UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA
MANEJO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS

BIOMASSA E ESTOQUE DE CARBONO NO BIOMA

CAATINGA: ALTERNATIVAS PARA O MANEJO
SUSTENTÁVEL

GILBERTO QUEVEDO ROSA

FORTALEZA - CEARÁ
DEZEMBRO/2016
 CAATINGA
• Internacionalmente →Floresta Tropical
Seca;
MA
CE
RN
• Classificação brasileira → Savana
PI PB
Estépica: PE

– Florestada AL

– Arborizada BA SE

– Parque
– Gramíneo-lenhosa

• Único bioma exclusivamente MG

brasileiro; Legenda
Bioma Caatinga
• 844.453 km2 → 10% do território nacional.
Fonte: Próprio autor
 CAATINGA

Muito rica botanicamente → numerosas famílias

Mais de 1000 espécies, com mais de 300 endêmicas

Diversas estratégias para sobrevivência aos longos períodos de seca

Fisionomias muito variáveis → tipo de solos, regime de chuvas

Varia de florestas altas (15-20m) em sítios mais úmidos a afloramentos de

rochas com arbustos, cactos e bromeliáceas se desenvolvendo nas fendas
PRINCIPAIS ATIVIDADES ECONÔMICAS NO BIOMA CAATINGA
Agricultura de subsistência Pecuária extensiva

Fonte: MDA
Fonte: Universo Agro
Exploração da vegetação para produção de lenha

Fonte: globo.com
 As queimadas para a
obtenção de áreas de
pastagem e plantio, e a
extração de madeira para a
produção de lenha têm
degradado intensamente o
Bioma Caatinga.
Fonte: Portal São Francisco

Fonte: IBAMA
DESMATAMENTO
NA CAATINGA

Classe Área (%)

Vegetação suprimida 45,62
Vegetação remanescente 53,38
Corpos de água 1,01
Quadro 1 - Estimativa preliminar do desmatamento
ocorrido na Caatinga até o ano de 2009
(Fonte: MMA, 2011)

Figura 7 – Distribuição espacial das áreas com vegetação

(verde), desmatamento acumulado até 2009 (marrom) e
corpos d’água (azul) na Caatinga (Fonte: MMA, 2011)
IMPACTOS AMBIENTAIS NA CAATINGA
• Eliminação da cobertura vegetal nativa, ocasionando uma perda
de biodiversidade

• Aumento do escoamento superficial da bacia intensificando os

processos erosivos e causando perda dos solos
DESERTIFICAÇÃO
• Redução da fertilidade e produtividade do solo, afetando a
produtividade e produção animal e agrícola

• Liberação de gases do efeito estufa (GEE) contribuindo para o

aumento do aquecimento global
 DESERTIFICAÇÃO

Figura 8: Área em processo de desertificação -

Irauçuba-CE
Fonte: PAN, 2010.

Figura 9: Área desertificada

Região dos Inhamuns - CE
Fonte: Portal São Francisco, 2010.
ALGUMAS ALTERNATIVAS PARA O MANEJO SUSTENTÁVEL
DA CAATINGA
• Manejo florestal sustentável
BIOMASSA E
• Sistemas agroflorestais (SAFs) O CARBONO

• Pagamento por serviços ambientais (PSA)

• Emprego de práticas conservacionistas na agricultura

• Substituição da criação de gado por animais de menor porte

• Produção de mel, de preferência de abelhas nativas sem ferrão

(Meliponicultura)
 IMPORTÂNCIA DE ESTIMAR
A BIOMASSA FLORESTAL E O CARBONO

Detectar o potencial dos sistemas florestais para

armazenar ou sequestrar o CO2
• PSA

Potencial de uso sustentável da biomassa como

matéria prima de processos industriais e
energéticos; • MFS
• SAFs

Compreensão do funcionamento do
ecossistema;
 PAGAMENTOS POR SERVIÇOS AMBIENTAIS
(PSA) OU ECOSSISTÊMICOS (PSE)
• Consiste recompensar aqueles que ajudam a
conservar/produzir serviços ambientais mediante adoção de
práticas, técnicas e/ou sistemas que privilegiem o meio
ambiente

• Demandas por PSA:

– Redução do desmatamento
– Estoque e sequestro de Carbono
– Recuperação e conservação das funções hidrológicas dos
ecossistemas
– Conservação da biodiversidade
– Troca de matriz energética
– Eliminação de agroquímicos
 EXPERIÊNCIAS INTERNACIONAIS DE PSA
• Forest Biodiversity Program for Southern Finland (METSO,
Finlândia):foco em florestas privadas e redução da perda de
habitats;
• Medidas Agroambientais da União Europeia: abordagem de
Paisagem e medidas de redução de impactos da agricultura
convencional nos ecossistemas;
• Programa de Pagos por Serviços Ambientales (PPSA, Costa
Rica): foco na recuperação de cobertura florestal,
desmatamento evitado e sistemas agroflorestais;
• Grain for Green (China): foco em conversão de uso da terra com
o objetivo de reduzir erosão e sedimentação nos rios, evitando
inundações, bem como a perda de fluxo dos recursos hídricos.
• Mercados de carbono – regulado (MR) x voluntário (MV)
 EXPERIÊNCIAS DE PSA NO BRASIL
• Projetos de prevenção e controle do desmatamento,
recuperação da vegetação nativa e estoque ou sequestro
de carbono:
– Programa Bolsa Floresta
– Parque de Carbono
– Proambiente
– Projeto Estradas com Araucárias

• Projetos de proteção de recursos hídricos:

– Projeto Conservador de Águas
– Produtores de Água

• Mercados de carbono
– Bolsa de valores BM&F Bovespa
 EXEMPLOS NA CAATINGA
Projeto Adote a Reserva Serra das Almas
Reserva Particular do
Patrimônio Natural (RPPN)

Localização: Crateús/CE

Mantida por um fundo de

conservação e financiamento
da sociedade civil e de Figura 10: Reserva Natural Serra das Almas
Fonte: www.acaatinga.org.br
empresas
Visa a conservação da
Projeto para adoção simbólica
biodiversidade
de áreas da Reserva por um
ano
 EXEMPLOS NA CAATINGA
Figura 11: RPPNs
Projeto Caatinga Preservada apoiadas
pelo projeto
Criação, manutenção e elaboração
de planos de manejo de RPPNs

Iniciativa: Associação Caatinga,

Associação de proprietários de
RPPN, The Nature Conservancy do
Brasil e Aliança da Caatinga

Financiada pela empresa privada

MPX (R$ 800 mil)

Proteção de nascentes e cursos de Emissão evitada de 642.000

água ton de CO2
 EXEMPLOS NA CAATINGA
Projeto Sertão
Busca fortalecer a sustentabilidade
ambiental através do Manejo Sustentável
das terras

- RAD, conservação da biodiversidade e

sequestro de carbono
- Desenvolvimento sustentável dos
agricultores
- Educação ambiental e sobre Manejo
Sustentável
- Incentivos ambientais Figura 12: Áreas do Projeto Sertão

Iniciativa: MDA, Fundo Internacional para 1000 famílias de 117

o Desenvolvimento Agrário(FIDA) e comunidades e
Fundo Global para o Meio Ambiente assentamentos
(GEF)
 Estimativas de biomassa e estoque carbono
Tabela 1 - Biomassa e estoque de C (A) e a estimativa de fixação anual média em
uma floresta tropical seca (B), após 30 anos em regeneração. Ceará, Brasil

Fonte: PEREIRA JUNIOR, 2016

O componente lenhoso de uma Floresta Tropical Seca atua efetivamente na

mitigação do aquecimento global, uma vez que com uma área de 201.4 km2 coberta
de mata nativa e com uma fixação de 19.27 t ha-1 teremos um estoque de
aproximadamente 388 000 toneladas de carbono.
 Conclusões
• Tendo em vista a elevada degradação ambiental
do Bioma Caatinga é preciso que se busquem
novas alternativas para o manejo sustentável dos
seus recursos naturais

• As estimativas de biomassa florestal e carbono

são muito importantes para detectar o potencial
do Bioma Caatinga no estoque e sequestro de
CO2 e o potencial de uso sustentável de sua
biomassa florestal como matéria prima
 Referências

FOX, C. et al. Agricultura Familiar e Mecanismo de Desenvolvimento

Limpo É possível? Recife, 2007.

JÚNIOR, P. et al. Carbon stocks in a tropical dry forest in Brazil. Revista

Ciência Agronômica, v. 47, n. 1, p. 32-40, 2016.

MMA. Monitoramento do Bioma Caatinga 2008-2009. Relatório

técnico, 2011.

SANTOS, R.F. et al. Pagamento por Serviços Ecossistêmicos em

perspectiva comparada: recomendações para tomada de
decisão. Brasília: Projeto Apoio aos Diálogos Setoriais UE-Brasil, 2012.
Obrigado pela atenção!

gilbertoquevedorosa@gmail.com
 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA
MANEJO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS

BIOMASSA E ESTOQUE DE CARBONO NO BIOMA

CAATINGA: ALTERNATIVAS PARA O MANEJO
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GILBERTO QUEVEDO ROSA

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