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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


FACULDADE DE FARMÁCIA

GRAZIANE DA SILVA PORTELA PINTO (201807940057)

RESUMO DE TITULOMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO

BELÉM-PA
2021
INTRODUÇÃO
O método volumétrico de titulação se baseia na determinação do volume de uma
solução de concentração conhecida (titulante), necessário para reagir quantitativamente
com um soluto (titulado). No qual a concentração molar de um ácido em uma solução
aquosa é determinada pela adição vagarosa de uma solução básica de concentração
conhecida na solução do ácido, ou vice versa (RUSSELL, 1994).
A volumetria de neutralização compreende titulações de espécies ácidas com
solução padrão alcalina e titulação de espécies básicas com soluções padrão acida.
Comumente, o ponto final da volumetria de neutralização é sinalizado com o
auxílio de indicadores ácidos-básicos. são, portanto, muito importante, conhecer o ponto
da escala de pH em que se situa o ponto de equivalência da titulação, visto que cada
indicador possui uma zona de viragem própria, bem como a maneira como varia o pH no
curso da titulação, particularmente em torno do ponto de equivalência.
Casos:
1. Ácido forte + base forte ------ pH no ponto de equivalência = 7
2. Ácido fraco + base forte ------pH no ponto de equivalência > 7
3. Ácido forte + base fraca ------ pH no ponto de equivalência < 7

A escolha do indicador é sempre feita com base na variação do pH em torno do


ponto de equivalência.
Na análise volumétrica, chama-se curva de titulação a uma representação gráfica
que mostra a maneira como o logaritmo negativo da concentração do constituinte ou do
reagente (- log { }) varia em função do volume do reagente agregado. Este logaritmo da
concentração sofre uma variação notável nas imediações do ponto de equivalência e este
fato é de grande importância para localização do ponto final e determinação das fontes de
erros de titulação. Na volumetria de neutralização a concentração variável refere-se ao
íon hidrogênio; a curva de titulação é obtida lançando o pH no eixo vertical e o volume
de solução padrão adicionado no eixo horizontal. Esta curva pode ser traçada com base
em medidas experimentais de pH ou mediante considerações teóricas. As curvas de
titulação teóricas são de grande importância porque proporcionam informações quanto a
viabilidade e possível exatidão de uma titulação, e são extremamente uteis na escolha do
indicador de ponto final que deverá ser empregado.

OBJETIVOS
• Descrever o procedimento experimental envolvido da titulação de neutralização;
• Conhecer o comportamento de indicadores ácido-base.
• Analisar os equilíbrios químicos envolvidos na titulação de ácidos com bases bem
como de bases com ácidos através das curvas de titulação.

METODOLOGIA

Os equipamentos necessários para realizar uma titulação são:

1- Bureta: equipamento utilizado para medir o volume da solução de


concentração conhecida
2- Erlenmeyer: equipamento utilizado para receber a solução de
concentração desconhecida
3- Suporte universal: equipamento no qual a garra é fixada;
4- Garra: equipamento utilizado para prender a bureta;
5- agitador magnético: equipamento utilizado para agitar a solução
presente no Erlenmeyer

A imagem da Figura 1 mostra como realizar uma titulação. Esse método utiliza
uma bureta para dispensar com cuidado um volume conhecido de titulante na amostra a
ser analisada. Neste processo, a amostra titulada é examinada quanto a mudança em pH,
cor ou outra propriedade mensurável, que sinaliza quando o analito é completamente
consumido pelo titulante (HAGE; CARR, 2012)

Figura 1- Imagem do aparato utilizado em uma titulação ácido-base

RESULTADOS
1. Indicadores Ácido-Base
Em uma titulação de neutralização, o ponto de equivalência química é,
normalmente, determinado por um indicador químico mais conhecido como indicador
ácido/base. Esses indicadores são ácidos ou bases orgânicas (fracos) que apresentam
colorações diferentes, dependendo da forma que se encontram na solução (forma não
dissociada difere da cor de sua base ou ácido conjugado). Nesse caso, pode-se empregar
o conceito de ácido e base de Brönsted e Lowry que designa a forma ácida como HIn e a
forma básica ou base conjugada como In- . Tem-se , então, o seguinte equilíbrio para um
indicador do tipo ácido (HIn)

Já para um indicador do tipo básico (In) tem-se o seguinte equilíbrio:

Logo, a expressão da constante de equilíbrio para a dissociação de um indicador do tipo


ácido é dada por:
Já que Ka é constante, pode-se inferir que a relação entre as concentrações da forma ácida
e da forma básica depende exclusivamente do valor da concentração hidrogeniônica. No
entanto, o olho humano só é sensível a uma diferença de cor em uma solução contendo
uma mistura de HIn e In- se a razão estiver dentro de uma faixa limitada de concentração
de 10 a 0,1.
Na prática, se a relação entre as concentrações da forma ácida e da forma básica for igual
ou superior a 10 (≥10), a cor ácida será predominante em solução, como se todo o
indicador estivesse na forma ácida

Por outro lado, quando a relação entre as concentrações da forma básica e da forma ácida
for igual ou maior que 10 (≥10), a cor básica será predominante em solução, como se todo
o indicador estivesse nessa forma

Se as duas razões de concentração presentes nas equações forem substituídas, a faixa de


concentração de íon hidrônio necessária para alterar a cor do indicador pode ser avaliada.
Assim, observasse a cor ácida para:

e a cor básica para:

A faixa de pH do indicador é obtida a partir do logaritmo negativo das equações 11 e 12:


Na prática, os limites do intervalo de pH no qual o indicador sofre alteração de
cor não são descritos com rigor pela equação 15, pois além de dependerem do próprio
indicador, também dependem do observador. A equação 15 é limitada pelo fato de que
algumas mudanças de cores são mais fáceis de serem observadas do que outras, e desse
modo as aproximações geralmente feitas nas derivações desta expressão nem sempre são
aceitas. No entanto, os limites indicados por esta equação são considerados uma boa
aproximação do que realmente ocorre.
De acordo com sua estrutura química, os indicadores formam três grupos
principais formados pelas: I. Ftaleína (ex.: fenolftaleína); II. Sulfoftaleínas (ex.: vermelho
de fenol); III. Azo compostos (ex.: alaranjado de metila).
Um dos indicadores mais empregados em titulações ácido/base é a fenolftaleína,
que apresenta as estruturas envolvidas em seu equilíbrio de neutralização. A escolha do
indicador mais adequando para uma titulação ácido/base depende do valor do pH do ponto
final da reação de neutralização em questão e de sua correlação com faixa de pH do
indicador.

2. Curva de titulação

As curvas de titulação são obtidas grafando-se os valores de pH no eixo da


ordenada e os volumes de solução titulante no eixo das abscissas. Para a construção da
curva é necessário calcular o pH da solução à medida que sucessivos volumes de titulante
são adicionados ao longo da titulação. A curva de titulação compreende três distintas
regiões: a) antes do P.E.; b) no P.E.; c) após o P.E. e na construção da curva deve-se
considerar essas três regiões.
A curva de titulação teórica possibilita, entre outros fatores, decidir se a titulação
é possível experimentalmente, auxiliando também na seleção do indicador mais
apropriado para a detecção do P.F.

1.1 Curva de Titulação de Ácido Forte com Base Forte


Genericamente, o ácido titulado é designado por HA e a base titulante por BOH.

HA(ácido forte monoprótico) + BOH(base forte monoprótica) D BA(sal de ácido


forte e base forte) + H2O

1.2 Curva de Titulação de Base Forte com Ácido Forte


A base titulada e o ácido titulante são genericamente designados por BOH e HA,
respectivamente.
HA(ácido forte monoprótico) + BOH(base forte monoprótica) D BA(sal de ácido forte e
base forte) + H2O
2.3 Curva de Titulação de Ácido Fraco com Base Forte
HA(ácido monoprótico forte) + BOH(base monoprótica fraca) D BA(sal de base fraca e
ácido forte) + H2O
Esse tipo de titulação envolve três dissociações distintas. O curso da titulação depende da
extensão da ionização da base e em menor grau de sua concentração.
2.4 Curva de Titulação de Base Fraca com Ácido Forte
O curso da titulação depende da extensão da ionização da base e em menor grau
de sua concentração
A curva de titulação pode ser dividida em 3 regiões (antes do PE, no PE e após o
PE) e o cálculo da curva de titulação pode ser dividida em 4 etapas. Para demonstração
da curva de titulação entre uma base fraca e um ácido forte, explicaremos as 04 principais
etapas da titulação entre a volumetria de NH4OH 0,1 mol L-1 versus 0,1 mol L-1 :
1. Antes do início da titulação: a solução contém apenas base fraca (NH4OH) e
água, sendo o pH determinado pela dissociação da base fraca.
2. Antes de atingir o P.E.: nesta região haverá uma mistura de base fraca
(NH4OH) com o sal (NH4 ) formado pela reaçãoda base fraca (NH4OH) com o
ácido forte (H . O pH é determinado pela solução tampão formada.
3. No P.E.: nesta região a quantidade de ácido (H adicionada é suficiente para
reagir com toda a base (NH4OH) presente na solução produzindo água. O pH é
determinado pela dissociação do sal (NH4 ) formado pela reação da base fraca
com ácido forte
4. Após o P.E.: ao atingir o ponto de equivalência, o ácido (H adicionado em
excesso é ionizado, ocasionando apenas a diminuição do pH do meio. Os
cálculos realizados a partir deste ponto referem-se a determinação do excesso de
ácido na solução titulada

Na sequência apresenta-se a titulação de 25 mL de NH4OH 0,1 mol L-1 com solução


padrão de HC 0,1 mol L -1 ,
NH4OH(aq) + HC (aq) NH4C (aq) + H2O
Para esta titulação consideramos calcular o pH da solução:
a)antes de adicionar HC ao NH4OH; b) após adição de 15 mL de HC (antes do ponto de
equivalência); c) após a adição de 25 mL de HC (no ponto de equivalência) e; d) após a
adição de 35 mL de HC Os cálculos necessários para essa titulação são semelhantes aos
da titulação de ácido fraco com base forte e são mostrados a seguir:
1º O pH antes do início da titulação
Inicialmente considera-se apenas o pH da solução de hidróxido de amônio (NH4OH) e a
própria água, em quais coexistem os seguintes equilíbrios
NH4OH (aq) NH4 + (aq) + OH- (aq) Kb = 1, 8.10-5
H2O(l) H + (aq) + OH- (aq) Kw = 1,0.10-14
Observa-se que a água deve ser considerada como um interferente, pois o cátion amônio
(NH4 +) sofre hidrólise, ocasionando um pH ácido no ponto de equivalência.
NH4 + (aq) + H2O(l) NH3(g) + H3O + (aq)
Assim, deve-se calcular o pH do NH4OH antes de iniciar a titulação, através da
equação:
2º Antes do ponto de equivalência
Com a adição do ácido forte as hidroxilas da amônia vão ser convertidas em H2O,
havendo assim, a liberação do cátion amônio, estes entram em equilíbrio com a água:
NH4OH(aq) + HC (aq) NH3(g) + C -1 (aq) + H3O + (aq)
O pH desta solução pode ser calculado, desde que se tenha compreendido algumas
reações como: A base fraca reagirá igualmente com o ácido; Os cátions liberados tem
relação direta com a quantidade de ácido adicionado. Ex.: 1 mol de adicionado irá gerar
1 mol de cátion amônio.
HC (aq) + NH3(g) NH4 + (aq)+ Cl- (aq)
Como exemplo teórico, propôs-se a titulação de 25 mL de amônia (NH3) 0,1 mol L-1 ,
utilizando como titulante 15 mL de HC 0,1 mol L-1 . Primeiramente é necessário
calcular o número de mol que se tem em 25 mL da solução de NH4OH, através da
relação de mols por litro, sabendo que para cada litro desta solução temos 0,1 mols de
NH4OH, logo, o mesmo cálculo deve ser realizado para 15 mL de HC 0,1 mol L-1 :

Após a adição de 15 mL de HC , antes do ponto de equivalência, determina-se a


concentração do NH4OH e a concentração do NH4 , conforme as equações :
A partir da concentração calculada do sal (NH4 ) formado, pode-se calcular o pH com a
fórmula da constante de dissociação.

3º No ponto de equivalência
No ponto de equivalência, a base (NH4OH) terá sido neutralizada completamente, neste
ponto o pH deveria ser igual a 7, se não fosse pela hidrólise dos cátions amônio, vista
inicialmente. Após a adição de 25 mL de HC 0,1 mol L-1 aos 25 mL de NH4OH 0,1 mol
L-1 . Calcula-se a concentração do sal (NH4 ), através da equação abaixo:

Para calcular do pH o ponto de equivalência é necessário saber o valor da constante de


dissociação da base, para isso utiliza-se a fórmula da constante do produto iônico da água:

A partir da concentração calculada para o NH4 , pode-se calcular o pH do meio utilizando


a constante de dissociação do ácido
Por se tratar da titulação de uma base fraca por um ácido forte, nota-se que o ponto de
equivalência ocorre em pH ácido, 5,28.
3º Após o ponto de equivalência
Após atingido o ponto de equivalência, o ácido clorídrico (HC) que é adicionado em
excesso vai se ionizar e reduzir lentamente o pH do meio. Os cálculos desenvolvidos a
partir deste ponto, vão referir-se a concentração do ácido que está em excesso na solução
titulada, que pode ser resumido na reação:
HC (aq) H + (aq) + C - (aq)
Para os cálculos considera-se uma titulação de 25 mL de amônio (NH4 +) 0,1 mol L-1 ,
utilizando como titulante 35 mL de HC 0,1 mol L-1 .

Na figura 2, mostramos a relação do pH teórico calculado para diferentes intervalos de


adição de titulante.
Figura 2-Neutralização de 25 mL de uma solução de NH4OH mol L-1 com 0,1 mol L-1

Fonte: GOMES et al, 2018.

O gráfico 1 apresenta a curva de titulação de 25 mL de uma solução 0,1 mol L-1 de


NH4OH com HC 0,1 mol L-1.
Gráfico 1-Curva de titulação de 25 mL de uma solução 0,1 mol L-1 de NH4OH com HC 0,1 mol L-1

Fonte: GOMES et al, 2018.

CONCLUSÃO
A partir dos dados apresentados pode -se concluir que a reação entre as soluções
envolvidas foram completas, resultando em uma mistura de base e ácido em excesso e do
sal formado, dependendo da localização 89 dos pontos considerados.
Na curva de titulometria pode-se observar que devido ao efeito tamponante do
meio reativo o pH tende a diminuir lentamente, depois que toda a base for consumida, o
pH só vai ter uma variação significativa após o ponto de equivalência (na marca de 25
mL), neste caso, a faixa de viragem do indicador a ser empregada deverá cobrir um
intervalo não superior a pH 3- 4, caso contrário, o operador será induzido a grande erro.

PALAVRAS CHAVES
Titulometria de neutralização. Ácido-base. Curva de titulação

REFERÊNCIAS

GOMES, S. I. A. A et al. VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO:


ABORDAGENS TEÓRICO-EXPERIMENTAIS. São Paulo: Pedro & João Editores,
2018.
HAGE, D. S.; CARR, J. D. Química analítica e análise quantitativa. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2012
RUSSELL, B. J. Química Geral Volume I. Trad.: Márcia Guekezian. 2. ed. São
Paulo: Pearson Makron Books, 1994.

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