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São doenças anemiantes, agudas e febris.

Babesiose Na necropsia observam-se fígado aumentado de volume, cor


- Em 1888, babes identificou um parasita de hemácias e ocre ou amarelada, esplenomegalia, petéquias nas serosas
considerou ser uma bactéria. (epicárdica), hidropericárdio límpido ou discretamente
- Smith e Kilborne em 1893 relacionaram a transmissão da sanguinolento, pulmões com petéquias e congestão.
doença por carrapatos. Nos casos de acentuada hemólise o sangue apresenta-se
- No brasil, a Babesia foi identificada pela 1ª vez em 1901, por muito fluido e claro (refresco de groselha).
Fajardo A observação das babesias nos glóbulos parasitados é feita
através da coloração de giemsa.
Etiologia A morte comumente se dá por choque, pela grave lesão
- A Babesia é considerada um hematozoário. hepática, por anemia aguda e em alguns casos por disfunções
- Nos hospedeiros vertebrados, são parasitas das hemácias. do snc.
(no método giemsa o citoplasma fica azul-pálido e núcleo azul
denso). Clínica
- O parasita é englobado por uma depressão na membrana - As babesioses podem se apresentar como doença
da hemácia, formando um vacúolo parasitóforo. superaguda, aguda e crônica.
- A forma inicial é denominada trofozoíto e quando
amadurece e se divide, as formas de divisão se chamam Babesioses bovinas
merozoítos. B. Bigemina
- Nos hospedeiros intermediários (ixodídeos) as babesias - É uma babesia grande (4 a 5 x 2µm), as hemácias medem 6
passam por período de liberação no tubo digestivo, indo os µm de diâmetro.
parasitas resultantes a vários tecidos do invertebrado, - O parasita ocorre em todas as américas, no brasil está
inclusive a seus ovários, garantindo a transmissão vertical à infecção é de caráter subclínico, causando uma apatia nos
prole e às glândulas salivares, podendo assim infectar o bezerros, é de baixa patogenicidade. B. Microplus é
hospedeiro vertebrado, quando o carrapato for fazer seu transmissor da babesia e do anaplasma marginale. A babesia
repasto sanguíneo. somente enfraquece o animal, mas logo após, a anaplasma
se estabelece, com alto índice de letalidade.
Epidemiologia - O conjunto de babesia-anaplasmose se dá o nome de
- As babesioses existem em todos os continentes, havendo tristeza bovina.
alguns países ou regiões livres da doença. - É comum observar apatia, anorexia, pelos eriçados,
- A presença está relacionada principalmente ao clima, que temperatura entre 40 e 42°c, hemoglobinúria e fezes com
favorece a existência ou não dos hospedeiros invertebrados. estrias de sangue.
- A transmissão pode ocorrer por carrapatos da superfamília - Os primeiros 5 dias da doença são cruciais, levando o animal
ixodoidea, insetos hematófagos (tabanídeos e stomoxys), a morte ou não.
agulhas e transfusão sanguínea. - O primeiro exame a ser feito é o esfregaço sanguíneo
- Após a fase aguda da doença onde o hospedeiro sobrevive (sangue periférico).
ou morre, se sobreviver, se torna portador inaparente. - Pode-se encontrar até 10% das hemácias parasitadas, a
contagem dos glóbulos cai para 2 milhões/mm³ (8 milhões),
Patologia leucopenia, leucocitose.
- Quando a Babesia é inoculada em um animal susceptível, o - Casos de babesiose em bezerros com menos de 3 meses são
protozoário penetra nas hemácias e depois de 15 dias raros, devido a anticorpos colostrais maternos.
ocorrem os sinais clínicos.
As características das principais espécies: Diagnóstico
- b. Bigemina infecta até 20% das hemácias no fim do período Esfregaço corado por giemsa.
agudo e milhões de outras hemácias sofrem hemólise (ação
direta). Tratamento
- b. Bovis e b. Caballi causam fragilidade capilar, aumento da É feito com diamidinas (ganaseg) 3,5 mg/kg i.m., ou derivados
permeabilidade e aumento da coagulação intravascular, além imidazólicos (imizol). Comumente, uma só dose é suficiente
da hemólise. para controlar o estado clínico (mesmo tratamento pra B.
- b. Canis aumenta a fragilidade globular e a hemólise. É Bovis)
diretamente proporcional à percentagem de glóbulos
parasitados em capilares cerebrais, chegando a obstruir a
Profilaxia
- O combate aos carrapatos com carrapaticidas
circulação cerebral.
- Vacinação, algumas em testes.
De forma geral as lesões macroscópicas são similares,
devendo-se principalmente à hemólise e à eritrofagocitose.
B. Bovis Patologia e clínica
Etiologia A b. Canis pode apresentar um quadro agudo com:
B. Bovis é pequena (2 x 1,5 µm), ocorre nas américas central - Anorexia
e do sul. No brasil é mais comum nos estados do sul. - Apatia
- Diarreia
Patologia - Pneumonia
- A b. Bovis é muito mais patogênica que a b. Bigemina, pois - Febre (41-42°c)
leva o animal ao choque, e por causar aglomerações que - Hemoglobinúria
obstruem os capilares cerebrais e renais. - Anemia grave (menos de 2000 hemácias/mm³)
- As lesões macroscópicas são similares à b. Bigemina. A - Icterícia
morte pode ocorrer pela anemia, disfunção nervosa e Estes sintomas podem levar até 10 dias, sucedendo então a
choque. morte ou lenta recuperação que levará mais de um mês.
Nos casos agudos, (cães com menos de 2 anos) as lesões
Clínica hepáticas e vasculares estão presentes.
Os sintomas clínicos são similares à b. Bigemina, porém pode
Pode haver o aparecimento de sintomas nervosos,
apresentar sintomas neurológicos com agressividade,
apatia/agressividade, pois está Babesia causa aglomerados
tremores musculares, queda, paresia e convulsões.
de hemácias parasitadas nos capilares cerebrais.
Diagnóstico Nos cães adultos é mais comum a forma crônica, o animal
Esfregaço corado por giemsa e sintomatologia nervosa. apresenta fragilidade capilar (hemorragias no pavilhão
auditivo, principalmente nas pontas), anemia, falta de
B. Equi vivacidade, hemorragia nas orelhas.
Etiologia Diagnóstico
É uma babesia pequena 2 x 1,3 µm, aos pares, ou em cruz de Suspeita clínica e esfregaço sanguíneo corado por giemsa.
malta.
Tratamento
Patologia O tratamento com ganaseg a 3,5 mg/kg, i.m., é bastante
A patologia é semelhante à das bovinas, porém o estado eficiente.
anêmico hemolítico e a icterícia costumam ser marcantes, Babesiose é zoonose, principalmente de origem bovina e
enquanto a hemoglobinúria é inconstante. equina.
Tristeza parasitária bovina
Clínica - 1º babesiose depois anaplasmose
Os eqüídeos se mostram anoréxicos, apáticos, febris (39 a - Babesia bigemina (+ virulenta para o carrapato) e b. Bovis (+
42°c), icterícia nas conjuntivas e esclerótica, edemas nas virulenta para o bovino)
partes baixas, forte sudorese, intranquilidade e nervosismo - A transmissão ocorre quando o carrapato se infecta, se
(formação de trombos). tornando sensível, as babesias seguem através da hemolinfa
até os ovários.
Diagnóstico - A babesia produz lesão no eritrócito, rompendo-o.
Esfregaço sanguíneo corado por giemsa.
- Anaplasma marginale, a. Centrale → moscas hematófagas.
Tratamento e profilaxia - O sistema imune do hospedeiro não reconhece o parasita
- O tratamento com ganaseg é bastante eficiente 10mg/kg dentro da célula.
i.m., repetindo a dose após 24h. - A imunidade só existe se o animal já teve contato com a
- A profilaxia é combater os carrapatos. Não há vacinas. babesia.
Diagnóstico
B. Caballi
Teste de fixação complemento, precipitação em gel, testes de
É uma babesia grande 4 x 2 µm. Encontrada nas três
fluorescência, teste de aglutinação.
américas.
A patologia e clínica são similares à b. Equi, sendo o esfregaço Clínica
necessário para diferenciar as duas espécies. Os sinais e sintomas no cão
O tratamento e profilaxia são iguais aos adotados para b. - Febre
Equi, porém b. Caballi é mais sensível ao ganaseg - Anemia
- Emagrecimento progressivo
Babesiose canina - Esplenomegalia e paralisia dos membros posteriores.
B. Canis é uma babesia grande 5 x 2,5 µm.
Pode apresentar um só elemento no glóbulo parasitado,
Diagnóstico
Exames citológicos do miocárdio, músculo esquelético, baço,
assim como em pares, quatro, oito e dezesseis, arranjados
linfonodos, fígado, pulmões e medula óssea na fase
em roseta.
esquizogônica.
Esta babesia está presente nas 3 américas.
Em exame de sangue pode-se observar gametófitos
circulando em neutrófilos.

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