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EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE

DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL E CRIMINAL DA


COMARCA DE LAGARTO/SE.

MARIZETE MONTEIRO DE FARIAS, brasileira,


maior, capaz, pensionista, portadora do CPF n.º 011.927.495-70, Identidade n.º
1.005.432, 2ª via, SSP (SE), residente e domiciliado na Av. Vereador João
Nogueira da Silva, Nº 1.487, Pov. Pratas – Zona de Expansão, Lagarto (SE), CEP:
49.400- 000, por seus advogados legalmente constituídos, através de instrumento
procuratório em anexo, com endereço profissional na Avenida Leandro Maciel,
08, sala 09, Centro, Lagarto/SE, vem, à presença de Vossa Excelência, propor
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL C/C PEDIDO DE
ANTECIPAÇÃO DE TUTELA em face do BANCO BRADESCO S.A,
pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o n° 60.746.948/0591-92,
com endereço na Rua Dr. Laudelino Freire, 265, Centro, Lagarto/SE, CEP 49400 -
000, pelos substratos fáticos, jurídicos e probatórios adiante elencados:

PRELIMINARMENTE
A Requerente, inicialmente, declara ser pobre na forma da
Lei, não tendo, pois, condições de pagar custas e despesas processuais, Isto posto,
REQUER seja concedida os benefícios da Justiça Gratuita, com fulcro nos artigos
5° LXXIV e 134 da Constituição Federal, combinando com o artigo 4° da Lei
1.060/50.

SOBRE O MÉRITO
I – A Reclamante e cliente da empresa
Reclamada, mas tão somente para receber o seu benefício
do INSS, no entanto, para a sua grande surpresa, em
meados de dezembro de 2019 soube que o seu nome estava
negativado junto ao SPC/SERASA desde setembro de 2019,
em face de suposto débito de sua responsabilidade para
com o Reclamado, tudo conforme documento anexo que
atesta o que estamos a dizer;

II – ATÔNITA E PERPLEXA, a Reclamante


sabedora de que fora o Reclamado quem o colocara no
SPC/SERASA, sem entender absolutamente nada do que
estava acontecendo, sofreu o impacto de uma falsa
informação negativa a respeito de sua imagem, tudo lhe
causando aborrecimentos, desgostos, perda de tempo,
revolta e dor moral;

III – É que no dizer do Reclamado, a


Reclamante está com título vencido e não pago no valor
de R$ 163,50 (cento e sessenta e três reais e cinquenta
centavos) referente ao título 011927495000070EC que está
em pendência em seus registros e, por causa disso, fora
inscrito nos organismos de proteção ao crédito
SPC/SERASA como mau pagadora;

Vale lembrar, que a Reclamante nunca


contratou nem permitiu que contratasse em seu nome
nenhum empréstimo com o Requerido;

IV – Porém, é certo que é totalmente


ilegal e abusiva a inclusão e a manutenção do seu nome
nos registros de organismos de proteção ao crédito –
SPC/SERASA – pois como antes afirmou, nunca sequer
contratou nenhuma modalidade de empréstimo o Reclamado,
nem permitiu que ninguém o fizesse;

V – ALÉM DE TUDO, NÃO É DEMAIS AFIRMAR


QUE ESTE REGISTRO NO SPC/SERASA MUITO PREJUDICA A
DEMANDANTE, RESTRIGINDO O SEU CREDITO NUM MOMENTO DE
EXTREMA NECESSIDADE.

DO DANO MORAL DO RECLAMANTE

A inclusão e a manutenção TOTALMENTE


INDEVIDAS do nome da Reclamante junto ao SPC/SEASA desde
07/09/2019, conforme extrato em anexo, feitas pela Ré,
é indubitavelmente, ABUSIVA E ILEGAL, devendo, por isso,
reparar o dano moral sofrido pela Suplicante.

No caso em análise, o dano moral é


patente, eis que teve a Demandante que suportar dor
intensa, a vergonha, a lesão moral, o constrangimento e
o vexame a lhe enxovalhar a imagem, além de ofender o
Reclamado, com a referida inclusão e manutenção
indevidas, a dignidade e a honra da Autora. Tudo isso,
ressalte-se, injustamente.

DO VALOR DA INDENIZAÇÃO

Que pretende ser indenizada pelo Réu na


quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais) pelo dano moral
em razão de tudo o que aqui fora contado e que passou,
pois é certo que a Requerente sofreu prejuízo moral,
merecendo, por isso, ser reparado no seu direito.

DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA

Requer seja concedida a antecipação de


tutela para determinar ao Reclamado que exclua, de
imediato, o nome da Reclamante do SPC/SERASA, eis que
prova-se nos autos a verossimilhança da alegação e a
prova inequívoca do que diz a Autora.

Há que se observar, em acréscimo, a


fumaça do bom direito do Autor e mais ainda o perigo na
demora, pois, sabemos, o desfecho de uma ação desta
natureza poderá demorar, ainda, mais um ano e, enquanto
isso, INDEVIDAMENTE, o nome da Reclamante permanecerá
no SPC/SERASA, prejudicando sobremaneira a Autora,
impedindo-lhe de realizar negócios, vedando o seu
crédito e lhe prejudicando a imagem e boa fama.

DO PEDIDO FINAL

À vista do exposto, requer:

a) a concessão da tutela antecipada para


que seja determinado ao Reclamado a retirada imediata
do nome da Reclamante do SPC/SERASA, sob pena de
pagamento de multa diária de R$ 500,00 (quinhentos
reais) em favor da Autora;

b) A citação do Reclamado no endereço


antes nominado, para responder no prazo aos termos da
presente ação, sob pena de revelia e confissão quanto à
matéria de fato;

c) Seja julgada, ao final, totalmente


procedente a presente Ação de Indenização, declarando-
se inexistir qualquer débito de responsabilidade da
Reclamante para com o Reclamado, condenando -se o
Reclamado a indenizar a Reclamante em R$ 10.000,00 (dez
mil reais) em decorrência do dano moral suportado pela
Autora conforme antes explicitados, bem como seja
obrigado o Demandado a excluir o nome da Autora do
SPC/SERASA sob pena de multa diária de R$ 500,00
(quinhentos reais) e, ainda, ao pagamento das custas
processuais e honorários advocatícios na base de 20%
sobre o valor da condenação.

d) Seja invertido o ônus da prova em


favor da Reclamante consumidora hipossuficiente, na
forma da lei.

Protesta e requer provar o alegado por


todos os meios de provas em direito permitidos,
especialmente documental, depoimento pessoal do
representante legal da Reclamada sob pena de confesso,
testemunhas oportunamente arroladas etc..., desde logo
e por cautela requeridos e reitera, ainda, os benefícios
da justiça gratuita por ser pobre na expressão da lei,
não podendo arcar com os custos deste processo sem
prejuízo da sua própria mantença e da de sua família.

Dá-se à causa o valor de R$ 10.163,50


(dez mil, cento e sessenta e três reais e cinquenta
centavos) para os efeitos legais.

Nestes termos, pede deferimento.


Lagarto/SE, 19 de dezembro de 2019.

MARCOS VINICIUS N. LEÃO


OAB/SE 8305

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