Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Abril.com Revistas e sites Grupo Abril Abril Mídia Distribuição Gráfica Abril Educação Assine Loja SAC
Revista VEJA
Últimas notícias
Edição 2235 - 21 de setembro de 2011 Índice
3 de Junho de 2013
VEJA - Música
13:57 Cantora Sharon Jones é diagnosticada com
câncer
» Ver todas
"O sujeito que recebe mesada do governo depreda uma cidade porque seu apartamento, pelo qual não paga aluguel,
é pequeno. Isso só é exclusão social na cabeça de um sociólogo" (Maattje Geels/Hoolandse Hoogte)
O filósofo inglês Roger Scruton, de 67 anos, é presença constante nos debates realizados em seu
país quando é preciso ter na mesa um pensador independente e corajoso. Autor de 42 livros de
ensaios, Scruton é uma pedra no sapato da ideologia politicamente correta que predomina
bovinamente na Europa. Multiculturalismo? Um desastre. A arte moderna? Detestável, e por aí
vai o filósofo, que lecionou nas universidades de Oxford, na Inglaterra, e Boston, nos Estados Facebook em Veja.com
Unidos, e atraiu para si o cognome de “defensor do indefensável”. Um dos fundadores do Reportagens, videos e outros conteudos do site indicados
Conservative Action Group, que ajudou a eleger a primeira-ministra Margaret Thatcher, Scruton por seus amigos na rede social.
publicou recentemente um novo livro, As Vantagens do Pessimismo, ainda sem previsão de Como funciona Torne-se um fã
lançamento no Brasil.
Atividade recente
Um bom número de intelectuais ingleses interpretou a onda de vandalismo em
Londres e arredores como atos de jovens niilistas sem maiores repercussões. Cadastre-se
Criar uma conta ou entre para ver
O senhor concorda? o que seus amigos estão fazendo.
Acho essa explicação muito simplista. Muitos desses desordeiros são realmente niilistas, que não
http://veja.abril.com.br/210911/baderneiros-e-mimados-p-17.shtml[03/06/2013 15:07:18]
Entrevista: Roger Scruton - Baderneiros e mimados - Edição 2235 - Revista VEJA
acreditam em nada e não se identificam com nenhuma instituição, crença ou tradição capaz de A parada do arco-íris vira chapa-branca e
atrai ainda menos público. Faz sentido?
fazer florescer em cada um deles o senso de responsabilidade e o respeito pelo próximo. Alguns
Faz! Passeata...
não têm emprego. Mas, na maior parte dos casos, eles agiram por uma escolha deliberada. 2.713 pessoas recommended isto.
Desemprego e niilismo sempre existiram. Ninguém mencionou como uma das causas da baderna
a deformação causada nesses jovens pelas políticas do estado do bem-estar social. Diversos MEC autoriza fechamento de creches nas
férias
estudos mostram com clareza a vinculação desses programas assistencialistas com a proliferação
13.384 pessoas recommended isto.
de uma classe baixa ressentida, raivosa e dependente. Não quero ser leviano e culpar apenas as
políticas socialistas pelos tumultos. As pessoas promovem arruaças por inúmeras razões. Entre
os jovens, a revolta é uma condição inerente, um padrão de comportamento. Mas é preciso um
pouco mais de honestidade intelectual para buscar uma resposta mais concreta sobre o que Plug -in social do Facebook
ocorreu em Londres. Por debaixo do verniz civilizatório, todo homem tem dentro de si um animal
à espreita. Infelizmente, se esse verniz for arrancado, o animal vai mostrar a sua cara. A
promessa de concessão de direitos sem a obrigatoriedade de deveres e de recompensas sem
méritos foi o que arrancou o verniz nessa recente eclosão de episódios de vandalismo na
Inglaterra.
No seu último livro, o senhor afirma que o otimismo é mais nocivo para os
indivíduos e para as nações do que o pessimismo. Como o otimismo pode ser
tão prejudicial?
Não falo do otimismo como virtude, nem da esperança ou da fé, que servem para a elevação
espiritual do indivíduo e fomentam inovações e avanços. O otimismo prejudicial é o desmedido
ou, como disse o filósofo Arthur Schopenhauer, o otimismo mal-intencionado, inescrupuloso. É o
tipo de pensamento que está por trás de todas as tentativas radicais de transformar o mundo, de
superar as dificuldades e perturbações típicas da humanidade por meio de um ajuste em larga
escala, de uma solução ingênua e utópica, como o comunismo, o fascismo e o nazismo.
Otimismo e utopia em excesso geralmente acabam em nada, ou, pior, dão em totalitarismo.
Lenin, Hitler e Mao pertencem a essa categoria de otimistas inescrupulosos. A crise financeira e
institucional da Europa é a mais recente consequência do pensamento utópico e do otimismo
exagerado que são a base, o fundamento e a força propulsora da União Europeia.
http://veja.abril.com.br/210911/baderneiros-e-mimados-p-17.shtml[03/06/2013 15:07:18]
Entrevista: Roger Scruton - Baderneiros e mimados - Edição 2235 - Revista VEJA
feito em prol do ambiente é difícil, atinge um número limitado de pessoas ou de lugares e exige
sacrifícios reais. O problema é que a questão ambiental foi parar nas mãos erradas. A esquerda
transformou a proteção do meio ambiente em uma causa, em um movimento que necessita de
intervenções estatais, em um assunto no qual há culpados e vítimas. No caso, os culpados são
os capitalistas e a vítima é o planeta. A esquerda adora o culto à vítima.
Onde mais se revela essa ideia da “soma zero” das relações humanas?
Ela é o refrão central dos socialistas, é o principal inimigo da caridade, da gentileza e da justiça.
Na política internacional, essa forma de pensar se expressa com toda a clareza no
antiamericanismo. Os Estados Unidos, a maior economia do mundo, o maior poderio militar, se
tornaram o alvo principal dos ressentidos, dos que se consideram fracassados por causa do
sucesso alheio. O ataque às Torres Gêmeas, há dez anos, é uma mostra do que o ressentimento
coletivo estimulado pela falácia da soma zero é capaz de causar.
Por que o senhor critica tanto a política de imigração dos países europeus?
A imigração em massa não é um assunto fácil. Basta escrevermos a palavra imigração para
sermos mal interpretados. Não sou contra a imigração. Minha opinião é que os imigrantes só se
adaptarão a um país se forem incorporados legal e culturalmente à nação que os recebe. Para
que isso dê certo, os forasteiros precisam superar o sentimento de distância que eles possuem
em relação ao novo país. Foi o que aconteceu nos Estados Unidos, no passado. Os países
europeus fazem justamente o oposto ao incentivar o multiculturalismo: encorajam as comunidades
de estrangeiros a manter sua cultura e identidade, a não se misturar. Dessa forma, os imigrantes
passam a se definir como diferentes, afastados, excluídos da comunidade, o que só faz crescer
as tensões entre os grupos étnicos. Os recentes tumultos em Londres devem-se, em parte, ao
multiculturalismo.
Análises como essa sua visão têm sido atacadas por, potencialmente,
fomentar atentados como o que traumatizou a Noruega, em julho.
Isso é justo? Alguém culpa Jean-Paul Sartre pelo genocida cambojano Pol Pot? Karl Marx deve
ser culpado pelos assassinatos de Stalin? Os socialistas alemães são responsáveis pelos atos da
organização terrorista Facção do Exército Vermelho? Extremistas como o norueguês Anders
Breivik podem agir em parte motivados por ideias, sim, da mesma forma que eu ou qualquer outra
pessoa. Sempre que um lunático de extrema direita pratica um crime terrível, os intelectuais de
esquerda se unem para, em coro, dizer: é culpa do pensamento conservador. Eles se esquecem
dos crimes muito mais graves que foram cometidos em nome dos ideais de esquerda. Indivíduos
como Breivik cometem crimes não por causa das ideias que eles comungam com outras pessoas,
mas por causa de algo que os afasta, isola e diferencia de outras pessoas. Eles matam por total e
absoluto desprezo por vidas inocentes.
http://veja.abril.com.br/210911/baderneiros-e-mimados-p-17.shtml[03/06/2013 15:07:18]
Entrevista: Roger Scruton - Baderneiros e mimados - Edição 2235 - Revista VEJA
O que é um conservador?
É alguém que considera a liberdade um valor, um objetivo, mas não chama isso de um ideal. O
conservador reflete sobre coisas reais e sabe que a liberdade verdadeira é obtida sob leis e
regras, pois sem instituições não há liberdade, mas selvageria.
9x 12 x 12 x
R$ 38,88 R$ 15,68 R$ 84,70
Serviços
Tablet Android Facebook Orkut Foursquare Twitter Google+ RSS Newsletter Anuncie Tempo Cotações iba
Assinaturas
Brasil Vídeos Antonio Ribeiro, de Paris Viver Bem, saúde Assine VEJA
Economia Galerias de fotos Augusto Nunes, coluna VEJA nas Olimpíadas iba
Internacional Galerias de vídeos Caio Blinder, de Nova York Maquiavel, política Busca
Celebridades Fernanda Furquim, séries de TV VEJA Acompanha RSS
Esporte Revistas Isabela Boscov, cinema VEJA Meus Livros, Twitter
Vida Digital Lauro Jardim, Radar on-line literatura Facebook
Educação Lucia Mandel, dermatologia Dez Mais, variedades Orkut
VEJA
Ciência Mayana Zatz, genética Vida em Rede, internet iPhone
Os livros mais vendidos
Saúde Patrícia Villalba, Quanto Drama! Acervo Digital, história Celular
Destaques da semana
RSS Paula Neiva, celebridades Diz o Estudo, ciência Newsletter VEJA
Edições especiais
Infográficos Paula Pimenta, Fazendo meu blog + Tech, tecnologia Fale conosco
Expediente
As Listas de VEJA Reinaldo Azevedo, blog Sobre palavras, Para anunciar
VEJA São Paulo
Renato Dutra, atividade física Sérgio Rodrigues Abril SAC
VEJA Rio
Saber + Comer e Beber
Ricardo Setti, coluna Enquetes, opinião Aponte erros
Sérgio Rodrigues, Ponto de vista Tempo
VEJA na Sala de Aula
livros e escritores Sobre Imagens, fotografia Cotações
Na História
Tony Bellotto, crônicas Imperdível, variedades Redes Sociais
Em profundidade Temas
Conversa em Rede, internet Termo de uso
Perguntas e Respostas
Conheça o país Parceiros Testes, Política de
Reportagens, vídeos, conhecimentos gerais Privacidade
Cronologia infográficos e cronologia
Quem é Quem Contas Abertas
de assuntos em
Testes destaque no noticiário
http://veja.abril.com.br/210911/baderneiros-e-mimados-p-17.shtml[03/06/2013 15:07:18]
Entrevista: Roger Scruton - Baderneiros e mimados - Edição 2235 - Revista VEJA
http://veja.abril.com.br/210911/baderneiros-e-mimados-p-17.shtml[03/06/2013 15:07:18]