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(1. M.Sc Acadêmico de Engenharia Mecânica, Departamento de Máquinas Agrícolas, Universidade de Agricultura e Recursos Naturais de
Sari (SANRU), Saro, Irã;
2. Dep. de Mecânica de Máquinas Agrícolas, Universidade de Agricultura e Recursos Naturais de Saro (SANRU), Sari, Irã)
Resumo: Nesse estudo, apresenta-se uma pesquisa experimental relacionada à influência de três varáveis independentes, incluindo a
profundidade de preparo de solo (10, 15, 20 cm), ângulo de ataque (60, 75, 90 graus) e velocidade de avanço (0,5; 1; 1,35; 1,7 m/s),
na força de tração de uma lâmina fina. Nessa pesquisa, o escarificador foi construído em dois sulcos com uma lâmina de 3 cm de
largura e uma profundidade máxima de 25 cm (a distância entre as duas lâminas foi de 1 m). Algumas mudanças foram feitas no
chassi do escarificador para a obtenção de diferentes ângulos de ataque da lâmina. O trabalho experimental foi, então, complementado
com um novo modelo teórico para prever a força da lâmina através de um método de análise dimensional. A expressão final para
estimar a resistência de tração é como uma função de diversas propriedades de engenharia de solo (densidade aparente e adesão do
solo e coeficientes de coesão), parâmetros de lâmina (largura e ângulo de inclinação da lâmina) e condições operacionais
(profundidade de preparo de solo e velocidade de avanço). Por fim, as constantes do modelo foram computadas com base nos
dados experimentais obtidos. O modelo proposto estimou, de forma adequada, a força de tração de uma lâmina fina. Os resultados
obtidos neste estudo indicam a maior influência da profundidade de preparo de solo na força de tração de uma lâmina de trabalho
de solo fina em comparação com o ângulo de penetração e a velocidade de avanço. O erro médio para a lâmina vertical com
profundidades de 20, 15 e 10 cm foi igual a 4,5%, 4% e 1,5%, respectivamente.
Palavras-chave: Preparo de solo, lâmina fina, escarificador, força de interação, análise dimensional.
Citação: Moeenifar, A., S. R. Mousavi-Seyedi, D.Kalantari. 2014. Influence of tillage depth, penetration angle and forward speed
on the soil/thin-blade interaction force. Agric Eng Int: CIGR Journal, 16(1): 69-74.
Data de recebimento: 19/07/2013 Data de aceite: 01/01/2014 e a demanda de potência para implementos de preparo de solo
*Autor correspondente: DavoodKalantari, Ph.D. em Engenharia foram consideravelmente afetadas pelo design do implemento
Mecânica, Universidade de Agricultura e Recursos Naturais de Sari
(SANRU), Sari, Irã, Tel. + 98 912 257 4990. E-mail: e pelas condições de solo. A respeito dos efeitos na força de
dkalantari2000@yahoo.com.
tração e perturbação do solo, Rahman e Chen (2001) relataram parâmetros de design considerados foram: ângulo da
que a profundidade de trabalho do implemento de preparo de extremidade, ângulo do trilho, profundidade e velocidade. A
solo foi mais crítica que a velocidade de trabalho. Kheiralla et tração aumentou com elevações na profundidade de preparo de
al., (2004) formularam modelos de força de tração para arados, solo, nos níveis dos ângulos de extremidade e trilho e na altura
baseados na velocidade de condução e profundidade de da extremidade de corte. Grisso et al., (1996) determinaram a
preparo de solo. Abo-Elnor et al., (2004) concluíram que a tração de disco em tandem, escarificador e cultivador de
largura da lâmina de corte apresentava um efeito significante campo em silte argiloso em campo com palhada de trigo. A
nas forças de corte, tanto que essas forças foram aumentadas, velocidade de condução e a profundidade de preparo de solo
mas não em proporção linear conforme a largura de corte foram utilizadas para o estudo da tração de implementos de
aumentou. McKyes e Maswaure (1997) demonstraram que, preparo de solo. Eles descobriram que a tração dos
para projetar uma ferramenta de preparo de solo com mínima implementos de preparo de solo foi significantemente afetada
demanda de tração e alta eficiência de corte do solo, foi tanto pela velocidade de condução como pela profundidade de
necessário uma profundidade de operação rasa e um ângulo de preparo de solo. A tração para o disco em tandem variou
inclinação de 30°. Mulqueen et al., (1977) descobriram que a quadraticamente com a profundidade, quando utilizada como
coesão e resistência de penetração aumentaram conforme a implemento de preparo de solo primário. A profundidade de
densidade aparente do solo aumentou. Dahab e Mutwalli preparo de solo influenciou, em maior parte, a tração do
(2002) relataram que a força de tração para o escarificador foi escarificador. Embora o efeito linear da velocidade de
maior num solo com maior densidade aparente e a potência de condução tenha sido significante, a velocidade demonstrou
tração aumentou conforme o aumento da força de tração. Os pouco efeito na tração do escarificador. A tração do cultivador
efeitos das condições de solo, profundidade de preparo de solo de campo foi dependente, de forma linear, da velocidade e da
e velocidade de avanço na translocação de solo através do velocidade pela interação de profundidade, e dependente, de
escarificador foram estudados por Van Muysen et al., (2000). forma quadrática, da profundidade. Fielke (1996) estudou o
A tração específica (força por área transversal de solo efeito da geometria da extremidade de corte de implementos
trabalhado), uso de energia para arado de aiveca, escarificador de preparo de solo em forças de preparo, ruptura de solo e
e grade aradora em diferentes condições de solo foram movimento de solo abaixo da profundidade de preparo, no
investigados por Arvidsson et al., (2004). Eles descobriram campo e numa caixa de solo em laboratório. Utilizou-se
que a maior tração específica geralmente ocorreu com o enxadas experimentais que foram padronizadas com 400 mm
escarificador e a menor com o arado de aiveca e a grade de largura, 32 mm de altura de elevação, 10° de ângulo de
aradora. Eles também referiram isso às diferenças na inclinação e 70° de ângulo de enxada. Os autores relataram que
geometria do implemento e modo de ruptura do solo. Diversos aumentar a velocidade de operação aumentou,
modelos foram desenvolvidos para prever a tração para consistentemente, a tração, mas apresentou pouco efeito na
ferramentas de preparo de solo com base em condições e força vertical. Um aumento na altura da extremidade de corte
propriedades do solo e largura do implemento (Sahu e aumentou o movimento para cima e para baixo do solo na
Raheman, 2006). Taniguchi et al., (1999) relataram um extremidade, e uma tração crescente, assim como forças
aumento na tração com a elevação da velocidade de condução verticalmente ascendentes acompanharam esse aumento. A
para um arado de aiveca, sendo que o relacionamento entre a extremidade de corte afiada da ferramenta de preparo de solo
velocidade e a tração foi linear. Owen (1989) estudou o minimizou a tração e as forças verticalmente ascendentes. Isso
relacionamento de força-profundidade de um dente de também causou um mínimo de perturbação de solo abaixo da
escarificador com três tipos de asa diferentes, num solo franco profundidade de preparo de solo. Basicamente, a análise
argiloso compactado, e descobriu a força vertical no dente para dimensional é conhecida por ser uma ferramenta analítica
o aumento linear com a profundidade de operação, como sólida, a qual é projetada para encontrar ou verificar relações
também a força horizontal, momento e força total para o entre quantidades físicas, através do uso de suas dimensões.
aumento quadrático com a profundidade de operação. Isso permite generalizar os resultados experimentais. A análise
Mamman e Quin (2005) estudaram o desempenho da tração de geral dos fenômenos sem limitação de um estado especial dos
um modelo de escarificador, utilizando uma caixa de solo. Os experimentos realizados resulta em menos demandas
experimentais, como também consumo de tempo e gastos. Os de três varáveis independentes, incluindo a profundidade de
resultados obtidos podem ser fornecidos a engenheiros de preparo de solo (10, 15, 20 cm), ângulo de ataque (60, 75, 90
forma mais prática e compactada para uma aplicação mais graus) e velocidade de avanço (0,5; 1; 1,35; 1,7 m/s), na força
fácil (Murphy, 1950). de tração de uma lâmina fina. O escarificador foi construído
Neste estudo, apresenta-se uma pesquisa experimental em dois sulcos com uma lâmina de 3 cm de largura e uma
relacionada à influência da profundidade de preparo de solo, profundidade máxima de 25 cm (a distância entre as duas
ângulo de penetração e velocidade de avanço na força de lâminas foi de 1 m). Algumas mudanças foram feitas no chassi
interação de solo/lâmina fina. Mediu-se a influência de três para criar diferentes ângulos de ataque da lâmina (Figura 1). O
variáveis independentes, incluindo profundidade de preparo de método de dois tratores, de acordo com o método RANM, foi
solo, ângulo de ataque e velocidade de avanço na força de utilizado com dinamômetro na barra de tração (Figura 2) para
tração. O trabalho experimental foi, então, seguido por um medir a força exercida na lâmina.
novo modelo teórico para prever a força da lâmina através do
método de análise dimensional. Por fim, as constantes do Tabela 2 Propriedades do solo de teste
modelo foram computadas com base nos dados experimentais Textura do solo Silte-Areia
A combinação de números П extraídos pode ser escrita na lâmina (em kN), em níveis diferentes de profundidade de
como uma equação funcional da seguinte forma: aração, velocidade e ângulo de ataque.
Os dados apresentados nesta tabela indicam a influência
significativa da profundidade de preparo de solo, ângulo de
penetração e velocidade de avanço na força de tração do
escarificador com lâminas de estanho que foi examinado.
Tabela 3 Comparação da força de tração média do escarificador examinado, contendo duas lâminas de estanho (kN) em diferentes
níveis de profundidade de aração, ângulo de ataque e velocidade de avanço.
Ângulo de penetração (grau)
60 75 90
Velocidade Profundidade
Profundidade de Profundidade
(m/s) de preparo (cm)
preparo (cm) de preparo (cm)
10 15 20 10 15 20 10 15 20 Média(X)
zα pqr hij yzα m fg tuv hi
0,75 0,4 0,64 1,01 0,45 0,81l 1,2 0,58 1,04 1,56 0,859A
xyzα mnop def vwxy kl cde qrt fg
1,00 0,43 0,78 1,1 0,5 0,88 1,29 0,65 1,15 1,67 0,934B
xyz lmn fg uvw hij a opq cd
1,35 0,47 0,8 1,2 0,56 0,97 1,4 0,72 1,3 1,85 1,024C
vx k bc ru h mno bcd
1,70 0,51 0,91 1,35 0,62 1,06 1,6 0,78 1,38 2,1 1,146D
E F G H I J K L M
Média(X) 0,4525 0,7825 1,165 0,5325 0,93 1,3725 0,6825 1,218 1,795
Observação: As médias apontadas com as letras comuns não possuem diferença significante a 5%.
As médias X apontadas com as letras comuns não possuem diferença significante a 5%.
Para obter o coeficiente n1, dados experimentais para a Os resultados da Equação (6), juntamente com os dados
força como variável dependente e velocidade como variável experimentais para a lâmina vertical (ângulo de penetração de
independente, foram planejados no software Excel. 90°), são demonstrados na Figura 3a. Conforme demonstrado
Para obter os coeficientes n2 e n3, o mesmo procedimento nessa figura, os dados estimados através da Equação (6)
foi utilizado, exceto o fato de que as variáveis independentes (linhas sólidas) apresentam boa concordância com os dados
de n2 e n3 em cada gráfico foram a profundidade de preparo de experimentais. O erro médio obtido para a profundidade de 20,
solo e o ângulo de penetração, respectivamente. Por fim, a 15 e 10 cm foi igual a 4,5%, 4% e 1,5%, respectivamente.
fórmula para calcular a força exercida na lâmina foi obtida na Os mesmos resultados qualitativos foram observados para
forma de os ângulos de penetração de 75° e 60°. Esses resultados estão
ilustrados nas Figuras 3b e 3c, respectivamente.
Figura 3 A influência da velocidade de avanço e profundidade de preparo de solo na força de interação de solo/lâmina
fina: ângulo de penetração de 90°, 75° e 60°; as linhas são estimativas feitas com a Equação (6).
5 Conclusões penetração e velocidade de avanço estão no próximo passo. A
Um resumo dos resultados obtidos neste estudo é velocidade de avanço apresentou mínima influência em
demonstrado na Tabela 4, indicando a variação máxima das comparação com outros dois parâmetros examinados.
forças exercidas na lâmina devido à variação da velocidade,
ângulo de penetração e profundidade de preparo de solo. Tabela 4 Variação máxima das forças exercidas na lâmina
devido à velocidade de avanço, profundidade de preparo de solo
Esses dados foram computados utilizando os dados
e ângulo de penetração.
demonstrados na Tabela 3. Nível A força muda devido à A força muda devido à A força muda devido à
Os resultados obtidos nesta tabela indicam a maior mudança na profund/% mudança na veloc./% mudança no ângulo/%
1 74 9 20
influência da profundidade de preparo de solo na força de
2 159 20 132
tração da lâmina em comparação com o ângulo de penetração 3 33
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