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EXERCÍCIO

DISCIPLINA: FISIOLOGIA DE SEMENTES


DOCENTE: ALEK SANDRO DUTRA 
DISCENTE: RAFAEL SANTIAGO DA COSTA

METODOLOGIAS PARA AJUSTE DO TEOR DE ÁGUA

As relações água/semente influenciam diversos fatores associados ao


desempenho agronômico da semente, sendo necessário à busca por explicações lógicas,
através de condução de pesquisas, visando elucidar fenômenos, processos ou
procedimentos tecnológicos relacionados com o processo de germinação e deterioração;
os efeitos de injurias mecânicas; os processos de colheita, secagem e armazenamento e a
avaliação da qualidade da semente. Para tanto, deve-se seguir metodologias seguras
para ajustar o grau de umidade das sementes aos níveis desejados e nesse sentido, vários
procedimentos foram desenvolvidos, tais como:

1. Adição de quantidades de água preestabelecidas

O método consiste na adição de um volume conhecido de água a uma amostra


de sementes, umedecendo-a até que esta atinja grau de umidade preestabelecido.
Consiste numa alternativa eficiente, desde que a quantidade de água necessária não seja
muito grande. No entanto, há necessidade de determinar o grau de umidade inicial,
utilizar quantidade conhecida de sementes e calcular o volume de água necessário para
o umedecimento adequado.
O umedecimento é efetuado mediante aspersão, seguida por movimentação da
amostra para uniformizar a distribuição, porém, essa adição de água é efetuada de uma
só vez e, em seguida, a amostra é colocada num recipiente fechado, completamente
preenchido para não deixar espaço excessivo para ocupação pelo ar e, mantida em
ambiente controlado, geralmente em câmara regulada de 5-10 ºC por período variante
de acordo com a espécie utilizada (3-7 dias), com o objetivo de uniformizar a amostra.
Por fim, o grau de umidade é novamente determinado, através do método da estufa.
2. Uso de substrato umedecido

Este método permite controlar a quantidade de água fornecida à semente,


utilizando-se principalmente papel-toalha, de filtro ou vermiculita, sendo o primeiro o
mais comum. Os volumes de água e a quantidade das sementes são fixados e ao utilizar
o papel-toalha, pode-se fixar também o número de folhas e variar a quantidade de água.
As sementes são colocadas entre folhas de papel, para estabelecimento de superfície
mais ampla de contato, e retiram água diretamente do substrato umedecido.
Sabendo o peso e o grau de umidade inicial da amostra, calcula-se o peso final
correspondente ao das sementes com o teor de água desejado, porém, vale lembrar que a
massa da matéria seca não se altera durante o umedecimento. Para tanto, colocam-se as
sementes entre as folhas do papel-toalha umedecido, sob temperatura constante e
controlada. Os acréscimos do teor de água da amostra são monitorados através de
pesagens sucessivas, de preferência em períodos pré-determinados, tomando o cuidado
de retirar, antes de cada pesagem, o excesso de água presente na superfície da semente,
com auxílio de papel-toalha seco.
A escolha da temperatura é fundamental, pois o umedecimento não deve
promover alterações do potencial fisiológico das sementes de modo que geralmente não
ultrapassa 20ºC uma vez que excessiva, a temperatura acarreta aceleração da
deterioração. A combinação inadequada entre o grau de umidade e a temperatura pode
ainda proporcionar condições favoráveis ao desenvolvimento de microrganismos,
acentuando a deterioração das sementes e comprometendo a qualidade dos resultados
pretendidos.
Atingindo o peso final desejado é necessário uniformização do teor de água da
amostra e verificação do grau de umidade final e para isso deve ser adotado o
procedimento descrito no tópico 1.

3. Atmosfera controlada e/ou atmosfera úmida

O método é baseado em trocas de vapor de água entre as sementes e o ar, sob


temperatura controlada. Para tanto, as sementes podem ser umedecidas ou desidratadas
até entrarem em equilíbrio higroscópio com umidade relativa ambiente, com a utilização
ou não de uma solução de produto específico, em substituição à agua.
Este método é conduzido em caixas plásticas, de maneira semelhante as usadas
no teste de envelhecimento acelerado. A amostra é colocada sobre tela metálica
adaptada ao interior da caixa, distribuindo-se as sementes de modo a formar camada
simples na tela. A caixa, contendo 40mL de água, é mantida em câmara regulada para
manter a temperatura pré-determinada. O monitoramento da captação de água pelas
sementes é efetuado por pesagens sucessivas e, atingindo o grau de umidade desejado, a
uniformização é efetuada, como descrita no tópico 1.
Por outro lado, o ajuste do grau de umidade também pode ser efetuado em
recipiente fechado, contendo solução de produto químico, em proporção adequada para
manter a umidade relativa desejada; o recipiente é mantido sob temperatura constante
durante o período necessário. Geralmente é utilizada solução saturada de sal, que
proporciona pressão constante de vapor, sob determinada temperatura, podendo ainda
ser empregadas soluções aquosas de ácidos, glicerina e polietilenoglicol. Para tanto, é
necessário o conhecimento dos pontos de equilíbrio higroscópico das sementes com a
umidade relativa do ar, sob diferentes temperaturas, permitindo a escolha do
procedimento mais eficiente. Por exemplo, a 25 ºC, uma solução de 38% de água e 62%
de glicerina proporciona umidade relativa de 70%, enquanto com a mistura de 53% de
água e 47% de glicerina, a umidade relativa correspondente é de 80%.
O equilíbrio higroscópico é atingindo em período de tempo variável com o teor
inicial de água das sementes e o final desejado, a umidade relativa do ar, a temperatura,
a composição química e o potencial fisiológico da semente. Deve ser ressaltado que os
cálculos da umidade relativa obtida são precisos, podendo apresentar ligeira variação,
normalmente inferior a + ou - 2%, devendo-se evitar a utilização de produtos que
liberem vapores para a atmosfera e sejam reconhecidamente tóxicos para as sementes e
para o homem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Essas metodologias são de fundamental importância para a padronização da


pesquisa, o que favorece resultados mais seguros e precisos, uma vez que determinam
como devem ser realizados tais procedimentos.

REFERÊNCIAS
MARCOS FILHO, J. Fisiologia de sementes de plantas cultivadas. Fealq, 2005, p.
191-195.

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