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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

ESCOLA DE NEGÓCIOS E HOSPITALIDADE


CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

ADRIANO PIOVESANA
GABRIEL KATAYAMA PONTES
WILLIAM LONGO GALVANI JUNIOR

USO DA ANÁLISE FUNDAMENTALISTA NA IDENTIFICAÇÃO DE


VALORIZAÇÕES ATÍPICAS NA BOLSA DE VALORES:
ESTUDO DE CASO MAGAZINE LUIZA

São Paulo
2019
ADRIANO PIOVESANA
GABRIEL KATAYAMA PONTES
WILLIAM LONGO GALVANI JUNIOR

USO DA ANÁLISE FUNDAMENTALISTA NA IDENTIFICAÇÃO DE


VALORIZAÇÕES ATÍPICAS NA BOLSA DE VALORES:
ESTUDO DE CASO MAGAZINE LUIZA

Trabalho apresentado como avaliação da disciplina


TCC para obtenção do título de Bacharel
em Ciências Econômicas na
FACULDADES METROPOLITANAS
UNIDAS (FMU).

ORIENTADOR: PROF. MSC. LUIZ GUSTAVO ARGENTINO

São Paulo
2019
USO DA ANÁLISE FUNDAMENTALISTA NA IDENTIFICAÇÃO DE
VALORIZAÇÕES ATÍPICAS NA BOLSA DE VALORES:
ESTUDO DE CASO MAGAZINE LUIZA

Data de Aprovação: __/__/__

Banca Examinadora:

_________________________________________________________________
Presidente: Prof. Dr. Júlio Cesar Gomes
Faculdades Metropolitanas Unidas

________________________________________________________________
Membro Externo: Prof. Dr. Alexandre Lucchesi
Faculdades Metropolitanas Unidas

________________________________________________________________
Membro Interno: Prof. Me. Luiz Gustavo Argentino
Faculdades Metropolitanas Unidas
Aos nossos pais, que sempre nos apoiaram na
busca de nossos sonhos.
AGRADECIMENTOS

A Deus, fonte de toda sabedoria, pela força e pela coragem que nos concedeu, permanecendo
ao nosso lado em todo o percurso desta caminhada.
Ao Professor Luiz Argentino, nossa eterna gratidão, por ter sido orientador persistente e
amigo que, com diretrizes seguras, muita paciência, constante acompanhamento e incentivo,
me aceitaram com todas as minhas restrições.
À minha família, pela paciência e compreensão.
Aos meus colegas de trabalho, pelas palavras de incentivo e apoio.
Aos meus colegas de sala, pela companhia nesses meses de estudos.
“Leia, não para contradizer ou refutar, nem
para acreditar ou aceitar como verdade
indiscutível, nem para ter assunto para
conversa e discurso, mas para pensar e
considerar.” (Francis Bacon)
RESUMO

O objetivo desta pesquisa foi identificar os fatores críticos que influenciaram na valorização
atípica nas ações do Magazine Luiza, por meio de um estudo de caso utilizando a análise
fundamentalista em balanços e dados financeiros da empresa e de suas concorrentes. A
análise fundamentalista proposta neste trabalho procura atentar-se aos dados disponibilizados
pelas empresas em um período de 16 trimestres durante os anos de 2015 a 2018.
Palavras-chave: Análise Fundamentalista. Magazine Luiza. B3.
ABSTRACT

The objective of this research was to identify the critical factors that influenced the atypical
valuation of Magazine Luiza's stocks, through a case study using the fundamentalist analysis
in statement and financial data of the companies and its competitors. The fundamentalist
analysis proposed in this paper seeks to focus on data provided by companies over a period
of 16 quarters from 2015 to 2018.
Keywords: Fundamental Analysis. Magazine Luiza. B3.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1 – Taxa Desocupação das pessoas de 14 ou mais de idade – Brasil (2012-2017). 16

Gráfico 2 – PIB E Taxa Selic - (2009 - 2018). 16

Gráfco 3 – Variação Mensal do Volume de Vendas no Comércio Varejista Brasileiro. 17

Gráfico 4 – Valorização MGLU3. 19

Gráfico 5 – Indicador Preço/VPA. 28

Gráfico 6 – VPA. 39

Gráfico 7 – EBITDA por Ação. 40

Gráfico 8 – Preço/Vendas. 41

Gráfico 9 – Giro de Caixa. 41

Gráfico 10 – EBTIDA. 42

Gráfico 11 – Margem Líquida. 43

Gráfico 12 – Margem Operacional. 44

Gráfico 13 – Giro do Ativo. 44

Gráfico 14 – ROA. 45

Gráfico 15 – ROE. 46

Gráfico 16 - ROIC 46

Gráfico 17 – Capitalização de Mercado. 47

Gráfico 18 – Liquidez Corrente. 48

Gráfico 19 – Dividend Yeld. 48

Gráfico 20 – EBITDA. 49

Gráfico 21 – Capitalização de Mercado 52

Gráfico 22 - EBITDA 52
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Dados Financeiros. 27

Tabela 2 – Índices MGLU. 35

Tabela 3 – Índices VVAR. 36

Tabela 4 – Índices BTOW. 37

Tabela 5 – Índices LAME. 38


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 13

1.1 RELEVÂNCIA SOCIAL E ACADÊMICA 13


1.2 OBJETIVOS 13
1.3 JUSTIFICATIVA 14
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO 14
2 REFERENCIAL TEÓRICO 15

2.1 MAGAZINE LUIZA 15


2.2 SETOR VAREJISTA BRASILEIRO 16
2.3 B3 18
2.4 ANÁLISE FUNDAMENTALISTA 19
2.4.1 Preço 21

2.4.2 Rentabilidade 23

2.4.3 Liquidez 25

2.4.4 Indicadores de Risco 26

3 PROCECIMENTOS METODOLÓGICOS 27

3.1 MATRIZ DE AMARRAÇÃO 28


4 COLETA E ANÁLISE DE DADOS 35

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO 51

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 53

REFERÊNCIAS 54
12

1 INTRODUÇÃO

O estudo visa esclarecer por meio da Análise Fundamentalista dos dados financeiros o motivo
pelo qual houve um movimento atípico na valorização das ações do grupo Magazine Luiza S.A.
negociadas no período compreendido entre 2015 a 2018 na B3 (Bolsa de Valores do Estado de São
Paulo). A partir dos dados disponibilizados à investidores por meio de comunicações oficiais, a
pesquisa procura observar os detalhes intrínsecos das práticas adotadas pela empresa no intervalo
destacado atribuindo ênfase a análise fundamentalista cujo objetivo é, entre outros, a identificação
das causas da valorização dos ativos, dados sobre a liquidez, níveis de atividades operacionais,
rentabilidade e endividamento, além de seu papel no cenário macroeconômico (LEMES JÚNIOR;
RIGO; CHEROBIM, 2002). Embasado com a história da empresa, sua inserção na B3, seu modelo
de negócio e governança corporativa, o estudo propõe expor as explicações que levaram a ação
(MGLU3) a subir mais de 15.000% (quinze mil por cento) em uma cronologia de cinco anos (ZOGBI,
2018), e em função disso, apresentar um modelo padronizado de identificação de ações com grande
potencial de valorização de longo prazo utilizando como base o caso da instituição Magazine Luiza
S.A. na procura de identificar as circunstâncias que culminaram no preço das ações MGLU3. Isto
faz-se relevante ao ponto de que é possível projetar tal análise a outras companhias com base nos
dados analisados ao longo do trabalho, partindo da premissa de que seguindo determinadas diretrizes
tal movimentação atípica do valor das ações existe a possibilidade de ocorrer em outras empresas,
visto que as estratégias fundamentais para o sucesso dos papeis estariam alinhadas com a proposta de
análise estruturada neste trabalho.

1.1 RELEVÂNCIA SOCIAL E ACADÊMICA

Este estudo faz-se relevante no que tange a identificação por parte do investidor
individual de ações negociadas na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo) que possuam grande
possibilidade de crescimento ao longo prazo.

1.2 OBJETIVOS

O objetivo principal do estudo é esclarecer por meio da Análise Fundamentalista dos


dados financeiros a razão pela qual houve um movimento atípico na valorização das ações
do Magazine Luiza S.A. no período de 2015 a 2018. Os objetivos específicos dividem-se em:
13

a) Descrever em retrocesso os movimentos de mercado, dados financeiros e governança


corporativa do Magazine Luiza utilizando a Análise Fundamentalista como
ferramenta de mensuração no preço final das ações;
b) Identificar as principais características que culminaram para a valorização das ações
estudadas;
c) Responder se apenas com a Análise Fundamentalista é possível explicar
racionalmente o avanço no preço das ações no período estudado, ou se há fatores
externos que a AF não abrange e explicam essa valorização.

1.3 JUSTIFICATIVA

Esse trabalho justifica-se ao fato da valorização atípica das ações do Magazine Luiza
ser um evento pouco descrito na literatura especializada. Portanto, entendeu-se a necessidade
de condensar as peculiaridades neste caso em um Modelo Fundamentalista de análise para
que possa ser replicado, auxiliando assim investidores individuais em suas escolhas no
mercado financeiro.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

O primeiro capítulo apresenta a introdução do artigo assim como a justificativa e


relevância do estudo apresentado.

No segundo capítulo são expostos no referencial teórico os temas que norteiam a


pesquisa: A apresentação da Magazine Luiza, o setor varejista brasileiro, a B3 e os
conceitos essenciais acerca da Análise Fundamentalista.

No terceiro capítulo são apresentados os procedimentos metodológicos utilizados


para atingir o objetivo central do trabalho.

No quarto capítulo são apresentados os dados consolidados que serviram como base
de análise para alcançar a proposta do trabalho.

No quinto e último capítulo foram discutidos os dados apresentados e as


considerações finais sobre os fatores fundamentais para a movimentação atípica do papel
(MGLU3) estudado.
14

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 MAGAZINE LUIZA

Fundada no ano de 1974, a holding que hoje viria a se chamar Magazine Luiza tornou-
se em alguns anos uma empresa praticamente fadada ao esquecimento na bolsa de valores
para evoluir à companhia líder do setor de varejo com uma importância de 30 bilhões de reais
no final de 2018 (ZOGBI, 2018).
Com uma ampla rede de distribuição em 16 estados do país, 954 lojas, mais de 27 mil
colaboradores e 17 milhões de clientes ativos, a Magazine Luiza (Relatório Anual MGLU3,
2018) é considerada por muitos analistas do mercado como uma empresa de sucesso e saúde
financeira para se investir. Este trabalho propõe analisar de forma aprofundada, através da
análise fundamentalista financeira, quais são os pontos chaves que influenciaram direta ou
indiretamente nos preços das ações no período de 2015 a 2018.
No ano de 2015, o Brasil enfrentou uma crise econômica sem precedentes. Houve
uma redução do PIB de 3,8% (três vírgula oito por cento), a taxa de desemprego passou para
8,5% (oito vírgula cinco por cento) a.a. e a taxa Selic subiu para 12,25% (doze vírgula vinte
e cinto por cento) a.a.. Além disso, existiu uma forte queda no setor varejista de 4,3% (quatro
vírgula três por cento) (IBGE). Neste cenário, a Magazine Luiza era negociada na B3 por
volta de R$0,96 (noventa e seis centavos) e no acumulado do ano encerrou com um prejuízo
de 65,6 milhões de reais, retração de 8,2% (oito vírgula dois por cento) na receita liquida em
comparação ao de 2014, queda de 23,4% (vinte e três vírgula quatro por cento) no EBTIDA
(Earnings before interest, taxes, depreciation and amortization). (Relatório Anual MGLU3,
2015).
No final de 2015, a Magazine Luiza conseguiu um aporte de 800 milhões de reais do
fundo de investimento Alaska Black, valor altamente expressivo, visto que o custo de
mercado das ações MGLU3 valia cerca de 180 milhões de reais.
A partir deste ponto que o trabalho irá identificar os movimentos de mercado, governança
corporativa, demonstrações financeiras e dados macroeconômicos para realizar uma análise
fundamentalista destacando os fatores cruciais para a valorização da MGLU3.
15

Gráfico 1 – Taxa Desocupação das pessoas de 14 ou mais de idade – Brasil (2012 – 2017).

Fonte: IBGE – Diretoria de Pesquisas, DPE (2018).

Gráfico 2 – PIB E Taxa Selic - (2009 - 2018).

Fonte: BACEN – Relatório Anual de inflação (2017).

2.2 SETOR VAREJISTA BRASILEIRO

Dentre os setores da economia brasileira, o varejista merece uma posição de destaque


nos últimos anos. São considerados três fatores principais para essa afirmativa.
Primeiramente, o respectivo setor é responsável por grande absorção de mão de obra,
em geral com menor nível de qualificação, que de acordo com Santos e Costa (1997),
compensando assim o desemprego da indústria brasileira.
Outro motivo o qual podemos identificar é que após a década de 1990, houve a
transição do setor, antes pulverizada para os atuais grupos estruturados de varejo, acarretando
uma maior diversidade nos produtos e acirramento da concorrência. A partir desse ocorrido,
a disputa por marketshare incentivou o mercado à procura de fornecedores e produtos,
impulsionando a tendência de redução dos preços.
16

Segundo Oliveira e Machado (2009), a concorrência acirrada no setor que teria


restringido o aumento de preços no atacado, possibilitando assim a redução do nível de preço
ao consumidor final.
Por fim, o dinamismo em gerar um canal direto entre sua produção e o consumo,
podendo assim controlar com maior facilidade à variação da demanda e as preferencias do
consumidor, conforme discutido por Guidolin (2009)
Neste contexto, é interessante expor que o comportamento e o volume de vendas do
setor varejista são importantes não somente às empresas que atuam nesse mercado, mas
também para o setor industrial, que utiliza o volume de vendas como um indicador importante
para projeções de produção e até mesmo para decisões de investimento.
Os principais componentes desse setor brasileiro são: supermercados, lojas de
vestuário, lojas de eletroeletrônicos, postos de gasolina, livrarias, farmácias. Há um
crescimento ao longo dos últimos anos do mercado de varejo online, sendo considerado um
dos setores com melhores perspectivas para os próximos anos.
Desde 1995 o IBGE, através da PMC (Pesquisa Mensal de Comercio), produz
indicadores relativos ao varejo brasileiro. A PMC representa dados sobre a receita bruta
mensal das empresas que são provenientes da revenda de mercadorias, não deduzindo os
impostos incidentes e nem as vendas não finalizadas ou canceladas e descontos
incondicionais. Obtêm-se assim, duas variáveis de mensuração: Receita Nominal de Vendas
e Volume de Vendas.

Gráfico 3 – Variação Mensal do Volume de Vendas no Comércio Varejista Brasileiro.

Fonte: IBGE – Diretoria de Pesquisas, DPE (2019).


17

Estre trabalho propôs-se a destacar quatro empresas do setor de varejo brasileiro e


fazer uma análise comparativa, assim obtendo variáveis econômico-financeiras que podem,
em média, explicar o setor como um todo. O foco será no Magazine Luiza, como um estudo
de caso, também será analisado os dados da Via Varejo, Lojas Americanas e B2W.

2.3 B3

Fundada em 22 de março de 2017, a B3 é uma junção entre a CETIP (Central de


Custodia e de Liquidação Financeira de Títulos), e a BM&F Bovespa (Bolsa de Valores,
Mercados e Futuros de São Paulo). Sendo hoje reconhecida como a 5ª maior bolsa de valores
do mundo, com um patrimônio de U$13 milhões. (MOREIRA, 2017)
A B3 tem como função principal garantir que as negociações de valores mobiliários
ocorram em um ambiente transparente e líquido. Assim, através de corretoras, o investidor
pode negociar ações de empresas em 17 setores da economia e em uma variedade de 429
companhias listadas na bolsa. (RELATÓRIO ANUAL B3, 2017).
Além disto, a B3 é responsável por uma série de benefícios para o mercado acionário
e a economia do Brasil, entre estes benefícios podemos citar:
a) Capitalização de Investimento: oportunidade para empresas adquirirem capital para
a expansão de suas atividades através da venda de suas ações (capital social),
debêntures e notas promissórias;
b) Mobilizar Poupanças em Investimentos: opção para o investidor alocar seus recursos
em um investimento produtivo, auxiliando assim o crescimento da empresa e da
economia como um todo, já que a empresa utilizará este recurso para investir em seu
negócio e aumentar a produção, gerando mais empregos diretos e indiretos,
aumentando a renda e o desenvolvimento regional;
c) Redistribuição de Renda: possibilidade de o pequeno investidor ter acesso a meios
para se tornar sócio de grandes companhias lucrativas;
d) Transparência: através da Governança Corporativa as empresas são pressionadas a
ter uma posição clara e transparente de seus balanços e movimentos de mercado para
com o grande público, gerando mais confiança do mercado e melhor administração
dos recursos da empresa;
e) Indicador da Economia: o movimento da bolsa de valores é considerado um
termômetro para a economia, pois a precificação de ativos é efetuada diariamente,
18

isto faz com que seja mais precisa a análise de tendência e determinados setores ou
até mesmo do PIB.
Em março de 2011 o Magazine Luiza se lançava no mercado de ações, sua Oferta Pública
Inicial (IPO, sigla em inglês), captou 925,8 milhões de reais, sendo a ação negociada em
R$15,26 (quinze reais e vinte e seis centavos). (Gráfico 4)

Gráfico 4 – Valorização MGLU3.

Fonte: ADVFN.
2.4 ANÁLISE FUNDAMENTALISTA

A Análise Fundamentalista (AF) é uma ferramenta comumente utilizada para a


avaliação de alternativas de investimento em ações, a partir de informações financeiras
obtidas junto às empresas, panorama setorial e conjuntura macroeconômica, além de análise
retrospectiva de demonstrações financeiras, governança corporativa e estabelecendo
previsões para seu futuro desempenho. Fica sob responsabilidade da AF precificar o chamado
“Valor Justo” para uma empresa, sendo que a premissa básica é a de que o termo é dado pelo
mercado através do entendimento que estes têm sobre a capacidade futura de geração de
lucros da empresa. (ROSTAGNO; SOARES; SOARES, 2008):
É importante reconhecer que são os preços dos ativos, e não os seus retornos
que são determinados pelo mercado e aí observados. Os retornos dos ativos
constituem uma relação matemática derivada, que podem ser calculados em
função das receitas futuras estimadas, uma vez que seja conhecido o preço
atual de mercado de um ativo. Os preços são as taxas de câmbio entre
ativos. Falando de uma maneira bastante restrita, o que é diretamente
determinado no mercado de capitais não é uma família de taxas de juros,
mas o preço de direitos de propriedade particularizados, cada um
19

representando um direito a uma série esperada de serviços futuros.


(MOORE, 1968, p. 118)

Quando apresentado o “Valor Justo”, a maioria do público supõe que seja o valor do
Patrimônio Líquido de uma empresa dividido pelo número de ações em circulação no
mercado – Valor Patrimonial por Ação. Porém, o conceito de valor criado por Benjamim
Graham é mais abrangente e profundo. (NETO, 2019 apud GRAHAM, 2005,).
Para Graham, o preço da ação de uma empresa deve refletir as expectativas que os
investidores têm para o lucro futuro que a empresa poderá vir a apresentar, ou seja,
expectativas futuras de fluxo de caixa. Este conceito é particularmente interessante, pois é a
base lógica na qual os investidores se planejam para receber dividendos. (GRAHAM, 1973).
Um ponto importante abordado na Análise Fundamentalista é o de que o investimento
em ações deve ser voltado sempre ao longo prazo, desprezando assim o investimento
meramente especulativo. Com ênfase nessa abordagem em longo prazo, uma empresa terá
valor quando for capaz de gerar valor, seja por lucros ou quando seus ativos realizáveis no
curto prazo, desconsiderando as dívidas, apresentarem expectativas reais de fluxos positivos
de caixa. Isto é, no aspecto analítico, são empresas que estão com ações subvalorizadas
momentaneamente.
Em seu livro “Secutity Analysis” (1934), Graham e Dood apresentam 3 pilares básicos
para o investimento em ações:
1. Margem de Segurança: o mercado financeiro gera distorções entre o
preço e o “valor justo” de determinado ativo, sendo assim, existe
sempre a possibilidade de comprar ações relativamente “baratas”.
Porém o importante não é apenas comprar ações baratas, mas também
comprar ações dentro de um faixa de preço ótimo, uma margem de
segurança - um desconto significativo em relação ao valor intrínseco
do ativo. Assim seria possível não só maximizar os ganhos, mas
também minimizar os riscos em eventuais variações nos preços a curto
prazo.
2. Lucrar na Volatilidade do Mercado: ao contrário do pensamento
geral até então, Graham propôs que em mercados em queda e crises são
propícios a grandes oportunidades para aumentar a lucratividade em
sua carteira de ações. Para ele, as crises são momentos de pessimismo
exagerado e momentâneo, no qual o preço das ações é refletido de
forma distorcida à real condição das empresas. Por esse motivo é
importante possuir o controle emocional para fazer uma análise fria e
assertiva dos ativos, não deixando emoções e palpites influenciarem
nas decisões de compra ou venda das ações.
3. Identificação de Perfil de Investidor: Há dois grupos de investidores,
os “ativos” e os “passivos”. O investidor com o perfil “ativo” é aquele
que possui a capacidade e conhecimento necessário para identificar e
aproveitar as oportunidades de compra ou venda apresentadas no
mercado. Tais oportunidades seriam as de compra de ações
20

subvalorizadas no mercado e com grande potencial de geração de caixa


ao longo prazo. Já o investidor “passivo” ou “defensivo” é aquele que
não possui tais conhecimentos para se posicionar no mercado, ou seja,
de tomar as decisões de compra ou venda. Assim obtendo menos
ganhos em comparação ao investidor “ativo”, porem com mais
segurança para eventuais volatilidades dos preços. Pois este manteria
os ativos ao longo do tempo, utilizando a técnica “Buy and Hold”, que
consiste em manter os ativos independentemente das flutuações de
preço, sendo que o importante são os dividendos pagos ao longo dos
anos.

É de comum acordo que os aspectos apresentados por Graham e Dood são


considerados qualitativos, embora haja claramente a preocupação com o “preço justo” e o
retorno de dividendos. Os autores não se aprofundaram em como efetuar uma análise
quantitativa dos dados apresentados pelas empresas. Com o decorrer das décadas, outros
autores distintos demonstraram métodos quantitativos para a identificação do “valor justo”
de uma empresa, Oue Penman (1989) identificaram alguns índices financeiros úteis na
previsão de lucros, como o indicador Preço/Lucro (L/P), Preço/Valor Patrimonial (P/VP),
Dívida/Capital Social e Fluxo de Caixa Líquido (FCL). Já Lakoshok, Sheifer e Vishny (1994)
elaboraram um estudo oferecendo destaque no valor patrimonial por ação/preço unitário da
ação (VPA/P), constatando então, com o acréscimo das variáveis fluxo de caixa/preço e taxa
média de crescimento de vendas, os preços de retorno nas ações foram superiores em relação
ao crescimento das vendas. Porém em relação a outras ações, o valor unitário foi
aproximadamente o mesmo. (LAKOSHOK; SHEIFER E VISHNY, 1994).
Haugen e Baker (1996) propõem o modelo chamado de Modelo de Fator de Retorno
Esperado, cuja premissa é a de que o fator crucial é baseado nos payoffs das ações. Para
estimar os payoffs mensais, foram utilizados fatores relacionados à liquidez, barateamento,
rentabilidade, retorno de dividendos e risco. Os resultados obtidos foram 12 fatores
determinantes no retorno esperado das ações. (HAUGEN; BAKER, 1996).
Já, Costa Jr. e Neves (2000) propuseram em seu estudo que o coeficiente Beta seria o
fator determinando para explicar as valorizações das ações. O período observado foi de
janeiro/1986 a fevereiro/1996, a carteira foi composta por 117 ações negociadas na Bovespa.
(COSTA JR; NEVES, 2000).
Para um melhor entendimento sobre as variáveis envolvidas na Análise
Fundamentalista compilaremos a seguir os 15 índices/variáveis mais utilizados na literatura
especializada e por analistas financeiros, separadas em 4 categorias: Preço, Rentabilidade,
Liquidez e Risco. (ROSTAGNO; SOARES; SOARES, 2008).
21

2.4.1 Preço

a) Índice Preço/VPA: relaciona o preço de uma ação ao valor patrimonial. Indica o


preço que os acionistas estão dispostos a pagar em uma janela de tempo, pelo
patrimônio líquido da empresa. (VILLASCHI; GALDI; NOSSA, 2011).

P/VPA = Cotação da Ação / Valor Ativo Tangível (por ação)

Onde:
P/VPA = 1: significa que a ação está sendo negociada pelo preço equivalente ao seu
Patrimônio Líquido.
P/VPA < 1: significa que a ação está sendo negociada a um preço inferior ao seu
Patrimônio Líquido. Pode-se identificar uma oportunidade de compra ou que a empresa está
passando por dificuldades financeiras.
P/VPA > 1: significa que o mercado está pagando um preço maior que o Patrimônio
Líquido da empresa. Pode indicar um risco ao investidor, visto que em uma crise, por
exemplo, a cotação do papel possa vir a cair muito.

b) Índice Preço/Ação: relaciona o preço de uma ação ao valor patrimonial. Indica o


preço que os acionistas estão dispostos a pagar em uma janela de tempo, pelo
patrimônio líquido da empresa. (VILLASCHI; GALDI; NOSSA, 2011).

P/L = Preço da Ação / Lucro por Ação

c) EBITDA: sigla em inglês para “Earnings before interest, taxes, depreciation and
amortization”. É utilizado para avaliar a realidade financeira da empresa, ou seja,
representa a geração de caixa da companhia sem levar em consideração os efeitos
financeiros e os impostos. (MATARAZZO, 2010).

EBITDA = Lucro Operacional + Amortização e Depreciações


22

d) Relação Preço/Vendas: indica a relação entre a capitalização da empresa com o


valor da receita líquida de vendas. Este índice varia de zero ao infinito, sendo que
quanto maior o valor obtido, maior a valorização das ações. Já valores menores
representam uma desvalorização dos papeis. (BRUNI, 2011).

Preço/Vendas = Preço da Ação / Venda por Ação

e) Giro de Caixa: indica a quantidade de ciclos financeiros o caixa de uma empresa


possui por ano. Depende de aspectos operacionais e financeiros da empresa, como
movimentação de estoques, fluxo de vendas, prazo de recebimento dos clientes e
prazo de pagamento a fornecedores. Nota-se que, quanto maior o Giro de Caixa,
menor é a necessidade da empresa em buscar financiamento externo, diminuindo
assim a possibilidade de despesas com juros bancários e empréstimos. (ASSAF
NETO, 2008).
Para obter o Giro de Caixa, é preciso calcular o Ciclo Financeiro da Empresa:

CCC = DIO + DSO – DPO

Onde:
DIO = Prazo médio do estoque
DSO = Prazo médio para receber as vendas
DPO = Prazo médio para pagar fornecedores
Assim,

Giro de Caixa = 365 / CCC

2.4.2 Rentabilidade

a) Margem Líquida: Matarazzo (2010) determina que a margem líquida indique a


porcentagem de lucro em relação às receitas de uma empresa apresentada no
demonstrativo de resultados, após todos os impostos e tributos serem deduzidos.
23

ML = ( LL / RL ) X 100

Onde:
ML = Margem Líquida
LL = Lucro Líquido
RL = Receita Líquida

b) Margem Operacional: indica a eficiência operacional da empresa, ou seja, o quanto


de suas receitas liquidas vieram de suas atividades operacionais. (MATARAZZO,
2010).

Margem Operacional = (Lucro Operacional/Vendas Líquidas)


X100

Este índice varia de -100% até infinito, espera-se que ele seja sempre positivo,
indicando maior lucratividade ao longo prazo.

c) Giro do Ativo: indica quantas vezes o ativo de uma empresa girou em um


determinado período, ou seja, relaciona o total de vendas produzidas com o ativo da
empresa. (MATARAZZO, 2010).

Giro do Ativo = Vendas / Ativo Médio

Onde:

Ativo Médio: Ativo Inicial + Ativo Final / 2

d) Retorno sobre os Ativos (ROA): sigla em inglês: “Return on Assets”, representa a


capacidade de uma empresa em gerar lucro com os ativos que possui atualmente.
Quanto maior o ROA, mais a empresa está faturando com seus ativos, um menor
ROA indica que a empresa está utilizando seus ativos de maneira ineficiente.
(MATARAZZO, 2010).
24

ROA = Lucro Operacional / Ativo Total Médio

e) Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE): sigla do inglês “Return on Equity”,


mede a capacidade que a empresa possui de agregar valor através de seu patrimônio
ou do capital de seus investidores. Quanto maior o ROE de uma empresa, maior a
capacidade de geração de caixa no futuro, assim os ativos possuem maiores
expectativas de valorização. (MATARAZZO, 2010).

ROE = Lucro Líquido / Patrimônio Líquido

f) Retorno sobre o Capital Investido (ROIC): sigla em inglês “Return on Invested


Capital”, o retorno sobre o capital total investido determina a capacidade da empresa
de gerar retorno sobre o valor anteriormente alocado, em termos percentuais.
(MATARAZZO, 2010).

ROIC = Lucro Operacional Líquido / Capital Total Investido

2.4.3 Liquidez

a) Capitalização de Mercado (Valor de Mercado): é a estimativa do valor de


mercado de uma empresa. Calcula-se multiplicando a quantidade de ações pelo
valor de cada ação em cotação atual. (COSTA JR; NETO, 2000).

VM = Número de Ações Emitidas X Cotação da Ação

Existe a possibilidade de dividir as empresas pelo seu VM, geralmente em três


categorias: Small Caps (empresas com baixo valor de mercado apresentam geralmente pouca
liquidez); Midlle Caps (empresas com valor de mercado médio possuem razoável nível de
liquidez); e Blue Chips (empresas com maior valor de mercado e maior liquidez da bolsa de
valores).
25

b) Liquidez Corrente: Braga (2009) explica que a liquidez corrente mede a capacidade
da empresa em cumprir suas obrigações no curto prazo, representa a saúde financeira
do caixa da empresa. É obtido através da divisão dos ativos circulantes (curto prazo),
pelo passivo circulante (empréstimos, impostos, pagamento a fornecedores).

Liquidez Corrente = Ativo Circulante / Passivo Circulante

Caso o índice seja superior a 1,0, indica a existência de capital de giro líquido
positivo; se igual a 1,0, supõe-se a existência de capital de giro líquido negativo.

c) Dividend Yield: indica o quanto de retorno em proventos tal ativo gerou nos últimos
12 meses, com base nas cotações atuais. Seu cálculo consiste na divisão dos valores
pagos por ação pela empresa nos últimos 12 meses pela atual cotação das ações.
Conclui-se que quanto maior o Dividend Yield de uma empresa, maior é o valor pago
via dividendos, podendo afetar positivamente o preço da ação. (FAMA; FRENCH,
1988).

Dividend Yield = Dividendos Pagos (12 meses) / Preço da Ação

2.4.4 Indicadores de Risco

a) Índice Beta: indica o retorno dos investimentos em relação às variações de uma


carteira hipotética que “representa” o mercado. Como não é possível mensurar o
mercado como um todo, foram criadas proxys, como indicadores de índices que
tendem a se comportar como o mercado total, por exemplo, o índice IbrX e o S&P
500. O índice Beta é calculado dividindo-se a covariância do retorno da carteira com
o retorno do índice de mercado. Pode-se concluir que quanto maior o Índice Beta de
uma carteira, maior o risco sistêmico, ou seja, maior é a elasticidade do retorno da
carteira em relação as variações do retorno do índice do mercado. (GROPPELLI;
NIKBAKHT, 2000).

BETA = Covariância ( RM , RI ) /Variância (RM)

Onde:
26

RM: Índice do Mercado.


RI: Retorno da Carteira.
27

3 PROCECIMENTOS METODOLÓGICOS

Para atingir o objetivo do estudo foram realizadas análises por meio de dados
secundários de 4 empresas do setor varejista (B2W, Lojas Americanas, Magazine Luiz e Via
Varejo) que juntas correspondiam a maior e mais representativa fatia do mercado.
A pesquisa considerou os dados financeiros das empresas citadas acima no período
de 16 trimestres referentes a janeiro de 2015 até dezembro de 2018 por ter sido o intervalo
de mínima e máxima histórica respectivamente do papel MGLU3, o qual é objeto de pesquisa
do trabalho.
Levando-se em conta que a pesquisa tem como objetivo verificar as condições que
levaram o papel MGLU3 ao aumento exponencial no período referido, o método escolhido
na estruturação do trabalho foi o quantitativo uma vez que o intuito é apontar por meio de
números, indicadores, gráficos e tabelas as diferenças essenciais que tornaram possível sua
movimentação atípica frente as concorrentes.
O procedimento adotado para realizar a comparação entre as empresas se deu início
primeiramente pela extração dos dados financeiros correspondentes aos 15 índices utilizados
na composição do trabalho, sendo os mesmos retirados do software Economática, um banco
de dados que é constantemente alimentado a fim de fornecer informações precisas para
análise de investimentos (ECONOMÁTICA, 2017).
A partir da coleta das informações, foi elaborada uma planilha no software Excel,
como a ilustrada na Tabela 1 para identificação das empresas e seus respectivos números em
cada um dos indicadores previamente expostos.

Tabela 1 – Dados Financeiros.

Fonte: Economática (2019).

Após a construção da base de dados e consequentemente seu preenchimento, as


informações foram consolidadas em formas de gráficos, como o observado no Gráfico 4,
objetivando tornar visível e claro as diferenças entre o papel MGLU3 e seus principais
concorrentes no setor varejista.
28

Gráfico 5 – Indicador Preço/VPA.

Fonte: Adaptado de Economática (2019).

3.1 MATRIZ DE AMARRAÇÃO

Componentes Descrição e orientações metodológicas

INTRODUÇÃO

Objetivos O objetivo principal do estudo é esclarecer


por meio da Análise Fundamentalista dos
dados financeiros a razão pela qual houve
um movimento atípico na valorização das
ações do Magazine Luiza S.A. no período
de 2015 a 2018. Os objetivos específicos
dividem-se em:
Descrever em retrocesso os movimentos
de mercado, dados financeiros e
governança corporativa do Magazine
29

Luiza utilizando a Análise


Fundamentalista como ferramenta de
mensuração no preço final das ações.
Identificar as principais características
que culminaram para a valorização das
ações estudadas.
Responder se apenas com a Análise
Fundamentalista é possível explicar
racionalmente o avanço no preço das
ações no período estudado, ou se há
fatores externos que a AF não abrange e
explicam essa valorização.
Relevância Esse estudo faz-se relevante no que tange
a identificação por parte do investidor
individual de ações negociadas na B3
(Bolsa de Valores de São Paulo) que
possuam grande possibilidade de
crescimento ao longo prazo.
O estudo contribui como instrumento base
para pesquisas mais detalhadas e
aprofundadas sobre o comportamento de
ações, sendo possível analisar e entender
a partir dele a razão de movimentação de
outros papéis negociados na Bolsa de
Valores de São Paulo (B3).
Justificativa Esse trabalho é justificado pelo fato da
valorização atípica das ações do Magazine
Luiza ser um evento pouco descrito na
literatura especializada, sendo assim,
encontrou-se a necessidade de condensar
as peculiaridades neste caso em um
Modelo Fundamentalista de análise que
possa ser replicado, auxiliando assim
30

investidores individuais em suas escolhas


no mercado financeiro.
Objeto de estudo Ação MGLU3.
Problematização da pesquisa Entender as diferenças essenciais que
fazem uma instituição possuir ganhos tão
atípicos em um setor de tamanha
competitividade e sensibilidade
econômica como observado no varejo.
Delimitação Setor Varejista Brasileiro.
Natureza da pesquisa Quantitativa.
Construtos O Magazine Luiza é atualmente a sexta
maior empresa varejista do país em
questão de faturamento (IBEVAR, 2018).
A empresa possui aproximadamente 790
lojas localizadas nos estados de São
Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa
Catarina, Rio Grande do Sul, Ceará, Piauí,
Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Rio
Grande do Norte, Sergipe, Alagoas,
Bahia, Mato Grosso do Sul e Goiás.
Emprega mais de 20.000 funcionários e é
a terceira maior rede de lojas de
departamentos do Brasil (Ranking
IBEVAR). Fundada há mais de 50 anos
pelo casal, Luiza Trajano Donato e
Pelegrino José Donato, o Magazine Luiza
destacou-se nos últimos anos como um
caso de valorização muito superior às
médias da BOVESPA, sendo essa a
questão principal desse trabalho.
O Setor varejista é formado por empresas
de comércio que vendem diretamente para
os consumidores finais (KOTLER,2000).
31

É um setor importante para a economia


brasileira, pois possui uma grande
capacidade de absorção de mão de obra.
Além disso, as 120 maiores empresas
varejistas correspondem em faturamento
cerca de 8% do PIB brasileiro
(IBEVAR,2018).
B3 é a bolsa de valores brasileira, em 2017
alcançou o posto de quinta maior bolsa de
mercado de capitais e financeiros do
mundo, com um patrimônio de US$13
bilhões (Moreira, 2017). As empresas
listadas na B3 possuem um valor de
mercado totalizado de 4 trilhões de reais
em 2019, representando todos os setores e
segmentos da economia brasileira
(Mamona, 2019).
A Análise Fundamentalista é uma
ferramenta utilizada para verificar a
situação financeira, econômica e
mercadológica de uma empresa (BODIE,
KANE & MARCUS, 1999).
Apresentando um campo de estudos e
interpretações compostos de
Macroeconomia, Microeconomia,
Finanças Internacionais, Economia
Política, Balanços e Demonstrativos
Contábeis, entre outros. A AF é
responsável por definir qual o valor de
mercado de um ativo e compara-lo com a
sua cotação no mercado, assim
disponibiliza ao investidor informações
importantes para a tomada de decisão
32

estratégica de investimento (DEBASTINI


& RUSSO 2008).
Motivação A motivação desse estudo foi
compreender como operar uma análise
prática sobre uma ação negociada na
Bolsa de Valores a fim de aumentar o
entendimento sobre assuntos relacionados
ao mercado de renda variável.
Contribuição social da pesquisa Esse estudo faz-se relevante no que tange
a identificação por parte do investidor
individual de ações negociadas na B3
(Bolsa de Valores de São Paulo) que
possuam grande possibilidade de
crescimento ao longo prazo.
Contribuição acadêmica da pesquisa O estudo contribui como instrumento base
para pesquisas mais detalhadas e
aprofundadas sobre o comportamento de
ações. Dessa forma, torna-se possível
analisar e entender a razão de
movimentação de outros papéis
negociados na Bolsa de Valores de São
Paulo (B3).
METODOLOGIA
Dados Secundários.
Amostra e Critérios de seleção O procedimento adotado para realizar a
comparação entre as empresas se deu
primeiramente pela extração dos dados
financeiros correspondentes aos 15
índices utilizados na composição do
trabalho, sendo os mesmos retirados do
software Economática. A partir da coleta
das informações foi elaborada uma
planilha no software Excel para
33

identificação das empresas e seus


respectivos números em cada um dos
indicadores previamente expostos. Após a
construção da base de dados e
consequentemente seu preenchimento, as
informações foram consolidadas em
formas de gráficos com o objetivo de
tornar visível e claro as diferenças entre o
papel MGLU3 e seus principais
concorrentes no setor varejista.
Método de investigação científica Comparativa.
Tipo de pesquisa Exploratória.
34

4 COLETA E ANÁLISE DE DADOS


35

Tabela 2 – Índices MGLU.


36
37

Fonte: Adaptado de Economática (2019)


38

Tabela 3 – Índices VVAR.


39
40

Fonte: Adaptado de Economática (2019).


41

Tabela 4 – Índices BTOW.


42
43

Fonte: Adaptado de Economática (2019).


44

Tabela 5 – Índices LAME.


45
46

Fonte: Adaptado de Economática (2019).

A partir da Tabela 2, Tabela 3, Tabela 4, Tabela 5, foram criados os gráficos a seguir.


No Gráfico 5, evidencia-se o grande salto que a MGLU3 deu a partir do 2° trimestre de 2016,
onde até então era meramente um coadjuvante para o setor. Em um período um pouco menor
de 9 meses é possível observar que enquanto as concorrentes, VVAR3, BTOW3 e a média
do setor mantiveram seu nível de Preço/Valor Patrimonial, a LAME3 obteve uma grande
queda, já ações MGLU3 subiram com muita velocidade.

Gráfico 6 – VPA.

Fonte: Adaptado de Economática (2019).

Pressupõe-se que as ações MGLU3 se valorizaram tanto ao ponto de ser um risco para
o investidor, pois o valor negociado das ações está maior que o valor patrimonial da empresa,
neste caso o mercado já precificou o valor das ações, sendo um indicador que o momento
ideal para investir na empresa já passou.
No Gráfico 6, demonstra-se o EBTIDA por ação. O período que se destaca é no 4°
trimestre de 2015, onde as ações BTOW3 obtiveram um grande aumento. Por outro lado, a
tendência é de estabilização do setor como um todo.
47

Gráfico 7 – EBITDA por Ação.

Fonte: Adaptado de Economática (2019).

A MGLU3 não obteve dados relevantes no EBTIDA por ação, significando que a
capacidade de geração de caixa da empresa teve um leve aumento no período de 2015 a 2018,
indicando que é necessário um olhar mais atento para os custos operacionais.
O Gráfico 7 indica uma tendência de manutenção do Preço/Vendas do setor varejista,
havendo casos isolados de queda, como no caso da BTOW3 e das altas leves da VVAR3 e
MGLU3. Interpretamos o gráfico como positivo para a MGLU3, pois estando com o
Preço/Vendas em um nível baixo, significa que o lucro da empresa foi consideravelmente
grande em comparação às suas vendas. Assim, há uma grande indicação ao investidor de que
o lucro da Magazine Luiza é oriundo de seu negócio fim, e não apenas de operações contábeis
pontuais.
48

Gráfico 8 – Preço/Vendas.

Fonte: Adaptado de Economática (2019).

O Gráfico 8 demostra o Giro de Caixa das empresas analisadas. O ponto de destaque é o


grande aumento do índice da LAME3 a partir do 4° trimestre de 2016 e por outro lado a
queda do indicado da VVAR3 no mesmo período. Há a tendência de estabilização no setor
como um todo.

Gráfico 9 – Giro de Caixa.

Fonte: Adaptado de Economática (2019).


49

O Giro de Caixa da MGLU3 manteve-se estável no período, próximo de zero,


indicando assim que é possível que seja necessário a injeção de capital externo para fazer
com que o negócio seja sustentável ao longo prazo, visto que qualquer aumento das despesas
pressionaria a receita no curto prazo, fazendo-se necessário a contração de empréstimos para
manter os compromissos em dia.
O Gráfico 9 demonstra o EBTIDA das empresas e do setor estudados, ou seja, a
capacidade de geração de renda descontando os impostos e juros, assim obtemos uma
amostra identificando fortes mudanças entre as empresas. Enquanto a MGLU3 e a BTOW3
se mantiveram estáveis no período, há uma mudança abrupta no EBITIDA da VVAR3 e
LAME3, identificando que tais empresas estavam com uma capacidade de gerar lucro
comprometias, ao ponto de em no 4° trimestre de 2018 a VVAR3 estava com o índice
EBTIDA negativo.

Gráfico 10 – EBTIDA.

Fonte: Adaptado de Economática (2019).

As ações da MGLU3 mostraram-se no período estudado com um alto grau de


estabilidade, aumentando o índice a cada período de suas demonstrações financeiras,
analisamos essa informação como positiva para a empresa e o investidor, mostrando que a
empresa está aumentando sua receita em bases consistentes.
50

No Gráfico 10, identificamos uma grande variação no setor como um todo, sendo que
tal fato tem origem no 3º trimestre de 2015. Isto indica que o mercado varejista passou por
um momento de reajuste

Gráfico 11 – Margem Líquida.

Fonte: Adaptado de Economática (2019).

No período estudado, as ações do Magazine Luiza demonstraram um aumento


constante em sua Margem Líquida, significando assim a que capacidade de geração de lucro
da empresa se contrapôs ao setor.
No Gráfico 11 é feito uma análise da Margem Operacional, tal como a Margem Líquida,
apresentada no Gráfico 10, mostra que houve uma grande variação deste índice de 2015 a
2018. Apenas a MGLU3 manteve constante elevação de seu Margem Operacional, um forte
indicador se sua eficiência ao ter obtido maior lucratividade.
51

Gráfico 12 – Margem Operacional.

Fonte: Adaptado de Economática (2019).

O Gráfico 12demonstra o Giro do Ativo, ou seja, o uso que as empresas fazem de


seus ativos. Nele podemos observar que algumas mudanças no cenário nacional foram mais
bruscas a partir do 4º trimestre de 2016, principalmente para a BTOW3 e VVAR3. A MGLU3
manteve-se no período estuda sempre com o maior índice de Giro do Ativo dentre as
empresas estudas.

Gráfico 13 – Giro do Ativo.

Fonte: Adaptado de Economática (2019).


52

No Gráfico 13 é apresentado o ROA que, em resumo, é o retorno sobre os ativos da


empresa. É evidente que o mercado se encontrava pareado no 1º trimestre de 2015, sem
grandes destaques entre as empresas.

Gráfico 14 – ROA.

Fonte: Adaptado de Economática (2019).

É a partir do 1º Trimestre de 2016 que há o movimento de descolamento da média do


setor por parte da Magazine Luiza, tornando-se até o final de 2018 a empresa com a maior
eficiência para a geração de lucro com os ativos que dispõe.
No Gráfico 14, é demonstrado, assim como no Gráfico 13 o período de estagnação
do setor em 2015 e o deslocamento da MGLU3 no 1º Trimestre de 2016. Mais uma vez a
Magazine Luiza mostra-se mais eficiente na geração de lucro a partir de seus próprios
recursos e de investidores. Isto indica que há pouca probabilidade de obter financiamento
externo para manter suas operações.
53

Gráfico 15 – ROE.

Fonte: Adaptado de Economática (2019).

O Gráfico 15, assim como Gráfico 13 e Gráfico 14, indica uma significante discrepância
entre a MGLU3 e as outras empresas estudadas. Assim fica evidente que mesmo com o setor
mantendo uma tendência de estagnação, a Magazine Luiza aumentou seu índice ROIC,
demonstrando assim maiores vantagens competitivas que seus concorrentes.

Gráfico 16 - ROIC

Fonte: Adaptado de Economática (2019).


54

O Gráfico 16 apresenta a Capitalização de Mercado, comumente conhecido como


Valor de Mercado. Demonstra-se no gráfico um aumento geral no valor das empresas
pesquisadas. Assim que o mercado varejista brasileiro se valorizou como um todo, o destaque
negativo foi a VVAR3 que, após o período de 4 anos, manteve o mesmo valor de mercado.

Gráfico 17 – Capitalização de Mercado.

Fonte: Adaptado de Economática (2019).

A MGLU3 segue a tendência do mercado de crescimento, porém o que fica marcado


é o aumento em grande escala ocorrido após o 3º Trimestre de 2017, tornando-se ao final de
2018 a empresa mais valorizada no setor de varejo.
No Gráfico 17, é indicada a Liquidez Corrente, demonstrando assim a capacidade das
empresas de operarem ao curto prazo, honrando suas dívidas. Nenhuma das empresas
escolhidas para este trabalho mantiveram seu índice acima de 1, assim não há grandes
possibilidades de interrupções nas operações ao curto prazo. Mostra um setor saudável
financeiramente como um todo.
55

Gráfico 18 – Liquidez Corrente.

Fonte: Adaptado de Economática (2019).

A MGLU3 manteve sua Liquidez Corrente próximo a 1, assim é possível sugerir que
a política de reinvestimento da empresa não abre muito sua margem, sempre em busca de
inovação.
No Gráfico 18, observamos o quanto as empresas pagam de dividendos por ação.
Evidencia-se como ponto de destaque a queda no índice no 2º Trimestre de 2016, após este
período a tendência de estagnação.

Gráfico 19 – Dividend Yeld.

Fonte: Adaptado de Economática (2019).


56

O Gráfico 19 indica o Índice Beta das empresas escolhidas. Dessa forma, podemos observar
o risco sistêmico do setor varejista em relação a cada empresa em destaque. Duas empresas
no período estudado obtiveram um aumento do índice, a VVAR3 e a MGLU3.

Gráfico 20 – EBITDA.

Fonte: Adaptado de Economática (2019).


57

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO

A partir da análise estrutural dos gráficos das quatro empresas ao longo dos 16
trimestres estudados, é possível compreender que o papel MGLU3 se destacou
fundamentalmente em 11 dos 15 índices analisados, sendo eles: VPA, Preço/Vendas,
EBITDA, Margem Líquida, Margem Operacional, Giro do Ativo, ROE, ROI, ROIC,
Capitalização de Mercado e índice Beta.
Os resultados obtidos com a coleta dos dados evidenciam uma mudança de patamar
em meados de 2016, período em que a Magazine Luiza passa a alcançar maior estabilidade
e consistência em seus números, tanto em comparação a seu histórico recente quanto aos seus
concorrentes. Essa ascensão coincide justamente com a mudança no comando da companhia
além de uma reestruturação no modelo de negócio. Essas mudanças estratégicas marcaram
uma fase de transformação da empresa que visava transacionar de forma segura para um
plano de médio e longo prazo baseado em operações digitais e de inovações tecnológicas.
Mediante as alterações em sua forma de atuação, é muito possível correlacionar os
excelentes resultados do papel MGLU3 nos índices de Rentabilidade como fator chave para
determinação de seu crescimento exponencial. Os índices refletem diretamente nas
expectativas do mercado por estarem ligados à capacidade de geração de lucros das empresas
no atual e em futuros momentos. O interesse maior sobre o papel da empresa é destacado
quando analisado seu índice de Capitalização de Mercado (Gráfico 21) que, no início do
período estudado, ocupava o lugar de menor destaque dentre todas as concorrentes do setor
e que no decorrer dos trimestres passa a elevar gradualmente até se desprender totalmente
dos demais.
58

Gráfico 21 – Capitalização de Mercado

Fonte: Adaptado de Economática (2019).

As informações ainda analisadas dão base para considerar os índices de preço também
como fatores determinantes na conjuntura do crescimento da ação MGLU3, como apresentou
o índice EBITDA (Gráfico 22) que sustenta um aumento de resultados graças as suas
atividades operacionais. Essa circunstância evidência maior capacidade de geração de caixa,
essencial para investidores individuais que visam empresas sólidas e de crescimentos
constantes em suas receitas.
Gráfico 22 - EBITDA

Fonte: Adaptado de Economática (2019).


59

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho de conclusão de curso concluiu que a valorização atípica das ações do


Magazine Luiza é representada no estudo de seus dados econômico-financeiros, embora não
explique em sua totalidade o nível de preço negociado da ação. Durante o período estudado
há fatores externos que possivelmente influenciaram neste fato, como por exemplo, a
recessão econômica que o Brasil que vem ocorrendo desde 2014, à alta do dólar, o
impeachment, entre outros. Esta pesquisa procurou se ater apenas nos dados obtidos através
dos balanços e indicadores do mercado para efetuar uma análise quantitativa e exploratória.
Podemos observar que a MGLU3, mesmo estando em um cenário pouco favorável,
conseguiu melhorar seu desempenho e rentabilidade, atraindo o interesse de investidores que
estavam em busca de ações pouco valorizadas e com negócios aparentemente sólidos. O fato
interessante é que a Magazine não apenas se demonstrou estável e lucrativo, como também
conseguiu em um espaço de cinco anos tornar-se o maior crescimento percentual no valor de
suas ações e uma empresa líder de mercado de varejo.
Portanto, é possível verificar que mesmo em setores de grande instabilidade como é
o caso do varejo, uma empresa possui a viabilidade de crescer consistentemente durante
vários anos se a mesma é apoiada em sintonia entre uma transformação central de negócios
e de seguidos aumentos em suas margens de rentabilidade e de preço. Tais fatores aliados em
conjunto permitiram a Magazine Luiza sustentar ao mercado um plano de médio e longo
prazo sustentável e bem estruturado transparecendo assim uma imagem sólida,
financeiramente estável e inovadora frente às concorrentes.
O respectivo estudo foi limitado ao tempo de 16 trimestres entre os anos de 2015 e
2018, pois era inicialmente o período de mínima e máxima histórica do papel MGLU3 o que
torna possível a futura continuidade do estudo ampliando o seu aprofundamento. Conclui-se
com base em todos os dados analisados que a movimentação atípica do papel MGLU3 se dá
em decorrência de todos os fatos informados acima somados a necessidade e procura do
mercado em empresas de grandes perspectivas futuras. Isso acarretou em um constante e
expressivo aumento no valor das ações transformando esse em um dos casos mais bem-
sucedidos da história da B3 (Bolsa de Valores de São Paulo).
60

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ZVI BODIE, ALEX KANE & ALAN J. MARCUS. Fundamentos de Investimentos. 3ª


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