Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CONDICIONAMENTO DE AR
E
CONFORTO TÉRMICO
ITAJUBÁ
2015
ÍNDICE
ii
1 – PSICROMETRIA E CLIMATIZAÇÃO DE AMBIENTES
R
pv T Ra T (1.1)
Ma
T = 15 C = 288,1 K = 59,0 F
Muitas vezes, a pressão atmosférica padrão é tomada igual a 101,325 kPa (= 14,696
lbf/m2 = 30” Hg) e a temperatura atmosférica padrão igual a 21C (= 70ºF). A pressão
atmosférica varia com a altitude e pode ser calculada através da relação
Pa b H (1.2)
Lei de Gibbs e Dalton: a pressão de uma mistura de gases perfeitos é igual à soma das
pressões parciais dos constituintes da mistura.
P Pa Pv (1.4)
Prof. Osvaldo J. Venturini (UNIFEI/IEM Itajubá – MG)
2
1.2 – Propriedades do Ar Úmido
onde v e sat são ditas densidades absolutas do vapor d’água (massa de água por unidade de
volume da mistura). A Figura 1-1 ilustra o significado físico da umidade relativa.
onde: Patm = pressão atmosférica local (pressão barométrica), considerada fixa para cada carta.
Pv
W 0,622 (1.8)
Patm Pv
1.2.5 – Entalpia
A entalpia de uma mistura de gases é igual a soma das entalpias dos componentes da
mistura. Assim, para o ar úmido, a entalpia (H) é igual à soma das entalpias do ar seco (Har) e
do vapor de água (Hv), como mostra a Eq. (1.10).
mv
h har h v har W h v [J/kg ar seco] (1.11)
mar
har cp,ar T
(1.12)
hv hlv cp, v T
Assim a equação para a entalpia do ar úmido pode ser escrita como segue:
h c p,ar T W hlv c p, v T (1.13)
O calor específico à pressão constante do ar seco varia com a temperatura, mas pode
ser tomado como um valor médio constante sem incorrer em erros significativos, o mesmo
acontecendo para o calor específico do vapor superaquecido. Os valores médios para estas
grandezas são:
h 1,004 T [ o C] W 2502 1,805 T [ o C] [kJ/kg] (1.14)
V R T R ar T
v ar (1.15)
mar Par Patm Pv
Utilizando a Eq. (1.8) para expressar a pressão parcial do vapor (Pv), obtém-se:
R T
v (1 1,6078 W ) ar (1.16)
Patm
* Pv,2
Wsat,2 0,6219 (1.18)
P2 Pv,2
* *
Wsat,2 umidade absoluta do ar saturado à temperatur a T2
Percebe-se então que W1 é função de T1, P1, P2 e T2* de modo que a temperatura T2*
poderia ser usada para se especificar completamente o estado do ar úmido. Todavia, o
saturador adiabático também não é uma maneira prática de se determinar T2* porque ele
deveria ser infinitamente longo na direção do escoamento. O psicrômetro (Figura 1-4) é um
dispositivo prático utilizado para se substituir o saturador adiabático. Este dispositivo consiste
basicamente de dois termômetros, um dos quais tem o bulbo coberto por um algodão
embebido em água conforme esquematizado na Figura 1-5. As temperaturas indicadas por
estes dois termômetros são então chamadas de temperatura de bulbo seco, Tbs, e temperatura
de bulbo úmido, Tbu. A temperatura Tbs corresponde à temperatura T1 do saturador adiabático
enquanto Tbu é uma aproximação de T2*. As pressões P1 e P2 correspondem à pressão
barométrica ou à pressão total da mistura, admitida constante ao longo do dispositivo.
O erro (Tbu - T2*) é menor do que 0,27C para o ar úmido desde que as seguintes
condições sejam cumpridas:
V 0,5 m/s;
O termômetro de bulbo úmido não está envolvido por nenhuma blindagem protetora.
NÍVEL DE MAR 1 00
1.0 1.0 -
28
10,0 0,8 1,5 30
0,7 2,0 -5,0
0,9
4
0,6 CALOR SENSIBLE Qs 4,0 -2,0
- 120
0,5 TOTALIZE O CALOR Qt
-4,0 26
5,0
-2, 0,0 90
0,4 0
-1, 30
0 TE
MP
0,3
ER
-0,
1,0
4,0
5
AT
U RA 24
0,2
ISO
-0,2
0
BÁ
0,1
80 R ICA
- °C
110
3,0
2,0
22
0,9
2,5
2
ENTHALPY h
HUMIDITY RATIO W 70 25
20
100
25 18
AR 60
O
0,9
EC C
0
S -°
A N
M IO 16
RA AT
G R
O TU
IL 50
20
U SA 90
Q
O DO
R
RA 14
PO U
J
-K AT
Y R
P PE 20
AL M
0,8
40
8
TH TE
EN 12
% 80
15 90
% 10
30
80
0,8
15
6
%
70
VO
8
LU
10
ME
%
20 60 -C 70
U
0,8
10
4
BIC
50% 6
5
ME
TE
40%
P E
0,8
10
2
4
RK
30% 60
GD
RELAÇÃO DA UMIDADE - UMIDADE DOS GRAMAS POR O AR SECO DO QUILOGRAMA
RY
0,8
0
20%
AIR
0 ,7
SECA TEMPERATURA DE BULBO - °C
8
A UMIDADE
10% RELATIV
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
10 20 30 40 50
ENTHALPY - KJ POR O QUILOGRAMA SECO DO AR
10
Figura 1-7: Carta psicrométrica para a cidade de São Paulo (760 m).
ar h1 qs m
m ar h2 (1.19)
Obs.: os resultados para qs são sempre positivos, sendo o sentido do fluxo de calor indicado
pelos termos aquecimento ou resfriamento.
qs m
a c p (T1 T2 ) )1.20)
c p c p, ar W c p, v )1.21)
Quando o ar úmido é resfriado até uma temperatura abaixo do seu ponto de orvalho,
parte do vapor d’água se condensa e deixa a corrente de ar. De um balanço de massa e
energia, pode-se deduzir a equação:
qm
ar (h1 h 2 ) m
ar ( W1 W2 ) h w m
ar (h1 h 2 ) (1.22)
w m
m ar ( W1 W2 ) (1.23)
A transferência total de calor dada acima pode ser imaginada ocorrendo em dois
processos não simultâneos:
ql m
ar (h1 ha ) m
ar ( W1 W2 ) hlv (1.24)
qs m
ar (ha h 2 ) m
ar c p (T1 T2 ) (1.25)
q ql qs (1.26)
Define-se neste ponto o fator de calor sensível - FCS (sensible heat factor - SHF):
qs
FCS (1.27)
qs ql
Este é um processo requerido durante os meses de inverno nos países frios. Mais uma
vez, de um balanço de massa e energia,
ar h1 q m
m w hw m
ar h 2 (1.28)
ar W1 m
m w m
ar W (1.29)
de onde obtém-se:
h 2 h1 h q
hw (1.30)
W2 W1 W m w
Embora a equação acima represente uma linha reta conectando os estados inicial e final
na carta psicrométrica, na prática o processo é dividido em duas etapas, 1-a e a-2, como
mostrado na Figura 1-11.
Prof. Osvaldo J. Venturini (UNIFEI/IEM Itajubá – MG)
14
Figura 1-11: Processo típico de aquecimento e umidificação do ar (McQuiston e Parker, 1994).
O ar pode ser umidificado sem que lhe seja transferido grandes quantidades de calor
sensível (Figura 1-12), fazendo-o passar sobre uma bandeja de água quente ou simplesmente
pela injeção direta de água quente ou vapor. A água deve ser aquecida durante o processo a
fim de fornecer o calor latente necessário para a sua evaporação.
h 2 h1 h
hw (1.31)
W2 W1 W
As várias direções possíveis para este processo não mostradas na Figura 1-13:
Linha vertical (ar apenas umidificado): a água injetada encontra-se na condição de
vapor saturado à temperatura de bulbo seco da corrente de ar, Tbs.
Linha oblíqua à direita (ar aquecido e umidificado): a entalpia da água injetada é
maior do que a entalpia do vapor saturado a Tbs.
Prof. Osvaldo J. Venturini (UNIFEI/IEM Itajubá – MG)
15
Linha oblíqua à esquerda (ar resfriado e umidificado): a entalpia da água injetada é
menor do que a entalpia do vapor saturado a Tbs.
Linha Tbu = constante (ar resfriado e umidificado): água líquida é injetada à
temperatura de bulbo úmido da mistura, Tbu.
h 2 h3 W2 W3 m ar,1
(1.32)
h3 h1 W3 W1 m ar, 2
O estado final das correntes misturadas localiza-se em um ponto intermediário sobre uma
linha reta ligando os estados 1 e 2. O comprimento dos vários segmentos é proporcional às
massas de ar misturado da seguinte maneira (Figura 1-16):
Prof. Osvaldo J. Venturini (UNIFEI/IEM Itajubá – MG)
17
ar, 1 32
m ar, 1 32
m ar, 2 13
m
; ;
ar, 2 13
m ar, 3 12
m ar, 3 12
m
Embora a rigor devam-se usar vazões em massa, resultados aproximados podem ser
obtidos utilizando-se vazões volumétricas.
Define-se ainda:
Solução:
Dado – Espaço a ser condicionado durante o verão cuja carga térmica é conhecida.
Análise:
ar , 2 h2 q m
m ar , 3 h3 ar , 3 m
m ar , 2
ar , 2 m
ar , 2 q
de onde: m
h3 h2
Q 3,5
FCS S 0,70
QT 5,0
e o estado 2 se situa sobre o cruzamento da linha definida por este valor de FCS, partindo-se
do ponto 3, e a umidade relativa de 90% (ver Figura 1-19). Logo, h2 = 32,0 kJ/kg-ar e v2 = 0,842
m3/kg-ar. O estado 2 está assim fixado. O segmento 23 é denominado curva de carga do
recinto e representa o processo de aquecimento e umidificação do ar ao percorrer o recinto.
. 5 TR x 3,51 kW / TR
ma2 0,86 kg / s
( 53,0 33,0 ) kJ / kg
mar ,1 h1 m
ar , 2 h2 qC mar ,1 m
ar , 2
logo: mar ,1 h1 m
ar , 2 h2 qC
ar , 0 V0
m na qual v 0 0,888 m 3 / kg
v0
850
mar , 0 957 kg / h 0,27 kg / s
0,888
ar , 0 m
m ar , 4 m
ar ,1 m
ar , 2
ar , 4 m
m ar , 2 m
ar , 0 0,86 0,27 0,59 kg / s
31 m ar , 0 0,27
0,313 31 0,313 x 30
30 m ar ,1 0,86
e o ponto 1 pode ser localizado graficamente na carta psicrométrica. São obtidos os valores
Tbs,1 =27,2 ºC e Tbu,1 = 21,8 ºC. Da carta psicrométrica, h1 = 60,0 kJ/kg-ar e pode-se calcular a
capacidade de refrigeração requerida do equipamento. Sendo esta dada por:
Prof. Osvaldo J. Venturini (UNIFEI/IEM Itajubá – MG)
22
Figura 1-19: Representação dos processos psicrométricos do Exemplo 1-1
(McQuiston e Parker, 1994).
A linha paralela à linha 12 no transferidor mostra para a serpentina de resfriamento FCS = 0,58.
Então,
Comentário:
No exemplo acima, os ganhos de calor dos ventiladores foram desprezados; todavia, toda a
potência adicionada aos ventiladores se manifesta sob a forma de calor sensível adicionado ao
ar, como se calor lhe fosse transferido diretamente. Mais ainda, o ganho de calor ao longo dos
dutos de insuflamento e retorno pode não ser desprezível. Por conseguinte, uma
representação mais realista das transformações termodinâmicas por que passa o ar no sistema
da Figura 1-18 é como dado na Figura 1-20. Admitiu-se aqui que toda a potência do ventilador
de insuflamento já se transformou em energia interna do ar quando este é introduzido no
ambiente climatizado, ponto 2. Analogamente, admitiu-se que o ganho de calor ao longo dos
dutos entre os pontos 3 e 4 e o ganho de calor do ventilador de retorno já se manifestaram
integralmente como um aumento da energia sensível do ar quando este atinge a caixa de
Figura 1-20: Processos psicrométricos do Exemplo 1-1 mostrando os efeitos dos ganhos de
calor dos ventiladores e ao longo dos dutos (McQuiston e Parker, 1994).
ar, b h h
m T Td
b 2 d 2 (1.34)
mar h1 h d T1 Td
h h T T2
1 b 1 2 1 (1.35)
h1 h d T1 Td
qcs m
ac p (T1 T2 ) m
ac p (T1 Td )(1 b) (1.36)
Solução: Da carta psicrométrica, o ponto de orvalho da serpentina obtido é 8,0 ºC. Logo,
T Td 12,2 8,0
b 2 0,218 o fator de contato (c) será: c 1 b 0,782
T1 Td 27,2 8,0
1. Comparar o valor tabelado para o volume específico do vapor saturado a 25 C com o valor
obtido tratando-se o vapor como gás perfeito. Em condições de não saturação, a
concordância é melhor ou pior? Por quê?
2. Utilizando as relações de gás perfeito, calcular o valor da umidade absoluta, entalpia e
volume específico para o ar saturado a uma atmosfera padrão e 20 C.
17. Um saguão deve ser mantido a 25 C bs e 18 C bu. A pressão barométrica é 101,3 kPa. A
carga térmica do ambiente é 58,6 kW de calor sensível e 58,6 kW de calor latente. A
temperatura do ar suprido ao ambiente não pode ser menor que 18 C bs. Determinar:
O calor que é gerado continuamente pelo corpo deve ser eliminado a fim de que a
temperatura interna se mantenha constante. A energia total, M, produzida no interior do corpo é
dissipada da seguinte maneira:
Trabalho externo realizado pelos músculos, W;
Dissipação de calor sensível através da porção exposta da pele e roupas por
convecção e radiação, C + R;
Dissipação de calor latente através da transpiração, Lrsw, e da difusão de umidade
pela pele, Ldiff;
29
Dissipação de calor sensível por meio da respiração, Cresp;
Dissipação de calor latente devida à respiração, Lresp.
A taxa de liberação de calor pelo corpo humano varia muito em função da atividade física
desenvolvida. A Figura 2-2 dá alguns exemplos; uma lista mais completa pode ser encontrada
na Tabela 48, pág. 1-94 de Carrier (1990). Este calor representa uma parcela muitas vezes
importante da carga térmica de resfriamento de um sistema de ar condicionado.
Embora nem todos os fatores que afetam o conforto sejam completamente entendidos,
sabe-se que o conforto é diretamente afetado pelos seguintes fatores:
Temperatura;
Umidade;
Circulação do ar;
Radiação de superfícies vizinhas;
Odores;
Poeira;
Ruído.
30
Um sistema de ar condicionado deve controlar diretamente quatro parâmetros
ambientais:
1. Temperatura do ar (bulbo seco);
2. Temperatura das superfícies circundantes;
3. Umidade do ar;
4. Velocidade do ar.
4 T4 C V 1/ 2
Tmrt g (Tg Tbs ) (2.2)
Tg temperatura do globo, R ou K
31
Pode-se definir ainda:
Temperatura operacional: temperatura uniforme de um ambiente imaginário com o qual a
pessoa trocaria a mesma quantidade de calor por convecção e radiação que aquela trocada
com o meio real.
A temperatura operacional é a média entre a temperatura radiante média e a temperatura
do ar ambiente ponderadas pelos respectivos coeficientes de transferência de calor.
Entretanto, para as aplicações práticas, a temperatura operacional pode ser tomada como
mostrado abaixo, sendo a mesma denominada de temperatura de bulbo seco ajustada.
T T
Top bs mrt (2.3)
2
Obs: 1 clo = 0,155 m2 C/W admitindo-se um isolamento uniforme sobre todo o corpo.
met = 58,2 W/m2, taxa metabólica de uma pessoa sedentária (sentada, em
repouso) por unidade de área superficial do corpo
32
Figura 2-3: Resistências térmicas de algumas vestimentas
(Lamberts et. al, 1997).
Figura 2-4 - Faixas aceitáveis para a TOP e umidade para pessoas em roupas
de verão e inverno, exercendo atividade sedentária (< 1,2 met).
33
Tabela 2.1: Coordenadas das zonas de conforto da Figura 2-4.
Inverno Verão
Top = 20 a 23,5 C Top = 22,5 a 26 C
60% de umidade de relativa 60% de umidade de relativa
Top = 20,5 a 24,5 C e Td = 2 C Top = 23,5 a 27 C e Td = 2 C
ET* igual a 20 e 23,5 C ET* igual a 23 e 26 C
As zonas de conforto da Figura 2-4 podem sofrer alterações quando houver variações da
velocidade do ar. Por exemplo, temperaturas mais altas do ar podem ser toleradas quando
houver um aumento da velocidade do ar.
Tbs = 24,0ºC
Tmrt = 24,5ºC
= 50%
Resistência das vestimentas = 1,0 clo
Velocidade do ar = 0,1 m/s
Taxa de metabolismo = 70%
Qualidade do Ar Interno (IAQ) – termo usado para designar condições do ar interno que
assegurem conforto aos seus ocupantes em um ambiente limpo, saudável e sem odores.
34
As fontes de contaminação do ar interno são divididas em quatro grandes grupos:
Tabagismo;
Ozônio resultante de motores elétricos, copiadoras, etc.
Insuficiência de ar externo;
Má distribuição do ar interno;
Operação incorreta do equipamento condicionador;
Modificações inadequadas do edifício, etc;
Síndrome do Prédio Doente (“Sick Building Syndrome”) – termo utilizado para designar
prédios onde uma porcentagem atípica dos ocupantes ( 20%) apresenta problemas de saúde
tais como irritação dos olhos, garganta seca, dores de cabeça, fadiga, sinusite e falta de ar.
35
Os contaminantes mais comuns são:
1. CO2
Produto da respiração de todos os mamíferos;
Não constitui um risco direto à saúde humana;
A sua concentração é indicativa da boa ou má ventilação de um ambiente.
2. CO
Fontes mais comuns são a combustão incompleta de hidrocarbonetos e fumaça de
cigarro;
Fornalhas mal ventiladas, chaminés, aquecedores de água e incineradores causam
problemas muitas vezes;
Gás altamente tóxico;
Prédios com tomadas de ar externo próximas a locais de muito tráfego apresentam
altos níveis de CO.
3. Óxidos de enxofre
Produzidos pela utilização de combustíveis contendo enxofre;
4. Óxidos de nitrogênio
Produzidos pela combustão com ar a altas temperaturas (motores a combustão
interna e efluentes industriais);
Opiniões divergem quanto à sua toxicidade;
Dentro de limites práticos, a sua concentração deve ser mantida a mais baixa
possível;
Penetram em um edifício através das tomadas de ar externo ou de vazamentos em
equipamentos de combustão no interior do mesmo.
5. Radônio
Gás radioativo naturalmente produzido pelo decaimento do rádio;
Risco de câncer do pulmão;
36
Penetra no prédio através de frestas no piso ou paredes de porões, do suprimento de
água ou de materiais de construção contendo urânio ou tório;
A pressurização do espaço condicionado, a ventilação de porões e a vedação de
frestas são medidas eficazes para a diminuição de sua concentração.
7. Material Particulado
Uma amostra típica de ar externo contém fuligem, fumaça, sílica, argila, matéria
vegetal e animal putrefata, fibras vegetais, fragmentos metálicos, fungos, bactérias,
pólen e outros materiais vivos;
Há ainda material particulado originário do próprio ambiente como fungos e poeira de
tapetes, roupas de cama, etc.;
Algumas partículas são muito pequenas (0,01 m), o que dificulta e encarece a
limpeza do ar;
Quando esta mistura se encontra suspensa no ar, é denominada aerossol;
37
Diretamente relacionados a estas medidas estão os quatro métodos básicos para a
manutenção da qualidade do ar de interiores (McQuiston e Parker, 1994). Referindo-se à
Figura 2-5, os quatro métodos são identificados como:
V t Ce N
V C
t s (2.4)
38
N taxa de geração do contaminante no espaço;
Exemplo 2-1: Uma pessoa exala CO2 à taxa de 0,30 l/min. A concentração de CO2 no ar
insuflado em um ambiente é 300 ppm ou 0,03% e deseja-se manter a concentração deste
mesmo gás abaixo de 1000 ppm ou 0,1%. Admitindo que o ar no recinto seja perfeitamente
misturado, qual é a vazão mínima de ar por pessoa necessária para se manter a concentração
de CO2 no ambiente dentro do limite prescrito?
Qt Ce N Qt Cs
N 0 ,005
Qt 7 ,1 l / s 25 ,7 m 3 / h 15 cfm
Cs Ce 1000 300 x 10 6
Esta é, portanto, a vazão mínima de ar externo por pessoa a ser insuflada no ambiente
de modo a se manter a concentração de CO2 abaixo do limite prescrito de 1000 ppm.
Obviamente, este resultado é válido desde que a taxa de geração de CO2 por pessoa seja
aquela admitida acima. No entanto, esta taxa de geração varia em função de vários fatores,
principalmente a atividade física exercida; este fato deve ser levado em conta ao se projetar
uma instalação de ar condicionado.
39
ambiente climatizado e os métodos aplicáveis de condicionamento deste mesmo ar. Uma
versão simplificada desta norma é dada na Tabela 4-2 de McQuiston e Parker (1994). O
Manual de Aire Condicionado Carrier (Carrier, 1990) também apresenta uma tabela
semelhante (Cap. 6, Tabela 45), porém mais simples. Deve-se enfatizar que qualquer tentativa
de redução das vazões mínimas como forma de conservação de energia requererá a limpeza
do ar de recirculação.
40
Exercícios Propostos
1. Um dado espaço deve ser mantido a Tbs = 24 C e = 50%. O ganho de calor total pelo
espaço é de 5,8 TR, das quais 4,5 TR sob a forma de calor sensível. No espaço há 22
ocupantes sendo que a vazão de ar externo requerida por cada um é de 7,1 litros/s. O ar
externo se encontra a Tbs = 28 C e Tbu = 24 C e deve ser suprido ao ambiente climatizado
a Tbs = 18 C. O espaço climatizado se encontra em uma localidade a 844 m de altitude e
pressão barométrica média igual a 687 mmHg. Pede-se:
4. Quantas pessoas podem ocupar uma sala onde a concentração de CO2 deve ser mantida
abaixo de 1000 ppm enquanto ar com uma concentração em CO2 de 300 ppm é insuflado
no ambiente à taxa de 3 m3/s? Admitir que cada pessoa produza CO2 a uma taxa média de
5 ml/s (0,0107 cfm) e que o ar insuflado se misture perfeitamente com o ar do recinto.
5. Um grupo de homens e mulheres ocupa uma sala mantida a uma temperatura de bulbo
seco de 24,5 C e uma temperatura de bulbo úmido de 16,8 C. Todos usam roupas leves e
estão exercendo atividade sedentária. Pergunta-se:
(a) De maneira geral, as pessoas se sentem confortáveis na sala? A temperatura radiante
média é 25,5 C.
41
(b) Supor agora que as pessoas estejam andando ao redor da sala (atividade física leve)
em vez de permanecerem sentadas. Qual a sua nova conclusão sobre o conforto geral?
(c) Supor agora que o grupo seja composto apenas de pessoas idosas (acima de 65 anos)
jogando baralho. Como as condições da sala devem ser modificadas para garantir o seu
conforto?
7. Em uma oficina, os operários trajam roupas leves (mangas curtas) e exercem atividade
física intensa como, por exemplo, martelar e serrar. Pede-se:
(a) Selecionar as condições ambientais para conforto dos operários;
(b) Sabendo que o almoxarife exerce apenas atividade leve, sugerir a vestimenta que lhe
mantenha confortável.
(b) Em caso negativo, que medidas poderiam ser tomadas para se melhorar o conforto?
42
3 – ESTIMATIVA DA CARGA TÉRMICA
Infiltração e/ou ventilação: perda ou ganho de calor pela infiltração e/ou ventilação do ar
externo no recinto condicionado.
Carga térmica: taxa de calor que deve ser retirada ou fornecida a um ambiente para que
o mesmo se mantenha a temperatura e umidade constantes.
De maior interesse para este curso é a carga térmica de resfriamento definida como a
taxa de calor que deve ser retirada do ambiente em um dado instante. Normalmente, os
43
valores da carga térmica de resfriamento e do ganho de calor em um dado instante serão
diferentes (Figura 3-2) já que a radiação de superfícies e objetos internos e aquela através das
superfícies transparentes (janelas, clarabóias, etc.) não aquecem o ar diretamente. Esta
energia radiante deve primeiramente ser absorvida pelo assoalho, paredes internas, móveis,
etc., para depois ser transferida ao ar interno por convecção. Só então esta energia fará parte
da carga térmica.
Kcal/h
Ganho instantâneo de calor
Leve
Média
Pesada
Cargas térmicas
reais
hora
Figura 3-3: Carga de resfriamento real e ganho de calor solar para
construções leves, médias e pesadas.
44
W
Taxa de extração de calor: taxa segundo a qual energia é removida do ambiente pelo
equipamento condicionador.
A fim de se melhor entender a diferença entre estes métodos, seja o caso simples de um
recinto delimitado por seis superfícies: quatro paredes, o teto e o piso. Nesta zona, há energia
solar incidente através das janelas; calor conduzido através das paredes exteriores e teto; e
geração de energia interna por lâmpadas, equipamentos e ocupantes. O cálculo da carga
térmica por qualquer um dos métodos detalhados requereria a solução simultânea de três
conjuntos de equações:
45
Expressões para o balanço de energia em uma superfície de controle envolvendo a
face interna de cada uma das paredes, piso e teto.
Expressões deduzidas a partir da equação da condução para a determinação da taxa
de condução de calor em cada umas das faces internas. Em geral, a solução deste
conjunto de equações requererá também que seja feito um balanço de energia na
face externa da estrutura nos mesmos moldes que aquele realizado para a face
interna.
Expressão para o balanço de energia em um volume de controle envolvendo o ar
contido na zona térmica.
46
Os métodos simplificados, ainda utilizados no Brasil devido à sua facilidade de cálculo,
apresentam como características:
Hipótese de regime permanente;
Não inclusão dos efeitos de armazenamento térmico associados aos componentes
radiantes dos ganhos de calor;
Hipótese de que a carga térmica máxima é simplesmente a soma dos valores
máximos dos ganhos de calor individuais, mesmo que estes máximos ocorram em
instantes diferentes.
O cálculo da carga térmica pelos métodos simplificados reduz-se então a uma única
equação cujos termos podem ser prontamente determinados de livros básicos de transferência
de calor.
As figuras a seguir mostram os perfis da carga térmica total para dois ambientes
diferentes calculados pelos vários métodos. Observa-se uma diferença nítida entre eles com
implicações óbvias sobre a seleção do equipamento condicionador. Estes assuntos serão
tratados posteriormente.
40,0
35,0
30,0
25,0
Reg. Permanente
20,0 BLAST
CLTD
15,0
10,0
5,0
0,0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Figura 3-5: Perfis de carga térmica total para uma sala de musculação e aeróbica.
18,0
16,0
14,0
12,0
6,0
4,0
2,0
0,0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
3.2 – Zoneamento
Seja primeiramente a definição de zona térmica:
Zona térmica: espaço(s) com condições e requisitos semelhantes para climatização, ou
seja, espaço(s) controlado(s) por um único termostato.
Por condições e requisitos semelhantes para climatização deve-se entender recintos com
os mesmos valores para as condições internas (temperatura e umidade) e perfis de carga
térmica semelhantes ao longo do ano. A este respeito, a Figura 3-7 mostra dois recintos a
serem climatizados localizados no mesmo pavimento de um prédio. Calculou-se que o máximo
valor da carga térmica para a sala com janelas voltadas para o nordeste (NE) ocorre no dia 21
de junho às 10 horas. Por outro lado, a sala com janelas voltadas para o sudoeste (SO) tem
seu pico de carga térmica no dia 22 de dezembro às 17 horas. Destes valores máximos de
carga térmica individual, chega-se a valores diferentes da vazão de ar necessária para manter
as condições de projeto de temperatura e umidade em cada ambiente.
Uma possível instalação de climatização para atender estes dois recintos é mostrada na
Figura 3-8, isto é, os dois ambientes são atendidos por um único equipamento condicionador
de ar. Como os picos de carga individuais ocorrem em dias bem diferentes, é possível, por
exemplo, que no dia 22 de dezembro a temperatura da sala SO seja mantida no seu valor de
projeto de 24ºC enquanto a temperatura da sala NE tenderá a ser menor já que a sua carga
neste dia não é máxima. Dependendo da magnitude relativa dos vários ganhos de calor na
sala, esta situação pode se tornar crítica. Para evitar estas situações, faz-se o zoneamento do
edifício.
Zoneamento: agrupamento, em uma mesma zona térmica, de recintos com os mesmos
requisitos de temperatura e umidade e com picos de carga térmica na mesma época e horário
do ano.
Para o edifício em questão, seriam então estabelecidas duas zonas térmicas distintas,
cada uma atendida por um sistema de climatização independente (Figura 3-9). Para o projeto
de um sistema de ar condicionado, recomenda-se então que seja feito inicialmente o
zoneamento do edifício com base em uma avaliação preliminar da carga térmica dos vários
recintos para depois se efetuar o cálculo da carga de cada zona térmica.
48
NE
Sala do exemplo
em anexo
SW
SW NE
Dutos
Condicionador
de Ar
Figura 3-8: Ambientes atendidos por um único condicionador.
No caso de uma zona térmica constituída de vários recintos, há dois horários de pico que
devem ser considerados:
1. O horário de pico para cada recinto individualmente determinará a vazão de ar a lhe
ser fornecida. A soma destas vazões determinará a circulação requerida do
equipamento condicionador.
2. O horário de pico para a zona térmica como um todo (horário de pico global)
determinará a capacidade frigorífica requerida do equipamento condicionador central.
A estimativa destes horários de pico no caso de cálculos manuais requer uma análise
preliminar da importância relativa dos vários componentes da carga térmica. Os horários de
pico para os ganhos de calor pelas paredes, teto e janelas podem ser facilmente determinados
com base nas tabelas do método CLTD/SCL/CLF, por exemplo. Confrontando-se estes valores
49
com aqueles para os demais ganhos de calor, pode-se então estimar o horário de pico global e
para cada recinto.
SW NE
Dutos
Condicionador de ar Condicionador de ar
para a zona SW para a zona NE
dT T T
q k A k A 2 1 (3.1)
dx x 2 x1
x m2K
R (3.2)
k W
1 W
C 2 (3.3)
R m K
q h A (TS T ) (3.4)
T temperatura do ar [K ou C]
A área [m2]
1 m2K
R (3.5)
h W
51
geral, o coeficiente de película nestas situações varia de 6 W/m2-K em convecção natural a 35
W/m2-K em convecção forçada com V = 6 m/s. Devido a estes valores relativamente baixos de
h, principalmente em convecção natural, a parcela de calor transferido por radiação pode ser
igual ou maior do que aquela transferida por convecção.
52
3.3.3 – Radiação Térmica
A troca líquida de calor por radiação entre duas superfícies que somente vêem uma à
outra e que estão separadas por um meio não absorvente é:
q12
T14 T24 (3.6)
1 1 1 1 2
A1 1 A1F12 A 2 2
emissividade da superfície
F fator de forma
1 1 1
1 (3.7)
E 1 2
Devido à quarta potência na equação para q12, não se determina facilmente uma
resistência térmica de radiação. Por este motivo e também devido às incertezas intrínsecas às
várias trocas térmicas, a teoria e a experiência são combinadas no desenvolvimento de
resistências ou condutâncias térmicas unitárias efetivas para várias superfícies e espaços de ar
típicos de problemas de condicionamento. A Tabela 5.3a, pág. 157 de McQuiston e Parker
(1994) fornece valores do coeficiente combinado de convecção e radiação para a superfície de
paredes em várias situações. Os valores correspondentes da resistência térmica unitária são
também fornecidos. A Tabela 5.3b, pág. 158 da mesma referência, fornece valores da
emissividade e da emissividade efetiva E para vários materiais de construção e de
isolamento. As Tabelas. 5.4, 5.5 e 5.6, págs. 160 a 162 da referência citada fornecem valores
da condutância e da resistência térmica para espaços de ar em função da posição, direção do
fluxo de calor, temperatura do ar e emissividade efetiva do espaço. Carrier (1990) também
fornece valores para estas resistências térmicas.
Uma vez determinadas as várias resistências térmicas de convecção e condução de uma
estrutura qualquer, pode-se determinar a sua resistência térmica equivalente pela soma em
série e/ou paralelo das resistências individuais. Esta caracterização global do comportamento
da estrutura é, entretanto, expressa freqüentemente em termos do coeficiente global de
transferência de calor, U. Tem-se:
53
1 W
U 2 (3.8)
R eq m K
q U A (Ti To ) (3.9)
Na equação acima a área A refere-se à área para a qual o coeficiente foi determinado.
Para uma parede plana, a área A é a mesma em qualquer posição através da parede. Para
uma parede curva, deve-se referir U a uma área em particular para conveniência de cálculo.
Por exemplo, ao se tratar o problema da transferência de calor em um sótão, é conveniente
referir-se U à área do teto. Valores de U encontram-se tabelados para vários elementos
estruturais constituintes de uma edificação tais como paredes, pisos, portas e janelas.
Paredes e Telhados
54
Há uma ampla gama de materiais disponíveis, portanto, a resistência térmica deve
ser calculada para cada caso.
Valores de U são tabelados para diversos materiais de construção nas espessuras
normalmente utilizadas.
Figura 3-12: Isolamento das extremidades da laje do piso (McQuiston e Parker, 1994).
55
A temperatura do solo é dada por:
Janelas e Portas
Encontram-se tabelados valores para U para diferentes materiais em condições de
inverno e verão (ver Tabelas 5.8a a 5.9, págs. 170–174, McQuiston e Parker, 1994),
bem como Carrier (1990).
Os valores referem-se somente à transferência de calor ar-ar, não levando em conta
a radiação solar.
56
Nos equinócios de verão e de outono (Figura 3-13), o sol se apresenta perfeitamente a
pino para um observador posicionado na linha do equador e os pólos norte e sul estão
eqüidistantes do sol. A palavra equinócio significa “noites iguais” e, durante os equinócios,
qualquer ponto na terra (exceto os pólos) tem exatamente doze horas de claridade e doze
horas de escuridão.
Durante o solstício de verão no hemisfério norte (Figura 3-13), o pólo norte está inclinado
23,5º em direção ao sol. Todos os pontos na terra acima de 66.5º de latitude norte (círculo
ártico) recebem luz solar continuamente enquanto todos os pontos abaixo de 66.5º de latitude
sul (círculo antártico) estão em contínua escuridão (a palavra solstício significa “permanecer
parado”). Esta situação obviamente se inverte durante o solstício de inverno no hemisfério
norte, que corresponde ao solstício de verão no hemisfério sul. Durante o solstício de verão no
hemisfério norte, o sol se apresenta exatamente a pino para um observador situado sobre o
Trópico de Câncer; inversamente, durante o solstício de verão no hemisfério sul, o sol se
apresenta exatamente a pino para um observador situado sobre o Trópico de Capricórnio.
57
Deste movimento relativo do sol para um observador na terra, decorre a divisão geral das
regiões climáticas do planeta. A zona tórrida é aquela entre os Trópicos de Câncer e de
Capricórnio e cuja característica marcante é que o sol se apresenta exatamente a pino (no
zênite) pelo menos uma vez por ano. As zonas temperadas são aquelas localizadas entre 23,5º
e 66.5º em ambos os hemisférios; sua característica marcante é que o sol nunca se apresenta
exatamente a pino, mas aparece acima da linha do horizonte todos os dias. As zonas frígidas
são aquelas com latitudes maiores do que 66.5º em ambos os hemisférios e cuja característica
marcante é que o sol permanece abaixo da linha do horizonte durante pelo menos um dia
inteiro (24 horas) uma vez por ano. Nas zonas frígidas, o sol também permanece acima da
linha do horizonte durante pelo menos um dia inteiro (24 horas) uma vez por ano. A Figura 3-15
à Figura 3-17 mostram o caminho aparente do sol, conforme visto por um observador no
hemisfério norte durante os solstícios e os equinócios, para três latitudes diferentes.
58
Figura 3-17: Caminhos aparentes do sol para um observador
localizado no pólo norte (Moran et al., 1997).
Da discussão acima, conclui-se que a direção dos raios solares relativa a um observador
na superfície da terra pode ser descrita em termos de três grandezas básicas:
Estas três grandezas são descritas de maneira mais conveniente pela latitude, declinação
solar e ângulo horário, respectivamente (Figura 3-18). Têm-se as seguintes definições:
Declinação solar, d: ângulo entre a linha que une o centro da terra ao centro do sol e a
sua projeção no plano equatorial.
Figura 3-19: Variação da declinação solar ao longo do ano (McQuiston e Parker, 1994).
O caminho aparente que o sol percorre no céu visto por um observador na terra permite
definir outras grandezas que são função daquelas definidas acima (Figura 3-20). Tem-se:
Altitude solar, : ângulo entre os raios solares e a projeção destes raios na superfície
horizontal. Trata-se do ângulo do sol acima do horizonte, dado por:
Pode-se mostrar que o valor máximo da altitude solar (meio dia solar) para um dado dia
em uma dada localidade é dado por:
90º (3.13)
60
Figura 3-20: Ângulos solares (McQuiston e Parker, 1994).
Azimute solar, : ângulo medido no plano horizontal entre o “lado do sol” (sul para
localidades no hemisfério norte, norte para localidades no hemisfério sul) e a projeção dos
raios solares neste plano. Pode-se mostrar que este ângulo é dado por:
cos()
sen().sen(l) sen(d) (3.14)
cos(). cos(l)
A Figura 3-21 mostra uma superfície vertical sobre a qual incidem os raios solares.
Definem-se:
Azimute solar da superfície, : ângulo medido no plano horizontal entre a projeção dos
raios solares naquele plano e a normal à superfície vertical.
61
Azimute da superfície, : ângulo medido no plano horizontal entre o sul e a normal à
superfície vertical, para o hemisfério Norte, e o Norte e a norma à superfície horizontal, para o
hemisfério Sul. Tem-se:
= (3.15)
onde o sinal “+” é usado quando a medição se der a leste do sul e o sinal “-” quando a medição
for feita a oeste.
No caso genérico de uma superfície com uma inclinação qualquer, podem-se definir:
Exemplo 3-1: Determinar os ângulos de altitude solar e azimute solar para o dia 21 de maio às
14h para um observador na cidade do Rio de Janeiro (latitude = 22º55´S, longitude = 43º12´O).
Solução: As equações para cálculo dos ângulos solares deram origem a tabelas e, mais
recentemente, programas computacionais. Um exemplo é o programa VRSolar para cálculos
“on-line”, disponível no endereço:
http://www.usc.edu/dept/architecture/mbs/tools/vrsolar/frameset.html.
62
No programa VRSolar, ângulos de azimute positivos são aqueles em direção ao leste e
ângulos negativos, em direção a oeste. Portanto, = -36,53º significa que o sol se encontra no
quadrante NO. Em algumas tabelas, mesmo em se tratando de localidades no hemisfério sul, o
ângulo de zênite é medido a partir do sul, no sentido anti-horário. Neste caso, seria obtido =
216,53º.
Hora Civil Local (LCT): hora determinada pela longitude do observador, sendo que cada
1º de longitude corresponde a quatro minutos de tempo. Os meridianos a leste de Greenwich
possuem horas mais tarde e aqueles a oeste, horas mais cedo. Assim, 12h GCT corresponde a
7h LCT ao longo do meridiano de 75º de longitude oeste.
63
um deslocamento angular de 1 é completado em 4 minutos (movimento de rotação da terra). A
segunda correção é dada pela equação do tempo (E), que leva em consideração as
perturbações na rotação da terra. Estas perturbações afetam o tempo que o sol leva para
atravessar o meridiano do observador, conforme apresentado por Duffie e Beckmann (1991):
2
B n 1 n dia do ano 1 n 360 (3.20)
365
Assim, a diferença total em minutos entre hora solar (LST) e hora padrão (LCT) pode ser
calculada de acordo com a equação abaixo. Cabe ressaltar que E pode ser desprezado
quando se trata de projetos de climatização (condicionamento de ar):
onde: LST: longitude do local onde é feita a medida da hora padrão (a longitude do Distrito
Federal é igual a 47° 56’);
LLOC: longitude da localidade em questão, expressa em graus, e disponível nas
Normais Climatológicas do DNMET.
Uma análise dimensional da equação acima mostra que a diferença entre a hora solar e a
padrão é obtida em minutos, visto que a constante que multiplica a diferença de longitudes está
expressa em minutos por grau.
Exemplo 3-2: Calcular a correspondência entre a hora solar e a hora oficial local para Itajubá
(MG).
Solução: A hora oficial de Itajubá (hora oficial do Brasil) é a hora do fuso horário de Brasília,
cujo meridiano central se localiza a 45º a oeste de Greenwich. Por conseguinte, a hora oficial
do Brasil corresponde à hora GMT menos três horas (durante o horário de verão, menos duas
horas). Itajubá se localiza a 45 27’ longitude oeste e 22 26’ latitude sul, ou seja, a longitude de
Itajubá é de 45,45º. Logo:
Uma vez que cada grau de longitude equivale a 4 minutos na hora solar, vem:
64
de onde: Hora solar local = Hora GMT – 3 horas – 1 min – 46,3 s
Hora solar local = Hora oficial local – 1 min – 46,3 seg.
Para o horário de verão: Hora solar local = Hora oficial local – 1 hora – 1 min – 46,3 s
Da radiação solar que penetra na atmosfera terrestre, parte é espalhada por moléculas
de gás e vapor d´água, nuvens e partículas de poeira. Outra parte (ultravioleta, principalmente)
é absorvida pelas moléculas de ozônio nas porções superiores da atmosfera; outra parte ainda
é absorvida por moléculas de água nas regiões próximas à superfície terrestre. A parcela da
radiação que não é nem espalhada nem absorvida e que atinge a superfície da terra é
chamada radiação direta. Esta radiação direta vem acompanhada de parte da radiação solar
espalhada e que, ao atingir a superfície terrestre, recebe o nome de radiação difusa. A
radiação solar pode ainda ser refletida em superfícies adjacentes e atingir a superfície de
interesse. Portanto, a irradiação total, Gt, sobre uma superfície normal aos raios solares é
composta da irradiação direta normal, GND, irradiação difusa, Gd, e irradiação refletida, GR.
Gt = GND + Gd + GR (3.22)
65
Obviamente, devido aos fenômenos de atenuação, o valor da constante solar não
representa a irradiação sobre a superfície terrestre, mesmo em dias limpos. O modelo de céu
claro ASHRAE dá o valor desta irradiação em dias claros e é expresso por:
A
GND (3.23)
B
exp
sen
: altitude solar
C . GND
Gd (3.24)
CN 2
na qual o parâmetro C é admitido constante para um dia claro típico de cada mês. Valores de C
também são dados na Tabela 3-2.
Tabela 3-2: Dados solares para o dia 21 de cada mês (McQuiston e Parker, 1994).
Eq. do Tempo Declinação A B C
[min] [graus] [W/m2] [–] [–]
JAN -11,2 -20,0 1202,5 0,141 0,103
FEV -13,9 -10,8 1187,4 0,142 0,104
MAR -7,5 0,0 1164,0 0,149 0,109
ABR 1,1 11,6 1130,3 0,164 0,120
MAI 3,3 20,0 1106,3 0,177 0,130
JUN -1,4 23,45 1092,4 0,185 0,137
JUL -6,2 20,6 1093,4 0,186 0,138
AGO -2,4 12,3 1107,3 0,182 0,134
SET 7,5 0,0 1136,3 0,165 0,121
OUT 15,4 -10,5 1166,3 0,152 0,111
NOV 13,8 -19,8 1190,2 0,142 0,106
DEZ 1,6 -23,45 1204,4 0,141 0,130
66
Ao se determinar a irradiação solar total sobre uma superfície de orientação arbitrária,
deve-se considerar ainda a radiação refletida sobre ela pelo solo. Esta parcela da irradiação é
dada por:
Na expressão acima, GtH é a irradiação total (direta mais difusa) sobre o solo em frente à
superfície de interesse, sendo g a refletividade do solo. O fator de forma, Fwg, representa a
fração da radiação que sai da superfície de interesse e atinge diretamente o solo. Para uma
superfície inclinada de um ângulo com relação à horizontal ( = 90 - ), tem-se:
Fwg
1 cos (3.26)
2
Figura 3-22: Distribuição da energia solar incidente sobre uma superfície transparente.
67
Radiação transmitida através do vidro
Ganho de calor total pela janela Transf. p/ dentro da energia solar absorvida pelo vidro
Transmissa o por cond. e convecção através do vidro
U U
qsg A G t G t AG t A . FGCI (3.27)
ho ho
onde: Gt irradiação total (direta mais difusa) sobre a superfície exterior da janela;
transmissividade do vidro;
absortividade do vidro;
U/ho fração da energia solar absorvida pelo vidro e transferida para o ambiente
interno por condução e convecção;
U
FGCI G t (3.28)
ho
Obviamente, o parâmetro FGCI não leva em conta a transmissão de calor por condução
e convecção devida à diferença de temperatura entre o ar interno e externo. Mais ainda, a
radiação refletida, por depender, das condições específicas do solo em torno da superfície de
interesse, não é incluída em Gt e, portanto, em FGCI. Valores de FGCI encontram-se tabelados
em função da latitude, época do ano e orientação da superfície envidraçada. Por exemplo, a
Tabela 15, págs. 1-37 a 1-42 de Carrier (1990) lista estes valores para as seguintes condições:
68
Superfície envidraçada igual a 85% da abertura na parede (caixilhos de madeira);
Atmosfera límpida;
Altitude 0 m;
A Tabela 16, pág. 1-46 de Carrier, fornece valores de FS para diferentes combinações de
tipos de vidro e dispositivos de sombreamento. Deve-se atentar para as condições para as
quais foi desenvolvida a tabela. Tabelas mais completas podem ser encontradas em
McQuiston e Parker (1994), às págs. 207-212 (Tabelas 6.3 a 6.6).
A energia solar que adentra o recinto não é uma carga térmica instantânea já que ela
deve primeiramente ser absorvida pelo piso, paredes interiores e mobília para depois ser
transferida por convecção para o ar interno. As características de armazenamento térmico da
estrutura do edifício e dos objetos no seu interior determinam a defasagem térmica e, portanto,
a relação entre o ganho de calor e a carga de refrigeração. Por esta razão, a capacitância
térmica (massa x calor específico) da estrutura e do seu conteúdo deve ser levada em conta
nestes casos. A redução no pico da carga de refrigeração causada pela defasagem térmica
pode ser extremamente importante para o dimensionamento do equipamento de climatização.
Um fator de carga de resfriamento (FCR) é geralmente introduzido no cálculo do ganho de
calor por insolação pelas janelas para se levar em conta este efeito. Tem-se:
69
Valores de FCR encontram-se tabelados em função da orientação da superfície
envidraçada, da capacidade térmica da estrutura e da hora solar. Podem ser consultadas, por
exemplo, as Tabelas 7 a 11, págs. 1-23 a 1-28 de Carrier (1990). Vale notar que o fator FCR é
equivalente ao fator SCL do método CLTD/SCL/CLF da ASHRAE.
x b tan (3.31)
y b tan (3.32)
tan
tan (3.33)
cos
Figura 3-23: Sombreamento externo sobre uma janela recuada da superfície exterior da
edificação (McQuiston e Parker, 1994).
70
Para o cálculo do azimute solar da superfície, as seguintes regras podem ser usadas:
Sol e normal à superfície em lados opostos da direção sul (hemisfério norte) ou sol e
normal à superfície em lados opostos da direção norte (hemisfério sul):
=+ (3.34)
Sol e normal à superfície do mesmo lado da direção sul (hemisfério norte) ou sol e
normal à superfície do mesmo lado da direção norte (hemisfério sul):
=- (3.35)
Definidos os ângulos pertinentes, pode-se então calcular a área à sombra de uma janela
como mostrado na Figura 3-23. O ganho de calor total pela janela é a soma dos ganhos pela
porção à sombra e pela porção ensolarada. Isto é,
O valor de FGCI para a área à sombra pode ser tomado igual àquele para uma janela
face sul (hemisfério sul) ou face norte (hemisfério norte). Finalmente, no caso de haver
qualquer dúvida acerca do sombreamento externo ou se a janela estiver sujeita a
sombreamento externo apenas durante curtos períodos, deve-se utilizar o valor apropriado
para FGCI para uma janela ensolarada.
Conforme mostra a Figura 3-24, neste caso particular de insolação em superfícies opacas
tem-se = 0. Logo, a energia solar que atravessa a superfície é dada por:
Up
qp Gt A (3.37)
ho
Up Gt
qp Gt A Up A To Ti Up A To Ti (3.38)
ho ho
71
Figura 3-24: Insolação em superfícies opacas.
Gt
Teq To (3.39)
ho
qp Up A Teq Ti (3.40)
Figura 3-25: Fluxo de calor através de paredes de mesmo U, mas de massas distintas.
72
Um método alternativo e mais preciso para o cálculo deste ganho de calor utiliza a
expressão abaixo:
qp = Up A (DTCR) (3.41)
FGCIs
DTCR corr a DTCR sombra b DTCR m DTCR sombra (3.42)
FGCIpadrão
Fator de correção a:
DTCRsombra:
73
Fator de correção b:
Este fator leva em conta a cor da superfície externa da parede ou teto. À pág. 1-58 de
Carrier (1990) são encontrados valores de b para as diversas tonalidades das superficies.
FGCIs:
Trata-se do ganho de calor por insolação máximo para as condições do problema em
questão, isto é, para o mês, latitude e orientação da superfície reais do problema. Este valor é
obtido da Tabela 15, pág. 1-41 de Carrier (1990).
FGCIpadrão:
Trata-se do ganho de calor por insolação máximo considerando-se a orientação das
superfícies do problema em questão, porém tomando-se o mês de julho e 40 de latitude norte.
Este valor também é obtido da Tabela 15 de Carrier (1990).
DTCRm:
Trata-se da diferença de temperatura no horário em questão para a superfície
ensolarada.
Calor sensível:
ar c p, ar TE TS o V c p, ar TE TS
qS, INF m (3.43)
74
Calor latente:
O método das frestas é geralmente mais preciso desde que as características das frestas
e a diferença de pressão possam ser adequadamente avaliadas. O método das renovações de
ar é baseado na experiência e no bom senso do projetista, não sendo, portanto, recomendado
para novatos.
V i A K Pn (3.45)
75
A Figura 3-26 expressa graficamente a equação acima para vários valores do coeficiente
de escoamento.
A diferença de pressão entre o exterior e o interior, PE - PS, é composta de três parcelas
conforme mostra a equação abaixo:
Figura 3-26: Vazões de infiltração por janelas e portas (McQuiston e Parker, 1994).
Pw
1
2
1
Vw2 Vf2 Cp Vw2
2
(3.47)
Cp: coefic. de pressão (função da forma e orientação do edifício com relação ao vento).
76
prédio. Mais informações acerca de Cp para esta e outras configurações podem ser
encontradas no Capítulo 7 de McQuiston e Parker (1994).
Define-se:
Nível de pressão neutra: nível do edifício para o qual po = pi, considerando-se apenas o
efeito chaminé.
No caso de uma distribuição uniforme das frestas e outras aberturas na direção vertical, o
nível de pressão neutra ocorrerá à meia altura do edifício. Quando as aberturas maiores
predominarem nas partes mais baixas, o nível de pressão neutra será deslocado para baixo.
77
Analogamente, o nível de pressão neutra será deslocado para cima no caso de aberturas
maiores nas partes mais altas do prédio. Normalmente, as aberturas maiores estão
concentradas na porção inferior do edifício devido às portas.
Os diversos andares de um prédio impõem uma resistência ao escoamento vertical do ar.
Além disso, esta resistência varia em função hermeticidade das escadas e poços de
elevadores. Quando esta resistência puder ser admitida igual em cada andar, pode-se utilizar
um único coeficiente empírico, denominado coeficiente de tiragem, para se estimar a diferença
de pressão devida ao efeito chaminé. Assim,
P hg 1 1
Ps Cd o (3.48)
R TE TS
Figura 3-28: Diferença de pressão devida ao efeito chaminé (McQuiston e Parker, 1994).
78
A Figura 3-28 mostra a diferença de pressão devida ao efeito chaminé em função da
altura h. Alguns valores gerais para o coeficiente de tiragem são:
Prédios de escritórios modernos: 0,65 < Cd < 0,85
Prédios sem portas nas escadas: Cd = 1,0
79
VINF = 2,0 ACH (prédio mal vedado, vazão de infiltração muito alta)
Em prédios de alta elevação (H > 3W), o efeito chaminé pode ser dominante,
devendo-se, no entanto, levar em conta todos os três termos de pressão.
3.7.1 – Iluminação
Uma vez que a iluminação representa muitas vezes a maior fração da geração interna,
uma estimativa precisa desta carga térmica se torna necessária. Parte da energia gerada pela
iluminação se dá sob a forma de radiação, que é absorvida pelas paredes e objetos do espaço
condicionado para depois ser transferida por convecção para o ar ambiente. Assim, a taxa de
ganho de calor pela iluminação em um dado momento pode ser bastante diferente da potência
elétrica suprida às lâmpadas.
Os parâmetros que afetam este ganho de calor são a maneira como as lâmpadas foram
instaladas, a distribuição de ar em torno delas e a capacitância térmica da estrutura do edifício.
Obviamente, uma luminária embutida no teto tenderá a transferir mais calor para a estrutura do
edifício enquanto uma luminária pendente transferirá mais calor diretamente para o ar. Alguns
dispositivos de fixação de luminárias são projetados de modo que o ar aquecido pelas
lâmpadas circule para cima do teto e fora do espaço condicionado, evitando assim que este
calor seja absorvido pelo ambiente. A maneira como as lâmpadas são utilizadas também afeta
o ganho de calor. Quando estas permanecem acesas 24 horas por dia, a taxa de ganho de
calor aproxima-se da potência elétrica suprida.
A taxa instantânea de ganho de calor de iluminação pode ser calculada de:
onde: Fu fator de utilização (razão entre a potência utilizada nas condições de estimativa da
carga térmica e potência total instalada),
80
Fr fator do reator para lâmpadas fluorescentes,
FCR fator de carga térmica de refrigeração para iluminação (para se levar em conta
a defasagem entre a taxa instantânea de ganho de calor pelo ar ambiente e potência
elétrica dissipada).
3.7.2 – Equipamentos
A enorme variedade de equipamentos, aplicações, períodos de utilização e tipos de
instalação torna a estimativa desta carga térmica muito subjetiva. Escritórios, com os vários
equipamentos que lhe são típicos (computadores, impressoras, copiadoras, etc.), apresentam
ganhos de calor de até 0,05 kW/m2. Salas de computadores devem ser consideradas
separadamente. Normalmente, admite-se que o calor sensível liberado por equipamentos se
divide em 70% radiante e 30% convectivo.
Motores Elétricos
Os motores elétricos constituem ganhos de calor sensível pelo fato de transformarem
uma parte maior ou menor da potência elétrica recebida em calor. Na carcaça, o calor
dissipado é dado pela expressão:
O restante da potência elétrica (potência útil) é utilizado pela transmissão e pela máquina
conectada ao motor. Esta máquina utiliza a potência útil para realizar um trabalho que poderá
ou não contribuir para os ganhos de calor.
Para equipamentos acionados por motores elétricos instalados no interior do espaço
climatizado, o calor liberado é geralmente calculado de:
81
P
qm Fl (3.51)
Em
qm = P Fl (3.52)
Quando o motor se localizar no interior do espaço climatizado e o equipamento acionado
fora, por exemplo, ventiladores e bombas que impulsionam um fluido para fora do espaço
climatizado, tem-se:
1 Em
qm P Fl (3.53)
Em
qm = 0,5 P (3.54)
Equipamentos Eletrônicos
A potência nominal de todos os equipamentos eletrônicos existentes no ambiente
(máquinas de escrever, equipamentos de som e vídeo, computadores, impressoras, etc.) deve
ser considerada como carga térmica sensível convectiva para o ambiente. A equação para o
cálculo deste ganho é então:
82
Equipamentos de Combustão
Os equipamentos de cozinha a combustão direta consomem cerca de 60% mais energia
do que equipamentos equivalentes elétricos ou a vapor. Quando os equipamentos a
combustão estiverem dotados de captores, faz-se:
3.7.3 – Ocupantes
Já foi visto anteriormente que ocupantes liberam calor devido ao seu metabolismo. O
calor total liberado é composto de calor sensível e calor latente, sendo que a porcentagem de
um e de outro depende do nível de atividade e das condições do ar ambiente. A título de
ilustração, são mostrados alguns dados na Tabela 3-4. Porém, para fins de projeto a Tabela
8.11, pág. 278 de McQuiston e Parker (1994), Tabela 48, pág. 1-94 de Carrier (1990), ou
preferencialmente a NBR 16401-1 (2008), devem ser consultadas.
Embora os dados das Tabela 3-4 sejam precisos, grandes erros podem ser cometidos
devido a estimativas errôneas de períodos de ocupação e do número de ocupantes de um
espaço. Se o número de ocupantes for desconhecido, as sugestões da Tabela 3-5 podem ser
adotadas:
83
A estimativa da ocupação de um ambiente deve ser bastante realista, devendo-se ter em
mente que raramente um escritório terá todo o seu pessoal presente ou uma sala de aula
estará totalmente cheia. Por outro lado, um teatro ou um cinema normalmente estará lotado,
algumas vezes além de sua capacidade projetada. Com a exceção destes e de outros espaços
de alta ocupação, em geral a ocupação projetada de um espaço é maior do que aquela
verificada na prática.
O calor latente liberado pelos ocupantes torna-se parte imediata da carga térmica de
refrigeração e é dado por:
qlatente = N QL (3.58)
O ganho de calor sensível pode ser em parte defasado dependendo das condições do
ambiente climatizado já que é parte convectivo e parte radiante. A Tabela 12, pág. 1-29 de
Carrier (1990), pode ser usada também para se determinar o fator de carga de refrigeração
(FCR) do calor sensível liberado por ocupantes exceto em locais de grande afluência como
teatros, cinemas, auditórios, etc.. Nestes casos, a troca radiante é restringida pela pequena
área das superfícies receptoras comparada à área das superfícies emissoras.
84
radiante entre a superfície externa do isolamento dos dutos e a sua vizinhança, uma troca
ainda mais difícil de ser estimada, mas que pode ser minimizada através do uso de películas
reflexivas (lâminas de alumínio).
O Gráfico 3, pág. 1-105 de Carrier (Carrier, 1990), reproduzido aqui na Figura 3-29 e
Figura 3-30, permite avaliar este ganho em função de parâmetros de operação da instalação e
da extensão da rede de dutos em ambientes não condicionados. Como no estágio inicial do
projeto algumas destas informações não estão disponíveis, uma regra prática é admitir
simplesmente que este ganho de calor é aproximadamente igual a 5% da carga interna
sensível do recinto. Isto é,
Figura 3-30: Ganho de calor nos dutos de insuflação – Correções (Carrier, 2009).
85
Alguns projetistas atotam valores de 5% do calor sensível interno
Ressalta-se, no entanto, que as dimensões dos dutos somente serão conhecidas após o
projeto da rede de distribuição (insuflação e retorno) de ar, o que depende da finalização do
cálculo da carga térmica. Portanto, mesmo usando os valores acima, as áreas de troca térmica
(áreas dos dutos) seriam determinadas de forma aproximada neste estágio.
86
a c p,a TS TI
qvazamentos,sensível 0,10 m (3.61)
a hlv WS WI
qvazamentos,latente 0,10 m (3.62)
87
Obviamente, este valor também deve ser revisado depois do cálculo completo da
instalação.
a c p,a TS TI
qvazamentos,sensível 0,03 m (3.64)
a hlv WS WI
qvazamentos,latente 0,03 m (3.65)
88
3.9.1 Definições Fundamentais
Algumas destas definições já foram feitas no Capítulo 2, mas serão refeitas aqui para
facilidade de compreensão de novas definições que se seguem.
SH SH
FCS SHF (3.67)
SH LH TH
RSH RSH
FCSINT RSHF (3.68)
RSH RLH RTH
O estado termodinâmico do ar insuflado no recinto (ponto 2 da Figura 2-16) deve ser tal
que compense simultaneamente os ganhos de calor sensível e latente no interior do ambiente.
Mais uma vez, o segmento de reta 23 da Figura 2-17 é denominado curva de carga do recinto.
Outras denominações são reta de SHF (FCS) do recinto e reta de insuflamento. Ou seja, a
manutenção das condições de temperatura de bulbo seco e umidade relativa prescritas para o
ambiente requerer que o estado termodinâmico do ar insuflado se localize sobre esta reta. Para
facilidade de leitura, a Figura 3-31 mostra genericamente a curva de carga de um recinto, o
ponto de projeto para as condições internas e o ponto de insuflamento do ar no recinto.
89
Figura 3-31: Curva de carga do recinto (Carrier, 1990).
TSH TSH
FCST GSHF (3.69)
TLH TSH GTH
91
T1,db Tadp
b BF (3.70)
Tedb Tadp
As Tabelas 61 e 62, pág. 1-121 de Carrier (1990), dá valores de BF para diferentes tipos
de serpentina e de aplicações, respectivamente. Estes valores podem ser utilizados quando
não forem conhecidas as características da serpentina a ser utilizada. O complemento do fator
de desvio é frequentemente denominado fator de contato (CF). Assim, tem-se:
Tedb T1db
CF 1 BF (3.71)
Tedb Tadp
Os ganhos de calor efetivos do recinto condicionado são iguais à soma dos ganhos de
calor que ocorrem no interior do recinto propriamente dito e os ganhos de calor adicionais,
sensível e latente, do escoamento de ar correspondentes ao fator de desvio da serpentina
(BF), visto acima.
Define-se então fator de calor sensível efetivo (ESHF ou FCSEFET)) como a razão entre os
ganhos de calor sensível efetivos do recinto condicionado e os ganhos de calor efetivos totais
(sensível mais latente) do mesmo. Ou seja,
ERSH ERSH
FCSEFET ESHF (3.72)
ERSH ERLH ERTH
92
ERSH ganhos de calor sensível efetivos do recinto, i.e., calor sensível do recinto
mais calor sensível do ar ext. desviado (também chamado de QS, Efet)
ERLH ganhos de calor latente efetivos do recinto, i.e., calor latente do recinto
mais calor latente do ar ext. desviado (também chamado de QL, Efet)
ERTH ganho de calor efetivo total, i.e., calor total do recinto mais calor total do
ar ext. desviado (também chamado de QT, Efet)
A Figura 3-35 ilustra a relação entre RSHF (FCSINT), GSHF (FCST) e ESHF (FCSEFET). A
reta de ESHF é aquela que une o ADP e o ponto representativo das condições internas do
recinto condicionado.
Figura 3-35: Retas de RSHF (FCSINT), GSHF (FCST) e ESHF (FCSEFET) (Carrier, 1990).
Para operação à plena carga, a reta RSHF (FCSINT) permanecerá constante enquanto a
reta GSHF (FCST) mudará de posição em função de variações na vazão de ar externo ou das
condições de mistura entre o ar externo e o ar recirculado. A variação de GSHF (FCST)
acarreta uma variação no ponto de orvalho da serpentina e na temperatura de insuflamento,
que, todavia, se desloca sobre a reta de RSHF (FCSINT) (Figura 3-36).
93
Se forem desprezados os vazamentos de ar na rede de dutos, a vazão de ar insuflado no
ambiente será igual à vazão de ar pela serpentina. A diferença de temperatura entre a saída da
serpentina e o ponto de insuflamento deve então ser suficientemente grande apenas para
compensar os ganhos de calor sensível ao longo dos dutos e do ventilador. Em uma instalação
bem projetada, com boa vedação nos flanges dos dutos, esta diferença de temperatura não
passará de alguns graus. Porém, o valor preciso desta diferença depende também da vazão de
ar e a sua determinação conforme feito no Exemplo 2.1 não mais se aplica, tornando-se
necessário um processo iterativo bastante trabalhoso.
Um método para se calcular a vazão de ar suprido ao ambiente se baseia nas relações
existentes ESHF (FCSEFET), ADP e BF. Pode-se mostrar que:
V INS
QSEFET ERSH c p TS TADP 1 BF (3.73)
v
de onde:
QSEFET ERSH
V INS (3.74)
c p TS TADP 1 BF c p TS TADP 1 BF
94
3.9.3 – Diferença de Temperatura no Insuflamento e Vazão de Ar Suprido
A diferença entre as temperaturas de bulbo seco do recinto condicionado e do ar
insuflado, denominada diferença de temperatura no insuflamento, pode ser calculada pela
seguinte equação:
QsINT
Tinsuflamen to (3.75)
V INS
c p
v
Figura 3-37: Reposicionamento das retas de RSHF e GSHF devido aos ganhos de calor
suplementares (Carrier, 1990).
QsINT v
V sup rido (3.76)
c p Tinsuflamen to, máximo
A vazão de ar que não deve passar pela serpentina para que se mantenha esta diferença
de temperatura máxima no insuflamento é, portanto, igual a:
95
3.9.4 – Condições do Ar na Entrada e na Saída da Serpentina
Frequentemente é necessário determinar durante o projeto de climatização as condições
do ar na entrada e na saída da serpentina. Uma vez selecionado o equipamento com base em
ESHF (FCSEFET), ADP, BF e GTH (QT=), estas condições podem ser determinadas facilmente.
Podem ocorrer dois casos distintos no que diz respeito à temperatura de entrada na serpentina:
Parte da mistura de ar externo e ar recirculado é desviada da SRD (Figura 3-38):
V
Tbs,entrada Ti externo TE TS (3.78)
V INS
V
Tbs,entrada Ti externo TE TS (3.79)
Vcondicionado
Tbs,saída Tadp BF Tbs,entrada Tadp (3.80)
96
4 – Exemplo Completo de Cálculo da Carga Térmica
Neste exemplo será calculada carga térmica de verão de uma sala de aulas, cujo layout é
mostrado nas Figura 4-1 e Figura 4-2. Esta sala está localizada na cidade de São Paulo, tendo
sido adotados os dados climáticos referentes a São Paulo (Guarulhos).
Figura 4-1 – Layout da sala de aula usado no exemplo de cálculo de carga térmica.
97
Figura 4-2 – Layout do sistema proposto para a climatização do ambiente do exemplo.
4.1 – Dados de Projeto
A sala se localiza no último pavimento de um edifício, construído com tijolos de 8 furos
(quadrados), com dimensões de 9x19x19 cm, sendo os mesmos assentados na sua maior
dimensão e recobertos com 2,5 cm de argamassa de cimento e areia em cada lado. A
cobertura é constituída de uma laje mista (concreto + cerâmica), com espessura de 12 cm,
coberta com telhas fibrocimento (espessura de 0,7 cm). As paredes internas também são de
tijolos de 8 furos (quadrados), com dimensões de 9x19x19 cm, sendo os mesmos assentados
na sua menor dimensão e recobertos com 2,5 cm de argamassa de cimento e areia em cada
lado. Não são climatizados o corredor e a sala imediatamente abaixo do ambiente em análise,
i.e., o andar inferior ao da sala deste estudo não é climatizado.
Ocupação: 40 pessoas.
Ventilação e infiltração;
Insolação em superfícies transparentes;
Insolação em superfícies opacas;
Transmissão térmica;
Equipamentos;
Ocupantes;
98
Iluminação.
Os quatro primeiros são variáveis em função das condições externas, enquanto os três
últimos variam em função da utilização do recinto. No presente caso, o modo de utilização do
recinto é constante ao longo do dia e ao longo do ano; por conseguinte, estes três últimos
ganhos são constantes e não devem determinar o pico da carga térmica.
O ganho de calor por ventilação e infiltração depende da vazão de ventilação que, por
sua vez, depende do número de ocupantes no recinto. No caso do ambiente do problema, tem-
se um total de 40 ocupantes para uma área de 105 m2, o que corresponde a aproximadamente
2,6 m2/ocupante. Na NBR 16401 (ABNT, 2008), os valores de densidade de ocupação vão de 5
m2/ocupante (dormitórios coletivos) a 0,65 m2/ocupante (teatros e cinemas). O presente valor,
portanto, pode ser considerado médio e a carga térmica de ventilação, provavelmente não será
dominante.
Com relação ao ganho de calor por insolação em superfícies transparentes, deve-se
considerar primeiramente os seguintes valores:
Logo, a área envidraçada corresponde a 29,5% da área total das superfícies externas.
Não se trata de uma grande fração, tampouco é um valor desprezível. Além disso, uma das
janelas está voltada para SO e receberá radiação direta apenas durante algumas horas do dia.
Por outro lado, a outra janela está voltada para NO e receberá muito sol. Pode-se então
concluir que a carga de insolação em superfícies transparentes, se não for dominante, terá ao
menos uma contribuição significativa.
Com relação à insolação em superfícies opacas, as paredes externas têm orientações
SO e NO. A primeira tenderá a não receber muito sol. O teto recebe muito sol, e não possui
isolamento. A carga de insolação em superfícies opacas apresentará um comportamento
semelhante àquele da insolação (janelas), “amortecido” pelo efeito do armazenamento.
A carga de transmissão térmica depende obviamente da área das superfícies, da sua
estrutura e das condições externas. Pelos dados do enunciado, pode-se dizer que o prédio é
de uma construção mediana, o que proporcionaria um isolamento térmico médio. A área
envidraçada (menor isolamento) é relativamente pequena (29,5%), concorrendo para diminuir a
carga de transmissão. Então, parece razoável supor que esta não será a carga dominante.
O ganho de calor dominante parece oscilar entre as cargas de ventilação e insolação em
superfícies transparentes. Pode-se esperar que a parede e a janela NO determinem o
comportamento da carga térmica de insolação. Como estas tendem a receber muito sol o dia
todo e o ano todo, o pico correspondente deverá ocorrer quando a radiação solar for mais
99
intensa, isto é, nos meses de verão. Quanto à carga de ventilação, esta certamente tem seu
pico nos meses mais quentes do ano.
Será então admitido que a carga de insolação é dominante e, a título de exemplo, o
cálculo será efetuado para o período da tarde, mais especificamente às 17:00 horas do mês de
fevereiro, sendo que este mês foi simplesmente adotado.
TBU = 21,9 ºC (para seu cálculo admite-se que a TORV permanece igual à TORV-norma ao longo do dia)
Caso o mês de cálculo seja também diferente daquele que consta na NBR-16401, pode-
se utilizar as correções propostas por Carrier (2009). Esta referência fornece valores para a
correção de TBS e TBU em função do mês, a partira amplitude anual de temperaturas de bulbo
seco (TANUAL)
100
∆TBS = 0 ºC ∆TBU = 0º C
Esta referência (Carrier, 2009) também fornece dados para corrigir a temperatura em
função do horário. A título de exemplo, as correções propostas por Carrier (2009), para a
temperatura, em função do horário, serão apresentadas abaixo. Todavia os valores utilizados
para o cálculo da carga térmica neste exemplo são os propostos pela NBR 16401-1.
Pode-se observar que os valores obtidos são bem próximos daqueles fornecidos pela
NBR-16401. No entanto, conforme mencionado acima, considerou-se neste exemplo os
valores dados pela NBR 16401-1, isto é, 30,9 ºC (BS) e 21,9 ºC (BU). Do diagrama
psicrométrico para a cidade de São Paulo (800 m de altitude), ou programas de cálculo (ex:
CooProp), tem-se então:
101
4.5 – Características Adicionais do Edifício
4.5.1 - Orientação
A orientação da sala pode ser vista no layout, apresentado na Figura 4-1, e “planta”
mostrada na Figura 4-2.
V INF A C (4.1)
A Tabela 41a, pág. 1-84 de Carrier (2009), fornece valores de C para cinco tipos
diferentes de janelas de batentes. Observar que o valor de C depende ainda da porcentagem
da área envidraçada que pode ser aberta. Os valores tabelados referem-se às seguintes
condições:
102
Não são feitas referências acerca de correções mais específicas relativas à direção do
vento, isto é, correções que levassem em conta a distribuição de pressão do vento sobre o
edifício. A correção de 0,60 parece se aplicar a um caso genérico do vento soprando
“obliquamente” à janela. Assim devem ser feitas considerações qualitativas acerca da pressão
do vento sobre uma determinada janela antes de se calcular ou não a vazão de infiltração pela
fórmula acima, buscando-se determinar a velocidade média e direção predominante do vento.
Cabe ressaltar que ASHRAE (2005) também fornece dados sobre infiltração de ar
através de janela.
Caso a equação acima dê um resultado negativo, haverá uma “exfiltração” líquida pelas
frestas da porta. Deve-se, entretanto, ressaltar que a maior parte do ar externo infiltrado no
recinto tende a sair pelas portas quando estas são abertas.
Na sala em questão, há uma única porta que dá para um corredor interno não
climatizado, não estando, portanto, exposta à ação do vento. Pode-se então afirmar que:
Haverá uma exfiltração pelas frestas já que o ar interno é mais denso que o ar externo
(interno 1,06 kg/m3 e externo 1,01 kg/m3);
A exfiltração pelas frestas é pequena comparada à saída de ar ocorrida quando a
porta é aberta. Esta fuga é estimada em 80% da infiltração pelas janelas.
Para efeito de cálculo da carga térmica, neste exemplo, não será considerada a
infiltração de ar pelas janelas, ou ar eventualmente introduzido no recinto por meios mecânicos,
pois admitir-se-á que as janelas permanecem completamente fechadas e os sus caixilhos são
bem ajustados (estanques).
103
4.6.3 – Vazão de Ar para Renovação
A maioria das atuais normas e recomendações, internacionais e brasileiras, determinam
a necessidade (quantidade) de ar exterior exclusivamente em função do número de ocupantes
do recinto e de seu tipo de atividade. As concepções modernas, no entanto, reconhecem que
os ocupantes não são a única fonte de poluição do ar de interiores, pois a própria edificação e
seu conteúdo também geram poluentes que independem da presença de pessoas; assim é
que, aumentando ou reduzindo a densidade de ocupação de determinado recinto, não se
deveria aumentar ou reduzir a vazão de ar exterior na mesma proporção, pois a poluição
devido à edificação permanece inalterada.
V ren
P x FP A x FA (4.3)
EV
V ren
40 x 7,5 105 x 0,9 394,5 l / s 1420,2 m3 / h
1,0
104
radiação solar direta e difusa
FGCI
fração da energia solar absorvida pelo vidro transmitid a para o rec int o
Deve-se observar que FGCI não leva em conta a transmissão de calor devido à diferença
de temperatura entre o ar externo e o ar interno. A Tabela 15, pág. 1-38 do Manual de Aire
Condicionado Carrier (Carrier, 2009), lista os ganhos de calor por insolação através de vidros
simples (vidrio sencillo) para diferentes horários, dias e latitudes. Uma vez que não se dispõe
de dados para a latitude exata de São Paulo, no procedimento correto deveria ser feita uma
interpolação linear dos valores pertinentes para a latitude de interesse (23S). Porém, a título de
simplificação do exemplo, os valores de FCGI serão tomados para a latitude de S20º. Assim,
para o exemplo, tem-se:
A = 2 x (2 x 3) = 12 m2
A = 2 x 7 = 14 m2
Quando as condições forem diferentes das determinadas acima, devem ser feitas as
seguintes correções:
Logo, para as condições aqui consideradas devem ser feitas as seguintes correções:
105
Poluição atmosférica elevada a em São Paulo 0,90
800
A altitude de São Paulo é de 800 m 0,7 x 1,86%
300
18,2 19,5
O ponto de orvalho do ar é de 18,2 C 14 x 1,82%
10
FS = 0,65
q U A DTCRcorr (4.4)
FGCIs
DTCR corr a DTCR sombra b DTCR m DTCR sombra (4.5)
FGCIpadrão
Deve-se ter sempre em mente que as equações acima levam em conta dois fluxos de
calor: i) o calor transferido devido à radiação solar e ii) aquele devido à diferença de
temperatura entre o ar interno e o ar externo.
106
4.8.1 – Determinação do Coeficiente Global de Transferência de Calor das Superfícies
As Tabelas 21 a 33, págs. 1-59 a 1-69 de Carrier (2009), fornecem valores de U para
várias estruturas de uma construção (paredes de diversos tipos, terraços, piso e teto). Os
valores listados podem ser usados tanto para inverno quanto para verão já que a variação de U
com a estação do ano é normalmente desprezível. Outra fonte de informação para estes
valores é a ABNT NBR 15220-3:2005 (Desempenho Térmico de Edificações).
No exemplo em questão, as superfícies externas são as paredes NO e SO e o Teto
(cobertura). Portanto, tem-se:
Parede NO.
(Tab. 21.a)
Pode se observar que os valores são bastante próximos, porém, conforme mencionado,
serão usados os dados da NBR-15220.
Parede SO.
Esta parede é idêntica à NO. Logo, tem-se:
Cobertura
107
U = 1,78 kcal/h.m2.C Peso = 300 kg/m2
(Tab. 34.a)
Pode se observar também neste caso que os valores são bastante próximos, porém,
conforme mencionado, serão usados os dados da NBR-15220.
FGCIs
DTCR corr a DTCR sombra b DTCR m DTCR sombra
FGCIpadrão
108
DTCRsombra diferença de temp. no horário de interesse para a superfície
tomada à sombra (Tab. 19 e 20 - Carrier). Este fator depende da
hora, do peso específico da parede e de se tratar de uma parede
vertical ou de um teto.
q U A (To Ti ) (4.6)
Deve-se lembrar que a carga de transmissão térmica pelas paredes exteriores e teto já
foi computada como parte da carga de insolação por superfícies opacas. Isto é, os valores
utilizados para a diferença de temperatura para a carga de refrigeração (DTCR) levam em
conta o calor transferido devido à radiação solar e aquele devido à diferença de temperatura
entre o ar interno e o ar externo. Logo, as cargas de transmissão restantes, para a sala de aula
do exemplo, se devem somente às seguintes superfícies:
109
Piso;
Janelas.
Seja então a determinação da diferença de temperatura (T = To - Ti) para cada uma
destas superfícies. A temperatura interna é mantida constante e igual a 24 C. Por outro lado, a
temperatura externa depende da época do ano e varia ao longo do dia. Porém, como o cálculo
está sento executado para o mês de fevereiro, às 17:00 horas, a temperatura externa será de
30,9 ºC.
Os valores dos coeficientes globais de transferência de calor também podem ser obtidos
da ABNT NBR 15220-3:2005, ou das Tabelas 21 a 33, págs. 1-59 a 1-69, de Carrier (2009).
Assim, tem-se:
Parede NE.
(Tab. 21.a)
Esta parede faz divisa com um ambiente não condicionado (o corredor). Logo:
T 30,9 24 6 ,9 o C
Parede SE.
Esta parede é idêntica à NO. Logo, tem-se: U = 2,14 kcal/h.m2.C Peso = 180 kg/m2
Esta parede faz divisa com um ambiente condicionado, suposto a 24 ºC e com a casa de
máquinas, cuja temperatura também pode ser admitida igual a do ambiente condicionado, uma
vez que o retorno não será dutado (obs.: isso será explicado mais a frente, quando forem
tratados os sistemas de insuflação e retorno de ar).
T 24 24 0 o C
Piso.
110
Neste caso, para calcular o coeficiente global de transferência de calor do piso, como não
se dispões de uma estrutura semelhante a do exemplo nas tabelas de Carrier (2009) e na
NBR-15220, será feita a composição, a partir dos materiais da estrutura.
T 30,9 24 6,9 o C
Janelas.
Da Tabela 33, pág. 1-69 de Carrier (2009), para vidro simples, lê-se:
TINT TE 3 oC (4.7)
111
4.10 – Geração Interna de Calor
4.10.1 – Iluminação
A taxa de ganho de calor devido a lâmpadas e que, em um dado momento, faz parte da
carga de refrigeração é dada por:
Fr fator do reator;
Como no caso da radiação solar, o parâmetro FCR leva em conta a defasagem entre o
ganho de calor pelo ar ambiente devido às lâmpadas em um dado momento e a potência
elétrica dissipada. Uma discussão detalhada acerca do fenômeno de armazenamento térmico
pelos materiais do edifício e sua influência sobre a carga térmica de refrigeração pode ser
encontrada à pág. 1-19 de Carrier (2009).
Com relação ao parâmetro FCR, a Tabela 12, pág. 1-29 de Carrier (2009) fornece os
valores pertinentes em função de:
112
Admitiu-se neste projeto que o equipamento condicionador funciona durante 10 horas
diárias. Este período de funcionamento corresponde aproximadamente à duração total de aulas
matutinas e vespertinas, podendo-se supor que as luzes estarão acesas durante estes
mesmos períodos. A este respeito, nas notas de rodapé da Tabela 12 de Carrier (2009), pode-
se observar que quando as luzes funcionam o mesmo número de horas que o equipamento
condicionador, tem-se:
FCR = 1,00
Isto se deve ao fato de que o calor irradiado pelas lâmpadas e armazenado pelas
paredes e que ainda não foi dissipado até o momento em que se desligou o sistema
condicionador, o deverá ser no dia seguinte no dia da nova partida (ver Cap. 3, pág. 1-19 de
Carrier, 2009). Portanto, a taxa de ganho de calor devido à iluminação é:
4.10.2 – Equipamentos
01 microcomputador;
01 projetor multimídia;
As potências típicas dissipadas por estes equipamentos podem ser obtidas de suas
especificações, ou estimadas de acordo com dados de Carrier (2009) ou da NBR 16401-1:
Projetor = 200 W
Pode-se supor, com razoável segurança, que estes equipamentos estarão todos ligados
ao mesmo tempo. Trata-se de uma sala de aula com número de alunos e número de
microcomputadores bastante definidos. Logo, a potência total dissipada pelos equipamentos a
qualquer instante é:
Este ganho de calor pode ser considerado parte imediata da carga de refrigeração pelos
seguintes motivos:
113
A temperatura das superfícies externas dos microcomputadores e impressoras é
bastante próxima à temperatura ambiente, ou seja, a troca radiante é provavelmente
uma fração muito pequena da troca total.
O calor dissipado internamente aos microcomputadores chega ao ambiente da sala
por convecção (há a ventoinha).
A energia radiante dissipada pelos monitores, acredita-se ser apenas uma fração
pequena da dissipação total. Além disso, ao considerá-la parte imediata da carga de
refrigeração está-se impondo uma margem de segurança.
A parcela radiante da energia dissipada pelo projetor é provavelmente significativa,
porém também se impõe uma margem de segurança ao considerá-la parte imediata
da carga de refrigeração.
4.10.3 – Ocupantes
qlat N x QL (4.9)
sendo N é o número máximo de ocupantes esperado para o ambiente e FCR o fator de carga
de refrigeração, que leva em conta a defasagem na dissipação da parcela radiante do calor
sensível.
Quando a permanência for inferior a este intervalo, isto é, quando houver uma
renovação mais frequente dos ocupantes, haverá um aumento do ganho de calor sensível e
latente que pode chegar a 10% para uma permanência inferior a 15 minutos. Admitindo-se que
cada aula tenha uma duração média de duas horas, esta será tomada como a permanência
média de cada pessoa na sala (desprezando-se obviamente as infalíveis saídas de alguns
alunos durante a aula).
O ganho de calor sensível pode ser parcialmente defasado dependendo das condições
do ambiente climatizado, já que é parte convectivo e parte radiante. A Tabela 12, pág. 1-29 de
Carrier (2009), pode também ser usada para se determinar o valor de FCR para o calor
sensível liberado por ocupantes exceto em locais de grande afluência como teatros, cinemas,
auditórios e outros. A fim de se determinar o tempo transcorrido nesta tabela, deve-se
considerar não a permanência de cada indivíduo no local, mas sim do conjunto de ocupantes.
114
Seguindo um procedimento semelhante ao efetuado para o ganho de calor por insolação
através de superfícies transparentes, neste exemplo serão inicialmente desprezados os efeitos
da defasagem da transferência de calor.
115
qdutos %GC x qsen, int erno (4.12)
do ábaco: %GC = 2%
ar c p,ar TS TI
qvazamentos,sensível 0,10 m (4.13)
ar hlv WS WI
qvazamentos,latente 0,10 m (4.14)
ar c p,ar TS TI
qvazamentos,sensível 0,30 m (4.16)
116
4.16 – Ganho de Calor Devido ao Ar Externo (Renovação)
Como a vazão de renovação (ventilação) é condicionada na serpentina antes de ser
insuflada no ambiente, estes ganhos não constituem propriamente calor dissipado no
ambiente. Porém ela representa uma carga para o condicionador de ar, sendo esta dada por:
E hE hS
Qar, ext m (4.18)
1
Qar, ext 1420 x 20,46 16,22 6239 kcal / h
0,964
V E V R
E R
M
Recinto
Condicionador Perdas e
de Ar QL QS Exaustão
s
I
V I
Figura 4-5: Vista esquemática do sistema de condicionamento da sala de aulas.
118
Pelo método simplificado, pode-se admitir que o estado I se situa sobre o cruzamento da
linha definida por este valor de FCSINT, partindo-se do ponto S, e a umidade relativa de 90%
(ver Figura 4-6), o que resulta em:
E
h
M
D (ADP) S R
I
100% UR
90% UR FCSINT
T
Figura 4-6: Representação dos processos psicrométricos do projeto.
Atenção: há uma diferença de 4,3 kcal/kg entre todos os valores de entalpia específica
obtidos pelo diagrama psicrométrico fornecido (São Paulo) e os valores
mostrados na Planilha. Esta diferença se deve aos valores adotados como
referência, que são diferentes na planilha e no diagrama.
QS, I nt
V INS (4.19)
c p, ar ar (TS TI )
119
QS,I NT 19671
V INS 6903 m3 / h
c p, ar ar (TS TI ) 0,24 x 1,11 x (24 13,3)
R c p, ar TR m
m E c p, ar TE m
M c p, ar TM (4.20)
Rm
m I m
E e M m
m I (4.21)
TI TADP
BF (4.22)
TM TADP
13,3 11,5
Para o caso em análise: BF 0,123
25,4 11,5
120
Resumem-se abaixo os valores dos parâmetros obtidos, segundo o método simplificado:
E cp, ar TE TS BF
QS, Ar Ext, Des m (4.24)
1420
QS, Ar Ext, Des 0,24 (30,9 24) 0,123 300 kcal / h
0,964
121
4.20.2.2 - Ganho de Calor Latente Ar “Desviado” da Serpentina
A expressão que se aplica para o cálculo do calor latente no ar “desviado (by-passado)”
da serpentina é:
E hlv WE WS BF
QL, Ar Ext, Des m (4.25)
1420
QL, Ar Ext, Des 600 (14,4 10,2).10 3 0,123 457 kcal / h
0,964
1420
QS, Ar Ext, Con 0,24 (30,9 24) (1 0,123 ) 2139 kcal / h
0,964
1420
QS, Ar Ext, Con 600 (14,4 10,2) (1 0,123 ) 3255 kcal / h
0,964
QS, Efet QS, Int QS, Inst QS, Ar Ext , Des (4.28)
122
4.20.3.2 – Ganho de Calor Latente Efetivo do Recinto
QL, Efet QL, Int QL, Inst QL, Ar Ext , Des (4.29)
QS, Efet
FCSEFET (4.30)
QS, Efet QL, Efet
19971
FCSEFET 0,895
19971 2349
QS,Efet
V INS (4.31)
ar cp, ar (TS TADP ) (1 BF)
19971
V INS 6893 m3 / h
1,11 0,24 (24 11,6) (1 0,123 )
123
Traça-se então um segmento de reta a partir dos pontos M e ADP. O cruzamento deste
segmento de reta com o aquele definido pelo FCSINT determina o ponto I.
QS,Int
TINS (4.32)
VINS ar cp, ar
19971
TINS 10,8 C
6893 1,11 0,24
Este valor concorda com a regra prática segundo a qual TINS 10 a 11°C. Um valor
maior poderia ser inviável, pois poderia causar a condensação de umidade no ambiente e, em
casos extremos, sensações de desconforto.
Os valores apresentados pelos dois métodos são muito próximos, uma vez que se adotou
um valor do fator de by-pass próximo ao obtido pelo método simplificado e a carta
psicrométrica não é precisa o suficiente para distinguir estas pequenas diferenças.
124
Planilha de Cálculo da Carga Térmica
125
5 – SISTEMAS DE CONDICIONAMENTO DE AR
As zonas de condicionamento;
O tipo e as possíveis localizações do equipamento condicionador.
Define-se então:
Em alguns casos específicos, a umidade em uma zona também deve ser controlada.
Utiliza-se então um umidistato, isto é, um dispositivo análogo ao termostato, porém controlador
da umidade.
No que diz respeito à distribuição da carga térmica, pode-se afirmar que em grandes
espaços sujeitos a cargas externas pequenas (teatros, auditórios, lojas de departamentos,
etc.), a carga térmica em geral é uniformemente distribuída. Em grandes prédios comerciais, a
carga térmica nas várias zonas é também uniformemente distribuída desde que fontes locais
de calor (computadores e outros equipamentos) sejam uniformemente distribuídos. Como as
126
condições do ar no interior de uma zona variam até certo ponto, é importante localizar o
termostato em um local sem perturbações e onde a temperatura seja representativa da média
de todo o espaço climatizado. Variações de temperatura no interior de uma mesma zona
podem ser reduzidas ajustando-se o escoamento do ar ou alterando-se a temperatura do ar
suprido ao ambiente.
Em geral, distinguem-se dois tipos básicos de zonas térmicas:
Zonas Internas: Caracterizam-se por possuir uma carga térmica positiva e uniforme ao
longo de todo o ano. Estas zonas são normalmente condicionadas por uma instalação
independente, freqüentemente de duto único com reaquecimento ou com vazão de ar variável
(estes tópicos serão vistos mais adiante). A diferença de temperatura entre o ar ambiente e o ar
insuflado é geralmente baixa.
Zonas Perimetrais (ou externas): Estas zonas são caracterizadas por cargas térmicas
muito variáveis em função da hora e da estação do ano, podendo ser positivas ou negativas
dependendo das condições exteriores. Assim, as instalações destinadas a condicionar estas
zonas devem ser muito flexíveis.
127
As necessidades dos usuários, das quais emergem a definição das zonas de área
climatizada;
A carga térmica nas várias zonas;
As vazões de ar requeridas nas várias zonas;
O tipo geral do sistema de condicionamento (para grandes áreas ou pequenos
prédios, condensador resfriado a ar ou água, aquecimento por água quente ou por
vapor);
O tipo de combustível a ser utilizado, levando-se em conta fatores econômicos e
ambientais.
Instalações Apenas Ar: Utilizam unicamente o ar com o objetivo citado acima, isto é, todo
o processo de condicionamento do recinto é feito suprindo-se apenas ar em condições
apropriadas ao ambiente climatizado.
Instalações Ar-Água: Utilizam estes dois fluidos para compensar a carga térmica, isto é,
fazem-se circular ar e água pelo ambiente climatizado em condições adequadas à manutenção
da temperatura e umidade internas.
Os sistemas Apenas Ar e Ar-Água podem, por sua vez, ser subdivididos em instalações
de alta e baixa velocidade. Nas instalações de alta velocidade o ar dentro dos dutos se desloca
128
a velocidades superiores a 11 m/s, o que resulta em um menor espaço ocupado pela rede de
dutos. Nestas instalações, freqüentemente há necessidade de se efetuar um tratamento
acústico nos dutos e insufladores (grelhas, difusores, etc.) devido ao maior nível sonoro do
ventilador e do aumento dos ruídos no interior dos próprios dutos. É importante salientar que a
opção por sistemas de alta velocidade está normalmente relacionada a problemas
arquitetônicos, estruturais ou econômicos.
Os tipos de unidades condicionadoras de ar são mostrados na figura abaixo. A utilização
de um sistema de zona simples se dá em espaços onde os ganhos e perdas de calor são
aproximadamente uniformes e as condições para climatização são semelhantes em todo o
espaço. A utilização de um sistema de zona simples para cada zona de um grande edifício não
é atrativa economicamente. Por outro lado, a utilização de um sistema único central (sistema
de zonas múltiplas) requer uma ampla rede de dutos, serpentinas, etc, além de complexas e
eficientes estratégias de controle.
Este tipo de instalação, caso seja for completado com alguns acessórios, como, por
exemplo, umidificadores, permite realizar um uma excelente regulagem da temperatura e da
umidade relativa do ambiente. No entanto, apresenta um elevado custo inicial e de operação.
132
Este sistema é indicado para condicionamento de zonas internas de edifícios,
caracterizadas por cargas térmicas uniformes e positivas, ambientes com baixo fator de calor
sensível e instalações que exigem controle rigoroso de temperatura. Da mesma forma que a
instalação com reaquecimento para zona única, esta permite um bom controle da temperatura
e da umidade ambiente, mas também apresenta um elevado custo inicial e de operação.
133
Figura 5-6: Instalação com temperatura constante e vazão variável (VAV).
136
acionado, liberando ar comprimido para o sistema de controle, que abre imediatamente o
registro de mínimo ar exterior (D1). Durante a operação de verão (interruptor S1 na posição
verão), o termostato T1, que se encontra no duto de ar frio, regula a válvula V3 instalada no
circuito de água resfriada, de forma que se mantenha a temperatura desejada neste duto. O
termostato sub-master T2, situado no duto de ar quente, é regulado de forma que a
temperatura mínima do ar no duto quente seja superior à dos ambientes em aproximadamente
3 C, o que geralmente não requer reaquecimento.
Quando as cargas internas são baixas e o ar exterior possuir alta umidade, o umidistato
de verão H1 solicita o reaquecimento do ar no duto quente, que é controlado pela atuação do
termostato T2. Este age sobre as válvulas V4 e V5, situadas na linha de água quente ou na de
vapor. Para o funcionamento em estações intermediárias ou de inverno, quando a refrigeração
não for necessária, o interruptor de verão S1 é colocado na posição de inverno e o termostato
T1 passa a controlar a temperatura no duto de ar frio, atuando sobre os registros de máximo ar
externo (D2), ar de expulsão (D3) e ar de recirculação (D4). Se existir a possibilidade do
sistema operar somente com ar externo, pode ser necessária a instalação de um ventilador de
expulsão, dimensionado para o excesso de ar introduzido.
Por razões de economia e para que o reaquecimento seja mínimo, pode-se utilizar a
pulverização de água (da rede ou de recirculação) no duto frio antes de se iniciar a modulação
dos registros D2, D3 e D4. Todavia, esta pulverização é raramente efetuada.
'
137
umidistato H2 que a aciona a válvula V2, instalada no circuito de água de pulverização.
Quando for utilizado o pré-aquecimento do ar externo mínimo, o termostato T1 atua de forma a
impedir que a temperatura no duto frio seja inferior a um valor mínimo estabelecido.
Na instalação mostrada na Figura 5-11, é colocada uma serpentina de desumidificação
na tomada de mínimo ar externo. A desumidificação do ar de renovação, mesmo que
moderada, permite a obtenção de umidades relativas menores quando comparadas com
aquelas que seriam obtidas com a instalação da Figura 5-9. A instalação da Figura 5-12, que é
dotada de dois ventiladores e uma serpentina de desumidificação na descarga de um deles,
permite realizar um controle seguro da umidade relativa dos ambientes no verão, quando
menos da metade do ar total passa pelo duto de ar quente. Deve-se observar que os
ambientes que utilizam uma elevada quantidade de ar do duto quente são ventilados somente
de maneira indireta, pelo ar de recirculação. Durante o inverno, quando for necessário somente
aquecimento, um dos ventiladores pode ser desligado.
A última instalação do tipo duplo duto aqui considerada é apresentada na Figura 5-13.
Como pode ser observado, está instalação é dotada de somente um ventilador e a serpentina
de desumidificação está colocada na sucção do mesmo. Obtém-se assim um controle muito
bom da umidade relativa, já que a vazão total de ar é desumidificada e a parcela transportada
pelo duto quente é posteriormente reaquecida. Na prática, esta instalação é tida como do tipo
ar primário em que as funções de controle da carga latente e da carga sensível estão
separadas. A necessidade de se realizar o reaquecimento do ar do duto quente faz com que o
custo de operação desta instalação seja relativamente elevado.
De uma forma geral, as instalações do tipo duplo duto permitem resfriar e aquecer
simultaneamente as diferentes zonas servidas pelo sistema, não sendo necessária nenhuma
alteração dos controles para passar da operação no verão para a operação no inverno. As
instalações de duplo duto são indicadas para zonas interiores que possuem carga térmica
138
praticamente constante e positiva, pois neste caso o ar do duto quente pode ser somente o de
recirculação, não sendo necessário reaquecê-lo. As principais desvantagens destas
instalações são:
Necessidade de grande espaço para instalação de dois dutos paralelos;
A vazão de ar a ser insuflada em cada um dos ambientes é o maior valor obtido entre as
exigências de refrigeração (verão), aquecimento (inverno) ou de ventilação. Deve-se observar
que uma vez calculada a vazão para uma zona, ela permanece constante, independentemente
das condições de operação, podendo ser somente ar frio, somente ar quente ou uma mistura
de ambos. A vazão de ar total da instalação é a soma das vazões máximas de cada uma das
zonas.
As instalações do tipo duplo duto descritas aqui, que são as mais utilizadas, operam
sempre com vazão constante. No entanto, podem ser encontrados sistemas que utilizam vazão
de ar variável, onde são instaladas caixas de mistura que, ao diminuir a carga sensível,
139
reduzem a vazão de ar frio até um mínimo estabelecido (40 ou 50% da vazão de projeto).
Posteriormente, a vazão permanece constante e tem início a mistura do ar do duto quente com
o do frio em função das necessidades detectadas pelo termostato.
Durante o inverno, o termostato T7 atua sobre a válvula V6, instalada nos aquecedores,
de forma a manter constante a temperatura da água no circuito secundário. O termostato T2
atua sobre a válvula V2, instalada na serpentina de pré-aquecimento do condicionador central,
controlando a umidade e mantendo constante o ponto de orvalho do ar. A válvula é V1
posicionada de forma que a água secundária passe pelo aquecedor. O regulador de pressão
P7 mantém uma diferença de temperatura constante entre os coletores de impulsão e de
retorno do circuito secundário, tanto no verão como no inverno, pela sua atuação sobre a
válvula modulante V7.
As características mais representativas das instalações de indução são:
Redução da vazão de ar quando comparada com uma instalação apenas ar, sendo
que a vazão primária é, na maioria dos casos, somente ar externo;
141
Evita-se a mistura de ar proveniente de diferentes zonas;
Os indutores não possuem partes móveis, o que simplifica a sua manutenção;
Podem ser utilizadas para climatizar as zonas perimetrais de edifícios com
coeficiente de ocupação médio e caracterizados por cargas latentes relativamente
pequenas com relação às cargas sensíveis.
142
Figura 5-16: Instalação de indução a dois tubos.
143
Nas instalações de indução de três tubos, ocorre uma considerável perda de energia
como conseqüência da mistura de água fria e água quente na tubulação de retorno comum. A
Figura 5-17 representa uma das muitas configurações possíveis para as instalações de
indução de três tubos com retorno comum. Como pode ser observado, nesta instalação é
efetuado o resfriamento indireto da água do circuito secundário mediante um trocador de calor
água-água (X2), que separa o circuito primário do secundário. A instalação da Figura 5-17
permite, em algumas situações nas estações intermediárias, obter o resfriamento da água do
circuito frio através da água que sai da torre de resfriamento. Para tal, deve-se desligar a
bomba de circulação de água fria do circuito primário e a central frigorífica. As válvulas A, B e C
são então posicionadas, mediante o interruptor S1, de forma que a bomba de água fria do
circuito secundário envia água de recirculação através da válvula C do trocador X1 e da válvula
B até as unidades de indução. Simultaneamente, a bomba secundária de água quente envia
água de retorno, através da válvula A e do trocador X3, até os condicionadores de indução que
necessitem de água quente. Para este tipo de operação, o ponto de ajuste do termostato Tct é
colocado a uma temperatura inferior à de operação normal de verão, passando a controlar a
temperatura da água que sai da torre.
144
Durante o verão, a bomba primária faz circular a água através do evaporador da unidade
frigorífica, passando em seguida pela serpentina do condicionador central e pelo trocador
água-água X2. As válvulas A, B e C são posicionas de maneira que a bomba de velocidade
variável do circuito secundário frio envie água de recirculação, através to trocador X2 e válvula
B, até os condicionadores de indução que necessitem de água fria. A bomba de velocidade
variável, do circuito secundário quente, envia água de retorno através da válvula C, do trocador
X1, da válvula A e do trocador X3, até os indutores que necessitem de água quente. Neste
caso, a água que sai do condensador do circuito frigorífico é utilizada para aquecer a água do
circuito secundário quente, no trocador água-água X1.
A principal diferença entre a instalação de indução de três tubos e de quatro tubos reside
no fato de que, para esta última (4 tubos), a água quente e a água fria não se misturam em um
circuito de retorno comum, pois existem um circuito de retorno frio e outro quente. Desta
maneira, evitam-se as perdas de energia que acontecem, para algumas condições de
operação, na instalação de indução de três tubos. As características de funcionamento deste
tipo de instalação, no que se refere ao controle das condições nos espaços condicionados, são
idênticas àquelas discutidas no item anterior.
A Figura 5-18 é um esquema do sistema de regulagem de um indutor com somente uma
serpentina, empregada tanto para resfriamento quanto para aquecimento. Quando diminui a
temperatura do ambiente, a válvula modulante não misturadora V1 reduz a vazão de água fria
no condicionador, enquanto a válvula desviadora de duas posições V2 envia a água da saída
do condicionador de indução ao retorno frio. Se ocorrer uma diminuição adicional da
temperatura ambiente, a válvula V1 fecha ou, caso a diminuição de temperatura persista, a
válvula V1 começa a dar passagem à água quente, comutando simultaneamente a válvula V2.
145
Em muitos casos, são utilizados condicionadores de indução dotados de duas
serpentinas, uma para aquecimento e outra para resfriamento. Seu controle é efetuado por
válvulas separadas, isto é, uma para cada serpentina. Com relação ao circuito hidráulico, as
instalações de indução de quatro tubos são muito semelhantes às instalações com unidades
serpentina-ventilador (fan-coils) de quatro tubos e ar primário, discutidas mais adiante. Esta
instalação necessita de mais espaço e apresenta um maior custo inicial; no entanto, seu custo
de operação é mais baixo que a instalação equivalente de três tubos.
146
A regulagem pode ser feita por meio de um termostato que liga ou desliga o
ventilador em função da temperatura do ambiente. A rotação do ventilador deve ser
selecionada manualmente de forma a evitar paradas freqüentes do ventilador. Neste
tipo de regulagem, quando o ventilador está parado, pode ocorrer um resfriamento
excessivo da carcaça do condicionador (fan-coil), ocorrendo condensação sobre
esta. Portanto, deve ser feito um bom isolamento do fan-coil.
A regulagem também pode ser efetuada atuando-se sobre a vazão de água que
chega à serpentina do fan-coil, mediante válvulas de 2 ou 3 vias comandadas por
um termostato de ambiente.
147
operação de inverno, a válvula V1 é posicionada de forma que não ocorra passagem de água
fria do circuito primário para o secundário. A bomba de zona recircula toda a água através do
trocador de calor (aquecedor), enquanto a válvula V2 é comandada por um termostato que
detecta a temperatura da água secundária na saída do aquecedor.
Uma característica das instalações com dois fluidos é a possibilidade de resfriar alguns
ambientes e, simultaneamente, aquecer outros. A regulagem da temperatura dos ambientes
pode ser efetuada por um dos métodos descritos acima. Uma desvantagem das instalações de
fan-coils a dois tubos, com relação às de indução, é a necessidade de manutenção dos
motores dos fan-coils.
148
indução a três tubos, existe somente uma linha de retorno de água dos fan-coils. Dependendo
das necessidades detectadas pelo termostato de ambiente, os fan-coils são alimentados por
uma vazão variável de água fria ou, quando for o caso, por uma vazão variável de água
quente. Deste modo é possível manter o ambiente dentro de uma faixa de temperaturas que
vai dos 20 aos 27 C, independentemente dos ambientes estarem à sombra ou sujeitos à
radiação solar.
A Figura 5-21 mostra o esquema de uma instalação de fan-coils a três tubos com ar
primário. O esquema apresentado, do ponto de vista hidráulico, é de resfriamento direto com
retorno comum. Para evitar que a temperatura da água que passa pelo evaporador da central
frigorífica diminua excessivamente, com perigo de congelamento em condições de carga
parcial, deve-se utilizar um desvio entre a impulsão e o retorno. Em condições normais de
funcionamento, a velocidade da bomba de água resfriada secundária é controlada por um
pressostato diferencial, instalado em uma das colunas, com tomada de pressão nas tubulações
de impulsão e retorno. A função deste pressostato é reduzir a rotação da bomba em condições
de carga parcial, de forma que se mantenha uma diferença de pressão constante entre as
tubulações mencionadas. Isto evita que vazões excessivas de água resfriada passem através
dos fan-coils que necessitem de frio.
Durante a partida da central frigorífica, a fim de se evitar sobrecargas, um termostato de
imersão detecta a temperatura da água na entrada do evaporador e anula o efeito do
pressostato mencionado acima, limitando a velocidade da bomba secundária de água
resfriada. A rotação da bomba secundária do circuito de água quente também é controlada por
um pressostato diferencial instalado com tomadas de pressão nas tubulações de alimentação
de água quente e de retorno, mantendo constante a diferença de pressão entre elas. Também
existe um termostato de segurança que atua na partida da central térmica.
No que se refere ao circuito de água fria, pode-se observar que o condicionador primário
recebe água à temperatura mínima (5 a 5,5 C), enquanto a temperatura da água fria do
circuito secundário é regulada por um termostato que atua sobre as válvulas modulantes V1 e
V3. Desta maneira, mantém-se constante a temperatura da água secundária e em um nível
suficientemente elevado para evitar a condensação de umidade sobre as serpentinas dos fan-
coils. A temperatura da água quente deve ser suficiente para permitir o aquecimento dos
ambientes quando os fan-coils funcionarem à mínima velocidade. Quando a temperatura do ar
exterior aumentar, a temperatura da água quente deve ser adequadamente reduzida.
As instalações de fan-coils a três tubos podem aproveitar a água da torre de
resfriamento, ou utilizar o ar externo, como fonte de frio durante as estações intermediárias. Do
ponto de vista funcional, esta instalação deve ser considerada quando se tratar de edifícios
com grandes superfícies envidraçadas, sujeitos a sombras móveis e que necessitam de
aquecimento e resfriamento.
149
Figura 5-21: Instalação de fan-coils a três tubos com ar primário.
150
Figura 5-22: Instalação de fan-coils a quatro tubos com ar primário.
154
uma instalação de fan-coils a quatro tubos. Deve-se observar que os condicionadores que
necessitam de frio são alimentados com água mantida à temperatura constante (5 a 7 C) para
garantir que seja efetuada uma boa desumidificação, independentemente das condições de
carga. Um pressostato diferencial, com tomadas de pressão antes e depois do evaporador,
modula a válvula situada no desvio, mantendo aproximadamente constante a vazão de água
através do evaporador.
Este tipo de instalação apresenta, com relação ao anterior, um menor custo de operação,
porém com um elevado custo inicial.
155
ar, dispositivo de expansão, serpentina de resfriamento e desumidificação do tipo expansão
direta, filtros e ventiladores para circulação do ar condicionado e para resfriamento do
condensador. Normalmente, o aquecimento é feito por meio de uma bateria de resistências
elétricas, muito embora possam existir aparelhos de janela que podem operar como bomba de
calor pela inversão do ciclo frigorífico. São normalmente encontrados com capacidades
variando entre 7500 a 30000 Btu/h.
Capacidade limitada;
Procedimentos de vácuo e carga no campo.
157
5.6.3 – Sistemas Remotos Unitários
Os sistemas remotos unitários ou sistemas autônomos (self-contained units) possuem
capacidades maiores do que os sistemas divididos. Os sistemas autônomos são assim
chamados porque encerram em seus gabinetes todos os componentes necessários para
efetuar o tratamento completo do ar: filtragem, resfriamento e desumidificação, umidificação,
aquecimento e circulação do ar. A estes equipamentos também é possível conectar uma rede
de dutos curta para distribuição do ar a baixa velocidade. Podem ser encontrados com
capacidades variando entre 5 e 30 TR.
As principais vantagens dos sistemas autônomos são:
5. Seja uma instalação para múltiplas zonas com reaquecimento, operando ao nível do mar
em um local onde Tbs = 32 C e Tbu = 23 C. A vazão de ar externo corresponde a 25% da
vazão de cada zona e as características de cada uma delas são:
Zona 1: Tbs = 22 C e = 40 %.
Calor sensível = 80 kW e Calor latente = 20 kW
Zona 2: Tbs = 26 C e = 30 %.
Calor sensível = 75 kW e Calor latente = 25 kW
159
7. Completar as tabelas a seguir relativas às caraterísticas dos sistemas de condicionamento
de ar. Algumas sugestões de palavras para preenchimento são:
160
161
162
163
164
6 – MELHORIAS ENERGÉTICAS POSSÍVEIS
Em geral, as melhorias possíveis para se economizar energia em uma instalação de
condicionamento de ar podem ser agrupadas em duas categorias:
Melhorias relativas à estrutura (ambiente ou edifício climatizado);
Insolação;
Infiltração de ar e umidade;
Geração interna.
Aplicar isolamento nos telhados, forros falsos e paredes. Esta medida reduz o
consumo de energia, porém necessita de uma análise econômica detalhada.
Sempre que possível, ventilar os espaços vazios embaixo dos telhados (sótãos).
Instalar vidros duplos em lugar de vidros simples. Esta solução é extremamente
importante para sistemas de calefação.
6.1.2 – Insolação
As medidas para minimizar ganhos de calor por insolação envolvem:
Utilizar, se possível, telhados de cor clara.
Instalar vidros reflexivos ou películas plásticas nas janelas de vidro. É importante
avaliar o efeito desta medida sobre a iluminação natural; deve-se chegar a um ponto
ótimo entre o consumo de energia para climatização e para iluminação.
Instalar persianas exteriores ou brises, nas janelas dos ambientes climatizados. Para
este item também vale a afirmação anterior quanto ao consumo de energia do
sistema de iluminação.
Revestir com material opaco as janelas que não estejam contribuindo efetivamente
para a iluminação natural.
165
6.1.3 – Infiltração de Ar e Umidade
As medidas para minimizar ganhos de calor por infiltração de ar e umidade envolvem:
Verificar a vedação de portas e janelas, e se possível, instalar juntas de vedação.
Substituir vidros quebrados e corrigir imperfeições nas vedações dos mesmos
(reaplicar a massa de vedação/sustentação, caso necessário).
No caso de portas com duas folhas, reduzir o máximo possível a fresta entre as
folhas.
Exemplo 6-1: Um ambiente cuja transmissão de calor pelo teto é de 18 TR é coberto por uma
laje de concreto de 18 cm de espessura. Estimar a redução da carga térmica deste ambiente
considerando que será aplicado um isolamento de isopor de 2,5 cm de espessura sobre a laje.
kcal
Solução: Teto sem isolamento: Usem 3,28
h m2 C
kcal
Teto com isolamento: Ucom 1,07
h m2 C
kWh R$ R$
Economia 13240 0,118 1562
ano kWh ano
166
Observações:
1. A redução do consumo foi estimada para o valor de projeto da carga térmica. Um cálculo
detalhado deveria levar em consideração as variações da carga (temperatura externa) ao
longo do ano.
Exemplo 6-2: Um edifício de cinco andares (600 m2/andar) tem uma taxa média de iluminação
de 20 W/m2. Estimou-se que cerca de 70% da iluminação pode ser desligada no período pós-
expediente, isto é, das 18 às 22h. Estimar a economia de energia do sistema de
condicionamento de ar oriunda da redução da iluminação.
W
Re duc C arg a Térmica 3000 m 2 20 0,70 42000 W 11, 9 TR
m2
kWh R$ R$
Economia 10053 0,118 1186
ano kWh ano
W
Solução: Re dução C arg a Térmica 9300 m 2 (33 21) 111.600 W 31,7 TR
m2
167
h dia mês kW kWh
Re dução Consumo 10 22 12 31,7 TR 0,6 50212,8
dia mês ano TR ano
kWh R$ R$
Economia 50212,8 0,118 5925
ano kWh ano
Utilizar a água dos sistemas de condensação dos equipamentos frigoríficos para pré-
aquecer a água quente de uso sanitário ou industrial.
168
Considerar a utilização de resfriamento evaporativo do ar para a climatização de
ambientes que o permitam.
Analisar a possibilidade de aumentar a área dos filtros de ar para diminuir sua perda
de carga.
Ajustar o diâmetro dos rotores das bombas para compatibilizar seu funcionamento
coma as necessidades dos circuitos.
169
Diminuir as vazões de água gelada e quente, até os valores mínimos possíveis.
Isolar tubulações e dutos que passam por espaços não condicionados e/ou não
ocupados.
Identificar e reparar todas as fugas de fluidos existentes (ar, água quente, água
gelada, refrigerante, óleo, etc).
Solução:
Proporcionalmente aos 8,3 TR, este excesso de vazão corresponde a uma carga de:
560
8,3 1,86 TR (5622 kcal / h)
2500
170
Considerando que o sistema opera 10 h/dia, 22 dias/mês e 12 meses/ano, e que o
sistema de condicionamento de ar utiliza um resfriador antigo, cuja eficiência é de 1,3 kW/TR, o
excesso de consumo será de:
kWh R$ R$
Economia 6383 0,118 753
ano kWh ano
Observações
1. A carga térmica em excesso foi estimada para valores extremos, sendo que um cálculo
detalhado deveria levar em consideração as variações de temperatura ao longo do ano.
2. A eficiência do resfriador refere-se a um equipamento antigo, devendo ser considerada a
máquina do caso em análise.
Exemplo 6-5: Verificou-se que uma instalação de condicionamento de ar tem suas unidades
serpentina-ventilador (“fan-coil”) operando com uma vazão de 23.000 m3/h. Durante três meses
de um ano, os filtros destas unidades estiveram sujos, causando um aumento da perda de
carga de 10 mmCA (0,1 kPa). Estimar o consumo adicional de energia destes equipamentos e
a economia que poderia ter sido efetuada pela sua limpeza.
Q hl
W (6.1)
750
m3 l 1 h l
Para o exemplo: Q 230000 1000 63888
h 3
m 3600 s s
63888 0,1
W 8,51 kW
750
171
Considerando que o sistema opera 10 h/dia, e 22 dias/mês, tem-se:
kWh R$ R$
Despesa em Excesso 5622 0,118 663,40
ano kWh ano
172
6.4.3 – Sistemas de Indução
Estes sistemas fornecem ar primário à alta velocidade para os condicionadores de
indução instalados nas diferentes zonas. Nestes condicionadores, o ar primário é descarregado
através de bocais, induzindo o escoamento do ar do ambiente através de serpentinas de
aquecimento ou resfriamento. Como métodos para a redução do consumo de energia destes
sistemas podem ser citados:
Fixar a vazão de ar primário em valores iguais aos de projeto quando for efetuado o
balanceamento da instalação;
Redução da vazão de ar para sistemas com zona única ou até a vazão mínima para
satisfazer todas as zonas;
174
avaliados antes de se decidir pela implantação de um ciclo economizador. Entre estes
parâmetros estão:
Clima;
Ocupação da edificação;
Zoneamento da edificação;
Compatibilidade do economizador com outros sistemas;
Custo de sua implantação (custo inicial).
(ar de renovação)
(ar de renovação)
175
Figura 6-1: Sistema de zona única.
176
Figura 6-4: Ciclo economizador por temperatura com controle da temperatura de mistura.
Figura 6-5: Ciclo economizador por temperatura com controle da temperatura da água.
177
Região Y: o controle por temperatura utilizaria ar de recirculação embora a utilização
de 100% de ar externo implicasse em uma carga de refrigeração menor.
O controle por entalpia da vazão de ar externo permite maior economia de energia devido
à maior precisão na mudança de regime de resfriamento, exceto para os climas bastante
secos. A carga térmica aplicada à serpentina de resfriamento é função da entalpia do ar na
entrada da mesma e a entalpia, por sua vez, é uma função da temperatura de bulbo seco e da
umidade relativa do ar (ou temperatura de orvalho). Obviamente, o controle pela entalpia é
mais complexo e exigiria a monitoração da temperatura e umidade do ar.
Figura 6-7: Ciclo economizador por entalpia com controle da temperatura da água resfriada.
178
6.7 – Resfriamento Evaporativo
179
A parte molhada do sistema fica restrita ao equipamento;
Este processo realiza ainda uma lavagem do ar, retendo poeira e sujeira na colméia,
que são continuamente lavadas pela água excedente.
Os resultados globais atingidos por qualquer dos sistemas acima descritos dependem
ainda do fluxo do ar. É necessária a adequação da vazão e velocidade para que se obtenham
as melhores condições ambientais. Estas considerações são normalmente levadas em conta
pelos fabricantes dos equipamentos.
O sistema evaporativo tem aplicação em quase todo tipo de ambiente, com uma gama de
utilizações muito mais abrangente do que o ar condicionado e a ventilação tradicionais. Assim
sendo, de pequenos a grandes espaços, de áreas pouco povoadas a grandes adensamentos,
de locais com baixa carga térmica a grandes geradores de calor, de áreas de lazer a locais de
trabalho, todos podem se beneficiar das vantagens do resfriamento evaporativo. Há ainda
aqueles ambientes em que a manutenção de elevada umidade relativa é requisito das
condições do processo industrial. Em tais ambientes, dependendo da umidade desejada, pode
ser utilizada renovação de ar total, parcial ou mesmo nula.
Proteger os termostatos e outros sensores para evitar sua manipulação por pessoas
não autorizadas.
Instalar os termostatos longe dos locais que sofrem grande influência de focos de
calor ou frio.
180
Manter os sensores limpos.
Avaliar a possibilidade de trocar as válvulas de três vias por válvulas de duas vias,
instalando-se um sistema de bombeamento com velocidade variável.
Pot. Saída
(6.2)
Pot. Entrada
181
1 1
Dif. Consumo Pot. Saída Tempo (6.3)
Pad AR
Exemplo 6-6: Seja um motor de 100 hp padrão. Estimar a redução no consumo de energia
oriunda de sua troca por um motor de alto rendimento.
Solução: Para funcionamento contínuo durante um ano (8760 h), e sendo 1 hp = 745 W,
1 1
Dif Consumo 74500 W 8760 horas
0.921 0.954
Vazão A RPM A
(6.4)
Vazão B RPM B
Por outro lado, a potência varia com o cubo da rotação de modo que a redução na
potência consumida é dada por.
3
HP A RPM A
(6.5)
HP B RPM B
182
Os sistemas VAV e de bombeamento já utilizam largamente inversores de freqüência.
Estudos realizados nos EUA têm mostrado que os uso destes dispositivos pode economizar
até 52% de energia. A seguir, é mostrada uma tabela com custo instalado (nos EUA) de VSD
para diversas potências. A Figura 6-8 mostra a variação da potência de um ventilador
centrífugo em função da vazão para vários mecanismos de controle.
kW 12
(6.6)
TR EER
A seguir, são mostradas tabelas com valores típicos de EER para diversos tipos de
equipamentos (1 Btu/h = 0,252 kcal/h). Contudo, estes valores devem ser utilizados apenas
como referência. Em aplicações específicas, valores mais precisos devem ser obtidos dos
fabricantes.
183
Tabela 6-3: Aparelhos de janela.
Capacidade (Btu/h) Compressor EER
7.000 Alternativo 7,5
10.000 Alternativo 8,0
12.000 Alternativo 7,9
15.000 Alternativo 7,9
18.000 Rotativo 9,5
21.000 Rotativo 7,6
30.000 Rotativo 9,7
184
Tabela 6-7: Unidades autônomas (self contained).
Tipo Sigla Cap Btu/h Compressor EER
Cond. a água 50 BR 006 73200 Scroll 11,62
Cond. a água 50 BR 008 100800 Scroll 10,61
Cond. a água 50 BR 012 144000 Scroll 10,91
Cond. a água 50 BR 014 168000 Scroll 10,84
Cond. a água 50 BR 016 194400 Scroll 10,34
Cond. a ar 50 BX 006 61200 Scroll 7,37
Cond. a ar 50 BX 008 90000 Scroll 7,26
Cond. a ar 50 BX 012 123600 Scroll 7,73
Cond. a ar 50 BX 014 151200 Scroll 7,41
Cond. a ar 50 BX 016 181200 Scroll 7,88
Cond. a ar remoto 50 BZ 006 6100 Scroll 7,85
Cond. a ar remoto 50 BZ 08 90000 Scroll 7,44
Cond. a ar remoto 50 BZ 012 123600 Scroll 7,58
Cond. a ar remoto 50 BZ 014 151200 Scroll 7,83
Cond. a ar remoto 50 BZ 016 181200 Scroll 7,95
185
Tabela 6-9: Resfriadores (chiller) — Brisola, 1995.
Sigla Cap BTU/h Compressor EER
39 GN 040 430800 Alternativo 9,64
39 GN 045 499200 Alternativo 9,47
39 GN 050 604800 Alternativo 9,72
39 GN 060 759600 Alternativo 9,47
39 GN 080 982800 Alternativo 9,54
39 GB 100 1195200 Alternativo 9,98
39 GB 045 549600 Alternativo 10,23
39 GB 055 638400 Alternativo 9,97
39 GB 060 716400 Alternativo 9,40
39 GB 075 932400 Alternativo 9,47
39 GB 100 1227600 Alternativo 9,48
39 GB 125 1574400 Alternativo 9,50
39 GB 150 1926000 Alternativo 9,66
39 GB 175 2155200 Alternativo 9,42
39 GB 200 2395200 Alternativo 9,29
186
6.12 – Troca dos Resfriadores de Líquido
O momento da troca dos resfriadores de líquido (chillers) deve ser motivo de estudos
detalhados. Em geral, equipamentos com mais de 20 anos devem ser substituídos, uma vez
que já apresentam grau de obsolescência razoável e um nível de desgaste apreciável
(controles, compressores, tubos de trocadores, etc). Não se deve necessariamente fazer a
troca por outro de mesma capacidade, pois muitas vezes os resfriadores foram
superdimensionados. Recomenda-se fazer um estudo minucioso, verificando todas as
possibilidades de redução da carga térmica estudadas anteriormente. A este respeito, apenas
o resfriador terá um custo inicial de cerca de U$450/TR. Logo, uma redução da capacidade em
50 TR, em uma grande instalação, representará uma economia em torno U$ 22.500 no custo
inicial.
Uma vez realizados os estudos para possível redução da capacidade requerida da nova
máquina pelo refinamento do cálculo da carga térmica, devem ser considerados os custos
operacionais dos equipamentos existentes. Isto é, devem ser estudados seu histórico de
manutenção (custos anuais com trocas de componentes), trocas futuras (compressores,
condensadores, etc) e o seu desempenho (kW/TR). Em seguida, mediante consulta aos
fabricantes, obtêm-se dados técnicos e custos dos novos equipamentos. Dispõe-se então dos
elementos necessários para se fazer uma análise técnico-econômica criteriosa da eventual
substituição do resfriador.
Outros aspectos a considerar são os refrigerantes utilizados nas máquinas. A Resolução
CONAMA 267 de Set/2000, em função do Protocolo de Montreal, dispõe sobre a proibição no
Brasil da utilização de CFCs, estabelecendo prazos e limites para importação destas
substâncias. É prevista a proibição total da produção/importação do R12 até janeiro de 2007. A
tabela abaixo mostra, de forma resumida, as datas previstas para a proibição da utilização dos
CFS´s e HCHS´s. Em vista destas restrições, os refrigerantes R-11 e R-12 deverão ser
substituídos a curto prazo pelos HCFC-123 e HFC-134a, respectivamente. Estes refrigerantes
são largamente usados em equipamentos de grande porte.
187
Em função das restrições impostas ao uso do R-11 e do R-12 e em se tratando de
equipamentos mais novos (cerca de 10 anos), poderá ser mais vantajoso executar o “retrofit”
(substituição apenas do fluido refrigerante) em vez de adquirir novos equipamentos. O “retrofit”
pode envolver a troca de rotores, gaxetas ou mesmo do compressor. Um estudo de redução de
cargas térmicas seria aconselhável também neste caso, já que poderá ocorrer uma redução de
capacidade do equipamento devida ao “retrofit”. Desta forma, garante-se que, ao final das
reduções de cargas da instalação e do “retrofit”, o equipamento continuará a atender
plenamente o sistema de climatização.
Custos Operacionais
188
Consumo Energia Elétrica kWh R$
Ret-anos Ret-anos
Dif. De Custo (10% aa) Dif. De Custo (12% aa)
189
7 – TERMOACUMULAÇÃO
7.1 – Introdução
Armazenar frio durante a noite e usá-lo durante o dia não é uma idéia nova. Durante
muitos anos este conceito tem sido usado no condicionamento de ar em instalações com
demanda de pico de curta duração, como igrejas e teatros. Agora surge um interesse renovado
pelo uso mais amplo de sistemas com termoacumulação, tanto por parte dos usuários como
por parte das empresas geradoras de eletricidade. Do ponto de vista destas últimas, a
termoacumulação representa uma maneira segura e econômica para redução dos custos
operacionais e de investimentos em novas usinas de geração de energia elétrica.
Durante os últimos vinte anos, o uso da termoacumulação de frio tem se tornado uma
prática comum na indústria de ar condicionado, levando ao desenvolvimento de diferentes
sistemas para produção e armazenamento de gelo. Dentre estes, destacam-se os sistemas de
190
acumulação com expansão direta e os sistemas de acumulação indireta (Strand, 1994). No
Brasil, mais de uma centena de instalações utilizam a técnica de termoacumulação com gelo,
sendo que as primeiras instalações apareceram em 1985 (Chiachia, 1993). Uma discussão
geral da técnica de termoacumulação de frio pode ser encontrada no ASHRAE Handbook
HVAC Systems and Applications, onde são analisados aspectos econômicos, estratégias e
equipamentos para armazenagem, e principais aplicações. Análises econômicas e
operacionais, sobre vários sistemas de ar condicionado utilizando termoacumulação também
são apresentadas por Kintner-Meyer e Emery (1995) e por Potter et al. (1995).
191
Por outro lado, nenhum sistema de condicionamento de ar de edifícios comerciais opera
à plena carga durante todo o ciclo diário de refrigeração. Normalmente, a carga de ar
condicionado atinge o seu pico durante o período da tarde (geralmente entre 14 e 16h), quando
a temperatura externa é mais alta. A Figura 7-3 representa o perfil típico da carga térmica de
um sistema de condicionamento de ar de um edifício comercial. Conclui-se então que o
resfriador de 100 TR é utilizado na sua capacidade máxima somente durante duas das dez
horas do ciclo diário. Durante as outras oito horas, apenas uma parcela da capacidade total do
resfriador é solicitada. Mais objetivamente, a soma dos quadrados sombreados na Figura 7-3 é
75, cada um dos quais representando 10 TR-HORA. Entretanto, é necessário especificar um
resfriador de 100 TR para atender à carga de refrigeração de 100 TR no horário de ponta.
O fator de carga é definido como a relação entre a carga real de refrigeração e a
capacidade total do resfriador, ou seja:
Neste caso, o resfriador tem um fator de carga de 75 %. Ele é capaz de prover 1000 TR-
HORA enquanto são solicitadas somente 750 TR-HORA. Se o fator de carga é baixo, o
desempenho econômico do sistema também é baixo. Dividindo-se o total de TR-HORA do
edifício pelo número de horas de operação do resfriador, tem-se a carga média do edifício
durante todo o período de refrigeração. Se a carga do ar condicionado pudesse ser deslocada
para um horário fora de ponta ou nivelada para a carga média, seria possível utilizar um
192
resfriador de menor capacidade, aumentando o fator de carga e melhorando o desempenho
econômico da instalação.
193
durante a noite e, durante o dia, compensará a carga térmica com a ajuda do frio armazenado.
Conforme ilustrado na Figura 7-5, o aumento das horas de operação de 14 para 24 horas
resulta na carga média mais baixa possível (750 TR-HORA / 24h = 31,25 TR), A incidência de
tarifa de ponta na demanda de frio é consideravelmente reduzida e a capacidade do resfriador
pode ser reduzida em 50 a 60% ou mais.
194
Figura 7-6: Sistema de armazenagem parcial, com desligamento do
resfriador no horário de ponta.
195
A - Tabelas Para Cálculo de Carga Térmica e Projeto de Dutos
196
Tabela 1.3 – Correções para a temperatura externa de projeto em função do MÊS considerado.
197
Tabela 7 – Fatores de armazenamento de carga térmica, insolação através do vidro. Com elemento de proteção interna, 24 horas
diárias de funcionamento e temperatura interior constante.
198
Tabela 8 – Fatores de armazenamento de carga térmica, insolação através do vidro. Com vidro descoberto e elemento de proteção
externa, 24 horas diárias de funcionamento e temperatura interior constante.
199
Tabela 9 – Fatores de armazenamento de carga térmica, insolação através do vidro. Com de
proteção interno, 16 horas de funcionamento diário, temperatura interior constante.
Tabela 10 – Fatores de armazenamento de carga térmica, insolação através do vidro. Com vidro
descoberto e elemento de proteção externo, 16 horas de func. diário, temp. interior constante.
200
Tabela 11 – Fatores de armazenamento de carga térmica, insolação, 12 horas diárias de funcionamento, temp. interior constante.
201
Tabela 15 – Insolação através dos vidros (kcal/h.m2 de abertura)
202
Tabela 15 – Insolação através dos vidros (kcal/h.m2 de abertura)
203
Tabela 15 – Insolação através dos vidros (kcal/h.m2 de abertura)
204
Tabela 15 – Insolação através dos vidros (kcal/h.m2 de abertura)
205
Tabela 15 – Insolação através dos vidros (kcal/h.m2 de abertura)
206
Tabela 15 – Insolação através dos vidros (kcal/h.m2 de abertura)
207
Tabela 16 – Fatores correção do ganho solar através dos vidros. (Coeficientes globais de insolação c/ ou s/ dispositivo de sombra).
208
Tabela 18 – Altitude e Azimute solar.
209
Tabela 18 – Altitude e Azimute solar (continuação).
210
Tabela 19 – Diferença equivalente de temperatura (°C). Válida para paredes em sol ou sombra, de cor escura, 35 °C de temperatura
exterior, 27 °C de temperatura interior, 11 °C de variação de temperatura exterior em 24 horas, mês de julho e 40o de latitude sul.
211
Tabela 20 – Diferença equivalente de temperatura (°C). Válida para tetos de cor escura, 35 °C de temperatura exterior, 27 °C
de temperatura interior, 11 °C de variação de temperatura exterior em 24 horas, mês de julho e 40o de latitude sul.
212
Tabela 21.a – Coeficientes globais de transmissão de calor (paredes) [kcal/h.m2.°C].
213
Tabela 21.a - Coeficientes globais de transmissão de calor (paredes) [kcal/h.m2.°C] (continuação)
214
Tabela 21.a – Coeficientes globais de transmissão de calor (paredes) [kcal/h.m2.°C] (continuação)
215
Tabela 21.a – Coeficientes globais de transmissão de calor (paredes) [kcal/h.m2.°C] (continuação)
216
Tabela 22 – Coef. globais de transmissão de calor (alvenaria, construção pesada. [kcal/h.m2.°C]
Tabela 23 – Coef. globais de transmissão de calor (construção leve – tipo industrial). [kcal/h.m2°C]
217
Tabela 24 – Coeficientes globais de transmissão de calor (construção leve). [kcal/h.m2.°C]
Tabela 23 – Coef. globais de transmissão de calor (construção leve – tipo industrial). [kcal/h.m2.°C]
218
Tabela 34a – Coeficientes globais de transmissão de calor (coberturas) [kcal/h.m2.°C]
219
Tabela 34a – Coefic. globais de transmissão de calor (coberturas) [kcal/h.m2.°C] (continuação)
220
Tabela 34.b - Coeficientes Globais de Transmissão de Calor (U), em [kcal/h.m2.C]
221
Tabela 34.c - Densidade aparente (), condutividade térmica () e calor específico (c) de alguns materiais
222
Tabela 34.c - Densidade aparente (), condutividade térmica () e calor específico (c) de alguns materiais
223
Tabela 34 – Resistência térmica de materiais de construção e isolamento (ºC.m2.h/kcal)
224
Tabela 34 – Resistência térmica de materiais de construção e isolamento (ºC.m2.h/kcal)
225
Tabela 34 - Resistência térmica de materiais de construção e isolamento
[ºC.m2.h/kcal]/m ou [ºC.m2.h/kcal]
226
Vazão Eficaz Mínima de Ar Exterior Para Ventilação
227
228
Atenção: somente para fins de comparação.
Deve-se utilizar valores da NBR 16401 ou as referências por ela recomendadas.
229
Atenção: Utilizar como indicativo.
Verificar se os valores escolhidos estão dentro da faixa recomendada pela NBR 16401
230
Tabela 41a – Infiltrações Por Janelas - Verão
m³/h por m² de Abertura
JANELAS ARTICULADAS Porcentagem da Superfícice Que Pode Ser Aberta
0% 25% 33% 40% 45% 50% 60% 66% 75% 100%
Janela Tipo 1 6,0 13,2 - 18,0 - - - 26,5 - 47,4
Janela Tipo 2 - 7,1 - - - 10,0 13,5 - - -
Janela Tipo 3 - - 5,1 - - 9,0 - - - 11,5
Janela Tipo 4 - - - - 4,2 - - 5,9 7,1 -
Janela Tipo 5 5,0 10,6 - 15,0 - - - 22,0 - 40,0
231
Tipos de Janelas
Tipo -1 Tipo -2 Tipo -3 Tipo -4 Tipo -5
Tabela 42 – Vazão de Ar Exterior Necessária Para Compensar Infiltrações Por Portas Articuladas (verão)
Vazão Líquida de Ar Exterior - m³/h Infiltrações Pelas Portas - m³/h Vazão Líquida de Ar Exterior - m³/h Infiltrações Pelas Portas - m³/h
240 170 2330 1870
460 340 2520 2040
700 510 2650 2210
900 680 2840 2380
1120 850 2990 2550
1340 1020 3210 2720
1560 1190 3520 3060
1750 1360 3830 3400
1960 1530 4170 3740
2140 1700 4510 4080
232
Calor Liberado Pelos Ocupantes
233
234
Taxas Típicas de Dissipação de Calor Devido a Iluminação
235
236
1. Válido para dutos circulares, de chapas galvanizadas, com uma emenda longitudinal, e rugosidade interna de 0,09 mm.
2. 1 Pa/m = 0,1 mmCA
237
238
239
240
241
242
243