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Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE

Curso de Habilitação de Oficiais Policiais Militares – CHO/PM


GESTÃO DE MATERIAL

SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL - SSPDS

DELCI Carlos TEIXEIRA


SECRETÁRIO DA SSPDS

POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ - PMCE

Geovani PINHEIRO da SIlva - Cel PM


COMANDANTE-GERAL DA PMCE

ACADEMIA ESTADUAL DE SEGURANÇA PÚBLICA DO CEARÁ – AESP|CE

José Herlínio DUTRA – Cel PM


DIRETOR-GERAL DA AESP|CE

LÚCIO Ponte Torres - DPC


SECRETÁRIO EXECUTIVO DA AESP|CE

Antonio CLAIRTON Alves de Abreu – Ten Cel PM


COORDENADOR GERAL DE ENSINO DA AESP|CE

Amarílio LOPES Rebouças – Cel BM


COORDENADOR PEDAGÓGICO

Francisca ADEIRLA Freitas da Silva – Cap PM


SECRETÁRIA ACADÊMICA DA AESP|CE

HELANA Paula Nascimento do Carmo


ORIENTADORA DA CÉLULA DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA DA AESP|CE

CURSO DE HABILITAÇÃO DE OFICIAIS POLICIAIS MILITARES – CHO/PM

DISCIPLINA
Gestão Material

CONTEUDISTA
Antonio Walberto Gadelha Cel PM RR

REVISÃO DE COERÊNCIA DIDÁTICA


Francisco MATIAS Filho – ST PM
Jose Walter ANDRADE JUNIOR – CAD PM
Leandro Gomes PIRES – SD PM
MARCOS Aurélio Costa GOMES – IPC
VIRGINIA Magda Alexandre Munhoz – IPC

FORMATAÇÃO
JOELSON Pimentel da Silva – 3º Sgt PM

• 2016 •
Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE
Curso de Habilitação de Oficiais Policiais Militares – CHO/PM
GESTÃO DE MATERIAL

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................7
1. CONTEXTUALIZAÇÃO DA GESTÃO DE MATERIAL .....................................................................................................7
1.1 Conceitos fundamentais .....................................................................................................................................7
1.2 Objetivos da gestão de materiais .......................................................................................................................8
1.3 Tipos de materiais usados nas organizações militares.......................................................................................9
1.4 Logística na Administração Pública ..................................................................................................................11
2. PLANEJAMENTO DAS AQUISIÇÕES .........................................................................................................................13
2.1 Planejamento das aquisições no setor público ................................................................................................13
2.2 Levantamento das necessidades......................................................................................................................13
2.3 Métodos de previsão da demanda...................................................................................................................14
2.4 Processo de Aquisição ......................................................................................................................................15
3. GESTÃO DE ALMOXARIFADO .................................................................................................................................16
3.1 Objetivos do almoxarifado ...............................................................................................................................16
3.2 Atividades da gestão de almoxarifado .............................................................................................................17
3.3 Gestão de estoque............................................................................................................................................19
3.4 Gerenciamento dos custos ...............................................................................................................................19
4. GESTÃO DO PATRIMÔNIO ......................................................................................................................................20
4.1 Conceitos importantes da gestão patrimonial .................................................................................................20
4.2 Classificação do patrimônio, segundo critérios de utilidade e viabilidade econômica....................................20
4.3 Incorporação e tombamento............................................................................................................................21
4.4 Inventário de material permanente .................................................................................................................22
4.5 Movimentação de bens patrimoniais...............................................................................................................23
4.6 Depreciação ......................................................................................................................................................23
4.7 Baixa de material permanente (descarga) .......................................................................................................24
CONCLUSÃO................................................................................................................................................................24
REFERÊNCIAS ..............................................................................................................................................................25
ANEXO I.......................................................................................................................................................................26
ANEXO II......................................................................................................................................................................26
ANEXO III.....................................................................................................................................................................26
ANEXO IV ....................................................................................................................................................................28
ANEXO V .....................................................................................................................................................................29
ANEXO VI ....................................................................................................................................................................29
ANEXO VII ...................................................................................................................................................................29
MODELO I ...................................................................................................................................................................30

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INTRODUÇÃO 1. CONTEXTUALIZAÇÃO DA GESTÃO DE MATERIAL

Esta disciplina tem por objetivo abordar o tema Iniciamos nosso estudo sobre a gestão de
Gestão de Material para o Curso de Habilitação de material contextualizando o tema de forma que o
Oficias da Academia Estadual de Segurança Pública. aluno perceba a sua importância para as organizações,
A importância da disciplina reside no fato de que em especial para as organizações do setor público.
a administração pública moderna exige cada vez mais
dos seus gestores habilidades e atitudes voltadas para 1.1 Conceitos fundamentais
a eficiência dos serviços públicos e que essa eficiência
depende de conhecimentos sobre a gestão dos Apresentamos neste primeiro momentos alguns
recursos públicos. Assim, podemos dizer que este conceitos importantes para familiarização do aluno
estudo é básico para o bom desempenho das funções com a temática que será estudada nesta disciplina.
públicas a serem exercidas pelos Oficiais
administrativos da corporação. a) Administração de Material - É o conjunto de
Sabemos que uma das funções do Oficial atividades que desenvolvidas de forma coordenada e
administrativo é o exercício de atividades integrada objetivam proporcionar a adequada gestão
administrativas como gestor de almoxarifados, estando dos bens materiais colocados à disposição das
aqui incluídas as atividades de planejar, adquirir, Organizações Militares (EB - Normas Administrativas
armazenar e distribuir suprimentos para as unidades Relativas ao Suprimento - NARSUP);
administrativas e operacionais da corporação. b) Bens e serviços comuns: canetas
Para atingir os objetivos propostos aqui, esferográficas, mesas, cadeiras, aparelhos de ar
divididos nosso estudo em capítulos, os quais foram condicionado, pintura de paredes, troca de piso etc.
assim dispostos: o primeiro capítulo trata da São bens e serviços que não carecem de um alto grau
contextualização da gestão de materiais, em especial de customização (ou seja, de adaptação àquele que
para o setor público bem como alguns aspectos está comprando).
referentes às atividades de logística. No segundo c) Bens e serviços não comuns: obras (de forma
capítulo será feito um estudo sobre o planejamento geral), fornecimento de medicamentos não
das aquisições mostrando sua importância para a padronizados na rede pública etc. São bens e serviços
eficiência de todo o processo de gestão dos materiais. mais “complexos”, por assim dizer.
No terceiro capítulo trataremos especificamente da d) Cadeia de Suprimento - É o conjunto de
gestão de almoxarifado com ênfase para a gestão de órgãos de direção e execução que, articulados e
estoques. Por fim, o quarto capítulo trás interagindo, realizam o suprimento;
conhecimentos básicos sobre a gestão do patrimônio e) Ciclo de Suprimento - É o intervalo de tempo
da organização, com foco para o controle do material compreendido entre a data da remessa de um pedido
permanente. a uma fonte de suprimento e a do recebimento dos
Desta forma, pretendemos com esta disciplina, suprimentos correspondentes, incluindo a sua
proporcionar ao Oficial Aluno do CHO uma visão geral colocação em condições de distribuição. É expresso em
sobre os conhecimentos acerca da gestão de materiais dias de suprimento e será sempre aproximado para o
nas organizações públicas. Cientes, portanto, estamos múltiplo de 5 (cinco) imediatamente superior;
de que muito mais há de se conhecer sobre o conteúdo f) Dotação - É a quantidade de material
aqui abordado, mas acreditamos que seja um bom atribuída a uma OM, estabelecida nos respectivos
começo. Além do conhecimento, esperamos também quadros de dotação (NARSUP);
poder contribuir para a formação humana desses g) Fator de Consumo – É o número utilizado
profissionais de segurança pública e despertá-los para para estimar quantitativamente o consumo de 01 (um)
a importância do conhecimento, das habilidades e das item de suprimento num determinado período. É dado
boas atitudes no desempenho da atividade pública. em homem/dia de suprimento.
h) Fator de Reposição – É o número que
multiplicado pela quantidade total de um item de
suprimento fornece a quantidade necessária para
recompletá-lo;
i) Fluxo de Suprimento – É o caminho
percorrido pelos itens de suprimento dentro da cadeia
de suprimento;

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j) Item de Suprimento – É o artigo n) Pedido de Suprimento - É o documento com


individualizado, objeto da atividade de suprimento; o qual o usuário solicita determinado item de
k) Material de consumo: é aquele que, em razão suprimento, obedecendo a cadeia de comando;
de seu uso corrente e da definição da Lei nº 4.320/64, o) Provimento – É o ato ou efeito de fornecer,
perde normalmente sua identidade física e/ou tem sua abastecer ou suprir as Organizações Militares;
utilização limitada a dois anos; p) Suprimento - É a atividade logística
l) Material Permanente - aquele que, em razão encarregada da previsão e provisão do material,
de seu uso corrente, não perde a sua identidade física, englobando a determinação das necessidades, a
e/ou tem uma durabilidade superior a dois anos. obtenção, o recebimento, a armazenagem, o controle
e a distribuição;
Segundo o Manual Técnico do Orçamento do q) Suprimentos - Quando empregado de
Estado do Ceará, ano de 2016 (MTO-CE/2016), na maneira genérica, tem o mesmo significado que
classificação da despesa com aquisição de material artigos, materiais e itens; e esses conceitos serão
devem ser adotados alguns parâmetros que melhor analisados ao longo do estudo por meio de
distinguem o material permanente do material de debates e explicações mais pormenorizadas.
consumo. Um material é considerado de consumo caso
atenda um, e pelo menos um dos critérios a seguir: 1.2 Objetivos da gestão de materiais

• Critério da Durabilidade – Se em uso normal A gestão de materiais é fundamental para uma


perde ou tem reduzidas as suas condições de boa eficiência da administração pública, visto que em
funcionamento, no prazo máximo de dois anos; toda a atividade desse segmento, seja ela na própria
• Critério da Fragilidade – Se sua estrutura for administração ou na prestação de serviço direto às
quebradiça, deformável ou danificável, caracterizando pessoas, envolve a utilização de recursos materiais.
sua irrecuperabilidade e perda de sua identidade ou Essa gestão, segundo o NARSUP, tem por
funcionalidade; objetivo padronizar e simplificar os processos de
• Critério da Perecibilidade – Se está sujeito a planejamento, visando melhor coordenar e controlar a
modificações (químicas ou físicas) ou se deteriore ou atividade logística de suprimento, otimizando as ações
perca sua característica pelo uso normal; de previsão e provisão dos meios na quantidade
• Critério da Incorporabilidade – Se está necessária, no local determinado, no tempo aprazado
destinado à incorporação a outro bem, e não pode ser e na qualidade exigida, com o mínimo de custo, para
retirado sem prejuízo das características físicas e que os usuários possam cumprir suas missões.
funcionais do principal. Se com a incorporação houver Vamos seguir aqui o pensamento de Zanon
alterações significativas das funcionalidades do bem (2008, p 42) para focar alguns objetivos da gestão de
principal e/ou do seu valor monetário, será material no setor público.
considerado permanente; a) BAIXAR PREÇO DE AQUISIÇÃO E POSSE:
• Critério da Transformabilidade – Se foi supõe eficiência nos processos de planejamento e
adquirido para fim de transformação. (ver ANEXO I – compra, além do recebimento e armazenamento e
Relação de materiais de consumo e permanente, informatização.
segundo o MTO/CE-2016). b) CONTINUIDADE DE FORNECIMENTO: é
manter a regularidade, confiabilidade e boas relações
m) Obras e Instalações x Serviços de Terceiros: com fornecedores. Evitar a descontinuidade no
serão considerados serviços de terceiros, as despesas fornecimento de suprimentos.
com: - Reparos, consertos, revisões, pinturas, reformas
e adaptações de bens imóveis sem que ocorra a Para tanto é necessário que a administração:
ampliação do imóvel; - Reparos em instalações
elétricas e hidráulicas; - Reparos, recuperações e • Planeje suas compras de acordo com as
adaptações de biombos, carpetes, divisórias e lambris; necessidades;
- Manutenção de elevadores, limpeza de fossa e afins. • Tenha eficiência no processo de compra e na
Quando a despesa ocasionar a ampliação relevante do elaboração de contratos;
potencial de geração de benefícios econômicos futuros • Desenvolva uma boa política de logística
do imóvel, tal despesa deverá ser considerada como (recebimento, armazenamento e distribuição);
obras e instalações, portanto, despesas com
investimento. (MTO-CE/2016).

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c) BAIXOS CUSTOS DE PESSOAL E CUSTOS LXXVIII - Sistema de Classificação Militar dos


ADMINISTRATIVOS: na maioria das vezes investir na Suprimentos – É o que classifica os itens de
suprimento nas 10 (dez) classes que se seguem:
gestão de pessoas permite obter melhores resultados e a) Cl I – Material de Subsistência;
maior produtividade, quando existir a perspectiva da b) Cl II – Material de Intendência;
produtividade. c) Cl III – Combustíveis e lubrificantes;
d) DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL. É trabalhar d) Cl IV – Material de Construção;
e) Cl V – Armamento e Munição;
a liderança, o potencial e o crescimento. A dimensão
f) Cl VI – Material de Engenharia e Cartografia;
humana é o diferencial. É importante dar oportunidade g) Cl VII – Material de Comunicações, Eletrônica e
às pessoas. de Informática;
e) BONS CADASTROS E REGISTROS: o formulário h) Cl VIII – Material de Saúde;
deve ser um meio, não um fim. Através do controle i) Cl IX – Material de Motomecanização e Aviação; e
j) Cl X – Material não incluído nas outras classes.
podem ocorrer melhorias no desempenho.
f) RELAÇÕES DE RECIPROCIDADE: corre quando
Passaremos a analisar as classes de materiais
há combinação do poder de compra e poder de
classificadas acima, todavia é importante frisar que
consumo, podendo ocorrer um tratamento
cada administração poderá adotar sua classificação,
preferencial entre os envolvidos.
conforme as suas necessidades. Adotamos aqui a
g) BUSCA DE NOVOS MATERIAIS E PRODUTOS
classificação do Exército Brasileira pela semelhança
PARA MELHORAR A EFICIÊNCIA: é estar atento, às
com os materiais usados nas corporações policiais
inovações, estudo, pesquisas, tendências e
militares.
desenvolvimento de cenários.
h) DECISÕES ECONÔMICAS DE FAZER,
Cl I – Material de Subsistência - Alimentação de
COMPRAR, MUDAR E TERCEIRIZAR: a decisão deve
Pessoal
incluir um grupo representativo de profissionais para
avaliar a oportunidade da decisão.
É a classe de suprimento que compreende os
i) PROMOVER PADRONIZAÇÃO E
artigos de subsistência de pessoal, podendo ser
SIMPLIFICAÇÃO: quanto menor o número de itens
• Etapa – É a importância em dinheiro destinada
maior é a simplicidade e eficiência no controle e
ao custeio da ração diária da área considerada.
gerência. Pode-se estimular a padronização junto a
• Ração - É a quantidade de alimentos necessária
fornecedores e consumidores mediante o uso de itens,
para manter um militar, em regime de trabalho
produtos e componentes padronizados. Um dos
continuado, por um período de 24 (vinte e quatro)
reflexos é a redução no número de erros.
horas; e
j) MELHORIA DOS PRODUTOS E PROCESSOS: é
• Ração Operacional - É a quantidade de
preciso conciliar objetivos econômicos com o projeto e
missão da organização. É possível cumprir a função a alimento capaz de prover o sustento de um militar
um custo mais baixo. durante um determinado período de tempo, quando
k) BOAS RELAÇÕES INTERDEPARTAMENTAIS: não seja possível ou conveniente alimentá-lo com a
espera-se que haja familiarização dos diversos setores ração quente normal. É destinada à alimentação de
com os objetivos e políticas da organização. pessoal em situação de campanha, combate,
l) SABER PREVER. É entender das tendências de abandono, sobrevivência ou naufrágio.
mercado, consumo, preços, custos e pacotes
Cl II – Material de Intendência
econômicos.
São os itens de suprimento relativos ao
1.3 Tipos de materiais usados nas organizações
militares fardamento, material de campanha e material de uso
corrente;
Usaremos neste item para os efeitos de • Plano de Distribuição de Fardamento –
classificação de suprimentos de uso nas organizações estabelecendo os itens e as quantidades de
militares o sistema adotado pelo Exército Brasileiro por fardamento a serem distribuídos em cada OPM;
meio do Manual NARSUP, o qual trás no seu Art. 8º, • Uniformes Especiais - São aqueles de uso
Inc LXXVIII, a seguinte classificação: restrito a determinadas OM, conforme previsto no
Regulamento de Uniformes;
• Dotação de Organização Militar - dado de
planejamento que expressa a quantidade de um artigo

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que cada OM deva receber, de acordo com o tempo Nesta classe de material estão incluídos diversos
previsto de duração; estudos sobre os terrenos, levantamentos
• Dotação Individual - dado de planejamento topográficos, plantas de edificações, mapas, cartas
que expressa a quantidade desejável de artigos de geográficas, entre outros.
fardamento que cada militar tem direito a receber por
conta da União; Cl VII – Material de Comunicações, Eletrônica e
• Demonstrativo-Base de Efetivo (DBE) - Informática (equipamentos integrantes de sistema de
levantamento do efetivo, por OM, que deverá conter Comunicações)
as informações que permitam determinar todas as
necessidades de fardamento da RM considerada; CIOPS – Coordenadoria Integrado de Operações
• Tempo Previsto de Duração - Dado de de Segurança - Sistema Tático e Operacional - É um
planejamento, expresso em ano, que estabelece a conjunto dos recursos em pessoal, material,
expectativa de vida útil mínima de cada item de instalações, organizações e órgãos integrados por
fardamento; e princípios, métodos, processos, normas e técnicas
• Grade de Pontuação - Tabela que contém a específicas. Sendo também este órgão responsável
existência de um determinado item de fardamento direto por toda a comunicação via rádio (trucking) e
expressa por seus respectivos tamanhos. rastreamento das viaturas operacionais (GPRS –
Serviço Geral de Pacotes por Rádio e GPS- Global
Cl III – Combustíveis, Lubrificantes e Produtos Position Sistem) de todo o Estado do Ceará.
Afins.
Cl VIII – Material de Saúde
Utilizado para a vida administrativa e
operacional das Organizações Militares. A distribuição Material de Saúde para Instalação Fixa – São
no Estado do Ceará é feita diretamente pela rede de aqueles existentes e necessários ao funcionamento das
postos credenciados à empresa contratada para o OM de Saúde e Seções de Saúde das OM, em tempo de
fornecimento dos produtos. O Manual de paz.
Abastecimento de Frota elaborado pela Secretaria de
Planejamento e Gestão do Estado – SEPLAG, trás os Cl IX - Material de Motomecanização, Aviação e
procedimentos para esta finalidade. Remonta.

Cl IV – Material de Construção Material de Remonta e Veterinária

Aqui são incluídos todos os materiais destinados Compreende os animais de interesse da Polícia
a construção de edificações, tais como: tijolos, areia, Militar, rações e complementos destinados à
cimento, madeiras, material elétrico, material hidro alimentação animal, instrumentos, utensílios,
sanitário, tintas, entre outros. equipamentos, mobiliário, drogas, reagentes,
imunobiológicos e artigos destinados ao atendimento
Cl V – Armamento e Munição veterinário, inspeções de alimentos e controle de
zoonoses.
Consta o armamento e a munição destinada a
atividade fim da corporação, bem como aqueles Cl X – Material não incluído nas outras classes
destinados ao treinamento. Destacamos aqui:
a) Dotação Orgânica (DO) - É a quantidade de Os materiais da Cl X são os itens de suprimento
cada item de munição expressa em tiros por arma, ou não incluídos nas outras classes, sendo, em sua
em outra medida adotada para distribuição, que maioria, encontrados nas oficinas e carpintarias. São
determinada organização militar deve manter em seu exemplos dessa classe de material as máquinas e os
poder para atender às necessidades de emprego equipamentos utilizados na produção industrial.
operacional; Encerrando este tópico é bom lembrar que nas
b) Termo de Destruição - É o documento no qual organizações policiais militares em todo o Brasil,
a OM registra o ato de destruição do material, muitos suprimentos estão sendo fornecidos
publicando em BI e remetendo cópia do termo à DS. diretamente por terceiros, sem a necessidade de
armazenagem nas instalações físicas das OPMs, como
Cl VI Material de Engenharia e Cartografia é o caso da Polícia Militar do Ceará que não mais

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mantém estoques de óleos lubrificantes e combustíveis Logística é a parte do processo da cadeia de


nos quarteis. suprimentos que planeja, implementa e controla,
de forma eficiente e eficaz, a expedição, o fluxo
Outro suprimento que também foi transferido reverso e a armazenagem de bens e serviços, assim
para terceiros, foi os materiais de motomecanização. como do fluxo de informações relacionadas, entre o
Hoje tanto os serviços como as peças de reposição de ponto de origem e o ponto de consumo, com o
viaturas são realizados por empresas contratadas para propósito de atender às necessidades dos clientes.
esse fim.
Assim como nas organizações privadas a
EXERCÍCIO 1 administração pública também se utiliza da logística,
pois, para atender as necessidades públicas, precisa
Que outros suprimentos a PMCE transferiu para planejar, adquirir, armazenar e distribuir produtos e
terceiros? serviços.
Citaremos aqui o exemplo da compra de
Que suprimentos de necessidade da PMCE poderão ser fardamento para o efetivo da Polícia Militar.
fornecidos diretamente por terceiros sem que haja Inicialmente percebemos que existe a necessidade da
comprometimento da qualidade da nossa atividade administração pública em manter a instituição policial
fim? bem apresentada e uniformizada diante sociedade.
Essa necessidade requer em princípio a aquisição do
1.4 Logística na Administração Pública fardamento, visto que no momento não há um setor
que confeccione este suprimento, ou seja, uma fábrica
A logística é hoje um dos ramos da de confecção de peças de uniformes.
administração que mais tem influenciado no resultado Partindo dessa necessidade é necessário fazer
das atividades de uma empresa ou de um órgão um planejamento dessa compra. O planejamento
público. No complexo mundo de hoje não existe requer estudos e levantamentos: tipo de tecido, cor,
qualquer atividade numa organização, seja ela pública quantidade, numeração, estimativa de preço,
ou privada, que não necessite da utilização de condições de pagamento e fornecimento, tipo e
recursos materiais e uma distribuição eficiente desses modalidade de licitação, etc. Vencida a etapa de
recursos. planejamento, segue em seguida todo o rito referente
Para Assini (2012, p 18), a palavra logística é ao processo licitatório.
derivada do radical grego logos, que tem o significado Escolhida a empresa que ira fornecer o
de razão. É possível entender disso que a logística fardamento é necessário preparar o contrato e aqui
significa “a arte de calcular” ou “a manipulação de uma também seguir os ritos formas, como assinaturas,
operação”. Inicialmente, a logística foi desenvolvida na pareceres e publicações. Vencida essa etapa e os
área militar para designar atividades de suprimentos, prazos de praxe a instituição prepara-se para receber e
estocagem, movimentação e transporte de bens, tais armazenar todo o material, de acordo com o que foi
como: remédios, equipamentos, armamentos, estipulado no contrato. A partir daí será elaborado o
uniformes e tropas. A logística teve um maior plano de distribuição, conforme o planejamento inicial.
desenvolvimento após a Segunda Guerra Mundial, Todo o processo de logística encerra-se com a entrega
encontrando novas aplicações, ampliando sua atuação do suprimento ao usuário, neste caso, ao policial
para a indústria, comércio e serviços em geral. militar que executa o serviço de policiamento
A logística não é um termo militar próprio, pois ostensivo.
na atualidade é amplamente difundido no mundo das O processo de logística não é simples e envolve
empresas. Não é apenas parte da “Arte da Guerra”, várias pessoas e recursos, cada uma numa
mas refere-se aos procedimentos essenciais e determinada fase do processo.
indispensáveis à sobrevivência das organizações e Para Assini (2012, p. 21) os eventos acima é
necessárias à muitas atividades humanas, como: uma descrição bem simples de logística, para passar de
comércio, indústria, serviços, transportes, etc. Sem uma etapa para outra é necessário finalizar a anterior e
logística não há suprimento, sem suprimento as cada uma tem um prazo. A administração dessas
organizações não funcionam. etapas, prazos e demais fatores que as influenciam é o
Segundo Assini, uma definição de logística mais papel do responsável pela logística na administração.
atual e completa seria a que foi apresentada pelo
Conselho dos Profissionais de Gestão da Cadeia de (Apresentar AENXO II – Profissão Futura – Técnico em
Suprimentos (2005 apud FARIA e COSTA, 2005, online): Logística)

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1.4.1 Macroprocessos de logística insumos necessários no sistema produtivo, para que


a mão de obra possa trabalhar de forma
equilibrada, sem ociosidade ou sobrecarga.
É possível dividir a logística na administração
pública em quatro macroprocessos: sendo eles: o de LOGÍSTICA DE SAÍDA OU DISTRIBUIÇÃO
entradas, alimentação ou suprimento; o interno ou de
operação; o de saída ou distribuição e o de logística É importante ressaltar que distribuição e logística
não são sinônimos, mas que a distribuição faz parte
reversa.
da logística.
A logística de saída consolida as atividades ligadas
MACROPROCESSOS DE LOGÍSTICAS ao fornecimento do serviço público, ou consumo
dos produtos distribuídos, por exemplo, da
distribuição do kit escolar para os alunos, conforme
3
foi explicado acima.
2 Consumidor Este é o macroprocesso que transluz o nível de
1
Distribuição organização e de eficiência dos procedimentos
realizados pelos órgãos públicos, por meio do quais
Fornecedor Serviço
Suprimento os consumidores ou contribuintes avaliam os
Público
serviços públicos.
Logística Reversa

LOGÍSTICA REVERSA
4
A logística reversa é um processo crescente com a
Fonte: Assini (2012) onda verde de sustentabilidade, são agrupadas as
atividades associadas a retornos de produtos após o
Assini (2012, p. 28) define esses macroprocessos consumo para dar-lhes a destinação correta,
podendo ser a reutilização, reciclagem, descarte,
da seguinte forma: reforma, reparo etc.
Monteiro (2010, on-line) classifica os produtos em
LOGÍSTICA DE ENTRADA, ALIMENTAÇÃO OU duas categorias:
SUPRIMENTO. - Reutilizáveis, são equipamentos de carga unitizada
que devem ser recuperados e devolvidos para a
Resumidamente, a logística de entrada, conhecida manufatura, onde poderão ser reutilizados;
também como de alimentação ou suprimento, trata - Perda, são equipamentos que devem ser
do recebimento dos insumos necessários para recuperados e reciclados ou descartados na forma
prestação de serviço público, ou seja, são as mais propícia ao ambiente e eficiente em termos de
operações que tratam da administração de energia.
materiais, permitindo que os mesmos estejam No Brasil, um dos instrumentos da Política Nacional
disponíveis para a sua distribuição ou para de Resíduos Sólidos (PNRS), instituído pela Lei
transformá-los em prestação de serviços. 12.305/10, é o sistema de Logística Reversa, onde
Nas organizações públicas, essas atividades de os órgãos públicos são responsáveis por viabilizar
suprimento devem atender a normas e coleta e restituição de resíduos sólidos ao setor
regulamentos específicos, sendo fiscalizados pelos empresarial para o seu reaproveitamento ou sua
Tribunais de Contas como, por exemplo, a destinação correta.
realização de licitações e a formalização de
contratos administrativos.
Para finalizar este tópico sobre logística na
A legislação básica desse macroprocesso é
composta pela Lei 8.666, de 21 de junho de 1993, e administração público vamos apresentar o texto do
pela Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, que ANEXO III de Assini que trata da Logística na
definem os procedimentos essenciais para as Administração Pública Contemporânea. Esse pequeno
aquisições e contratações, fundamentais para o texto trás uma visão muito clara sobre a importância
início das atividades de suprimento nas
organizações públicas. da Logística para a eficiência do serviço público. Essa
eficiência, logicamente reflete numa melhor aplicação
LOGÍSTICA INTERNA OU DE OPERAÇÃO dos recursos e na satisfação das necessidades da
população que carece do atendimento da
O segundo macroprocesso é o da logística interna,
administração pública.
onde deve ser administrada a disponibilidade dos
materiais adquiridos, dos recursos humanos e dos
equipamentos para poder produzir ou prestar um
serviço.
Para ter sucesso na prestação de serviço público e
atender aos anseios da sociedade, é necessário que
exista no órgão público um sistema organizacional
integrado com um planejamento a longo, médio e
curto prazo, que contemple as quantidades de

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2. PLANEJAMENTO DAS AQUISIÇÕES ciclo de compras para o setor privado. O fluxograma


abaixo estabelece as etapas mínimas paras as compras
Partimos estudando este bloco falando um do setor público, conforme estabelece a Lei de
pouco sobre planejamento. Segundo Chiavenato Licitações e Contratos:
(2004), o planejamento é a função administrativa que
determina antecipadamente as atividades que devem CICLO DO PLANEJAMENTO NO SETOR PÚBLICO
ser desempenhadas, além de quais objetivos serão
alcançados, visando dar condições para que a empresa Planejament
se organize a partir de determinadas análises a o das
respeito da realidade atual e futura que se pretende aquisições
alcançar.
Como podemos ver neste conceito, o Pagamento Instrução
planejamento envolve uma função primordial na Processual
administração das organizações: determinar (fase interna)
antecipadamente as atividades, as metas, os recursos e
as estratégias a serem desempenhadas para que a
organizações cumpram seus objetivos. Recebimento
No contexto da administração pública podemos /Liquidação Licitação
dizer que as principais funções no planejamento são:
∗ Estabelecer os produtos e serviços que a Contrato, Nota
organização pública pretende oferecer; de Empenho
∗ Estabelecer os públicos que pretende atender;
∗ Prever antecipadamente os recursos Fonte: o autor com base no referencial teórico
necessários para implementação dos produtos e
serviços. Assim, o gestor público ao planejar as compras
∗ Prever a estratégia para uma aplicação deverá levar em conta nesse planejamento os prazos
eficiente dos recursos. necessários para o cumprimento das etapas do
processo licitatório, os quais irão depender do tipo e
2.1 Planejamento das aquisições no setor da modalidade da licitação a ser indicada para cada
público compra.

O planejamento das compras no setor público 2.2 Levantamento das necessidades


difere em alguns aspectos essenciais do planejamento
para o setor privado. Aqui a administração não tem a Cada unidade administrativa do setor público
discricionariedade de escolher o produto ou serviço a deverá anualmente levantar suas necessidades de
ser contratado nem tão pouco escolher o fornecedor, suprimento, as quais serão juntadas às necessidades
pois o processo de compra é vinculado a uma dos demais órgãos, para em seguida ser elaborado o
legislação específica, especial à Lei de Licitações e termo de referência para a aquisição dos produtos.
Contratos (Lei 8.666/93), em cujo Art 2º, trás o A administração pública estabelece como irá se
seguinte: organizar para suprir as necessidades de bens e
serviços dos seus órgãos integrantes.
As obras, serviços, inclusive de publicidade,
compras, alienações, concessões, permissões e
Na Polícia Militar do Ceará (PMCE), por exemplo,
locações na Administração Pública, quando vamos encontrar na sua Lei de Organização Básica
contratado com terceiros, serão necessariamente (LOB) dois órgãos fundamentais para a gestão de
precedidas de licitação, ressalvados os casos materiais, os quais integram os órgãos de Execução
previstos nesta Lei.
Instrumental da Organização. São eles:
Portanto, para o planejamento das compras é
Art.9º. São Órgãos de Execução Instrumental:
necessário que sejam previstos todas as condições que
a Lei acima citada estabelece para o setor público, I - Coordenadoria de Apoio Logístico e Patrimônio
como: prazos, condições de fornecimento, qualificação – CALP:
do fornecedor, condições de pagamento, entre outros.
a) Célula de Patrimônio – CEPAT;
É importante observar que o ciclo de compras b) Célula de Moto-mecanização – CEMM;
para o setor público é bem mais complexo do que o c) Célula de Suprimento – CESUP;

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d) Célula de Material Bélico – CMB; variável quantitativa de evolução conhecida. Por


exemplo, pode-se traçar um paralelo entre a
II - Coordenadoria Administrativo-Financeira – evolução da demanda e o incremento do número
COAFI: de clientes internos/externos da organização, o
número de contratos firmados etc.
a) Célula Financeira - CEFIN;
b) Célula de Compras - CEAD; Projeção: é uma técnica quantitativa, que prima
c) Célula de Gestão de Contratos e convênios; unicamente pelo tratamento de dados de uma série
histórica de consumo, de forma a obter a previsão
Os dois órgãos da PMCE responsáveis pelo para períodos subsequentes.
suprimento de bens e serviços da corporação, CALP e
COAFI, citados no Art. 9º da LOB, atuam em conjunto Vamos estudar aqui apenas três métodos que
nesse objetivo. A própria Lei assim os define no seu usam a técnica quantitativa no escopo da Projeção
Art. 17: para a previsão da demanda:

§1º Coordenadoria de Apoio Logístico e Patrimônio 1) Método do último período


– CALP é o Órgão de execução instrumental,
responsável pelo desenvolvimento, coordenação,
De acordo com esse método, o consumo do
fiscalização e controle das atividades de suprimento
e manutenção de material, de obras e de próximo período é idêntico ao consumo do período
patrimônio. anterior. Assim, se em maio o consumo foi de 200
§2º Coordenadoria Administrativo-Financeira – canetas esferográficas, adota-se como previsão para
COAFI é o Órgão de direção setorial do sistema junho do mesmo ano a mesma demanda (200
financeiro e contábil, responsável pelo
desenvolvimento, fiscalização, controle e auditoria
unidades).
das atividades de administração financeira,
orçamentária e contabilidade da Corporação, bem 2) Método da média aritmética
como pela distribuição dos recursos financeiros,
administração das compras e gestão de contratos e
De acordo com esse método, o consumo do
convênios.
próximo período é obtido a partir da média aritmética
Para efeito desta apostila, vamos focar na Célula simples dos dados de consumo de períodos anteriores.
de Suprimento da CALP e nas Células Financeiras,
Célula de Compras e Célula de Gestão de Contratos e TABELA DE CONSUMO
Convênios da COAFI. MÊS UNIDADE
Cabe à Célula de Suprimento da CALP fazer o Janeiro 28
levantamento anual de todos os itens a serem Fevereiro 33
adquiridos pela instituição, como: material de Março 41
expediente, material de limpeza, materiais de reparos Abril 34
de instalações, material de construção, combustíveis e Maio 32
lubrificantes, entre outros, de modo que todas as Junho 29
unidades administrativas e operacionais sejam
supridas em suas necessidades. Ex: previsão da demanda para o mês de julho
com base nos últimos cinco meses
2.3 Métodos de previsão da demanda
Média Aritmética = 34u (demanda
As técnicas para a previsão de demanda, para julho)
segundo Assini (2015, p.46) podem se valer de =
informações qualitativas e/ou quantitativas. De modo
geral, podem ser agrupadas em três categorias
principais, a saber: * u = unidade

Predileção: neste caso, a previsão é feita mediante 3) Método da média ponderada


informações qualitativas, tais como pesquisas de
opinião, informações prestadas por funcionários De acordo com esse método, o consumo do
experientes etc. próximo período é obtido a partir da média ponderada
dos dados de consumo de períodos anteriores. Pesos
Explicação: há a correlação entre o comportamento
da demanda em períodos recentes com outra
maiores são atribuídos a períodos mais recentes.

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Recorrendo-se, uma vez mais, à tabela técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade
apresentada no método anterior, a previsão de técnica e o adequado tratamento do impacto
ambiental do empreendimento, e que possibilite a
consumo para o mês de julho, adotando o método da avaliação do custo da obra e a definição dos
média ponderada para três períodos, com os pesos 3, 2 métodos e do prazo de execução, devendo conter
e 1 teremos: os seguintes elementos: (...)

Decreto nº 5.450, de 31 de maio de 2005.


Previsão de consumo para julho =
• Art. 9º) Na fase preparatória do pregão, na forma
eletrônica, será observado o seguinte: I - elaboração
31u de termo de referência pelo órgão requisitante,
com indicação do objeto de forma precisa,
suficiente e clara, vedadas especificações que, por
* u = unidade excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem
ou frustrem a competição ou sua realização; (...) §
Texto adaptado de Assini (2015, p. 47) 2º O termo de referência é o documento que
deverá conter elementos capazes de propiciar
avaliação do custo pela administração diante de
Por fim, a Lei 8.666/93 preconiza que a orçamento detalhado, definição dos métodos,
estimativa de demanda deverá ser obtida sempre que estratégia de suprimento, valor estimado em
possível por meio adequado de técnicas quantitativas planilhas de acordo com o preço de mercado,
cronograma físico-financeiro, se for o caso, critério
de estimação.
de aceitação do objeto, deveres do contratado e do
contratante, procedimentos de fiscalização e
Art. 15, § 7 º, gerenciamento do contrato, prazo de execução e
(...) sanções, de forma clara, concisa e objetiva.
II - a definição das unidades e das quantidades a
serem adquiridas em função do consumo e
utilização prováveis, cuja estimativa será obtida, Esses dois instrumentos de planejamento
sempre que possível, mediante adequadas técnicas “Projeto Básico” e “Termo de Referência” quando bem
quantitativas de estimação; elaborados são fundamentais para a eficiência do
(...) processo licitatório e da futura contratação do
fornecedor do bem ou serviço, além de ser elemento
2.4 Processo de Aquisição chave para a economicidade dos recursos públicos.
No projeto básico ou termo de referência
O processo de aquisição nas empresas privadas devemos atentar para os seguintes quesitos, os quais
segue um ritual próprio de cada organização, visto que são essenciais para uma aquisição eficiente:
não há uma determinação legal que regule esse o Constatação das necessidades;
processo. Já na administração pública é necessário o Identificação do objeto;
seguir o rito da Lei. No Brasil a principal Lei que regula o Definir o objeto;
as aquisições de bens e serviços é a Lei 8.666/93, a o Pesquisa prévia de mercado;
qual institui normas para as licitações e contratos o Análise do custo-benefício;
públicos. o Disponibilidades dos recursos financeiros;
o Formação do perfil do fornecedor ou terceiro;
2.4.1 Termo de Referência ou Projeto Básico o Estabelecer cronograma para licitação;
o Antevisão de possíveis problemas
Com base no levantamento feito pela Célula de
Suprimento da CALP, conforme relatamos no item 2.2, 2.4.2 A Licitação
e com base nos dados fornecidos pelas diversas
unidades administrativas e operacionais será Conforme inciso XXI, Art. 37 da Constituição
elaborado um Termo de Referência ou Projeto Básico, Federal, a regra para a aquisição de bens e serviços
os quais conterão as condições para a futura para a administração pública é licitar, com as exceções
contratação das aquisições: previstas na Lei.
A Licitação é um procedimento administrativo
Lei 8.666, de 21 de junho de 1993
formal em que a administração pública convoca,
Art. 6, IX) - Projeto Básico: conjunto de elementos mediante condições estabelecidas em ato próprio
necessários e suficientes, com nível de precisão (edital ou convite), empresas interessadas na
adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou apresentação de propostas para o oferecimento de
complexo de obras ou serviços objeto da licitação,
elaborado com base nas indicações dos estudos

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bens e serviços para a administração pública elaborados os editais de licitações. A fase externa é
(TCU_2010). processada pela Procuradoria Geral do Estado (PGE)
Devemos destacar aqui duas características da por meio da Central de Licitações que é órgão
licitação: que é um procedimento administrativo responsável pela realização das licitações da
(sucessão de atos administrativos) e que é formal administração pública estadual.
(necessário os registros e publicações). Após a conclusão da licitação pela PGE, o
No Estado do Ceará são adotadas em regra as processo é remetido à origem, no nosso caso, PMCE,
seguintes modalidades de licitações: para que seja feita a contratação com a empresa
vencedora do certame licitatório. A assinatura dos
PRESENCIAIS ELETRÔNICAS respectivos contratos decorrentes da licitação é de
o Carta convite o Cotação eletrônica (até R$ competência do Comandante Geral da PMCE.
o Tomada de preços 8.000,00)
o Concorrência o Pregão eletrônico (sem limite)
Assinados e publicados os contratos com seus
o Concurso – Dec nº 5.450/2005 respectivos gestores será iniciada a logística de
o Leilão recebimento, liquidação e pagamentos dos bens e
o Pregão presencial (sem serviços contratados.
limite) Por fim, ressaltamos que, conforme o Art. 14, da
Lei 8.666/93, as compras sempre que possível devem:
O quadro representativo do ANEXO IV consta um • Atender ao princípio da padronização;
resumo sobre as modalidades de licitações e seus
• Ser processadas por meio do SRP – Sistema de
limites de valores, os quais devem ser observados na
Registro de Preços;
fase de planejamento das aquisições.
• Ser subdividida em tantas parcelas quantas
É importante frisar neste tópico que a licitação
necessárias;
apresenta dois momentos bem distintos, os quais,
• Balizar-se pelos preços praticados na Adm
conforme a legislação atual, no Estado do Ceará, são
Pública;
processados em locais distintos.
EXERCÍCIO 2
FASES DA LICITAÇÃO
Neste exercício o aluno (em equipe de 3 ou 4) deverá
FASE INTERNA FASE EXTERNA apresentar um levantamento das necessidades de
• Constatação da necessidade • Publicação do edital ou material de expediente para atender a demanda de
pública; divulgação da carta convite;
suprimento de todas as unidades (OPMs) da PMCE
• Definição do objeto a ser • Recebimento dos envelopes
licitado; de habilitação e propostas; para o ano de 2017.
• Requisição do objeto pelo • Habilitação dos
setor interessado; participantes; 3. GESTÃO DE ALMOXARIFADO
• Pesquisa de mercado (coleta • Julgamento das propostas;
prévia de preços); • Adjudicação.
• Verificação das • Homologação
A gestão eficiente do almoxarifado é a chave
disponibilidades financeiras; para o sucesso na administração de materiais das
• Indicação do tipo e da organizações. (Apresentar vídeo do ANEXO IV –
modalidade de licitação; Administração de materiais)
• Abertura do processo
administrativo;
• Escolha da documentação 3.1 Objetivos do almoxarifado
de habilitação;
• Elaboração do edital; Fenili (2015, p. 127) defini almoxarifados como
• Parecer da Assessoria sendo os locais destinados à guarda e à conservação
Jurídica sobre o edital;
• Encaminhamento do edital
dos itens de material em estoque de uma determinada
para publicação. organização. Para ele é essencial que a gestão dos
Fonte: elaborado pelo autor com base no referencial almoxarifados seja eficiente, visando minimizar os
teórico. custos de armazenamento de estoques, bem como
maximizando a qualidade de atendimento aos seus
Na PMCE, a fase interna da licitação ocorre clientes internos à empresa.
inicialmente na CALP que prepara os Projetos Básicos Apresentamos abaixo um quadro que mostra
ou Termos de Referência e posteriormente, na COAFI, os principais objetivos do almoxarifado e as ações
mais especificamente na Célula de Compras, onde são necessárias à realização desses objetivos:

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OBJETIVOS DO ALMOXARIFADO ETAPAS DO RECEBIMENTO DE MATERIAIS

OBJETIVO AÇÕES NECESSÁRIAS ETAPA DESCRIÇÃO


• maximizar o uso do espaço físico Entrada de materiais: recepção dos veículos
disponível; transportadores; verificação de dados básicos da
• evitar perdas/roubos/furtos; entrega (informações da nota fiscal, existência de
Minimizar os • evitar obsolescência; Recebimento autorização da entrega pela empresa etc.);
custos de • buscar a eficiência na movimentação dos provisório encaminhamento para a área de descarga. Nessa
armazenamento materiais, diminuindo as distâncias internas etapa, o “recebedor” assina no documento fiscal
percorridas; que acompanha o material, apenas para fins de
• prover treinamento aos colaboradores comprovação da data de entrega.
envolvidos. • Conferência quantitativa: verificação se a
Maximizar a Assegurar a provisão do item de material quantidade declarada pelo fornecedor na nota
qualidade de certo, na quantidade e no local corretos, no fiscal corresponde àquela efetivamente entregue.
Etapas
atendimento aos menor tempo possível, sempre que for • Conferência qualitativa: verificação de se as
intermediárias
consumidores necessário. especificações técnicas do objeto entregue estão
Fonte: Fenili (2015, p. 127) de acordo com as solicitadas pelo setor de
compras (dimensões, marcas, modelos etc.).
• Regularização: é o resultado lógico decorrente
3.2 Atividades da gestão de almoxarifado das fases anteriores. Pode ser originada uma das
seguintes situações:
As principais atividades da gestão de • entrada do material no estoque e liberação do
almoxarifado são: pagamento ao fornecedor. Nesse caso, houve
aceitação do material, ou o recebimento
1) Recebimento; Regularização
definitivo;
2) Armazenamento; e • devolução parcial ou total do material ao
3) Distribuição fornecedor. Nesse caso, a aceitação foi parcial
ou, simplesmente, o material não foi aceito;
• reclamação junto ao fornecedor, por falta de
3.2.1 Recebimento de material
material.
Fonte: Fenile (2015, p. 129)
Segundo Fenilli (2015, p. 129), o recebimento do
item de material é a etapa intermediária entre a
Vale aqui lembrar que o Art. 15 §8º, da Lei
compra e o pagamento ao fornecedor, visto que
8.666/93 preconiza que o recebimento de material de
somente após o recebimento (etapa que, nos órgãos
valor superior a R$ 150.000,00 deverá ser confiada a
públicos, refere-se à etapa de liquidação da despesa) é
uma comissão de no mínimo 3 (três) membros.
que o pagamento é autorizado.
A atividade de recebimento é portanto uma fase
3.2.2 Armazenamento e guarda de material
que tem estreito relacionamento com as áreas
contábeis e de compras da organização, além de
A lei de Licitações e Contratos também se
contar, por vezes, com a necessidade do suporte
preocupou com o armazenamento de material:
provido pelo setor de transportes.
O recebimento é usualmente dividido nas o
Art. 15§ 7 Nas compras deverão ser observadas,
seguintes etapas: ainda:
(...)
III - as condições de guarda e armazenamento que
não permitam a deterioração do material.

Assim, podemos destacar que uma das


preocupações da gestão de materiais é mantê-los em
condições de uso até sua distribuição. Para isso é
necessário que sejam tomadas medidas que favoreçam
à organização e a segurança dos diversos materiais a
serem armazenados.
A armazenagem racional de materiais, segundo
Fenili (2015, p.131) tem por objetivo principal a
minimização dos custos a ela inerentes e apresenta os
seguintes objetivos da armazenagem:

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Armazenagem em Este critério é aplicável a materiais que


• maximizar a utilização dos espaços, ou utilizar área externa podem ser armazenados em áreas
externas (por exemplo, automóveis
o espaço nas três dimensões, da maneira mais acabados, armazenados em pátios),
eficiente possível; reduzindo custos e ampliando o espaço
• prover acesso facilitado a todos os itens de interno do almoxarifado para materiais
material; que necessitam de maior proteção.
• prover proteção aos itens estocados, de forma Coberturas Trata-se de soluções para a obtenção de
alternativas uma área coberta, sem incorrer em custos
que sua manipulação não incorra em danos; de construção atinente à expansão do
• prover um ambiente cujas características não almoxarifado. Em geral, a cobertura é de
afetem a qualidade e a integridade dos itens PVC.
estocados; Fonte: Elaborado por Fenili com base em Viana (2011).
• apresentar um arranjo físico que possibilite o
uso eficiente de mão de obra e de equipamentos. EXERCÍCIO 3

CRITÉRIOS DE GUARDA DOS MATERIAIS NO Quais conhecimentos, habilidades e aptidões devem


ALMOZARIFADO ter o gestor de estoque.

CRITÉRIO CARACTERÍSTICAS 3.2.3 Distribuição dos materiais


Armazenagem por Materiais associados são alocados
agrupamento (ou próximos uns dos outros. É o caso de se Distribuição é o processo pelo qual se faz chegar
complementaridade) armazenarem sobressalentes variados de
um motor de automóvel, por exemplo, em o material em perfeitas condições ao usuário. Esse
uma mesma estante. Esse critério facilita processo envolve pessoas e recursos materiais, pois,
as tarefas de arrumação e busca, mas além dos controles de baixa de estoque, pode envolver
nem sempre permite, o melhor também as atividades de carregamento e transporte.
aproveitamento do espaço.
Para Fenili (2015, p. 138), a distribuição de
Armazenagem por De acordo com este critério, deve-se
compatibilidade considerar, para fins de armazenagem, a materiais é a atividade derradeira da gestão de
influência que um material pode ter sobre almoxarifados, cuja finalidade é fazer chegar o material
outro, de modo que devam ser mantidos em perfeitas condições ao usuário e que segundo
em ambientes distintos. Há materiais que, alguns autores pode ser dividida em:.
se mantidos isolados, não são perigosos,
mas que, se mantidos próximos, podem
• Distribuição interna = diz respeito à
oferecer riscos devido às suas distribuição de materiais internamente à organização,
propriedades químicas. Há, ainda, o para a continuidade de seu processo de trabalho.
exemplo clássico da absorção de odor de • Distribuição externa = trata da entrega dos
peixe pela manteiga, caso mantidos no
produtos acabados a seus clientes, o que pode
mesmo ambiente de refrigeração.
Armazenagem por Materiais de características físicas envolver mais de um meio de transporte.
tamanho, peso ou semelhantes são armazenados mais No caso específico do setor público a
forma próximos. Esse critério possibilita um distribuição externa pode ser entendida como a
(acomodabilidade) maior aproveitamento do espaço físico, e entrega de materiais ou serviços à população, como
demanda maior necessidade de controle
por parte do gestor de almoxarifado.
por exemplo a distribuição de medicamentos e vacinas
Armazenagem por Os materiais com maior frequência de à população pelos postos de saúde.
frequência entrada e saída do almoxarifado são Quanto a distribuição interna dentro dos órgãos
armazenados próximos à sua públicos, vamos apresentar aqui como referência os
entrada/saída. dois processos de fornecimento adotados pela
Armazenagem É a típica armazenagem complexa, Instrução Normativa nº 205/1988, da Secretaria de
especial destinada a materiais inflamáveis, Administração Pública da Presidência da República
perecíveis, explosivos etc. Note que este
critério de armazenagem pode ser
(Sedap), atinente à distribuição interna para unidades
“acumulado” com um dos anteriores (por administrativas integrantes das organizações públicas.
exemplo: carnes são armazenadas em (Fenili, 2015, p. 138)
câmaras frigoríficas – armazenagem
especial, e pode ser empregado em 5.1.1. São dois os processos de fornecimento:
conjunto o critério de armazenagem por
frequência). a) por Pressão;
Importante: produtos perecíveis devem b) por Requisição.
ser armazenados segundo o método FIFO.

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5.1.2. O fornecimento por Pressão é o processo de problema no transporte das mercadorias, até uma
uso facultativo, pelo qual se entrega material ao negociação mais prolongada com fornecedores, ou
usuário mediante tabelas de provisão previamente até mesmo uma influência do clima. No setor
estabelecidas pelo setor competente, e nas épocas público, por exemplo, as demandas burocráticas
fixadas, independentemente de qualquer relativas à obrigatoriedade de regularidade fiscal
solicitação posterior do usuário. Essas tabelas são das empresas contratadas podem implicar um
preparadas normalmente, para: tempo maior do que o desejado para reestabelecer
a) material de limpeza e conservação; um fornecimento.
b) material de expediente de uso rotineiro; Grandes estoques podem implicar economia de
c) gêneros alimentícios. escala = a aquisição de itens de material em
maiores quantidades usualmente implica a prática
5.1.3. O fornecimento por Requisição é o processo de preços unitários menos significativos, se
mais comum, pelo qual se entrega o material ao comparado com compras de menores vultos. É o
usuário mediante apresentação de uma requisição que usualmente denomina-se “poder de barganha”.
(pedido de material) de uso interno no órgão ou
entidade. (Presidência da República, 1988) Todavia é bom frisar que a manutenção de
estoques é onerosa para as organizações, pois poderá
3.3 Gestão de estoque ocorrer vários custos relativos a diversos fatores,
como: de pessoal, roubos, furtos, necessidade de
Apresentar Vídeo ANEXO X – Administração de espaços físicos, segurança, seguros, limpeza e
estoques. manutenção, entre outros – podendo chegar a níveis
muito elevados, tornando-se muitas vezes inviável.
3.4 Gerenciamento dos custos Além do próprio custo do material adquirido que
compõe o estoque (gasto da compra ou na produção
Segundo Fenili (2015, p. 39), estoque é toda e dos bens), Fenili (2015, p. 42) relata que outros custos
qualquer porção armazenada de material, com valor estão relacionados aos estoques e que podem ser
econômico para a organização, que é reservada para didaticamente divididos em três categorias: custos
emprego em momento futuro, quando se mostrar diretamente, inversamente e independentes do nível
necessária às atividades organizacionais. de estoque médio.
Estoque é portando o material armazenado no Para ingressarmos nessa temática vamos simular
órgão público para distribuição às unidades um estudo de caso no qual é feito o controle do
administrativas e operacionais para uso em suas estoque de papel A4 pela Célula de Suprimento da
atividades. Como demonstramos no tópico 1 desta CALP. Suponhamos que foi apresentada a seguinte
apostila, esses materiais podem ser os mais diversos tabela com os quantitativos:
possíveis, como: peças para viaturas e equipamentos,
alimentos industrializados ou in natura, medicamentos CALP - Célula de Suprimento
e vacinas, ração para animais, materiais de expediente, Histórico do Pedido de Papel A4 (resma) - 2015
materiais de limpeza, materiais de manutenção Saldo de estoque em 31/12/2014 - und: 500
predial, material de construção e reforma, material de Mês Saída Pedido ao Fornecedor Saldo
1 300 200
remonta, combustíveis e lubrificantes, entre outros.
2 250 800 750
Fenili (2015, p. 40), relaciona as seguintes 3 300 450
vantagens dos estoques para as organizações: 4 320 130
5 320 800 610
Estoques podem proteger as organizações de 6 250 360
eventuais oscilações de demanda = uma vez 7 230 130
adquirida, a mercadoria torna-se independente de 8 350 800 580
flutuações de demanda (= de consumo). 9 270 310
Estoques podem proteger as organizações de 10 240 70
eventuais oscilações de mercado = uma vez 11 320 800 550
adquirida, a mercadoria torna-se independente de 12 400 150
flutuações do mercado. Total 3.550 3.200
Estoques podem ser uma oportunidade de EM 358
investimento = isso ocorre quando, em EM = Estoque Médio = quantitativo saldo do período/nº períodos
determinado período, a taxa de aumento do valor
financeiro do estoque for maior do que a taxa de
aplicação em outros ativos que podem ser obtidos Como podemos ver a Célula de Suprimento
no mercado. Seria quase que um caso particular de manteve um Estoque Médio (EM) mensal ao longo do
oscilação de mercado, mencionado anteriormente. ano de 2015 de 358 unidades de papel A4 o qual é
Estoques podem proteger de atrasos = os atrasos
destinado à impressão de documentos oficiais pelas
podem ser originários de diversas fontes, desde um

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diversas unidades da PMCE. Esse estoque pode ser manutenção dos depósitos e almoxarifados de um
considerado como o estoque no qual existe uma maior órgão público. Independente da quantidade de resmas
eficiência na aplicação dos recursos destinados ao de papel A4 estocadas, as despesas de manutenção
armazenamento. (salário dos funcionários, limpeza, energia, etc.)
Vejamos agora a situação na qual esse estoque permanecem constantes.
seja mantido acima do EM. Como relata Fenili (2015, p.
42), neste condição prevalece os custos diretamente 4. GESTÃO DO PATRIMÔNIO
proporcionais ao nível de estoque, quais sejam:
A gestão patrimonial envolve a gestão dos bens
CUSTOS DIRETAMENTE PROPORCIONAIS AO tangíveis classificados pela Contabilidade como sendo
NÍVEL DE ESTOQUE os bens do Ativo Imobilizado da organização, os quais
podem sem móveis (máquinas, equipamentos, móveis
...maior necessidade de área para armazenagem = e eletrodomésticos, etc.) e imóveis (prédios e
custo de espaço físico instalações).
...maior probabilidade de perdas = custo de perdas
Na administração pública, como podemos
...maior probabilidade de furtos e roubos = custo de
Quanto furtos e roubos observar no ANEXO I desta apostila, o Ativo
mais ...maior probabilidade dos itens em estoque Imobilizado também é chamado de “Materiais
estoque... tornarem-se obsoletos = custo de obsolescência Permanente”, ou seja, aquele que tem duração
...maior gasto com seguros dos itens em estoque = superior a 2 anos e obedece também a outros critérios,
custo com seguro para o estoque
conforme podemos ver também no Tópico
...maior o valor perdido com a desvalorização dos bens
permanentes em estoque = custos de depreciação
Fonte: Fanili (2015, p. 42), 4.1 Conceitos importantes da gestão
patrimonial
Por outro lado, podemos ver que também
existem os custos inversamente proporcionais ao nível Abaixo segue alguns conceitos importantes
de estoque, como por exemplo o custo do pedido, ou atinentes a gestão de patrimônio que todo gestor deve
seja, o custo com o processo administrativo conhecer, pois facilita o entendimento e a
relacionado ao planejamento e ao processo licitatório. comunicação entre os setores e as pessoas na
Considerando os custos individuais dos itens, é possível organização:
concluir que quanto maior os níveis de estoque, menor
o custo dos estoques. Na tabela abaixo presentamos a Instalações: materiais ou equipamentos que se
hipótese de um pedido feito com base no EM. agregam ao bem imóvel, isoladamente ou em
conjunto, passando a integrá-lo funcionalmente.
CUSTO INDIVIDUAL DO ITEM versus ESTOQUE MÉDIO Carga Patrimonial: conjunto de materiais
Custo do Custo permanentes sob a responsabilidade do titular de uma
Opção Processo do EM Individual por unidade administrativa.
Pedido (R$) Item (R$) Transferência: movimentação de material entre
1 1.500,00 358 4,19
2 1.500,00 500 3,00
unidades administrativas da Câmara dos Deputados,
3 1.500,00 800 1,88 com consequente troca de responsabilidade.
Fonte: autor com base no referencial teórico Registro Patrimonial: descrição analítica do
material permanente, ao qual se atribui um código
Neste exemplo, o custo do processo foi estimado numérico sequencial, contendo as informações
em R$ 1.500,00, levando-se em conta todos os custos necessárias à sua identificação, localização e carga
com pessoal, levantamentos, pesquisa de mercado, patrimonial.
documentação, publicações, entre outras. Como
podemos ver, independentemente do EM esse custo é 4.2 Classificação do patrimônio, segundo
fixo, portanto quanto maior for os níveis de estoque, critérios de utilidade e viabilidade econômica.
menor será o custo desse estoque, o que podemos
comprovar pelos valores individuais dos itens. Essa classificação merece destaque em virtude
Nessa linha de pensamento, existem também os dos vários fatores que influenciam na viabilidade
custos que independentemente do EM permanecem funcional e econômica do patrimônio. Podemos citar
fixos. Fanili (2015, p. 44) diz que trata-se de um valor aqui, por exemplo, o caso das viaturas operacionais da
fixo, que independe da quantidade de itens em PMCE. Em decorrência do uso severo na atividade de
estoque. Seria o caso, por exemplo, do custo de policiamento ostensivo, em algum momento os

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reparos constantes e a elevação do custo de bem por meio de uma plaqueta geralmente
manutenção não compensam funcional e confeccionada em alumínio, onde constam outras
economicamente manter o patrimônio em uso, sendo, informações, como a do órgão público a que pertence.
portanto, recomendável a sua substituição.
A própria Lei 8.666/93 trata desse assunto, 4.3.1 Comissão de Tombamento e Inventário da
quando prevê a modalidade de licitação “Leilão” para a PMCE
venda de bens móveis inservíveis ou a alienação de
bens imóveis: Na PMCE, foi constituída uma comissão por
intermédio da Portaria BCG Nº037/2007 que tinha
Art 22 “§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre como objetivo a realização do tombamento de todo o
quaisquer interessados para a venda de bens material permanente da corporação de forma
móveis inservíveis para a Administração ou de
produtos legalmente apreendidos ou penhorados, padronizada.
ou para a alienação de bens imóveis prevista no Art.
19, a quem oferecer o maior lance, igual ou PUBLICADA BCG Nº 037/2007 - Tombamento de
superior ao da avaliação. carga da PM - Nomeação de Comissão O Cel PM
Francisco José Domingos Barroso, mat. 027.135-1-9,
Diretor de Apoio Logístico / PMCE, no uso de suas
Usaremos aqui a classificação de Fenili (2015, p
atribuições legais, resolve: nomear a comissão
144), o qual relaciona os materiais permanentes de composta pelos seguintes oficiais e praças, (...)
acordo com sua utilidade e viabilidade econômica: para, sob a presidência do primeiro coordenar e
a) regular – quando estiver em perfeitas fiscalizar às subcomissões de tombamento da carga
condições de uso, funcionamento e aproveitamento da Corporação, assistidos pelos Fiscais
Administrativos, P/4 e seus auxiliares de cada
pela unidade detentora da carga; Unidade e Subunidade. (Transc. da Portaria n.º
b) ocioso – quando, embora em perfeitas 003/2007-DAL/1, anexa ao Ofício n.º250/2007-
condições de uso, não estiver sendo aproveitado; DAL/1).
c) recuperável – quando o custo de sua
recuperação não ultrapassar cinquenta por cento de A criação da comissão foi para atender as
seu valor de mercado; orientações do órgão fiscalizador do Estado (Tribunal
d) antieconômico – quando sua manutenção for de Contas do Estado – TCE), bem como para adequar a
onerosa, ou seu rendimento precário, não justificando Polícia Militar ao que determina a legislação sobre o
sua utilização; assunto. A Comissão atua assim em apoio à Célula de
e) irrecuperável – quando economicamente Patrimônio da CALP a qual, a partir da conclusão do
inconveniente sua recuperação, ou não mais puder ser inventário, deverá manter controle sobre todo o
utilizado para o fim a que se destina. (inservível) patrimônio da instituição.
Os principais objetivos da comissão podem ser
4.3 Incorporação e tombamento resumidos nos seguintes itens:
• Cumprir à legislação referente ao controle do
Neste tópico abordaremos uma importante patrimônio público estadual;
técnica destinada ao controle do material permanente • Atender às orientações do Tribunal de Contas
na administração pública. Quando estamos falando de do Estado (TCE), emitidas em seus pareceres de
material de consumo esse procedimento é dispensável, auditórias;
visto que o seu controle se dá pelos pedidos que • Organização financeira e administrativa dos
representam o consumo pelos usuários. bens da corporação;
Já o material permanente necessita de um • Servir de orientação para o desenvolvimento
cuidado maior, sendo necessário aqui o seu de atividades necessárias para organização e
tombamento que é o procedimento de identificação de padronização do acervo da PMCE em suas diversas
um bem patrimonial. O tombamento é feito na Unidades;
incorporação (ou carga) do bem ao patrimônio de uma • Desenvolver uma cultura de zelo e organização
organização. pelo patrimônio da organização.
No tombamento os bens são cadastrados em um
banco de dados onde são colocadas as informações O trabalho da comissão consiste na descrição
essenciais, como: características físicas, valor de minuciosa dos bens, como cor, dimensões, estado de
aquisição, número de documento de compra, locação, conservação, locação (Unidade, subunidade, setor e
etc. e recebem um número patrimonial que o subsetror, origem dos recursos (se foi por compra,
identificará a partir de então. Esse número é fixado no doação), etc. O trabalho de tombamento se inicia na

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sede do Batalhão onde são colhidas as informações Até a presente data foram tombados no sistema
referentes ao acervo patrimonial (carga impressa) e Conpat (programa) aproximadamente 58.000
suas subunidades subordinadas chegando até a sua (cinquenta e oito mil) itens, o que corresponde cerca
última subdivisão (destacamentos). de 90% (noventa por cento) do trabalho concluído.
Uma das principais orientações do TCE é que O grande desafio a partir desse trabalho é
cada órgão afixe prancheta na porta contendo a lista manter o controle do patrimônio, ou seja, evitar a
dos bens constantes naquele ambiente ou setor com a movimentação dos bens sem os devidos registros no
devida assinatura do responsável por esse material. sistema e controle eficiente do material descarregado.
A alimentação das informações referentes aos Com a nova Lei de Organização Básica da PMCE, esses
bens patrimoniais da PMCE é realizada no programa cuidados devem ser ainda mais observados, visto que
denominado “Conpat” que é ligado via internet com o foram criadas novas Unidades e Subunidades e outras
servidor da Secretaria de Segurança Pública e Defesa passaram a pertencer a outro comando.
Social, onde são mantidos todos os arquivos.
OBS: como muitos materiais foram incluídos nas
A forma de classificação dos bens patrimoniais relações de patrimônio das Unidades da PMCE por
obedecem realizadas pela PMCE obedecem aos meio de doação, é importante destacar aqui as
seguintes critérios: condições necessárias para esse procedimento,
a) Moveis e equipamentos : inclui mobiliário conforme apresentamos no ANEXO VII.
permanente (mesa, cadeira, geladeira, etc),
equipamento científicos (materiais hospitalares e PALESTRA I
outros), rádios, coletes, escudos, capacetes balísticos e
outros. Tombamento realizado com a fixação de Convidar um Oficial da Comissão de Tombamento para
plaquetas exceção aos coletes que são colocados falar sobre o trabalho realizado pela comissão.
virtualmente agregando ao número serial.
b) Armamento : iniciado pelo tombo nº 200.000: 4.4 Inventário de material permanente
o tombamento foi realizado virtualmente agregando o
número de tombamento ao número serial da arma. O inventário de material permanente (ou
c) Livros (iniciando pelo tombo nº 50.000): inventário de ativos) é um procedimento no qual a
poucos livros foram tombados e são bastante antigos. administração da organização (publica ou privada)
Tombamento realizado através de carimbo padrão e passa a conhecer e controlar o seu patrimônio. A
com a numeração de tombo escrita de caneta na principal função do inventário é manter o registro
contracapa. atualizado de todos os bens da organização, além de
d) Semoventes (cães e cavalos): tombamento garantir um controle sobre esse patrimônio. O controle
realizado sem fixação de plaquetas e colocando é essencial para evitar desperdícios, furtos, controlar a
virtualmente agregando o número de tombo ao nome depreciação, estimar o valor dos bens, acompanhar a
do animal. movimentação do bem, etc.
e) Viaturas: tombamento realizado com fixação Para a realização do inventário é necessário que
de plaqueta. seja seguido minimamente os seguintes etapas:

O sistema Conpat é um programa de banco de 1) Identificar tudo aquilo que consiste no


dados utilizado para armazenar e Controlar o patrimônio, como: máquinas, equipamentos, móveis,
patrimônio da PMCE. As Informações ficam protegidas veículos, imóveis, etc.
no servidor da SSPDS no banco de dados do notebook. 2) Fazer a descrição de tudo o que foi
Nesse sistema é possível realizar diversas formas de identificado como patrimônio da organização e em
pesquisas e de relatórios como: seguida classifica-los de acordo com critérios mais
a) relatório por objeto; apropriados;
b) relatório por unidade, subunidade, setor e 3) Finalmente realizada a valoração, uma
subsetor; especificação do valor de cada elemento constituinte
c) relatório por tombo seqüencial. do patrimônio.
Essas etapas são importantes, pois permite
Além de gerar planilhas em duas formas: conhecer a real situação do patrimônio em
a) Planilha de tombamento; determinado momento.
b) Planilha de inventário.

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O inventário pode ser feito de acordo com as 4.6 Depreciação


necessidades da organização. Vamos citar aqui os tipos
de inventários sugeridos por Felini (2015, p. 148), os Segundo o Manual de Contabilidade do Setor
quais consideramos úteis para o setor público: Público da Secretaria do Tesouro Nacional, quando os
elementos do ativo imobilizado (materiais
a) anual – destinado a comprovar a quantidade e o permanentes) tiverem vida útil econômica limitada,
valor dos bens patrimoniais do acervo de cada ficam sujeitos a depreciação, amortização ou exaustão
unidade gestora, existente em 31 de dezembro de
cada exercício – constituído do inventário anterior e sistemática durante esse período.
das variações patrimoniais ocorridas durante o
exercício Para Fanili (20415, p.150), uma vez adquirido um
b) inicial – realizado quando da criação de uma bem patrimonial (um aparelho de ar condicionado, por
unidade gestora, para identificação e registro dos
exemplo), ele é registrado no sistema de cadastro
bens sob sua responsabilidade;
c) de transferência de responsabilidade – realizado patrimonial com suas características físicas, bem como
quando da mudança do dirigente de uma unidade o seu valor de compra, conforme registrado na nota
gestora; fiscal. No entanto, com o passar dos anos, não é
d) de extinção ou transformação – realizado possível afirmarmos que o seu valor permanece
quando da extinção ou transformação da unidade
gestora; constante. Ele decresce, em virtude de seu desgaste
e) eventual – realizado em qualquer época, por temporal, bem como de sua ociosidade tecnológica.
iniciativa do dirigente da unidade gestora ou por
iniciativa do órgão fiscalizador. “A depreciação é o declínio do potencial de
geração de serviços por ativos de longa duração,
4.5 Movimentação de bens patrimoniais ocasionada pelos seguintes fatores: deterioração física,
desgaste com uso e obsolescência” (SECRETARIA DO
A movimentação de bens patrimoniais é a TESOURO NACIONAL, 2014, p. 160).
transferência do patrimônio de um órgão para outro,
geralmente ficando sobre a responsabilidade de uma No setor privado, o cálculo da depreciação tem
outra pessoa do conjunto da administração e pode impacto direto na apuração do lucro do exercício.
ocorrer por diversos motivos, como: para atender uma Dessa maneira, a Secretaria da Receita Federal do
necessidade em um outro órgão, por questões de Brasil padroniza as taxas incidentes na depreciação,
reorganização da estrutura da administração, entre por meio da Instrução Normativa SRF nº 162/1998,
outros. alterada pela Instrução Normativa nº 130/1999.
A movimentação de bens deve ser acompanhada (FENILI, 2015, p.150)
de documentação necessária, tendo em vista manter o
controle e permitir a elaboração de inventário com Fenili (2015, p 150) relata que para o setor
precisão. Abaixo segue pelo menos dois documentos público, até bem recentemente os diversos órgãos
indispensáveis à movimentação de bens patrimoniais: usualmente recorriam às mesmas taxas estabelecidas
pela Receita Federal, apesar de não haver sido feito um
• Termo de Responsabilidade, a ser assinado estudo próprio a fim de definirem os percentuais e a
pelo (novo) responsável pela guarda e conservação do estimativa de vida útil a serem aplicados. No entanto,
bem patrimonial; e em novembro de 2010, a Secretaria do Tesouro
Nacional lançou o Manual de Regularizações
• Guia de Transferência de Material, Contábeis, definindo, entre outros assuntos, o
usualmente emitida por sistemas informatizados, cujo mecanismo da depreciação no âmbito do Sistema
intuito é formalizar a alteração do órgão/servidor Integrado de Administração Financeira do Governo
responsável pela carga patrimonial do bem. Federal (Siafi).
É recomendável resumirmos os principais
No âmbito da PMCE, quando ocorrer a conceitos relativos à depreciação. O quadro a seguir
necessidade de movimentação de patrimônio, essa apresenta uma síntese sobre esse tema:
movimentação deve ser publicação em Boletim
Interno, para que torne público e seja feito a alteração
nas relações de patrimônio, cuja responsabilidade fica
a carga da Célula de Patrimônio da CALP.

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PRINCIPAIS CONCEITOS RELATIVOS À ganhos ou perdas decorrentes desta baixa devem ser
DEPRECIAÇÃO reconhecidos no resultado patrimonial. Os ganhos ou
perdas decorrentes da baixa de um item do ativo
CONCEITO SIGNIFICADO imobilizado devem ser determinados pela diferença
Depreciação Redução do valor dos bens pelo desgaste ou perda entre o valor líquido da alienação, se houver, e o valor
de utilidade por uso, ação da natureza ou
obsolescência.
contábil do item.
Vida útil Período de tempo durante o qual a entidade espera A baixa patrimonial pode ocorrer por qualquer
utilizar o bem. das seguintes formas:
Vida útil Período de tempo durante o qual a entidade espera
econômica obter fluxos de benefícios futuros de um bem ($$). MOTIVADORES DA BAIXA PATRIMONIAL
Observação: a vida útil econômica de um
automóvel, por exemplo, pode girar em torno de
cinco anos, depois da qual ele se torna • Alienação (venda, permuta ou doação, nas formas da
antieconômico (manutenções corretivas etc.). Já a Lei nº 8.666/93)
vida útil desse mesmo automóvel pode ser bem • Comodato (empréstimo de bem)
maior. Ainda nas ruas vemos veículos de mais de 20
• Destruição
anos de funcionamento.
Valor Montante líquido que a entidade espera obter por • Esclusão de bens do cadastro
residual um bem no fim de sua vida útil econômica, • Extravio / roubo / sinistro
deduzidos os gastos esperados para sua alienação • Cessão (transferência gratuita de posse)
(“desfazimento”). É o “bagaço da laranja”.
Valor Valor depreciável = Valor original – Valor residual Fonte: Fenili (2015, p. 152)
depreciável É o “suco que sai da laranja”.
Fonte: Fenili (2015, p. 151) O motivo mais comum de baixa patrimonial que
observamos na administração pública é a alienação,
A seguir será apresentado um quadro mas precisamente representado pela venda de bens
representativo da depreciação de uma viatura inservíveis.
operacional da PMCE. Aqui vamos considerar os
seguintes dados: EXERCÍCIO 4

1) Valor contábil bruto do bem .............. R$ O aluno deverá fazer uma pesquisa para identificar,
70.000,00 (valor de aquisição / NF) descrever e se for o caso quantificar as formas de
2) Vida útil da viatura............................. 5 anos movimentação de baixa de patrimônio existentes (ou
3) Valor residual definido .....20% (R$ 14.000,00) mais comuns) na PMCE.
4) Valor depreciável ....................R$ 56.000,00
CONCLUSÃO
Valor
Depreciação Depreciação Valor Líquido
Ano Concluímos aqui nosso estudo sobre gestão de
(%) (R$) Contábil (R$) Contábil
(R$) materiais. Esperamos ter alcançado os objetivos
1 20% 11.200,00 11.200,00 58.800,00 propostos quanto ao conteúdo e a didática das aulas.
Todavia, como nem sempre é possível aprender
2 20% 11.200,00 22.400,00 47.600,00
tudo em sala de aula, até pelas limitações de tempo,
3 20% 11.200,00 33.600,00 36.400,00
destacamos aqui que o mais importante não é o
4 20% 11.200,00 44.800,00 25.200,00 conhecimento repassado, mas o despertar para a
5 20% 11.200,00 56.000,00 14.000,00 mudança de atitude e comportamento frente ao
Valor Residual = 14.000,00 conhecimento.
Fonte: elaborado pelo autor Assim, que as orientações da nossa disciplina
possam colaborar para formação de bons gestores
4.7 Baixa de material permanente (descarga) públicos, responsáveis e compromissados com as
causas de interesse público e com o desenvolvimento
Segundo o Manual de Contabilidade do Setor das suas corporações. E, que além disso, possam ser
Público (2015, p. 159), a baixa do valor contábil de um bons líderes, capazes de conduzir as pessoas para uma
item do ativo imobilizado deve ocorrer por sua administração pública mais eficiente, voltada para os
alienação ou quando não há expectativa de benefícios resultados e não para os processos, proporcionando
econômicos futuros ou potencial de serviços com a sua desta formar uma melhor qualidade de vida para toda
utilização ou alienação. Quando o item é baixado, os a coletividade.

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REFERÊNCIAS FREITAS, Márcio Arruda [coordenador]. Manual de


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Paulo, Editora Atlas, 1995. http://www2.camara.leg.br/transparencia/concursos/c
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julho de 2002
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ao Setor Pública. 6ª ed. Brasília – DF, 2015.
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Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado do
Ceará. 2013. Disponível em:
http://www.seplag.ce.gov.br/images/stories/Planejam
ento/LOA/2016/MANUAL%20T%C3%89CNICO%20DE%
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ANEXO I
Despesa 449052 – EQUIPAMENTOS E MATERIAL PERMANENTE
TABELA DE RELAÇÃO DAS DESPESAS (MTO/CE - 2016) Aeronaves
Embarcações
Despesa 339030 – Material de Consumo Veículos Ferroviários
Combustíveis e Lubrificantes Automotivos Veículos de Tração Mecânica
Combustíveis e Lubrificantes de Aviação Veículos Diversos
Combustíveis e Lubrificantes para Outras Finalidades Equipamentos, Peças e Acessórios para Automóveis
Gás e Outros Materiais Engarrafados Equipamentos, Peças e Acessórios Aeronáuticos
Explosivos e Munições Equipamentos, Peças e Acessórios de Proteção ao Voo
Alimentos para Animais Equipamentos, Peças e Acessórios Marítimos
Gêneros de Alimentação Aparelhos de Medição e Orientação
Animais para Pesquisa e Abate Aparelhos, Equipamentos, Utensílios Médico-Odontológico,
Material de Expediente Laboratorial e Hospitalar
Material Farmacológico Aparelhos e Equipamentos de Comunicação
Material Odontológico Aparelhos e Equipamentos para Esportes e Diversões
Material Laboratorial Aparelhos e Utensílios Domésticos
Material Hospitalar Bandeiras, Flâmulas e Insígnias
Material Biológico Coleções e Materiais Bibliográficos
Material Químico Discotecas e Filmotecas
Material de Coudelaria ou de Uso Zootécnico Obras de Arte e Peças para Exposição
Material de Caça e Pesca Peças de Museu
Material Educativo e Esportivo Outros Materiais Culturais, Educacionais e de Comunicação
Material para Festividades e Homenagens Mobiliário em Geral
Material de Processamento de Dados Equipamentos de Processamento de Dados
Materiais e Medicamentos para Uso Veterinário Equipamento de Proteção, Segurança e Socorro
Material de Acondicionamento e Embalagem Equipamentos de Manobras e Patrulhamento
Material de Cama, Mesa e Banho Equipamentos de Mergulho e Salvamento
Material de Copa e Cozinha Equipamentos e Sistema de Proteção e Vigilância Ambiental
Material de Limpeza e Produção de Higienização Equipamentos para Áudio, Vídeo e Foto
Uniformes, Tecidos e Aviamentos Instrumentos Musicais e Artísticos
Material para Manutenção de Bens Imóveis/Instalações
Material para Manutenção de Bens Móveis ANEXO II
Material Elétrico e Eletrônico
Material de Manobra e Patrulhamento
Material de Proteção e Segurança Vídeo Futura Profissão – Técnico em logística.
Material para Áudio, Vídeo e Foto Disponível em
Material para Comunicações https://www.youtube.com/watch?v=U8l-Sv_KpXI.
Sementes, Mudas de Plantas e Insumos Acesso em 02/07/2016. Tempo 28:03 min
Suprimento de Aviação
Material para Produção Industrial
Suprimentos para Máquinas e Motores de Navios e Embarcações ANEXO III
Suprimentos de Armamento
Suprimento de Proteção ao Vôo LOGÍSTICA NA ADMINISTRAÇÃ O PÚBLICA
Material para Manutenção de Veículos CONTEMPORÂNEA (ASSINI, 2012 p.30-32)
Material para Utilização em Gráfica
Ferramentas e Utensílios
Material para Reabilitação Profissional Já foi dito que a logística veio à tona para os
Material de Sinalização Visual e Afins consumidores após o advento da internet e do
Material Técnico para Seleção e Treinamento crescimento do comércio eletrônico e que sua
eficiência é fundamental na concorrência estre as
empresas que está cada vez mais acirrada.
Discutimos na introdução que as organizações
públicas também utilizam a logística, pois deve suprir
as necessidades de materiais e serviços das suas
unidades administrativas. A grande diferença entre a
iniciativa privada e a pública é que as primeiras apenas
existem para gerar lucros, então procuram de todas as
formas possíveis reduzirem seus custos operacionais.
Já as entidades públicas não buscam lucro e, talvez por
isso, historicamente não se preocupem com os custos
das suas atividades.

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A Administração Pública moderna apresenta possui várias etapas, e o aprimoramento de cada uma
diferenças profundas em relação ao século passado. delas reduz o custo operacional dos serviços prestados
Podemos enfatizar, dentre tantos fatores distintivos, as pelos órgãos públicos. O aprimoramento da gestão de
novas técnicas de gestão e a utilização intensa dos logística na Administração Pública depende de
novos frutos do desenvolvimento tecnológico tanto no planejamento, programação e o controle das
fornecimento de bens quanto na prestação de atividades relacionadas à distribuição de bens e
serviços. As inúmeras e atuais denúncias de serviços.
irregularidades na aplicação do dinheiro público, como O grande desafio é atender às expectativas das
a falta de produtos (remédios, materiais escolares, diferenças de públicos, de localização, de diversidade
gêneros alimentícios etc.), bem como sociocultural etc. Assim, a logística deve diminuir essas
superfaturamento nas compras, desvios de recursos, diferenças para que os consumidores tenham serviços
dentre outros tantos outros exemplos, têm levado a públicos quando e onde quiserem e com o menor
Administração Pública a repensar sua forma de custo possível.
atuação no sentido de minimizar as ameaças e A satisfação da sociedade faz parte do objeto da
aproveitar as oportunidades para otimização de seu logística. Entendemos que o processo é efetivado
desempenho. quando atinge este objetivo. Para equilibrar as
A logística objetiva contribuir para o sucesso da expectativas da sociedade quanto ao nível dos serviços
Administração Pública. A logística é a chave para uma prestados, a logística deve buscar estratégias,
estratégia de sucesso, capaz de prover uma planejamentos e desenvolvimento de sistemas que lhe
multiplicidade de maneiras para satisfazer ao interesse assegurem atingir seus objetivos.
público. Na gestão pública, muitas vezes encontramos (....)
gestores desqualificados e que não procuram Pois bem, a Administração Pública possui
assessoria de profissionais competentes nas áreas funções logísticas que devem ser geridas em conjunto
críticas das entidades que administram. com as atividades administrativas habituais, como o
A logística, independentemente da atividade transporte, armazenagem, manutenção de estoques,
principal do órgão público, é uma dessas áreas críticas processamento de pedidos, compras (licitação),
para qualquer gestor e acaba tornando-se um dos manuseio dos materiais, prestação de serviços.
processos mais carentes de pessoas capacitadas para Dessa forma, fica fácil vislumbrar que o escopo
atuarem no poder público. Com a nova legislação que da logística no setor público é prover a sociedade
trata da transparência e do acesso à informação quando e onde necessitar, com a melhor alocação de
pública por qualquer interessado, a logística e o recursos.
registro das suas atividades ganharam em importância.
Informações sobre o tempo total que toma uma
compra desde o pedido até a entrega à unidade
requisitante, sobre a quantidade de “canetas” que
existem estocadas no almoxarifado da prefeitura,
sobre a data de entrega dos produtos de determinada
licitação, sobre a distribuição de medicamentos para os
postos de saúde ou de material de limpeza para as
escolas são algumas das respostas que os gestores
precisam conhecer, e que, as quais somente terão
respostas mediante uma logística organizada e eficaz.
A implantação das atividades de logística parece
ser uma atividade complexa, mas não é. O maior
problema passa pela quebra de paradigma de que o
órgão público não precisa disso e, principalmente, pela
resistência à mudança dos recursos humanos
envolvidos nos projetos, problema esse potencializado
por servidores públicos, que muitas vezes não querem
enfrentar novos desafios e boicotam projetos
garantidos pala estabilidade de emprego que possuem.
Nos últimos anos, os avanços tecnológicos
auxiliaram reduzindo o tempo nos procedimentos e
operações na gestão pública. Como vimos, a logística

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ANEXO IV

LIMITES DE VALORES NAS MODALIDADES DE LICITAÇÃO

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ANEXO V tal fato deverá ser comunicado, imediatamente, ao


Diretor da DAL para as providências legais;
Vídeo Administração de materiais. Disponível 8. No caso de doação de bens imóveis deverá
em esta doação ser formalizada através de escritura
https://www.youtube.com/watch?v=ZtQOLMh_0Ak. pública do referido imóvel.
Acesso dia 02/07/16. Tempo: 16:16 min 9. Os escalões subordinados da PMCE, antes da
formalização de qualquer solicitação de doação de
ANEXO VI material à Superintendência Regional da Receita
Federal, tal pleito deverá ser encaminhado
Vídeo Administração de estoques. antecipadamente ao Coordenador da CGA para
providenciar os devidos encaminhamentos em nome
Disponível em : da PMCE, em conformidade com a Nota 009/2008 –
https://www.youtube.com/watch?v=O6eMzRrjO5w. DAL, publicada no BCG nº 199, de 19 de outubro de
Acesso em 02/07/16. 2007.
Tempo: 13:52 min 10.Qualquer material doado para a Polícia
Militar do Ceará, conforme enunciados neste
ANEXO VII documento deverão, obrigatoriamente, ser
incorporados ao Sistema Integrado de Contabilidade
DOAÇÃO DE MATERIAL PARA PMCE (SIC), segundo as recomendações emanadas do
Tribunal de Contas.Tal providência deverá ser
1. O material doado deverá está em perfeitas efetivada via Diretoria de Finanças/PMCE, levando-se
condições de funcionamento, em bom estado de em consideração o aspecto contábil a ser formalizado
conservação e que seja considerado útil o uso para a junto a Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará.
OPM. 11.Sabe-se que a incorporação de bens
2. Em caso de veículos, que o bem esteja patrimoniais se verifica através das modalidades de
devidamente regularizado junto aos órgãos de trânsito. Aquisição, Transferência, Permuta, Doação e Produção
3. Que seja formada uma Comissão composta Própria. No caso da Doação se entende como sendo a
de no mínimo, três membros, a qual deverá se passagem gratuita do direito de propriedade dos bens
presidida por um Oficial PM, com a finalidade de de uma organização para outra, havendo a
analisar as condições de funcionamento e conservação necessidade de que o processo seja devidamente
dos bens doados. . documentado, principalmente em sua etapa final com
4. Quando da doação de um determinado bem a emissão do respectivo termo de doação, nos moldes
patrimonial, também deverá ser fornecida a respectiva do modelo anexo.
nota ou cupom fiscal compatível com a informação 12.Todas as considerações constantes destas
constante do termo de doação. No caso da orientações estão de acordo com as determinações
impossibilidade da apresentação do referido constantes do BCG nº 199, de 19 de outubro de 2007 e
documento fiscal, esta informação deverá constar no do BCG nº 239, de 15 de dezembro de 2008.
termo de doação, bem como, o valor atual e, médio,
do bem doado;
5. O termo de Doação é imprescindível,
conforme modelo anexo, e nele deve constar a
identificação legível do órgão e/ou do responsável pela
doação, que pode ser efetivada por representante de
pessoa jurídica ou mesmo na condição de pessoa física.
6. Todo bem incorporado à carga da Polícia
Militar do Ceará deverá ser tombado, para tanto,
oficie-se ao Coordenador da CGA solicitando
providências para a realização do referido
procedimento.
7. Qualquer material deve ser recebido através
da diretória de Apoio logístico (DAL). Caso este
recebimento se verifique diretamente de outro órgão,
cujo procedimento deverá ser tido como uma exceção,

29
Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE
Curso de Habilitação de Oficiais Policiais Militares – CHO/PM
GESTÃO DE MATERIAL

MODELO I

Polícia Militar doCeará

DOAÇÃO DE MATERIAL (IMÓVEIS)

Pelo presente instrumento particular de DOAÇÃO, de um lado, NOME COMPLETO, brasileiro(a), estado civil,
profissão, portadora da cédula de identidade no. xxxxxx, inscrita no Cadastro das Pessoas Físicas do Ministério da
Fazenda – CPF/MF sob o no. xxx.xxx.xxx-xx, residente e domiciliada na Rua __________, ______, nesta Capital,
neste ato denominada DOADORA e, de outro lado, NOME COMPLETO, brasileiro(a), estado civil, profissão,
portadora da cédula de identidade no. xxxxxx, inscrita no Cadastro das Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda –
CPF/MF sob o no. xxx.xxx.xxx-xx, residente e domiciliada na Rua _________, ______, nesta Capital, neste ato
denominada DONATÁRIA, contratam o seguinte:

CLÁUSULA PRIMEIRA

A DOADORA declara e confessa ser legítima proprietária e possuidora do imóvel residencial ou outro bem
qualquer (DESCREVER as características do bem como número da nota fiscal, marca, modelo, número de série,),
localizado na Rua _________, no. ________, nesta Capital, contendo as seguintes características e confrontações:
(descrever tudo sobre o imóvel, conforme matrícula ou registro).

CLÁUSULA SEGUNDA

A DOADORA, por livre e espontânea vontade e sem qualquer coação, faz a DOAÇÃO, intervivos do imóvel
acima especificado, à DONATÁRIA, aqui já qualificada. A doação far-se-á gratuitamente, sem qualquer encargo ou
condição de qualquer natureza. Dá-se o valor de R$ xxxx,xx (por extenso), transferindo, assim, neste ato, de
forma irrevogável à DONATÁRIA todo direito de posse e domínio que exerce até a presente data sobre o referido
imóvel.
CLÁUSULA TERCEIRA
A DONATÁRIA expressamente declara aceitar a doação na forma aqui descrita, para que, a partir deste
momento, passe a lhe pertencer o imóvel ou outro bem qualquer doado pela DOADORA, sem qualquer condição.
Por estarem ambas partes de acordo, assinam o presente instrumento particular de DOAÇAO, em duas vias
de igual teor, na presença das testemunhas que a tudo assistiram.

LOCAL/DATA

ASSINATURA DA DOADORA

ASSINATURA DA DONATÁRIA

ASSINATURA DA TESTEMUNHA(1)

ASSINATURA DA TESTEMUNHA(2)

30

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