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Ações do Projeto Sangue Universitário em tempos de Pandemia: um

relato de experiência

Autores

Resumo
Os processos de doações de sangue e o cadastro de medula óssea são procedimentos, de
caráter solidário e voluntário, que tem por finalidade a coleta dos hemocomponentes e da
medula, os quais são destinados para o tratamento de determinadas hemopatias e doenças
alteram a estrutura e produção normal das células. Devido a sua importância, a Organização
Mundial da Saúde recomenda que 3% a 5% da população do país seja um doador assíduo,
contudo observa-se uma redução na quantidade de bolsas de sangue disponíveis nos
hemocentros brasileiros, soma-se a isso a pandemia do SARS-COV-2, que contribuiu para a
diminuição das doações de sangue. Diante disso, o presente trabalho objetivou relatar as
experiências de estudantes universitários sobre as atividades de extensão realizadas para
incentivo à doação de sangue e doação de medula óssea em tempos de pandemia do novo
coronavírus. Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, resultante das
atividades desenvolvidas, durante os meses de janeiro e junho de 2021, por um projeto de
extensão de uma universidade federal do nordeste brasileiro. A luz desses fatos,
principalmente devido às consequências causadas pelo contexto sanitário em que a
pandemia do COVID-19 deixou os estoques de sangue, o Projeto de Extensão Sangue
Universitário adquire para si o dever de ser o agente impulsionador de ações e campanhas
que sensibilizem a comunidade universitária a se tornarem doadores de sangue assíduos e se
cadastrarem no REDOME.
Palavras-chave: Doação de Sangue; Doação de Medula Óssea; Saúde, Qualidade de
vida,.Infecções por coronavirus

Introdução

O processo de transfusão ocorre por meio da transferência dos hemocomponentes


plasma sanguíneo, plaquetas, hemácias e leucócitos de um doador para o sistema circulatório
de um receptor a fim de tratar hemopatias, hemorragias, processos cirúrgicos e choques
circulatórios (SILVA et al, 2021). Tal processo vem aumentando significativamente as
chances de sobrevivência dos pacientes, principalmente, por meio do ato voluntário de
doação de sangue intermediado pelos hemocentros, que são instituições responsáveis pelo
rigoroso processo de triagem, coleta e tratamento dos hemocomponentes.
Contudo, mesmo com esses benefícios e protocolos de biossegurança que asseguram a
segurança do procedimento, segundo a Organização Mundial da Saúde o Brasil possui
apenas 1,8% de doadores assíduos, que doam por conta própria a cada 2 ou 3 meses, sendo
que, o percentual recomendado é de 3 a 5% do total da população de cada país (OMS, 2005).
Assim, a demanda por doadores de sangue atrelada à falta de políticas públicas continuadas
para a formação e conscientização de doadores assíduos têm sobrecarregado os hemocentros
e prejudicado os pacientes.
Ademais, destaca-se também a doação de medula óssea, que é um tecido líquido-
gelatinoso presente no interior dos ossos e responsável pela produção de hemácias, leucócitos
e plaquetas, sendo esse procedimento vital para o tratamento de doenças que alteram a
estrutura e produção normal das células (REDOME).
O tratamento só é possível através da extração desse tecido de pessoas que possuam
compatibilidade com o indivíduo comprovada pelo teste de HLA, que analisa por meio de
amostra sanguínea se há compatibilidade entre doador e receptor, mas dados da Associação
de Medula Óssea mostram que a probabilidade de encontrar um doador compatível é de um
para cem mil pessoas (AMEO).
Diante dessa situação, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (UFRN) e do Hemocentro Dalton Cunha, o Projeto de Extensão Sangue Universitário,
criado em 2015, atua dentro e fora da comunidade acadêmica por meio de campanhas
digitais, doações coletivas e ações de conscientização a fim de elucidar a população acerca da
importância de se tornar um doador de sangue assíduo, além de se cadastrar no banco do
Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME) para, futuramente,
serem doadores de medula óssea.
Perante o exposto, o objetivo do presente trabalho é relatar as experiências de
estudantes sobre as atividades de extensão realizadas para incentivo da doação de sangue e
doação de medula óssea em tempos de pandemia do novo coronavírus.

Fundamentação Teórica

O Transplante de Medula Óssea (TMO) consiste em uma terapia celular, na qual


haverá substituição de células hematopoiéticas deficitária do indivíduo pelas células
hematopoiéticas saudáveis da medula óssea de um doador, sendo indicado para o tratamento
de doenças hematológicas, onco-hematológicas, imunodeficiências, doenças genéticas
hereditárias e doenças auto-imunes (CORGOZINHO; GOMES; GARRAFA, 2012;
COELHO et al., 2018).
Tal procedimento pode ser realizado de três maneiras, a saber: alogênica onde as
células são oriundas de um membro familiar ou de doador não aparentado; singênica, em que
as células são provenientes de irmão gêmeo idêntico; e autóloga, quando se utiliza as células
do próprio paciente (CORGOZINHO; GOMES; GARRAFA, 2012). No Brasil, observa-se
uma demanda elevada de pessoas à espera de um doador compatível frente a uma baixa oferta
de potenciais doadores. Ainda, estudo aponta que a chance de encontrar um doador de
medula compatível, no país, é de aproximadamente uma em cem mil (COELHO et al., 2018).
Nessa perspectiva, percebe-se que, apesar do aumento nas campanhas de incentivo
para cadastro de novos doadores, o número destes continua insatisfatório para suprir a
necessidade de pacientes que necessitam do TMO (GLASER et al., 2021). Outrossim, autores
afirmam que empecilhos para a doação de medula se relacionam com a falta de informação,
esclarecimento, oportunidade, motivação, campanha e medo devido à escassez de
informações (LIMA; MARTINS; MIGUEL, 2015; GLASER et al., 2021).
A doação de sangue tem como objetivo coletar bolsas de sangue e transfundir
hemocomponentes para os pacientes que necessitam. Esse processo compreende etapas
denominadas de Ciclo do Sangue, que abrange desde a captação de doadores até a
dispensação dos hemocomponentes para a transfusão (BRASIL, 2015).
No Brasil, observou-se um aumento no número de transfusões de sangue nos últimos
quatro anos, em contrapartida observa-se uma redução na quantidade de bolsas de sangue
disponíveis nos hemocentros (BRASIL, 2020). Com a pandemia da COVID-19, em março de
2020, esse cenário mudou e, de acordo com dados disponibilizados, apenas 6,2% pessoas
doaram durante a pandemia, isso está associado ao receio de serem infectadas pelo novo
coronavírus, o que levou a um valor inferior à 200 bolsas em suas geladeiras (AMARO et al.,
2020).
A fim de contornar essa situação, uma das estratégias utilizadas pelos hemocentros é o
fortalecimento das campanhas de doação de sangue voltadas para a sensibilização da
população e da importância da doação para manter um banco de sangue com estoque
condizente com as necessidades da população, de modo a diminuir a mortalidade e as
complicações clínicas (SILVA et al., 2021).

Metodologia

Trata-se de um estudo descritivo, qualitativo, do tipo relato de experiência, resultante


das atividades desenvolvidas, durante os meses de janeiro e junho de 2021, por meio do
projeto de extensão intitulado “Projeto Sangue Universitário: estímulo à adesão no contexto
das doações”, composto por estudantes do curso de nutrição, gestão hospitalar, enfermagem,
odontologia, medicina, fisioterapia, farmácia, psicologia, letras, geografia, ciências e
tecnologia, gestão pública e direito, de uma Universidade Federal do nordeste brasileiro.
O Projeto é uma atividade de extensão que iniciou no ano de 2014 como uma
iniciativa de diversos projetos de extensão em parceria com a Escola de Saúde da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e o Hemocentro Dalton Cunha
(Hemonorte), para uma campanha de doação de sangue dentro da universidade. Devido aos
resultados positivos adquiridos pela campanha, gerou-se a ideia de elaborar um Projeto de
Extensão voltado para a elaboração de ações e campanhas para conscientização da população
acerca da doação de sangue e medula óssea, em ambiente presencial ou digital.
Atualmente, o projeto se estrutura em 3 Linhas de Trabalho: Doação de Sangue;
Cadastro de Medula Óssea; Mídias e Comunicação. Cada Linha de Trabalho é composta por
assessores, responsáveis pelo andamento das ações de cada equipe, como elaboração de
planos de ação, pesquisas com formulários e atuação em ações presenciais, e os gerentes,
responsáveis por dirigir as atividades de cada equipe. Além destes, há os diretores Geral e de
Pessoas, responsáveis pelo recrutamento, cadastro, treinamento e bem-estar dos membros; e
de Infraestrutura, encarregado de escolher os lugares para campanhas, questões, parcerias
financeiras e o patrimônio do projeto.
Para a elaboração das atividades do Sangue Universitário são realizadas reuniões das
equipes para o debate das ações a serem realizadas, quando e como serão feitas, a partir da
metodologia 5w2h que, conforme Silva (2011), essa ferramenta objetiva eliminar os riscos
mais graves nas condições e no ambiente do trabalho, verificando situações fundamentadas
em encontrar, reconhecer e resolver, tudo por meio de responder perguntas pré-estabelecidas.
Com o 5w2h é elaborado o Plano de Ação, um documento com a finalidade de
planejamento e direcionamento do trabalho com: título, nome dos organizadores, resumo da
ação, motivos para realizá-la, papel de cada organizador no processo, legado da ação e
materiais a ser utilizado. Além do planejamento, há também uma sessão destinada ao
relatório da atividade, sendo explicado o que foi feito e quais os legados obtidos.
As atividades desenvolvidas visam a promoção e divulgação dos aspectos referentes
às doações de sangue e medula óssea. Para tanto, organiza-se em três equipes, sangue,
medula e comunicação, as equipes de sangue e medula são responsáveis por planejarem junto
com a equipe de comunicação as ações a serem desenvolvidas. As equipes de sangue e
medula óssea são compostas por nove membros cada e a de comunicação possui seis
membros.
O planejamento é realizado para as atividades a serem desenvolvidas no mês seguinte,
sendo definidas na reunião geral, que ocorre mensalmente aos sábados, nela também são
expostos os resultados alcançados com as intervenções de cada equipe. As ações acontecem
de duas maneiras, através das “ações relâmpago" e campanha digital/física, em plataformas
digitais ou presencialmente no Hemonorte Dalton Cunha, localizado em Natal/RN.
Em decorrência da pandemia do Coronavírus, as Ações Relâmpagos são
desenvolvidas em formato digital. Essas atividades são realizadas por meio das redes sociais,
o Instagram, no qual é realizado a divulgação de posts informativos sobre determinado
assunto e sua relação com a doação de sangue ou medula óssea.
A Campanha Digital também acontece por meio do Instagram. Para isso, são
utilizadas como ferramentas: os posts informativos no feed, stories com enquetes e caixa de
perguntas e reels, com o objetivo de propor uma maior interação com os seguidores. As artes
divulgadas são elaboradas pela Equipe de Comunicação utilizando a plataforma de design
gráfico Canva. Já a campanha física envolve parceria com o Hemonorte e abrange ações de
doação de sangue ou cadastro de medula óssea.

Resultados e Discussões
Para melhor compreensão, os resultados obtidos foram subdivididos em dois
tópicos, intitulados: Ações da Equipe de Medula Óssea e Ações da Equipe de Sangue, ambas
desenvolvidas em associação com a equipe de mídias e comunicação. A figura 1 ilustra as
seis atividades desenvolvidas pelas equipes.

Figura 1. Atividades desenvolvidas pelas equipes. Natal, 2021

Fonte: Autores.

Ações da Equipe de Medula Óssea


Considerando-se a importância da promoção da saúde do doador, foi elaborada uma
campanha digital, pelas equipes de medula óssea e comunicação, no qual foram
confeccionados posts informativos contendo dicas nutricionais para alimentação saudável,
tais como evitar os alimentos industrializados e dar preferência à alimentos naturais que são
ricos em vitaminas e minerais como vitamina B12, ferro e folato, sendo estes nutrientes
essenciais para a produção de celulas sanguíneas, e o incentivo ao consumo de água.
Em consonância, Junior (2020) afirma que uma alimentação saudável e equilibrada é
capaz de prevenir doenças, principalmente as Doenças Crônicas Não Transmissíveis
(DCNTs) como hipertensão e diabetes, e de promover saúde como melhoria do sistema
imune, devendo a alimentação ser composta por alimentos ricos em nutrientes.
Para mais, nessa campanha, também produziram-se posts fomentando a prática de
exercícios físicos em casa, durante o período de isolamento social, neles continham
indicações de aplicativos que auxiliam na prática de exercícios físicos. Somando a isso, foi
elaborada uma live com um educador físico, por meio do perfil do projeto em uma rede
social, nela foi retirada dúvidas do público sobre os exercícios e dicas de como iniciá-lo.
A prática regular de atividade física, além de prevenir as DCNTs, é considerada uma
ferramenta fundamental para a melhoria do estado de saúde promovendo, por exemplo,
otimização do sistema imunológico e dos processos cognitivos, diminuição dos níveis de
estresse e ansiedade (JUNIOR, 2020). Diante disso, percebe-se que informações ofertadas
pela campanha se tornam fundamentais para orientar e incentivar o indivíduo a estar em um
bom estado de saúde e, assim, esteja apto para a doação de medula óssea.
Também foi elaborada uma “ação relâmpago”, para isso, primeiro foi utilizado o
recurso de “caixa de perguntas” de uma mídia digital para coletar dúvidas acerca do processo
de doação e, posteriormente, foram produzidos e publicados vídeos curtos para explicação
desses questionamentos. Os conteúdos dos vídeos foram: pré-requisitos para ser um doador, o
que é medula óssea, mitos e verdades sobre o procedimento para doação, tempo para
recuperação do doador e realização do exame de histocompatibilidade (HLA).
Outrossim, a equipe de medula realizou uma campanha física no Hemonorte em
parceria com centros acadêmicos de universidades pública e privada e de um instituto federal
para cadastro de novos doadores no REDOME e para doação de sangue. Os centros
acadêmicos compartilharam em suas redes sociais um formulário junto à cartilhas
informativas sobre a doação de sangue e medula, produzidas pelo projeto, para que os
discentes, de suas referidas instituições e cursos, preenchessem com sua disponibilidade e se
estavam dentro dos critérios para efetivar a doação.
Por meio dessa ação, foram realizadas duas doações de sangue e novos cadastros no
REDOME pelos estudantes e dois cadastros por membros do próprio projeto. Para Moreira
(2019), a ausência de informações fidedignas sobre todo o procedimento da doação, desde a
coleta até a recuperação do doador, influencia negativamente o cadastro de novos doadores
de medula, e que promover a conscientização à população contribuirá para essa adesão.

Ações da Equipe de Sangue


As ações da equipe de sangue foram realizadas em conjunto com a equipe de mídia
e comunicação. As mesmas aconteceram de forma digital, por meio do instagram do
projeto. Inicialmente, com o intuito de proporcionar uma maior interação com o público, foi
realizado uma campanha digital a fim de informar alguns mitos envolvendo os aspectos que
englobam a doação de sangue, para isso, em um primeiro momento utilizou por meio dos
stories uma sequência de sete perguntas sobre o referido tema e, em um segundo
momento, realizou por meio de um vídeo interativo (tiktok) mais algumas afirmativos sobre
alguns mitos que tange a esse processo de doação.
A disseminação de informações incorretas, tendem a reduzir o número de possíveis
doadores, além de dispersar os indivíduos que já doam voluntariamente. Outrossim, a
perpetuação de informações pertinentes e corretas, tendem ao esclarecimento sobre
prováveis dúvidas que possam surgir e dessa forma, aumentar o número de doadores.
Alguns requisitos são de suma importância para uma doação segura, dentre as condições
exigidas estão a idade de 16 a 69 anos, sendo que menores de 18 anos só podem doar com
consentimento dos responsáveis; pessoas com gripe, resfriado e febre devem aguardar 7
dias após o desaparecimento dos sintomas; indivíduos com apendicite, hérnia,
amigdalectomia e varizes precisam esperar no mínimo 3 meses, entre outras condições que
precisam ser passadas para os possíveis doadores (BRASIL, 2021)
Outra ação desenvolvida, envolveu a doação de sangue e a pandemia do Covid-19.
Diante da situação pandêmica instalada, houve uma drástica redução no número de bolsas
de sangue no hemocentro (Hemonorte). Logo, a campanha realizada teve o objetivo de
conscientizar o público por meio de posts informativos acerca da importância da doação no
cenário de pandemia ao qual estamos vivenciando, ao mesmo tempo que por meio das
estatísticas foi demonstrado a real situação dos hemocentros antes e depois da pandemia,
bem como, foi passado dicas de como doar de forma segura e aumentar os estoques de
sangue.
Em decorrência do aumento dos casos do Covid-19 e das medidas de isolamento, a
taxa de doação de sangue apresentou-se inferior ao esperado pelo hemonorte, chegando a
preocupar o hemocentro, tendo em vista que está com estoque crítico com relação ao
número de bolsas (OLIVEIRA, 2021). Desse modo, as informações passadas através dessa
ação objetiva incentivar a doação de sangue, bem como sua importância para as cirurgias,
transfusões e/ou para o tratamento de doenças que necessitem dos mesmos.
Além disso, foi realizada uma ação em referência ao junho vermelho, no qual foi
abordado três assuntos importantes relacionados com a doação de sangue, sendo eles: dia
dos namorados, junho vermelho e dia do orgulho LGBTQI+. Esta ação contou com 6
postagens, sendo trabalhado dois posts para cada tema. Sabe-se que uma das grandes
conquistas relacionadas a doação de sangue foi a conquista dos homossexuais à doação,
sendo assim, conforme a lei de nº 3598/20, fica proibido a exclusão de doadores de sangue
por preconceito étnico, de cor, gênero, orientação sexual ou qualquer outro pretexto
discriminatório. Por conseguinte, esse avanço alcançado cooperar para que mais pessoas
possam contribuir para com este ato de amor ao próximo. (VIANA, 2020Projeto insere na lei
garantia do direito de homossexuais doarem sangue - Notícias - Portal da Câmara dos
Deputados (camara.leg.br)

Ações da Equipe de Comunicação

As Ações realizadas pela equipe de comunicação, foram idealizadas e feitas


juntamente com a equipe de Sangue e Medula Óssea, cada qual com seus objetivos traçados
através de reuniões com os membros do projeto. Outrossim, devido a pandemia de COVID-
19, foi dada preferência a campanhas virtuais. Estas foram realizadas, principalmente, na
página do Projeto Sangue Universitário no Instagram (@sangueuniversitario). Desse modo,
no âmbito pandêmico, as redes sociais emergem como novos espaços de socialização que
redefinem as formas de se relacionar e de empoderar a população nas causas sociais (Lemos,
2012).

No total, até o dia 31 de Julho de 2021 foram efetuadas 6 campanhas em conjunto


com a equipe de comunicação. Assim, de Janeiro a Julho tivemos ações mensais, com
exceção do mês de Maio no qual foi realizada uma Seleção simplificada de membros para o
Projeto. Destarte, todas essas iniciativas foram realizadas com o objetivo de alcançar um
maior público através das redes sociais e aumentar o número de doadores, tanto de sangue,
quanto de medula óssea no Hemonorte.

As ações quando postas em prática duram em torno de 1 semana. Contudo, o trabalho


das equipes, especialmente a de comunicação, se inicia bem antes. A equipe de Mídias e
Comunicação busca desenvolver designs e ideias de postagens que corroborem com a
temática da ação, facilitem o entendimento do público alvo e que alcance o objetivo
traçado, além de pesquisar métodos que possam impulsionar os posts, stories e reels feitos.

Figura 1 - Média de todas as Campanhas no Instagram Sangue Universitário coletadas no dia 29 de Julho de 2021

Fonte: Autores, 2021

Por conseguinte, temos que apesar das restrições ocasionadas pela pandemia de
COVID-19 para com as Ações físicas, os dados coletados mostram que as Campanhas
digitais, desenvolvidas pela equipe de Mídias e Comunicação, em conjunto com a equipe de
sangue e medula óssea, surtiram efeitos muito positivos, tendo aumentado o número de
contas alcançadas, impressões e interações com o conteúdo do Instagram do Sangue
Universitário. Do mesmo modo, para Vicente et al. (2021) a internet tem criado várias
possibilidades para a promoção da saúde, por viabilizar intervenções simples e econômicas,
extinguindo barreiras físicas e temporais.

Limitações?
Conclusão

Destarte, é sabido que as ações efetuadas pelo Projeto Sangue Universitário em


tempos de Pandemia foram imprescindíveis para que houvesse a continuidade dos
trabalhos voluntários, além de efetivar a rede social do Projeto como sendo uma fonte
confiável de conhecimentos para os indivíduos que apoiam essas causas sociais no período
supracitado. Ademais, temos que o Instagram do Projeto (@sangueuniversitario) foi o
veículo de comunicação mais utilizado, aumentando o alcance do compartilhamento de
informações para o público-alvo do Projeto e dando uma maior gama de possibilidades
intervencionais para as equipes de sangue, medula óssea e comunicação ao decorrer da
Pandemia de COVID-19.

Referências (22 a 29/07)

AMARO, A.C.D. et al. Doação de Sangue no Rio Grande do Norte: um panorama durante
a pandemia. Universidade Potiguar (Natal, 2020).

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Óssea no Brasil: Dimensão Bioética. Rev. Latinoam. Bioet., v. 12, n. 1, p. 36-45, 2012 .
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ANÁLISE DAS PUBLICAÇÕES RELACIONADAS À PROMOÇÃO DA SAÚDE NO INSTAGRAM.
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, 18(35). Recuperado de
https://conhecer.org.br/ojs/index.php/biosfera/article/view/4106

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