1. O documento analisa a personagem do Frade na peça de Gil Vicente. O Frade é retratado como um membro do clero que leva uma vida mundana, quebrando os votos de castidade e pobreza.
2. Símbolos como o traje de frade misturado com equipamento de esgrima representam a contradição entre a sua posição eclesiástica e estilo de vida.
3. A personagem critica o comportamento generalizado de membros do clero que não viviam de acordo com suas obrigações.
1. O documento analisa a personagem do Frade na peça de Gil Vicente. O Frade é retratado como um membro do clero que leva uma vida mundana, quebrando os votos de castidade e pobreza.
2. Símbolos como o traje de frade misturado com equipamento de esgrima representam a contradição entre a sua posição eclesiástica e estilo de vida.
3. A personagem critica o comportamento generalizado de membros do clero que não viviam de acordo com suas obrigações.
1. O documento analisa a personagem do Frade na peça de Gil Vicente. O Frade é retratado como um membro do clero que leva uma vida mundana, quebrando os votos de castidade e pobreza.
2. Símbolos como o traje de frade misturado com equipamento de esgrima representam a contradição entre a sua posição eclesiástica e estilo de vida.
3. A personagem critica o comportamento generalizado de membros do clero que não viviam de acordo com suas obrigações.
1. Esta apresentação revela que é um frade mundano, frequentador da corte e dos
seus prazeres. 2. Elementos cénicos: hábito de frade, equipamento de esgrima − capacete, escudo, espada − e a rapariga. 2.1 O equipamento de esgrima representa o lado mundano do Frade que, em vida, se dedicou a atividades nada próprias da sua condição. A rapariga representa a quebra dos votos de castidade que, como clérigo, tinha feito. 2.2 Critica-se no Frade o desajuste entre a sua condição eclesiástica e a vida que levou. Por isso, os símbolos que traz e que representam os aspetos em que essa vida se afastou do dever estão diretamente relacionados com a intenção crítica subjacente à construção da personagem. 3.1 Ele deveria ser alguém dedicado à alma, ao espírito, acima das coisas do mundo, mas é mundanal e, daí, a contradição. 3.2 “Um padre tão namorado”, “Devoto padre marido”, “padre Frei Capacete”. 4.1 A afirmação alarga a crítica aos outros frades, mostrando que a quebra dos votos de castidade de Frei Babriel não é exceção, é um hábito generalizado. 4.2 O Frade é uma personagem tipo através da qual Gil Vicente pretende criticar uma classe − o clero − acusando os seus membros de viverem em desconformidade com as suas obrigações. 5.1 “Som cortesão”, “Por minha la tenho eu, / e sempre a tive de meu”, “Eu hei de ser condenado? / Um padre tão namorado”, “Por ser namorado / e folgar com ˜ua mulher / se há um frade de perder”, “Sabê que fui da pessoa”. 5.2 O Frade não esconde o seu passado e até o assume, pois está convencido de que por ser frade é impune. 6. A sua condição de frade é o argumento para ele irrefutável. 6.1 Pretende mostrar-se que os clérigos se consideravam muito importantes e impunes. Tal crítica revela o mal-estar na sociedade pelo facto de os clérigos serem cada vez em maior número e mais ricos e poderosos. 7. O Frade é uma das personagens mais duramente criticadas, mas é uma das mais divertidas. Desde a chegada, a dançar e a cantar, até quase ao final, mostra-se alegre. Assume-se como frequentador da corte, o que revela o seu lado mundano e pouco dado à clausura. Essa característica é confirmada quando diz saber dançar o tordião e esgrimir, atributos dos jovens e galantes nobres. Não cumpriu os votos de pobreza e castidade, como se comprova pela moça e pelas próprias palavras. Parece ter-se limitado a fazer o que os outros frades faziam, com a arrogância de quem pensava que tudo lhe era permitido só por ser membro da Igreja. É uma personagem tipo, através da qual se critica a forma como o clero dava razão ao velho ditado “Como Frei Tomás, faz o que ele diz, não faças o que ele faz”. 8. Cómico de situação, quando o Frade entra em cena a dançar com a moça, quando dá lição de esgrima ou na combinação do hábito de frade e adereços de esgrima; cómico de linguagem na repetição maquinal de “Deo gratias”. 8.1 Ironia: “Pois, entrai! Eu tangerei / e faremos um serão”; “Fezeste bem, que é fermosa”; “Que cousa tão preciosa...”; “E não vos punham lá grosa, / no vosso convento santo?”, “Entrai, padre reverendo!”; “Gentil padre mundanal”, “Um padre tão namorado, / e tanto dado à virtude!...” 9.1 A recusa do Anjo mostra a gravidade dos atos do Frade, considerando, assim, mais repugnante o Frade pecar do que qualquer outra pessoa, pois ele, como elemento da Igreja, deveria dar o exemplo. 9.2 Ao ver que nem sequer era recebido pelo Anjo, o Frade percebe que não tem qualquer hipótese. Afinal ele, como clérigo, conhecia as regras como ninguém, só que se tinha habituado, em vida, a não as cumprir.