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Capacidade de dissociação:
o Iônicos → se dissociam quando em solução.
o Não iônicos → não se dissociam. São mais caros, mas possuem menos efeitos indesejados.
Ex: sulfato de bário e DTPA Gadolínio.
Composição química:
o Iodados
o Não iodados (sulfato de bário ou gadolínio).
Natureza química:
o Orgânicos (possuem carbono).
o Inorgânicos (não possuem carbono).
Solubilidade:
o Hidrossolúveis (mais seguros, menor quimiotoxicidade).
o Lipossolúveis.
o Insolúveis (sulfato de bário).
As reações graves e potencialmente ameaçadoras da vida são raras e imprevisíveis. Metade delas
ocorre nos primeiros 20 minutos após a injeção do contraste.
ETIOLOGIA
Reações idiossincráticas/pseudoalérgicas (resultam de mecanismos ainda não compreendidos):
o Há liberação de histamina e outros mediadores dos basófilos e eosinófilos circulantes (em
80 a 90% dos pacientes no início da injeção).
o Raramente associadas a alta de IgE (apenas 4%), e não são detectados anticorpos.
o Reação não depende de sensibilização prévia (pode ocorrer na 1ª ou na 20ª dose).
o Independente da dose.
o Pode ser aguda (até 1 hora após injeção) ou tardia (de 1 hora até uma semana).
Não idiossincráticas/fisiológica:
o Dose dependente.
Ambas.
REAÇÕES
A classificação das reações com o uso do contraste é feita segundo sua severidade:
Atenção
Arritmias, depressão da contractilidade miocárdica, edema pulmonar cardiogênico e convulsões
são eventos raros. Muitos casos ocorrem em cardiopatas (fator de risco) e são relacionados a propriedades
físico-químicas do contraste (hiperosmolardidade principalmente) e hipocalcemia. São mais frequentes na
angiocardiografia.
Minimização de Riscos
Atualmente os exames são muito rápidos, portanto, o paciente deve aguardar pelo menos 30
minutos após o término do exame na clínica, antes de ser dispensado. O histórico clínico e antecedentes de
reações alérgicas (formulário a ser preenchido pelo paciente/familiar) funcionam como medidas preventivas,
quando aplicáveis.
Pré-Medicação Preventiva
Esse método apresenta embasamento científico limitado, já que estudos randomizados ainda não
mostraram utilidade para prevenir reações moderadas e graves. Reações podem ocorrer mesmo após a pré-
medicação.
Apesar disso, pacientes de risco – como história de reação prévia a contraste – podem tomar:
Prednisolona (30 mg VO) 12 horas e 2 horas antes da administração do contraste.
Anti-histamínico (difenidramina 50 mg VO) 1 hora antes da realização do exame.
Meios de Contrastes
Iodado
Características: pode ser iônico (maior probabilidade de reações adversas) e não iônico (são
hidrossolúveis, têm menor probabilidade de efeito colateral e, por isso, são mais utilizados), é
radiopaco e parcialmente absorvido pelo organismo.
Indicação: estudo do sistema excretor/urinário, espaço subaracnoide, vias biliares, articulações,
artérias e veias, entre outras.
Administração: endovenosa, intratecal, intra-articular, intraóssea, oral, retal, vaginal.
Contraindicações:
Pacientes hipersensíveis → faz tratamento prévio com anti-histamínicos e corticoides.
Hipertireoidismo.
Nefropatia induzida por contraste → disfunção renal (aumento da Creatinina) após a
administração intravenosa de contraste ionizado.
Diabetes → paciente em uso de Metformina (é filtrada apenas pelos rins, com uso do
contraste, o contraste é eliminado em detrimento dessa, que se acumula e pode levar a uma
acidose láctica).
Mieloma múltiplo e anemia falciforme.
Em casos de suspeita de perfuração de víscera oca e pacientes com doença inflamatória intestinal
aguda, utiliza-se iodo hidrossolúvel diluído, ao invés do sulfato de bário. Isso se deve pelo risco de
peritonite química.
O contraste iodado iônico (hidrossolúvel) pode ser absorvido: intravascular, intra-articular, espaço
subaracnoide e sistema digestório.
Gadolínio
É um contraste positivo, que reduz os temos de relaxamento T1 e T2. Além disso, aumenta a
intensidade de sinal nos cortes ponderados em T1.
É um metal pesado, muito tóxico na forme livre (causa necrose hepática, alterações hematológicas,
e dose de 0,1 mmol/kg injetado na circulação humana é letal).
Características: propriedade paramagnética, tóxico (tempo de meia vida longo), permanece na
corrente sanguínea e é eliminado através da urina, fígado ou segue para o espaço intersticial.
Quando quelado torna-se viável para uso uma vez que acelera sua depuração e reduz a toxicidade.
A quantidade injetada é menor em relação aos contrastes iodados.
Indicação: ressonância magnética.
Administração: intravenosa.
Efeitos adversos: o mais preocupante quando se usa esse contraste
por via intravenosa é a indução de fibrose nefrogênica sistêmica (FNS)
em pacientes com insuficiência renal pelo acúmulo de gadolínio nos
rins. Em pacientes renais deve-se realizar diálise 2h após a injeção
endovenosa.
Endoscopia
A endoscopia alta é padrão-ouro na avaliação do esôfago e estômago, enquanto a endoscopia
baixa (colonoscopia) é padrão-ouro na avaliação do intestino grosso. O intestino delgado vem sendo
examinado através da cápsula endoscópica (principalmente sangramento oculto).
CAPSULA ENDOSCÓPICA
É um exame não invasivo, que não requer sedação, internação e
praticamente não oferece riscos. O procedimento é simples e indolor no qual o
paciente engole naturalmente uma cápsula de 2,5 cm, na qual existe uma câmera
capaz de tirar fotos.
As imagens são transmitidas para um cinturão preso ao paciente, que registrará as imagens que
serão analisadas posteriormente pelo médico. Não está disponível em larga escala no Brasil, não sendo ainda
um exame de rotina. Assim, ainda se utiliza exames contrastados do TGI, especialmente do intestino delgado.
Esofagografia
O contraste utilizado é o sulfato de bário.
Para suspeita de fístula traqueoesofágica ou perfuração de esôfago, o ideal é utilizar o contraste
iodado não-iônico.
O esôfago possui densidade de tecido mole, podendo conter ar ou líquido.
O exame pode ser simples ou duplo contraste (estuda parede esofagiana e mucosa) – o paciente
ingere uma pastilha de magnésio que dilata as vísceras, permitindo a visualização de pregas e mucosas.
Indicações:
o Úlcera. o Sangramento digestivo alto.
o Refluxo gastroesofágico. o Anemia de origem a esclarecer.
o Dispepsia. o Perda de peso.
o Náuseas e vômitos. o Massa abdominal.
Na suspeita de fístula mediastinal ou intra abdominal, se deve optar por contrastes iodados. Na
suspeita de fístula entre o esôfago e a árvore traqueoesofágica ou em pacientes com risco de aspiração, o
uso de contraste baritado de baixa densidade é mais seguro.
Trânsito Intestinal
Objetiva visualizar a região do intestino delgado, sua forma e função. Identificar:
Passagem do meio de contraste do estômago para o duodeno.
Região muscular que compreende o ligamento de Treitz.
Região do jejuno.
Porção terminal do íleo (válvula ileocecal).
Enteróclise
É um exame realizado com contraste iodado diluído + laxativo
osmótico, com a finalidade de “puxar água para dentro das alças”. Com isso, há
uma distensão do intestino delgado, que permite a avaliação mais detalhada da
mucosa.
Antes de injetar o contraste, infla-se um balão para impedir refluxo do contraste para o estômago,
o que pode causar náuseas, vômitos e alterações do peristaltismo.
Apesar de ter ensinado muito sobre a anatomia do intestino delgado, a enteróclise foi rejeitada
pelos pacientes e radiologistas devido ao uso da sonda nasogástrica, e substituída por outro método, a
enterografia por TC.
Enterografia por TC
Como citado acima, a enterografia através da TC eliminou o uso da sonda enteral. A enterografia
por TC difere da TC convencional de abdome pela utilização de grandes volumes de contraste oral e cortes
finos, com reconstruções multiplanares, adquiridas por TCMD.
Em relação aos contrastes utilizados via oral há algumas possibilidades, e dentre essas as 3
principais são: leite (A), água, como contraste negativo (B) e solução de polietilenoglicol (PEG) (C). Além deles,
existe também a lactulose, o bário diluído com sorbitol, dentre outros. O PEG, nas concentrações usadas
atualmente, apresenta bons resultados quanto à distensão intestinal, mas possui pior aceitação por parte
dos pacientes, por conta dos efeitos adversos (cólicas e diarreia).
O objetivo da enterografia por TC é avaliar o calibre das alças, espessura da parede e aspectos da
mucosa do intestino delgado. Esse exame mostra todos os elementos necessários para avaliar patologias
inflamatórias do intestino delgado (esse local não é sede frequente de tumores). Ele avalia toda a espessura
da parede das alças do intestino delgado e demonstra mesentério, vasos e gordura perientérica.
Alguns linfonodos no íleo terminal (demonstrados pelas setas na primeira imagem abaixo) podem
ser proeminente em adultos jovens, como resposta imunológica a infecções intestinais prévias. O tumor de
cólon (adenoca cólon) pode ser visualizado através do sinal da maçã mordida (segunda imagem abaixo),
entretanto pode ficar de difícil diferenciação se comparada à diverticulite gerando espasmo (terceira
imagem), onde deve-se aguardar um tempo para o espasmo se desfazer.
O ar é injetado no cólon submetido a rigorosa limpeza. São realizados cortes axiais do abdome e da
pelve e as imagens devem ser processadas posteriormente o que torna o exame bastante trabalhoso.
Na imagem abaixo está demonstrado um corte axial, no qual a seta aponta para um provável pólipo.
Enquanto na seguinte há a presença de diversos divertículos.
Contraindicações
Reações alérgicas ao iodo.
Insuficiência renal.
Diabetes mellitus.
Anúria.
Quadro severo de desidratação ou desequilíbrio eletrolítico.
Gravidez.
Preparo do Paciente
Jejum noturno antes da data do exame;
Realizar limpeza intestinal via oral e retal;
Verificar se o nível de creatinina sérica está dentro da faixa normal;
Obter um histórico do paciente para quaisquer alergias a medicamentos conhecidas, seguido de
termo de consentimento por escrito para o procedimento.
Se houver alergia: pré-medicação com corticosteroide.
Suspensão do uso de metformina em pacientes diabéticos.
Metodologia do Exame
1. Realizar radiografia simples de abdome no paciente para verificar técnica, posicionamento e preparo
intestinal.
2. Imediatamente após a administração do meio de contraste iodado endovenoso, realiza-se uma
radiografia localizada dos rins.
3. Realizar a radiografia das lojas renais após 5 minutos da administração do contraste.
Uretrocistografia Miccional
A uretrocistografia miccional é o estudo do trato genitourinário no qual o contraste iodado é
introduzido na bexiga por meio de um cateter. Tem como objetivo avaliar a bexiga, uretra, a anatomia pós-
operatória e o processo miccional. Pode determinar a presença ou ausência de alterações uretrais
(posteriores) e vesicais. Mais utilizado em crianças.
Metodologia
Preenchimento da bexiga com meio de contraste iodado sob precauções assépticas.
Triagem intermitente do paciente na Fluoroscopia, enquanto distende a bexiga com contraste, é
necessário para verificar se há ureterocele ou refluxo vesicoureteral.
Depois que a bexiga está cheia até sua capacidade (que varia de acordo com a idade do paciente), o
paciente deve urinar.
Uretrocistografia Retrógrada
Exame que analisa a morfologia da uretra e da bexiga. Suas principais indicações são refluxo
vesicoureteral e trauma pélvico. Pouco recomendado por conta da suscetibilidade a infeções e traumatismos.
Metodologia
Paciente deve esvaziar a bexiga
Inserção e tração de sonda e meio de contraste iodado na região vesical.
A uretra anterior é formada pela uretra peniana (caracterizada com a seta amarela) e pela uretra
bulbar (seta azul). Já a uretra posterior é constituída pela membranosa (seta vermelha) e uretra prostática
(seta verde – melhor avaliada com estudos de micção).
Prova de Cotté
É um procedimento realizado no exame de histerossalpingografia para observar se houve uma
dispersão adequada do contraste no útero.
Positiva → significa que não houve obstrução à passagem do contraste pelas tubas uterinas durante
o exame de histerossalpingografia.
o Obstrução tubária é uma das causas de infertilidade, pois impede o encontro do
espermatozoide com o óvulo, que ocorre dentro da tuba uterina.
Negativa → significa que as trompas estão obstruídas por alguma razão.
Patologias Detectáveis
Uterinas:
o Anomalias congênitas uterinas.
o Miomas uterinos submucosos.
o Malignidade uterina.
o Adenomiose.
o Aderências intrauterinas.
o Pólipos uterinos (endometriais).
Tubárias:
o Obliteração das trompas de falópio.
o Pólipos tubários.
o Malignidade tubária.
o Hidrossalpinge.
o Salpingite ístmica nodosa (SIN).
o Espasmo tubário. Útero septado
o Salpingectomia.