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Índice
Introdução..................................................................................................................................3

Conceito básico..........................................................................................................................4

A Gestão Escolar Democrática..................................................................................................4

Supervisão Escolar Autocrática.................................................................................................5

Supervisão Escolar Democrática................................................................................................5

Perspectiva Democrática da Supervisão Escolar: o Pensamento Freireano...............................5

O papel do supervisor escolar....................................................................................................7

O Suprevisor Escolar Desempenhado as Funcoes na actualidade.............................................9

Funções da Supervisão escolar...................................................................................................9

Relações Humanas no Cotidiano Escolar: a Supervisão e o Corpo Docente...........................10

A Realidade e o idealizado pelo Supervisor Escolar...............................................................13

Conclusão...............................................................................................................................17

Bibliográfica.............................................................................................................................18
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Introdução

O supervisor da escola de educação básica ocupa um lugar de destaque dentro desta estrutura
organizacional, pois é corresponsável pela gestão e qualidade do processo pedagógico,
influenciando direta ou indiretamente, o trabalho diário da equipe de professores. Atentando
para essa responsabilidade que o supervisor traz consigo, qual seja a de liderar sua equipe
tendo como principal função a de mediador e articulador de todo o processo ensino-
aprendizagem dos alunos, vislumbramos um profissional que anseia por colocar em prática as
teorias aprendidas nos cursos de formação, mas na maioria das vezes limitado pelo pouco
tempo destinado às suas verdadeiras atividades, pois a maior parte deste é direcionada à
resolução de questões burocráticas. Frequentemente observa-se uma separação entre a área
administrativa e a área pedagógica das instituições escolares, sendo esta última relegada a
segundo plano no rol das atribuições do supervisor escolar. Essa situação é vivenciada por
nós, que no cotidiano das escolas públicas presenciamos a real atuação do supervisor escolar
dentro da instituição, que está longe de ser a ideal. Diante deste quadro, este trabalho tem
como objetivo analisar a legislação vigente que regulamenta a atividade do supervisor
escolar, bem como identificar suas atribuições e sua atuação dentro da escola pública de
educação básica, estabelecendo um paralelo entre a o plano legal e o real.  A fim de
contribuirmos com a construção da identidade do supervisor escolar para que possam
transformar a sua postura de atuação dentro do ambiente escolar, passamos a analisar alguns
pontos e a promover reflexões que forneçam subsídios para que realmente sejam efetivadas.
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1. Conceito básico Hugo

A educação é um processo de transformação do ser humano no qual faz com que ele
desenvolva suas potencialidades de acordo com o ambiente em que vive, para que isto ocorra
o ser humano precisa de referências sendo como principais as referências familiares, sociais e
culturais

Para Libâneo (2010), a Supervisão educacional é responsável pela viabilização, integração e


articulação do trabalho pedagógico-didático em articulação com os professores.

Segundo Bittel (1982, p.5), o termo supervisor tem suas raízes no latim, onde significa
“olhar por cima”.

Ainda Bittel (1982, p.4) “supervisor é qualquer pessoa no primeiro nível de gerenciamento
que tem a responsabilidade de fazer com que seus supervisionados envolvidos na execução
de um trabalho cumpram os planos e as políticas da gerência de nível mais elevado.”

1.1. A Gestão Escolar Democrática

A gestão democrática, pois, deverá vir também da proposta de ensino, relacionando-a com a
vida dos educandos.

A democracia, enquanto valor universal e prática de colaboração recíproca entre grupos e


pessoas, é um processo globalizante que, tendencialmente, deve envolver cada indivíduo, na
plenitude de sua personalidade.

A democracia é um movimento que deveria estar sendo vivenciada nas escolas, pois não se
concebe mais escolas que vivam fechadas para a actual realidade da educação brasileira. A
democracia, enquanto prática diária, é importante, por permitir a expressão, a colocação de
ideias e a participação de todos os envolvidos no processo escolar. Jamais a democracia deve
ser interpretada como liberdade total. O excesso de liberdade acarreta em abuso e desordem,
ela exige liberdade, mas clama por responsabilidade
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2. Supervisão Escolar Autocrática

A supervisão autocrática é aquela que prioriza a ação autoritária do supervisor, que determina
todas as ordens, sugestões e direções para a melhoria do processo de ensino.

Segundo Nérici (1978), esta forma de supervisão emite ordens e


controla o seu comprimento, funcionando como sendo capaz de
encontrar soluções para todas as dificuldades, qual “repositório da
sabedoria didático--pedagógica”. Esta forma de supervisão procura
impor–se pela autoridade e pela intimidação, ao invés de captar a
confiança e desenvolver a cooperação entre ele e o professor, não
utilizando da possível cooperação entre as partes, sacrificando o seu
espírito criador, dentre outras.
2.1 Supervisão Escolar Democrática

É notório o fato de a supervisão escolar democrática ser aquela em que a atuação do


supervisor é baseada na liberdade de expressão, respeito, compreensão, e criatividade. O
trabalho desenvolvido não é feito de forma impositiva, e sim, democrática, onde tomada de
decisões envolve todos os responsáveis pelo processo educativo.

Nérici (1978), nos fala que o supervisor democrático


caracteriza- se pela habilidade de respeitar a individualidade dos
seus companheiros de trabalho, estimular a iniciativa e
criatividade dos professores, e, aplicar possíveis normas de
relações humanas, estimulando o espírito de grupo entre os
protagonistas do processo ensino-aprendizagem.

2.1.1. Perspectiva Democrática da Supervisão Escolar: o Pensamento Freireano Mito

O agir democrático do supervisor escolar faz o seu trabalho ser desenvolvido numa
perspectiva de mudanças com bases na participação, cooperação, interacção e flexibilidade,
deixando de lado o seu perfil controlador sobre o trabalho alheio e assume uma postura
problematizada da prática pedagógica; É nesta perspectiva que relacionamos o pensamento
freireano sobre a prática desse profissional.
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Segundo Freire (1982, p. 94) “no momento em que o supervisor ou supervisora tomam como
objecto da sua supervisão os aspectos mais formais, ou certos pormenores, da prática de seu
companheiro, mas sem se comprometer com ela, então [...] aí os riscos para a
burocratização são enormes” .

A actuação do supervisor escolar requer que ele esteja sempre em parceria junto ao professor
e o aluno, não assumindo postura superior mas, de educador no processo educativo. Deverá
ser responsável pela sua prática pedagógica avaliando-se intrinsecamente, ou seja, uma auto-
avaliação, pois todo passo nunca é suficiente, precisa de outros passos consecutivamente, não
podemos pensar que estamos prontos e acabados, pois somos sempre aprendizes.

Segundo Freire, (1982, p.96) “o papel do supervisor, então, já não pode estar distante deste
ato de conhecimento, porque está aí dentro, da relação entre o educador e o educando que
está mediada pelo objecto a ser conhecido”.

Então, em contraposição aos modelos estabelecidos pelo sistema, o supervisor escolar


necessitaria de uma nova roupagem, assumindo um perfil de educador, contribuindo na
pratica pedagógica dos sujeitos envolvidos no ensino e aprendizagem de acordo com as
necessidades pré-existentes entre docente e discente e vice-versa, numa relação horizontal
significativa frente às mudanças que vem ocorrendo no século XXI. Assim administrada a
situação do supervisor escolar seria eficaz no processo educativo. Para tanto ele precisaria
interagir constantemente junto à equipe, em especial ao professor cooperando e sendo
flexivo, deixando o professor com autonomia para planejar e actuar na sala de aula,
preparando o aluno para a sociedade tornando-o um sujeito crítico e reflexivo. Um intelectual
transformador que busque sempre a melhoria para a escola, não se preocupando com
técnicas, mas direccionando o seu olhar para a prática pedagógica do professor, numa
participação mais activa para que consiga inseri-lo no processo de transformação e de
conscientização, numa prática que perpasse os muros da escola buscando uma relação plural
entre escola e o mundo. Desta forma se cabe ao supervisor o esforço de avaliação da prática
do educador com ele e com seus educandos, este profissional só actuaria nesse intento a partir
da adopção de uma prática supervisora democrática.
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Hoje em dia a escola constitui um espaço de aprendizagem completa, ou seja, um tipo de


aprendizagem onde se estudam desde os conteúdos curriculares até a formação de cidadãos.
Actualmente a escola deixa de ser um ambiente sombrio e opressivo como era no passado
passando a ser um estabelecimento de diálogo e liberdade com desenvolvimento harmónico e
prazeroso em seu ambiente, pois os profissionais da educação tratam à cultura e valores
morais e éticos.

Para que isto possa ocorrer é preciso que o trabalho do profissional da educação se constitua
num compromisso político, pedagógico e colectivo para poder cumprir melhor a tarefa de
formar cidadãos, dentro desta expressão percebe-se que há uma hierarquia dentro do contexto
escolar. Ocorre-se o trabalho do educador e para que esse trabalho possa ter sentido precisa se
do trabalho dos demais membros do ambiente escolar. Nas quais entra o aluno, o professor, o
supervisor, director e demais membros da escola.

O supervisor escolar, objecto de pesquisa do presente estudo, cuja função é orientar o grupo
de professores, desafiar, instigar, questionar, motivar, despertando neles o desejo, o prazer, o
envolvimento com o trabalho desenvolvido e dividindo as alegrias dos resultados obtidos.
A acção do supervisor escolar é atribuída a funções complexas, de apoio e parceria com o
professor o tipo de relação que ele estabelece com o grupo de professores, ao qual lidera,
passa a ser a essência do desenvolvimento de seu trabalho. O Supervisor Escolar, portanto, é
o profissional organizador ou orientador do trabalho pedagógico desenvolvido pelos
professores em uma escola.

A avaliação escolar externa é um tipo de investigação propícia ao supervisor escolar quanto à


revisão de seus procedimentos cabe ao supervisor escolar reorientar o professor a seguir
caminho da aprendizagem que propiciem um melhor resultado externo. Este resultado passa a
se tornar como sinal para uma reflexão e autocrítica para o professor perceber o que se pode
melhorar dentro de sala de aula.

O papel do supervisor escolar Sifa

Em relação a todos os profissionais das instituições de ensino o supervisor é quem estabelece


o posicionamento de fazer, agir, movimentar e envolver-se interagindo na comunidade dos
relacionamentos na escola, em sala de aula nas quais os alunos estão inseridos.  
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Para Medina (1997), o trabalho do supervisor, centrado na acção do professor não pode ser
confundido como assessoria ou consultoria, por ser um trabalho que requer envolvimento e
comprometimento.
O supervisor escolar tem como objecto de trabalho a produção do professor – o aprender do
aluno – e preocupa-se de modo especial com a qualidade dessa produção. Portanto, o objecto
de trabalho do supervisor é a aprendizagem do aluno através do professor, onde ambos
trabalham como numa equipe um dependendo do outro. Considera-se o papel fundamental do
supervisor: ser o grande harmonizador do ambiente da escola.

Para Alves (1994), o supervisor deve ser o profissional encarregado do controle de qualquer
acção, o supervisor escolar deve ser o encarregado de promover a interacção entre teoria e
prática, entre pensamento e acção.

O supervisor escolar é um profissional que faz o elo entre os diferentes sectores da escola que
cuidam directamente com o ensino e a aprendizagem, e com as relações com os pais dos
alunos. O supervisor escolar tem como objecto de trabalho não só os professores e alunos,
mas sim os pais de alunos também.

Quanto a Rangel (2001), o supervisor escolar faz parte do corpo de professores e tem sua
especificidade do seu trabalho, caracterizado pela coordenação das actividades didácticas e
curriculares e a promoção e o estímulo de oportunidades colectivas de estudo.

Segundo Pires (1990) o supervisor escolar tem diferentes qualidades. Suas


principais qualidades dentro é efectivamente deve ser capaz de promover a interacção
entre os grupos que actuam na escola, zelar pela qualidade do ensino, colaborar
directamente com os professores, com os alunos e suas famílias, e acima de tudo, se
transforma-los em instrumentos capazes de facilitar mudanças.

O papel do supervisor passa, então, a ser redefinido com base em seu objecto de trabalho, e o
resultado da relação que ocorre entre o professor que ensina e o aluno que aprende passa a
construir o núcleo do trabalho do supervisor na escola. (MEDINA 1997, p 22)
Podemos perceber que o papel do supervisor escolar é fazer uma ligação entre professor, pais
e alunos. O supervisor escolar deve ser claro e preciso em seus conceitos para atingir o
objectivo de seu trabalho.
Para que o supervisor escolar consiga atingir seus objectivos ele deve traçar o perfil da escola
dentro do projecto político pedagógico sempre orientando, ajudando os professores, alunos e
pais. Estes sim devem fazem com que o trabalho escolar seja um modelo de busca e
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aprendizado em seu dia a dia. O supervisor escolar nunca deve esquecer que sempre deve
haver uma comunicação dialógica entre ele e os demais membros da comunidade escolar,
pois o diálogo é fundamental.

Aprofundando-se bem claramente no Projecto Político Pedagógico de uma Escola (PPP),


percebe-se que as funções do supervisor dentro do contexto escolar devem estar voltadas para
o panejamento, a organização, e a programação de actividades curriculares capazes de
delinear mudanças. A valorização do processo e dos meios eficazes para objectivar as metas
da escola e principalmente em termos de aprendizagem e mudanças dos alunos em termos de
valores, morais e éticos (MINAS GERAIS, 2000).
Como afirma Pires (1990), o supervisor pedagógico pode amenizar
e/ou canalizar os possíveis conflitos para que o processo de mudanças
ocorra naturalmente. Para o autor, precisa-se de um tempo necessário
ao processamento dessas mudanças e as dificuldades para seu alcance
tendem a ser tanto maiores quanto mais complexas forem às
modificações pretendidas. As mudanças ligadas aos conhecimentos são
as mais fáceis; supõem a apreensão de novas informações ou o
enriquecimento de informações anteriores acumuladas.

O Suprevisor Escolar Desempenhado as Funcoes na actualidade.zainaba

A supervisão escolar é entendida como um processo dinâmico, contínuo e sistemático. O


supervisor é um dos principais líderes do processo educativo, ou seja, é um dos grandes
responsáveis pela melhoria do processo ensino-aprendizagem.

O papel primordial do supervisor escolar é o de ser o mediador e colaborador das atividades


educativas desenvolvidas pelo professor. O supervisor é aquele que orienta, aprende e ensina,
tornando-se um parceiro no processo educativo.

Como destaca Nérici (1978, p. 26), “A supervisão escolar visa à melhoria do processo
ensino-aprendizagem, para o que tem de levar em conta toda a estrutura teórica, material e
humana da escola”

Tendo em vista que a supervisão requer o domínio da liderança para que possa conscientizar
os envolvidos no âmbito educacional a desenvolverem uma educação de qualidade, esta
função requer o pleno exercício de uma liderança educacional ativa, ética e em constante
comunicação com todos os envolvidos. Vale lembrar mais uma vez, que o ato de liderar não é
mandar e somente chefiar, mas exercer as funções de liderança com as “habilidades”
necessárias na busca de harmonizar o trabalho de forma cooperativa e harmoniosa.
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A ação do supervisor deve propiciar que os objetivos da educação sejam alcançados e para
isso, o supervisor deve criar as condições para esta efetivação, buscando sempre se aprimorar
no embasamento teórico e prático, de forma diferenciada e inovadora.

Funções da Supervisão escolar Gilda


Com o decorrer do tempo, percebe-se que a função do supervisor escolar sofreu diversas
mudanças significativas, passando por distintos perfis, tais como o de fiscalizador,
controlador espontâneo, inspetor e atualmente, tem-se a visão do supervisor como parceiro e
companheiro do trabalho pedagógico. A função primordial é de orientar para a ação educativa
abrangente, dentro dos princípios legais e de formação integral.

Partindo do princípio de que as funções da supervisão são múltiplas e significativas, faz se


necessário destacar algumas delas conforme Brigs e Justman apud Nérici (1978, p. 42-43),
que são:

 Ajudar os professores a melhor compreenderem os objetivos reais da educação e o papel


especial da escola na consecução dos mesmos.
 Auxiliar os professores a melhor compreenderem os problemas e necessidades dos
jovens educandos e atender, na medida do possível, a tais necessidades.
 Exercer liderança de sentido democrático, sob as formas de promoção do
aperfeiçoamento profissional da escola e de suas atividades, buscando relações de
cooperação de seu pessoal e estimulando o desenvolvimento dos professores em
exercício, colocando sempre a escola mais próxima da comunidade.
 Estabelecer fortes laços morais entre os professores quanto ao seu trabalho, de tal forma
que operem em estreita e esclarecida cooperação, para que os mesmos fins gerais sejam
atingidos.
 Identificar qual o tipo de trabalho mais adequado para cada professor, distribuindo
tarefas, mas de forma que possam desenvolver suas capacidades em outras direções
promissoras.

Ainda o autor cita que:

 Ajudar os professores a adquirir maior competência didática.


 Orientar os professores principiantes a se adaptarem à sua profissão.
 Avaliar os resultados dos esforços de cada professor, em termos do desenvolvimento dos
alunos, segundo os objetivos estabelecidos.
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 Ajudar os professores a diagnosticar as dificuldades dos alunos na aprendizagem e a


elaborar planos de ensino para superação das mesmas.

 Auxiliar a interpretar o programa de ensino para a comunidade, de tal modo que o público
possa compreender e cooperar nos esforços da escola.

Relações Humanas no Cotidiano Escolar: a Supervisão e o Corpo Docente BERIO

Partindo do princípio de que não é recente a visão do supervisor pedagógico que assume o
papel de fiscalizar, de “bisbilhotar” o trabalho do corpo docente, para posteriormente delegar
o que deve ser feito ou não, nos dias atuais esta imagem mudou.

Segundo Melo (2005), atualmente espera-se que este profissional tenha a


capacidade e habilidade de coordenar todas as ações educativas oriundas na
mesma instituição de ensino. O profissional coordenador pedagógico, em
alguns lugares supervisor, constantemente se depara com diversos e distintos
desafios no cotidiano escolar. Pode-se dizer que o papel do supervisor vai
além da sua função, este realiza serviços de ouvidoria dos alunos,
professores e pais, serviços administrativos e/ou executivos, dentre outros.

Diante das diversas ações emergentes da vida escolar, a relação entre o supervisor e o
professor acaba sendo debilitada, fazendo com que o tempo para ambos repensar e analisar as
práticas pedagógicas acabe sendo insuficiente para alcançar a qualidade de aprendizagem
desejada.

A insuficiência de um período ideal para o diálogo acarreta possíveis problemas nas relações
pedagógicas entre os envolvidos.

Sobre isso, Melo (2005, p. 28) diz que “(...) faz parte do convívio com os professores o
sentimento de desconfiança, competição, disputa de influência e até de poder”

As limitações de aproximação entre o supervisor e o corpo docente acarretam certas tensões,


frustrações, desconfianças, as quais prejudicam a comunicação entre os mesmos. Desta
forma, a presença do supervisor acaba se tornando um incômodo e o professor passa a não ter
confiança e liberdade para dividir com ele suas preocupações, anseios, dificuldades e/ou
progressos. Portanto, para que se possam inibir possíveis situações tidas como “problemas”
relacionais entre professores e supervisores, é inevitável que se criem condições necessárias
às boas relações profissionais e também, interpessoais. Para que as ações necessárias á
qualidade significativa no âmbito de trabalho, é imprescindível que tanto o supervisor, quanto
o corpo docente trabalhem em equipe.
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Nérici (1978, p. 64), nos fala que “As relações humanas fundamentalmente, devem perseguir
a valorização da criatura humana e o respeito a ela” .Em tempos modernos, o papel do
supervisor escolar é o de propiciar que as relações sociais entre ele e o docente, sejam
fundamentais para a evolução e melhoria do processo ensino-aprendizagem dos alunos. Em
suma, a supervisão escolar é uma profissão que requer constantemente o contato com as
pessoas. Nesse sentido, é fundamental as boas relações entre todos os envolvidos no
processo.

É válido ressaltar que “embora a tarefa de conseguir essas condições para o trabalho não seja
evidentemente, só da coordenação, é também dela, devendo, portanto, se comprometer com
sua concretização, articulando-se com os demais seguimentos” (VASCONCELLOS, 2002
apud MELO, 2005, p.90).

No entanto, o supervisor pedagógico deve ter plena consciência de que os professores


precisam de apoio e orientação amigável e compreensiva, buscando conhecer e apoiar nas
necessidades do dia-a-dia na escola. Tal fato implica observar a prática e interferir
criticamente, possibilitando ao professor tornar-se corresponsável dos seus atos.

É indispensável que o supervisor auxilie os educadores no desenvolvimento das suas próprias


potencialidades, pois o alicerce para se construir boas relações humanas, é acreditar nos
“valores” das pessoas, como também, no seu próprio valor. Uma virtude a ser desenvolvida e
praticada sempre no trabalho de supervisão, é a autoconfiança, fundamental para o equilíbrio
pessoal e que transmite tranquilidade e segurança a todos da equipe. Enfim, o supervisor deve
incentivar e oportunizar, que todos os envolvidos no processo educativo expressem
autoconfiança e segurança no que fazem, levando ao reconhecimento do seu valor pessoal e
profissional. Quando se fala em supervisor escolar temos a ideia de que seja um profissional
contratado para supervisionar o trabalho de outras pessoas, subordinado a outro profissional,
formando assim uma hierarquização organizacional, uma cadeia que se sustenta com o poder
exercido por quem está no topo, no caso o gestor escolar. Entretanto, o supervisor escolar ou
coordenador pedagógico é o profissional da educação que atua no espaço escolar como um
agente mediador e facilitador do processo ensino-aprendizagem. Está diretamente ligado aos
professores subsidiando suas ações e contribuindo para a evolução de todo o processo que
envolve a aprendizagem, devendo ser dinâmico e competente em no exercício de suas
funções. É bem da verdade que os profissionais envolvidos com as questões necessitam além
do provimento das condições físicas, materiais e didáticas, também é preciso organizar e
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acompanhar as atividades de elaboração do plano de ensino e prestar assistência didática


pedagógica aos professores na sala de aula.

Libâneo (2004, p.215) destaca algumas características para o ato de coordenar/supervisionar:

a coordenação é um aspecto da direção, significando a articulação e a convergência do


esforço de cada integrante de um grupo visando a atingir os objetivos. Quem coordena tem a
responsabilidade de integrar, reunir esforços, liderar, concatenar o trabalho de diversas
pessoas.

E ainda, acrescenta algumas atribuições para o profissional responsável por esta área:
“responde pela viabilização, integração e articulação do trabalho pedagógico-didático em
ligação direta com os professores, em função da qualidade do ensino” (LIBÂNEO, 2004,
p.219).

Dentre as atribuições estão as tarefas de supervisionar todo o processo didático, em seu


tríplice aspecto de planejamento, controle e avaliação, no âmbito do sistema, da escola ou de
áreas curriculares; desenvolver pesquisas de campo, promovendo visitas, consultas e debates
de sentido sócio-econômico-educativo, para certificar-se dos recursos, problemas da área
educacional sob sua responsabilidade; elaborar currículos, planos de cursos e programas,
estabelecendo normas e diretrizes gerais e específicas com base nas pesquisas efetuadas, e
com a colaboração de outros especialistas de ensino, para assegurar ao sistema educacional,
conteúdos autênticos e definidos, em termos de qualidade e rendimento. E, ainda, orientar o
corpo docente no desenvolvimento de suas potencialidades profissionais, assessorando-o
técnica e pedagogicamente, para incentivar lhe a criatividade, o espírito de autocrítica, o
espírito de equipe e a busca do aperfeiçoamento; supervisionar a aplicação de currículos,
planos e programas, promovendo a inspeção de unidades escolares, acompanhando e
controlando o desempenho dos seus componentes e zelando pelo cumprimento de normas e
diretrizes para assegurar a regularidade e eficácia do processo educativo; e, avaliar o processo
ensino-aprendizagem, examinando relatórios ou participando de conselhos de classe, para
aferir a validade dos métodos de ensino empregados.
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A Realidade e o idealizado pelo Supervisor Escolar Chimica

A atuação do supervisor escolar presenciada por nós dentro da escola está distante das
atribuições dispostas em lei. O cenário vivido por este profissional está preso a questões
burocráticas e disciplinares, sendo que o ideal é que ele se envolvesse no desenvolvimento do
processo ensino-aprendizagem, ou seja, fosse parceiro de sua equipe de professores;
articulador de ideias; reflexivo; provocador; alguém que motivasse e promovesse a formação
continuada do grupo.

O supervisor escolar está procurando exercer suas verdadeiras atividades, que foram
direcionadas nos cursos de formação, como articular ações que priorizem o processo ensino-
aprendizagem, orientar a prática pedagógica de seus professores, coordenar atividades que
visem unir a equipe de profissionais a fim de concretizar objetivos comuns, dando uma
atenção especial à formação continuada de sua equipe.

Seguindo por essa linha de raciocínio, Zieger (2003) concorda que o supervisor educacional
não pode agir meramente como fiscalizador e revisor de trabalhos, mas sim como parceiro,
articulador, reflexivo, provocador, coordenador e líder de sua equipe de professores.

Sergisvanni e Starrat (1986, p.213) trazem em suas pesquisas, que o supervisor escolar lida
com a eficiência, onde “qualquer grupo eficaz realiza não apenas sua tarefa hoje, mas
melhora sua capacidade de realizar tarefas ainda mais difíceis e mais variadas amanhã”.
Para esses autores existe o grupo físico que é uma coleção de indivíduos, e o grupo
psicológico, que é uma coleção de indivíduos que compartilham propósitos comuns,
interagem entre si, percebe-se como grupo e que acham a afiliação grupal recompensadora.
Por isso, o supervisor escolar não pode restringir sua atuação aos indivíduos, mas sim
trabalhar com grupo, que é composto por indivíduos que compartilham do mesmo ideal.

Dentro dessa linha de pensamento, os autores acima destacados nos dizem que esse
profissional é aquele que “pode estimular a eficácia da interação pelo reconhecimento dos
grupos informais, ajudando a descobrir e a promover padrões de interação dentro dos grupos
e entre os grupos” (SERGISVANNI e STARRAT, 1986, p.223).
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Isto nos sugere a ideia de trabalhar em equipe, onde a liderança é o ponto  determinante para
a eficácia do trabalho do supervisor escolar. Os integrantes do grupo veem no líder alguém
capaz de direcionar todas as ações a partir da credibilidade nele depositada.

De acordo com Sergisvanni e Starrat (1986, p. 129):bons líderes são


aqueles que indicam uma direção para a atividade de grupo, esclarecem
os objetivos, fazem julgamentos relevantes quando orientam a
discussão, conservam os indivíduos na linha traçada, são os vigilantes
da agenda, pressionam a participação completa e forçam as decisões .
Esta preocupação também está presente nas escolas onde se questiona que “o excesso de
atividades que o pedagogo precisa assumir, dificulta a sua principal função que é a formação
do professor” Se o excesso de responsabilidades está presente em seu cotidiano e a deixa
impotente diante daquelas a que deveria cumprir como líder de sua equipe, como fica a sua
profissionalidade perante si mesmo e de seus pares, em que uma de suas premissas é a de
motivar e acreditar nas potencialidades das pessoas que estão sob o seu comando.

Coaduna com nosso pensamento, Zieger (2003, p.7) que nos diz que: O supervisor
educacional entra no espaço do pensar, planejar e desafiar educativo para os projetos serem
construídos coletivamente.

Entretanto, o que é visto na realidade é muito diferente do ideal proposto pela academia e/ou
teóricos. O que se presencia são professores clamando a presença do supervisor escolar para
controlar alunos difíceis ao que se refere à indisciplina; diretora implorando a sua presença
para ajudá-lo no preenchimento de formulários burocráticos do sistema; as famílias
desesperadas cobrando aprendizado de seus filhos; reuniões com a patrulha escolar; dentre
outras que não são pertinentes a seu cargo, conforme destacam os sujeitos desta pesquisa.

O supervisor escolar atua também como orientador educacional, o que é complicado na


prática, devido ao grande número de turmas que tem que atender... E, além disso, acontecem
situações diversas que não podem esperar para um segundo momento para serem resolvidas .
Atender os alunos com indisciplina e aqueles que esquecem materiais escolares são as
emergências do cotidiano, e associado a isto, ter que fazer ligações telefônicas para pais ou
responsáveis para auxiliarem na solução destes problemas.

Esta inquietação permeia por todo âmbito educacional, sendo que duas pesquisadoras ao
divulgarem os resultados de suas pesquisas sobre o tema constataram que:

A realização do trabalho na relação da prática burocrático-política é


percebida nas falas de alguns dos coordenadores pedagógicos de que as
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prioridades são as questões de suporte pedagógico de orientação ao


processo ensino/aprendizagem, assessoramento e implantação dos
planejamentos, que acabam deixadas de lado em função de questões
burocráticas, e isso, devido aos encaminhamentos impostos pelo
sistema, ou seja, da Secretaria Municipal de Educação. Outros,
relataram que desenvolvem seu trabalho conforme as políticas
educacionais, associando-as à sua prática, porém, acabam por usar
muito do seu tempo de trabalho com questões referentes à prática de
orientação e assessoramento aos professores sobre planejamento,
metodologia e avaliação, ainda que nem sempre isso seja
possível(MIRANDA e MACCARINI, 2007, p.2).
Dentro deste olhar, poderíamos pensar que a responsabilidade do fazer destinado ao
supervisor escolar estaria inserida na temática gestão escolar, ou seja, este profissional estaria
ou não em condições reais de atuação mediante a modalidade de gestão exercida dentro da
instituição escolar formal.

O gestor escolar estaria contribuindo com a não eficácia do trabalho do supervisor, tendo em
vista que ele se mantém a favor de uma organização escolar com uma estrutura predefinida,
onde o pedagógico e o administrativo estão segregados para que tudo funcione da melhor
maneira possível.
De acordo com Libâneo (2004, p.207),a estrutura organizacional e o
cumprimento das atribuições de cada membro da equipe é um elemento
indispensável para o funcionamento da escola. Um mínimo de divisão
de funções faz parte da lógica da organização educativa, sem
comprometer a gestão participativa. O que se deve evitar é a redução da
estrutura organizacional a uma concepção estritamente funcional e
hierarquizada de gestão subordinando o pedagógico ao administrativo,
impedindo a participação e discussão e não levando em conta as ideias,
os valores e a experiência dos professores.
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Conclusão

Além disso, necessário se faz uma relação dialética entre todos da equipe proporcionando um
bom relacionamento interpessoal e um bom espírito de liderança, capazes de legitimar a sua
atuação e conquistar seu espaço, sempre em uma perspectiva crítico participativa. São muitos
os desafios a serem vencidos pelos supervisores escolares dentro de seu local de trabalho,
mas é emergente que eles se afirmem enquanto profissionais da educação para recuperarem o
seu espaço que é de fato e de direito. Isso bem mostra as narrativas que nos serviram como
grito de socorro aos que deles se achegam no afã de levar aos demais ouvintes suas angústias
e inquietações, tendo-se a utopia de que dias melhores virão.

O supervisor é um educador, portanto, é seu dever estar sempre atento ao processo de


desenvolvimento da aprendizagem, buscando meios de transformá-la em um conhecimento
legitimado e sempre pautado pela ação-reflexão-ação.

Como sujeito responsável pelo processo de fazer acontecer e se necessário, buscar caminhos
de melhoria dos mecanismos que levam ao conhecimento, o papel do supervisor é hoje
fundamental, como também, de grande importância na construção de uma educação que
agregue não somente a qualidade, mas a formação integral do ser humano.
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Bibliográfica

ALVES, Nilda (coord.) Educação & Super visão. São Paulo. Cortez Editora: Autores
Associados, 1994.

FREIRE, Paulo. Educação: o sonho possível. In: BRANDÃO, Carlos Rodrigues (Org). O
educador: vida e morte. 8 ed. Rio de Janeiro: Edições Greal, 1982. pp 90-101.

LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5.ed. revista e ampliada.


Goiânia: Editora Alternativa, 2004.

MEDINA, A. S. Supervisão Escolar: da ação exercida à ação repensada. Porto Alegre: Age,
2002, 163 p.

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