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E o parágrafo único do artigo 1º aduz sobre os investimentos realizados no imóvel, cujos quais
também são compreendidos dentro da regra da impenhorabilidade (construções, plantações,
benfeitorias, equipamentos de uso profissional e os móveis que guarnecem a casa, desde que
estejam quitados).
Ocorre que a própria lei, em seu art. 3º, elucida algumas hipóteses em que o bem de família
estará resguardado da impenhorabilidade, podendo, portanto, responder pelas dívidas
contraídas pelo (s) seu (s) proprietário (s).
No caso das dívidas condominiais, a Lei nº 8.009/90 não atribuiu uma previsão específica. Não
existe, em toda a redação dos artigos da referida lei, expressamente os termos “dívidas
condominiais”, ou outra que se aproxime à elas, tais como encargos condominiais, cotas
condominiais, despesas de condomínio, etc.
Entretanto, o inciso IV, do art. 3º, da Lei da Impenhorabilidade do Bem de Família, traz em
sua redação o seguinte teor:
Como pode se observar, não há nesta redação previsão acerca das despesas/taxas
condominiais especificamente. Não se depura hipótese expressa acerca das dívidas
condominiais estarem abarcadas como exceção à penhorabilidade do bem de família.
Art. 1.715. O bem de família é isento de execução por dívidas posteriores à sua instituição,
salvo as que provierem de tributos relativos ao prédio, ou de despesas de condomínio.
Compartilhamos desta interpretação, uma vez que despesa condominial é inerente à coisa (o
imóvel). É o que chamamos de obrigações propter rem, pois são dívidas atreladas ao próprio
bem imóvel, não podendo o condômino inadimplente se furtar de suas obrigações
transportando aos demais condôminos (à coletividade do condomínio) aguentar arcar com
dívidas que não lhes pertence.
Assim sendo, o presente artigo serve de alerta para que os leitores membros e moradores de
condomínios não deixem de arcar com suas obrigações condominiais. Lembrem-se que os
condôminos pertencem a uma coletividade de moradia, com deveres e obrigações inerentes à
todos, indistintamente.
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Autor: Dr. Pérecles Ribeiro Reges, é especialista em Processo Civil pela Faculdade de Direito de
Vitória (FDV), ênfase em Prática Cível pelo Centro de Ensino Renato Saraiva (CERS), aluno
especial do Programa de Pós-graduação em Direito Processual (PPGDIR) da UFES, advogado
da BRFT Sociedade de Advogados, inscrito nos quadros da OAB/ES sob o nº 25.458 e atua nos
ramos do Direito Civil, Direito Imobiliário, Empresarial e Consumidor.