as mudanças só podem ser feitas depois de
um profissional habilitado — preferencialmente aquele que elaborou ser
consultado e autorizar a alteração por escrito.
Por fim, o profissional habilitado também deve fazer um processo de
auditoria do a cada 12 meses. É indicado tomar essa atitude ainda antes da
revisão para verificar se tudo está sendo realizado corretamente.
Nessa auditoria, deve ser verificado se os processos estão em conformidade
com a legislação e se os riscos identificados pelo profissional foram
eliminados ou, pelo menos, reduzidos.
Como é possível perceber, o plano de emergência é um documento muito
importante para evitar sinistros e saber o que fazer em situações imprevistas,
especialmente as de incêndio. É assim que sua empresa conseguirá reduzir
as perdas materiais, a possibilidade de existirem feridos e danos à
reputação.
Independentemente da existência é importante reforçar dicas de prevenção
e controle, como:
•fornecimento de sistemas automáticos de detecção de incêndios;
•fortalecimento das políticas de controle de fumo;
•atualizações das avaliações de riscos;
•reforço dos planos de resposta a emergências;
•aproveitamento das oportunidades de projetos de expansão e
melhoria dos locais para fortalecer os sistemas de proteção.

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