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Apostila de

Aspiração e Asbestose

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O QUE É ASPIRAÇÃO?

É o procedimento realizado para retirar a secreção do pulmão quando o


paciente tem a tosse fraca e não consegue colocar a secreção para fora. Este
procedimento é realizado com ajuda do equipamento de aspiração, sonda e
luva. Quando o paciente tem cânula de traqueostomia, o ideal é usar uma luva
estéril para aspirar a cânula, evitando contaminação.
COMO DEVE SER FEITA?

Lavar as mãos e passar álcool, se tiver.

Antes de aspirar, pode ser feita uma inalação (através da cânula de


traqueostomia) usando:

 Água destilada de 3 a 5ml para crianças menores de 5 anos.


5 a 7ml para crianças até 5 anos
10ml para crianças maiores ou adultos.
 Pode também jogar a mesma quantidade dentro da cânula usando um
conta gotas, assim as secreções ficarão mais fluídas e ficará mais fácil a
aspiração.
 Ligue o aspirador na tomada, lave as mãos e conecte a ponta da sonda
na mangueira do aparelho de aspiração. Ao final, coloque as luvas de
aspiração.

Se for possível não precisar aspirar a cânula de traqueostomia, é muito


melhor do que ficar aspirando a cada hora.
Faça inalações 2 a 3 vezes ao dia e incentive o paciente a tossir
espontaneamente pois dessa maneira não haverá necessidade de
aspirações frequentes (mas quando tiver secreção, manter aspirações
três vezes por dia);

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 Deixe a criança ou adulto respirar várias vezes (descansar) entre uma e
outra aspiração;

 Em alguns casos pode ser necessário uso de oxigênio antes e após


cada aspirada para evitar que o paciente fique cianótico (roxo) e evitar a
falta de ar (hipóxia);

A boca e o nariz também podem ser aspirados se houver excesso de


secreções. Após isso elimine a sonda de aspiração (não reutilize na
traqueostomia);

 Ao final
da

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aspiração, aspire bastante água da torneira de sua casa para que dessa
maneira fique limpa a mangueira de sucção de sua máquina de
aspiração e despreze o conteúdo do frasco de aspiração no vaso
sanitário. Lave com água corrente e sabão;

 As sondas de aspiração podem ser usadas mais de uma vez antes de


serem descartadas no lixo, se o paciente necessitar de aspirações
frequentes.
 Para isso lave a sonda em água corrente e
limpa, e mantenha a sonda limpa guardada na
embalagem original ou em um recipiente utilizado
apenas para isso;

 A sequência da aspiração deve ser sempre TRAQUEOSTOMIA –>


NARIZ –> BOCA, depois jogar fora a sonda.
Quando for reutilizar a sonda, a que for usada
na traqueostomia somente poderá ser
utilizada na traqueostomia;

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Identificação do tipo de aspiração necessária

A aspiração pode ser realizada de três tipos diferentes: pela boca (orotraqueal),
pelo nariz (nasotraqueal) ou pela entrada de traqueostomia (endotraqueal).
Reconhecer corretamente o tipo a ser feito é determinante para o sucesso da
etapa.

O profissional identifica, de acordo com as características do paciente, qual é a


abordagem mais indicada. No caso de traqueostomia e/ou alimentação por
balão de oxigênio, é comum ter que umidificar a secreção para que ela possa
ser aspirada.

Higienização completa de materiais

Além de saber como fazer aspiração, é preciso compreender que se trata de


um procedimento invasivo. Sem os devidos cuidados, é possível levar bactérias
e outros micro-organismos diretamente para as vias respiratórias do paciente.
Então, antes de realizar a etapa, há a esterilização dos componentes.

É necessário usar luvas e máscara, por exemplo, de modo a evitar


contaminações. Também é preciso utilizar materiais descartáveis, como gazes
e extensão da sonda. O cuidado extra nesse sentido ajuda a garantir bons
efeitos.

Posicionamento do paciente

 Em seguida, é o momento de estabelecer o bom posicionamento do


indivíduo. Em geral, o recomendado é deixar a cabeça levemente
inclinada, em um ângulo que varia de 35 a 40 graus.
 Essa etapa de como fazer aspiração é essencial a fim de evitar
engasgos ou refluxos. Também é importante que a pessoa fique parada,
para que a sonda entre devagar na via respiratória.

Conexão e uso do aspirador

 Feita a preparação inicial, é o momento de conectar a sonda ao


aspirador. As válvulas devem ser compatíveis e a sonda de aspiração é,
normalmente, menor do que a que está no paciente.
 A aspiração não deve ser feita por mais de 15 segundos, a cada vez. No
lugar de realizar um procedimento contínuo, é melhor fazer a drenagem
aos poucos, de modo a observar as reações corporais e os sinais vitais.

Na maioria das vezes, a secreção segue pelos tubos para um saco especial, no
estilo de colostomia. Depois que o processo é concluído, o material deve ser
descartado de forma adequada.

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 Finalização do procedimento

Se a aspiração for feita pela cânula de traqueostomia, é preciso fazer na região


do nariz e da boca, em último lugar. Caso seja necessário realizar o
procedimento muitas vezes, a sonda não precisa ser descartada. No entanto, é
fundamental aspirar uma boa quantidade de água para garantir a limpeza total.

Se for exigido, é recomendado proceder ao uso de oxigênio na finalização. A


repetição depende da indicação profissional e do quadro do paciente.

Saber como fazer aspiração é fundamental para que tudo saia corretamente.

A aspiração das vias aéreas é um procedimento que faz parte do conjunto


de cuidados implementados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), ambiente
de alta complexidade destinado à internação de pacientes graves e instáveis.
Tem como finalidade remover secreções do trato respiratório para manter as
vias aéreas pérvias e prevenir infecções, sendo indicada para pacientes com
eliminação ineficaz de secreções.
Por se tratar de uma intervenção complexa, a aspiração das vias aéreas
requer conhecimentos sobre a condição clínica do paciente, questões
fisiopatológicas, suporte ventilatório e ventilação mecânica. Embora seja um
procedimento compartilhado com o fisioterapeuta, a equipe de enfermagem é
responsável pela assistência ininterrupta ao paciente, devendo ter domínio da
técnica correta de aspiração.
Estudo randomizado, que investigou os efeitos fisiológicos da aspiração
do tubo endotraqueal em pacientes adultos, evidenciou queda significativa na
saturação periférica de oxigênio e aumento significativo na pressão arterial
sistólica, pressão arterial diastólica e pressão arterial. Considerando essas
complicações, a aspiração do tubo endotraqueal ou da traqueostomia não deve
ser um procedimento rotineiro, e deve ser determinada a partir de critérios para
definir a necessidade do procedimento.
A Resolução nº 557/2017 do Conselho Federal de Enfermagem, delibera
que pacientes graves, submetidos ou não à intubação orotraqueal ou
traqueostomia, deverão ter suas vias aéreas privativamente aspiradas pelo
profissional Enfermeiro. No entanto, em situações de emergência, a aspiração
de vias aéreas poderá ser realizada por Técnico de Enfermagem.
Ainda que os profissionais de nível técnico de Enfermagem sejam os que
mais realizam esse procedimento, cabe ao Enfermeiro a responsabilidade de
supervisionar e orientar os Técnicos de Enfermagem acerca das boas práticas
de cuidados para a aspiração das vias respiratórias.
Estudos evidenciaram os níveis de conhecimento para a prática dos
enfermeiros intensivos em relação à aspiração endotraqueal. A maioria dos
enfermeiros da UTI (69,9%) sabia a indicação do procedimento e (77,7%) sabia
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a ação a ser tomada frente a complicações. Enfermeiros com treinamento em
UTI (57,3%) demonstraram significativamente maior conhecimento do que
enfermeiros não treinados (p<0,005), enquanto outros fatores, tais como o
tempo de experiência profissional e o grau de especialidade, não tiveram
influência.

MÉTODO

Cuidados durante o procedimento de aspiração

Durante o procedimento de aspiração são implementados os seguintes


cuidados:
Clampear o látex no momento da introdução da sonda, para não
ocasionar lesões; não introduzir toda a sonda;
Desclampear o látex na retirada da sonda, sempre em movimentos
circulares;
Fluidificar as secreções com soro fisiológico; e realizar manobras com
reanimador manual autoinflável (ambu) conectado ao oxigênio.
Já quanto à sequência seguida para a aspiração das vias aéreas, um
terço dos profissionais relatou seguir primeiro a endotraqueal, depois a
nasotraqueal e, por último, a orotraqueal.
Entrevista com profissionais:

A gente introduz com o látex clampeado. Aspira e quando puxa, e


clampeia de novo [...] quando o vácuo da aspiração vir, ele pode
lesionar e sangrar um pouco. Tu tens que aspirar só se tiver secreção. 

Principal cuidado é seguir a sequência correta, via endotraqueal, nasal e


oral. Uso de soro com cautela. 

Não introduzo toda a sonda. Procuro fazer movimentos circulares, de


maneira delicada e precisa. 

[...] Se precisar, a gente faz manobras com ambu. Quando tem secreção
que obstrui, principalmente quando têm coágulos de sangue, forma
tampão fácil. 

A sonda não pode ser utilizada primeiro na orogástrica ou na


nasogástrica. Primeiramente tem que ser na endotraqueal, porque é um
procedimento estéril [...] A gente pode utilizar soro fisiológico para
fluidificar. 

Os profissionais fazem uso do sistema fechado de aspiração quando


prescrito pelo médico ou pelo enfermeiro, e nas situações em que o paciente
requer isolamento de contato e respiratório.
 A hiperoxigenação do paciente, antes do procedimento, é realizada por
quase todos os profissionais.

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Primeiro aperto na janela, a janela que a gente chama, que é aquela para
intensificar o fluxo de O2 na FiO2 do paciente. Vai a 100%, acho que uns 2
minutos. O próprio respirador tem isso, eu aperto ali. (ENF01)
Os entrevistados afirmaram que avaliam os sinais vitais dos pacientes,
especialmente frequência cardíaca e saturação de oxigênio, durante o
procedimento. Também relataram que conectam a Ventilação Mecânica (VM)
nos intervalos entre uma aspiração e outra. Em relação ao controle do tempo
da aspiração, a média de tempo da aspiração endotraqueal relatada pelos
profissionais foi de seis a 15 segundos.

Cuidados implementados após o procedimento de aspiração

Os cuidados implementados pelos profissionais após a realização do


procedimento de aspiração envolvem: conexão do paciente novamente a VM;
posicionamento e orientações ao paciente; desprezar o material utilizado no
lixo contaminado; e monitorar os sinais vitais do paciente.

Não deixa a sonda conectada no látex, para evitar contaminação. Já


desconecto, descarto a luva, coloco no lixo contaminado, e o paciente
volta automaticamente para ventilação ou para o O 2, uma das primeiras
coisas é voltar o paciente. (TEC07)

[...] Conversar com ele, tranquilizá-lo. Porque, na maioria das vezes, eles
ficam taquipneicos, a saturação cai, ou ficam taquicárdicos. (TEC01)

Verifico as condições gerais do paciente, elevo a cabeceira para ele


ventilar melhor. Alterno decúbito, se for possível. Porque, às vezes, a
gente aspira e alterna o decúbito do paciente, e cai a saturação. A gente
tem que virar de novo. Desprezo o material, deixo o paciente em
ordem. (ENF01)
Ainda, todos os profissionais relataram lavar o látex com água destilada,
proteger a ponta do látex com embalagem limpa e seca, realizar a higienização
das mãos, e trocar o sistema de aspiração a cada 24 horas. Destacam que a
Enfermeira avalia o paciente, após a aspiração, realizando a ausculta
respiratória.

 Lavo o látex com água destilada, e protejo a ponta dele com a


embalagem da própria sonda. (TEC25)

 É rotina aqui trocar o sistema de aspiração a cada 24 horas, geralmente


na hora do banho [...]. (TEC10)

 Não tenho costume realizar ausculta no fim, quem faz é a


Enfermeira. (TEC17)
Em relação ao registro do procedimento nos prontuários, os profissionais
também afirmaram que descrevem o número de vezes que o paciente foi

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aspirado, o aspecto da secreção, a cor, a quantidade, e alterações que o
paciente apresentou durante aspiração.

A gente procura registar o número de vezes que o paciente foi aspirado, o


aspecto da secreção e algumas alterações que o paciente possa
apresentar durante a aspiração. (TEC23)

No final do plantão, quantifica as vezes que realizou a aspiração. A


quantidade de secreção, se é pequena, média ou grande, se é purulenta,
se é sanguinolenta, se é espessa, se é fétida, e a coloração. (TEC21)

Dificuldades encontradas pelos profissionais para a aspiração

A falta de materiais e de interação multiprofissional e a sobrecarga de


trabalho, foram apontadas como os principais fatores que interferem na
qualidade da assistência e dificultam a redução de danos do paciente durante a
aspiração. As dificuldades associadas à falta de aperfeiçoamento podem ser
evidenciadas em falas que sinalizam a insegurança na realização da aspiração.

Eu, particularmente, tenho muito receio, na própria troca do


cadarço. (TEC19)

Quando o paciente morde, é muito difícil, porque ele segura a sonda com
o dente. (TEC 22)

Faltam materiais, às vezes, não tem sonda no calibre mais adequado.


Sistema de aspiração não funciona. (TEC 12)

Podíamos articular mais com o fisioterapeuta e médico. Nos faltam


treinamentos. A correria do plantão dificulta essa aproximação. (ENF 01)

Asbestose

A asbestose é a formação de tecido cicatricial generalizada no pulmão


causada pela inalação de poeiras de amianto.

 A asbestose provoca falta de ar e redução da capacidade para


exercícios.
 O diagnóstico geralmente é feito com radiografia e tomografia
computadorizada torácicas.
 A asbestose pode ser evitada pela redução da exposição ao
amianto.
 Os tratamentos incluem administrar oxigênio e outras medidas
para facilitar a respiração.

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O amianto é uma família de compostos que ocorre naturalmente e cujas
propriedades estruturais e de resistência ao calor tornou útil para inclusão em
materiais de construção de prédios e navios, freios de automóveis e alguns
produtos têxteis.

O amianto pode ser encontrado em baixos níveis no ar, água e solo, mas
esse nível baixo de exposição ambiental não contribui significativamente para
a doença em humanos. O amianto é composto por silicatos minerais fibrosos
de diferentes composições químicas.

Quando inaladas, as fibras de amianto penetram profundamente nos


pulmões, causando a formação de cicatrizes. A inalação de amianto também
pode fazer com que as duas camadas de membranas que cobrem os pulmões
(pleura) fiquem espessas. Esses espessamentos são chamados placas
pleurais. Essas placas não se tornam cancerosas.

O amianto também pode causar câncer de pulmão.


O câncer de pulmão devido ao amianto está relacionado, em parte, com o
nível de exposição às fibras de amianto. Nas pessoas com asbestose, o
câncer de pulmão ocorre mais comumente em pessoas que fumam cigarros,
particularmente nas que fumam mais de um maço por dia.
Embora a população tenha ficado alarmada sobre os riscos do amianto, as
pessoas que não têm nenhuma exposição ocupacional têm um baixo risco de
desenvolver doença pulmonar relacionada ao amianto. O amianto deve ser
quebrado em pequenos pedaços para ser inalado até os pulmões. Os
profissionais que demolem edifícios com isolamento contendo amianto estão
em maior risco. As pessoas que trabalham regularmente com o amianto estão
em maior risco de desenvolver doença pulmonar.

Quanto mais uma pessoa for exposta a fibras de amianto, maior o risco de ela
desenvolver uma doença relacionada ao amianto.

Você sabia que...


 A maioria das pessoas tem baixo risco de desenvolver doenças
pulmonares relacionadas ao amianto.

Sintomas de asbestose

Os sintomas da asbestose aparecem gradualmente e somente depois de


grandes áreas do pulmão apresentarem cicatrizes. As cicatrizes fazem com
que os pulmões enrijeçam. Os primeiros sintomas são uma leve falta de ar e
uma redução da capacidade para exercícios. Os fumantes que têm bronquite
crônica (inflamação prolongada das vias aéreas) além de asbestose podem

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apresentar tosse e sibilos. Aos poucos, a respiração torna-se cada vez mais
difícil. Em cerca de 15% das pessoas com asbestose, ocorre o
desenvolvimento de falta de ar grave e insuficiência respiratória  .
Os dedos em baqueta de tambor  são um alargamento das pontas dos dedos
das mãos ou dos pés e uma alteração no ângulo na região de onde surge a
unha. Se os pulmões estiverem gravemente lesionados, o coração pode ser
submetido a um esforço excessivo, causando um tipo de insuficiência
cardíaca (cor pulmonale ).

Diagnóstico de asbestose

 Um histórico de exposição ao amianto


 Exame de imagem do tórax

Pessoas com asbestose geralmente têm a função pulmonar anormal e os


médicos geralmente podem ouvir sons anormais, chamados creptos,
escutando os pulmões com um estetoscópio.

Em pessoas que têm histórico de exposição ao amianto, os médicos às


vezes podem diagnosticar asbestose com uma radiografia ou uma tomografia
computadorizada (TC) de alta resolução do tórax que mostre alterações
características. A biópsia pulmonar raramente é necessária para fazer o
diagnóstico.

Prevenção de asbestose

As doenças provocadas por inalação de amianto podem ser prevenidas


através da minimização de poeira e fibras de amianto no local de trabalho.
Como as indústrias que utilizam amianto têm melhorado o controle da poeira,
menos pessoas desenvolvem asbestose atualmente. Normalmente, materiais
que contém amianto em uma casa são uma preocupação apenas se os
materiais forem ser removidos ou se a casa for ser reformada, ocasiões em
que tais materiais devem ser removidos por profissionais treinados em
técnicas de remoção segura.

Fumantes que tenham estado em contato com o amianto podem reduzir o


risco de câncer de pulmão parando de fumar e, provavelmente, devem fazer
uma radiografia torácica anualmente.

Recomenda-se a vacinação com a vacina pneumocócica uma vez e com


a vacina contra a gripe anualmente no caso de pessoas que tenham estado
em contato com o amianto, para ajudar a proteger contra infecções às quais
esses profissionais podem estar mais vulneráveis.

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Tratamento de asbestose

 Tratamentos para aliviar os sintomas

A maioria dos tratamentos para asbestose aliviam os sintomas. A terapia com


oxigênio alivia a falta de ar. Medicamentos e outras medidas, incluindo limitar
a ingestão de sal e perder peso, se necessário, podem ajudar a aliviar a
insuficiência cardíaca.

A reabilitação pulmonar pode ajudar as pessoas a lidar com sintomas


pulmonares e melhorar a qualidade de vida.

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O que é asbestose?

É uma doença do sistema respiratório provocada pela aspiração de poeira


contendo asbesto. Também conhecida como fibrose pulmonar por exposição
ao asbesto, esta complicação promove uma fibrose pulmonar crônica que não
pode ser revertida.
O asbesto é comercialmente chamado de amianto.

Esta é uma fibra sedosa, natural e muito resistente presente na natureza


em forma de serpentinas e de anfibólios.
O amianto é largamente utilizado na confecção de caixas d’água, de placas,
de telhas, de tubulações, de materiais de fricção como pastilhas de freio, de
materiais de vedação como gaxetas, de tintas, produtos têxteis, plásticos e
tecidos resistentes ao fogo.
Pessoas que trabalham desempenhando funções que as deixam expostas ao
asbesto correm grave risco de desenvolver tal fibrose pulmonar.
As fibras desta substância, quando inaladas, causam cicatrização dos tecidos
que revestem o interior dos pulmões.
Os tecidos cicatrizados não se expandem nem se contraem. Ficam sem
elasticidade e uma série de complicações começa a surgir. Esta é uma
enfermidade grave que precisa ser devidamente tratada. Quando não recebe

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atenção a asbestose pode provocar calcificação das placas neurais e um tumor
maligno que recebe o nome de mesotelioma.
Estes tumores podem se manifestar depois de 20, 40 anos da exposição
inicial.

É preciso ficar atento e, diante de qualquer sinal, logo procurar por ajuda
médica.

AGENTE CAUSADOR

Quem provoca esta doença é o amianto ou asbesto. Esta fibra natural é


largamente utilizada em vários setores da nossa indústria, devido a sua
durabilidade, resistência e baixo custo. Também conhecido como “poeira
assassina”, este mineral quando inalado é absorvido pelos pulmões e
provoca uma reação inflamatória.
Esta inflamação leva à cicatrização de tecido pulmonar saudável, provocando
fibrose no pulmão. O desenvolvimento da doença possui relação com o tempo
de exposição ao asbesto, com o tipo de mineral inalado e com a quantidade
envolvida.
Todos os tipos de asbesto provocam asbestose. Encanadores, soldadores,
zeladores, eletricistas, mineradores e carpinteiros, por exemplo, são
profissionais que se enquadram dentro do grupo de risco para a enfermidade.

COMO SE DESCOBRE A DOENÇA (DIAGNÓSTICO)

Este é basicamente firmado ao se observar as alterações radiológicas e ao se


conversar com o paciente. Pessoas que trabalham em locais onde há a
presença de amianto ficam totalmente vulneráveis ao desenvolvimento deste
quadro. A falta de ar, a dor no peito e a tosse são os principais sintomas que
levam muita gente a logo procurar por ajuda médica.
Quando se está com asbestose qualquer tarefa parece exigir um esforço muito
maior.
O trabalhador fica constantemente cansado e debilitado.
Diante destes sinais o profissional irá realizar uma série de exames para que o
diagnóstico correto seja estabelecido.
Um raio-x de tórax pode revelar leves opacidades. Entretanto, o exame mais
completo é a tomografia computadorizada.
Esta possibilita uma análise muito mais detalhada das regiões dos pulmões e
das estruturas interlobulares.

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A espirometria também pode ajudar, já que permite medir a capacidade
respiratória. Além de atingir os pulmões, a asbestose também acomete a
pleura. Esta é caracterizada pelo espessamento em placas, calcificações e
derrames. Qualquer sinal que seu corpo possa estar lhe enviando deve ser
analisado. A grande maioria das doenças quando precocemente
diagnosticadas produz resultados satisfatórios.
Portanto, não deixe de buscar por ajuda.

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SINTOMAS

Estes variam de acordo com o tamanho e com a concentração das fibras. O


tempo de exposição, o tipo de material e o esforço físico envolvido quando da
inalação também são fatores a ser considerados. As fibras pequenas atingem o
interior do órgão chegando aos alvéolos e produzindo inflamação. Desta

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inflamação ocorre uma reação que leva à cicatrização de tecido saudável.
Estas cicatrizes dificultam a troca gasosa e provocam outras complicações. A
doença possui ligação com o câncer de pulmão comprovada.
O tumor maligno pode, entretanto, demorar anos para se manifestar. Alguns
dos sintomas produzidos são:

 Falta de ar;
 Tosse seca;
 Dor no peito ao respirar;
 Intolerância a esforços;
 Baqueteamento digital.

A destruição do tecido dos pulmões pode levar à hipertensão pulmonar, à cor


pulmonar ,insuficiência cardíaca, derrame pleural e câncer.
É preciso ficar atento a esta possibilidade caso seja uma pessoa inclusa no
grupo de risco. Realize exames de rotina e consulte frequentemente um
médico.

PREVENÇÃO

Uma simples medida pode prevenir o desenvolvimento desta doença: banir o


amianto. Um número enorme de pessoas sofre e morre por complicações da
asbestose enquanto que o banimento da substância é a solução. A
enfermidade é provocada somente quando há a exposição prolongada ao
mineral, evitando-se o contato, previne-se a doença.

Após o diagnóstico da mesma o contato com asbesto deve ser suspenso. O


prognóstico varia de acordo com a gravidade do problema.
O mesotelioma não costuma resultar em quadros satisfatórios. O cigarro deve
ser suspenso, pois contribui com os danos.
 Protetores respiratórios devem ser utilizados por todos os trabalhadores
que lidam com o material. O ambiente industrial deve estar sempre
umidificado e o piso lavado.
 A ventilação precisa ser geral.

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TRATAMENTO

Atualmente não há uma cura para a asbestose. Quando do diagnóstico


a exposição ao amianto deve ser suspensa. O tratamento visa o controle
dos sintomas e a amenização dos mesmos. Terapias respiratórias serão
administradas com o intuito de remover secreções dos pulmões.
Medicamentos em aerossol são prescritos para auxiliar na fluidificação
das secreções. Muitas vezes faz-se necessário o fornecimento de
oxigênio aos pacientes por meio de máscaras ou de cânulas nasais.

O estresse provocado pela asbestose pode tornar importante um


acompanhamento psicológico ou a participação em grupos de apoio. O
resultado do tratamento depende do tempo de exposição e da extensão
do problema. Um tumor maligno pode surgir cerca de 40 anos após a
primeira exposição, resultando quase sempre em morte. É preciso ficar
atento e realizar exames de rotina para um bom monitoramento do
organismo. Diante de qualquer sinal que seu corpo possa estar lhe
enviando não deixe de procurar por ajuda médica. O correto tratamento
alivia os sintomas e permite que o paciente leve uma vida melhor. Nunca
realize automedicações. Todo caso necessita ser avaliado por um
profissional.

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