AULA 2

FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA TERAPIA

COGNITIVO-COMPORTAMENTAL

Prof. Daniel Vitor Gomes de Sousa

Mestre em Psicologia – UFES
Doutorando em Psicologia Social – UERJ
 ROTEIRO DE APRESENTAÇÃO

1 – Histórico da Terapia Cognitiva

2 – Princípios Básicos da Terapia Cognitivo-

Comportamental

3 – Modelo Cognitivo
 1 – HISTÓRICO DA TERAPIA COGNITIVA

• Aaron T. Beck (1960)

• Professor Assistente de Psiquiatria

• Pesquisa sobre depressão para validação de pressupostos

psicanalíticos.
 1 – HISTÓRICO DA TERAPIA COGNITIVA

• O termo “Terapia Cognitivo-Comportamental” não foi

inicialmente empregado para identificar essas terapias
emergentes porque não tiveram uma origem única ou
articulada.

• Beck, por exemplo, não era terapeuta comportamental, mas

fora treinado anteriormente sob o enfoque psicanalítico.
 1 – HISTÓRICO DA TERAPIA COGNITIVA

• Beck foi a primeira pessoa a desenvolver completamente

teorias e métodos para aplicar as intervenções cognitivas e
comportamentais a transtornos emocionais.

• Embora tenha partido de conceitos psicanalíticos, Beck

observou que suas teorias cognitivas eram influenciadas pelo
trabalho de vários analistas pós-freudianos, como Adler,
Horney e Sullivan.
 1 – HISTÓRICO DA TERAPIA COGNITIVA

• As primeiras formulações de Beck centravam-se no papel do

processamento de informações desadaptativo em transtornos
de depressão e de ansiedade.

• Em uma série de trabalhos publicados no início da década de

1960, ele descreveu uma conceituação cognitiva da
depressão na qual os sintomas estavam relacionados a um
estilo negativo de pensamento em três domínios: si mesmo,
mundo e futuro (a “tríade cognitiva negativa)
 1 – HISTÓRICO DA TERAPIA COGNITIVA

• Inicialmente, Beck propôs intervenções em uma

“psicoterapia breve” com as seguintes características:

a) Curta duração
b) Estruturada
c) Voltada para o presente
d) Direcionada para a solução de problemas atuais e
modificação de comportamentos
e) Tratamento baseado em formulação cognitiva e
conceituação de cada paciente;
 1 – HISTÓRICO DA TERAPIA COGNITIVA

• Estudos iniciais da TCC demonstraram eficácia no

tratamento dos seguintes transtornos:

a) Transtorno Depressivo Maior

b) Transtorno de Ansiedade Generalizada
c) Transtorno de Pânico
d) Fobia Social
e) Transtorno por Uso de Substâncias
f) Transtornos Alimentares
 1 – HISTÓRICO DA TERAPIA COGNITIVA

• A Terapia Cognitivo-Comportamental integrou conceitos,

princípios e técnicas cognitivas e comportamentais.

• Em uma perspectiva mediacional, os terapeutas cognitivo-

comportamentais argumentam que, além da mudança nas
contingências de reforçamento, as alterações no nível
cognitivo funcionariam como métodos auxiliares para se
efetuar mudanças comportamentais.
 2 – PRINCÍPIOS BÁSICOS

1) A Terapia Cognitivo-Comportamental se baseia em uma

formulação em contínuo desenvolvimento de pacientes e
de seus problemas cognitivos;

2) A TCC requer uma aliança terapêutica segura;

3) A TCC enfatiza a colaboração e participação ativa;

4) A TCC é orientada em metas e focada em problemas;

 2 – PRINCÍPIOS BÁSICOS

5) A TCC inicialmente enfatiza o presente;

6) A TCC é educativa, visa ensinar o paciente a ser seu próprio

terapeuta e enfatiza a prevenção de recaída;

7) A TCC visa ter um tempo limitado;

8) As sessões de TCC são estruturadas;

 2 – PRINCÍPIOS BÁSICOS

9) A TCC ensina os pacientes a identificar, avaliar e responder

seus pensamentos e crenças disfuncionais;

10) A TCC utiliza uma variedade de técnicas para mudar

pensamento, humor e comportamento.
 3 – MODELO COGNITIVO

• A TCC baseia-se no modelo cognitivo que levanta a

hipótese de que as emoções e comportamentos são
influenciados pela percepção dos eventos.

• Portanto, não é uma situação por si só que interfere no

comportamento e nas emoções do indivíduo, mas a forma
como ele percebe esta situação.
 3 – MODELO COGNITIVO

• Interpretação coerente entre pensamento automático e

realidade resulta em melhora do humor.

• Interpretação incoerente entre pensamento automático e

realidade resulta em piora do humor e é considerado
pensamento disfuncional.
 3 – MODELO COGNITIVO

• O terapeuta cognitivo-comportamental está interessado no

nível do pensamento que opera simultaneamente com o
nível mais óbvio e superficial e sua ligação com o nível
mais profundo.

• Para Beck os transtornos psicológicos teriam como gênese

uma alteração na percepção dos eventos e acontecimentos,
causando mudanças significativas no afeto e no
comportamento.
 3 – MODELO COGNITIVO

Níveis de pensamento segundo Aaron Beck:

A) Pensamento Automático

B) Crenças Intermediárias

C) Crenças Centrais
 3 – MODELO COGNITIVO

Níveis de pensamento segundo Aaron Beck:

A) Pensamento Automático

• 1ª Nível de pensamento (nível superficial);

• São espontâneos;
• Não são acessíveis de forma geral;
• Quando distorcidos da realidade, são causadores dos
transtornos psicológicos
 3 – MODELO COGNITIVO

Níveis de pensamento segundo Aaron Beck:

B) Crenças Intermediárias

• 2ª Nível de pensamentos (nível intermediário);

• São mais rígidas que os pensamentos automáticos;
• Não estão diretamente relacionadas às situações;
• Aparecem, geralmente, em formato de regras e suposições.
 3 – MODELO COGNITIVO

Níveis de pensamento segundo Aaron Beck:

C) Crenças Centrais

• 3ª Nível de pensamento (nível mais profundo);

• São extremamente rígidas e generalizadas;
• Constituem esquemas cognitivos específicos.
 3 – MODELO COGNITIVO

Exemplo:

Atitude: “É horrível ser incompetente”

Regras: “Preciso trabalhar o mais duro que conseguir o tempo
todo”
Suposição: “Se eu trabalhar duro posso ser capaz de fazer
coisas que outros não fazem”
 3 – MODELO COGNITIVO

CRENÇAS CENTRAIS

CRENÇAS INTERMEDIÁRIAS

PENSAMENTO AUTOMÁTICO
 CRENÇA CENTRAL

CRENÇA INTERMEDIÁRIA

SENTIMENTO

PENSAMENTO
SITUAÇÃO COMPORTAMENT
AUTOMÁTICO O

REAÇÃO
FISIOLÓGICA
 3 – MODELO COGNITIVO

Exemplo de um caso de Fobia Social:

Situação: Preparação para uma festa

Pensamentos Automáticos: “Não vou saber o que dizer”, “Vou
me sentir deslocado”, “Vou travar e querer ir embora
imediatamente”.
Emoção: Ansiedade, Medo
Comportamento: Deu uma desculpa e evitou a festa.