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CURSO DE PSICOLOGIA

PSICODIAGNÓSTICO

ANDRÉIA MOREIRA

RESUMO DO LIVRO: PSICODIAGNÓSTICO - V

VITÓRIA

2020
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ANDRÉIA DEJESUS MOREIRA

RESUMO DO LIVRO: PSICODIAGNÓSTICO - V

Trabalho Acadêmico apresentado ao Prof.ª


Jaqueline Bagalho da Disciplina de
Psicodiagnóstico do curso de Psicologia do
Ensino Superior e Formação Avançada de
Vitória – IESFAVI.

VITÓRIA

2020
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 4

2 FUNDAMENTOS DO PSICODIAGNÓSTICO .................................................. 5

3 A ENTREVISTA CLÍNICA ................................................................................ 6

4 ENTREVISTA ESTRUTURADA PARA O DSM IV ........................................... 7

5 A ENTREVISTA LÚDICA ................................................................................. 9

6 ENTREVISTA PARA APLICAÇÃO DE TESTE ............................................. 11

7 AS TÉCNICAS NO DIAGNÓSTICO DAS DIFICULDADES DE


APRENDIZAGEM ..................................................................................................... 12

8 ESTRUTURA GERAL DOS LAUDOS NEUROPSICOLÓGICOS:


SEÇÕES E EXEMPLOS DE ESCRITA .................................................................... 13

9 PARTICULARIDADES DO LAUDO NO CONTEXTO ESCOLAR E DA


CLÍNICA INFANTIL E ADOLESCENTE ................................................................... 14

10 CONCLUSÃO ................................................................................................. 16
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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por objetivo apresentar resumos dos textos


trabalhados em aula na matéria de psicodiagnóstico, com o intuito de
esclarecer de forma simplificada e objetiva todo o contexto de atuação do
psicólogo na elaboração do psicodiagnostico. Os textos a seguir fazem um
passeio desde a fundamentação teórica, como os tipos de entrevistas possíveis
de serem aplicadas e as técnicas dispostas a serem utilizadas no auxílio da
mesma.
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2 FUNDAMENTOS DO PSICODIAGNÓSTICO

O texto inicia fazendo uma diferenciação do psicólogo Geral no qual este


realiza avaliação, enquanto o psicólogo clínico realiza o psicodiagnóstico, que
consiste na avaliação psicológica, porém com propósito clínico, onde busca
identificar forças e fraquezas no funcionamento psicológico, e se há ou não
psicopatologia.

Há três autores ao qual é atribuída a paternidade do psicodiagnóstico, sendo


eles Galton, Cattell e Binet.

Com a contribuição da psicometria que ficou melhor sedimentada pela difusão


das escalas Bineté necessário trazer a diferença de atuação desses
profissionais, o psicólogo clínico utiliza os testes e outras estratégias para
avaliar o sujeito, enquanto o Psicometrista valoriza os aspectos técnicos da
testagem a fim de obter dados.

Freud e Knaepelin contribuíram com suas obras e caracterizaram bem a


diferença entre os estados neuróticos e psicóticos dentre os transtornos
funcionais, essa distinção foi importante, pois parecia combinar cinco aspectos
da psicopatologia. Logo Freud apresentou o teste de associação de palavras
de Jung em 1906, e mais tarde as técnicas projetivas.

Rorschach em 1921 publicou sua monografia que foi a maior divulgada na


década seguinte, e o teste foi um passo essencial no processo de diagnóstico,
pois o teste gerava dados compatíveis com os princípios básicos da
psicanálise, logo as técnicas projetivas começaram a se multiplicar, porém
começaram a ter um declínio em seu uso por problemas metodológicos.
Mesmo assim essas técnicas ainda são bastante utilizadas atualmente, e ha
uma indiscutível ênfase no uso de instrumentos mais objetivos e entrevistas
diagnósticas mais estruturadas, tudo ocasionado pelo desenvolvimento de
avaliações computadorizadas, que oferece novas estratégias no campo.

Em relação ao agir do psicólogo, observamos um afrontamento, em relação à


questão de encaminhamentos de outros profissionais que chegam muitas
vezes de forma vaga, sem embasamento para uma avaliação. O texto fala que
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é uma falha do psicólogo aceitar isso, pois o resultado muitas das vezes não é
pertinente a fonte que solicita.

O psicodiagnóstico parte do levantamento prévio de hipóteses, que serão ou


não confirmadas através do processo com objetivos precisos, não há um tempo
limitado baseado em um contrato de trabalho entre o responsável e o
psicólogo, mais é a partir das perguntas feitas que se definam os instrumentos
a serem usados, e é com base na bateria de testes que os dados serão
correlacionados com a história da pessoa.

O objetivo pode variar dependendo dos motivos alegados ou reais do


encaminhamento, assim como também dependendo da complexidade das
questões.

3 A ENTREVISTA CLÍNICA

A entrevista clínica se caracterizada por um conjunto de técnicas de


investigação de tempo limitado, é realizado por um entrevistador treinado que
utiliza conhecimentos psicológicos e que seu objetivo é descrever e avaliar
aspectos pessoais, a partir do levantamento desses dados o mesmo faz
encaminhamentos, recomendações ou intervenção de acordo com a
necessidade. A partir dessas informações é possível relacionar eventos e
experiências e então tomar uma decisão ou fazer uma interferência.

Pode ocorrer em apenas uma sessão e ser dirigida a fazer um


encaminhamento, ou pode definir os objetivos de um processo terapêutico. O
aspecto avaliativo da entrevista inicial se confunde com a psicoterapia devido
ao aspecto terapêutico intrínseco tanto da avaliação quanto da psicoterapia.
Esse processo pode ser complexo, e exige técnicas diferenciadas de
entrevistas e de instrumentos.

Na entrevista clínica cada um tem seu papel, o entrevistador conduz o


processo e é responsável por dominar as técnicas e o conhecimento utilizado,
já o entrevistado presta informações e deve ser colaborativo, pois o sucesso da
entrevista depende dele e de sua participação, se houver resistência no
levantamento de informações O entrevistador deve centrar sua atenção para
entender o motivo de tal atitude. O resultado da entrevista depende do
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entrevistador e requer um treinamento especializado, além de habilidade e


experiência, pois o maior desafio é criar clima que facilite a introdução de
questões íntimas e pessoais.

Há dois eixos de classificação das entrevistas, o aspecto formal que pode ser
divididos em estruturadas, semi-estruturadas e de livre estruturação.

A estruturada é pouco usada na clínica, sendo aplicada mais em pesquisas e


se destina a levantar informações definida pela necessidade.

Nas entrevistas de livre estruturação é necessário que se conheça suas metas,


o papel de quem conduz e o procedimento pelos quais é possível atingir os
objetivos. As semi-estruturadas são onde o entrevistador tem clareza de seus
objetivos e quais informações querem atingir, e como ele irá obtê-las, são muito
utilizadas em settings onde se é preciso ter padronização de procedimentos de
registro de dados.

A segunda classificação que é quanto aos objetivos é mais complexa, pois


decorre da interdependência entre abordagem e objetivos, onde os objetivos
fins é descrever e avaliar para então oferecer alguma forma de retorno, e é
onde há a apresentação da demanda, reconhecimento do problema e
alternativas de solução e por fim o encaminhamento.

Existem diversas formas de entrevistas, onde cada uma tem sua finalidade,
podendo ser elas desde entrevistas de triagem, como de anamnese,
diagnosticadas, sistêmicas ou de devolução, a escolha de qual usar,
dependerá do profissional e de cada caso no qual ele achar mais pertinente
utilizá-las.

4 ENTREVISTA ESTRUTURADA PARA O DSM IV

A entrevista é um instrumento indispensável e muito utilizado pelo psicólogo,


sendo composta por técnicas que favorecem as particularidades de cada
sujeito, fornecendo ao profissional acesso ao outro, e a oportunidade de saber
como o mesmo se relaciona e se estrutura. Ela permite testar os limites,
confrontar, contrapor, e buscar esclarecimentos, exemplos e contextos para as
respostas do sujeito.
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As técnicas de semi-estruturação não substituem o profissional, mais o ajudam.


Todas as competências clínicas são essenciais para conduzir a entrevista
semi-estruturada, pois é necessário conhecimento e experiência clínica para
que se possa fazer um bom uso da mesma, no entanto é decisão do
profissional utilizá-la ou ter sua própria forma de estruturação para se trabalhar.

A área de psicodiagnóstico teve um bom desenvolvimento, no qual foi


favorecida pela filosofia de classificação dos transtornos mentais do DSM-III,
que resultou do esforço de vários pesquisadores e profissionais de diversas
áreas, no qual consistiu na construção de um sistema de critérios específicos
de diagnósticos para transtornos mentais, esse sistema contribuiu
grandemente na utilização de uma linguagem descritiva para formular os
critérios diagnósticos e os agrupamentos dos transtornos mentais por classe, o
DSM-III ficou popular por sua linguagem fenomenológica e por não necessitar
de viés teórico.

A partir da linguagem descritiva e fenomenológica adotada depois do DSM-III,


houve um avanço na estruturação clínica e também na sistematização, onde as
entrevistas clínicas estruturadas tiveram um papel crucial para o
desenvolvimento de pesquisas e serviços tanto psiquiátricos como
psicológicos, apesar das entrevistas disponíveis antes do DSM-III terem sido
um avanço, ainda apresentavam problemas metodológicos e técnicos e
possuíam critérios pouco precisos. O National institute of mental health (NIMH,
Washington) reconheceu que havia a necessidade de padronizar um
procedimento diagnóstico clínico com critérios mais precisos, e partir dessa
perspectiva propôs que fosse desenvolvido uma entrevista estruturada
fundamentada no DSM-III, e assim foi criado a SCID que ficou denominado
como a Entrevista clínica estruturada para o DSM-IV.

Hoje, a SCID é instrumento atual e abrangente para diagnosticar transtornos


mentais, sendo considerada muito importante na clínica, ela é composta por
uma série de módulos que são organizados hierarquicamente.

Quando partimos para a avaliação, vemos que ela se inicia com a entrevista
preliminar, que procura obter informações gerais e dados básicos do
entrevistado, é ela também que facilita o rapport, pois permite à construção de
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uma relação que possa progredir naturalmente, ela é composta de questões


abertas onde o entrevistado fala sobre sua situação atual e sua queixa
principal.

A SCID também é composta por uma sessão chamada de diagnóstico


diferencial, que descreve cada transtorno no DSM-IV, sendo usada em
conjunto com a SCID ela ajuda a observar pontos decisivos no diagnóstico.

A SCID ajuda o profissional a desenvolver a complexidade do psicodiagnóstico,


como também ajuda a desenvolver a consciência da complexidade da tarefa e
a competência para lidar com ela.

5 A ENTREVISTA LÚDICA

Freud desenvolveu sua teoria da sexualidade infantil com base no caso do


Pequeno Hans, onde ele mais do que confirmou suas hipóteses sobre a
precocidade da vida sexual. A partida do caso ele abriu espaço Para
discussões sobre a aplicação da técnica psicanalítica em crianças.

Mais foi Hermine Hug-Hellmuth quem observou que a partir do brincar era
possível estudar os fantasmas das crianças, no entanto segundo a mesma, a
análise não era como em adultos, pois a criança não tinha o ego desenvolvido
o suficiente para suportar o peso da análise, e que a criança não era motivada
a procurar a mesma, pois seu sofrimento era algo mais voltado para a família
do que para ela mesma, e portanto a análise não significava nada para a
criança.

Em contraposição Melanie Klein, desde o princípio identificou que a criança


poderia sim ser motivada dentro de si mesma a procurar análise, e que poderia
ser como em adultos, pela procura de conteúdos ocultos. Melanie foi a primeira
a utilizar a psicanálise em crianças com a introdução do jogo, Mais foi Freud o
primeiro a refletir sobre o brincar e o lúdico quando interpretou o brincar de seu
neto, foi a partir daí que Freud analisou que as crianças através da brincadeira
fazem alguma coisa que, na realidade, fizeram com elas, e que é partir do
brincar que a criança procura se relacionar com o real e recriar essa realidade.
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Freud estabeleceu os marcos referenciais da técnica do jogo, demonstrando


que o brincar não é só divertimento, mas é também uma maneira de elaborar
circunstâncias traumáticas.

Portanto, a neurose de transferência pode se desenvolver da mesma forma,


tendo as figuras internalizadas como pais projetadas no analista, no entanto
nem sempre serão realmente os pais biológicos, mais sim quem os
representam na vida da criança.

Desta forma Anna Freud, colocou-se numa posição contrária à de Melanie


Klein, com uma concepção diferente da mente infantil, segundo ela a criança
não possui consciência do transtorno, pois ainda esta presa a seus objetos
originais que seriam suas figuras paterna e materna, então não poderia
estabelecer uma neurose de transferência com o terapeuta. Para ela o
terapeuta deveria apenas reforçar os aspectos positivos do vínculo, sempre
num nível de orientação educativa, considerando que o brincar poderia ser
comparado aos sonhos ou à associação livre do adulto.

A entrevista lúdica oferece à criança a oportunidade de brincar como a mesma


desejar, com todo o material lúdico disponível a ela, sendo importante
esclarecer sobre o espaço onde poderá brincar, o tempo, e os papéis dela e do
psicólogo, bem como sobre os objetivos dessa atividade, vale destacar que
cada processo é único com cada criança e que será a partir dele que se
estabelecerá a transferência.

O papel do psicólogo na entrevista lúdica funciona como observador, ao


mesmo tempo em que ele é passivo também é ativo, na medida em que sua
atitude atenta a compreender e possivelmente esclarece as dúvidas sobre o
brincar utilizando perguntas.

Os brinquedos e jogos, então, devem ser analisados do ponto de vista


evolutivo, registrando cada uma das manifestações de conduta lúdica,
classificando-as conforme as idades referente a psicologia do desenvolvimento.

Por outro lado, Piaget classifica e leva em conta a estrutura do jogo e a


evolução das funções cognitivas da criança.
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A avaliação da motricidade tem uma grande importância, uma vez que o


manejo adequado das possibilidades motoras, no que diz respeito à integração
do esquema corporal, organização da lateralidade e estruturação espaço-
temporal, possibilitar à criança o domínio dos objetos, satisfazendo suas
necessidades e tendo autonomia, enquanto dificuldades nesse âmbito
provocarão certamente limitações e frustrações. A criança então assume o
papel que deseja, sendo senhores da situação, demonstrando controle.

6 ENTREVISTA PARA APLICAÇÃO DE TESTE

Ao se planejar a bateria de testes para o procedimento de psicodiagnóstico,


deve se pensar no processo como um todo, pois é muito importante que se
compreenda o paciente e suas perspectivas. Esse processo não deve se
exceder pois pode interferir no vínculo de ambos, bem como pode causar
interferências no planejamento da bateria de testes e intervir também no
processo de contratransferência.

Quando partimos para a etapa de entrevista para testes projetivos, o texto


informa que a mesma deve ocupar de duas a quatro entrevistas, mais em
algumas situações duram apenas uma. No entanto se o processo é muito
reduzido, as informações ficam incompletas, não apenas para esse tipo de
teste mais para qualquer outro que se esteja utilizando.

No entanto, da mesma forma que o processo não pode ser reduzido, o mesmo
também não deve ser prolongado em excesso, pois pode passar a impressão
de incapacidade por parte do profissional e assim despertar no paciente
incerteza, inquietação etc..

A devolutiva é uma parte muito importante desse processo, inclui todas as


informações obtidas, e também recomendação de acordo com os resultados do
processo.

As recomendações, de psicoterapia, por exemplo, deve se ter atenção ao tipo


de vínculo que o paciente irá levar para esse novo local, podendo ser
prejudicial e favorecendo fantasias criada por ele, e idealizações.

Quando a questão é planejar uma bateria de teste, é necessário pensar em


testes (verbais, gráficas, lúdicas), que possa possibilitar a comparação de um
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mesmo tipo de conduta, provocada por diferentes estímulos ou instrumentos e


diferentes tipos de conduta entre si.

Há dois fatores que estabelece a bateria de teste, sendo eles a natureza do


teste e o acaso da questão. Cada tipo de teste tem uma organização e ordem
de aplicação, que é de extrema importância a ser seguidos, como por exemplo,
não se deve colocar testes desiderativos no inicio da testagem, já os testes de
inteligência devem ocorrer no final da bateria.

7 AS TÉCNICAS NO DIAGNÓSTICO DAS DIFICULDADES DE


APRENDIZAGEM

De acordo com Binet e Simon o fracasso escolar estava relacionado com o


baixo QI, o que dificultou as técnicas projetivas. Alguns estudos como os de
Melanie Klein tomou esse mesmo rumo de compreensão, porém levava em
consideração individuo como um todo, pois é importante que se leve em
consideração todo o contexto em que a criança vive.

A falta de sucesso dessas crianças se deve por múltiplos fatores, no entanto os


mesmos nem sempre eram considerados, como por exemplo, os fatores
externos que podem influenciar esse desenvolvimento, um QI alto não significa
que há uma boa aprendizagem, se não há acompanhamento da estrutura de
personalidade de forma sadia e emocionalmente madura.

Ao se analisar diante da perspectiva da teoria psicanalítica, vemos que o ego


deve possuir a plasticidade necessária para enfrentar o aumento de impulsos
inconsciente ou a invasão de estímulos externos.

O diagnóstico investiga os múltiplos fatores que determinam o quadro, em cada


caso: Orgânico, maturativos - evolutivos emocionais e socioculturais. As
técnicas projetivas têm o papel de contribuir para o esclarecimento de cada
caso, sendo acompanhadas por um estudo exaustivo do histórico sendo
utilizado diversas técnicas, fornecendo um possível diagnóstico diferencial de
acordo com a demanda de cada individuo.
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8 ESTRUTURA GERAL DOS LAUDOS NEUROPSICOLÓGICOS: SEÇÕES


E EXEMPLOS DE ESCRITA

Os aspectos técnicos e científicos são os pilares para se realizar a elaboração


do laudo neuropsicológico, no entanto há um grande desafio na escrita do
mesmo que deve ser menos extenso, ao mesmo tempo em que deve ser denso
e com linguagem clara, acessível e simples para melhor compreensão de quem
irá ler.

A escrita do laudo é uma prática autoral e exclusiva do neuropsicólogo


responsável pelo caso, deve ser estruturada utilizando frases curtas,
planejando o tema por parágrafo e tendo a idéia principal sempre em destaque,
deve ser respeitada a ordem das informações na estrutura, a fim de ser
objetivo e evitar termos totalizantes.

A princípio o laudo deve conter uma breve introdução informando a demanda


de encaminhamento, seguindo por descrever dados de identificação do
paciente, Na segunda sessão deverá haver a descrição das técnicas utilizadas
como, por exemplo, observação, entrevista, tarefas clínicas e ecológicas e
instrumentos padronizados. É importante considerar o uso de técnicas de
validade e fidedignidade caso necessário uso de outras ferramentas devem
conter subseção de técnicas complementares junto às referências
bibliográficas.

Na terceira sessão são descritos os resultados quantitativos e qualitativos


observados e mensurados a partir das técnicas e dos testes utilizadas. Depois
de completo as sessões de análise e testes partimos para a conclusão do
laudo, que não é o detalhamento de todos os resultados, mais que deve
informar a visão do profissional diante dos resultados colhidos a partir de todos
os instrumentos utilizados.

O relatório final deve conter informações sobre um possível encaminhamento


para exames e tratamento caso julgue necessário, além de indicar a melhor
estratégia para auxiliar o tratamento e adaptação do paciente.
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9 PARTICULARIDADES DO LAUDO NO CONTEXTO ESCOLAR E DA


CLÍNICA INFANTIL E ADOLESCENTE

Ao analisar a neuropsicologia nos trabalhos realizados com crianças e


adolescentes, vemos que a demanda maior está voltada para a avaliação
neurocognitiva, onde através dela será possível realizar um mapeamento das
queixas escolares voltadas para as possíveis dificuldades de aprendizagem e
seus múltiplos fatores. Esse tipo de avaliação na maioria dos casos vem
através de uma demanda encaminhada pela escola realizada pela equipe
psicopedagógica, no entanto ela apenas identifica os aspectos escolares, por
esse motivo é importante que haja o encaminhamento para um profissional que
possa identificar os aspectos cognitivos e avaliar o caso, a fim de confirmar ou
não a hipótese encaminhada.

Essa avaliação é composta por instrumentos padronizados e por isso é


importante que seja feita por um profissional habilitado que possa interpretar os
resultados e auxiliar nas possíveis tarefas a serem desenvolvidas com a
criança ou adolescente, se a criança já tenha passado por outros profissionais
antes do neuropsicólogo é importante que se avalie esses resultados
anteriores. No fim da elaboração do laudo no qual são avaliados diversos
fatores principalmente cognitivos, esse deve ser levado até a escola para a
criação de estratégias. Em alguns casos os pais podem não autorizar a
divulgação desses resultados, por desconforto ou medo de retaliações, o
neuropsicólogo atua no intermédio para esclarecer as dúvidas da família e
encontrar um acordo que auxilia a criança ou adolescente da melhor forma.

A estrutura para se realizar o laudo parte da demanda de encaminhamento,


onde contém os motivos do encaminhamento bem como questões passíveis de
influencia como uso de medicamentos, seguindo a descrição dos dados do
paciente, os instrumentos a serem utilizados como testes etc. e os geradores
da queixa. É importante realizar entrevistas com os pais ou responsáveis,
equipe pedagógica e usar testes específicos, se necessário até técnicas
complementares. A compilação dos resultados deve ser relacionada com a
queixa para deixar claro a conclusão da avaliação, propor sugestão de
intervenção e se necessário recomendar acompanhamento com outro
profissional, além de propor medidas que estejam dentro da realidade da
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criança e da escola, assim como tudo que for benéfico para seu
desenvolvimento escolar e pessoal.
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10 CONCLUSÃO

Conclui-se então, a partir da apresentação dos resumos, a importância do


conhecimento dos instrumentos auxiliadores desse processo, bem como o uso
do tipo de entrevista adequada para cada caso a partir da demanda
apresentada pelo paciente, tendo em vista que esse processo é único e que o
mesmo não possui um tipo estrutura definido a ser seguida a risca, pois cada
caso requer uma estrutura adequada ao contexto. Outro ponto relevante a
ressaltar é a importância da conclusão do laudo, em que o mesmo deve conter
a visão do profissional e indicações que possam auxiliar na perspectiva de
melhora do sujeito.

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