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Adriano Antônio do Nascimento

Curso Técnico em Segurança do Trabalho

Entrevista com uma costureira que trabalha em uma confecção da cidade de Raposo - RJ

Analisar a relação entre o aprendizado da costura, a experiência e as posições ocupadas


pela costureira foi o principal objetivo deste estudo realizado com profissional atuante na
região de Itaperuna no Distrito de Raposo/RJ . Foi realizada entrevista com uma costureira
local do Distrito de Raposo que se encontra em posição de ação na fábrica, trabalhando a
domicílio como terceirizadas ou com reformas de roupas em sua própria casa, com a
finalidade de trazer experiências, considerações sobre o aprendizado da costura e o mercado
de trabalho. A entrevista foi estruturada no formato de tópicos guia em uma abordagem
qualitativa. Através dos relatos da entrevistada, é possível identificar questões importantes da
atualidade da profissão, frente às rotinas e limitações profissionais, qualificação e posições
profissionais. Concluiu-se com esta entrevista visa mostrar que a ergonomia é muito
importante na prática do trabalho, entendendo a qualificação formal como única
possibilidade para crescimento profissional.

O que poderia ser feito para melhorar o posto de trabalho buscando assim um
ambiente melhor que traga benefícios não só para a costureira mas também para a
confecção que assim o rendimento será melhor.

*A altura inadequada da máquina não permite que a costureira fique na postura correta.
Outro problema é o esforço da coluna e do nervo ciático para trabalhar com máquinas que
possuem. Má postura provocada pelas cadeiras ao sentar e exercer o trabalho. As causas
são: cadeira com altura poplítea geralmente excessiva; encosto sem inclinação, assento sem
estofamento, falta de apoio lombar, medidas da cadeira inadequadas principalmente no que
se refere à altura do apoio lombar e largura do assento. Assim, a postura dos ombros e
pescoço foi considerada deficiente pelo fato das costureiras não terem um bom encosto com
apoio anatômico para a coluna e ter que se abaixar em direção da máquina de costura,
ficando a coluna curvada e pobremente apoiada.

* Considerando os resultados da análise ergonômica do posto de trabalho da costureira e os


conhecimentos da área de ergonomia e design de produto, foram elaboradas as respectivas
recomendações e concebido um posto de trabalho para costureira que minimize os
problemas e o custo humano da atividade, a seguir: Em relação à usabilidade é necessário
utilizar tesouras e outros implementos com manejo ergonômico; evitar objetos cortantes na
medida do possível; elaborar um re-design dos equipamentos que facilitem a preparação da
máquina. Com relação aos problemas com a temperatura do ambiente recomenda-se Instalar
ar-condicionado e/ou ventiladores, janelas e exaustores.
*Algumas recomendações para amenizar o barulho das máquinas, são as seguintes: usar
protetores auriculares; manutenção constate das máquinas e ambiente com isolação sonora
(para tirar o eco)

* Na iluminação de ambiente, recomenda-se, iluminação direcionada em cada mesa de


costura com uma intensidade acima de 600 lux. Esta iluminação, chamada também de direta
ou local, sobre a tarefa deve ser ligeiramente superior à luz ambiental. Recomenda-se
também utilizar lâmpada incandescente que permite visualizar com mais definição,
discriminando melhor as cores e formas, sendo conveniente que a luz seja regulável. A
disposição das lâmpadas de ambientação deve ser em um ângulo de 45º formado pela linha
do olho ao teto e a linha horizontal na altura do olho.
*Outras medidas podem ser: a pintura das paredes e piso em cor clara e de fácil
manutenção; interruptor de luz (em cima de cada mesa) fixado na parede e dentro da área de
alcance normal; interruptor de luz de ambiente perto da porta principal de entrada e com
altura de 1,50 m de distância do chão; janelas estreitas no final da altura das paredes.
* Em relação ao funcionário recomenda-se: priorizar o conforto do uniforme; colocar
identificação dos funcionários no próprio uniforme; definir cor padrão para a roupa de
trabalho; utilização de guarda pó e sapatos (calçados) baixos e fechados.
* Com relação aos aspectos biomecânicos, no item postura, recomenda-se fazer análise de
medidas dos funcionários, através da técnica do percentil e considerar na compra ou projeto
das cadeiras, mesas, acessórios, ferramentas e equipamentos. Nesta pesquisa foram
analisados os biótipos de dez costureiras e, após análise biomecânica e antropométrica
foram definidas as medidas recomendadas para o posto de trabalho de costureira.
* Com relação aos aspectos biomecânicos, no item postura, recomenda-se fazer análise de
medidas dos funcionários, através da técnica do percentil e considerar na compra ou projeto
das cadeiras, mesas, acessórios, ferramentas e equipamentos. Nesta pesquisa foram
analisados os biótipos de dez costureiras e, após análise biomecânica e antropométrica
foram definidas as medidas recomendadas para o posto de trabalho de costureira.
* Devem-se evitar instrumentos de trabalho afiados como tesouras, facas, etc. Com o
dimensionamento do posto deve certificar-se o responsável pela área (ou da segurança do
trabalho) do seguinte: -Os braços devem estar na vertical e os antebraços na horizontal com
apoio para antebraços e punhos. -Todos os instrumentos de uso ocasional devem estar no
máximo dentro da área de alcance máximo definida como, aquela em que os antebraços e
braços estejam na posição horizontal e nunca acima do nível dos ombros. -O tronco não
deve se curvar rotineiramente para fazer o trabalho. -Nunca deve ser necessário afastar as
costas da cadeira para atingir o objeto de trabalho. -Os pés devem sempre estar apoiados.
-Não deve haver compressão de qualquer parte do corpo humano pelo vestuário, mobiliário e
etc. -Os movimentos e a postura devem ser feitos em condições adequadas de conforto e
evitando esforços excessivos ou repetitivos. -Os ombros devem estar sempre relaxados.

Na análise do posto de trabalho de costura foram levantados problemas relacionados com o


ambiente (iluminação, ruído, cores, entre outros); com a biomecânica, problemas que
provocam, além de desconforto, posturas, esforços e movimentos perigosos e com alto custo
humano; com ferramentas de difícil uso, com uniformes e acessórios inadequados para
determinadas condições de trabalho; com métodos de trabalho ineficientes, leiaute que não
foi previamente planejado; mobiliário que provoca desconforto e posturas perigosas,
ferramentas com dificuldades de uso, etc. Também são, muitas vezes, inadequados: a
iluminação, os manejos e controles de preparação e acionamento da máquina, ambiente de
trabalho (temperatura, ruídos, vibrações, agentes químicos, cores utilizadas, e outros) e
organização e métodos de trabalho. Tentar resolver os problemas ergonômicos apenas com
a ginástica laborativa, como alguns tem tentado fazer, estão apenas tampando o sol com a
peneira, pois estão combatendo o efeito e não a causa. A causa dos problemas ergonômicos
está nos métodos e processos de produção, na organização do trabalho e, principalmente, na
inadequação ergonômica do posto de trabalho (projetado sem conceitos ergonômicos).

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