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DIREITO PENAL
Prof. Márcio Tadeu
SUMÁRIO
Exercícios ......................................................................................... 44
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Lesão corporal
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 2° Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incurável;
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Diminuição de pena
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social
ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Substituição da pena
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de
detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis:
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
II - se as lesões são recíprocas.
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Aumento de pena
§ 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses
dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Código
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.(Redação dada
pela Lei nº 8.069, de 1990)
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✓ Contudo, deve ser suficientemente grave como para que a ofensa não
seja despenalizada em função da aplicação do Princípio Da
Insignificância.
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✓ O perigo de vida que agrava a lesão corporal é o real, não apenas o potencial.
Deve gerar uma situação que de fato coloque a vítima em situação onde a morte é
uma possiblidade real, como é o caso de uma lesão que perfura o pulmão ou abre
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uma artéria importante do corpo humano. Cuidado com este tipo de lesão corporal
grave, pois é muito fácil confundí-la com tentativa de homicídio, já que a única
diferença está na vontade do agente.Em regra é preterdoloso.
✓ A debilidade permanente de membro, sentido ou função é a perda permanente do
uso de membros (pernas e braços), de um dos sentidos (olfato, tato, paladar, etc.)
ou de função orgânica (função digestiva, renal, circulatória, etc.)(neste caso
estamos diante de um crime instantâneo). Em se tratando de órgãos duplos rins,
olhos, pulmões), a perda de um, é uma debilidade, portanto, lesão grave. Dos dois
é gravíssima. A recuperação via procedimento cirúrgico não exclui a qualificadora.
✓ A aceleração do parto é a lesão corporal grave que leva ao nascimento prematuro
de criança viável existente dentro do ventre da vítima. O agente deve saber que a
vítima está gestante, sendo que esta modalidade de lesão corporal admite
tentativa.
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Exemplo de Lesão corporal seguida de morte é quando "A" discute com "B", e o
empurra. "B" escorrega e bate a cabeça e morre. "A" não agiu com dolo de matar, trata-
se de vias de fato.
Substituição da pena
Nos termos do parágrafo 5o, o Juiz poderá substituir a pena de detenção pela de
multa, caso as lesões não sejam graves e nas hipóteses de agressões recíprocas ou de
lesão corporal privilegiada.
Aplicando-se os princípios do Direito Penal, não poderá o Juiz penalizar com a
detenção se a Lei estabelece parâmetro menos gravoso, de modo que este artigo deve
ser interpretado como um dever do Juiz, que deverá substituir a pena quando a situação
fática assim o permitir.
Por ser crime culposo, não admite tentativa, sendo punida apenas a
agressão culposa bem sucedida. Todo crime culposo exige o
resultado.
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CAPÍTULO III
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE
Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato
libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que
está contaminado:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 2º - Somente se procede mediante representação.
✓ O tipo penal define a conduta de agente que coloca alguém em perigo (expõe)
de contágio de doença venérea, seja pela prática de atos libidinosos diversos,
seja pelo ato sexual.
✓ O crime será concretizado independentemente da vítima consentir em se expor
ao perigo. Contudo, é ação penal pública condicionada, dependendo, assim, de
representação da vítima.
✓ A consumação ocorre com a realização de ato apto a contaminar, não sendo
necessário que a contaminação de fato ocorra. Evidentemente, se a vítima já
estiver contaminada, estamos diante de um crime impossível, já que o perigo
pressupõe que a vítima não sofreria perigo se não fosse pela ação do agente.
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✓ A transmissão de doença venérea por meio não-sexual está tipificada no art. 131
do Código Penal Brasileiro, o chamado crime de perigo de contágio de moléstia
grave.
✓ AIDS não é considerada doença venérea, pois pode ser transmitida de diversas
formas (transfusão de sangue,...)
✓ Este crime admite a tentativa.
✓ Consiste em praticar ato capaz de produzir contágio de moléstia grave de que está
contaminado o agente.
✓ Trata-se de crime formal, na medida em que é um crime de consumação
antecipada.
✓ Será sempre doloso, pois o legislador introduziu a expressão "com o fim de" no
texto legal. Sendo eventual o dolo, estaremos diante de crime de lesão corporal.
✓ Assim como no crime anterior, o fato da vítima concordar com ser exposta à
moléstia não exclui o crime, e será crime impossível se a vítima é imune ou
portadora da moléstia que o agente pretendia contagiar;
✓ AIDS não é moléstia grave, e sim moléstia incurável, caracterizando sua
transmissão dolosa, tentativa de homicídio ou lesão corporal gravíssima, conforme
dito antes;
✓ Admite tentativa.
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✓ Consuma-se com a criação do perigo para o sujeito passivo, que é sempre uma
pessoa determinada ou determinável.
✓ Como nos demais casos em que a legislação protege bem indisponível, a
concordância da vítima é irrelevante.
✓ Exemplo clássico – Um rapaz de 20 anos que passa cerol (vidro moído e cola) na
linha de nylon e resolve soltar pipa com ela. Um motociclista passa na rua e tem
seu pescoço cortado pelo cerol. Consuma-se o crime de Perigo para a Vida ou
Saúde de Outrem.
✓ Tipo penal utilizado mormente para punir empregadores que colocam a saúde de
seus trabalhadores em risco, frequentemente visando cortar custos.
ABANDONO DE INCAPAZ
Abandono de incapaz
Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou
autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos
resultantes do abandono:
Pena - detenção, de seis meses a três anos.
§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Aumento de pena
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:
I - se o abandono ocorre em lugar ermo;
II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou
curador da vítima.
III - se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído pela Lei nº 10.741,
de 2003)
✓ É um crime próprio na medida em que somente pode ser cometido por aquele
que tem obrigação de zelar pela integridade e segurança do incapaz.
✓ Consuma-se quando o incapaz que estava sob a responsabilidade do agente
encontra-se em situação de perigo concreto.
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OMISSÃO DE SOCORRO
Omissão de socorro
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem
risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou
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Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo sem
risco pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar
sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro
de autoridade pública:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
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MAUS-TRATOS
Maus-tratos
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua
autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento
ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer
sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de
correção ou disciplina:
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado
contra pessoa menor de 14 (catorze) anos. (Incluído pela Lei nº
8.069, de 1990)
Estatuto do Idoso,
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CAPÍTULO IV
DA RIXA
Rixa
Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores:
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza
grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de
seis meses a dois anos.
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CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA A HONRA
Crime de Calúnia
Calúnia
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido
como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a
propala ou divulga.
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
Exceção da verdade
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
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Inimputáveis
Para os causalistas, como os menores de 18 anos de idade e outros inimputáveis não
cometem crime, não poderiam ser vítimas de calúnia, já que para a caracterização deste
crime é necessário atribuir à vitima a responsabilidade pela prática de crime.Por outro
lado, para os seguidores da teoria finalista, que retira o elemento culpabilidade do
conceito de crime, os inimputáveis poderiam sim ser vítimas de calúnia.
Consumação
Por ser um crime formal não exige a ocorrência de resultado e consuma-se no momento
em que um terceiro toma conhecimento da mentira caluniosa, mesmo que não provoque
o dano esperado .Admite tentativa, no caso do meio de propagação da calúnia ter sido
interceptado antes de chegar às mãos do terceiro.
Exceção da verdade
A calúnia, viu-se, é a imputação falsa de um fato definido como crime. Falsa porque
não houve o fato ou porque o caluniado não é seu autor ou partícipe. Realizado o tipo de
calúnia, o sujeito passivo poderá propor a ação penal contra o agente, a fim de obter sua
condenação. Este poderá defender-se alegando e provando que a imputação é
verdadeira. Se for bem-sucedido nesse intento, será excluída a tipicidade do fato, por
ser verdadeira a imputação.
Essa reação do acusado da prática de calúnia denomina-se exceção da verdade,
que nada mais é do que o instrumento processual defensivo de que dispõe para provar a
veracidade do fato imputado (art. 138, § 3 º). Não será, entretanto, possível arguir a
exceção da verdade, ainda que verdadeira a imputação, em três situações.
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reservou esse direito de agir em juízo. Se é assim, não pode terceira pessoa, o
caluniador, promover, por meio da exceção da verdade, a apuração do fato. Quando
a vítima do crime imputado preferiu não ajuizar a queixa é porque, tendo
disponibilidade da ação e não a tendo manejado, acabou por consentir na realização
do fato, que, por isso, deve ser considerado lícito. Se o fato é lícito, não é crime,
logo a sua imputação é calúnia. Se, porém, a ação penal privada foi proposta e
houve sentença penal condenatória irrecorrível, demonstrada estará a existência de
crime, daí que o acusado de calúnia poderá promover a exceção da verdade,
juntando, para tanto, a certidão ou cópia da própria sentença penal condenatória,
com a demonstração de seu trânsito em julgado, livrando-se, assim, da acusação de
calúnia, porque terá imputado um fato verdadeiro.
✓ Também não se admitirá a exceção da verdade quando a calúnia tiver sido proferida
contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro. Ainda que
verdadeira a imputação, o caluniador não poderá promover a exceção da verdade,
em razão da qualidade das funções exercidas pelo caluniado, chefe de governo,
nacional ou estrangeiro. O chefe de governo estrangeiro goza de imunidade
diplomática que impede a aplicação da lei penal brasileira, daí que é impossível,
mesmo, a possibilidade da instauração do incidente penal destinado a provar que
praticou o fato a ele atribuído.
✓ Por último, é impossível tentar provar a verdade se o sujeito passivo da calúnia tiver
sido absolvido pela prática do fato imputado, com sentença penal transitada em
julgado. Se o Poder Judiciário já tiver se manifestado, em decisão definitiva, pela
absolvição do caluniado, por qualquer razão, inclusive por insuficiência de prova,
existe a coisa julgada, não sendo permitida a revisão contra o réu que poderia
ocorrer caso a exceção da verdade viesse a ser julgada procedente.
A exceção da verdade pode ser promovida a qualquer tempo, até mesmo após a
sentença condenatória de primeiro grau, desde que nas razões de apelação, e,
submetida ao contraditório, será julgada por sentença. Procedente, importará na
absolvição do agente da calúnia, pela atipicidade do fato. Improcedente a exceção da
verdade, prosseguirá o feito para julgar a prática da calúnia.
Quando o caluniado gozar de foro especial por prerrogativa de função e tiver sido
admitida exceção da verdade, esta, e somente esta, será julgada no foro especial.
Julgada procedente no foro especial, a ação penal pela calúnia será julgada prejudicada,
devendo os autos da exceção da verdade ser encaminhados ao Ministério Público, para
promover a ação penal contra o imputado. Julgada improcedente, os autos serão
remetidos ao juízo de origem, para prosseguir na ação penal pela calúnia.
Extinção da punibilidade
Ocorrerá a extinção da punibilidade sempre que o agente fizer uma retratação completa,
satisfatória e incondicional, reconhecendo publicamente seu erro.É ato unilateral,
pessoal e que independe da anuência do ofendido, devendo ser realizada até a
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publicação da sentença de primeiro grau, sendo que após este momento a retratação
perde sua eficácia como forma de extinção da punibilidade.
Denunciação caluniosa
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Crime de Difamação
Difamação
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Crime de Injúria
Injúria
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Exclusão do crime
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por
seu procurador;
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo
quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar;
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em
apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício.
Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela
difamação quem lhe dá publicidade.
Retratação
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da
calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia,
difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo.
Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias,
responde pela ofensa.
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede
mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta
lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça,
no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante
representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como
no caso do § 3o do art. 140 deste Código.
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ESTATUTO DO IDOSO
IMUNIDADE PARLAMENTAR
CAPÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL
SEÇÃO I
Observação para nunca esquecer: haverá sempre concurso material quando houver
crimes contra a liberdade individual e outros.
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Constrangimento ilegal
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou
depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de
resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Aumento de pena
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a
execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de
armas.
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à
violência.
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente
ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida;
II - a coação exercida para impedir suicídio.
AMEAÇA
Ameaça
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer
outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.
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ela realize algum comportamento a que não esteja obrigada, haverá constrangimento
ilegal.
Ilicitude E Culpabilidade
Se o agente, para repelir uma agressão injusta, proferir, contra o agressor, uma
promessa de causar-lhe um mal grave, infundindo temor no agressor, terá realizado um
fato atípico, porque, neste caso, o mal prometido, apesar de grave, não será injusto,
porque justificado, pela legítima defesa, que, neste caso, constitui uma causa de
exclusão da tipicidade, vez que a injustiça é circunstância elementar do tipo.
Possível a legítima defesa – aqui como excludente da tipicidade –, possível será
também a descriminante putativa correspondente, ficando excluída a culpabilidade
quando o agente supõe situação de fato que, se existente, tornaria sua reação legítima.
Pode a culpabilidade ainda ser excluída se o agente da ameaça encontra-se, ele
mesmo, sob coação moral irresistível ou outra situação de inexigibilidade de conduta
diversa, não tendo outro meio senão o de ameaçar a vítima.
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Não será plágio, por isso, a simples conduta do agente que submete a vítima a
trabalho forçado, jornada exaustiva ou condições de trabalho degradantes, ou a que
restringe sua liberdade locomotora, sem que, com qualquer dessas condutas resulte a
redução do status libertatis da vítima, com sua conversão ao estado análogo ao de
escravo.
A lei 13.344/16, por seus artigos 13 e 16, alterou o CP Brasileiro, inserindo o artigo
149 – A com o "nomen juris" de "tráfico de pessoas" e revogando expressamente os
artigos 231 e 231 –A, CP que anteriormente tratavam da matéria. O artigo 149 – A, CP é
um crime de ação múltipla, conteúdo variado ou tipo misto alternativo, pois contempla
vários núcleos verbais, sendo eles: agenciar, aliciar, recrutar, transferir, comprar, alojar
ou acolher.
O sujeito ativo do crime é qualquer pessoa, pois se trata de infração penal comum.
Quanto ao sujeito ativo, também é qualquer pessoa. Em alguns casos que se verá mais
adiante, a especial condição do sujeito ativo ou passivo ensejará aumentos de pena. A
prática dos verbos deve se dar mediante meios especialmente elencados na norma:
grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso. Não há previsão de conduta culposa,
o que realmente seria um tanto quanto inimaginável.
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A casa é o refúgio do ser humano. É seu abrigo e de seus entes queridos. É o lugar
a partir do qual constrói e mantém sua família, no qual vive agregado com seus
descendentes. É o lugar do descanso onde os membros de uma família se comprazem.
É onde as pessoas podem desfrutar de paz e tranquilidade. A casa tem, por essa razão,
sua inviolabilidade assegurada constitucionalmente.
Violação de domicílio
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra
a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em
suas dependências:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o
emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente
à violência.
§ 2º - Revogado
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em
suas dependências:
I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar
prisão ou outra diligência;
II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali
praticado ou na iminência de o ser.
§ 4º - A expressão "casa" compreende:
I - qualquer compartimento habitado;
II - aposento ocupado de habitação coletiva;
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão
ou atividade.
§ 5º - Não se compreendem na expressão "casa":
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VIOLAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA
Violação de correspondência
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Correspondência comercial
Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou empregado de estabelecimento
comercial ou industrial para, no todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair ou
suprimir correspondência, ou revelar a estranho seu conteúdo:
Pena - detenção, de três meses a dois anos.
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.
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postal” como o faz o Código Penal no § 3º do art. 151, cominando pena de detenção de
um a três anos.
Diferentemente, determinou a referida lei que tal circunstância seja apenas uma
agravante da pena (art. 43). Ora, a lei regulou integralmente a mesma matéria – crime
de violação de correspondência – e deu-lhe tratamento mais benéfico que o art. 151 do
Código Penal, sendo, com ele, absolutamente incompatível. Revogou-o tacitamente.
Em consequência, o crime de violação de correspondência é o definido no art. 40 da
Lei nº 6.538/78 e não o do art. 151, do Código Penal, que se encontra revogado.
Protege a norma a liberdade de comunicar sigilosamente o pensamento, o sigilo da
comunicação por correspondência, como ente integrante da liberdade individual.
Sujeito ativo desse crime é qualquer pessoa, salvo o remetente e o destinatário da
correspondência, os quais são, simultaneamente, os sujeitos passivos do crime. É o que
a doutrina denomina de dupla subjetividade passiva. O verbo utilizado no tipo é
devassar, no sentido de conhecer. Através da conduta o agente toma conhecimento do
que se contém na correspondência. Não é imprescindível que a correspondência seja
aberta, pois será possível conhecer seu conteúdo quebrando seu sigilo sem a abertura
física de seu envoltório, como quando se a contrapõe a feixe de luz.
A simples abertura de envelope no qual está contida carta não configura a
conduta, se quem o abriu não queria conhecer seu conteúdo, nem o conheceu. É,
necessariamente, conduta comissiva. Impossível conduta omissiva. Correspondência é
“toda comunicação, pessoa a pessoa, por meio de carta, através da via postal ou por
telegrama”.
Divulgação de segredo
Divulgação de segredo
Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou
de correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação
possa produzir dano a outrem:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 1º Somente se procede mediante representação. (Parágrafo único renumerado
pela Lei nº 9.983, de 2000)
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Art. 154-B Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante
representação, salvo se o crime é cometido contra a administração pública
direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou
Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públicos.
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01.E 02.E 03.A 04.C 05.E 06.E 07.E 08.B 09.D 10.E
11.E 12.E 13.C 14.B 15.D 16.B 17.C 18.C 19.E 20.A
21.E 22.E 23.C 24.C 25.A 26.C 27C 28.C 29.E 30.E
31.E 32.C 33.E 34.D 35.A 36.B 37.E 38.C 39.C 40.A
41.B 42.C 43.E 44.E 45.C
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