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RESUMO
TEXTO DO TRABALHO
1. Introdução
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Trabalho apresentado na IX Conferência Brasileira de Comunicação Eclesical (Eclesiocom), realizada em Londrina,
PR, 15/8/2014
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Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Metodista de São
Paulo. E-mail: jeniferdeoliveira@gmail.com
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Cátedra Unesco de Comunicação e Desenvolvimento/Universidade Metodista de São Paulo
IX Conferência Brasileira de Comunicação Eclesial
Universidade Estadual de Londrina, PR, 21/8/2014
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para perceber as formas de articulação entre os dois campos, midático e religioso, como
eles se tensionam mutuamente e produzem novos significados. Isso porque,
paradoxalmente, a música que antes se prestava aos fins ritualísticos para realizar a
mediação entre o homem e a divindade, hoje se constituiu como o principal produto
religioso da sociedade midiatizada e o que oferece mais condições de ser apropriado por
esses programas não-religiosos, como no caso do “Esquenta!”, que passam a oferecer
espaço para a participação dos artistas desse tipo de segmento.
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presenças religiosas não serão trabalhadas, apenas apontadas para que se perceba a
multiplicidade de elementos, muitas vezes até contraditórios, que convivem na proposta
do programa.
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6. Impressões finais
Como é possível notar do que foi exposto nas seções anteriores, a participação
dos artistas evangélicos no programa “Esquenta!” acontece envolta por uma série de
outros elementos não-religiosos. Embora essa mistura de elementos pareça se dar de
forma harmônica, uma análise mais profunda pode revelar algumas tensões e
contradições. Da parte do programa, percebe-se que este lança mão dos artistas
religiosos porque estes apresentam características que se enquadram em sua proposta
temática. Essas características, inclusive, podem se sobressair à religiosidade destes,
tornando aquilo que os identifica em algo secundário.
A presença de Thalles Roberto, por exemplo, é justificada por sua condição de
celebridade. Conforme já mencionado anteriormente, o nome do cantor foi citado pela
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revista Forbes como uma das cem pessoas mais influentes do país no ano de 2013. Ele
também foi convidado a compor o rol de artistas da gravadora Motown, reconhecida
internacionalmente por sua importância no cenário da música negra, e que desde os anos
60 lança nomes importantes como Stevie Wonder, Michael Jackson e Diana Ross. Mais
do que um religioso, Thalles é uma personalidade da música pop, o que legitima sua
presença em um programa de televisão que traz pessoas famosas como parte de suas
atrações.
Mas, além disso, a presença do cantor neste programa específico, que trazia a
Páscoa, uma festa sagrada para diferentes religiões, como temática, se deu no sentido de
“representar” o segmento religioso evangélico (que também comemora a Páscoa) ao
lado do padre e o rabino, que representavam suas respectivas religiões. Isso demonstra
como a música evangélica possui um forte caráter identitário no país, já que a produção
do programa preferiu representar esse segmento por um cantor e não por uma
autoridade oficial, como um pastor, diferentemente dos convidados do catolicismo e do
judaísmo.
A presença dos evangélicos no programa “Esquenta!” se justifica quando estes
se enquadram na temática do programa, independentemente do caráter religioso que
professam. A participação dos irmãos “Para nossa alegria” é uma boa evidência disso, já
que, mais do que pela música que cantavam, eles estavam ali por exemplificarem bem o
assunto proposto no bloco em questão, que tratava sobre as webcelebridades, dentro de
um programa inteiro que falava sobre internet. Assim, não era na condição de
“evangélicos” que estavam ali, embora tenham cantado uma música conhecida deste
segmento, mas por terem se tornado viral nas redes sociais. O mesmo raciocínio pode
ser extrapolado para a participação do cantor de funk Tomzão: não era a sua condição de
cantar gospel que o legitimava no programa, mas sim sua condição de funkeiro, já que o
funk, ao lado do samba, é um dos ritmos populares mais explorados pelo programa.
Pelas participações analisadas, é possível perceber os processos de hibridação e
midiatização que caracterizam a cultura gospel. É marcante a reconfiguração de
elementos da cultura popular para o contexto religioso, transformando o que era
associado, muitas vezes, a situações profanas, em algo do domínio do sagrado. A
principal evidência disso é a utilização do samba e do funk, dois ritmos muito
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